Post on 19-Jun-2015
Anais XI Semana de Humanidades
SUMÁRIO
OBJETIVO .......................................................................................3
CERIMÔNIA DE ABERTURA .......................................................4
GRUPOS DE TRABALHOS............................................................5
MINICURSOS & OFICINAS ...................................................... 255
PAINÉIS ....................................................................................... 268
MOSTRA DE VÍDEOS ................................................................ 322
OUTROS EVENTOS ................................................................... 326
LANÇAMENTO DE LIVROS, REVISTAS E JORNAIS ............ 336
ESTATÍSTICAS ........................................................................... 339
Anais XI Semana de Humanidades
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OBJETIVO:
A XI Semana de Humanidades visa congregar e divulgar o trabalho de pesquisadores
(professores, fucionários e alunos) do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
(CCHLA) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Anais XI Semana de Humanidades
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CERIMÔNIA DE ABERTURA: segunda-feira, 19 de maio, 16h, no Setor de Aulas II.
Com coquetel e apresentações artísticas.
PALESTRA DE ABERTURA
A Sociedade Internacional e a União Européia no Pós-Guerra do Iraque
François D’Arcy
Professor Emérito da Universidade de Grenoble (França). Doutor em Direito Público pela
Universidade de Paris. Foi, até 2000, professor do Instituto de Estudos Políticos de
Grenoble, do qual foi diretor de 1987 a 1995. Lecionou em diversas universidades no
mundo, como a Yale University, a UQAM (Montreal) e a UNESP. Publicou vários livros.
Hoje reside no Brasil e colabora com várias universidades.
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Grupos de Trabalho (GTs): terça e quarta-feira, 20 e 21 de maio, 14:00-18:00h (com
exceção de GTs de Psicologia, que acontecerão pela manhã), nos auditórios do CCHLA e
Setor de Aulas II.
. Os GTs reunirão apresentações de trabalhos sobre um mesmo tema. O Coordenador do
GT presidirá a mesa, estabelecerá o tempo de cada apresentação (a sugestão é de que seja
em torno de 20 minutos), o dia e a ordem das apresentações, e o formato do debate (se
seguido a cada apresentação ou ao final de cada dia). O GT será realizado em dois dias,
num total de 8 horas. O número de trabalhos aceitos pelo Coordenador do GT deverá levar
em consideração esta limitação.
. As propostas de GTs serão feitas por professores dos departamentos que compõem o
CCHLA e deverão ser enviadas para a Coordenação da XI Semana de Humanidades, sala
119 (fone: 2153573), até o dia 7 de abril. As propostas deverão ser entregues em disquete
ou pelo email ( humanidades@cchla.ufrn.br ), com cópia em papel, contendo as seguintes
informações: nome do(a) professor(a) coordenador(a) – máximo de dois por GT –,
endereço eletrônico (email), departamento, título do GT, resumo com no máximo 20 linhas
de 75 toques (ver modelo em anexo). Os GTs poderão ser interdepartamentais. A
Coordenação da XI Semana de Humanidades divulgará a relação de GTs, com seus
respectivos coordenadores e emails de contato, na página do evento (www.cchla.ufrn.br) e
quadros de avisos. Serão aceitas apenas as 22 primeiras propostas de GT dada a limitação
de espaço disponível.
. Os proponentes de trabalho para os GTs deverão, até a quarta-feira 30 de abril, entrar em
contato com os coordenadores dos GTs, através dos emails divulgados, fornecendo as
seguintes informações: nome do proponente, departamento ou instituição, título do
trabalho, resumo (máximo 20 linhas de 75 toques, em Times New Roman, 12)(ver modelo
em anexo). Os proponentes de trabalho para os GTs serão informados pelo Coordenador do
GT da aprovação de sua proposta. Os Coordenadores de GTs fornecerão à Coordenação da
XI Semana de Humanidades a lista completa dos trabalhos a serem apresentados no GT,
por dia de apresentação, na ordem de apresentação, até o dia 5 de maio. A lista incluirá:
título do GT, resumo do GT, nome(s) do(s) coordenador(es), seguidos de cada um dos
trabalhos a serem apresentados, incluindo as seguintes informações: título, nome do(a)
apresentador(a) do trabalho, nome(s) do(s) autor(es) e resumo. A lista será entregue em
disquete ou pelo email ( humanidades@cchla.ufrn.br ), com cópia em papel, na fonte Times
New Roman, 12. (Ver modelo anexo.) Os Coordenadores de GTs devem informar até o dia
5 de maio se necessitarão de cópias-xérox e transparências. Haverá apenas três auditórios
equipados com data-show. Estes serão alocados aos três primeiros proponentes de GTs.
Todos os demais auditórios/salas onde serão realizados os GTs terão retroprojetor. Quem
necessitar de projetor de slides e/ou TV-Vídeo deverá informar à Coordenação até o dia 5
de maio.
. A participação nos GTs é aberta a todos os interessados. Aqueles que desejarem receber
Certificado de Participação deverão assinar a lista de presença, fornecendo o nome
completo.
ATENÇÃO: Os certificados serão entregues aos apresentadores de trabalho pelos próprios
Coordenadores dos GTs, no local da apresentação, ao final do dia de trabalho. Receberão
certificados apenas os apresentadores de trabalho. Co-autores não receberão certificados.
Orientadores de trabalhos apresentados por graduandos e mestrandos não receberão
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certificados. Os Certificados de Participação serão entregues a partir do dia 17 a 31 de
junho na sala 119 do CCHLA.
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GT-01: COMUNICAÇÃO, CULTURA & MÍDIA Coordenadores:
Prof. Dr. Adriano Lopes Gomes (Departamento de Comunicação)
Profª. Drª. Olga Maria Tavares (Departamento de Comunicação)
E-mail: comidia@cchla.ufrn.br
Local/horário: Sala 229-CCHLA, mini-auditório de Comunicação Social, 25
lugares, terça e quarta, 20 e 21 de maio, 14:00-18:00h.
O GT tem o objetivo de apresentar estudos e reflexões relacionados com
o fenômeno da comunicação e suas vertentes, privilegiando análises da linguagem
midiática sob a perspectiva das Teorias da Comunicação e da Semiótica.
Serão consideradas propostas de trabalhos que estejam inseridos sob estas áreas de
concentração:
1. Comunicação e leitura
2. Comunicação e meio ambiente
3. Comunicação e linguagem publicitária
4. Comunicação eletrônica: rádio, tv e mídia digital
RESUMOS
1. Da Coca-Cola Ao Absorvente – Desvendando a Alma do Negócio Cilene Alves Menezes de Freitas
François de Oliveira Ferreira
Joyce de Oliveira Lessa
Vinícius Nascimento de Albuquerque
Ao longo da sua história, a publicidade procurar se adequar à época em que está inserida.
O produto divulgado é colocado como sendo parte da sociedade, como se ele fosse algo
inerente ao consumidor. O presente trabalho visa comparar as peças publicitárias de alguns
produtos no início da década de 40, anos 70 e final do século XX, início do XXI. O texto
publicitário, qualquer que seja a mensagem implícita, é o testemunho de uma sociedade de
consumo e conduz a uma representação da cultura a que pertence, permitindo estabelecer
uma relação pessoal com a realidade particular. Seu intuito primeiro e explícito é o
estímulo à venda e à compra de um produto, vindo logo a seguir a ênfase colocada em
determinado aspecto de uma cultura, como um projetor poderoso, sem deixar de criar em
torno de si algumas zonas de sombra.
2. Rádio AM em Natal: História e Possibilidades João Paulo Azevedo de Araújo
Este trabalho tem por finalidade traçar um perfil da realidade das emissoras de rádio AM
da cidade de Natal. Para tanto, será feito um breve estudo sobre a história das rádios que
atuam hoje na capital potiguar. Contudo, o trabalho não se restringe a descrever a história
dessas emissoras e a fazer uma análise de suas programações como é comum nos poucos
trabalhos publicados sobre o assunto. O objetivo é fazer um estudo sobre a realidade
hodierna desse segmento da radiofonia em Natal, analisando as condições tecnológicas e
comerciais das emissoras, servindo-se para isso de referências a sua história e a sua
programação.
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3. O Ser Humano sob o Olhar dos Fotógrafos Sebastião Salgado e Joel
Peter-Witkin Ana Paula Costa da Silva
Brunno Ralph dos Santos
Caio Khayam Neves de Souza e Nunes Dias
Jorge Ricardo Dias Santiago
Kaline Sampaio de Araújo
Lianne Pereira da Motta Pires
Verônica Nogueira Campos
Este trabalho faz uma análise comparativa entre dois fotógrafos contemporâneos: Sebastião
Salgado e Joel Peter-Witkin. O primeiro, natural de Minas Gerais, nasceu em 1944. O
segundo, natural de Nova York, nasceu no ano de 1939. Um dos maiores fotógrafos
brasileiros de todos os tempos, Salgado passou a se dedicar ao ofício somente em 1973,
quando abandonou a Economia. Witkin, conhecido mundialmente por suas fotografias,
iniciou sua carreira aos 17 anos, em um circo de horrores de Coney Island. Sebastião
Salgado realizou inúmeras viagens por países devastados pela fome, pela miséria e pela
guerra, fotografando as vítimas da desigualdade e da exclusão social, podendo ser
considerado, portanto, um adepto da “fotografia engajada”. Joel Peter-Witkin fotografa
temas visualmente chocantes, sendo considerado por alguns como macabro e
sensacionalista. Retrata desde imagens de mutilados e hermafroditas a cadáveres ou seus
pedaços. Fundamentado nos pressupostos teóricos da análise de conteúdo, bem como
levando em consideração as técnicas de fotografia, o contexto da imagem e a história de
vida dos fotógrafos, este trabalho analisa algumas das principais obras dos dois autores,
relacionando-as entre si na forma como retratam o ser humano.
4. O Jogo da Esquerda: O Marketing Eleitoral do Partido dos
Trabalhadores (PT) e as Eleições para o Governo do Estado Sandra Pequeno
A análise do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral – HGPE – na campanha para o
Governo do Estado em 2002 apresentou alguns avanços em relação à de 1998, em especial
no que se refere ao nível da argüição dos debates políticos dos programas eleitorais.
Porém, apesar disso, alguns problemas persistiram, principalmente aqueles relativos ao uso
das estratégias de marketing dos programas, em especial, a utilização do marketing
eleitoral promovido pelo PT, tema desta pesquisa. De certo, no ano de 2002, observamos o
crescimento do Partido dos Trabalhadores no âmbito nacional. Neste contexto, coloca-se o
Marketing político e eleitoral como um dos constituintes da vitória do PT na disputa
nacional. Resta saber, se tal contribuição atingiu aos demais pleitos a qual o partido
disputava, em especial no Estado do Rio Grande do Norte, e mais precisamente, a disputa
para o Governo do Estado. O presente estudo empreende uma análise da visão acerca do
marketing político e eleitoral apresentado pelo Partido dos Trabalhadores do Rio Grande
do Norte (PT/RN) nestas eleições, mas especificamente, o estudo do HGPE. Objetiva,
desta forma, analisar as diretrizes que deram vazão ao trabalho articulado pela coordenação
de comunicação do partido, de que forma foi trabalhado o paralelo entre “tecnólogos e
ideólogos” dentro de um projeto de comunicação que necessitava ultrapassar as barreiras
do anonimato e apresentar o seu candidato ao governo do Estado.
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5. Barcelona Virtual: Nunca Foi Tão Acessível a um Pequeno Município
ler Sobre Si Mesmo. Adriano Medeiros Costa
A pesquisa é uma revista virtual (www.barcelonarn.hpg.com.br) que tem um enfoque
jornalístico e educacional. Procurando analisar as características artísticas, históricas,
geográficas, econômicas, lingüísticas e sociológicas do município de Barcelona, Rio
Grande do Norte, Brasil. O site é dirigido à população de Barcelona, mas também é útil a
qualquer pessoa interessada em assuntos ligados ao sertão do nordeste brasileiro. No site
destaca-se a aparência tipicamente sertaneja, ela é resultado do compromisso com o
Movimento Armorial. O que difere o site de Barcelona de outros é que ele não é turístico,
nem sua preocupação é a de formar professores, mas orientar comunidades inteiras através
da notícia e da informação. A preocupação não é a de fornecer notícias didaticamente para
uso em sala de aula, embora também tenha essa utilidade, mas possibilitar que pequenas
comunidades se conheçam, tenham consciência de sua própria realidade e sua cultura para
que tenham visão própria (tendo por base sua cultura) da realidade em que vivem. Para que
cientes dos problemas, vantagens e potencialidades, passem a agir pela melhoria de suas
condições de vida. Isto é, usar o Jornalismo como instrumento de mudança e de
consciência.
6. A Ressurreição Anarquista: Breve História Fenomenológica da Noção
de Estado e a Possibilidade de sua Desconstrução Através de uma
Aliança Estratégica da Mídia com o Terceiro Setor. Marcelo Bolshaw Gomes
Não se trata de retomar o anarquismo insurrecional de Bakunin ou de Proudhon. Este texto
pretende discutir a situação atual do Estado, investigando sua evolução histórica, teórica e,
principalmente, o desenvolvimento do conflito entre as esferas pública e privada. É
intenção deste demonstrar que o atual impasse entre os modelos de 'Estado da Providência',
de inspiração keynesiana, e de 'Estado Neoliberal' aponta para uma terceira solução, um
'Estado Mínimo Social', em que a esfera pública interferir seletivamente no mercado e na
vida social, uma sociedade democrática em que as instituições gozem do máximo de
autonomia em relação ao estado e em que os indivíduos desfrutem do máximo de
autonomia pessoal em relação às instituições. O anarquismo contemporâneo é ancorado na
teoria da complexidade e na possibilidade de desenvolvimento máximo das liberdades.
Diferentes visões estruturam discutem a crise do Estado nas Ciências Sociais
contemporâneas. Destaco aqui três contribuições: Adam Przeworski (1995), que articula a
questão do Estado ao conflito entre o mercado e a democracia; Peter Evans (1993), discute
se o Estado é um problema ou uma solução para sociedade; e, finalmente, Boaventura de
Souza Santos (1996), que apresenta a hipótese de que o Terceiro Setor possa oferecer uma
solução ao impasse existente entre a esfera estatal e o mercado. No entanto, como veremos,
essas são respostas ainda parciais à questão da crise atual do Estado, mas apontam para
necessidade de uma reforma social (uma desconstrução da esfera pública) e para a aliança
estratégica entre os meios de comunicação e o Terceiro Setor. Para compreender esta
discussão, porém, é preciso antes retroceder no tempo e pensar primeiro na evolução
histórica do Estado e de seus principais pensadores.
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7. Mídia e Imaginário: O Poder das Telenovelas na Cidade de Caicó/RN Márcio Roberto de Sousa Brito
Neste início do século XXI, mais do que nunca, a televisão é uma das representações
culturais que mais interfere no cotidiano das pessoas implementando ritmos diferenciados
a funcionalidade citadina. Se na década de 60 espaços públicos como praças, calçadas
desempenhavam a função de aglutinar pessoas, hoje é a televisão, localizada nos espaços
privados das residências detém o poder de seduzir, direcionando as ações dos indivíduos
em termos espaço-temporais. É fato que o desenvolvimento e aperfeiçoamento das
“tecnologias da inteligência” possibilitaram uma ampliação e disseminação da informação
da sociedade. O nosso conhecimento está sendo adquirido cada vez mais através de
imagens transmitidas pela televisão. A telenovela, por exemplo, tem mobilizado
diariamente milhares de pessoas. A novela revela debates, discussões sobre problemas do
nosso cotidiano domina, portanto, a programação nacional. Nesse contexto, a emissora que
mais produz novela é a Rede Globo de televisão. A nossa pretensão é realizar um estudo a
partir de um corpus televisivo, do poder que as imagens, sobretudo as veiculadas pelas
telenovelas e sua interferência no território de Caicó, no imaginário coletivo de seus
habitantes. Partindo do pressuposto que nessa era do espaço virtual, da imagem, o
território, o nosso conhecimento, vêm sendo alimentado e influenciado pela mídia. Com
base no que foi exposto, o trabalho busca compreender como o imaginário social é
trabalhado pela mídia televisiva a partir das telenovelas da Rede Globo, veiculadas no
horário das 20hs, no período de setembro de 1999 a fevereiro de 2003.
8. Memória Social, História, Cultura e Representações Sociais – SIP As
Representações de Manoel Rodrigues de Melo e a Casa Euclides da
Cunha, No Rio Grande Do Norte Maria da Salete Queiroz da Cunha
A pesquisa tem por objetivo (re)constituir as representações da Casa Euclides da Cunha,
instituição cultural voltada para estudos regionais, idealizada e fundada pelo escritor
potiguar Manoel Rodrigues de Melo, com a colaboração de intelectuais contemporâneos e
cujo órgão de divulgação foi a revista BANDO, que circulou na década de 1949-1959,
articulando os intelectuais potiguares em torno do movimento que ficou conhecido nos
meios literários norte-rio-grandenses e nordestinos como Bandoleirismo.
METODOLOGIA: Através de estudos teórico-metodológicos, ancorados na vertente
interpretativa da Nova História Cultural, estão sendo interpretadas as práticas culturais do
intelectual potiguar Manoel Rodrigues de Melo e a repercussão dessas práticas no âmbito
de um novo pensamento da realidade norte-rio-grandense e nordestina. RESULTADO:
Constata-se no decorrer da pesquisa a contribuição dos estudos do intelectual-bandoleiro,
através de um trabalho de pesquisa das raízes nordestinas brasileiras, sob os aspectos
social, histórico, etnográfico e folclórico. CONCLUSÃO: A Pesquisa, em fase de
conclusão,, deixa entrever claramente os relevantes serviços prestados à cultura brasileira
pela Casa Euclides da Cunha, no que diz respeito à fomentação e divulgação de uma nova
representação da realidade norte-rio-grandense e nordestina, com repercussões diretas no
processo de educação formal e informal do Rio Grande do Norte.
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9. Análise Semiótica do filme “Matrix” Olga Maria Tavares
Sob a perspectiva da oposição semântica Real vs Virtual, o filme “Matrix” apresenta
elementos que revelam a produção de sentidos de suas imagens e os efeitos de sentido que
elas evocam. A estratégica fílmica é toda construída em cima de arquétipos míticos do
nosso imaginário, de situações do nosso cotidiano e de visões estéticas metalingüisticas. A
análise que se propõe é desvelar esse percurso narrativo do texto fílmico para que se possa
apreender o seu significado e compreender o universo cinematográfico que os diretores, os
irmãos Larry e Andy Wachowsk, idealizaram na sua completude. Nesta frenética ficção
científica existe uma trajetória narrativa imagética que não prescinde dos fatores que
complementam a condição humana nas suas necessidades mais elementares, como o
sonho, a religião, a dúvida existencial. Há, no texto fílmico, um poder de metamorfosear a
miserável existência do não-saber na possibilidade de poder-ser e, assim, modificar tanto o
indivíduo comum quanto o mundo ilusório que ele próprio criou e não suporta.
10. Weblog– Ferramenta de Comunicação e Tribalização na Sociedade
Pós-Moderna Frankjarbe Vitorino
O presente trabalho tem como principal objetivo analisar uma nova modalidade de
comunicação que surgiu há algum tempo na internet, os weblogs, também conhecidos
como diários virtuais. Através desta ferramenta os usuários tem total liberdade para
publicar o que quiser na rede mundial de computadores. Além disso observa-se que este
novo serviço contribui para o desenvolvimento de um fenômeno social já profetizado por
alguns estudiosos da pós modernidade, a tribalização. Os blogs dão a oportunidade de
aproximar as pessoas que compartilham as mesmas idéias, mesmo que estejam separadas
geograficamente. Também são um importante veículo de comunicação que vem ganhando
a adesão de profissionais como os jornalistas que podem transmitir suas próprias opiniões,
isenta da tão aclamada imparcialidade, a exemplo do que aconteceu recentemente no
último conflito iraquiano.
11. Ensaio Foto-Radiográfico – Natureza Oculta Eliel de Souza
O autor apresenta um ensaio “foto-radiográfico” que trata de um novo processamento
imagético oriundo da associação da radiografia de alta resolução de uso médico com a
digitalização imagética, tendo como assuntos: pequenos animais, componentes vegetais,
insetos etc. Visa o autor agregar elementos que corroborem os estudos de espécimes nas
áreas da botânica, zoologia, entomologia, agronomia, arqueologia, antropologia e outros
campos do saber, propiciando, inclusive, a aplicação do novo método na produção artística,
tendo por base a fusão de conhecimentos médicos com os recém adquiridos conhecimentos
na disciplina de Fotojornalismo do Curso de Comunicação Social da UFRN.
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12. Moda é Memória Sarina de Albuquerque de Sena
Algumas de nossas peças de roupas nos fazem lembrar de momentos especiais de nossas
vidas. Elas possuem o poder de desencadear na gente uma série de lembranças de algum
momento ou ocasião na qual estávamos vestidos com elas. Outras roupas são capazes de
nos fazer lembrar de alguma época ou de uma famosa personalidade. Como é fácil se
lembrar de Marilyn Monroe ao olhar um vestido branco, decotado e esvoaçante, tal qual o
usado pelo mito. Ou então associarmos a minissaia aos anos 60. Entretanto, a moda é capaz
de nos trazer muito mais que mera lembranças. A moda carrega consigo a história de uma
época, a memória daquele momento, refletindo acontecimentos sociais, políticos, culturais
e tecnológicos. Como um breve exemplo dessa afirmação, voltemos à minissaia dos anos
60. Além dela nos remeter àquela época, ela nos informa da busca da liberdade daqueles
anos, do predomínio do jovem na sociedade, da liberação sexual feminina proporcionada
pela invenção da pílula anticoncepcional. Assim, pretende-se com esse estudo evocar a
memória que a Moda suscita.
