Post on 03-Jul-2015
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Retalhos de Histórias e Memórias Jardim de Infância de Igreja-Marinhas
Esta e-book é o resultado de várias histórias contadas com ajuda dos nossos pais, para um calendário de Advento inspirado na história “A Manta” de Isabel Minhós Martins
São pequenas histórias das nossas vidas que guardaremos para sempre na nossa memória e na das pessoas que nos amam.
• Janeiro-2014
Este retalho fazia parte duma peça de roupa minha, oferecida pelo meu avô que me traz sempre muitas prendas, miminhos e a quem eu amo muito. Fico sempre alegre quando ele vem. Este é um dos retalhos que fazem parte da minha vida….
Este pano acompanhou-me enquanto eu fui bebé, dava-me o conforto durante o meu soninho…
Hoje em dia é utilizado nas brincadeiras com as minhas bonecas.
Este retalho pertence a uma camisola que eu usei numa festa onde dancei uma música Rock. Eu adorei participar e dancei muito, mais parecia um saltitão!
Adoro música e adoro dançar!
Quando era bebé tinha uma fralda de pano
com estas cores, não a largava para nada e chamava-lhe “nho´,nhó”. Pegava-lhe na
pontinha e passava-a junto ao nariz e à
chupeta. Andei com ela até aos dois anos.
Quando era preciso lavá-la, a minha mãe
dava-me outra igual mas eu chorava e não
queria e dizia que não era fofinha como a
outra. Quando a perdia, andava a família
toda à sua procura porque eu não parava
de chorar.
Esta meia simboliza uma noite muito especial: a noite de Natal de 2012 Nessa noite conheci o Pai Natal, ou seja, cumprimentei-o e falei com ele. Não acreditam? Então vamos lá contar o que aconteceu…. Estava um dia frio, mas o meu coração estava bem quentinho porque, finalmente, iria receber, ou não, o presente que pedi ao Pai Natal, o brinquedo “ A selva sobre rodas” Depois da ceia de Natal, na casa dos meus avós paternos, e já perto da meia-noite, ouviu-se um TOC, TOC,TOC…quem seria? Logo de seguida um OH,OH,OH…
Fiquei tão nervoso que me escondi por detrás dos sofás da sala de jantar.
A minha mãe abriu a porta e eis o nosso espanto quando vimos que era o Pai Natal!
É verdade, todo molhadinho porque chovia muito, mas não se tinha esquecido de
mim!
O Pai Natal perguntou - É aqui que mora o Guilherme?
Eu muito envergonhado disse:
- Sim
- E tu portas-te bem este ano?-perguntou o Pai Natal
-Sim-disse eu.
- Então anda cá receber o teu presente- ordenou o Pai Natal.
Eu, muito envergonhado lá sai de trás dos sofás e fui buscar o meu presente. Cumprimentei o Pai Natal com um aperto de mão e agradeci-lhe a prenda.
Quando abri um dos presentes e vi que era a “ A selva sobre Rodas” fiquei mesmo muito feliz, pois tinha sido aquele o presente com que tinha sonhado. Estava entusiasmadíssimo e com a ajuda dos meus pais e da madrinha, montei a selva e brincamos todos durante muito tempo, simulando os desenhos animados da televisão.
Quando chegou a hora de dormir, vesti o pijama, calcei as meias do Pai Natal e dormi quentinho e maravilhado por ter conhecido o Pai Natal!
Quando fiz dois anos a minha madrinha Cláudia ofereceu-me um macaco de peluche chamado Lucas. Como eu adoro animais, nunca mais o larguei. Para dormir tinha de o ter a meu lado. Os meus pais tinham de andar à procura dele porque sem ele eu não conseguia adormecer!
Ainda hoje o tenho e durmo com ele!
Este retalho faz-me lembrar o Lucas.
Um dia ao acordar
Com a minha irmã
resolvi brincar
Todo o dia a trocar,
Os meus amigos e a
professora a enganar
Troquei de bandolete e
de lugar.
