Post on 28-Apr-2020
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3 Apresentação
4 Editorial
6 Comunicações
8 Mandato
10 CAPA
Especial
32 Radar Médico
32 Agenda Científica
34 Agenda Cultural
38 Produtos & Serviços
40 Literatura
42 Por Dentro do SUS
45 Classificados
CONTEÚDO
Publicação da AssociaçãoPaulista de Medicina
Edição nº 594 – Novembro de 2008
REDAÇÃOAv. Brigadeiro Luís Antônio, 278
Cep 01318-901 – São Paulo – SPFones: (11) 3188-4200/3188-4300
Fax: (11) 3188-4369E-mail: comunica@apm.org.br
Diretores ResponsáveisRenato Françoso Filho
Leonardo da Silva
Editor ResponsávelUlisses de Souza – MTb 11.459–SP
EditoraLuciana Oncken – MTb 46.219–SP
RepórteresCarla Nogueira
Leandro de GodoiPaula Bianca
Ricardo Balego
Editor de ArteLeandro Deltrejo
CapaCriação: Cubo Editorial e Propaganda
ColaboradorAndré Barbosa (Ilustrações)
Projeto e Produção GráficaCubo Editorial e Notíciasulisses@ecubo.com.br
Fotos: Osmar BustosRevisora: Thais Oncken
Secretaria: Rosenaide da SilvaAssistente de Comunicação:
Fernanda de Oliveira
ComercializaçãoDepartamento Marketing da APM
Arnaldo SimõesFones: (11) 3188-4298Fax: (11) 3188-4293
Periodicidade: mensalTiragem: 30 mil exemplares
Circulação: Estado de São Paulo(Inclui Suplemento Cultural)
Portal da APM
www.apm.org.br
Iniciamos uma nova gestão à frente da nossa Associação Paulista de
Medicina. Objetivos definidos, atitudes e ações devem ser implantadas.
Esta diretoria renovada, em pessoas e idéias, reconhecendo a dedicação e
empenho daquelas que por aqui passaram e deixaram um legado de lutas
em favor da classe, sabe da sua responsabilidade e do que dela esperam os
médicos deste Estado. Ao decidirmos atender ao chamado de nosso presi-
dente para ocuparmos a diretoria de Comunicação, compreendemos que,
de nós, se espera uma interlocução franca, clara e objetiva com a classe,
levando aos colegas os fatos, as decisões, os planos, as lutas e os desejáveis
bons resultados. Agrada-nos imaginar que nos próximos três anos estare-
mos mensalmente com você e, oxalá, possamos levar-lhe boas notícias,
devolvendo-lhe o orgulho do reconhecimento pela importância da função
social da nossa profissão. Aos que nos precederam nas comunicações, Ni-
colau D´Amico Filho e Roberto Lotfi Júnior, o nosso pleito de gratidão
em nome de todos os associados pela retidão e responsabilidade com que
conduziram este importante departamento.
Boa leitura!
Renato Françoso Filho e Leonardo da Silva
Diretores de Comunicação
Uma nova gestão
APRESENTAÇÃOLeonardo da SilvaRenato Françoso Filho
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É preciso lutar sempreHá anos, problemas muito conhecidos dos cidadãos afetam nega-
tivamente a medicina e a saúde do Brasil. São males que persistem, adespeito da indignação e das constantes denúncias de médicos, deoutros profissionais de saúde e de pacientes.
Temos contrastes típicos de países subdesenvolvidos, como o financia-mento insuficiente da rede pública, a gestão muitas vezes inadequada, osabusos de operadoras de saúde contra pacientes e médicos. Enfrentamosainda outras distorções graves, como a abertura indiscriminada de faculda-des de medicina e a manutenção de muitas sem condições de funciona-mento, a falta de vagas de residência médica, a inexistência de um plano decargo, carreira e salário descentes, além dos honorários incrivelmente vis.
Pior de tudo é que essas mazelas vêm acompanhadas da gulatributária do governo federal, que não se cansa de aumentar e inven-tar tributos. O resultado, todos sabemos bem: saúde com poucaresolutividade, gastos desnecessários, crescimento de processoséticos profissionais, dificuldades de acesso e insatisfação de pacientese profissionais de saúde, que ainda sofrem com a perda de autono-mia e a dificuldade para a atualização científica.
Tocar nessas questões parece um pesadelo recorrente. Estamossempre denunciando, exigindo mudanças, mas as transformaçõessão extremamente mais lentas do que gostaríamos e necessitamos.É um ritmo que, muitas vezes, cria um certo desânimo entre médi-cos, profissionais de saúde, pacientes, órgãos de defesa do consumi-dores os gestores que se prezam.
É verdade que melhorias ocorrem, como aprovação em primeira ins-tância da CBHPM, as comissões e projetos de lei para controlar a aberturade faculdades de medicina sem condições de funcionamento, a aprovaçãoparcial da lei do ato médico e avanços lentos da regulação dos planos desaúde e a negativa da validação automática dos médicos cubanos.
O problema, friso novamente, é que tudo é muito lento e pelametade. Cabe então a indagação: o que fazer para a nossa crescenteeconomia se tornar mais justa e para priorizar as áreas sociais, comosaúde e educação?
Como também já falamos anteriormente, o caminho é a amplaconscientização de toda a população e uma ação conjunta, de formapersistente, para convencer nossos legisladores e gestores. Uma pres-são do bem, a exemplo do que acontece nos países desenvolvidos.
No Congresso Panamericano de Trauma, ocorrido em Campinasde 18 a 22 de novembro, tivemos diversos contatos com colegasmédicos brasileiros, trabalhando e vivendo na América do Norte, emédicos estrangeiros da Europa e América do Norte. Ficou evidentenos debates, que as grandes diferenças não estão no acesso às infor-mações e na competência do médico brasileiro, que felizmente seencontra bem conceituado. A diferença está no investimento, naorganização do sistema de saúde, na seriedade na educação, na valo-rização dos profissionais.
Neste início de uma nova gestão na APM, peço a todos os associadospara interagir conosco na luta por mudanças já. É mister alterar o perfil dasaúde no Brasil imediatamente, definindo claramente nossas bandeiras.
Iniciamos, há um mês, aproximadamente, o programa de TV daAPM, o Ação Saúde, na Rede Vida. Visa levar as melhores informa-ções sobre o setor para a população e, principalmente, fortalecernossas ações. Será certamente mais uma ferramenta para mudanças.
Temos, enfim, de assumir integralmente o papel fundamental einsubstituível de cada entidade médica, contando com o apoio deinstituições parceiras, para mobilizar e levar a sociedade a conquistas.Vamos em frente. Que a nova gestão seja brilhante e traga bonsfrutos a todo o sistema associativo.
DIRETORIA ELEITA - DIRETORIA 2008-2011Presidente: Jorge Carlos Machado Curi1º Vice-presidente: Florisval Meinão2º Vice-presidente: Paulo de Conti3º Vice-presidente: Donaldo Cerci da Cunha4º Vice-presidente: Roberto Lotfi JúniorSecretário Geral: Ruy Yukimatsu Tanigawa1º Secretário: Paulo Cezar Mariani
DIRETORESAdministrativo: Akira Ishida; AdministrativoAdjunto; João Carlos Sanches Anéas; 1ºPatrimônio e Finanças: Murilo RezendeMelo; 2º Patrimônio e Finanças: ClóvisFrancisco Constantino; Científico: ÁlvaroNagib Atallah; Científico Adjunto: PauloManuel Pêgo Fernandes; DefesaProfissional: Tomas Patrício Smith-Howard;Defesa Profissional Adjunto: Jarbas Simas;Comunicações: Renato Françoso Filho;Comunicações Adjunto: Leonardo da Silva;Marketing: Nicolau D´Amico Filho;Marketing Adjunto: Wilson OlegárioCampagnone; Eventos: Lacildes RovellaJúnior; Eventos Adjunta: Mara Edwirges
Distrital: Delcides Zucon; 2º DiretorDistrital: Arnaldo Duarte Lourenço; 3ªDiretora Distrital: Silvana Maria F.Morandini; 4º Diretor Distrital: João MarcioGarcia; 5º Diretor Distrital: José Renato dosSantos; 6º Diretor Distrital: Luís FernandoPeixe; 7º Diretor Distrital: Noé Luiz Mendesde Marchi; 8ª Diretora Distrital: ReginaMaria Volpato Bedone; 9ª Diretora Distrital:Margarete de Assis Lemos; 10º DiretorDistrital: Ademar Anzai; 11º DiretorDistrital: Carlos Chadi; 12º DiretorDistrital: Luís Eduardo Andreossi; 13º DiretorDistrital: Marco Antônio Teixeira Corrêa; 14ºDiretor Distrital: Antonio Amauri Groppo
CONSELHO FISCALTitulares: Carlos Alberto Monte Gobbo, ÊnioLuiz Tenório Perrone, Haino Burmester, HélioAlves de Souza Lima, Ieda Therezinha doNascimento Verreschi. Suplentes: Caio FábioCâmara Figliulo, João Sampaio de AlmeidaPrado, José Carlos Lorenzato, Luciano RabelloCirillo, Nadjanara Dorna Bueno.
Rocha Gândara; Tecnologia de Informação: RonaldoPerches Queiroz; Tecnologia de Informação Adjunto:Ivo Carelli Filho; Previdência e Mutualismo: Alfredode Freitas Santos Filho; Previdência e MutualismoAdjunta: Maria das Graças Souto; Social: NelsonÁlvares Cruz Filho; Social Adjunto: Antonio IsmarMarçal Menezes; Ações Comunitárias: YvonneCapuano; Ações Comunitárias Adjunto: Roberto deMello; Cultural: Ivan de Melo Araújo; CulturalAdjunto: Guido Arturo Palomba; Serviços aosAssociados: Paulo Tadeu Falanghe; Serviços aosAssociados Adjunto: Cristião Fernando Rosas;Economia Médica: José Antonio de Lima; EconomiaMédica Adjunto: Helder de Rizzo Da Matta; 1º Diretor
Associação Paulista de MedicinaFiliada à Associação Médica Brasileira
SEDE SOCIAL:Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278 – CEP 01318-901
São Paulo – SP – Fones: (011) 3188-4200/3188-4300
EDITORIAL
Jorge Carlos Machado CuriPRESIDENTE DA APM
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COMUNICAÇÕES
Jorge Curi, presidente da APM, entrevista convidados
Foto: Osmar Bustos
Associação Paulista de Medi-
cina (APM) estreita ainda mais
sua relação com a população do País.