13. No Ar: Um Projeto de Incentivo à Mídia Eletrônica Alexandre Ferreira dos Santos
Este trabalho pretende relatar um projeto desenvolvido pelos alunos do curso de
comunicação social nas habilitações de jornalismo e radialismo, vinculado à base de
pesquisa “Comunicação, cultura e mídia”. O projeto toque de rádio tem por objetivo tornar
mais dinâmico o veículo rádio, já que trata-se de uma área pouco explorada e de
potencialidades reconhecidas. e por ser o rádio um veículo pouco procurado pelos
concluintes do curso, havendo mercado profissional e uma real necessidade de estudos e
melhor capacitação dos futuros profissionais, este projeto busca desenvolver atividades
práticas e de pesquisa, propiciando um maior interesse e gosto por essa atividade
profissional. O toque de rádio se propõe a funcionar como uma espécie de laboratório para
os alunos que cursam comunicação social na ufrn. nele será possível , estudar, produzir
programas e aliar teoria á prática. este projeto, sem dúvidas, contribui para promoção deste
meio de comunicação de massa, presente na vida social e subestimado quanto á sua
importância na sociedade.
14. Publicidade em CD-Rom: Um Panorama de sua Evolução e
Linguagem Taciana de Lima Burgos
Os meios de comunicação desde os tempos mais remotos sempre imprimiram nas
sociedades características distintas de linguagem, onde cada época apresenta-se marcada
pelo surgimento e evolução de um determinado meio comunicativo, cujas características
incorporam uma maneira particular de representar o universo através da linguagem.
Atualmente encontramo-nos na “era do computador”, aonde a interatividade vem a lume
como palavra de ordem, passando a introduzir novos códigos comunicativos. Neste
contexto surge a Publicidade em CD-ROM, uma nova forma de publicitar conceitos,
produtos e serviços, caracterizada por uma composição lingüística impar, e que a cada dia
ganha mais destaque graças a popularidade e versatilidade da mídia CD-ROM. A inclusão
do CD-ROM na esfera publicitária evoluiu a mídia para novos formatos, tamanhos e
capacidades de armazenamento; características que constituíram maneiras diferenciadas e
inovadoras de comunicar publicitariamente; além de criar uma nova modalidade de
Anais XI Semana de Humanidades
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publicidade digital interativa. Dessa maneira publicitar em CD-ROM marca a aplicação de
uma linguagem diferenciada, a hipermídia, como também a união de elementos
constituintes do design as linhas gráficas da publicidade tradicional. Dentro desse novo
perfil lingüístico e comunicativo o presente trabalho tem como objetivo fomentar um
estudo evolutivo do CD-ROM e dos elementos que compõem a linguagem utilizada na
construção de conteúdos publicitários para essa mídia; como também contribuir
cientificamente para elucidar mais uma modalidade lingüística oriunda da evolução
comunicativa, publicitária e tecnológica.
15. A Leitura da Propaganda de Moda Rosangela Moura da Silva
Este trabalho tem por objetivo analisar as propagandas de moda da campanha da marca
Colcci veiculadas na revista da MTV, trataremos a seguir de alguns pontos de fundamental
importância para esse estudo. A propaganda de moda faz uso principalmente dos interesses
inatos aos seres humanos (leitor), despertando seus desejos e "ilusões culturais", para
conseguir atingir seu objetivo que é a venda de seus produtos – venda não só da roupa, do
calçado, mas sim, de significados culturais implícitos no produto, como a beleza, o poder e
o status. Imitar o que os outros fazem é uma tendência inata do ser humano, nossas
crenças, roupas, hábitos, atitudes são em grande parte ditadas pelo que fazem os outros,
pelo que vimos e vivênciamos e a moda é a expressão máxima dessa imitação. Junto com a
imitação a propaganda de moda utiliza-se do desejo (sentimento também inato ao homem)
para persuadir o consumidor. A propaganda tenta despertar esses desejos – principalmente
a aparência pessoal, aprovação social, atração sexual, beleza e conformismo – levando os
leitores a consumir os produtos anunciados. E por último, já que este estudo prioriza o
meio de comunicação impresso, outro artifício de fundamental importância na propaganda
de moda é a fotografia. As publicidades sempre fazem uso de um Decor (fundo/cenário)
tematizando suas peças publicitárias, usando o lúdico, o imaginário para conquistar o
leitor.
16. O Anonimato e o Estrelato no Reality-Show: Um Estudo do Big
Brother 3 Mírian Moema Pinheiro
O Anonimato e o estrelato no reality-show é a temática que fundamenta o presente projeto
de pesquisa. Neste sentido, buscaremos analisar como a mídia televisiva se apropria da
“intimidade” do indivíduo anônimo e num processo de metamorfose, consegue transformá-
lo numa estrela, inserindo-o no sistema-star, aquele no qual, os personagens midiáticos,
acabam interferindo na realidade a partir de suas performances. Para tanto, estamos nos
propondo, a compreender esse novo gênero televisivo (reality-show), que nos parece, traz
uma nova configuração visual. Esta forma, favorece a construção do espetáculo, que utiliza
a metáfora da “Ação Teatral” para os homens convencerem e dominarem as impressões
que os outros podem ter deles. Daí a indagação: Há uma nova enunciação televisiva?
Como se articulam os elementos constitutivos do formato reality-show/big brother? Tais
indagações são objetos de investigação do nosso projeto de pesquisa ora em andamento,
pelo programa de Pós Graduação em Ciências Sociais.
17. Economia, Meio Ambiente e Mídia, no Rio Grande do Norte: Desafios
e Oportunidades Perante a Sociedade da Informação Marígia Mádje Tertuliano dos Santos
Anais XI Semana de Humanidades
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Josenira Fraga Brasil
A difusão do conhecimento, via práticas de educação ambiental, pela mídia, vai além do
alcance de políticas específicas da área. Acredita-se que esta decisão está amarrada às
definições de um projeto político da sociedade, o qual está sendo traçado de modo
independente, sem uma discussão que conscientize a sociedade através de uma nova
mídia.No conjunto, esta discussão é justificada pela necessidade do Rio Grande do Norte
passar a integrar o movimento global de intensa velocidade de comunicação e troca de
informação, que vêm determinando mudanças exponenciais nas áreas econômica, política,
social e cultural, através do viés ambiental. Logo, com base em pesquisa piloto, pretende-
se explorar a relação entre o desenvolvimento econômico do Estado do Rio Grande do
Norte e a preservação do meio ambiente, vistos através das matérias veiculadas no Diário
de Natal, no período compreendido entre 1992 a 2002 considerando as práticas ambientais
implementadas pelas empresas locais. Em seguida, conhecer o mapeamento e o modo
como está sendo encaminhada a utilização das mídias contemporâneas locais, no estímulo
às práticas cidadã e o desenvolvimento sustentável.
18. A Leitura de Literatura e a Mediação do Contador De Histórias Adriano Lopes Gomes
Este trabalho relata os resultados da pesquisa O contador de histórias na perspectiva da
formação do leitor, realizada em uma escola da rede pública do estado, situada
geograficamente na cidade do Natal-RN, com alunos de 5ª série do ensino fundamental,
que demonstravam pouca experiência de leitura. Descreve a pesquisa, de natureza
experimental e qualitativa, adotando-se o professor como mediador do processo,
assumindo a condição de contador de histórias, no sentido de motivar, envolver e
promover o gosto pela leitura literária no âmbito das atividades escolares. Tal estudo
revelou que o professor, quando faz a mediação do texto literário através das práticas de
oralidade, é capaz de catalisar a atenção dos aprendizes, favorecendo a cultura da leitura
literária. A pesquisa resultou na tese de doutorado, pelo programa de pós-graduação em
Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
19. A Imprensa Natalense na Segunda Guerra Mundial: Uma Análise da
Cobertura da Guerra pelos Jornais “A República” e “O Diário”, no
Período de Janeiro de 1942 a Janeiro de 1943. Carmem Daniella Spínola H. Avelino
Durante a Segunda Guerra (1939-45), Natal era uma provinciana capital do Nordeste
brasileiro, localizada numa posição geográfica estratégica
- o ponto do continente mais
próximo da África, sendo considerada pelos Estados Unidos como sua principal Base
Militar no Atlântico Sul: o “Trampolim da Vitória”. Não obstante a isso, a cidade
transformou-se num centro de notícias, uma vez que daqui partiram fatos que seriam
publicados na imprensa nacional e internacional. A sociedade natalense sofreu fortes
influências norte-americanas nesse período. Muitos autores brasileiros e estrangeiros já
versaram sobre o assunto, mas nenhum deles tratou da imprensa natalense especificamente.
Partindo do exposto, o presente projeto de pesquisa pretende levantar questões como, de
que forma se dava a relação entre a mídia e o poder? Como a imprensa refletiu a
reviravolta na sociedade natalense com a instalação de bases militares norte-americanas na
cidade? Existia uma manipulação de notícias por parte do Comando Militar? Os jornais
natalenses precisaram ser “vigiados” ou espontaneamente assumiram uma postura editorial
que favorecia os interesses dos norte-americanos? A partir dessas questões, a intenção é
Anais XI Semana de Humanidades
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mostrar se a imprensa escrita natalense sofreu influências e manipulações no trato das
notícias sobre a Segunda Guerra. Serão tomadas como base de estudo as notícias
publicadas pelos dois principais jornais daquela época, “A República” e “O Diário”, no
período de janeiro de 1942 a janeiro de 1943, uma vez que nesse espaço de tempo
aconteceram os mais relevantes fatos na história da presença norte-americana em Natal.
20. A Importância do Telejornalismo na Educação em Saúde Daniella Fernandes de Medeiros
O presente projeto se propõe a desenvolver uma análise de matérias, que tratam do tema
saúde, veiculadas nos três principais telejornais das emissoras com maior audiência no
Estado do Rio Grande do Norte. A saúde se apresenta como um tema oportuno para a
pesquisa considerando a gama de problemas veiculados pela mídia que estão relacionados
a essa área. Muitas matérias relativas à saúde vão ao ar sem nenhuma intenção ou não se
pensa na conseqüência que aquela notícia pode ocasionar. Por isso, pretendemos
desenvolver uma análise da abordagem do tema saúde em matérias jornalísticas televisivas
veiculadas pelas principais emissoras locais. Essa análise é qualitativa, se baseando em
referências relacionadas à saúde, que englobam livros científicos abrangendo não só o
tema da medicina, mas também da psicologia e da sociologia visto que acreditamos na
interdisciplinaridade da saúde, deixando de ser apenas de cunho biológico. Por isso, em
nossas referências, destacamos também as medicinas alternativas e, principalmente, a
prevenção da doença como uma das soluções mais viáveis.
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GT-02: MODERNIDADE, REPRESENTAÇÃO E CULTURA Coordenadoras:
Profª. Drª. Lisabete Coradini (Departamento de Antropologia)
E-mail: lisabete@digi.com.br
Profª. Drª. Maria Helena Braga e Vaz da Costa (Departamento de Artes)
E-mail: mhcosta@ufrnet.br
Local/horário: Auditório do Consecão, 72 lugares, 2º andar-CCHLA, terça e
quarta, 20 e 21 de maio, 14:00-18:00h.
Apresentação de trabalhos que têm como temática o uso ou análise da imagem como forma de
representação – pintura, fotografia, teatro, cinema, vídeo, arte digital. Apresentação de
trabalhos, projetos, e/ou pesquisas em andamento tendo como objeto de estudo a cultura e
suas implicações na vida moderna e/ou pós-moderna. O GT consiste de duas sessões com seis
apresentações de 20 minutos cada e tempo de 40 minutos para discussão e debate.
RESUMOS
1. Caio Fernando Abreu: memórias homoafetivas Antônio Eduardo de Oliveira (Professor Dr. do Departamento de Letras - UFRN)
No seu aprendizado de falar sobre a AIDS em sua obra, Caio Fernando Abreu(Bessa,2002)
recorre a elementos da cultura popular, notoriamente as citações fílmicas e
musicais,articulando um mapeamento homoafetivo na narrativa.É este aspecto temático
relacionando a epidemia e a escrita homoafetiva o objetivo de nossa análise.
2. Narciso fotografado Flávia Batista de Lima (Aluna do Curso de Letras - UFRN)
Pela semiótica o mito de Narciso é abordado no discurso textual e imagético ao abranger a
reprodução narcisista do homem pela fotografia. Walter Benjamim em sua obra Magia e
técnica, arte e política, aponta as relações das artes visuais frente às descobertas da identidade
do homem. Deste modo, o presente trabalho busca integrar o estudo mítico de Narciso as
pesquisas de Walter Benjamim, evidenciando a importância da fotografia como técnica de
divulgação política e social.
3. Fotografando o movimento de Caio Fernando Abreu Flávia Batista de Lima (Aluna do Curso de Letras - UFRN)
Caio Fernando de Abreu trouxe para o romance as linguagens do cinema e da fotografia em
uma abordagem homoerótica. Vê-se que esses recursos incitam a percepção do leitor frente à
questões universais da literatura como: a busca da identidade e de um mecanismo de
preservação da memória. Logo, o presente trabalho mostrará o cinema e a literatura numa
viagem do corpo em movimento. Assim, o objeto de estudo será a novela intitulada Pela noite
inserido na obra Triângulo das águas do presente autor. A maneira escolhida à pesquisa é o
método comparativo em uma visão estética do corpo como discurso imagético-literário.
4. Musicalidade e homoafetividade em Caio Fernando Abreu Maria da Conceição Marinho (Aluna do Curso de Letras - UFRN)
Na obra de Caio Fernando Abreu temáticas que abordam questões identitárias e de
homoafetividade vinculadas à citações musicais estão sempre presentes. O autor utiliza o
recurso da citação musical como forma de expressão dos sentimentos mais "escondidos" das
personagens, dando-lhes fluência. Dessa forma através da música é construído um espaço na
narrativa no qual os personagens guardam seus "segredos" constituindo o que chamamos de
Anais XI Semana de Humanidades
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metáfora do "armário"( Sedgwick,1990). Com isso detectamos a relevância da presença da
música para compreensão da narrativa, visto que em diversos momentos canções aparecem
como um código a ser decifrado, incrementando a rede de intertextualidade e significação do
texto.
5. Imagens da intimidade de Laura Ednara Ferreira de Souza (Aluna do Departamento de Artes - UFRN)
A leitura de imagens: Imagens da intimidade de Laura, foi realizada a partir do conto A
Imitação da Rosa, da autora Clarice Lispector, e de algumas teorias do pensador Gaston
Bachelard. O personagem principal do conto é Laura, uma mulher que depois de um tempo
reclusa em um hospital psiquiátrico, tenta recomeçar sua vida ignorando sua estadia no
hospital. Laura diz preferir manter-se ocupada, pois acredita que só dessa forma não voltaria a
pensar no passado, no fato que a levou para reclusão. Ela acredita que o dever de uma mulher
é fazer feliz seu marido e mantém uma relação de total dependência com ele. A casa em que
vive, é responsável por muitos conflitos vividos pela personagem, ela não admite que a casa
se pareça com ela, alegando não ser correto. Os conceitos bachelardianos utilizados para esta
leitura de imagens foram: anima e animus e o principio de intimidade. Além da leitura de
imagens, a peça Duas Visões, foi escrita partindo da junção: literatura e filosofia, e tem como
temas principais a relação conjugal de Laura e Armando, a loucura, a rotina e as rosas.
6. Axé Oba Diogo Moreno
Leda Feitosa
Daniele Moura (Alunos da UFRN)
O bairro das Rocas que se localiza na zona leste de Natal no estado do Rio Grande do Norte é
tradicionalmente conhecido por ser um bairro de pescadores, nos últimos anos vem sofrendo
um processo de marginalização por parte da sociedade natalense, assim neste trabalho
mostraremos a realidade dos atuais moradores e através do Grolôlô do Axé Oba que seria
inicialmente um bloco carnavalesco surgido no inicio da década de noventa neste bairro, que
ganhou aceitação a reconhecimento dos moradores, aquele bloco que a principio era uma
forma de revitalizar o carnaval de rua em Natal, se tornou o Axé Oba. Atualmente
funcionando como projeto social e banda show este grupo possui uma ligação e influencia da
cultura afro – brasileira.O grupo trabalha com o Axé Music e temas variados de musica Afro-
brasileira. O objetivo deste trabalho é tentar através de entrevistas, pesquisas buscar
compreender como se deu a influencia negra no Axé Obá alem de desmistificar a imagem
falsamente construída pela mídia local, que mostra uma ``Rocas´´ de marginais.
7. A dança pós-moderna segue se definindo Leonardo Rocha da Gama (Professor do Curso de Educação Física - UFRN)
Estamos vivenciando o suscitar e a criação de novos significados e valores acerca de um novo
movimento estético, o Pós-moderno. O corpo que dança na contemporaneidade não é o
mesmo exigido no suntuoso modelo academicista de estética clássica sobrevivente no mundo
mix atual. A Dança polimorfa e polissêmica que é, cria novos sentidos, tanto para aquele que
dança quanto para aquele que aprecia. No pós-modernismo o corpo que dança cria a porta da
recriação. As regras historicamente construídas e que consagram obras de arte, são quebradas
e recriadas a luz de uma nova experiência estética. Na experiência estética pós-modernista
estabelecer o diálogo é algo inevitável. Recorro a Pina Bausch Tanzteater Wuppertal, a Cia.
Deborah Colker, ao Bejart Ballet, e por fim, a Cia. Cena 11, todas expressão da Dança Pós-
moderna, para dialogar sobre as características dessa estética em ebulição, através de uma
Anais XI Semana de Humanidades
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abordagem fenomenológica hermenêutica. Aponto a hibridação das linguagens artísticas, a
democratização dos corpos e as novas exigências técnicas aos bailarinos, como características
comuns às companhias de dança contemporânea que se enquadram nas Artes Pós-Modernas.
8. A publicidade e a transformação de representações sobre a morte Milena Freire (Aluna do Mestrado em Ciências Sociais - UFRN)
O presente trabalho se propõe a discutir a publicidade como parte integrante e reflexiva da
cultura urbana, que contribui para a legitimação da sociedade, através da utilização do
simbólico e das representações humanas, figurados a partir da língua e de elementos visuais.
Para o estabelecimento de uma discussão é analisada a campanha publicitária do Cemitério
Parque Morada da Paz, veiculada em Natal/RN, no ano de 2002, cujo resultado de vendas e a
recepção do público surpreenderam o anunciante. Algumas representações tradicionais do
imaginário social vêm sendo transformadas em conseqüência de uma "racionalidade" que a
sociedade, principalmente a urbana, vem entendendo como elemento fundamental para sua
existência. Apesar disso, temas mais polêmicos como é o caso da relação homem x morte são
mantidos como mitos, e, por isso não são questionados – o que torna suas transformações
menos perceptíveis. A publicidade, nestas circunstâncias, se não contribui para a mudança de
valores é, no mínimo, capaz de aguçar o questionamento e influenciar a demonstração destas
transformações. O objetivo desta pesquisa é perceber interferência da publicidade, mais
especificamente da campanha mencionada, nas mudanças de representações relacionadas a
morte nos segmentos médios da sociedade urbana natalense.
9. “Casa de passagem para a vida”: uma nova forma de perceber o
portador de distúrbio mental Ana Leda Figueiredo Varela (Aluna do Mestrado em Ciências Sociais - UFRN)
O presente trabalho trata de questões relacionadas ao portador de distúrbio mental e dois
espaços de tratamento na cidade de Natal o hospital psiquiátrico casa de saúde Natal, por ser o
primeiro hospital privado do estado e pelo perfil tradicional, e o NAPS (núcleo de atenção
psicossocial), atendendo aos parâmetros propostos pela reforma psiquiátrica. Atualmente,
uma das principais discussões no âmbito dos direitos humanos está centrada em encontrar
modelos para substituir, de forma progressiva, as internações psiquiátricas tradicionais por
uma forma mais humanizada, que tenha como meta o resgate da cidadania do portador de
distúrbio mental. A Antropologia sempre se posicionou a favor das minorias, Dessa forma,
este estudo etnográfico torna-se importante, por tentar uma aproximação com outros
conhecimentos teóricos, favorecendo à idéias onde busco uma reflexão interdisciplinar,
compreender neste contexto, a diversidade dessa temática que requer um enfoque e sobretudo
um olhar amplo sobre o assunto, como: estigma , doença mental, anti-psiquiatria, instituição
total, comportamento divergente, preconceito, contribuir para essa nova área da antropologia
aberta à novos paradigmas.
Anais XI Semana de Humanidades
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10. “Menino empinando uma estrela”. Ensaio de Semiótica da Cultura II Vicente Vitoriano Merques Carvalho (Professor do Departamento de Artes -
UFRN)
A comunicação constitui-se da análise de uma imagem elaborada pelo artista visual Newton
Navarro (1928-1992) para um cartão natalino e faz parte de uma série de leituras deste tipo de
imagem em que se apreende uma representação da Cidade do Natal. Usam-se estratégias de
leitura oriundas de diversos partidos teóricos agrupados sob o que se entende por semiótica da
cultura, a partir de Baitello Jr. A interpretação da imagem tomada para esta comunicação faz
que se apreendam, além das relações conotadas e denotadas com a Cidade do Natal, alguns
conceitos subjacentes, tais como o de infância, educação (escolaridade) e liberdade.
11. Considerações sobre “Cidade de Deus” Adriana Duarte Pacheco (Aluna do Departamento de Artes - UFRN)
Inserir na análise do filme "Cidade de Deus" os conceitos de Cinema Moderno de Ismail
Xavier. Segundo Xavier, "falar em cinema moderno remete a uma pluralidade de tendências,
primeiro se referindo à formação do estilo moderno no sentido de André Bazin - este que
envolve referência à Renoir, a Welles e ao neo-realismo. E podem ser referidas, em segundo
lugar, a Antonioni, Pasolini e Rossi, a Nouvelle-vague e a Renais, a Cassavetes e Gutierrez
Alea, entre outras características encontradas no filme "Cidade de Deus", como o dinamismo,
como a estrutura ágil, como os avanços e recuos no tempo, remetem a uma linguagem
essencialmente moderna. Contudo, alguns elementos devem ser analisados cuidadosamente
com base em discussões teóricas mais recentes. Este trabalho propõe discutir o filme "Cidade
de Deus"(Fernando Meirelles, 2002)no contexto da discussão teórica sobre o "Cinema
moderno brasileiro" desenvolvida por autores como Ismail Xavier.