Para melhor resultar
Ao fim do dia a
confusão era tal
Que a professora não
sabia o que pensar…
Este bocadinho de
tecido representa o dia
em que eu e a minha
irmã gémea
descobrimos que
podíamos brincar a
enganar as pessoas
A fraldinha A história desta fralda começa com a minha história.. De facto, quando eu estava para nascer, a minha mamã resolveu bordar um bonequinho com a letra “J” numa fralda, para que eu pudesse agarrá-la e acaricia-la enquanto adormecia. Essa ideia surgiu da constatação, de que o meu irmão só conseguia adormecer com uma fralda na mão a que chamava “naninha” Contudo, eu não parecia muito interessado na fraldinha persistentemente colocada na minha mão e adormecia a chuchar gostosamente no meu dedo polegar. Porém os meus pais pensavam, que com o decorrer do tempo eu me habituaria à fraldinha. .
Mas o tempo foi passando e a fralda ficava preguiçosamente estendida na cabeceira da minha cama. No seu lugar eu comecei a pedir DVD que foram dando lugar a outros objetos: livros, CD, telemóvel, tablet, etc. que eu exigia para levar comigo para a cama quando ia dormir, enquanto me deliciava com o meu polegar na boca, mas a fraldinha permanecia na cabeceira da minha cama…
Assim, tranquilamente, a minha mãe compreendeu finalmente, que eu tinha evoluído na minha companhia para dormir e que a fraldinha com o bonequinho e a letra “J” bordados, também tinham sido ultrapassados pelas novas tecnologias.
Um dia especial
Foi num dia extraordinário
Sem ninguém perceber
Na barriguinha da minha mãe
Alguém estava a crescer
A barriguinha cresceu
Nove meses sem parar
Até que ao hospital fui parar.
Nasci uma linda menina
Saudável, grande e pesadinha
Com enorme alegria
Deram-me o nome de: Laurinha!
Foi num dia extraordinário
Que a família não vai esquecer
Agora só querem ver-me feliz a crescer!
Este Verão aprendi a
nadar
No mar e na piscina
até me cansar
Até já dou
mergulhos
E da prancha gosto
de saltar!
Gosto tanto de estar
na água
Que nem o frio sinto
chegar
Na praça dos
peixinhos a brincar
Com a água me
distraí
E ao fundo do lago
fui parar…
Este retalho faz-me
lembrar um pequeno
susto que apanhei
na piscina
11- MARTIM
A Fralda ou a “naninha”, como carinhosamente eu a tratava, foi um dos objetos com muito significado para mim. Sempre que estava aborrecido ou com sono imediatamente a procurava, era como se fosse o meu calmante. Gostava imenso de a colocar sobre o meu rosto e com a mão direita colocava o dedo grande por baixo da fralda e assim fazia de chupeta. Embora seja uma simples fralda foi um dos meus objetos preferidos que eu trocava por um brinquedo!