No mês do médico, outubro, lançou a
produção Ação Saúde, na Rede Vida de
Televisão. O programa trata das princi-
pais questões da saúde e é feito por
quem de fato entende do assunto: os
médicos. O âncora é o presidente da
APM, Jorge Carlos Machado Curi.
A meta é transformar a entidade numa
referência para o debate das principais
questões da medicina e da ciência. O
Ação Saúde discute temas de relevância
para a formação de uma consciência crí-
tica e para fomentar a participação da
comunidade nos destinos da saúde.
O programa de estréia, no dia 22 de
outubro, teve como convidados o presi-
dente da Associação Médica Brasileira
(AMB), José Luiz Gomes do Amaral, e
Programa
próprio teve
estréia dia 22
de outubro, na Rede Vida
Dengue
3 de dezembro
Convidados: Marcos Boulos eAfonso Viviani Jr.Entrevistado: Marcelo Burattini
Atividade Física e Morte Súbita
10 de dezembro
Convidados: Nabil Ghorayeb e Mar-cio Jansen de Oliveira FigueiredoEntrevistados: José Carlos de Aqui-no Sanchez e Martino Martinelli
AÇÃOSAÚDEAssociação Paulista de Medicina
4ª feiras, às 20h30Rede Vida de TelevisãoCanais: 34 na TV aberta; 26 na NET;73 na TVA; Canal 21 na Sky; 221na Direct TV; 3 na TEC SAT; ou aovivo no site: www.redevida.com.br
Temas já previstospara dezembro
o ex-presidente Eleuses Paiva. Nos me-
ses de outubro e novembro, foram ao ar
discussões sobre HPV, HIV, Alimenta-
ção Saudável, Álcool e Trânsito.
“É uma produção voltada para o pú-
blico em geral, e é uma prestação de ser-
viço da entidade junto à sociedade”,
destaca Jorge Curi. “Queremos ficar
cada vez mais próximos dos cidadãos,
pois só assim daremos conta de vencer
os grandes desafios da saúde no país”. �
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Jorge Curi assina o termo de posse como presidente da entidadeNovos diretores e delegados lotam o anfiteatro da APM
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Diretoria é empossada
MANDATO
a manhã do dia 8 de novem-
bro, estiveram reunidos, no au-
ditório nobre da Associação Paulista de
Medicina, os novos delegados da capi-
tal e interior paulista, assim como os
novos diretores regionais e executivos
da entidade.
Durante a Assembléia Ordinária de
Delegados, foram empossados oficial-
mente os novos dirigentes da APM
Assembléia de Delegados dá posse a diretores para o triênio 2008/2011
Ricardo Balego para o triênio 2008/2011, encabeça-
dos pelo presidente reeleito, Jorge
Carlos Machado Curi. “É uma res-
ponsabilidade muito grande fazer par-
te da APM. Nós estamos empolgados
com essa dedicação de vocês à causa
associativa”, declarou.
O presidente da Associação Médi-
ca Brasileira e ex-presidente da APM,
José Luiz Gomes do Amaral, também
fez questão de fazer uma retrospecti-
va da entidade. “Eu tenho acompa-
nhado, de uma posição privilegiada,
a evolução da APM e o desempenho
das gestões da Associação tem melho-
rado ano a ano”, atestou.
Durante o encontro, ainda, foram
apresentados e aprovados as contas
da gestão anterior e o orçamento, as-
sim como foram discutidas deman-
das de origem administrativa,
patrimonial e outros pontos previs-
tos no estatuto associativo.
A nova diretoria da APM foi eleita
no final de agosto, figurando como
chapa única. �
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Presidente
JORGE CARLOS MACHADO CURI
1º Vice-presidente
FLORISVAL MEINÃO
2º Vice-presidente
PAULO DE CONTI
3º Vice-presidente
DONALDO CERCI DA CUNHA
4º Vice-presidente
ROBERTO LOTFI JÚNIOR
Secretário Geral
RUY YUKIMATSU TANIGAWA
1º Secretário
PAULO CEZAR MARIANI
Diretor Administrativo
AKIRA ISHIDA
Diretor Administrativo Adjunto
JOÃO CARLOS SANCHES ANÉAS
1º Diretor de Patrimônio e Finanças
MURILO REZENDE MELO
2º Diretor de Patrimônio e Finanças
CLÓVIS FRANCISCO CONSTANTINO
Diretor Científico
ÁLVARO NAGIB ATALLAH
Diretor Científico Adjunto
PAULO MANUEL PÊGO FERNANDES
Diretor de Defesa Profissional
TOMAS PATRÍCIO SMITH-HOWARD
Diretor de Defesa Profissional Adjunto
JARBAS SIMAS
Diretor de Comunicações
RENATO FRANÇOSO FILHO
Diretor de Comunicações Adjunto
LEONARDO DA SILVA
Diretor de Marketing
NICOLAU D´AMICO FILHO
Diretor de Marketing Adjunto
WILSON OLEGÁRIO CAMPAGNONE
Diretor de Eventos
LACILDES ROVELLA JÚNIOR
Diretora de Eventos Adjunta
MARA EDWIRGES ROCHA GÂNDARA
Diretor de Tecnologia de Informação
RONALDO PERCHES QUEIROZ
Diretor de Tecnologia de Informação Adjunto
IVO CARELLI FILHO
Diretor de Previdência e Mutualismo
ALFREDO DE FREITAS SANTOS FILHO
Diretora de Previdência e Mutualismo Adjunta
MARIA DAS GRAÇAS SOUTO
Diretor Social
NELSON ÁLVARES CRUZ FILHO
Diretor Social Adjunto
ANTONIO ISMAR MARÇAL MENEZES
Diretora de Ações Comunitárias
YVONNE CAPUANO
Diretor de Ações Comunitárias Adjunto
ROBERTO DE MELLO
Diretor Cultural
IVAN DE MELO ARAÚJO
Diretor Cultural Adjunto
GUIDO ARTURO PALOMBA
Diretor de Serviços aos Associados
PAULO TADEU FALANGHE
Diretor de Serviços aos Associados Adjunto
CRISTIÃO FERNANDO ROSAS
Diretor de Economia Médica
JOSÉ ANTONIO DE LIMA
Diretor de Economia Médica Adjunto
HELDER DE RIZZO DA MATTA
1º Diretor Distrital
DELCIDES ZUCON
2º Diretor Distrital
ARNALDO DUARTE LOURENÇO
3ª Diretora Distrital
SILVANA MARIA F. MORANDINI
4º Diretor Distrital
JOÃO MARCIO GARCIA
5º Diretor Distrital
JOSÉ RENATO DOS SANTOS
6º Diretor Distrital
LUÍS FERNANDO PEIXE
7º Diretor Distrital
NOÉ LUIZ MENDES DE MARCHI
8ª Diretora Distrital
REGINA MARIA VOLPATO BEDONE
9ª Diretora Distrital
MARGARETE DE ASSIS LEMOS
10º Diretor Distrital
ADEMAR ANZAI
11º Diretor Distrital
CARLOS CHADI
12º Diretor Distrital
LUÍS EDUARDO ANDREOSSI
13º Diretor Distrital
MARCO ANTÔNIO TEIXEIRA CORRÊA
14º Diretor Distrital
ANTONIO AMAURI GROPPO
Confira a relação completa de di-
retores executivos, distritais e de-
legados no site www.apm.org.br
Composição da Diretoria da APM para a gestão 2008/2011
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Paula Bianca
Luciana Oncken
tabagismo é o assunto da vez,
está na agenda da mídia todos
os dias. Se antes se falava mais dos
riscos do cigarro para quem fuma,
hoje o tema é o risco do tabagismo
para o fumante passivo, que veio à
tona com a possibilidade de apro-
vação de uma lei (veja mais
adiante) mais rígida que
proíbe o fumo em locais
fechados e acaba com
Onde háfumaça...
Ela passeia pelos ambientes. Sorrateiramente, vai se
aproximando, entra pelas vias aéreas e invade pulmões.
Não escolhe vítimas, expõe a sérios riscos todos que
entram em contato contínuo com ela
os chamados fumódromos, áreas reser-
vadas a fumantes em estabelecimen-
tos públicos e privados. Com o mote
“qualquer ambiente fechado é
pequeno demais para o cigarro”,
a campanha da organização não-governa-
mental Aliança de Controle do Tabagismo,
que a Associação Paulista de Medicina
(APM) apóia, influencia ações nesse senti-
do e pressiona para a aprovação da lei.
Apesar da recente avalanche de in-
formações sobre o assunto, não é de
hoje que a Organização Mundial da
Saúde (OMS) alerta sobre os males do
cigarro para o fumante passivo. A pri-
meira campanha do órgão nessa dire-
ção foi apresentada em 1986. Segundo
a OMS, o tabagismo passivo é a tercei-
ra causa passível de prevenção de óbi-
to, precedida pelo tabagismo ativo,
hábitos alimentares e seguida, em quar-
to lugar, pelo alcoolismo.
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O Instituto Nacional de Controle
do Câncer (INCA) apresentou o pri-
meiro estudo nacional sobre o fumo
passivo, intitulado o “Impacto do Cus-
to de Doenças relacionadas com o
tabagismo passivo no Brasil”. Tra-
ta-se de uma pesquisa econômi-
ca encomendada
pelo INCA à Uni-
versidade Federal
do Rio de Janeiro
(UFRJ), divulgada em 29 de outubro.
O resultado: 2.655 pessoas morrem
anualmente, no País, em decorrência do ta-
baco - sem nunca ter colocado um só cigarro
na boca, em conseqüência de doenças isqu-
êmicas do coração, principalmente infarto,
acidente vascular cerebral e câncer de pulmão - as
três principais doenças relacionadas ao fumo. Des-
se total, cerca de 60% são mulheres.O estudo também mostra que o
governo gasta R$ 37 milhões por
ano com tratamentos de saúde e
pensões pagas pela morte de ví-
timas de doenças provocadas
pelo tabagismo passivo. Dos R$
37 milhões, R$ 19 milhões referem-
se aos gastos do Sistema Único de Saú-
de (SUS) e R$ 18 milhões são pagos
pelo Instituto Nacional do Seguro So-
cial (INSS). O gasto se explica por-
que, se comparada a uma pessoa que
não tem contato nenhum com a fuma-
ça de cigarro, o fumante passivo tem
30% a mais de chance de morrer por
câncer de pulmão, 25% a mais por aci-
dente vascular cerebral e por infarto
do miocárdio. “O fumante passivo
corre risco maior de sofrer infarto, se
comparado a uma pessoa que não tem
nenhum contato com a fumaça de ci-
garro”, lembra Luiz Antônio Macha-
do Cesar, da Socesp.