12. Imagens da violência Keila Fonseca e Silva (Aluna do Departamento de Artes - UFRN)
Ao longo de anos, o cinema mostrou a crueldade da violência, refletindo sobre ela
banalizando-a, reinventando-a através de imagens. Por mais de meio século de história os
cineastas brasileiros vêm se utilizando destas imagens, tanto pela necessidade de documentar
a própria história e interferir de alguma forma sobre ela, quanto por esta fórmula temática ter
se tornado uma constante na história do cinema. Seja em forma de protesto ou buscando o
simples entretenimento, a violência sempre esteve presente na cinematografia brasileira que,
através de imagens de dor, sangue, guerras, assassinatos, lutas de classe e de poderes, pintou
sua própria história a 24 quadros por segundo. Neste trabalho, pretendo tratar de um tipo de
representação fílmica específica da violência no cinema brasileiro: aquela causada pela
miséria e exclusão social. Para isso, serão discutidos filmes como Rio 40 Graus (Nelson
Pereira dos Santos, 1955), Terra em Transe (Glauber Rocha, 1967), Cidade de Deus
(Fernando Meireles, 2002) e Orfeu (Carlos Diegues, 1996).
13. “O sonho inspirador”: Vida como arte na Austrália aboriginal. Regina Maria Moreira Guedes (Professora do Departamento de Artes - UFRN)
Apresentação de imagens da arte aborígine nos territórios do norte australiano, grupos de
Melville e Bathrust, das terras nordestinas Arnlem e centro da Austrália. O domínio da
religião na expressão artística assim como o econômico. Trabalhos desenvolvidos nos últimos
30 anos.
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14. As “paisagens” que emanam da obra de Francisco Brennand Rosane Felix Ferreira (Aluna do Departamento de Artes - UFRN)
O trabalho visa ressaltar a valorização da paisagem no trabalho escultórico de Francisco
Brennand destacando as possibilidades de interpretação através de enfoques diferentes da
mesma paisagem. Demonstrando através das teorias da Geografia Cultural a influencia mútua
(de causa e conseqüência) entre a história da paisagem e sua modelagem pela cultura,
evidenciaremos o papel das representações como interpretações simbólicas do ambiente. Isto
gera ainda o entendimento das percepções das paisagens em relação as nossas escolhas
estéticas e ideológicas.
15. A imagem como elemento explicativo na habitação familiar do RN Apresentadores:
Flávio César Nunes Gurgel (Aluno do Curso de Ciências Sociais-UFRN)
Luciana de Medeiros Santos (Aluna Especial do Mestrado em Ciências Sociais-
UFRN)
Francisco Sales da Costa Neto (Aluno do Curso de Ciências Sociais-UFRN)
Marilú Albano da Silva.
Demais autores:
Sílvio Andrade Costa
Éliton de Souza Costa
Maria Adeilza P. da Silva
Cristina Grimaldi Gregório
Este trabalho procura mostrar o resultado parcial da pesquisa sobre a organização e a
utilização dos espaços das habitações rurais realizada pelo Grupo de Estudos “Itinerários
Antropológicos para Pesquisa Visual”. Um dos objetivos primordiais da antropologia sempre
foi o de contribuir para uma melhor comunicação intercultural, o uso das imagens, muito mais
que o de palavras, contribui para essa meta, ao permitir captar e transmitir o que não é
imediatamente transmissível no plano lingüístico. Certos fenômenos, embora implícitos na
lógica da cultura, só podem explicitar no plano das formas sensíveis o seu significado mais
profundo. O uso da imagem fixa como elemento de análise no estudo de aspectos sócio-
culturais de espaços rurais específicos é de fundamental importância, na medida em que estas
auxiliam e demonstram como as famílias de baixa renda do Rio Grande do Norte criam,
interpretam e vivem as suas habitações. Na pesquisa de campo, além do uso intensivo da
imagem fixa, a metodologia foi complementada por entrevistas, observação e descrições
etnográficas.
Anais XI Semana de Humanidades
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16. Praças natalenses: basta abaixar as persianas e fechar os postigos Edivania Duarte Celestino (Aluna Especial do Doutorado em Ciências Sociais -
UFRN)
O espaço púbico nos centros urbanos tem mostrado uma capacidade renovada de provocar
questionamentos, reflexões e inquietações. Matéria polêmica, considerada objeto de decisões
subjetivas, políticas e até mesmo emocionais, sua conceituação divide opiniões, além de gerar
conflitos no sentido de permanências e mudanças. A partir do discutido processo de
fragilização e esvaziamento do seu conteúdo simbólico, a questão se complexifica ganhando
uma nova dimensão, quando se percebe uma postura de determinismo degenerativo, exaustão
e conformismo com relação a esse espaço. A aparente perda da importância simbólica desse
objeto, acrescida de outros elementos que permeiam a cidade contemporânea, estimula novas
incursões sobre os espaços públicos. Afinal, alerta alguns pesquisadores (JACOBS, LYNCH),
se deixarmos que os contatos interessantes, úteis e significativos entre os cidadãos se reduzam
a relações privadas, a cidade esclerosar-se-á. Assim sendo, tomando-se em conta um certo
alheamento da população natalense em relação as praças da capital, e por outro lado o próprio
processo de deterioração evidenciado por vários desses espaços, definiu-se determinar como
tema de investigação: Praças Natalenses: basta abaixar as persianas e fechar os postigos,
objetivando investigar o aparente processo de perda simbólica e valorativa desses espaços no
contexto da capital potiguar, empobrecimento.
Anais XI Semana de Humanidades
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GT-03: CIDADE E DESENVOLVIMENTO Coordenadores:
Prof. Dr. Ademir Araújo da Costa (Departamento de Geografia)
Prof. Dr. Márcio Moraes Valença (Departamento de Geografia)
E-mail: marciovalenca@ufrnet.br
Local/horário: Setor de aula V, Bloco G, sala 1 e 2, 30 lugares, terça e quarta, 20 e 21 de
maio, 14:00-18:00h.
De forma geral, a cidade contemporânea tem se apresentado mais permeável aos movimentos do
capital em sua dinâmica globalizante. Tal permeabilidade tem resultado da “necessidade” de
adaptação a novos condicionantes gerais, o que tem induzido transformações tanto na dinâmica de
sua interação com outras cidades e com a região em que se insere como também, e principalmente,
na organização espacial intra-urbana. Guardadas as devidas diferenças entre cidades de variados
portes, localizações, etc., o GT visa discutir questões – tanto teóricas quanto práticas – relativas aos
problemas urbanos e de desenvolvimento do mundo atual e sua construção histórica. Serão
consideradas propostas de trabalhos sobre os diversos aspectos relativos à expansão urbana e ao
desenvolvimento da e na cidade, em particular as que abordarem:
1. os problemas do crescimento urbano;
2. os problemas que resultam da desigualdade, da exclusão e da segregação sócio-
espacial;
3. o papel que exercem as políticas públicas, o planejamento urbano e o Direito.
4. o mercado imobiliário;
5. a organização espacial urbana;
6. a interação entre global/local na cidade.
O GT não tem foco de área, mas contribuições acerca da cidade e da região metropolitana de Natal
serão muito bem-vindas.
RESUMOS Presidente da mesa:
Prof. Dr. Ademir Araújo da Costa
1. A revitalização urbana da Ribeira e o crescimento do Porto de Natal: existe
consenso? Heitor Andrade (Arquiteto/Urbanista e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em
Arquitetura da UFRN)
heitor_as@hotmail.com.br
Nos anos 1970, inaugura-se uma nova postura de intervenção, designada revitalização urbana, que,
em relação à renovação urbana, busca referenciais mais humanos para o espaço público, além de
incorporar práticas anteriores superando-as na busca por uma nova vitalidade (econômica, social,
cultural e físico-espacial) para áreas degradadas do centro tradicional. No caso das áreas centrais e
portuárias observa-se – além de um desgaste físico de seu conjunto edilício e declínio econômico
das atividades desenvolvidas –, em alguns casos, a resistência devastadora de atividades portuárias
caducas. Ou seja, enquanto em muitas cidades as antigas áreas centrais portuárias – que por séculos
foram lugar imprescindível de suas metrópoles – vêm se transferindo para áreas mais espaçosas, por
não mais se adequarem ao espaço físico que ocupam, existem cidades em que o porto segue
crescendo, configurando-se uma ameaça ao patrimônio edilício. Natal enquadra-se claramente neste
Anais XI Semana de Humanidades
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antagonismo. A aproximados vinte anos segmentos vinculados ao poder público local
“desenvolvem” ações justificadas em pressupostos de revitalização urbana, ao passo que o porto da
cidade, ainda o mais importante do Estado, amplia suas instalações físicas a fim de aumentar sua
capacidade de embarque e desembarque de cargas. Este fato, embora aparentemente contraditório,
suscita questionamentos. Neste trabalho nos propomos refletir sobre a realidade de Natal no
contexto das práticas e discursos justificados na revitalização urbana diante do crescimento de seu
porto. Pretendemos apresentar resultados que respondam ao seguinte questionamento: em que
medida as concepções formuladas e projetos concebidos para a Ribeira, assim como as ações
implementadas no bairro, contribuem para a sua revitalização urbana e consolidação como centro
histórico? Com base em pesquisa de dissertação, este trabalho analisa o papel do Setor de
Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Arqueológico (SPH) da Prefeitura de Natal e da Companhia
Docas do Rio Grande do Norte (CODERN) no processo de “revitalização urbana” do centro
histórico de Natal.
2. Condições de vida e moradia nas vilas do Alecrim e Nova Descoberta-
Natal/RN Daniela Karina Cândido (Bolsista PIBIC-CNPq – Departamento de Geografia)
danielakarina@ufrnet.br
Gilene Moura Cavalcante (Bolsista PIBIC-CNPq – Departamento de Geografia)
gimoca@ufrnet.br
A questão da moradia precária no Brasil é um problema histórico que chega aos nossos dias de
maneira contundente. A população de baixa renda criou no decorrer do tempo, várias formas de
moradia – cortiços, favelas e vilas, por exemplo – que não se enquadram nos padrões de qualidade e
segurança estabelecidos pelo poder público. Nesse sentido, procuramos estudar a dinâmica e a
importância das vilas na cidade de Natal/RN, dado a carência de estudos e o desinteresse oficial pelo
assunto. O reconhecimento oficial da existência do problema em Natal aconteceu apenas em 1992,
como forma de subsidiar o Plano de Ação para Habitação Popular em Natal (1993-1996) e,
posteriormente, em 1994 através do Plano Diretor do Município. Escolhemos o bairro do Alecrim,
localizado na Zona Leste da cidade, e Nova Descoberta, na Zona Sul, onde, segundo a SEMURB
(Secretaria Especial do Meio Ambiente e Urbanismo), existem 270 e 108 vilas, respectivamente. O
trabalho tem como objetivo traçar o perfil sócio-econômico do morador das vilas, assim como
avaliar as condições de moradia e as relações de inquilinato, através de uma pesquisa piloto, em que
serão levantadas informações junto aos moradores de três vilas de cada um dos referidos bairros. O
piloto apresentará os aspectos comparativos iniciais para discussão da temática em questão, que terá
continuidade com uma amostragem maior, a ser levantada posteriormente.
Anais XI Semana de Humanidades
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3. Entre os trilhos e o asfalto: recortes da cidade de Natal-RN Apresentadoras:
Jane Roberta de Assis Barbosa (Aluna do Curso de Geografia-UFRN)
Mariluce dos Santos Souza (Aluna do Curso de Geografia-UFRN)
Outros autores:
Janaina Maria da Conceição Silveira (Aluna do Curso de Geografia-UFRN)
Juliana Maria Duarte Ubarana (Aluna do Curso de Geografia-UFRN)
Francisco Ednardo Gonçalves (Mestrando do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa
em Geografia-UFRN)
Josélia Carvalho de Araújo (Mestranda do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia-UFRN)
krammer12@ig.com.br
O padrão de desenvolvimento adotado pelas cidades brasileiras aliado a dinâmica do sistema
econômico vigente, entre outros aspectos, contribuíram significativamente para o aprofundamento
das desigualdades sócio-espaciais. Sendo assim, sinais de exclusão estão presentes na tessitura
urbana da maioria das cidades brasileiras. Entretanto, na busca por novos investimentos econômicos
as cidades têm investido cada vez mais no embelezamento de algumas paisagens urbanas, que são
amplamente divulgadas. Natal, capital do Rio Grande do Norte, através de investimentos públicos e
privados se enquadra nesse contexto, tendo como impulso às atividades ligadas ao setor terciário,
principalmente o turismo. Entretanto, existem várias áreas da cidade que não se beneficiam de tais
investimentos e convivem com sérios problemas de ordem sócio-espaciais expressos na paisagem. A
partir de investigação preliminar realizada durante a disciplina de Geografia Urbana, no semestre
2002.2, este trabalho se propõe a fazer uma análise comparativa entre as paisagens urbanas de dois
eixos viários na cidade do Natal. Um deles, o eixo rodoviário, privilegia um dos trajetos que,
geralmente é feito pelos turistas e vai do Complexo Viário do Quarto Centenário e o início da Rota
do Sol, na sua porção sul, tendo aproximadamente 5 quilômetros de extensão. O outro, com
aproximadamente 10 quilômetros de extensão, compreende o eixo ferroviário realizado pelo trem
urbano de passageiros, no sentido norte e vai da Estação Ferroviária no bairro da Ribeira à Estação
do Conjunto Nova Natal, no bairro Nossa Senhora da Apresentação.
Anais XI Semana de Humanidades
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4. Privatização e privação dos espaços públicos: quem pode ter, quem quer,
quem usufrui? Maria Floresia Pessoa de S. e Silva (Mestranda do Programa de Pós-graduação do curso
de arquitetura e urbanismo. Professora do Departamento de Arquitetura e
urbanismo da Universidade Potiguar. Técnica da Secretaria Especial de Meio
Ambiente e Urbanismo)
Marília Nobre (Estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNP)
Carla M. B. de Mello (Arquiteta)
Na modernidade as intervenções no espaço público priorizaram o fluxo, os movimentos contínuos
que dominavam os cenários das grandes cidades. Apesar de ainda hoje áreas verdes públicas serem
vistas como pontos estruturadores da malha urbana e importantes elementos no que diz respeito à
mobilidade, a discussão do espaço público na pós-modernidade destaca no seu discurso o resgate
das funções de sociabilidade e estímulo à noção de vizinhança perdidos no racionalismo moderno.
Contudo, distanciando-se do que diz a teoria, na prática verifica-se a multiplicação das formas de
apropriação dos espaços públicos, tanto das áreas comerciais quanto residenciais. O abandono destes
pelo poder público e pela comunidade, que passa a vê-los como espaços de perigo e palco da
violência, abre caminho para que sejam invadidos e ocupados ilegalmente, seja por uns que neles
vêem a única oportunidade de sobrevivência ou pelo oportunismo de outros. Esse processo de
privatização resulta em parte, como defendem alguns, da incapacidade do poder público quanto a
provê-los e mantê-los. Outros discutem se são causa e/ou conseqüência das novas relações sociais e
modos de vida. Em meio a esta discussão maior, projetar novos e reabilitar velhos espaços públicos,
hoje, exige mais que atender aos percentuais ideais de área verde/habitante preconizados pela
Organização Mundial de Saúde. As propostas contemporâneas devem ser capazes de responder a
necessidades e expectativas de seus usuários de idades, níveis de renda e contextos sociais
diferenciados. Também, devem prever e permitir o máximo de atividades possíveis, priorizar o
conforto, induzir práticas sociais, estimular esportes e brincadeiras lúdicas que contribuam para a
formação e educação das crianças e jovens, de forma a colaborar para a redução dos índices de
criminalidade e violência urbana. Este estudo tenta discutir esses aspectos aqui colocados, a partir da
análise de um espaço público alvo de uma proposta para concessão privada, localizado na cidade do
Natal. Busca debater até que ponto soluções de caráter social atendem intenções privatizantes e são
favorecidas pela fragilidade do exercício da cidadania e enfraquecimento ou inexistência de uma
articulação da população como meio possível de reverter processos.
5. A figura do Plano Diretor como instrumento de planejamento urbano Maria Eleonora Silva de Macedo (Mestranda do Programa de Pós-Graduação em
Arquitetura e Urbanismo-UFRN)
Orientador:
Ademir Araújo da Costa (Prof. Dr. do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia-UFRN)
O presente artigo trata da análise atual do papel do plano diretor, como verdadeiro instrumento da
política urbana, colocando a sua forma mais adequada de ser elaborado e a real necessidade da sua
Anais XI Semana de Humanidades
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implementação pelos governos municipais. Trata também da forma de participação da sociedade em
todas as fases do processo, bem como a necessidade dos governantes se adequarem à nova realidade
de condução das cidades, procurando sempre buscar soluções inovadoras mais coerentes e
adequadas as realidades e a capacidade local de gestão.
6. Construção de um Ranking dos bairros de Natal segundo alguns indicadores
de precariedade econômica e social de seus moradores José Aldemir Freire (IBGE-RN)
Maria Alzenira da Silva (IBGE-RN)
Débora Barbosa Silva França (IBGE-RN)
A elaboração e implementação de políticas sociais num contexto de restrições financeiras exige, da
parte dos gestores destas políticas, a definição de prioridades ancoradas em informações objetivas,
quantificáveis (na medida do possível) e passíveis de acompanhamento temporal, de modo a se
avaliar a eficácia e a eficiência dessas políticas. O presente trabalho procura apresentar um painel de
alguns indicadores econômicos e sociais dos bairros de Natal, como forma de subsidiar a
elaboração, a execução, o acompanhamento e a avaliação de políticas públicas voltadas para o
atendimento de carências sociais e econômicas (sobretudo daquelas direcionadas para crianças e
adolescentes), fornecendo, no final, um Ranking de Precariedade Econômica e Social dos Bairros
de Natal/RN. Na elaboração desse Ranking utilizamos um conjunto de indicadores composto por
sete variáveis: 1) Renda Média Nominal Mensal dos Responsáveis Pelos Domicílios; 2) Renda
Mediana Nominal Mensal dos Responsáveis Pelos Domicílios; 3) Número Médio de Pessoas Por
Domicílios; 4) Taxa de Alfabetização das Pessoas de 5 Anos ou Mais; 5) Percentual de Domicílios
com Abastecimento de Água Pela Rede Geral; 6) Percentual de Domicílios Com Banheiro; 7)
Percentual de Domicílios Com Coleta de Lixo. Os bairros de Guarapes, Salinas, Redinha, Felipe
Camarão e Planalto apresentam os maiores índices de precariedade, necessitando, portanto, de
políticas sociais ativas e concentradas, para reduzir as disparidades sócio-econômicas que os separa
dos demais bairros. Os bairros de menores precariedades são: Capim Macio, Tirol, Barro Vermelho
e Petrópoles.
7. Comunidade África: três contextos de uma segregação Apresentadores:
Rafaela Araújo da Silva (Aluna do Curso de Geografia-UFRN)
lipietzaraujo@bol.com.br
Salim Kalil Aby Faraj Filho (Aluno do Curso de Geografia-UFRN)
salimfaraj@ig.com.br
Demais autores:
Hanyel Pessoa Paiva (Aluno do Curso de Geografia-UFRN)
James Josino Nascimento (Aluno do Curso de Geografia-UFRN)
Daniela Karina Cândido (Bolsista PIBIC-CNPq do Departamento de Geografia-UFRN)
Segundo dados da Secretaria Municipal de Trabalho e Ação Social (SEMTAS), Natal/RN possui 70
favelas com cerca de 16.000 barracos distribuídos em 28 bairros, nas quatro zonas administrativas
da capital. Nesse sentido, procuramos analisar a expressão da segregação sócio-espacial imposta na
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cidade de Natal, tendo como recorte espacial à porção Norte, mas precisamente a “Comunidade
África” que é uma favela localizada no bairro da Redinha e está assentada numa área de preservação
ambiental (mangue e dunas) pertencente ao Patrimônio Municipal. É considerada pela SEMTAS
como área subnormal, possuindo 2023 habitantes distribuídos em 550 habitações, onde convivem
743 famílias. Foram feitos levantamentos de dados primários junto a moradores da favela, através de
entrevistas pré-elaboradas aplicadas em 10% das moradias. Com isso traçamos um perfil sócio-
econômico da mesma, o qual observamos a segregação em três contextos. O primeiro, se refere ao
próprio nome da favela – Comunidade África – que foi imputado fazendo referência à miséria do
continente africano; o segundo, pelo fato de estar localizada na Zona Norte, região administrativa
associada à pobreza no imaginário natalense; e terceiro, por estar socialmente excluída da dinâmica
urbana do bairro. Portanto, a Comunidade África, se constitui num espaço com profundas carências
quanto à infra-estrutura e ao acesso a serviços públicos, como escola, transporte, posto de saúde,
entre outros.
8. O desafio da sustentabilidade urbana no município de Natal: uma análise do
projeto de intervenção urbanística na favela Passo da Pátria Jennifer dos Santos Borges (Departamento de Arquitetura – UFRN)
jenniferborges@bol.com.br
Ângela Lúcia de Araújo Ferreira (Departamento de Arquitetura – UFRN)
angela@ct.ufrn.br
Ruth Maria da Costa Ataíde (Departamento de Arquitetura – UFRN)
rmcataide@ufrnet.br
A intensificação de problemas sócio-ambientais, advindos do crescimento urbano, tem alertado o
mundo para a necessidade do estabelecimento de uma nova consciência em torno do futuro das
cidades evidenciando-se preocupações com a sustentabilidade dos recursos naturais e uma maior
democratização dos serviços urbanos. Assim, a noção de desenvolvimento passou a incorporar à
variável econômica, os aspectos sociais, ambientais, políticos e culturais com vistas ao
estabelecimento do bem-estar comum. No Brasil, a regulamentação do Estatuto da Cidade (2001),
demonstra um importante avanço nas práticas urbanísticas vigentes. Para Natal, o Estatuto
representa um reforço às diretrizes do seu Plano Diretor que, desde 1994, já orientava o poder
público para a gestão democrática da cidade, com ênfase na proteção ambiental e no cumprimento
da função social da propriedade. Para investigar como esse processo se rebate nas políticas públicas
de intervenção urbanística em Natal, analisou-se o projeto de urbanização da favela Passo da Pátria.