Uma família é como uma manta composta por vários retalhos (pessoas). A nossa manta vai crescer mais um bocadinho: A Mariana, a minha irmã mais nova, está prestes a juntar-se a nós. No dia quinze de Maio, Dia Internacional da Família, os meus pais decidiram contar à Rita e a mim que a família ia aumentar. A minha mamã tinha um bebé na barriga. Começamos logo a perguntar se era menino ou menina porque a Rita queria uma irmã e eu, um irmão. Explicaram-nos que não era possível escolher o bebé que vem aí mas que a barriga da mãe iria crescer e depois já conseguiríamos saber se era uma Mariana ou um André. Eu disse: - “ Oh mãe, acho que vais ficar um bocadinho “badocha”! Todos soltaram uma gargalhada mas eu continuei com a minha teoria: - “É assim mãe, tu és aquele pássaro laranja dos Angry Birds; és magrinha, depois vais ficar “badochinha” e depois quando a Mariana nascer ficas normal outra vez. A partir desse dia, sempre que estou a jogar Angry Birds e aparece o tal pássaro eu grito: - Mãe, mãe, olha tu aqui…
O Aniversário No dia vinte e oito de Maio completei mais um ano de vida. Os meus pais carinhosamente prepararam-me um dia cheio de surpresas. O meu dia foi assim: Comecei o dia com a visita especial da minha tia (madrinha) que me acompanhou num delicioso pequeno-almoço. Depois, fui visitar a minha mãe ao local de trabalho. Os amigos da mãe cantaram-me os Parabéns acompanhados de um delicioso bolo de chocolate. Por volta do meio-dia fui para a escola almoçar com os meus colegas. Levei um bolo feito pela minha avó e os meus amigos também me cantaram os parabéns e adoraram o bolo que levei. Depois tive mais uma surpresa, a tia Andreia, que vive longe, foi -me buscar à escola. No início fiquei surpreendida, depois abracei-a e dei-lhe muitos beijinhos. Quando cheguei a casa fiquei boquiaberta, a casa estava enfeitada com balões e cheia de gente: os avós, os tios e o primo Nuno. Mas as surpresas não tinham acabado, eu tinha para jantar a minha comida preferida- rolo de carne recheado assado no forno com arroz e para sobremesa as minhas adoradas bolachas húngaras. Depois de muito brincar chegou o momento de cantar os parabéns. Fiiquei muito emocionada com o meu bolo de aniversário e com toda a gente à minha volta a cantar-me os parabéns! Os dias foram passando e eu estou sempre a perguntar: - “ Quando faço anos outra vez?”
Dizem que eu sou um menino muito engraçado e brincalhão. Quando era mais pequenino gostava muito
dum animal- o sapo. Certo dia na brincadeira com os meus primos Nuno e João Diogo eles começaram a
chamar-me “Sapo Machimbombo. A partir desse dia os meus familiares mais próximos começaram a chamar-me por brincadeira “Sapinho machimbombo e até inventaram
uma música que eu sei cantar muito bem: Sapo ,sapo, sapo à beira do rio
Quando o sapo chora é porque tem frio A dona sapinha deve estar lá dentro A fazer rendinhas para o casamento E quem vai casar é o senhor pombo
Que é primo do sapo Machimbombo
Num belo dia de Domingo a minha mãe lembrou-se de fazer para jantar arroz de cabidela e era a primeira vez que eu ia comer esse prato. Enquanto a minha mãe cozinhava eu via televisão na sala ao lado, quando chegou a hora de jantar a minha mãe disse-me para lavar as mãos e ir para a mesa. Assim fiz e quando cheguei à mesa olhei par o prato com um ar muito espantado e disse: - “ Mamã, tu fizeste arroz de chocolate?! E agora, tu sabes que eu não gosto nada de chocolate!!
Esta é o meu babete preferido! Quando era mais pequenino eu adorava este babete por causa das suas cores coloridas e do ursinho azul a quem chamava “ursinho Tobias!
Certo dia, a meio das compras da minha mamã no supermercado ,eu encontrei um livro animado que tinha como titulo “Aprender as cores com o Gomby”. Ao folhear as páginas, cor após cor, lá ia acertando nas cores com a ajuda das imagens do livro até que chegou a cor castanha cuja ilustração era uma tablete de chocolate. Eu fiquei a olhar e a pensar alguns segundos e como não sabia dizer a cor, disse muito entusiasmado:-“chocolate”, entre um maroto riso que se transformou em risota geral em família e que é recordado em qualquer situação em que o castanho apareça. Este retalho é a recordação do castanho entre risos e “chocolate”!
A minha família diz que eu sou um menino muito especial e que consigo ver magia nas mais pequenas coisas! Eu gosto muito de animais e da natureza e sei que se a protegermos e respeitarmos, se reciclarmos o lixo , conseguimos viver em harmonia e num ambiente mais limpo. Neste bocadinho de tecido eu consegui ver isto tudo e como por magia transformei numa história, uma história que com o esforço de todos se pode tornar realidade e as borboletas voarão na Primavera e no verão, exibindo as suas maravilhosas cores. Os patos nadarão felizes nas águas limpas dos lagos e dos rios e as tartarugas darão longos e demorados passeios apreciando a beleza das florestas! Quando eu for grande vou continuar a lembrar-me que é preciso proteger a natureza.