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Campanha: “Você não fuma o cigarro.É o cigarro que fuma você”
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Na classe trabalhadora, funcioná-
rios de bares, restaurantes, boates e
hotéis são os que mais sofrem as con-
seqüências do fumo passivo. Conse-
qüências essas comprovadas por
pesquisas. Uma delas, publicada em
2006, na revista Medicina Clínica, de
Barcelona, na Espanha, aponta que o
risco de mortalidade por câncer de
pulmão associado com a exposição
ambiental de tabaco foi de 145 mor-
tes por 100 mil trabalhadores da área
de hospitalidade. Em cafeterias de
hospitais, por exemplo, onde a expo-
sição à fumaça de cigarro é bem me-
nor, a mortalidade por câncer de
pulmão foi de 22 por 100 mil. Já entre
os trabalhadores de discotecas, onde
há muito mais exposição, foi de 1.733
mortes por 100 mil trabalhadores.
A conclusão da pesquisa: “os traba-
lhadores do setor de hospitalidade são
expostos a níveis muito elevados de fu-
maça ambiental de tabaco e por isso têm
um risco muito elevado de morte por
câncer de pulmão. Esses dados confir-
mam que medidas de controle da fu-
maça ambiental de tabaco são
necessárias para proteger os trabalha-
dores do setor de hospitalidade.”
Pela força da leiNo Brasil, o controle proposto pela
regulamentação nacional - a Lei n.º
9.294, de 1996, não é suficiente, por-
que não protege essas pessoas que, pela
atividade profissional, são obrigadas a
conviver com a fumaça do cigarro. A
lei em vigor proíbe o uso de cigarros,
cigarrilhas, charutos, cachimbos, ou de
qualquer outro produto fumígeno deri-
vado do tabaco, em recinto coletivo,
Funcionários de lanchonetes são os fumantes passivos que mais sofrem
Foto: Thaís Ribeiro
privado ou público, tais como repartições públicas,
hospitais, salas de aula, bibliotecas, ambientes de tra-
balho, teatros e cinemas, exceto em fumódromos.
Outro problema apontado pela socióloga Paula
Johns, diretora-executiva da Aliança de Controle
do Tabagismo (ACT), é que a regulamentação não
é devidamente respeitada por não ser clara e
objetiva. “A lei vigente dá brechas para dife-
rentes interpretações, gerando uma confusão
que vem sendo alimentada pela indústria do
tabaco. Por isso, estamos batalhando pela
aprovação do projeto de lei que proíbe totalmente o
fumo em ambientes fechados”, diz Paula, referindo-se
ao PL 577/2008 que, segundo a ACT, atende perfeita-
mente à Constituição Federal.
Apresentado à Assembléia Legislativa do Estado
de São Paulo, no final de agosto, o projeto também
está de acordo com as diretrizes da Convenção-
Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), ra-
tificada pelo Brasil, que sugere a adoção de
medidas eficazes de proteção contra a exposi-
ção à fumaça do tabaco, como os espaços 100%
livres de fumo. “Temos que acabar de uma vez
por todas com essa história [referindo-se aos
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O cerco aos fumantes está em todos os lugares
espaços reservados para fumantes];
quem quiser fumar, que vá para o lado
de fora. Dividir um ambiente fechado
entre fumantes e não-fumantes é como
delimitar em uma piscina áreas onde é
permitido urinar”, ironiza. “Lugar fe-
chado não é para fumante”, concorda
o vice-presidente da Socesp.
Se for aprovado, o projeto de lei vai
proibir o fumo em bares, boates, restau-
rantes, hotéis, áreas comuns de condo-
mínios, shoppings, hospitais, igrejas e
táxis, com multas pesadas para o estabe-
lecimento que descumprir a legislação.
Antecipando-se à lei, o Instituto Cen-
tral do Hospital das Clínicas da Facul-
dade de Medicina da Universidade de
São Paulo divulgou, no final de outu-
bro, que funcionários e pacientes não
poderão mais fumar nas dependências
da unidade, incluindo-se aí os jardins,
fumódromos e varandas. “O profissio-
nal que for flagrado fumando nas áreas
proibidas será advertido verbalmente.
Na reincidência, ele receberá advertên-
cia por escrito. Se mesmo assim per-
sistir no erro, será suspenso”, diz o
comunicado. Segundo a instituição, a
abordagem será feita pelas equipes de
segurança, treinadas e capacitadas para
orientar e coibir o uso do cigarro nas
dependências do hospital. E tem mais,
a partir de 2009, acabam-se as adver-
tências. O profissional que fumar será
suspenso no ato da infração. Há outras
intervenções interessantes relacio-
nadas aos pacientes fumantes.
Com a aprovação do pro-
jeto de lei em todo o Es-
tado de São Paulo, não
serão permitidos nem
mesmo os espaços se-
parados que atualmente restaurantes e
bares reservam aos fumantes. Dessa
forma, o cigarro só ficará liberado ao
ar livre e dentro de casa. “A restrição
do tabaco em ambientes fechados de
“Com esse projeto, estamos pro-
tegendo, em especial, a saúde do tra-
balhador, que não tem a escolha de
estar ou não em um ambiente onde
se fuma”, defende Paula Johns.
uso coletivo é uma tendência mun-
dial. A fumaça do cigarro não res-
peita fronteiras, e já está comprovado
que os fumódromos não são eficazes
no isolamento dos poluentes”, afir-
ma o Secretário Estadual da Saúde,
Luiz Roberto Barradas. “É uma ques-
tão de mudança de hábitos, que só
trará benefícios às pessoas, inclusi-
ve aos fumantes porque, com a res-
trição, a tendência é que as pessoas
fumem menos (leia Box “Boa Influ-
ência”, na página 15)”, completa
Luiz Roberto Barradas.
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A proibição conta com o apoio da
população paulista. Uma pesquisa
nacional feita pelo Datafolha, em se-
tembro passado, mostra que 81% dos
entrevistados são favoráveis à proibi-
ção do fumo em ambientes coletivos
fechados. O aumento do rigor contra
o cigarro é defendido até mesmo pe-
las pessoas que afirmam “fumar ci-
garros, mesmo que de vez em
quando”. Desse grupo, 64% apóiam
a proposta. Entre os não-fumantes,
86% aprovam a idéia.
A Associação Paulista de Medicina
(APM) engrossa o grupo de apoio ao
projeto de lei.
“A lei é muito justa”, concorda o
pneumologista José Eduardo Delfi-
ne Cançado, presidente da Sociedade
“Somos amplamente a favor da lei, porque
já estão mais do que comprovados os malefí-
cios do tabagismo. A proibição do fumo em
ambientes fechados é uma tendência no mun-
do inteiro. No Brasil, precisamos de leis mais
rígidas e temos que fazer com que elas sejam
cumpridas, com fiscalização, penalidades e
com a ampla proibição das propagandas pu-
blicitárias”, enfatiza o presidente da entidade, Jorge Carlos Machado Curi.
acho que deveria haver um projeto mais
amplo, que envolva desde os produto-
res de tabaco até as grandes indústrias.
Poderia ser dado, por exemplo, outro
emprego para os produtores, lavrado-
res. Isso seria um bom começo”, destaca
Machado Cesar.
Paulista de Pneumologia (SPPT). “Afi-
nal, não é certo expor uma pessoa que
não escolheu fumar a mais de 4.700
substâncias tóxicas”, completa.
O vice-presidente da Socesp vai ain-
da mais longe. Para ele, é preciso che-
gar à raiz do problema. “Na verdade,
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Menos fumaça, mais saúde
O New England Journal of Medicine publicou,
no final de julho, um estudo demonstrando a redu-
ção no número total de hospitalizações por sín-
drome coronariana aguda depois da entrada em
vigor de legislação proibindo o fumo em espaços
públicos na Escócia, ocorrida em março de 2006.
Foram estudados os hospitais que representam
64% de internações pela doença na Escócia, que
tem uma população de 5,1 milhões de habitantes.
Os números mostram que as admissões por sín-
drome coronariana aguda diminuíram de 3.235
para 2.684, ou seja, 17%. No período anterior à
legislação, a redução das internações foi de apenas
3% na Escócia. Mesmo entre fumantes, houve
uma redução de 14% no número de internações
por síndrome coronariana aguda e de 19% entre
ex-fumantes. A queda foi ainda mais significativa
para pessoas que nunca fumaram: 21%.
Boa influência
Em 2007, foi a vez de a Grã-Bretanha adotar a lei
que proíbe o fumo em locais fechados. A boa notícia
é que a lei vem aumentando consideravelmente o
número de pessoas que estão abandonando o cigar-
ro. Um estudo, financiado pelo Cancer Research UK,
uma instituição beneficente de fomento à pesquisa
sobre o câncer, estimou que cerca de 400 mil pessoas
deixaram de fumar após a lei ter entrado em vigor, o
que representaria, segundo os pesquisadores, salvar
40 mil vidas nos próximos dez anos. O estudo ava-
liou o comportamento de 32 mil pessoas e descobriu
que 5,5% dessas pessoas pararam de fumar nos nove
meses após à proibição, em comparação a 1,6% que
haviam abandonado o vício nos nove meses anterio-
res a proibição. “Os resultados mostram que as leis
anti-fumo animaram os fumantes a deixar o hábito.
Essas leis estão salvando vidas”, destacou o presi-
dente da instituição, Jean King.