Este, configurando-se como uma das primeiras iniciativas de intervenção em favelas no período
recente, explicita em seus objetivos, uma preocupação em viabilizar o modelo de gestão contido no
Plano Diretor para o tratamento de Áreas Especiais de Interesse Social (AEIS). No entanto, a
fragilidade das soluções apresentadas revela uma inconsistência da proposta no que diz respeito à
sustentabilidade do projeto. Nesse contexto, considerando o significado deste para a consolidação de
um novo modelo de gestão urbana, este trabalho propõe-se a analisar o seu desenvolvimento
(concepção, implantação etc.), com vistas a compreender as dificuldades que se apresentaram no
processo, procurando, também, identificar mecanismos de superação das mesmas com vistas ao
aprimoramento dessas práticas no município de Natal.
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9. Crescimento urbano na Zona Oeste de Natal Pedro Celestino Dantas Junior (Aluno do Curso de Geografia-UFRN)
pedrojunior.geo@zipmail.com.br
pedojunior.geo@bol.com.br
O crescimento demográfico nesses últimos trinta anos em Natal, por diversos fatores, fez com que o
solo urbano ficasse muito caro e, conseqüentemente, inacessível à população mais carente, vindo de
diversas cidades do interior e de outros lugares a procura de melhores condições de vida. Como
conseqüência, as dunas de Natal, principalmente na Zona Oeste da cidade, foram as mais afetadas
por esse problema. O objetivo deste trabalho é mostrar o crescimento urbano nesta Zona de Natal
em direção as dunas, fazendo uma análise dos aspectos sócio-ambientais, detectando os principais
aspectos que impulsionam esse crescimento, e que faz com que tal paisagem seja, assim, alterada. A
área estudada neste trabalho compreende as dunas localizadas nos bairros de Cidade da Esperança,
Cidade Nova, Felipe Camarão, Nova Cidade e Guarapes, onde foi detectada um número acentuado
de moradias impróprias e irregulares, sem nenhum tipo de saneamento básico, uma vez que se
encontram em Zonas de Proteção Ambiental, ou seja, em dunas, as quais filtram a água das chuvas e
é a maior responsável pelo abastecimento do nosso aqüífero.
10. O parcelamento do solo e a formação de espaços de pobreza na Zona Norte
de Natal-RN: um estudo de caso. Alexsandro Ferreira Cardoso da Silva (Programa de Pós-graduação em Arquitetura e
Urbanismo-UFRN)
alexsandroferreira@hotmail.com
O Brasil apresentou, nos últimos 50 anos, uma vertiginosa urbanização, com quase 82% da sua
população vivendo atualmente em cidades. Tal processo de adensamento trouxe consigo um amplo
leque de desigualdades sociais relacionadas diretamente com a qualidade e estruturação das
habitações nestes espaços urbanos, mormente a questão da dicotomia “legal-ilegal”, referente à
propriedade do solo urbano e das edificações; ressalta-se ainda a segregação sócio-espacial nas
extensas periferias, ocupadas por uma população de baixa renda com graves problemas de infra-
estrutura e serviços públicos. Na cidade de Natal, a produção do espaço seguiu articulações que
evidenciaram a formação de “periferias segregadas” contra “espaços integrados”, ou melhor, uma
diferenciação sócio-espacial através dos diversos agentes produtores do urbano. O presente trabalho
intenta perscrutar este processo, tendo como estudo de caso a periferia norte de Natal-RN, ou Zona
Norte, investigando o tipo de parcelamento do solo (Regular, Irregular e Clandestino), de cunho
privado, ocorrido no período de 1957-1990 e relacioná-lo com dados sociais do período. A hipótese
inicial é a de que a expansão habitacional ocorrida em Natal, e na Zona Norte, nos últimos 30 anos,
seguiu um modelo de urbanização periférica, primordialmente através da segregação da população
mais pobre, em áreas específicas da cidade, com formação de “espaços de pobreza”. Nesse sentido,
a construção de conjuntos habitacionais, pelo estado, e loteamentos privados, a maioria ilegais,
consolidou extensas áreas com características de segregação e exclusão urbanística.
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11. Natal em fevereiro de 1943 Pablo Gleydson de Sousa (Bolsista PIBIC-CNPq)
pabluriel@bol.com.br
Giovana Paiva de Oliveira (Professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo-
UFRN)
giovana@ufrnet.br
O presente trabalho visa observar o cenário da cidade do Natal durante o mês de Fevereiro de 1943,
período em que ocorreu o evento da Segunda Guerra Mundial. A partir de dados coletados no Jornal
A República, foi possível visualizar como a cidade reagia ao impacto a que foi submetida, os
problemas surgidos e como conviveu com as repercussões deste evento, uma vez que viveu um
aumento vertiginoso de sua população em um curto espaço de tempo. Na primeira metade da década
de 40, a cidade passou por rápidas transformações, advindas do grande número de estrangeiros
recebidos com a Guerra, com a migração provocada pela seca (flagelados do interior do RN) e de
pessoas do resto do país, principalmente militares e funcionários públicos federais. Sem
planejamento prévio para receber tamanho fluxo populacional (“alienígenas”), a cidade enfrentou
problemas como: racionamento de alimentos; aumento da procura de moradia, elevação dos preços
dos alugueis, favorecendo o surgimento de hotéis, pousadas e pensões; racionamento de água; e
redução da cota de combustível para a população. Estas transformações atingiram o modo de vida da
população, que perdeu seu ar provinciano e realçou suas características cosmopolitas. A posição
geográfica da cidade lhe conferiu destaque ao servir de importante porto para o escoamento de
aviões das forças norte-americanas através do “aeródromo” de Parnamirim. Esse impacto sobre a
cidade pode ser comprovado através dos relatos das visitas de diversas autoridades americanas e
representantes do Governo Federal ao Interventor Federal, Dr. Rafael Fernandes. Esses pequenos
aspectos permitem vislumbrar a vida na cidade no período, e buscar responder, em partes, alguns
dos pormenores de seu atual cenário urbano e social.
12. Espacialização de serviços de infra-estrutura básica de Natal/RN: saúde,
educação e segurança pública. Apresentadora:
Elisabete Ferreira da Silveira (Bolsista PIBIC-CNPq do Departamento de Geografia-
UFRN)
Autores:
Edílson Alves de Carvalho (Prof. Dr. do Departamento de Geografia-UFRN)
Rita de Cássia da Conceição Gomes (Profa. Dra. do Departamento de Geografia-UFRN)
Elisabete Ferreira da Silveira (Bolsista PIBIC-CNPq)
Nos últimos 30 anos tem-se percebido um rápido crescimento urbano nas médias cidades brasileiras.
Isto pode ser entendido pela desmetropolização nos grandes centros e concentração de serviços e
outras atividades em determinadas regiões ou cidades do país, proporcionando, assim, maior oferta
de trabalho e acarretando um dos fatores propícios à migração. Políticas de desenvolvimento
implementadas pelo Estado brasileiro, cuja base estava no enfoque de uma “área pólo” no intuito de
a partir desta o desenvolvimento se irradiar por todo o estado, contribuiu para que Natal hoje ostente
a população de 712.317 habitantes (IBGE/2000), apresentando em sua trama urbana disparidades
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sociais que se evidenciam, por exemplo, na espacialização de serviços de infraestrutura básica como
saúde, educação e segurança pública. Tal fato reflete o denominado processo de “exclusão por
inclusão”, na medida em que exclui no acesso a um melhor atendimento e oferta de serviços,
inerentes a reprodução de boas condições de vida, a maioria detentora de uma renda mínima que lhe
garante apenas uma espécie de subsistência; e a inclui no processo de sucateamento e
descredibilidade dos serviços públicos, alimentando, dessa feita, o aumento da comercialização
desses serviços ao mesmo tempo em que “força” a população à não mais reclamar soluções e sim
criá-las através de cooperativas comunitárias, planos de assistência médica e outros, além de
conformar-se ou sentir-se na obrigação cívica de assumir papéis que não lhes dizem respeito, sob o
incentivo de programas como os “amigos da escola”, “adote um idoso” e similares. Sem perceber,
os “amigos” vão assumindo o que, outrora, era exercido por dever da União, Estados e Municípios.
13. Os impactos sócio-ambientais do Complexo Viário Ulisses de Góes na Zona
Norte de Natal-RN Josélia Carvalho de Araújo (Mestranda do Programa de Pós-Gradução e Pesquisa em
Geografia-UFRN)
jo.car@zipmail.com.br
Francisco Ednardo Gonçalves (Mestrando do Programa de Pós-Gradução e Pesquisa em
Geografia-UFRN
ednardo@ufrnet.br
A Zona Norte de Natal tem sido, durante suas três décadas de história, desvalorizada do ponto de
vista imobiliário, face à precariedade das vias de acesso e aos congestionamentos de trânsito
provocados pelo intenso deslocamento da população local para outras áreas da cidade. Essa
condição impõe à sua população desgaste físico e posição segregada em relação ao espaço urbano de
Natal. Visando a amenizar tais problemas, o Estado vem implantando melhorias no seu sistema
viário: duplicação da Estrada da Redinha, melhorias na avenida Tomaz Landim; e, por último, a
construção do Complexo Viário Ulisses de Góes. Este possibilitou maior fluidez ao trânsito,
entretanto, modificou a paisagem local, alterando aspectos históricos do bairro Igapó e provocando
mudanças no comércio local, em que algumas vêm sendo substituídas por empresas de maior porte,
e outras ainda migrando para a Estrada da Redinha, além de residências que também foram
transferidas. De forma mais expressiva, melhorou a qualidade de vida da população, reduzindo o
tempo ocupado em congestionamentos de trânsito; apontando também para uma valorização
imobiliária da área, pois começa a atrair novas empresas no entorno da obra. Por meio de pesquisa
in loco, acompanhando a construção da referida obra, conversando com a população, fazemos uma
análise dos efeitos do Complexo Viário Ulisses de Góes na vida da população da Zona Norte de
Natal.
14. Região Metropolitana de Natal (retrospectiva e perspectivas do crescimento
demográfico: 1970 – 2010) José Aldemir Freire (Analista Sócio-Econômico do IBGE-RN)
A compreensão da dinâmica demográfica de um determinado espaço geográfico e a tentativa de se
vislumbrar as perspectivas futuras dessa dinâmica são poderosos instrumentos de planejamento e de
implementação de políticas sociais e econômicas. Tentando contribuir com essa temática, o objetivo
do presente trabalho é fazer uma breve retrospectiva do crescimento demográfico da Região
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Metropolitana de Natal (constituída pelos municípios de Natal, Parnamirim, São Gonçalo do
Amarante, Extremoz, Macaíba, São José do Mipibu, Nísia Floresta e Ceará Mirim) desde 1970, bem
como realizar projeções de crescimento demográfico para a região no decorrer do período 2000-
2010. Em termos retrospectivos, a região vem progressivamente ampliando sua participação relativa
na população estadual. Em 1970 25,8% dos norte-rio-grandenses residiam nos municípios
constitutivos da RMN, em 2000 esse percentual estava em 39,5%. Essa tendência permanecerá na
próxima década, quando a região deterá entre 42,2% e 45,2% da população estadual. Todavia,
internamente à RMN a dinâmica demográfica dos municípios foi e será bastante diversa. O
município de Natal apresentou taxas expressivas de crescimento nas décadas de 70 e 80, mas nos
anos 90 e na primeira década do século XXI esse crescimento será bastante baixo. Por outro lado, o
município de Parnamirim provavelmente irá crescer, pela quarta década consecutiva, a taxas
bastante expressivas, aumentando sua participação relativa na população da Região. São Gonçalo do
Amarante é outro município que continuará ampliando sua participação relativa. O crescimento
demográfico da próxima década, portanto, reforçará a tendência demográfica das últimas décadas,
ou seja, o crescimento da RMN ocorrerá em dois eixos principais: 1) Parnamirim; 2) São Gonçalo
do Amarante e Zona Norte de Natal. Essa dinâmica reforça o desafio de que é necessário a
implantação de políticas públicas inter-municipais, e não somente em municípios isolados.
15. A força comercial do Alecrim Apresentador:
Ronaldo Borges (Aluno do Curso de Geografia-UFRN)
ronaldo.borges@zipmail.com.br
Demais autores:
Marcelo Monte (Aluno do Curso de Geografia-UFRN)
Liovegildo Rocha (Aluno do Curso de Geografia-UFRN)
Leila Negrão (Aluna do Curso de Geografia-UFRN)
Katherine Ribeiro (Aluna do Curso de Geografia-UFRN)
O presente trabalho tem como enfoque principal a análise da trajetória comercial do bairro do
Alecrim. Diante desta proposta, realizamos uma pesquisa histórica sobre surgimento e o crescimento
da cidade do Natal dando ênfase ao bairro. Até o final do século XIX Natal se resumia aos bairros
de Cidade Alta Ribeira. Este, tem suas origens relacionadas, principalmente, ao comercio
desenvolvido em função do porto, da população da Cidade Alta e da atividade pesqueira. Ao longo
do século XIX, Natal passou por mudanças que estão relacionadas com o seu crescimento
populacional e pelo deslocamento da atividade da cultura canavieira pelo litoral oriental ocupando
todas as regiões propícias - vales e solos tipo massapê. Paralelamente à cultura canavieira, no
interior se desenvolvia a cultura algodoeira e a atividade pecuária que fornecia carne, couro e força
de tração para as outras duas atividades. A região do atual bairro do Alecrim, que foi o 4º bairro da
cidade, ganhava importância comercial por dois aspectos: pela instalação de uma fábrica de sabão,
no ano de 1896 e pela ligação com o interior, através da região de Macaíba. Despontavam
estabelecimentos comerciais para atendimento da população operária e das caravanas de tropeiros e
migrantes, vindos do interior, que aí chegavam com seus produtos e buscando abastecimentos para a
viagem de retorno. Queremos assim demonstrar que o espaço do atual bairro do Alecrim, no início
do século XX, já refletia as relações sociais e a segregação social praticadas pela sociedade da época
pois já começava a se firmar como um espaço fornecedor de bens para as camadas mais pobres da
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população. De posse desse víeis, o bairro vem, até nossos dias, se reproduzindo social e
comercialmente e adquirindo maior importância dentro da espacialidade da cidade. Em 1941, com a
instalação da Base Naval no bairro do Alecrim e, a percepção do comando militar americano, de que
não poderiam importar todos os suprimentos exigidos pelas tropas aqui situadas, em tempos de
conflito mundial, o bairro passa a ser chamado a ampliar suas atividades comerciais. Por essas
razões históricas e o seu desenvolvimento, ao longo do século XX, o bairro do Alecrim se firmou
como um bairro comercial voltado para as classes sociais mais pobres da sociedade da cidade.
Acreditamos que, apesar do crescimento de Natal em direção a novas frentes, com a adoção de
novas estratégias comerciais como os “shopping-centers”, pequenos “malls”e comércios de bairro o
Alecrim não irá perder seu vigor comercial em função das razões históricas expostas, do modelo
concentrador de renda existente e do achatamento da massa salarial por que vem passando a
população economicamente ativa.
16. Segregação sócio-espacial: uma breve análise sobre as favelas de Natal. Jucicléa Souza Alves (Bolsista PIBIC-CNPq/Base de Pesquisa Unidade Interdisciplinar
de estudos sobre a habitação e o espaço construído – DGE/UFRN)
Ademir Araújo da Costa (Coordenador da Pesquisa e Prof. do Departamento e do
Mestrado em Geografia-UFRN)
Este trabalho pretende apresentar elementos impulsionadores do processo de favelização em Natal
nos últimos anos. Para compreendermos as transformações do espaço urbano é imprescindível a
analise da produção do produto-habitação, pois esta se torna mercadoria de alto valor no mercado
capitalista e, portanto, responsável pela distribuição espacial da população urbana, como também
reveladora da segregação sócio-espacial. Este processo inicia-se com a adoção do sistema
capitalista, que, tendo como base um modelo concentrador e excludente, afasta as massas populares
do direito à moradia, através, principalmente, da precarização dos salários. Assim, as populações
pobres não estão “aptas” a pagar pelo preço da habitação na “cidade legal”, encontrando como
alternativa de se reproduzirem no espaço urbano, a construção de barracões em áreas próximas ao
emprego ou em áreas de desvalorização comercial. Seu estado de inércia ocorre pelo poder público e
moradores de bairros nobres, considerarem os moradores das favelas usurpadores do espaço público
ou privado e, por isso, responsáveis pelas más condições de habitação em que se encontram. Em
Natal, percebemos que nos últimos anos, o numero de favelas vem aumentando associado com o
aumento do percentual da população residente nesses espaços de interesses social. Este fato reflete a
inexistência e/ou ineficiência de políticas públicas que minimize ou contenha a ampliação desse
processo na cidade, sem oferecer, assim, melhores condições de vida para seus habitantes.
17. Os objetos imobiliários e a produção do espaço na zona sul de Natal/RN Ângelo Magalhães Silva (Mestre em Ciências Sociais-UFRN)
Este trabalho discute a produção do espaço urbano da Zona Sul de Natal/RN, principalmente após os
anos 80, quando este espaço da cidade passa a ser mais intensivamente ocupado. A ocupação teve
por objetivo requalificar a cidade frente às transformações mais gerais determinadas pela
reestruturação produtiva. Nesse contexto, Natal passa a comportar novos atributos urbanos na forma
de objetos imobiliários. Vias de acesso, conjuntos habitacionais e estabelecimentos comerciais
foram construídos. Buscando atender às novas demandas da atividade turística como alternativa para
o crescimento econômico. Espaços da cidade como a Zona Sul foram requalificados e adaptados por
meio dos novos objetos imobiliários. Neste trabalho a produção do espaço na Zona Sul é vista como
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um processo de desenvolvimento urbano desigual e seletivo, que levou um novo contingente
populacional a se estabelecer no local, como também à diversificação de atividades econômicas, ao
estabelecimento de um mercado imobiliário mais dinâmico, ao loteamento de glebas e venda de
terrenos, e ao surgimento de condições de moradia e de trabalho diferenciadas das antes
estabelecidas
18. Pioneirismo teórico e dificuldades práticas do Plano Diretor de Natal Maria Floresia Pessoa de Souza e Silva (Mestranda em Arquitetura e Urbanismo do
DARQ da UFRN)
Nelma Sueli Marinho de Bastos (Mestranda em Arquitetura e Urbanismo do DARQ da
UFRN).
O Plano Diretor de Natal, Lei Complementar Nº 07 de 05/09/1994, foi elaborado em conformidade
com os princípios norteadores do Movimento de Reforma Urbana. O processo envolveu a
participação popular, através de reuniões nas comunidades, discussões com associações de classes e
entidades civis organizadas, conselhos comunitários etc. As propostas também foram debatidas, em
particular, com os setores privados e amplamente discutidas tanto no Conselho de Planejamento
Urbano e Meio Ambiente (CONPLAM), como na Câmara Municipal do Natal. Este instrumento
preconizava uma nova visão de cidade e assim, muitos avanços se consolidaram a partir das idéias
vanguardistas nele contidas, que se apoiaram em instrumentos jurídicos, fiscais e urbanísticos, que
possibilitariam, em tese, uma gestão mais justa e ambientalmente equilibrada da cidade. Hoje, se
observa que nem todos os instrumentos foram implementados na prática, e que aqueles
“implementados”, sofreram alguns desvios de seus princípios constitutivos, ou seja, de sua filosofia
original. Este estudo se propõe a uma breve avaliação, de alguns desses instrumentos, questionando
os seus alcances teóricos e práticos, as dificuldades de implementação, bem como os resultados.
19. Cooperação intergovernamental: a experiência do Parlamento Comum da
Região Metropolitana de Natal Autor:
Juliano Varela de Oliveira (Bolsista PIBIC-CNPq do Departamento de Ciências Sociais-
UFRN)
Orientadora:
Maria do Livramento Miranda Clementino (Profa. Dra. do Departamento de Ciências
Sociais-UFRN)
As cidades são espaços que sofrem constantes mudanças diante da globalização. Assoladas por
vários problemas sociais, elas passam por reconfigurações que abalam sobremaneira suas estruturas.
Nesse clima de remodelagem estrutural, as chamadas regiões metropolitanas aglutinam problemas
clássicos e contemporâneos que requerem atenções especiais por parte dos governos. No Brasil, a
partir da Constituição Federal de 1988, a questão metropolitana foi relegada a segundo plano. Na
tentativa de redemocratização da sociedade, a referida Constituição passou a dar mais atenção aos
municípios, e, mesmo valorizando a cooperação intergovernamental, incentiva um municipalismo
autárquico e isolacionista. O presente trabalho objetiva identificar e compreender a construção de
mecanismos de cooperação intergovernamental no âmbito da Região Metropolitana de Natal
(RMN). Análise bibliográfica, levantamento de dados secundários, leitura de documentos e
Anais XI Semana de Humanidades
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realização de entrevista foram os recursos metodológicos empregados na pesquisa. O Trabalho está
estruturado em três capítulos: o primeiro relacionado ao processo de instituição de regiões
metropolitanas no Brasil, aos dilemas da cooperação intergovernamental e à concepção de Pacto
Territorial; o segundo referente à caracterização geral da RMN; e o terceiro sistematiza o processo
de formação do Parlamento Comum, experiência de cooperação intergovernamental tida como
objeto de estudo deste trabalho. Como conclusão, observamos, a partir da atuação do Parlamento
Comum, um potencial de mobilização de atores sociais e políticos importante à concretização de um
Pacto Territorial no âmbito da RMN.