No dia vinte de Abril de 2012, eu fiz dois anos. Nesse dia chegaram a casa vários presentes mas um deles foi o mais importante, era uma caixa de legos bastante coloridos que eu adorei e comecei logo a brincar. Nos dias seguintes ia brincando com os meus legos mas algo de estranho acontecia! Certo dia a mãe ao arrumar os meus legos deu por falta de várias peças e comentou com o meu pai. O pai, já meio desconfiado disse à mãe que eu brincava muito com os legos junto ao sofá da sala. A minha mãe dirigiu-se até ao sofá qual não foi o seu espanto, quando levantou as almofada e encontrou no fundo, uma série de brinquedos e entre eles lá estavam os legos que dia após dia iam desaparecendo. Foi então que a minha mãe começou a arrumar todos os meus brinquedos que estavam no sofá que eu usava como esconderijo. Junto com esses brinquedos estavam também uns brincos que tinham um significado muito importante para a minha mãe e que ela julgava ter perdido. Este bocadinho de tecido representa a minha cor preferida - o amarelo. Para mim tudo é amarelo e azul porque ainda não sei mais cores….
A Toalha de Praia mais Quentinha do Mundo
A história que vos vou contar passou-se no mês de agosto de 2011. A minha família resolveu passar férias num parque de campismo e eu fui assistindo a todas as peripécias que tal situação costuma causar, entre as quais a difícil montagem da tenda, a terrível hora do banho com um chuveiro que disparava água lá de cima e me causava um medo terrível. Isto para não falar das habituais e costumeiras birras com as quais eu e a minha irmã fazemos questão de presentear os papás. Bem, como ia dizendo, tudo corria bem nas nossas férias e o calor apertava. Assim, numa bela tarde, toda a família resolveu ir refrescar-se na piscina do parque, incluindo eu. Depois de o meu pai e a minha irmã se encontrarem já a disfrutar dos prazeres refrescantes da água e depois de tanto me chamarem para me juntar a eles, achei que não se estavam a divertir o suficiente sem a minha presença e lá resolvi dar a entender à mamã que também queria participar na brincadeira. A mamã entrou então comigo na piscina e lentamente foi-me mergulhando na água. Eu, que apesar dos meus tenros 17 meses de idade e das minhas vastas competências linguísticas, tinha ainda um vocabulário algo limitado, ao sentir a água fria no meu corpo, só me ocorreu gritar “Quente! Quente! Quente!…”. Foi uma gargalhada geral! Foi então que achei a minha toalha de praia a mais quentinha do mundo, sobretudo quando aconchegado ao colo da minha mamã. Hoje, já consigo dizer quando a água está quente ou fria, pois na escola já aprendi os opostos.
Este retalho é um bocadinho da minha
fraldinha
Quando nasci, chorava muito e dormia
pouco. A minha mãe para me acalmar
colocava a fralda junto da minha carinha. Foi
assim que comecei a dormir sempre com a
fraldinha nas mãozinhas e de noite, quando
a perdia chamava e dizia: -“Mamã, mamã….a
minha “faudinha”, anda cá!! Quero a
“faudinha”
Esta fraldinha branca é a mais fofinha e
molinha, por isso gosto tanto dela! Se me
dessem outra fraldinha diferente eu dizia
zangado: -“Não quero esta, quero a
fofinha!!”
Como já cresci muito e ando no Jardim de
Infância, já não durmo com a fraldinha mas
continuo a gostar muito dela e, de vez em
quando, lá vou eu busca-la à gaveta e
abraça-o muito!!!
FIM
“Somos a memoria que temos e a responsabilidade que assumimos, sem
memoria não existimos e sem responsabilidade talvez não mereçamos existir” - José Saramago