Irlanda
Primeiro país do mundo a aprovar uma lei nacional de bani-mento do fumo, em 2004.Argentina
Não há lei nacional de proibição do fumo. Desde 2006, emBuenos Aires, é proibido fumar em ambientes fechados.China continental
Em maio deste ano, foi proibido o fumo em escolas, hospitaise instalações oficiais. Hotéis, restaurantes e bares devem terárea de fumantes separada. Contudo, a cultura do fumo aindaé bem aceita: nos casamentos chineses, cigarros são distribu-ídos aos convidados como símbolo de prosperidade.Espanha
É proibido fumar em ambientes fechados. Cigarros só sãovendidos em lojas especializadas.Estados Unidos
Têm leis que se diferenciam, dependendo do estado ou da cidade.28 estados têm leis que restringem o fumo em locais de trabalho,bares ou restaurantes. 380 municípios têm leis similares, de umtotal de 2.883 cidades com leis de restrição ao fumo.França
Desde fevereiro de 2007 é proibido fumar em lugares fechadosem todo o país. Alguns estabelecimentos podem ter área de fu-mantes, mas, nesses espaços, não pode haver entregas. Ou seja,em um café não haverá serviço de garçom na área de fumantes.Japão
Não tem proibição nacional do fumo. Há banimentos pontuais,como em táxis, trens e estações, além de alguns prédios públi-cos. Tóquio e Kyoto têm ruas em que é proibido fumar, commultas que vão de 2 mil a 20 mil ienes (R$ 34,90 a R$ 349).Turquia
O país, um dos mais fumantes da Europa, aprovou lei queproíbe o fumo nos lugares fechados, que entrou em vigor emmaio. É permitida a criação de área de fumantes, desde quesinalizada e seguindo normas de ventilação.
No mundo
Um terço da população mundial adulta, ou 1,2 bilhão de pes-soas (entre as quais 200 milhões de mulheres), é fumante, deacordo com a OMS. No Brasil, são 33 milhões de tabagistas.Grande parte dos países vem desenvolvendo ações para ocontrole do tabaco, em diversos âmbitos: saúde, educação,meio ambiente, legislação, economia e direitos humanos, comfoco nos direitos da criança e da mulher, público-alvo prefe-rencial da indústria do tabaco. Veja a seguir como são as leisantitabagismo em outros países:
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O outro ladoClaro que leis e medidas proibitórias
não vão acabar com a doença da noite
para o dia. Como aponta o psiquiatra e
psicoterapeuta, Wimer Bottura Júnior,
mais do que aceitar regulamentações,
o fumante precisa aprender a conviver
com sua própria carência.
Fumantes vêem no cigarro seu único companheiro
Para a psiquiatra Célia Lídia da Cos-
ta, coordenadora do GAT - Grupo de
Apoio ao Tabagista, do Hospital A.C.
Camargo, ações como o aumento de
impostos sobre os cigarros alteram
bastante os hábitos de consumo, mas a
verdadeira solução está na educação.
“Noventa por cento das pessoas come-
çam a fumar antes dos 18 anos, por
influência de amigos, fumantes na fa-
mília ou mesmo para adotar uma pos-
tura transgressora, para se mostrarem
contra os ditos padrões da sociedade.
Por isso, a educação antitabagista de-
sempenha um papel tão importante”,
destaca Célia Lídia.
PropagandaEducar sobre o tabagismo é também
lutar contra o marketing dos gigantes
da indústria do tabaco. O INCA alerta,
em sua página dedicada ao combate ao
fumo, sobre as estratégias dessas em-
presas junto ao público jovem. Arqui-
vos secretos das grandes transacionais
da indústria do fumo, que vieram à tona
a partir uma ação judicial movida por
estados norte-americanos contra elas,
revela que o mercado vê no jovem a ex-
pansão de suas vendas e a garantia de lu-
cros. Neles, crianças e jovens são
descritos como “reservas de abasteci-
mento” e um dos principais alvos estra-
tégicos. A regra é tornar a pessoa
dependente ainda cedo. “Seduzir o jo-
vem faz parte de uma estratégia adota-
da por todas as companhias de tabaco,
visando reabastecer as fileiras daque-
les que deixam de fumar ou morrem,
por outros consumidores que serão
“Cerca de 60%
dos fumantes
são portadores
de algum tipo
de depressão e
vêem no cigarro
o seu único e
verdadeiro
companheiro”
Há 28 anos, Bottura pesquisa sobre o
tabagismo, suas razões e conseqüênci-
as. Uma das suas descobertas revela a
relação entre alguns estados psíquicos
e o ato de fumar. “A angústia e a ansie-
dade tornam a respiração superficial.
Desta forma, para o fumante, o cigarro
é a única forma de respirar profunda-
mente”, constata. Em seu livro “Viva
o fumante, abaixo o cigarro”, o médico
também fala dos fatores sociais que le-
vam uma pessoa a fumar, como a famí-
lia, os amigos e a publicidade. Contudo,
para ele, o hábito de fumar pode ser de-
finido apenas com uma frase:
“é uma tentativa infelizde suprir uma carência”
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ANTI-PROPAGANDA
aqueles regulares de amanhã”, consi-
dera um dos boletins no INCA.
No Brasil, ficou mais difícil seduzir
o público a partir do momento em que
se proibiu a propaganda de cigarro, em
2000. Pelo menos em nosso país, o mun-
do de Malboro cada vez mais vem se
tornando coisa do passado. O Free Jazz
Festival já não existe mais, não que o
evento fosse ruim, longe disso, era uma
grande oportunidade de ouvir música
das boas, mas a que preço? Também já
não vemos mais estampado nos carros
de Fórmula 1 os símbolos das grandes
empresas de tabaco. E ter sucesso já não
é mais consumir um maço de cigarros
Hollywood, mas conseguir abandoná-
lo. O que era chamado de “um raro pra-
zer” cada vez mais vem se mostrando
um péssimo hábito. Hoje, tal publicida-
de está confinada aos pontos de venda.
A proibição da propaganda de cigar-
ros, no Brasil, representa um avanço
que pode ser medido em resultados. Em
1989, a população brasileira de fuman-
tes era de 32% - sendo 20% de homens
e 12% mulheres. Atualmente, esse nú-
mero caiu para 16,4%”. Para Célia Lí-
dia, do A.C. Camargo, essa queda
também tem relação direta com as cam-
panhas educativas de combate ao fumo
realizadas tanto por instituições públi-
cas, quanto por privadas.
Impostos x ConsumoCom base em dados fornecidos por
mais de 150 países, a OMS divulgou,
em seu “Informe sobre a Epidemia
Mundial de Tabaco 2008”, que a arre-
cadação fiscal com a venda de tabaco e
seus derivados no mundo supera em 500
vezes os gastos em programas de luta
contra o vício.
Na América Latina, Brasil e Vene-
zuela têm os orçamentos nacionais
mais altos para o controle do tabaco,
com cerca de US$ 4,6 milhões anuais
cada um, enquanto o menor correspon-
de ao Paraguai, com apenas US$
33.830. A Venezuela arrecada, com
impostos sobre cigarro, cerca de US$
634 milhões por ano e o Brasil, US$
1,1 bilhão. No caso do Paraguai, esse
item é de US$ 12 milhões.
No Chile, um dos líderes latino-
americanos em controles e proibições
do consumo, o orçamento para comba-
ter o tabagismo gira em torno de US$ 1
milhão, enquanto o fisco recebe US$
1,170 bilhão em impostos do setor e as
conseqüências sanitárias custam ao Es-
tado US$ 1,140 bilhão ao ano.
Na equipe dos mais permissivos, a
Argentina arrecada US$ 1,450 bi-
lhão, cerca de US$ 550 milhões a mais
do que o destinado ao seu programa de
controle do tabagismo. O Uruguai foi
reconhecido, pela OMS, como primeiro
As advertências sanitárias contidas nosmaços de cigarro fazem parte da estratégiade combate ao tabagismo. Além de alertarpara os riscos do tabagismo, a função dasadvertências, segundo os especialistas, é des-construir o apelo ao objeto de consumo.
Adotadas no Brasil desde 1988, foramintensificadas a partir de 2001, quandopassaram a ser ilustradas com fotos. Asimagens foram se tornando mais impac-tantes ao longo dos anos. Para 2009, foicriado um novo grupo de advertências,composto por 10 imagens, “buscando al-cançar na população-alvo uma reaçãoemocional negativa, de repulsa ao produ-to, seguindo o movimento adotado em outros países”, destaca o INCA.
A escolha das novas imagens mais impactantes foi embasada em três pontos:
• Estudos de Neurobiologia da Emoção sobre Imagens aversivas quepromovem repulsa;• Trabalhos científicos no campo do controle do tabaco; e• Imagens de advertência utilizadas em outros países, seguindo estamesma abordagem.
A seleção final ficou por conta de uma pesquisa realizada com 338 jovens (18a 24 anos), fumantes e não-fumantes. O resultado mostrou que as novas imagensforam consideradas mais aversivas em comparação com as anteriores.
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Além dos gastos com tratamen-
tos de doenças, o tabaco mata pes-
soas em fase produtiva, privando
as famílias de terem como se sus-
tentar e as nações de uma mão-de-
obra saudável. Os fumantes
também são menos produtivos en-
quanto vivos. Tais constatações
vêm chamando a atenção de em-
presas do mundo todo.
“Nos EUA, aproximadamente
50% das empresas já possuem pro-
gramas de educação e tratamento
ao tabagista. No Brasil, este núme-
ro não ultrapassa os 10%, porém
esta porcentagem já mostra o iní-
cio de um movimento positivo de
algumas empresas com relação ao
trabalho de conscientização de seus
funcionários”, informa a pneumo-
logista Camille Rodrigues da Sil-
va, da Avir Saúde Educação e
país das Américas e terceiro do mundo
a instaurar, em 2006, uma proibição de
fumar em locais fechados e áreas de tra-
balho, sem exceções.
O México obtém dos impostos
sobre tabaco US$ 2 bilhões ao ano,
mas gasta US$ 3 bilhões em progra-
mas de prevenção e para atender os
doentes. O imposto como porcenta-
gem do preço de venda dos cigarros
varia, na região, entre 70%, aplica-
dos no Uruguai e na Venezuela, e 2%
em São Vicente e Granadinas.
A OMS calcula que um aumento
adicional de 10% nos preços pode fa-
zer baixar o consumo em 4%. Se esse
aumento chegasse a 70% evitaria um
quarto dos 5,4 milhões de mortes
anuais associadas ao vício de fumar
no mundo.
Como defende a psiquiatra Célia Lí-
dia, só mesmo uma ação global, en-
volvendo todos os atores relacionados
ao tabaco, poderia amenizar os efeitos
negativos do cigarro. “Não adianta au-
mentar os impostos sobre o tabaco e
O papel das empresas
Tratamento do Tabagismo, colunista do
Jornal do PrevFumo (Grupo de Edu-
cação e Cessação do Tabagismo da
UNIFESP) e autora do livro “Apague
o Cigarro de Sua Vida”.