Presidente da mesa:
Profa. Ms. Edna Maria Furtado
20. O usucapião urbano coletivo e o papel das associações de moradores Emanuel Dhayan Bezerra De Almeida (Graduando do Curso de Direito – UFRN)
edadvocacia@digi.com.br
A Lei n.º 10.257, de 10 de julho de 2001, mais conhecida como Estatuto da Cidade, constituiu, sem
dúvida alguma, num dos maiores avanços legislativos concretizados nos últimos anos. Após um
difícil e demorado processo de tramitação no Congresso Nacional, enfim foi regulamentado o
capítulo de política urbana da Constituição Federal. Importantes instrumentos foram aprovados,
entre eles, o usucapião urbano coletivo. Tal instituto cumpre duas finalidades extremamente
importantes para uma imensa parcela da população brasileira que vivem em favelas, cortiços,
conjuntos habitacionais invadidos e loteamentos irregulares. A primeira finalidade é cumprida com a
regularização fundiária que assegura o direito à moradia a esses brasileiros. A segunda é garantir o
cumprimento da função social da propriedade por meio da promoção de uma política de
regularização fundiária. As partes legítimas para pleitear o reconhecimento da aquisição do domínio,
através do usucapião urbano, são: a) o possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário ou
superveniente; b) os possuidores, em estado de composse; c) a associação de moradores da
comunidade. Deste modo, a associação de moradores tem importante papel na regularização da
posse dos imóveis ocupados nas milhares de favelas e loteamentos irregulares, produzindo uma
gestão mais democrática do espaço urbano e dando início a verdadeira revolução que pode vir a ser
o Estatuto da Cidade.
21. Festa na cidade: um estudo sobre o desenvolvimento do mercado informal em
Natal Elaine Cristina Alves da Costa Savalli (Mestra em Sociologia - UFRN)
elainesavalli@hotmail.com
A pesquisa contempla os vendedores ambulantes na cidade do Natal e a sua participação no
Carnatal, maior evento sócio-econômico do Estado do Rio Grande do Norte que ocorre todos os
anos desde 1991 no mês de dezembro, no contorno do Estádio de Futebol Profº João Machado –
Machadão. A análise do trabalho dos ambulantes no Carnatal implica o conhecimento do mercado
informal em Natal, dos participantes e da dinâmica da maior festa da cidade. A partir da pesquisa de
campo e das entrevistas realizadas nos anos de 2000/2001, elaboramos uma tipologia dos
vendedores do Carnatal: os profissionais, os eventuais, e os “estrangeiros”. Constatamos que, de um
modo geral, a atuação dos ambulantes no Carnatal é positiva, já que eles aproveitam o máximo da
festa para melhorar o seu orçamento e ao mesmo tempo, para se divertirem; o lucro determina a
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volta do vendedor eventual no ano seguinte. Observamos que a opção para o mercado informal pode
constituir uma fonte preciosa de renda para um grupo significativo da população ativa, mesmo para
os ambulantes que tem, paralelamente, uma atividade regular ou um contrato de trabalho. Porém,
existe um controle da administração municipal e da organização do evento que tende a limitar, com
pouco êxito, o desenvolvimento das atividades informais. Mesmo assim, os ambulantes conseguem
vender seus produtos sem a devida autorização dos órgãos competentes. Observamos então um
crescimento significativo dos vendedores que desejam participar de um evento sem ´perder’
contudo, uma boa oportunidade de trabalho.
22. A organização espacial da cidade de Currais Novos-RN Alberani da Conceição (Mestrando do programa de Pós-graduação e Pesquisa em
Geografia-UFRN)
alberanic@hotmail.com
A temática deste ensaio é voltada para o estudo geográfico, direcionando-se à análise das
transformações sócio-espaciais ocorridas na cidade de Currais Novos no Rio Grande do Norte, a
partir do processo de (re)produção do território urbano. A história deste município constrói-se
quando o processo de (re)produção do espaço passa pela pecuária extensiva e pelo auge da
cotonicultura. No entanto, esse processo espacial ganha relevância a partir da extração de minerais,
principalmente da scheelita, que permitiu transformações significativas para a sociedade
local/regional. Currais Novos com a atividade mineradora, enveredou num processo de
desenvolvimento de destaque no cenário estadual. No entanto, com as redefinições da economia
global, o setor da mineração entrou em colapso. Assim, com uma oferta e uma produção em larga
escala, a China entra no mercado desmobilizando a estrutura consolidada, até então, por outros
países como o Brasil. Esta cidade fez uma representação significativa com tal atividade. A sua
construção refletia-se através das classes sociais que atuavam no período do auge da mineração.
Nossa proposta é, portanto, analisar a reprodução da cidade haja vista a intensificação da crise
permeando a mudança dos agentes modeladores de uma classe média para uma classe menos
abastada. Fazendo o recorte temporal de 1980 até 2000, pretende-se enfocar o momento de transição
onde se encontra o ápice da dinâmica da cidade, decorrendo logo após, a sua inflexão, apresentando
uma investida da população de baixa renda no uso do solo urbano.
23. Impactos da atuação da Del Monte Fresh Produce no vale do Açú a partir da
comparação com as empresas locais Gleydson Pinheiro Albano (Mestrando do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia-UFRN)
Orientador:
Ademir Araújo da Costa (Prof. Dr. do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia-UFRN)
A região do Vale do Açú, tradicionalmente tem um dos piores indicadores de exclusão social do
Estado do Rio Grande do Norte. Esses indicadores são uma contradição ao desenvolvimento
econômico recente da região onde se teve a construção da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves
que propiciou uma infra-estrutura para um projeto de irrigação amplo. Entretanto, a área do referido
Vale, após a construção da Barragem, foi paulatinamente sendo ocupada por empresas regionais que
desenvolviam a produção de frutas tropicais e que excluíam, por vários processos, os pequenos
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produtores que foram obrigados a venderem suas terras e migrarem para outros locais,
principalmente os centros urbanos. Além das empresas regionais, atualmente começam a chegar
empresas de capital multinacional, a exemplo da Del Monte Fresh Produce. Nesse trabalho vamos
analisar os impactos sócio-espaciais que esta multinacional vem provocando no meio rural,
principalmente no tocante as relações de trabalho e as alterações ambientais que vem provocando no
local onde a mesma encontra-se atuando. É um trabalho pertinente e importante, uma vez que tem
por finalidade trazer uma contribuição para a sociedade, tendo em vista a inexistência de estudos
sobre as mudanças ocasionadas pelas multinacionais no espaço em questão.
24. Galinhos e Guamaré–RN: as contradições sócio-espaciais em vias de
(re)construção Josué Alencar Bezerra (Mestrando do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia-UFRN)
jabeba@ufrnet.br
Orientador:
Ademir Araújo da Costa (Prof. Dr. do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia-UFRN)
Nos últimos decênios do século XX novas atividades se consolidaram no cenário econômico do Rio
Grande do Norte, sobretudo em função das mudanças advindas do processo de reestruturação
produtiva oriundas do meio técnico-científico-informacional. As novas economias trouxeram
significativas transformações sócio-espaciais com um forte rebatimento ao meio ambiente. Na
porção setentrional do Estado encontra-se grande parte destas economias recentes como a
carcinicultura, a atividade turística, embora ainda adormecida, e à produção de petróleo, que tem o
município de Guamaré um dos três maiores produtores deste mineral em todo Estado e que,
juntamente com Galinhos, recebem grandes parcelas dos royalties referentes a produção do petróleo.
Localizados no Litoral Norte, respectivamente, a 174 km e 166 km de Natal, os municípios de
Galinhos e Guamaré reúnem vários atributos naturais, como praias, dunas, mangues e rios. Um fato
que chama atenção é que as suas sedes municipais não expressam os vultosos recursos advindos das
arrecadações efetuadas nos municípios representadas quase que em sua totalidade pelo pagamento
do FPM e dos royalties do petróleo. Nesse sentido, tendo em vista esta incompatibilidade
encontrada, procuramos analisar as contradições existentes entre as receitas públicas arrecadas e a
infra-estrutura urbana dos respectivos municípios, enfatizando seu quadro sócio-econômico. O
entendimento acerca da problemática abordada enfoca os desafios que se consolidam no
conhecimento dos problemas existentes nestas cidades, bem como pela necessidade de contribuir
com propostas que possam ajudar na implementação de políticas públicas que almejem trazer
benefícios para a sociedade local. Torna-se importante ressaltar que esta pesquisa faz parte de uma
proposta para a elaboração de nossa dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-
Graduação e Pesquisa em Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
25. Desenvolvimento local e pequenas cidades Maria Suelly da Silva Medeiros (Mestranda do Programa de Pós-graduação e Pesquisa
em Geografia-UFRN)
Anais XI Semana de Humanidades
39
Francisco Ednardo Gonçalves (Mestrando do Programa de Pós-graduação e Pesquisa em
Geografia-UFRN).
Suellymedeiros@yahoo.com.br
O grande impulso tomado pelo sistema econômico vigente e o estabelecimento de um novo patamar
para a dinâmica capitalista, eivada pela contradição e pela seletividade, não privilegia todos os
espaços. Desse modo, existem áreas que não acompanham o ritmo frenético da economia e na
medida que se intensifica o processo de globalização vão ficando em planos secundários. Diante do
quadro que se configura, no qual o aumento da pobreza e da exclusão social compõem o cenário da
globalização, a discussão sobre o desenvolvimento se faz necessária no sentido de se buscar
estratégias para solucionar os problemas das populações marginalizadas por esse processo.
Objetivando estabelecer uma relação entre o novo paradigma de desenvolvimento emergente e
pequenas cidades este trabalho faz uma breve discussão sobre o paradigma do desenvolvimento
local, trazendo contribuições de alguns autores de diversas áreas do conhecimento, culminando com
exemplos de iniciativas que vêm sendo tomadas no âmbito estadual.
26. O curso da cidade e a vida do rio: a relação do desenvolvimento local com a
nova paisagem do rio Piranhas na percepção dos moradores de Alto do
Rodrigues-RN
Daline Maria de Souza (Aluna do Curso de Serviço Social-UFRN)
dalineufrn@bol.com.br
João Bosco Araújo da Costa (Professor Dr. do Departamento de Serviço Social-UFRN)
joaobac@uol.com.br
A partir da década de 80, a construção da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, a introdução da
exploração petrolífera e a agroindústria ao cenário produtivo da cidade de Alto do Rodrigues-RN,
caracterizaram o processo de desenvolvimento da cidade e contribuíram para que ocorressem
mudanças sócio-ambientais no rio Piranhas, espaço no qual encontram-se situadas as principais
atividades produtivas desta cidade e a maioria das práticas sociais da população local. A pesquisa
analisou a percepção dos moradores de Alto do Rodrigues sobre a influência do desenvolvimento
local na constituição da nova paisagem do rio Piranhas, a partir da década de 80. A pesquisa
utilizou-se de métodos qualitativos: revisão bibliográfica dos temas em desenvolvimento, impactos
sócio-ambientais, paisagem e memória cultural; pesquisa documental e entrevistas com os principais
atores sociais envolvidos diretamente com a dinâmica sócio-espacial do rio Piranhas. A avaliação
dos dados constatou que a nova paisagem do rio Piranhas traduz as mudanças da dinâmica do
desenvolvimento local, em suas dimensões sócio-espacial e ambiental e apontam que os moradores
da cidade avaliam positivamente o desenvolvimento, na medida em que este contribuiu para a
ampliação dos serviços públicos municipais, do comércio local e para a urbanização da cidade e
percebem negativamente as mudanças sócio-ambientais ocorridas no rio Piranhas.
27. Cidade-Empresa: o exemplo norte-rio-grandense de um cenário conhecido Otomar Lopes Cardoso Junior (Mestrando do Programa de Pós-Gradução e Pesquisa em
Geografia-UFRN)
O presente trabalho tem por objeto apresentar a influência da grande empresa e o poder de sua
relação transformadora na vida da cidade. Apontando o conceito de company town, absorvido na
Anais XI Semana de Humanidades
40
literatura nacional com o cidade-empresa, indicamos – brevemente - seu processo de criação e as
modificações com ela trazida, as condições exigidas par sua implantação e o novo processo de
relações com a região, via dois modelos no Brasil: em Volta Redonda, com a Cia Siderúrgica
Nacional, em 1941, e em Ouro Branco, com a Açominas, em 1983; um modelo chamado “clássico”
e seu oposto, que se propõe “cidade-aberta”. Concluímos nosso trabalho com a demonstração da
presença da company town no cenário do Rio Grande do Norte, buscando também ilustrar duas
propostas quase antagônicas: a Usina Estivas, em Arês (mas vizinha a Goianinha) e a Petrobrás, em
Guamaré. O resultado final mostra que a concepção nacional não está muito diferente da realidade
local. Ultimamente, no entanto, o impacto transformador nas cidades (pequenas ou não) tem
provocado respostas às negatividades inerentes a toda e qualquer grande corporação, reforçando a
participação popular nos destinos do espaço da cidade, do cidadão.
28. Alguns reflexos da ação do Estado como indutor da expansão urbana e suas
contradições no litoral sul de João Pessoa-PB Adauto Gomes Barbosa (Mestrando do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia da UFRN)
Orientador:
Ademir Araújo da Costa (Prof. Dr. do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia-UFRN)
A estruturação do espaço urbano do Litoral Sul de João Pessoa tem sido respaldada, de forma
decisiva, pela ação do Estado. Na esteira dessa intervenção, um fato não menos importante é a
crescente valorização fundiária, o que tem estimulado a especulação imobiliária no referido
compartimento da cidade. Neste sentido, o presente trabalho procura evidenciar as políticas públicas
aí implementadas, bem como a ocupação urbana consubstanciada, dentre outros aspectos, pela
formação de condomínios fechados horizontais de alto padrão de habitabilidade. A área em estudo
apresenta baixa densidade urbana no contexto da cidade de João Pessoa, principalmente se
comparada aos bairros localizados na faixa litorânea norte, tendo recebido as primeiras inversões
por parte do Estado somente em fins da década de 1970, com a construção do conjunto habitacional
Altiplano Cabo Branco e da avenida João Cirilo, a qual dá acesso ao Farol do Cabo Branco.
Entretanto, as principais intervenções ocorridas nesta área datam das décadas de 1980 e 1990,
através da implantação do Pólo Turístico Cabo Branco, pelo governo estadual, e condomínios
fechados horizontais, pelo capital imobiliário. O que se verifica, até o momento da pesquisa, que as
políticas públicas, na referida área, não têm sido implementadas em conformidade com as demandas
sociais mais urgentes. Assim, a ação do Estado reflete a racionalidade do capital e, desta forma, o
espaço geográfico, mais que um reflexo, torna-se fator ativo da sociedade, ou seja, uma instância
social.
29. O processo de urbanização de Nova Parnamirim Francisco Elói de Souza (Mestrando do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia-UFRN)
Orientador:
Ademir Araújo da Costa (Prof. Dr. do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia-UFRN)
Anais XI Semana de Humanidades
41
Conforme Censo Demográfico do IBGE (2000) no Brasil, até a década 60, mais de 55% da
população vivia na zona rural. Contudo, ultimamente 81% dos brasileiros vivem nas cidades. Esta
inversão populacional se deu a partir dos anos 70, e está atrelada aos processos globais de mudanças
(industrialização, migração, urbanização etc.), sendo um reflexo da divisão espacial e internacional
do trabalho. Entretanto, as políticas públicas e privadas implementadas em Natal, sempre têm
atraído, grande contingente de pessoas em busca de empregos, e que, nem sempre pode atender as
demandas migratórias. Recentemente, Nova Parnamirim um distrito de Parnamirim - RN, aliado à
proximidade com Natal, está passando, por um processo de ocupação intensivo e acelerado. Nesse
contexto, vem sofrendo, ao longo do tempo, transformações substanciais no seu espaço, tanto de
natureza social quanto ambiental, que está refletindo na qualidade de vida de seus moradores. Este
fato está ligado principalmente na ausência de um planejamento urbano adequado e que seja
considerado como um instrumento norteador do desenvolvimento da cidade em seu constante
processo de construção. A pesquisa tem como objetivo analisar a dinâmica sócio-espacial da área e
as suas implicações, identificando os principais agentes que promovem e se beneficiam desse
processo de urbanização. Para a realização deste estudo serão utilizadas leituras bibliográficas que
versem de estudos teóricos sobre as questões urbanas e ambientais e atividades de campo, para o
levantamento dos dados a serem investigados na abordagem metodológica.
30. Marginalização urbana: o processo de favelização no bairro Frei Damião da
Cidade de Caicó-RN. Maria José Costa (Mestranda do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia
da UFRN).
Zenira Bezerra da Silva (Mestranda do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia da UFRN).
A urbanização desenfreada que ocorreu nas cidades brasileiras tem gerado inúmeros problemas, um
deles é a exclusão social, que pode ser evidenciada nos bairros periféricos da cidade de Caicó ,
localizada na microrregião do Seridó Ocidental no Estado do RN. O bairro pesquisado denomina-se
Frei Damião, localizado na zona Oeste de Caicó, que é considerado o de pior qualidade de vida da
cidade, fruto da expansão do bairro Walfredo Gurgel. O bairro é totalmente desprovido de sistema
de esgotos, pavimentação, e coleta de lixo. Quanto ao abastecimento d’água verificamos que menos
da metade dos domicílios ocupados tem acesso à água encanada. A pesquisa realizada também
mostrou que existe um elevado índice de analfabetismo entre os chefes de domicílio do referido
bairro. A maior parte dos entrevistados possui apenas o 1º grau incompleto. Analisando de forma
geral a ocupação profissional atual dos pais chefes de domicílio (homens em sua maioria) do bairro
Frei Damião, atenta-se para os elevados índices de desempregados. Pode-se dizer que as atividades
exercidas pelos pais chefes de domicílio neste bairro exigem pouco ou nenhum nível intelectual e
muito esforço físico. O nível de renda familiar está atrelado ao tipo de ocupação, que, por sua vez,
reflete o nível instrucional prevalecente. O nível salarial máximo consegue atingir a faixa de 2 a 3
salários mínimos, somente em residências que possuem dois aposentados. O restante da população
sobrevive com uma renda mensal inferior a um salário mínimo, tendo em vista que as principais
ocupações recebem remunerações ínfimas por tarefa, principalmente a atividade de catar lixo, de
onde a maior parte da população retira o sustento para sua família.
Anais XI Semana de Humanidades
42
31. O PSH no Rio Grande do Norte Adalberto Soares de Araujo Amorim Neto (Mestrando do Programa de Pós-Graduação
em Serviço Social-UFRN)
adalberto.s.neto@caixa.gov.br
O PSH refere-se a um programa de subsídio para a construção de moradira popular para famílias de
baixa renda (entre R$100,00 e R$580,00 de renda familiar), criado em 2001, durante o Governo
FHC e implementado no segundo semestre de 2002, e que, no atual governo, com alguns ajustes,
vem sendo desenvolvido em todo o Brasil. No Rio Grande do Norte, já foram construída cerca de
1300 casas, estando em andamento projetos com o total de aproximadamente 2000 outras casas em
diversos municípios, sendo o maior número em Mossoró e nos vários municípios do Alto Oeste
Potiguar. O PSH enaquadra-se, portanto, como um programa de política pública de interesse social,
daí sua importância na atual conjuntura. Na pesquisa, buscaremos acompanhar a aplicação dos
recursos referentes ao PSH, objetivando saber se os objetivos do referido programa estão sendo
atingidos, no que se refere à forma de eleger as famílias beneficiárias com a aquisição do imóvel, a
atividade de orientação social, antes, durante e pós-entrega dos imóveis, conforme normativos do
agente operacional (Caixa Econômica Federal).
32. O Processo de expansão urbana de Macaíba-RN e seus reflexos sócio-
espaciais. Apresentador:
Geovany Pachelly Galdino Dantas (Bolsista do PET do Departamento de Geografia).
Demais autores:
Wagner Luiz Alves da Silva
Cléber Pessoa Guedes
Emanuel Thiago Ribeiro de Freitas
Wanderson da Silva.
Orientador:
Anelino Francisco da Silva (Prof. Dr. do Departamento de Geografia-UFRN)
geoufrn@globo.com
Profundas mudanças de ordem social, econômica e política determinaram no Rio Grande do Norte a
consolidação do seu processo de urbanização. Aqui no RN, a atuação do Estado brasileiro foi
primordial para desencadear esse processo, principalmente através de projetos voltados para a
industrialização e a implementação de políticas públicas urbanas. A região da Grande Natal foi a
principal beneficiada por essa política modificando substancialmente sua dinâmica e configuração.
Macaíba, município integrante dessa área, passou, igualmente nos últimos anos, por um rápido
processo de expansão urbana trazendo, como conseqüência, o surgimento de problemas até então
não vivenciados na cidade. O trabalho está estruturado em duas partes, sendo que, a primeira,
desenvolvida como atividade do PET/Geografia resgata todo o processo de crescimento da cidade
relacionando-o com o processo de urbanização estadual e as modificações na dinâmica da cidade. A
segunda, que foi realizada como parte do processo avaliativo da disciplina de Geografia Urbana e
Anais XI Semana de Humanidades
43
conjuntamente com os colegas supracitados, aborda os reflexos desse crescimento e suas
implicações na qualidade de vida da população.
33. Indicadores e a realidade social Ivanildo Soares da Silva. (Mestrando do Programa de Pós-graduação em Engenharia
Sanitária-UFRN)
ivan_soares@ig.com.br
Conhecer a realidade social, implica conhecer e se apropriar dos elementos que influenciam e
transformam a sociedade. Nos centros urbanos, esses elementos são complexos, podendo ser físicos,
políticos, econômicos e sociais. São dinâmicos, o que dá a essa realidade um caráter temporal. As
pessoas não compreendem a cidade e seus processos. Por outro lado, a desigualdade na distribuição
dos benefícios da urbanização (ou progresso) no corpo da sociedade tem tornado as cidades
fragmentadas. Promover a compreensão destes fatos e sua apropriação pela sociedade civil
organizada tem sido um dos desafios dos governos municipais. A construção de indicadores que
representam essa realidade, tem sido uma das ferramentas na construção de um diálogo construtivo.
Os indicadores são números que procuram descrever um determinado aspecto da realidade, ou
apresentam uma relação entre vários aspectos sintetizando-os, e também representam conceitos mais
abstratos e complexos ou, ainda, nível de desempenho de uma gestão. Eles democratizam as
informações, auxiliando a sociedade não só a controlar as ações do governo municipal, mas também
permite que os movimentos e entidades que atuam na vida política e social formulem propostas de
prioridades e de intervenção e as ofereçam ao poder público para implantação.
34. Espaços urbanos: é possível crescer preservando o conforto térmico? Angelina Costa (Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura-UFRN)
angelinadlcosta@yahoo.com.br
A construção de ambientes urbanizados ocorre diariamente pela ação antrópica através da
substituição do ecossistema natural por estruturas artificiais. Esse processo impacta o meio ambiente
deteriorando a qualidade do ar e do clima e, conseqüentemente, a qualidade de vida da população. O
presente trabalho busca identificar fatores que possibilitem o crescimento da cidade sem que isso
deteriore demasiadamente seu conforto térmico. Como objeto de estudo tomou-se o bairro de
Petrópolis, cuja ocupação está consolidada. Foi elaborado um amplo diagnóstico da área baseado na
análise de mapas de topografia, altura das edificações, uso do solo, áreas verdes e tipo de
recobrimento do solo, aliado a tomada de medições das variáveis ambientais (temperatura e umidade
do ar, a velocidade e a direção dos ventos) e questionamento com a população local. Identificou-se
que a maior parte do bairro encontra-se corretamente orientada a ventilação predominante e sobre
um platô; há concentração de serviços e comércio em alguns pontos e um núcleo verticalizado
denso, muito pouca área verde e permeável. Encontraram-se ainda altas temperaturas com média de
27,60C e elevadas umidades (média de 74%); direção predominante dos ventos Sul-Sudeste e
velocidade variável. Quando comparados aos dados de estações meteorológicas fixas em áreas
menos urbanizadas, o bairro é sempre mais quente e menos ventilado, o que permite concluir que se
minimizaria a elevação da temperatura do ar com implantação de mais vegetação, aumento da
permeabilidade urbana e diversificação do uso do solo, que só é possível através de um
planejamento urbano mais responsável.
Anais XI Semana de Humanidades
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35. Os impactos sociais do Programa Bolsa Escola no Município de Parnamirim Elaine Cristina Farias de Oliveira (Aluna do Departamento de Serviço Social – UFRN)
elaine.hta@bol.com.br
Frânslie Quinto Bezerra (Aluna do Departamento de Serviço Social – UFRN)
franslie@uol.com.br
O Brasil tem atualmente cerca de 3,8 milhões de crianças trabalhando onde mais da metade estão
fora da escola. Problemas como evasão escolar, repetência e desinteresse pelas aulas são
relacionados, na maioria dos casos, à falta de expectativa social e econômica de uma família que
mal tem como se sustentar e por isso se vê forçado a ter todos os seus membros trabalhando,
inclusive crianças e adolescente. Diante desse problema, foi pensado o programa Bolsa-Escola,
como forma das crianças poderem estudar. A pesquisa tem o objetivo de avaliar esse programa
como também detectar as diferenças existentes entre o projeto original e o implantado pelo governo
Federal, como também analisar quais as melhorias que o programa trouxe no campo educacional,
familiar e no campo econômico. Verificando as dificuldades, falhas e lacunas que essas diferenças
provocaram, e procurando identificar as mudanças da condição social dos beneficiados pelo
programa no município de Parnamirim, e assim analisar se a mudança no programa modificou o real
objetivo ou metas do mesmo.
36. Como estudar as pequenas cidades? ensaiando a discussão Francisco Ednardo Gonçalves (Mestrando do Programa de Pós-graduação e Pesquisa em
Geografia/UFRN)
ednardo@ufrnet.br
Orientador:
Ademir Araújo da Costa (Prof. Dr. do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia-UFRN)
O atual contexto, marcado pelo desenvolvimento geográfico desigual, no qual predomina o modo de
vida urbano, tem a cidade como palco das maiores transformações. Esta importância faculta vários
questionamentos acerca do significado das cidades hoje (bem como sobre as perspectivas futuras),
sobretudo, em função dos distintos padrões em que se apresentam. Mesmo se constituindo no padrão
predominante no Brasil, as investigações que focalizam as pequenas cidades são quase inexistentes,
principalmente, quando nos remetemos ao Nordeste brasileiro, região que apresenta o maior
percentual de pequenas cidades (84% do total). Nesse sentido e sem negligenciar o significado das
metrópoles, nosso trabalho apresenta algumas reflexões acerca da carência de estudos e,
conseqüentemente, a importância de investigações direcionadas às pequenas cidades, visando a
busca de caminhos que facilitem sua compreensão, tendo como referência empírica o cenário
potiguar.
37. O papel do poder público no desenvolvimento local: uma análise do
município de Serra Caiada-RN. Franklin Roberto da Costa (Colaborador da pesquisa; Graduando em Geografia-UFRN)
Anais XI Semana de Humanidades
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Ademir Araújo da Costa (Coordenador da pesquisa e Prof. do Departamento e do
Mestrado em Geografia-UFRN)
Serra Caiada, município encravado na mesorregião do Agreste Potiguar, graças à ação do poder
público local, vem, nos últimos dois anos, apresentando um desenvolvimento surpreendente, sendo
considerado como um dos municípios mais bem administrados do Rio Grande do Norte. Com efeito,
já se percebe, com base em dados do IPEA, um aumento considerável nos índices de
desenvolvimento humano, com uma taxa, em 1991, de 0,378 para 0,605 em 2000, colocando-se
entre os municípios que mais tem avançado neste setor. É de se surpreender, pois o município,
apesar de fazer parte da referida mesorregião, está situado numa área de transição entre o Agreste e
o Sertão, na qual apresenta solos, hidrografia, vegetação e um clima que se identifica com as áreas
do semi-árido nordestino. Entretanto, graças à ação do poder público local, voltada para a solução
dos reais problemas do município, como educação, saúde, assistência social, lazer etc, tem, ao longo
desses dois anos, revertido a situação de penúria que até então vivia a população local. O presente
trabalho, ainda em andamento, pretende mostrar o papel do poder público no referido município,
através da implementação de políticas públicas e assistência social, que tem se refletido na melhoria
da qualidade de vida da população local.
38. Atividade comercial, espaço urbano e circuito inferior da economia urbana: o
exemplo de Bayeux-PB Ricélia Maria Marinho da Silva (Mestranda do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa
em Geografia-UFRN)
Emilia de Rodat Fernandes Moreira (Profa. Dra. do Departamento de Geociências-
UFPB)
Beatriz Maria Soares Pontes(Profa. Dra. do Departamento e do Mestrado em Geografia-
UFRN)
Bayeux constitui um dos menores municípios do Estado da Paraíba, ocupando aproximadamente
0,05% do território estadual. Apesar da pequena extensão territorial (27,5 km²), ele é hoje um dos
mais populosos e mais densamente povoados municípios do Estado (quase 90.000 habitantes e mais
de 3.000hab/km2). O crescimento populacional está relacionado de um lado, à proximidade com a
capital do Estado, e de outro, ao desenvolvimento industrial e comercial ali levado a efeito ao longo
do tempo. O objetivo deste trabalho consistiu em focalizar alguns aspectos da realidade atual do
setor comercial do município de Bayeux-PB buscando contribuir para desvendar algumas
características da dinâmica e organização do seu espaço urbano. Ele baseou-se em informações
secundárias e numa ampla pesquisa de campo. A concepção de espaço urbano na obra de Corrêa
(1989) e o enfoque dos dois circuitos da economia urbana de Milton Santos fundamentaram a
pesquisa. Constatamos que na época dos Shopping Centers, o setor comercial de Bayeux ainda adota
o sistema tradicional. Identificamos a existência de um núcleo hierarquizado de comércio, bem
como de sub-centros dependentes de um núcleo central na organização do espaço urbano. Ficou
claro também que a maioria dos estabelecimentos está inserida no circuito inferior da economia
urbana, apesar de ocuparem pouca mão-de-obra. A articulação desse circuito inferior com o circuito
superior dá-se através do sistema de aquisição e transporte de mercadorias.
Anais XI Semana de Humanidades
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39. Conjunto Parque dos Coqueiros: da crise nacional da moradia à ocupação
sócio-espacial Francisco Duarte Guimarães (Prof. do Departamento de Comunicação Social;
Mestrando da PPgCS)
Os conjuntos habitacionais são produtos das políticas públicas do governo federal para o setor, que
recentemente foram deslocadas com maior premência também para entidades não-governamentais,
como cooperativas e empresas privadas. No Brasil, este processo começa no início do século
passado, obtendo maior ênfase com a criação, em 1964, do Banco Nacional da Habitação (BNH).
Com o fim do BNH, porém, em meados de 1986, inicia-se uma nova configuração para o
atendimento da demanda habitacional brasileira pelos governos federais. Este momento coincide
com as significativas mudanças na política e na economia brasileiras, caracterizadas basicamente
pela transição de um regime militar-imposto para um civil, que, a partir daí, viria a ser eleito pelo
povo. Como saldo, até então, o que se verifica é que os objetivos inicialmente propostos, à frente o
BNH, foram subvertidos: atendeu-se mais as classes mais bem-remuneradas que as mais
necessitadas. Também neste momento de transição (governos Sarney-Collor) é construído e
entregue aos mutuários, em Natal/RN, o Conjunto Habitacional Parque dos Coqueiros, que,
inicialmente fazendo parte do programa PROHAP-Setor Público, passa, por força da resolução Nº
1.469 de 26 de janeiro de 1988, para o programa PROHAP-Setor Privado. Várias outras
modificações - na infra-estrutura, nos equipamentos comunitários, na constituição das unidades e até
nos valores dos financiamentos -, promovidas, ao que tudo indica, pelo capital (empresas) com a
aquiescência da Caixa Econômica Federal (CEF), órgão que substituiu o BNH no Sistema
Financeiro da Habitação (SFH), contribuíram para o descontentamento dos mutuários que
resolveram reverter esta situação na Justiça Federal, denunciando aquilo que Weber chamaria de
"capitalismo aventureiro".
40. Shopping-centers: elementos de (re)produção sócio-espacial na Zona Sul de
Natal-RN Autor:
Gerson Gomes do Nascimento (Prof. Ms. do CEFET-RN)
Orientador:
Ademir Araújo da Costa (Prof. Dr. do Departamento de Geografia-UFRN)
Gersongomes2003@yaroo.com.br
Este estudo teve como objetivo analisar a (re)produção sócio-espacial na Zona Sul de Natal, a partir
da influência dos shopping-centers. Nessa perspectiva, analisou também as mudanças de hábitos e
costumes para uma parcela da sociedade, quando da inserção desses empreendimentos em área
nobre da Zona Sul da cidade, bem como as transformações ocorridas nos arredores onde os três
maiores shoppings se instalaram. A exemplo de outros estabelecimentos comerciais desse porte,
dois dos três principais shoppings da cidade estão voltados para atender as classes mais favorecidas
da sociedade, pois foram construídos com essa finalidade. Todavia, o segundo shopping vem, ao
longo do tempo, adquirindo um caráter mais popular quando comparado aos outros dois. Apesar de
representarem um elemento importante na (re)produção do espaço urbano bem como no cenário do
comércio varejista moderno da cidade, esses grandes empreendimentos comerciais não ultrapassam
as contradições impostas pelo capitalismo, ao contrário, reforçam estas na medida em que são
espaços semi-públicos, logo, segregadores, fato que não se mostra de forma diferente em Natal.
Anais XI Semana de Humanidades
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GT-04: EDUCAÇÃO AMBIENTAL: RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL PARA A
COLETIVIDADE Coordenadora:
Profª. Drª. Maria do Socorro Costa Martim (Departamento de Geografia)
E-mail: smartim@cchla.ufrn.br
Local/Horário: Auditório da Geografia – CCHLA, 40 lugares, quarta, 21 de maio, 14:00-18:00h.
No entendimento da legislação vigente sobre Educação Ambiental (Lei n. 9795/99) “... os processos por
meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade” é de primordial importância a sua discussão pelas instituições
formais, de modo que o tema seja amplamente debatido e divulgado, proporcionando subsídios para que haja
condições de ter plenamente o efeito multiplicador, atingindo, portanto, o objetivo geral que é uma melhor
qualidade de vida entre as pessoas, proporcionada pelo exercício da Educação Ambiental.
RESUMOS
01. A educação ambiental ajudando na construção de uma contra – hegemonia. Paulo Roberto de Menezes (Bacharel em Geografia)
As mudanças tecnológicas e industriais na modernidade definiram historicamente as transformações culturais
das sociedades capitalistas. A necessidade de se consumir sempre, sem uma preocupação com o bem estar
social, faz com que hoje os ditos recursos renováveis, os quais garantiriam a sustentabilidade, estejam se
exaurindo pela rapidez que são consumidos. É evidente que as investidas em legislações reguladoras ou
punitivas solitárias, em nada afetam aqueles que degradam e desperdiçam nossos recursos naturais; tanto
falando do macro consumidor (grandes corporações) quanto do micro (população em geral). A fragilidade do
nosso legislativo, que se submete muitas vezes às pressões econômicas, comprometendo e distorcendo as
reais necessidades sociais, geram leis confusas e incompletas, mascarando na complexidade legal a
inviabilidade de execução. Valendo do importante papel social dos veículos educativos torna-se importante
trazer para debate questões que nos leve a pensar sobre os padrões atuais de qualidade de vida, assunto tão
em moda como a qualidade total. É preciso discutir o impacto social e ambiental que o atual ritmo de
desenvolvimento nos está impondo. Dessa forma o problema pede também soluções comportamentais, de
mudança de valores sociais, repensar as nossas relações com as pessoas que nos cercam. Os agentes
educativos têm de integrar a comunidade, tornando os espaços privilegiados para colocar em prática outros
modelos de organização social, caminhando para a organização de uma sociedade sustentável. Trabalhar para
transformação dentro desses microssistemas certamente trará contribuições, mesmo que a longo prazo, para
toda a sociedade.
2. Qualidade de vida e população Autores:
Katherinne de Fátima Nogueira Ribeiro
Gracileide Ferreira do Nascimento
João Matias do Nascimento Junior
Leila Rodrigues Negrão
Anais XI Semana de Humanidades
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Orientadora:
Maria do Socorro C. Martim
O presente trabalho tem como objetivo conscientizar a comunidade para uma melhor qualidade de vida, bem
como a harmonia do homem com o meio em que vive. Mediante os estudos e os conhecimentos adquiridos
na disciplina Geografia da População e das pesquisas voluntárias da Base de Pesquisa Estudos Ambientais,
abordamos os seguintes tópicos do objeto de estudo: relação da qualidade de vida com habitação, transporte,
saúde, meio ambiente, lazer, segurança, educação e trabalho. Diante do que foi pesquisado, temos por
finalidade repassar os resultados obtidos, tendo em vista a constatação de que para uma boa qualidade de
vida é preciso a responsabilidade individual para que haja um benefício coletivo.
3. Ponta Negra: responsabilidade de todos Autores:
Kalipsa Duarte de Matos (Aluna de graduação em Geografia)
Glorilda Duarte de Matos (Aluna de graduação em Geografia)
Mylber Guedes Alcoforado (Aluno de graduação em Geografia)
Orientadora:
Maria do Socorro C. Martim
Trata esse trabalho da poluição das praias, especificamente da praia de Ponta Negra, trecho da orla de Natal
(RN) mais freqüentado, principalmente, por turistas. A praia está localizada no litoral Sul da cidade, em uma
enseada, a aproximadamente oito quilômetros do centro da cidade. O Morro do Careca, formação dunar, com
altitude aproximada de cem metros, cartão postal da cidade, por se inserir em ambiente frágil constitui-se
uma preocupação constante aos habitantes da localidade. A produção deste trabalho deveu-se às observações
in loco, registros fotográficos das atitudes individuais dos freqüentadores locais e turistas, evidenciando os
problemas identificados como atividade-tarefa, seguindo as técnicas de metodologia de pesquisa na
disciplina de Educação Ambiental e apresentado o resultado como seminário. Ao concluir-se a breve
pesquisa, consideramos de vital importância as mudanças de atitude de todos os que se beneficiam, de forma
direta ou indireta da praias, e, que todos ao apreciarem esta beleza, preservem e não fiquem esperando tão
somente pelas autoridades competentes à preservar o ambiente, mas que temos que ter a consciência de que
as pessoas, formando a sociedade civil têm que fazer a parte a lhes competir: a sua responsabilidade
individual para a coletividade.
4. A preocupação com a água bem tratada James B. Luna (Licenciatura em Geografia)
A água residencial é assunto de grande preocupação, apesar de grande parte da população deixar de observar
os cuidados indispensáveis para a preservação da saúde. Diante de tal situação, coloca-se como objetivo
nessa exposição, alertar sobre alguns pontos importantes no intuito de conscientizar as pessoas quanto ao
cuidado com seus reservatórios de água, pois é a partir deles que infecções sérias podem ser contraídas,
gerando complicações maiores a posteriori. Para evitar essa situação, é necessário tomar medidas corretivas
que vão desde a correta lavagem dos seus depósitos de água, à desinfecção das caixas d´água. Para tanto,
tem-se que ser feita a limpeza, obedecendo critérios específicos, pois, somente com um ato relativamente
simples, se pode garantir, a saúde e longevidade da população.
Anais XI Semana de Humanidades
49
5. Populações tradicionais litorâneas e o meio ambiente Winifred Knox (Doutoranda em Ciências Sociais e Professora do DAN/UFRN(2003) e UNP)
Trata-se de um estudo de populações que habitam as praias do litoral do Rio Grande do Norte. O
conhecimento local e as práticas tradicionais têm tido um papel importante em relação a práticas, valores
sociais e éticos de respeito à natureza. Procura-se através da pesquisa etnográfica perceber a relação
estabelecida entre a população litorânea e a natureza. É possível observar métodos de utilização dos recursos
marinhos que são menos predatórios ao meio ambiente. No entanto, é visível o emprego de novas técnicas
sócio-econômicas que resultam na introdução de novas práticas culturais em relação à natureza. Diante de
uma gama de fatores interligados caracterizando a complexidade do problema, conclui-se pela a necessidade
de ações constantes de esclarecimento, mas também, de um trabalho de reconhecimento de valores
tradicionais que caminham na direção da preservação da natureza.
6. Conscientização ambiental pela linguagem teatral Autores:
Solange Maria da Silva (Bolsista da Base de Pesquisa Estudos Geoambientais)
João Maria da Silva
Orientadoras:
Maria do Socorro C. Martim
Cleonice Furtado de Souza
O Grupo de Teatro de Geografia tem como objetivo expressar em uma linguagem teatral a importância à
compreensão e conscientização do meio ambiente, utilizando os princípios básicos da ciência geográfica
sobre o espaço e como ele se reproduz considerando os fatores ambientais, sócio-econômicos e políticos
como atores interligados, materializado por meio da expressão corporal, o discurso crítico e construtivo, de
ordem visual e sonora usando a própria natureza e os seus recursos como cenário: o palco da vida. O
GTGEO – com o seu teatro amador e sua arte de forma simples e objetiva vem se apresentando e
evidenciando o respeito que o homem deve ter para com os elementos essenciais da natureza como o rio,
solo, áreas verdes de maneira geral, com o ar, e com todo o meio físico, fazendo o cidadão refletir sobre o
seu relacionamento com o meio ambiente para desenvolver atitudes racionais, e conservadoras exercendo
cidadania e conscientizando dos seus deveres, melhorando a qualidade do meio ambiente e
conseqüentemente a sua qualidade de vida.
7. O branco corrosivo na imensidão verde ameaçada: os atores políticos e sociais
brasileiros diante da geopolítica das drogas e da degradação ambiental na Amazônia Noemia Arruda Varela (Pós-Graduação em Ciência Sociais – UFRN)
O presente estudo é uma reflexão sobre o lugar da Amazônia no mundo do século XXI. Procuramos traçar
um painel da realidade atual colocado para que esse espaço transnacional, da produção dos atores e cenários
das disputas mais importantes do terceiro milênio. Nossa incursão sobre o universo dessas questões,
rodearam duas temáticas independentes: o narcotráfico e a devastação ambiental da floresta Amazônica,
traduzindo-se também em argumentos mobilizados para justificar propostas e projetos de intervenção na
Amazônia, procurando perceber como essas questões são encaradas dentro do contexto da nossa ordem
mundial e da soberania nacional, situando em que matrizes discursivas as propostas dos atores políticos e
sociais nos levam. Realizamos uma ampla investigação em órgãos de imprensa, publicações cientificas,
páginas na Internet de órgãos governamentais, partidos políticos, parlamentares e organizações não-
governamentais. O nosso horizonte teórico foi dado por Manoel Castells, David Harvey, Antony Giddens e
Anais XI Semana de Humanidades
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Mike Feathestone. O desafio de pensar o lugar da Amazônia no mundo do século XXI, nos leva ao
enfrentamento de temáticas aparentemente díspares como a emergência do narcotráfico e a devastação
ambiental. Dessa forma, constatou-se que há uma necessidade de se avançar na reflexão sobre a política de
segurança para a região amazônica para que possamos como nação, construir uma política de enfrentamento
ao narcotráfico e a devastação ambiental, que não se traduza, como vem ocorrendo na Colômbia, numa
militarização dessas questões sociais.