Em entrevista concedida à revista ci-
entífica Vigor – Movimento e Saúde, a
pneumologista afirma que a grande mai-
oria dos empresários brasileiros que in-
vestem na educação no combate ao
tabagismo é unânime ao descrever o
efeito positivo que este tipo de progra-
ma gera na empresa. “Vencer o cigarro
traz vitalidade e melhora a auto-estima
das pessoas, criando
um clima motivaci-
onal no ambiente
de trabalho. Este
clima contamina
positivamente o
ex-fumante que,
por sua vez, leva este
benefício aos colegas e posterior-
mente aos seus familiares no final
do dia”, diz Camille.
Empresas como TV Globo, As-
traZeneca do Brasil, Unimed, Sie-
mens, Johnson & Johnson,
Philips, SulAmérica, Natura e
Avon, entre outras, vêm investin-
do em projetos que valorizam a
saúde e a qualidade de vida de seus
funcionários, incluindo o comba-
te ao tabagismo. Tendo em vista a
dificuldade de se vencer o
tabagismo (entre os fu-
mantes que declaram
querer largar o ví-
cio, apenas 3% o
conseguem de fato),
o simples fato de
comprar essa briga
já faz de qualquer
companhia vitoriosa.
ser conivente com o contrabando; ou
ter medidas restritivas de propaganda
sem bani-las de uma vez por todas; ou
ainda aprovar leis sem que haja a im-
plantação sistemática de medidas de
saúde pública. Hoje em dia, mesmo
nos grandes centros de referência, as
vagas para tratamentos antitabagistas
são escassas, especialmente por falta
de remédio. O tabagismo é uma doen-
ça, e as medidas preventivas saem bem
mais barato que os tratamentos poste-
riores”, conclui a médica. �
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em milhões de mortes foram
causadas pelo tabaco, no século
XX; mais de um bilhão de pessoas po-
dem morrer, pela mesma causa, ainda
neste século. Os números, apresenta-
dos em um relatório divulgado em fe-
vereiro deste ano pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), apontam,
ainda, que “em 2030, o tabaco será res-
ponsável pela morte de oito milhões de
pessoas - 80% dessas mortes acontece-
rão nos países em desenvolvimento”.
CPaula Bianca
Maldo Século
Considerado a principal causa de
morte evitável do planeta, o
tabagismo tira a vida de cinco
milhões de pessoas ao ano em
todo o mundo – o que
corresponde a mais de 10 mil
mortes por dia, segundo dados da
Organização Mundial da Saúde
“Trata-se do mal do século”,
considera o presidente da Sociedade
de Cardiologia do Estado de São Pau-
lo (Socesp), Ari Timerman.
Segundo o levantamento, o uso do ta-
baco aumenta mais rapidamente nos pa-
íses em desenvolvimento, devido ao
crescimento estável da população, com-
binado às estratégias de marketing da
indústria do cigarro, resultando em mi-
lhões de novos viciados todos os anos,
principalmente entre os jovens.
Um recente estudo do Inca - Instituto
Nacional do Câncer - e do Instituto de
Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ,
revela que sete brasileiros morrem diari-
amente por causa de doenças ocasiona-
das pela exposição à fumaça do cigarro.
Os custos econômicos do uso de ta-
baco são igualmente devastadores e têm
causado uma perda líquida global de
US$ 200 bilhões por ano. De acordo
com a Secretaria Estadual de Saúde, o
Sistema Único de Saúde (SUS) gasta,
somente no Estado de São Paulo, R$ 92
milhões por ano com atendimento a
doenças provocadas pelo tabagismo, es-
pecialmente no tratamento dos mais
diversos tipos de câncer e problemas
cardíacos e circulatórios.
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Para o secretário, o tabagismo preo-
cupa não só por gerar um déficit enor-
me para a saúde pública. O sofrimento
decorrente das doenças causadas pelo
fumo também deixa os profissionais da
saúde alarmados. “Cânceres de pul-
mão, bexiga, laringe e esôfago, por
exemplo, são doenças muito graves li-
gadas ao tabagismo que fazem os paci-
entes sofrerem demais. As pessoas
definham, têm uma morte lenta e dolo-
rosa. Por isso, o combate ao cigarro pre-
cisa ser tão severo”, atesta.
“É um volume expressivo de re-
cursos, especialmente se levarmos
em conta que essas doenças podem
ser prevenidas. Com esse dinheiro,
poderíamos, por exemplo, ampli-
ar a aquisição de medicamentos
básicos para a população. Também
seria possível construir um novo
hospital público com cerca de 200
leitos”, afirma o secretário da Saú-
de do Estado de São Paulo, Luiz
Roberto Barradas.
Duras conseqüênciasComo é bastante divulgado, o cigar-
ro contém mais de 4.000 substânci-
as tóxicas, sendo que 40 delas são
comprovadamente cancerígenas. Pes-
quisas apontam que 50% de todos os
males do câncer poderiam ser preve-
nidos, se não fosse o cigarro. A cada
ano, no Brasil, o cigarro gera 200 mil
mortes por câncer.
“A pessoa que fuma tem em seu
organismo substâncias que poten-
cializam os malefícios de outros ti-
pos de câncer”, afirma Célia Lídia
da Costa, coordenadora do GAT -
Grupo de Apoio ao Tabagista, do
Hospital A.C. Camargo.
aumento de doenças vasculares peri-
féricas e cerebrais, como claudicação
intermitente e acidentes vasculares
cerebrais. Entre mulheres grávidas,
os estudos são ainda mais antigos e
relacionam o consumo de cigarro a
abortamento, natimortalidade, pre-
maturidade, deslocamento prematu-
ro de placenta, placenta prévia e
restrição do crescimento intra-uteri-
no. Faltas ao trabalho são mais co-
muns entre fumantes.
Um dado curioso, apontado em um
estudo publicado no New York State
Journal of Medicine, é que o hábito de
fumar é a principal causa de incêndios
nos Estados Unidos.
“Fumar faz mal e ponto. Só por este
motivo as pessoas já deveriam não
fumar”, ressalta o vice-presidente
da Sociedade de Cardiologia do
Estado de São Paulo, Luiz Antônio
Machado Cesar.
As mulheres são as mais atingidas: 60% delas morrem em decorrência do
tabagismo, uma vez que sofrem mais para largar o cigarro - elas apresentam o dobro
de ansiedade e depressão, se comparadas aos homens.
Outras doenças estão também rela-
cionadas ao tabagismo. Um estudo de-
nominado “The human cost of tobacco
use”, publicado em 1994, no New En-
gland Journal of Medicine, já aponta-
va o hábito como responsável pelo
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No auge da adolescência, quando
tudo é novo e atraente, é difícil se
imaginar à beira da morte por conta
do cigarro. Mas, infelizmente, os
males que parecem tão distantes da
imbatível juventude aproximam-se
de nós ao longo dos anos, mostran-
do que não somos assim tão invencí-
veis. Foi o que aconteceu com a dona
de casa Cleusa Maria da Silva Dreige,
de 58 anos. Ela fumou por 40 anos e
assume: o que começou por uma
brincadeira juvenil não tardou a se
tornar um vício.
“Fumei pela primeira vez aos 18
anos, simplesmente porque achava bo-
nito. Mas, sem perceber, em pouco
tempo, eu já estava completamente vi-
ciada”, lembra dona Cleusa. Durante
anos, nem mesmo os constantes pedi-
dos dos filhos e netos para que ela lar-
gasse o cigarro a fizeram parar de
fumar. Mas, há 3 meses, a dona de casa
não teve escolha; a vida falou mais alto.
Por conta de uma cirurgia para cor-
rigir uma deformação na aorta, ela
foi hospitalizada. No pós-cirúrgico,
com o sistema respiratório bastante
debilitado, dona Cleusa sofreu uma
Quando a vida fala mais alto
embolia pulmonar. Os médicos alerta-
ram a família: ela tinha somente 5% de
chance de sobreviver. Felizmente, seu
organismo reagiu muito bem ao trata-
mento médico e, em pouco mais de um
mês, ela já estava de volta pra casa.
“Nunca mais coloco um cigarro na
boca. Ainda tenho vontade de fumar, mas
brigo constantemente com essa vontade.
Estou muito melhor agora. Quem fuma
não sabe a maravilha de sentir o perfume
das roupas, o sabor das comidas, o chei-
ro das pessoas e da casa toda”.(PB)
Por aí, dá para se ter uma idéia dos custos diretos e indiretos do cigarro para a saúde dos
pacientes e para os cofres públicos. Considerando-se somente as internações por pro-
blemas cardiovasculares, pulmonares (exceto câncer de pulmão) e câncer (11 tipos
diferentes) por decorrência do tabagismo, o SUS gasta anualmente R$ 500
milhões em todo o país. Eliminar o hábito de fumar significa a prevenção de
90% dos casos de câncer de pulmão; de 85% dos óbitos por enfisema;
40% dos casos de AVC; 25% dos infartos de miocárdio. �
“Aos fumantes,
só posso dizer:
paremenquanto é tempo.
Porque os malespodem demorar,
mas eles vêm”
(Cleusa Maria da Silva Dreige)
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Revista da APM ouviu a re-
presentante do gabinete do
Ministério da Saúde para o Estado de
São Paulo, Nise Yamaguchi, que tam-
bém é coordenadora de Prevenção do
Câncer e Promoção de Saúde do Ins-
tituto do Câncer do Estado de São
APaula Bianca
A luta contra o
tabagismo
Revista da APM - Que tipos de
ações ou campanhas o Ministério
da Saúde vem articulando/
desenvolvendo em termos de ações
antitabagistas? Existe alguma nova
campanha sendo desenvolvida?
Nise Yamaguchi - O Ministério da
Saúde coordena um grupo de Minis-
térios, chamado CONIC, que tem a
função de implantar os princípios da
Convenção Quadro de Controle do
Tabagismo, da Organização Mundial
da Saúde, da qual o Brasil é signatário.