Anais XI Semana de Humanidades
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GT-05: ÉTICA, POLÍTICA E RELIGIÃO Coordenadores:
Prof. Ms. Antonio Basilio Novaes Thomaz de Menezes (Departamento de
Filosofia)
E-mail: basilio@ufrnet.br
Prof. Ms. Sergio Eduardo Lima da Silva (Departamento de Filosofia)
E-mail: sergioelds@uol.com.br
Local/horário: Consequinho, 42 lugares, 1º andar-CCHLA, terça e quarta, 20 e
21 de maio, 14:00-18:00h.
Este GT visa discutir o campo de relações entre Ética, Política e Religião em temas atuais
como Terrorismo, Direito a Vida, Ética na Política e Fundamentalismo Religioso, bem
como explicitar-lhes os pressupostos histórico-filosóficos.
Serão consideradas as seguintes propostas para seleção:
1. Trabalhos correlatos ao campo de discussão dos temas elencados
2. Trabalhos nos campos da Ética e Bioética
3. Trabalhos no campo da Filosofia Social e Política
4. Trabalhos no campo da Filosofia da Religião
RESUMOS
1. Contra a prostituição e etc... Abrahão Costa Andrade (Prof. Dr. do Departamento de Filosofia-UFRN)
Seria lícito defender a prostituição? Poder-se-ia chamar “moral” a uma tal defesa?
Sustentamos que é impossível conceber seja como moral, seja como ética a defesa da
prostituição, e esta comunicação se empenhará em desenvolver os motivos desta recusa. A
ética, porquanto seria uma aspiração de uma vida realizada (estima de si), com e para os
outros (solicitude) em instituições justas (justiça), teria uma primazia sobre a moral, que
seria apenas a elevação dos valores éticos à universalidade do discurso. Saber, nesses
termos, se a prostituição é ou não moral implica, por um lado, em verificar se a máxima
contida na sua ação pode ser elevada à lei universal e, por outro, saber se sua realização
fere ou não algum dos valores estabelecidos como éticos: a estima de si, a solicitude e a
justiça.
2. Especulação sobre contribuições talmúdicas e espinosanas sobre ética
nietzscheana Edrisi Fernandes (Prof. Ms. do Departamento de Filosofia-UFRN)
Para chegar à elaboração de sua filosofia “para além do bem e do mal”, Nietzsche quis
retomar e retificar a sabedoria do profeta iraniano Zaratustra, a quem criticou como o
primeiro propagador de um dualismo ético (fundamentador de uma moral) e, em seus
desdobramentos, também epistêmico (de base moral), e metafísico (ontológico). Criticando
desde sua raiz a crença de que a natureza básica do homem foi afetada pela “queda”, e de
que somos todos, originalmente, pecadores, não é impossível que Nietzsche, ao buscar
elementos culturais que lhe permitissem trazer à luz a genealogia do dualismo para poder
neutralizá-lo ou superá-lo, haja tomado conhecimento das idéias talmúdicas acerca de uma
inclinação ou pulsão humana mais primitiva, individualista, de sobrevivência, de
Anais XI Semana de Humanidades
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perseverança e triunfo, dominação e controle, libido e aspiração à perpetuidade. Discutimos
a semelhança dessas características com aquelas do conatus espinosano e da nietzscheana
“vontade de poder”, discutindo uma possível linha de influências.
3. A noção de ser humano a partir de um discurso sobre o aborto e a
eutanásia Sérgio Eduardo Lima da Silva (Prof. Ms. do Departamento de Filosofia-UFRN)
Este trabalho é uma reflexão sobre a obra de Peter Singer “ Ética Prática”, enfocando o seu
discurso sobre o aborto e a eutanásia e as conseqüências éticas do mesmo. Neste trabalho, a
partir das teses estabelecidas pelo autor sobre a questão do significado de tirar a vida de
alguém em certas circunstâncias, traçando desta forma os limites para a ação ética,
pretende-se mostrar o que significa para Singer o conceito de vida humana. Suas
controvertidas teses sobre aborto e eutanásia nos permite perceber, de forma nítida, como
as noções de racionalidade, autonomia e consciência de si, permitem ao autor em questão
construir uma noção de vida humana aos moldes utilitaristas, justificando desta forma
polêmicas ações intervencionistas no campo das ciências biomédicas e das políticas sociais
contemporâneas.
4. Higiene e bioética: o duplo aspecto do biopoder Antonio Basílio Novaes Thomaz de Menezes (Prof. Dr. do Departamento de
Filosofia-UFRN)
Proposta de uma “anatomia dos saberes biomédicos” trata dos aspectos sócio-políticos que
envolvem a formação destes saberes no século XX. Considera especificamente os campos
da Higiene e da Bioética nos diferentes âmbitos da épistèmé, na qual se encontra a base das
suas formações discursivas, e dos seus respectivos quadros de configuração histórica, que
lhes consubstanciam uma certa correlação de forças. Analisa a Higiene e a Bioética a partir
da ótica das relações de poder, inerentes as práticas e ao contexto normativo da sociedade.
Utiliza-se da noção foucaultiana de biopoder (Foucault, 1975) como instrumental de
problematização das mesmas no âmbito das relações sociais e da produção dos saberes,
procurando estabelecer dentro desta perspectiva a dinâmica das relações de poder.
5. Ludwig Feuerbach e os fundamentos da linguagem religiosa Sérgio Eduardo Lima da Silva (Prof. Ms. do Departamento de Filosofia-UFRN)
Este trabalho é uma reflexão sobre a obra de Feuerbach “ A essência do Cristianismo”,
enfocando a raiz antropomórfica do discurso religioso. Tal trabalho pretende explicitar a
tese do autor de que o sentimento religioso exprime, na forma da devoção mística ou do
discurso teológico, um fundamento essencialmente humano. Este fundamento, que
Feuerbach considera a essência do homem em geral e que se manifesta na forma do
pensamento, vontade e sentimento, torna-se o elemento indispensável para a compreensão
da gênese da religiosidade em geral, e de forma explícita do cristianismo, considerado um
momento peculiar desta religiosidade. Conhecer os dogmas do cristianismo ou mesmo o
próprio sentimento cristão é conhecer ou reconhecer o próprio homem, cuja essência
encontra-se transposta e representada na figura do divino, nas representações do dogma ou
no mais puro sentimento religioso.
Anais XI Semana de Humanidades
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6. Marx e o problema da emancipação humana Rainer Patriota (Prof. Ms. do Departamento de Filosofia-UFRN)
O objetivo desta exposição é elucidar sumariamente algum dos pontos nodais inerentes ao
conceito de emancipação humana plasmado por Karl Marx. Dito mais claramente, o que se
pretende é articular de forma genérica e introdutória o complexo de problemas que instaura
e fundamenta a filosofia de Marx enquanto ontologia do ser ativo. De fato, o problema da
emancipação, em Marx, implica na determinação da lógica que rege o processo de auto-
constituição do homem, processo cuja base estrutural, segundo o pensador alemão, emerge
historicamente das relações materiais de produção social, engendrando um movimento de
afirmação e desdobramento das potencialidades humanas em sua totalidade prática e
teórica. A superação dos entraves antepostos pela ordenação econômica do capital a este
desenvolvimento – a abolição das relações capitalistas, radicadas na propriedade privada
dos meios de produção e na primazia do trabalho abstrato, e a conseqüente inauguração de
uma organização material de produtores livremente associados, orientados para a produção
racionalizada de valores de uso – é então posta como condição primordial e resolutiva para
a emancipação do gênero humano, encontrando aí o seu real significado.
7. Ricoeur e a autonomia do político Autor:
Marco Aurélio de M. Jordão
Orientador:
Abrahão Costa Andrade (Prof. Dr. do Departamento de Filosofia-UFRN)
Tomarei como base desse trabalho o texto “Paradoxo Político” do filósofo francês Paul
Ricoeur. A proposta central é tentar entender a autonomia do político em relação ao
econômico. Para isso Ricoeur empreende uma reflexão em duas linhas: um estudo em
Aristóteles, com quem retoma o conceito do político como meta (telos) em direção ao Bem
e a felicidade comum; e em seguida um estudo em Rousseau, cuja proposta de um “contrato
social” faz transparecer a vontade geral. Assim, logo veremos que ambos, segundo Ricoeur,
defendem o mesmo, a saber: Um Estado que se funda num “pacto” e visa o Bem comum.
Trata-se de uma análise do conceito de Estado em um nível segundo o qual
compreendemos o que ele seja, não de fato, mas de direito.
8. Teologia, a metafísica newtoniana Autor:
Renato de Medeiros Jota
Orientador:
Sérgio Eduardo (Prof. Ms. do Departamento de Filosofia-UFRN)
As mudanças no século XVII em torno das ciências naturais contribuíram para o avanço
das ciências como conhecemos hoje. Buscaremos identificar a influência teológica na
revolução Newtoniana nas descobertas de sua obra, geralmente associada aos métodos
experimentais por ele inaugurado, visando apenas a parte conhecida do pesquisador da
Anais XI Semana de Humanidades
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física natural, esquecendo-se de um outro Newton oculto e desconhecido da maioria do
público, o Newton teólogo, pesquisador de uma metafísica. Este Newton aos poucos vem
sendo descoberto, revelando uma visão característica sua, de Deus e da trindade,
demonstrando o pesquisador tão compenetrado das escrituras sagradas, quanto o do físico
articulado e experimental da óptica e dos principia. Este trabalho tem como objetivo
investigar as influências dos estudos teológicos sobre o pensamento de Newton em suas
obras cientificas. Demonstrando a presença de uma metafísica na justificação do porquê de
seus estudos e o motivo principal deste se aprofundar na física natural e justifica-la, ela a
metafísica, por meio de suas descobertas.
Anais XI Semana de Humanidades
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GT-06: PRÁTICAS CULTURAIS E COTIDIANO: EXPERIÊNCIA E
TRANSMISSÃO DO SABER POPULAR Coordenadores:
Prof. Dr. Luiz Carvalho Assunção (Departamento de Antropologia)
E-mail: lassuncao@ufrnet.br
Profª Drª Maria de Lourdes Patrini (Departamento de Letras)
E-mail: mpatrini@digi.com.br
Local/horário: Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede, 120 lugares, terça
e quarta, 20 e 21 de maio, 14:00-18:00h.
O GT procura apresentar informações sobre pesquisas concluídas ou em andamento,
objetivando realizar uma reflexão sobre as diferentes práticas culturais populares
(manifestações artísticas, literatura, narrativas, religiosidade) e sua inserção no cotidiano; as
formas de produção dessas práticas e os meios de transmissão/circulação desse saber social
historicamente construído.
RESUMOS
1. O Popular no Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral – Um Estudo
Sobre as Eleições Para o Governo do Rio Grande do Norte em 2002 Gustavo César de Macêdo Ribeiro (Graduando em Ciências Sociais-UFRN)
Quando se fala em “povo”, no Brasil, a quem está se referindo? Historicamente, a evocação
discursiva desta figura abstrata se prestou a vários propósitos, sejam religiosos, científicos,
ideológicos e, sobretudo, políticos. Neste último tipo, está presente tanto na fala da
esquerda, onde “povo” é figura virtuosa, mas, também, a massa a ser doutrinada – oposto
da vanguarda – das vertentes leninistas, como nas estratégias de dominação das classes
dominantes, onde é parte do “Ser Nacional” – figura unificadora que se sobrepõe aos
conflitos mesmos da sociedade brasileira. No Brasil contemporâneo, onde os processos
políticos passam por mudanças estruturais, a modalidade midiática das disputas eleitorais
torna-se, além de elemento fundamental na decisão de pleitos, objeto privilegiado na
apreensão de alguns elementos de sua cultura política. Sendo assim, através de um estudo
de caso em particular – o do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE), mais
especificamente, dos programas eleitorais televisivos das quatro principais coligações
postulantes ao governo do estado do Rio Grande do Norte em 2002 –, objetiva-se
compreender, fazendo uso da metodologia da análise de conteúdo, como o discurso sobre
“povo” materializa-se na fala de atores políticos. O presente trabalho visa colocar em pauta
algumas das questões teórico-metodológicas fundamentais para o encaminhamento do
referido estudo de caso (que ainda encontra-se em suas fases preliminares).
2. Medicina popular: O tradicional face ao moderno Francisca de Paula de Oliveira (Mestranda pelo PPG em Ciências Sociais-
UFRN e membro da Base de Pesquisa Cultura Popular)
Este trabalho trata das relações entre a medicina científica e a medicina popular a partir de
dados levantados em pesquisa empírica realizada com produtores de medicamentos
artesanais no município de Natal. A pesquisa chama atenção para a existência de uma
identidade cultural marcada por um saber oriundo das práticas da medicina popular.
Anais XI Semana de Humanidades
56
Observou-se, ainda, que a medicina científica ao mesmo tempo em que se apropria dos
conhecimentos da medicina popular, ela a despreza. Procurou-se, portanto, compreender
porque os práticos da medicina científica expressam, através dos seus discursos,
mecanismos de poder sobre os práticos da medicina popular. A metodologia utilizada
prioriza entrevista, aplicação de questionários com os mangaeiros que desenvolvem
atividades com plantas medicinais nas feiras livres do referido município. Para melhor
abordar as questões relacionadas a medicina popular, utilizamos as reflexões de teóricos
como : Antonio Augusto Arantes, Alceu Maynard Araújo, Eduardo Campos e Maria
Andréia Loyola, entre outros, que analisam essa temática sob diferentes ângulos.
3. Rezadeira : o prestígio social na comunidade Francimário Vito dos Santos (Graduando em Ciências Sociais-UFRN e membro
da Base de Pesquisa Cultura Popular)
O presente trabalho abordará um aspecto da prática da benzenção observado em uma
determinada rezadeira no município de Cruzeta/RN. Dentre as múltiplas opções de
reflexões escolheu-se retratar o reconhecimento social alcançado por esta agente de cura na
comunidade. Com isso, objetivamos mostrar como este fenômeno social é construído,
tomando como referência o universo simbólico da reza, mais especificamente, da rezadeira
Barica.
4. Novas configurações nas práticas das rezadeiras Bruna Thayse Queiroz de Melo (Graduanda em Ciências Sociais-UFRN e
membro da Base de Pesquisa Cultura Popular)
A proposta deste trabalho é compreender as práticas de reza e cura das rezadeiras,
relacionadas com o universos religioso do qual elas participam. Associadas inicialmente ao
catolicismo popular camponês, as rezadeiras são, geralmente, procuradas para rezar sobre
doentes de males espirituais, em especial o quebranto ou mau-lhado. Elas são também
consideradas especialistas em certas doenças tradicionais, como espinhela caída, cobreiro,
ventre virado (diarréia), e coqueluche. Um aspecto que nos chamou atenção e que se refere
às práticas das rezadeiras, foi a existência de algumas transformações. Segundo alguns
estudos, a discriminação sofrida por elas tem impulsionado essas mudanças. Atuando no
meio urbano, diante de uma efervescência religiosa de grandes dimensões e sofrendo
discriminação, as rezadeiras, antes ligadas ao catolicismo popular, são levadas, muitas
vezes a abandonarem suas práticas ou o que é mais comum, a se adequarem a um novo
contexto religioso. Ao perceber essas mudanças, propomos um trabalho de pesquisa que
procurou seguir o percurso de três rezadeiras, pertencentes a diferentes religiões, com o
intuito de captar as representações de cada uma delas sobre suas práticas e compreender
como se dá essa interação entre religião institucionalizada e religiosidade popular.
Anais XI Semana de Humanidades
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5. O culto da jurema : a tradição dos mestres juremeiros na umbanda de
Alhandra/PB Sandro Guimarães de Salles (Mestrando em Ciências Sociais-UFRN e membro
da Base de Pesquisa Cultura Popular)
A jurema, também denominada catimbó, consiste em um fenômeno religioso com origem
nos índios do Nordeste Oriental. Hoje, a comunidade de juremeiros em Alhandra, apesar de
contar com alguns mestres tradicionais, é composta basicamente por mestres ligados à
umbanda. O culto tradicional, por sua vez, que prevaleceu na região até meados da década
de 1970, encontra-se praticamente extinto. Situação que pode ser explicada pelo
desencadeamento do processo de urbanização da região e, sonsequüentemente, pelas
mudanças estruturais e institucionais nela ocorridas. A umbanda, no entanto, bem se
adaptou a essas mudanças, se configurando nas últimas décadas como um novo valor
dominantee na escala axiológica da comunidade de juremeiros. Alhandra, considerada o
‘berço da jurema’, é a refência maior do culto em toda a Paraíba. Tal fato deve-se,
mormente, ao Pajé Inácio Gonçalves de Barros e seus descendentes. Desta tradicional
família destaca-se Maria do Acais, mestra falecida na década de 1930, cujo prestígio
ultrapassou as fronteiras do Estado. Esse culto praticado no contexto da umbanda tem sido
submetido, em grande parte, a um processo de reinterpretação mitológica e ritual. Diante
deste contexto de transformação e reelaboração o presente trabalho tem por objetivo
perceber como a jurema, advinda de Maria do Acais e dos demais mestres tradicionais, se
localiza no universo da umbanda em Alhandra.
6. Xirê : a dança dos caboclos Rafaela Meneses Ramos (Graduanda em Ciências Sociais-UFRN e membro da
Base de Pesquisa Cultura Popular)
Nas festas e toques semanais que acontecem nos terreiros de umbanda de Natal, a dança ou
o ‘bailado’ das divindades tem um caráter especial. Dançar reflete não apenas uma beleza
estética, mas também comunica a passagem para um instante maior; a leveza ou a firmeza
dos movimentos transporta espiritualmente os que dançam e os que assistem ao ritual.
Neste sentido, percebemos na dança do caboclos uma prática repleta de significados, que
reflete além dos sentimentos individuais, as representações coletivas existentes acerca
dessas divindades. Este estudo segue dois eixos de pensamento, indissociáveis: o primeiro,
diz respeito à relação entre fiel e divindade, buscando compreender através da dança
pessoal dos médiuns qual o sentido desta prática vivida por eles; o segundo, trata a dança
como comunicação externa, refletindo sobre o que se pode apreender do simbolismo
presente nos movimentos corporais dos filhos de santo. A partir disto, seria possível
perceber as concepções simbólicas que tecem a rede cultural do grupo religioso em questão.
Anais XI Semana de Humanidades
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7. A leitura e a cultura no universo dos sem terrinhas Isabela Freitas de Oliveira (Mestranda em Literatura Comparada pelo PPG em
Estudos da Linguagem-UFRN e membro da Base de Pesquisa Cultura
Popular)
Orientadora: Profª Drª Maria de Lourdes Patrini (Departamento de Letras)
Sabemos que as práticas escriturais têm transformado os sistemas de percepção do mundo,
as relações sociais e de dominação. Elas têm permitido a constituição de um saber separado
da prática, mas a presença da arte de contar histórias em sala de aula parece importante, a
medida que, através da oralidade, possibilita, neste mundo moderno de vozes e escritas
solitárias, a presença de um repertório cultural quase esquecido pela instituição escolar e
pela sociedade. A existência de pesquisas a respeito da transmissão de histórias e do resgate
da cultura popular é considerada uma atitude de grande valor, uma vez que, sendo
perceptível a degeneração dos costumes, da cultura milenar, o resgate da tradição trará de
volta a grande sabedoria das gerações passadas. É embasada nesse pensamento que
pesquisarei a maneira como é trabalhada a oralidade e a transmissão/recepção do
patrimônio literário e cultural, do qual fazem parte as narrativas, no ensino das escolas do
MST, buscando constatar se há ou não a presença das práticas orais, quem são esses
agentes da voz, quais os seus objetivos com essa prática e, ainda, embasada na teoria de
Zumthor, saber de que forma realizam a prática, ou seja, a performance dos contadores.
8. A memória da infância em Clarice Lispector Mona Lisa Bezerra Teixeira (Doutoranda em Literatura Comparada pelo PPG
em Estudos da Linguagem-UFRN)
Orientadora: Profª Drª Maria de Lourdes Patrini (Departamento de Letras)
A produção literária de Clarice Lispector tem merecido há muitos anos lugar de destaque
no universo dos estudos literários. Apesar disso, seus livros escritos para crianças, até o
momento, na grande maioria dos estudos são enfocados por uma visão pedagógica, de
aplicação de leitura em sala de aula, como mais um instrumento de aprendizagem ou
socialização na escola. O aspecto literário dessas obras fica relegado a segundo plano,
como se fosse uma literatura que não tivesse a mesma importância da sua produção de
romances, contos e crônicas. Bachelard afirma em A poética do devaneio: "A memória é
um campo de ruínas psicológicas, um amontoado de recordações. Toda a nossa infância
está por ser reimaginada. Ao reimaginá-la, temos a possibilidade de reencontrá-la na
própria vida dos nossos devaneios de criança solitária". Para o filósofo, na alma humana
sempre permanece um núcleo da infância. Esta infância está imóvel, mas é viva, embora
oculta para o adulto.Um outro aspecto que este trabalho pretende evidenciar é que Clarice
Lispector também se liberta da memória historiadora, que impõe privilégios ideativos,
como adverte o filósofo ao lembrar que a memória deve penetrar profundamente nos sítios
da lembrança, ultrapassando a situação de rememoração cronológica dos acontecimentos,
para tornar evidente a infância que permanece em nós como um princípio da vida nas suas
mais diversas manifestações.