São necessárias medidas de diminui-
ção de contrabando, por exemplo, já
Paulo, Octavio Frias de Oliveira, sobre
as campanhas do Ministério a respeito
dos riscos do tabagismo e o impacto no
sistema de saúde. Nise reforça os temas
abordados nesta edição especial da Re-
vista da APM para o Controle do Taba-
gismo, apresentando o seu ponto-de-vista
sobre o fumo entre jovens e mulheres, a
propaganda do cigarro e o poder dos mé-
dicos para conter esta doença.
que o cigarro contrabandeado é muito
mais barato, torna o acesso maior e é mais
glamoroso. Nesta mesma direção, estão
os aumentos de impostos sobre o tabaco
e dos preços, que se colocam dentre as
medidas mais efetivas para a diminuição
do consumo. Estas medidas ainda estão
em estudos no Brasil. Devemos compre-
ender que existem muitos conflitos de in-
teresse, devido ao grande poderio
econômico envolvido nestes debates.
Revista da APM - A proibição da
propaganda de cigarro tem sido
suficiente?
Nise Yamaguchi - Apesar de a pro-
paganda ter sido proibida em veículos
de imprensa escrita e televisiva, ainda
existem muitas propagandas em pon-
tos de venda e estudos realizados com
crianças mostram que elas têm sido ex-
postas a estas peças publicitárias, que
estão cada vez mais atrativas. Um dos
grandes problemas, atualmente, é o
número de jovens que começa a fumar.
No Brasil, mais de 20% dos jovens fu-
mam, o que ainda é pouco quando com-
paramos com a China, onde este
número é maior do que 50%. Mas as
mulheres, por exemplo, que acabaram
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entrando para o mercado de trabalho,
vêm fumando em níveis iguais aos ho-
mens e estão passando a ter câncer de
pulmão, laringe, pâncreas, bexiga, an-
tes doenças mais masculinas. O uso de
Narguillé, comum em bares e em ro-
das de amigos, faz o jovem fumar o equi-
valente a mais de um maço de cigarros
por hora, segundo o Journal of Pedia-
trics, que caracteriza o tabagismo como
doença pediátrica, já que os jovens co-
meçam a fumar por volta dos 12 aos 14
anos de idade e já apresentam precoce-
mente os sinais do vício.
Revista da APM – E que tipo de
campanha tem sido feita para este
público?
Nise Yamaguchi – O Ministério da
Saúde e o INCA estão fazendo o progra-
ma de antitabagismo nas escolas, mas
muito precisa ser feito nesta área e, cer-
tamente, o apoio das especialidades mé-
dicas em muito pode contribuir para que
medidas mais efetivas sejam tomadas.
Revista da APM – Qual é a posição do
Ministério da Saúde diante do projeto de
lei apresentado em agosto último sobre a
total proibição do fumo em ambientes
fechados no Estado de São Paulo?
Nise Yamaguchi - O Ministério apóia
totalmente e, inclusive, enviou para a Pre-
sidência da República um projeto seme-
lhante, que ainda precisa ser assinado e
enviado para o Congresso. Nós reconhe-
cemos que o indivíduo que trabalha em
um ambiente de fumantes, como garçons
e atendentes de bar, fumam de 10 a 14
cigarros por turno de trabalho, passiva-
mente, e isto causa doenças graves. Tam-
bém, à medida que se restringem os
ambientes nos quais as pessoas podem
fumar, diminui o consumo drasticamen-
te. O objetivo não é o patrulhamento ide-
ológico, mas a proteção dos não fumantes
e um processo educativo dos fumantes,
para que sejam estimulados a pararem de
fumar. Devemos compreender que o ta-
bagismo é uma doença, e como tal, deve
ser tratada. Ela causa mais de 50 outras
doenças e o custo para o Sistema de Saú-
de, seja ele público ou suplementar, é as-
tronômico. Agora, o custo de uma vida,
de um pai ou mãe de família, não tem
preço. Além disto, viver com deficiênci-
as que seriam passíveis de prevenção, sem
qualidade de vida, é um ônus para o indi-
víduo, para a família e para a sociedade.
Revista da APM - Como médica e
oncologista, qual solução acredita ser
verdadeiramente eficaz no combate
ao fumo?
Nise Yamaguchi - Acho que devemos,
como profissionais de saúde, nos envol-
ver mais no controle do tabagismo. Pre-
cisamos nos educar, sabermos as
medidas efetivas de prevenção e de ces-
sação do tabagismo, orientando os nos-
sos pacientes adequadamente. Não
devemos subestimar o poder de persua-
são do médico e o seu poder político de
mudar a história. Acompanhando as
nossas lutas de classe, sei do poder de
uma classe médica unida e combativa.
Fizemos isto pela aprovação da Con-
venção Quadro de Controle do Taba-
gismo da OMS e podemos fazer, de
novo, na implantação de todas as me-
didas, de acordo com o setor chama-
do de Free Tobacco Initiative da
OMS, que deseja um mundo livre de
tabaco, mesmo que seja para aqueles
que conseguirem sobreviver aos des-
mandos ecológicos, econômicos e so-
ciais de um mundo onde a busca pelo
lucro, como o da indústria do tabaco,
sobrepuja, em muito, a capacidade
organizacional de pequenos núcleos
dentro dos governos e da sociedade
civil organizada. Entretanto, precisa-
mos reconhecer a força de mudança
de um indivíduo, seja aquele que dei-
xa de fumar e pode dar o seu exemplo,
seja ele um profissional de saúde mo-
tivado e empenhado nesta campanha
de controle do tabagismo. Como on-
cologista, posso tratar de 10.000 paci-
entes em uma vida útil profissional.
Nesta área da prevenção, podemos
mudar os paradigmas comportamen-
tais de toda uma Sociedade. Para tan-
to, precisamos unir forças e
capacidades e as Sociedades Médicas
podem ser verdadeiros baluartes, jun-
to com o Ministério da Saúde, nesta
empreitada. O Ministro José Gomes
Temporão empenha-se, pessoalmen-
te, para que haja uma diminuição do
tabagismo durante a sua gestão e gos-
taria de deixar um legado nacional,
como uma lei de ambientes livres de
tabaco para as gerações futuras. �
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tabagismo é um mal que atin-
ge boa parte da população
mundial, notícia que não é nova. A de-
cisão de deixar de fumar, no entanto, é
apenas o primeiro passo de um longo
processo pelo qual passará o paciente.
Não é fácil, já que se trata de um vício.
Nesse contexto, o papel do médico
é fundamental, já que o fumante dificil-
mente consegue se livrar do cigarro so-
zinho. “Os médicos, independente da
especialidade, deveriam sempre pergun-
tar se seu paciente fuma, incentivando
que os fumantes procurem tratamento”,
orienta José Eduardo Delfine Cançado,
presidente da Sociedade Paulista de
Pneumologia e Tisiologia (SPPT).
Da mesma opinião partilha Marco An-
tonio Bessa, do Departamento de Depen-
dência Química da Sociedade Brasileira
de Psiquiatria (SBI). “O recomendável é
que o médico sempre investigue se o seu
paciente consome tabaco, álcool e outras
drogas e informe que existe tratamento
médico para as dependências químicas,
incentivando o tratamento. É importan-
te que fale dos prejuízos do tabaco à saú-
de, orientando onde e como obter auxílio
especializado e incentivando a ter hábi-
tos saudáveis de alimentação, lazer, ati-
vidade física e sono”.
O
Ricardo Balego
O papel do médicoAbordagem do médico aos pacientes fumantes, especialmente os jovens,
é fator fundamental para o sucesso na tentativa de largar o vício
Assim como o atendimento clínico,
portanto, são importantes o acompa-
nhamento e a forma como o paciente é
abordado, já que o médico assume o
papel de um conselheiro.
“Aqueles que tentam
parar de fumar sofrem
com problemas como ir-
ritabilidade, nervosis-
mo, insônia, falta de
concentração e calafrios.
Também por tais fato-
res, o acompanhamento
nessa fase é importante”
Necessidademultidisciplinar
Tão importante quanto a postura do
médico ao atender um paciente fuman-
te é dispor de apoio multidisciplinar.
“Entre as pessoas que param de fumar
sozinhas, apenas 3 a 5% conseguem
deixar o cigarro. Com os tratamentos
ESPECIAL
multidisciplinares, esse número aumen-
ta até 10 vezes”, explica o pneumolo-
gista José Eduardo Cançado.
O tabagismo, como um fenômeno
complexo, envolve vários aspectos
que se relacionam. A abordagem,
com isso, abrange o estudo de fato-
res psicológicos, sociais, antropoló-
gicos e biológicos do paciente. O
apoio de outros especialistas médi-
cos, como pneumologista, cardiolo-
gista, clínico geral e outras áreas,
como psicólogos, enfermeiros e as-
sistentes sociais, também pode auxi-
liar no incentivo ao tratamento e na
manutenção da abstinência.
O fumante, antes mesmo de desen-
volver complicações pulmonares e res-
piratórias, problemas cardíacos ou as
neoplasias associadas ao consumo do
tabaco, já apresenta alterações na estru-
tura do sistema nervoso responsável
pelo forte desejo de fumar, ansiedade,
irritação e impaciência pela falta de ni-
cotina na corrente sangüínea.
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“Assim, a dependência do tabaco en-
volve não só o aspecto orgânico da falta
da nicotina, mas um aspecto bem mais
difícil de abordar, que são as alterações
emocionais e de hábito que o deixar de
fumar provoca. Por isso, é preciso dar o
suporte psicoterápico, emocional e me-
dicamentoso, se necessário”, reforça
Marco Bessa, especialista da SBI.
Os efeitos da abstinência podem ser
amenizados com atividades físicas, tra-
balhos manuais e intelectuais e, se pre-
ciso, fazendo uso de medicamentos.
Protocolos eacompanhamento
O tratamento da dependência da ni-
cotina exige o constante acompanha-
mento do médico a seu paciente.
Durante o processo, pode ser utilizado
o suporte farmacológico, a fim de di-
minuir os efeitos de abstinência da de-
pendência física. A reposição de
nicotina, uma das opções, mantém o
organismo com doses decrescentes da
droga, mas sem os efeitos dos outros
componentes do tabaco. Costuma ser
administrada nas formas de adesivos e
goma de mascar. Já os antidepressivos,
associados ou não à reposição de nico-
tina, agem no cérebro alterando as subs-
tâncias químicas associadas à fissura.
Todos estes procedimentos constam,
inclusive, como consenso em protoco-
los reconhecidos por entidades como
Associação Médica Brasileira, Conse-
lho Federal de Medicina, Ministério da
Saúde e Instituto Nacional do Câncer.
Como exemplo recente, o complexo
do Hospital das Clínicas de São Paulo
aboliu o cigarro de suas dependências.
Com a medida, funcionários e pacien-
tes ficaram proibidos de fumar no lo-
cal. Em contrapartida, todo paciente
fumante admitido no hospital e com
Estratégia motivacionaldos prós e contras
no aconselhamentoa fumantes
Recompensas ou vantagens
• melhora a saúde• paladar e olfato estarão mais aguçados• fará economia• a casa, as roupas, o carro e o hálito terãomelhor odor• poderá se despreocupar sobre pararde fumar• será um bom exemplo para as crianças• os filhos terão mais saúde• não mais se preocupará em expor osoutros ao cigarro• se sentirá melhor fisicamente• a performance nas atividades físicasmelhorará• reduzirá o envelhecimento de sua pele,diminuindo as rugas
Riscos ou desvantagens
• Agudos: dificuldade respiratória, asma,impotência, infertilidade, alterações no feto• Crônicos: acidentes vasculareshemorrágicos e infarto, câncer da laringe,boca, faringe, esôfago, pâncreas e baço• Bronquite crônica e enfisema• Ambientais: aumento de câncer noscônjuges, taxas altas de filhos que fumarãoe nascerão com baixo peso, asma,doenças do ouvido médio e respiratórias
Fonte: Abuso e Dependência da Nicotina –Projeto Diretrizes AMB/CFM
Doença pediátricaEm números gerais, estima-se que 19%
da atual população brasileira seja com-
posta de fumantes, número que já foi bem
maior. No entanto, entre a população
mais jovem, o número de fumantes tem
se mantido estável e ainda é muito alto.
Por este e por outros motivos, a
Organização Mundial da Saúde (OMS)
considera o tabagismo como uma
doença pediátrica.
“Os principais fatores de inicia-
ção são os pais fumantes, a influên-
cia e o status social entre os amigos,
o desconhecimento da doença e de
que o cigarro vicia”, pontua João
Paulo Becker Lotufo, pneumolo-
gista pediátrico e membro do De-
partamento de Pneumologia da
Sociedade Paulista de Pediatria.
Do outro lado, mesmo com as atuais
restrições de propaganda, os jovens
ainda são bombardeados por informa-
ções e compelidos a acender um cigar-
ro, que puxará outro e os próximos. O
interesse da indústria tabagística pe-
los mais novos não é em vão; conside-
rados “reservas de reabastecimento”,
a sedução deste público representa a
renovação do mercado consumidor.
Prova disso é que 90% dos fumantes
começam a fumar antes dos 19 anos.
Segundo a OMS, ainda, em países
alto grau de dependência poderá fazer
uso da terapia de reposição de nicotina
durante sua permanência.
Mesmo com o apoio medicamento-
so, porém, nada se compara à própria
vontade do paciente em parar de fumar.
“É preciso reforçar que o sacrifício ini-
cial representa um incalculável inves-
timento na saúde e na qualidade de vida
do paciente, tanto a curto como a longo
prazo”, pondera Marco Bessa.
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ESPECIAL
“O tabagismo infantil também
pode ser expressão da disfunciona-
lidade da família, que deve ser en-
volvida no tratamento. A indicação
de terapia familiar, muitas vezes, é
indispensável”, acrescenta o psi-
quiatra Marco Antonio Bessa.
como Polônia, Zimbábue e China, já
existem crianças com apenas dez anos
dependentes do tabaco.
Diante desse cenário, a responsabili-
dade do médico só aumenta, já que o
atendimento a crianças e jovens fuman-
tes precisa ser diferenciado. As medidas
incluem a orientação quanto à higiene
ambiental, considerando o cigarro como
um fator; tratamento também dos pais
dos pacientes; e conversar com os jo-
vens, como medida profilática, além de
outras ações preventivas. “A partir dos
sete anos já se deve conversar com as
crianças. Se a gente fizer isso bem feito,
já é um grande avanço”, recomenda João
Paulo Lotufo.
Em relação ao fumo passivo nas cri-
anças, os riscos são tão altos quanto nos
adultos. Os principais riscos são a mor-
te súbita do recém-nascido, que é mul-
tiplicado por dois, e risco de até 48%
de ter ataque de asma, mesmo percen-
tual de risco para otite recidivante – se
os pais forem fumantes. O risco de bron-
quites também aumenta em até 72%,
se a mãe da criança fuma. “As crianças
estão entre as maiores vítimas do fumo
passivo. No mundo, 55% das crianças
atendidas com pneumonia são expos-
tas ao cigarro, e a doença é a principal
causa de morte entre os menores de cin-
co anos de idade”, lembra o pneumo-
logista José Eduardo Cançado. �
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DEZEMBRO
Departamento de Medicina Física e
Reabilitação
06/12 – quinta – das 8h às 18h40
Encontro: Tratamento e
Reabil itação da Lesão Medular
Epidemiologia - Marcelo AresAvaliação Clínica - Ricardo SavoldelliAvaliação Radiológica - MarceloBordaloAbordagem Cirúrgica - AlexandreCristanteComplicações na Fase Aguda -Daniel Rubio de SouzaManejo Ventilatório na Tetraplegia -
Nuno Figueiredo da SilvaPrincípios da Abordagem em Centrode Reabilitação - Marcelo MourãoPrescrição de Órteses de MMII ePrognóstico de Marcha - MariaCasalisTecnologia Assistiva - LorenaMontessantiOssificação Heterotópica - AdrianaCristanteOsteoporose - Alexandra GasparBexiga Neurogênica - Caio CintraIntestino Neurogênico - MidoryNamihiraDor Neuropática - Marcelo AresÚlceras de Pressão - Eduardo MontagEspasticidade - Gilbert Bang
OBSERVAÇÕES:1. Os sócios, estudantes, residentes
e outros profissionais deverão
apresentar comprovante de
categoria na Secretaria do
Evento, a cada participação em
reuniões e/ou cursos.
2. Favor confirmar a realizaçãodo Evento antes de realizarsua inscrição.
3. As programações estão sujeitas a
alteração.
INFORMAÇÕES/INSCRIÇÕES/LOCAL:Associação Paulista de Medicina
Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278
– São Paulo/SP
Tel: (11) 3188-4252
Departamento de Eventos
E-mail: eventos@apm.org.br
Portal: www.apm.org.br
ESTACIONAMENTOS: Rua Francisca Miquelina, 67
(exclusivo aos sócios da APM)
Rua Genebra, 296
(Astra Park – 25% de desconto)
Av. Brig. Luís Antonio, 436
(Paramount – 20% de desconto)
Prof. Dr. Álvaro Nagib Atal lahDiretor Científico
RADARMÉDICO
A Associação Paulista de Medicina
– Regional de Piracicaba realizou,
no dia 16 de outubro de 2008, uma
sessão solene de posse de nova di-
retoria, eleita para o triênio 2009-
2011. A entidade será presidida
pelo cirurgião torácico Eduardo
Baldassari Rebeis. O presidente da
Piracicaba empossa nova diretoria e concede títulos
Renato Françoso Filho exibe título de sócio honorário da regional
AGENDA CIENTÍFICA
APM-SP, Jorge Carlos Machado Curi,
prestigiou a solenidade.
Na oportunidade, Renato Françoso Fi-
lho, que acaba de assumir a diretoria de
Comunicação da APM-SP, recebeu o tí-
tulo de Sócio Honorário daquela regio-
nal das mãos do diretor da 14ª Região
Distrital, Antonio Amauri Groppo.
Diretores da APM na festa de Piracicaba
Durante o evento, a presidente da
Associação Viva a Vida, Wilma
Godoy de Almeida, foi agraciada
com o título de Sócia Benemérita,
em reconhecimento aos trabalhos
realizados há mais de 20 anos pela
entidade, que atende mulheres
mastectomizadas.
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AGENDA CULTURAL
DEPARTAMENTO CULTURAL
Entrada Franca
Reservas de lugares:
(11) 3188-4301, 4302, 4304
CINE DEBATE
Projeção mensal de um filme temá-
tico relacionado ao cotidiano das
pessoas. Após a exibição do filme,
especialistas convidados analisam
e debatem com a platéia. Coorde-
nação: Dr. Wimer Botura Júnior
(Psiquiatra e Psicoterapeuta).
05/12 – sexta – 19h30
Concorrência Desleal
110 min., Itália, 2001, Drama.
12/12 – sexta – 21h
Espaço Maracá, reservas antecipadas.
Cultura e um encontro com os amigos
são os ingredientes para que médicos
participem do Clube do Jazz da APM
(exclusivo aos associados). O evento é
temático. Em cada edição, comentários
e filmes organizados pelo músico e pro-
dutor Guy Sasso antecedem as apre-
sentações musicais ao vivo. Em seguida,
os convidados participam de um coque-
tel, regado a muita música. É a hora de
médicos e músicos se revezarem no
palco, num clima alegre e descontraído.
Direção: Ettore Scola.
Elenco: Diego Abatantuono, Sergio
Castellitto, Gérard Depardieu.
Resumo: Em meio à Segunda Guerra
Mundial, dois comerciantes de roupas -
um católico e outro judeu - disputam a
melhor clientela.
Debate: Quando pequenas coisas ge-
ram grandes confusões e, com o tem-
po, voltam para suas porporções reais.
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MÚSICA EM PAUTA
10/12 – quarta – 20h30
CORAL UNIFESP
apresenta A Era do Rádio
Criado em 1967, pelo Dr. David
Reis, o descontraído e diferente Co-
ral UNIFESP, sob a regência do Ma-
estro Eduardo Fernandes - composto
por 50 integrantes, é formado por
alunos, professores, funcionários e
população local da Universidade
INFORMAÇÕES:
Departamento Cultural da APM
(11) 3188-4301/02
cultural@apm.org.br
Veja a programação no site:
www.apm.org.br
Espaço Sócio-Cultural
ESCOLADEARTES
Cursos para adultos e crianças com
70% de desconto para associados e
dependentes na Sede Social da APM.
Pintura Contemporânea / Desenho
/ Colagem
com Cláudia Furlani
Todas as quartas-feiras (tarde e noite)
Piano Erudito e Popular
com Gilberto Gonçalves
Aulas com hora marcada diretamente
com o professor pelos telefones (11)
7159-5941 e 5566-4272
Marque uma aula grátis!
02/12 – terça – 14hHospital das Clínicas da Faculdade de Me-
dicina do Campus da UNESP - Botucatu
Distrito de Rubião Júnior, s/nºRubião Júnior - Botucatu - SPBoulevard - Saguão Térreo
10/12 – quarta – 11h30Hospital Municipal do M. Boi
Mirim – Dr. Moysés Deutsch
Estrada M. Boi Mirim, 5203Jardim Ângela - São Paulo - SPRecepção da Internação - Térreo
17/12 – quarta – 12hIrmandade da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo
Rua Dr. Cesário Motta Júnior, 112Santa Cecília - São Paulo - SPCapela do Hospital Central da Santa Casa
Programação de Novembro:
O programa Música nos Hos-
pitais, realizado pela Associ-
ação Paulista de Medicina e
pela sanofi-aventis, em parce-
ria com o Ministério da Cul-
tura, leva concertos de música
erudita aos hospitais. Desde
2004, a iniciativa já contabi-
liza 58 apresentações e mais
de 13 mil beneficiados, entre
médicos, pacientes, colabora-
dores e visitantes das institui-
ções de saúde. Os concertos
são realizados pela Orques-
tra do Limiar, regida pelo
médico, maestro e composi-
tor Samir Wady Rahme.
Apresentação na AACD,dia 08/10/2008
Foto: Thaís Ribeiro
AGENDA CULTURAL
Federal de São Paulo. Seu repertó-
rio abrange música popular brasileira
e também peças eruditas. A combi-
nação entre a atitude cênica/corpo-
ral e a música, é um dos diferenciais
do coro.
Programa: “A Era do Rádio”, com-
posto por temas musicais da chamada
“Época de Ouro” do rádio no Brasil.
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Produtos&Serviços
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Os livros estão disponíveis na Biblioteca, que funciona no 5º andar do prédio da APM, de segunda à sexta, das 8h30 às 20h.
Destinado a médicose profissionais que li-dam diretamente coma dispensação de me-dicamentos, a obracita mais de mil fárma-cos diferentes que, demodo geral, constitu-em um percentual to-tal dos medicamentos
utilizados e disponíveis no Brasil. Os tó-picos são apresentados em ordem alfa-bética por seus nomes genéricos e notexto que os acompanham estão todasas informações necessárias para uma cor-reta prescrição e acompanhamento. Ossubtítulos contam com informações úteissobre as ações farmacológicas e os prin-cipais nomes comerciais, inclusive sua dis-ponibilidade. Além disso, há ainda umaseção onde os fármacos, por seu nomegeral, são agrupados de acordo com assituações clínicas em que são indicadas.A obra é acompanhada por um CD comtodo o seu conteúdo. Editor: Luís CarlosÁvila. Formato: 18 X 26, 337 páginas.Editora: EPUB. Contato: (11) 3255.0249ou www.epub.com.br
Guia Prático em Diagnóstico por Imagem da MamaA obra aborda aspectos anatômicos da mama, partes do apare-lho mamográfico, posicionamento, ultra-sonografia, ressonân-cia nuclear magnética, armazenamento e manuseio de filmes,artefatos de imagem, orientação para preparo de paciente a sersubmetida a exame, referências de protocolo para mamografiaem geral e tipos de exames, entre outros procedimentos, enri-quecido com fotos e ilustrações de alta resolução. Dividido emsete capítulos, o livro destina-se, principalmente, a estudantes eprofissionais que se dedicam ao estudo da mama. Org: Lúcia
Maierhofer. Formato: 16 X 23, 176 páginas. Editora: Difusão. Contato: (11) 4227-9400ou www.difusaoeditora.com.br
Índice Terapêutico Médico
Emergências em Nefrologia para o ClínicoO livro é composto por 18 capítulos, separado por seis seções, noqual o leitor encontra resposta para situações freqüentes na uni-dade de emergência. Na primeira seção, são tratadas as generali-dades. Do 6º ao 12º capítulo, são compostas as seções dois e três,que abrangem a insuficiência renal crônica e aguda, com desta-que para esta última e suas definições, classificações e escoresprognósticos e seu manejo clínico. A seção quatro discorre sobremétodos dialíticos; a cinco refere-se a pacientes transplantadosrenais; já a sexta seção, no capítulo 17, apresenta os cuidados na
prescrição de fármacos. Merece destaque o capítulo 18: Bioética na Atenção aosPacientes Crônicos e Doentes Terminais. Nele, são tratadas as condutas em situaçõesmédicas complexas, envolvendo pacientes crônicos e terminais. Autor: Rodrigo B.de Oliveira & Jenner Cruz. Formato: 18 X 27, 265 páginas. Editora: Sarvier. Contato:(11) 5093.6966 ou sarvier@uol.com.br
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O Modelo Organizacional dos
Sistemas de Saúde influencia nos
seus resultados, ou estes
dependem do financiamento?
Vamos iniciar esclarecendo o que
se entende por sistema de saúde:
sistema de saúde foi definido por
Roemer, em 1991, por “uma com-
binação de recursos, organização, fi-
nanciamento e gerenciamento, que
culmina na prestação de serviços de
saúde para a população”.
A Organização Mundial de Saúde
(WHO, 2000), por sua vez, define os
sistemas de serviços de saúde como “o
conjunto de atividades cujo principal
propósito é promover, restaurar e
manter a saúde de uma população”.
A forma de organização do siste-
ma de saúde de um país tem relação
direta com seus resultados sanitári-
os. A grande discussão está no valor
do investimento, ou melhor, quanto
do orçamento de um país deve ser
destinado para se obter melhorias na
saúde das populações.
Em um artigo recentemente publi-
cado (fevereiro de 2008) no “The New
England Journal of Medicine” ( Ma-
rked-based failure – Second opinion
companhias farmacêuticas, empresas
provedoras de serviços e a maximiza-
ção de benefícios, inclusive nas organi-
zações sem fins lucrativos.
Na teoria, os mercados otimizam a
eficiência e a competência é a chave
na contenção e custos. Porém, isto não
parece ser aplicável plenamente no
campo da saúde. O autor compara os
custos de saúde dos EUA com outros
países da OCDE (Organização para a
Cooperação Econômica e Desenvol-
vimento) e ressalta que a maioria op-
tou por uma cobertura universal e
apresentam maior êxito que os EUA
em conter os custos, sem comprome-
ter a qualidade da atenção à saúde.
Nos EUA, cerca de 50 milhões de
pessoas estão excluídas de cobertura
médica, o que significa um sério pro-
blema. O New York Times publicou,
em março deste ano, um editorial inte-
ressante sobre os gastos em saúde, os
incentivos que movem o sistema e os
escassos resultados na saúde global dos
norte-americanos. As afirmações que
PORDENTRODOSUSpor Luiz Antonio Nunespor Luiz Antonio Nunes
on US Health Care Costs), o autor,
Robert Kuttner, relata que, nos EUA,
os gastos de atenção à saude aumen-
taram 6,7% em 2006, superando os
2,1 milhões de dólares e que, na mé-
dia, se investiu mais de 7.000 dólares
por habitante. Se for mantida esta ten-
dência, o gasto global em saúde, que
agora é de 16% do PIB, alcançará os
20% dentro de 7 anos.
Esta enorme inflação médica tem sido
atribuída a muitos fatores, como o en-
velhecimento da população, a prolife-
ração de novas tecnologias, hábitos
pouco saudáveis de vida, a capacidade
da oferta em gerar sua própria deman-
da, o excesso de litígios e da medicina
defensiva e o benefício impositivo à
cobertura de seguros.
Porém, Kuttner expõe uma segunda
opinião sobre o tema, assegurando que
os fatores enumerados são comuns a to-
das as nações, e que o fracasso dos Esta-
dos Unidos para conter os custos médicos
provém, principalmente, da extrema co-
mercialização do sistema, incluindo as
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se seguem são do editorialista: “O que
leva um país rico, com elevado PIB por
habitante, a ter resultados tão precári-
os? Seguramente, a má organização e a
estrutura inadequada do sistema de saú-
de são os responsáveis pela obtenção
de resultados tão ruins. Os EUA cons-
tituem o único país do mundo desen-
volvido que não possui um sistema de
saúde fundamentalmente público, isto
é, financiado por impostos. Apesar de
possuir o sistema de saúde mais caro
do mundo, dotado de uma tecnologia
avançada, a saúde geral da população é
inferior à da maioria dos países indus-
trializados. Quando comparado com o
seu vizinho, Canadá, a taxa de mortali-
dade dos EUA, seja geral ou infantil, é
escandalosamente alta”.
Comparando dados de 2006: mortali-
dade infantil de 4,4, no Canadá, versus
7 por mil, nos EUA; expectativa de vida
de 77 versus 80 anos; gasto per capita de
3.000 versus 6.000 dólares. Comparan-
do os sistemas: seguro privado, nos
EUA, versus cobertura universal medi-
ante financiamento público, no Canadá.
Outra investigadora, Holly Dressel,
que nasceu e morou em Chicago, e atual-
mente mora em Montreal (Canadá), ex-
pressa as seguintes conclusões: “ao
analisar os indicadores vitais, em 225
países, o Canadá, juntamente com Paí-
ses Baixos, Luxemburgo, Austrália e
Dinamarca, ocupa o posto número 23,
enquanto que os EUA, o posto número
43, abaixo de Taiwan e Cuba. Aqueles
países, situados nos rankings ao redor e
mais altos que o do Canadá, possuem
sistemas de saúde financiados pelos
contribuintes. Os países ao redor do
ranking dos EUA, ou abaixo, possuem
sistemas mistos ou são extremamente
pobres”. A autora conclui que “o siste-
ma de saúde financiado publicamente
tem seus problemas, mas, como a de-
mocracia, é a melhor solução que se
encontrou até o momento”. �
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Égua letra X, nasc. 15/12/2002, Joanópolis,raça: PSL, pelagem tordilha, pai parágrafo do Top,mãe quarteira, pontuação final: 74, altura: 1,53.A égua está cheia. Potrinha Diana do Hs, nasc. 6/09/2007. Local de nasc. Joanópolis. Raça: PSLPelagem: Baia Pai: Pardal Mãe: Xiva do Riacho.Fone 8181- 1198 Alessandra Dallal
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