Anais XI Semana de Humanidades
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9. Cadernetas pretas de Guimarães Rosa Maria Aparecida de Medeiros (Mestranda em Literatura Comparada pelo PPG
em Estudos da Linguagem-UFRN)
Orientadora: Profª Drª Maria de Lourdes Patrini (Departamento de Letras)
Neste trabalho aborda-se sobre as cadernetas pretas, de Guimarães Rosa e sua importância
para o fazer literário com o intuito de acompanhar o processo de criação do autor numa
determinada obra, especialmente em “Tutaméia” e ter a oportunidade de conhecer aspectos
peculiares da Poética rosiana ainda desconhecidos do público. De acordo com esse trabalho
que se intenciona fazer sobre as cadernetas pretas, pretende-se ir a São Paulo e fazer uma
pesquisa detalhada, já que é essencial para a descrição e análise dos processos criativos
rosianos, pois entre o documento e a ficção, no entanto, se interpõe a figura do poeta, que
transfigura essas imagens e institui o sertão como um espaço matricial, onde se cruzam
particular e universal, real e mítico, fala e escritura. O arquivo pessoal de Guimarães Rosa
que está no IEB/USP, possui um rico acervo como: seus documentos, correspondências,
matérias extraídas de periódicos, documentos pessoais, manuscritos de obras publicadas,
rascunhos e anotações. Integram o “arquivo” documentos que registram seu meticuloso
trabalho de criação literária. As cadernetas pretas, fazem parte da série Manuscrito e trazem
anotações sobre as viagens a Itália e sertão do Brasil. O arquivo divide-se em duas grandes
séries: Vida e obra. A série obra, conta com algumas subséries: Recordes de periódicos
sobre Guimarães Rosa, Originais e Estudo para a obra. Uma das subséries mais importantes
para a investigação dos processos de elaboração do texto é constituída pelos Estudos para a
obra e alguns textos do autor ajuda a perceber que, se a paixão do registro em Guimarães
Rosa visa a elaboração artística, tal objetivo se efetiva: boa porção dos documentos é
recriada na obra.
10. As estórias que o povo conta como forma de representação do
imaginário popular João Batista Cortez (Professor do Depto. de educação-UFRN)
Analisa inicialmente as estórias contadas através do anedotário popular acerca de figuras
que povoaram o imaginário de crianças, adolescentes, e até mesmo dos adultos. Eram
estórias vividas e convividas por todos. Nesse sentido, vale a indagação: Quem não viveu
essa realidade de ilusão, quem não teve medo de ser engolido pelo lobisomem, pelo papa-
figo ? Quantas vezes não nos sentamos na calçada para ouvirmos esses relatos ? Tudo
parecia tão real, que nos fazia sonhar com essas personagens fantasmagóricas. A escola,
tornava-se o local indicado para reproduzirmos o ilusório, qua aos poucos, se consolidava
em nosas imaginações. Tanto é verdade que, muitos de nós, crescemos com medo de
sermos pegos por esses seres lendários tão fortemente alicerçado na nossa subjetividade e
cristalizado nas nossas mentes. Ao cair da tarde, quando voltávamos da escola ou dos
passeios pela cidade, o temor nos acompanhava, principalmente, quando tínhamos que
passar por determinados lugares. Essas estórias surgiram do senso comum, mas todos
ouviam antentamente e pareciam temer essa ‘’realidade’’ que habitava, gradativamente, os
recônditos escuros da própria memória. A Viúva Machado, causou às crianças e aos adultos
muito pavor. Fez-nos temer as noites potiguares. Povou de mistérios as ruas das cidades
Anais XI Semana de Humanidades
60
norte-rio-grandense. Falar desse tema é voltar no tempo para relembrar esses fatos e tantos
outros que passam pela própria cultura do povo.
11. Lourival Cavalcanti: O mestre e a banda Paulo Marcelo Marcelino Cardôso (Mestrando pelo PPG em Ciências Sociais-
UFRN e membro da Base de Pesquisa Cultura Popular)
No Estado do Rio Grande do Norte desenvolveu-se ao longo dos anos uma rica tradição de
Bandas de Música. Uma das mais antigas de que se tem registro é aquela do município de
Jardim do Seridó (1859). A banda de música tem participado diretamente do cotidiano das
cidades, seja em cerimônias de cunho sacro ou em eventos profanos. Ela também tem
desempenhado um papel educativo de relevância, tanto no que diz respeito a instrução
musical de seus componentes, que são em sua maioria jovens aspirantes a carreira de
músico, bem como, em um sentido mais genérico, no que diz respeito a disciplina e
cidadania. É neste processo que se destaca a figura do Mestre de Banda como um
personagem fundamental na existência desta manifestação artística na região. Um
representante desta tradição é o Mestre Lourival Cavalcanti (1915). Embora tenha nascido
em Uiraúna-PB, passou a maior parte de sua vida no RN, onde teve uma intensa vida
musical dirigindo bandas de música e compondo a maioria de suas obras. Nosso objetivo é
apresentar alguns dados sobre a pesquisa em andamento, acerca da vida e obra deste
Mestre, privilegiando a sua praxis artística. Pretendemos, ainda, a partir da história-de-vida
do Mestre Lourival Cavalcanti, realizar uma análise das relações que se travam no universo
das bandas de música, percebendo como interagem seus atores e o significado das mesmas
na região em que se inserem.
12. Dos rincões da memória à escritura a quatro mãos Márcio Alves de Medeiros (Mestrando em Literatura Comparada pelo PPG em
Estudos da Linguagem-UFRN e membro da Base de Pesquisa Cultura
Popular)
Orientadora: Profª Drª Maria de Lourdes Patrini (Departamento de Letras)
Em pleno reinado absolutista de Luís XIV, um dos políticos mais influentes da corte
publica uma coletânea de oito histórias populares, sem imaginar a repercussão que ela teria
na época e nos séculos posteriores. Estamos falando de Charles Perrault, um poeta da
Academia Francesa que, mesmo sem o nome grafado na capa da coletânea, adquiriu a
paternidade oficial destas histórias. O objetivo deste trabalho é mostrar o percurso que as
narrativas de Perrault empreenderam desde seu conhecimento inicial até sua presença em
versões escritas no Brasil, especificamente entre as décadas de 70 e 80, do século passado.
A oralidade e a escritura serão, nesta perspectiva, protagonistas da problemática que
vincula o autor, a obra e o leitor no desvelamento dos significados destes clássicos da
literatura universal. No Brasil, poucos são os estudos sobre os contos de Perrault, que tanto
se destacam entre versões de contos folclóricos, além disso, poucas são as versões
completas e integrais da versão francesa escrita pelo acadêmico do século XVII.
Anais XI Semana de Humanidades
61
13. A personagem no teatro de mamulengos: Baltazar Ricardo Elias Ieker Canella (Mestrando pelo PPG em Ciências Sociais-UFRN e
membro da Base de Pesquisa Cultura Popular)
Essa comunicação tem por objetivo mostrar como se dá a construção das personagens no
teatro de mamulengos, especificamente da personagem Baltazar. A pesquisa faz parte da
dissertação Representação Social na Cultura Popular: os mamulengos de Chico Danial. O
mamulengo, calunga ou brinquedo de João Redondo é um tipo especial de teatro de
bonecos enraizado de modo profundo nas tradições populares do Nordeste. A hipótese de
trabalho é de que a construção das personagens se dá através das representações construídas
e instituídas nas personas dentro do universo cotidiano. Parte-se, portanto, do pressuposto
que o universo dessa manifestação, através das personas dos bonecos, representam os
diferentes papéis vivenciados, por cada indivíduo no contexto social. A investigação acerca
dessa persona – Baltazar – procurará evidenciar a sua trajetória e, observar os elementos
mais significativos em sua constituição e contidos na sua representação.
14. A capoeira e seus mestres: gingando entre a tradição e a
profissionalização Ilnete Porpino de Paiva (Doutoranda pelo PPG em Ciências Sociais-UFRN e
membro da Base de Pesquisa Cultura Popular)
Nos últimos anos a capoeira tem estado presente, de maneira significativa, na produção
intelectual brasileira, na condição de objeto de análise. A diversificada literatura é
resultante das várias facetas que compõem a singularidade desta prática cultural que se
inscreve na cultura brasileira há mais de quatro séculos. Nas últimas décadas, a capoeira
passou por grandes deslocamentos sócio-culturais, resultado do seu processo de
institucionalização como esporte nacional. Das ruas para academias, escolas, universidades.
De um discurso centrado na negatividade para um outro, centrado na positividade – deixa
de ser estigmatizada, vista como coisa de malandro, de negro, para ser reconhecida pela
sociedade. Antes praticada pelas classes populares vem se somar a esta, as classes média e
alta. De um espaço masculino, para um espaço comum aos dois gêneros. Restrita a poucos
estados - Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco - passa a ser amplamente praticada em todo o
país. Do ensino voltado apenas para a formação de novos capoeiristas, para atuação com
fins terapêuticos, recreativos, educativos, e de integração social. Dos ensinamentos dados
através da formação oral, tradicional, para a sua profissionalização; exigindo do mestre,
escolaridade e titulação formal. A presente comunicação objetiva apontar algumas
considerações iniciais da pesquisa.
15. Para onde vai o Boi? Ana Claudia Mafra da Fonseca (Doutoranda pelo PPG em Letras-UFPB e
membro do Laboratório de Estudos da Oralidade)
Tomando como referência as relações entre memória, identidade e patrimônio, com este
trabalho pretendo refletir sobre a trajetória de uma manifestação cultural popular presente
no município de Nísia Floresta (RN), o Boi-de-Reis, a partir de relatos de seus mestres e
brincantes. Assim, tentarei analisar um conjunto de narrativas capazes de expressar traços
Anais XI Semana de Humanidades
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socioculturais de uma comunidade em meio a um sistema conflituoso de forças de
produção que nela interagem, de forma que em determinados momentos, a tensão entre
passado e presente, é identificada com a tensão entre dois tempos não apenas históricos,
mas, sobretudo, culturais. Meu objetivo é identificar os caminhos e destinos das
manifestações culturais populares (o boi-de-reis, as festas de setembro, as charangas, o
pastoril e o bambelô) e seu papel nas sociedades em transição.
16. As religiões afro-brasileiras em Natal: práticas e concepções Vera Lúcia Azevedo (Graduanda em Ciências Sociais-UFRN e membro da
Base de Pesquisa Cultura Popular)
Nossa proposta é apresentar alguns dados da pesquisa em andamento, cujo projeto
denomina-se “Umbanda e Sociedade: um estudo sobre práticas, representações e
identidades” e tem como objetivo fazer um mapeamento do campo religioso afro-brasileiro
em Natal. O mapeamento realizado apresenta como destaque um crescimento no número de
casas religiosas na zona norte da cidade, acompanhando o processo de expansão da cidade
naquela região, ocorrido nas ultimas décadas. A pesquisa, tem procurado ainda, conhecer a
prática religiosa através da observação de alguns rituais e realizar entrevistas com os
religiosos mais antigos, buscando compreender o processo de construção histórica da
umbanda na cidade e a inserção dos umbandistas nesse processo.
17. Contadores de história no espaço escolar: oralidade e performance Gianka Salustiano Bezerril (Mestranda em Lingüística Aplicada-UFRN)
Orientadora: Profª. Dr.ª Maria de Lourdes Patrini (Departamento de Letras)
Este trabalho, parte integrante da minha dissertação de mestrado, constitui-se numa
investigação sobre a performance do contador de histórias no espaço escolar privado, tendo
como referencial teórico-metodológico Paul Zumthor e Jean-Claude Kaufamann, entre
outros. A análise da performance dos participantes investigados, professoras/contadoras,
foram feitas a partir da observação in loco, das entrevistas coletadas e das sessões de conto
registradas, em áudio e vídeo. Designada como termo antropológico, relativo às condições
de transmissão e recepção e como ato de comunicação, conforme Zumthor (1993, p. 227),
a performance abarcaria cinco momentos distintos: formação ou produção, transmissão,
recepção, conservação e reiteração, tendo como base a palavra viva ou escrita. Muito
embora, tenhamos necessidade de percorrer os cincos momentos, deter-nos-emos na
transmissão e recepção presentes na prática social do contar, observando o ato de ouvir e
contar histórias no espaço escolar.
Anais XI Semana de Humanidades
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GT-07: REFLEXÕES DIDÁTICAS EM AULAS DE DIDÁTICA Coordenadora:
Profª. Drª. Marineide Furtado Campos (CCHLA e Departamento de Educação)
E-mail: mafurca@bol.com.br
Local/horário: Sala C3, Setor de aulas II, 53 lugares, terça e quarta, 20 e 21 de
maio, 14:00-18:00h.
O GT visa discutir aspectos norteadores da didática como disciplina do currículo das
licenciaturas e o seu aprofundamento na didática de sala de aula, o que supõe diretrizes para
um novo fazer-pedagógico no processo de ensinar a aprender.
Serão consideradas propostas de trabalho que discutem:
1. A educação como participação
2. Novas práticas pedagógicas de avaliação
3. O ensino-aprendizagem em didática
4. Objetivos da didática - Educação
5. Retrospectiva histórica
6. O ofício de ensinar
7. A construção da didática
8. A interdisciplianridade
9. Sala de aula
10. Gestão escolar
11. Outros temas correlatos.
RESUMOS
1. Educação, estado e sociedade Autor:
Denes Dantas Vieira (Aluno de Geografia-UFRN)
Orientadora:
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação-UFRN)
Os estudos na área da educação estão sempre agrupados em torno da sala de aula, e em tudo
que é inerente ao universo do espaço escolar, como se a escola fosse separada das outras
categorias sociais e indiferentes a problemática produzida em sociedade. Fazendo com que,
dessa forma, os estudos da didática adquirissem uma conotação reducionista em seus
procedimentos metodológicos. Em um sentido, contrário as análises tradicionais, a
sociologia da Educação nas ultimas décadas vem trabalhado e desenvolvendo estudos na
perspectiva de compreender o papel da educação, através da constituição do Estado
capitalista em uma sociedade complexa e difusa, não mais funcionalista. Nesta reflexão,
este trabalho procura realizar uma análise inicial, na perspectiva teórica de entender o papel
da Educação na relação Estada e Sociedade.
Anais XI Semana de Humanidades
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2. Projeto Político Pedagógico da Escola: Um Projeto Democrático Autor:
Gilvan Galdino de Sousa Júnior – Graduando em Geografia/UFRN
Orientadora:
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação-UFRN)
Uma sociedade participativa precisa de princípios que venham reger seu funcionamento. Na
devida proporção, para que se possa promover a construção do projeto político pedagógico
de uma escola, é necessário também passar pela autonomia – que se insere no princípio
Constitucional de Liberdade, da capacidade de erigir e definir a própria identidade da
escola, pois ela é o ambiente onde o projeto educativo é concebido, realizado, avaliado e
também organizado com base em seus alunos e isto se traduz no ato de “resgatar a escola
como espaço público, lugar de debate, do diálogo, fundado na reflexão coletiva”.
3. Escola: lugar de interação Autor:
Adriana Diniz (Graduanda em Pedagogia-UFRN)
Orientadora:
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação-UFRN)
Este trabalho tem como objetivo principal mostrar a importância da interação na escola e de
novas metodologias de ensino, onde o professor deve ser um agente facilitador do
conhecimento, e não apenas um ditador de teorias, frente à realidade do aluno.
4. Novos olhares, novas questões: concepções e caracterizações das
“histórias” dos livros didáticos Autoras:
Olívia Morais de Medeiros Neta (Graduanda em História-CERES-UFRN)
Maria Izabelle Gomes de Macedo (Graduanda em História-CERES-UFRN)
Orientador:
Prof. Dr. Iranilson Buriti de Oliveira (CERES-UFRN)
Trabalho resultante de pesquisa empreendida na disciplina História do Brasil II, que
visibiliza reflexões didáticas a partir de análises historiográficas de três livros didáticos de
História do Brasil das décadas de 70, 80 e 90; temporalidade que apresenta extremos idos
da “repressão e apatia” à “redemocratização e agitações”, fazendo elencar questões do
ensino de história enquanto sistema suportado pela tríade: currículos, autores e obras,
permeado por interesses e orientações. Partindo de olhares quanto às estruturas,
metodologias e pressupostos teóricos os livros didáticos de história são relacionados a
contextos histórico-educacionais, para tal, especificamente, visibilizamos “O Golpe de
1937” e suas concepções didáticas, teóricas e conceituais inseridas do processo ensino-
aprendizagem. A análise historiográfica destaca currículos, autores e obras e seus contextos
Anais XI Semana de Humanidades
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históricos refletidos na educação e suas abordagens, seus olhares fazem do ensino de
história fruto de um caminho contextual. Passear pela produção didática nos permitiu
vislumbrar anseios dos autores e destacar reforço e entrelaçamento da tríade
currículos/autores/obras suportados pelo contexto histórico e seu mercado.
5. A relação aluno-professor e a sociedade Autora:
Laura Alaíde Braga Ciarlini – Graduanda de História/UFRN
Orientadora
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação-UFRN)
Falar da relação professor-aluno-sociedade é falar da responsabilidade na prática educativa,
tratando o aluno como um ser social, que desde a Idade Média, com a introdução de novas
disciplinas e métodos, vem sendo levado a pensar e a refletir sobre aquilo que aprende e
produz em interação com o outro, o que pressupõe um processo dinâmico para a construção
de novos saberes.
6. Didática: uma retrospectiva histórica Autora:
Arlisson Dutra da Silva (Graduanda em Geografia-UFRN)
Orientadora
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação-UFRN)
A história da didática no Brasil é tão acidentada quanto à história do nosso país. Conclusão
que chegamos, observando a sua trajetória desde a chegada dos jesuítas até hoje. Os
avanços e retrocessos de sua história formam ciclos que impedem até os mais preparados a
fazer previsões seguras do seu destino, mesmo em curto prazo, mas abre-se um grande
diálogo para refleti-la e repensa-la no nosso fazer-pedagógico.
7. Homem: Animal bio-sócio-cultural Autora:
Ana Capitulina Teixeira Albuquerque (Graduanda em Ciências Sociais-UFRN)
Orientadora
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação-UFRN)
O objetivo básico e prioritário da socialização dos alunos é prepará-los para sua
incorporação no mundo do trabalho. Aí é onde está a necessidade da simultaneidade para
evitar os distanciamento entre natureza e cultura, mais através da educação, buscar o
equilíbrio entre o que é natural e o que é cultural, tendo sempre a necessidade de possuir a
loucura de viver, buscando ser penetrado pelos elementos sensoriais e físicos, na busca do
“ser completo” ao ponto de se tornar ele mesmo um bocado do meio ambiente, sendo
portanto, um ser bio-socio-cultural.
Anais XI Semana de Humanidades
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8. A importância da didática na educação Aluna:
Leda Feitosa (Graduanda em Ciências Sociais-UFRN)
Orientadora
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação-UFRN)
É através do desenvolvimento da didática que podemos perceber que ela busca uma melhor
adaptação ao ensino, integrar às relações: educação – sociedade, finalidade – objetivo,
teoria – prática, ensino – aprendizagem, ensino – pesquisa, conteúdo – forma, professor –
aluno. Ou seja, a didática tenta se adequar à realidade para poder melhor desenvolver seu
objetivo - ensinar e dirigir a aprendizagem.
9. “Di-ta-dica” Autor:
Gláucio Paiva Ramos (Graduando de Filosofia-UFRN)
Orientadora:
Marineide Furtado Campos (Profa. Dra. do Departamento de Educação-UFRN)
Dado o sucateamento do ensino brasileiro, principalmente o ensino público, a revitalização
do mesmo passa pela didática, que não apenas deve orientar a seleção e organização dos
conteúdos como também oferecer práticas minimizadoras de conflitos, devido o contexto
histórico-atual do país.
10. Motivação ou motivos-são: “Quem sabe faz a hora, não espera
acontecer.” Autor:
Gleydson Dantas (Graduando em História-UFRN)
Orientadora
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação-UFRN)
Debates a respeito do exercício da docência são feitos a cada geração de professores, em
formação ou já formados, buscando os motivos da não-aprendizagem. No entanto, é preciso
pensar na motivação para uma Aprendizagem significativa, pois, “Quem sabe faz a hora
não espera acontecer”.
11. A Didática de línguas estrangeiras e o desenvolvimento da consciência
cultural Maria Amélia Carvalho Bezerra (UFRN)
Marcos Antonio de Carvalho Lopes (UFRN)
A sociedade contemporânea passa por profundas transformações que podem ser detectadas
pela economia e pela mídia globalizada, como também pela mundialização da cultura. Os
pensamentos científico e filosófico convergem para a necessidade de profundas mudanças
Anais XI Semana de Humanidades
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em nossa civilização, novos olhares sobre si e sobre a sociedade, a renovação das próprias
representações sobre a cultura. Nesse contexto, o ensino/aprendizagem das línguas
estrangeiras necessita refletir continuamente sobre novas perspectivas e objetivos para o
tratamento da civilização e cultura, no que diz respeito à formação do indivíduo, sob um
novo paradigma que envolve a sociedade ocidental. O desenvolvimento de uma consciência
cultural pelo ensino/aprendizagem da língua estrangeira se insere, então, numa proposta
educativa que possa conduzir o aluno para uma reforma nas estruturas do pensamento,
possibilitando uma visão não fragmentada do mundo. Procurando associar o pensamento
educativo ao pensamento científico e filosófico, serão apresentados neste Grupo de
Trabalho algumas reflexões sobre o desenvolvimento de uma consciência cultural no
âmbito do ensino/aprendizagem das línguas estrangeiras, de acordo com as visões de um
novo paradigma na sociedade – a visão de interdependência entre todos os fenômenos da
vida.
12. Da ação didática em sala de aula à busca da parceria na docência do
ensino superior Marineide Furtado Campos (Profa. Dra. do Departamento de Educação-UFRN)
A questão da parceria é muito importante para a superação das dificuldades de aplicação
didática dos conteúdos a serem trabalhados em sala de aula de didática, porque construir
junto é muito mais motivador, e respeitar as diferenças já é um grande passo para que haja a
assimilação dos conhecimentos, a descoberta de habilidades, mudanças de atitudes e a
convicção de onde se quer chegar na docência do ensino superior.
13. Ensino e aprendizagem na disciplina de didática Autor:
João Maria Ferreira (Geografia-UFRN)
Orientadora
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação-UFRN)
Considerando o processo de ensino, segundo Veiga (1995:82), como sendo as atividades
voltadas para a apropriação e produção de conhecimentos, visando o desenvolvimento de
habilidades intelectuais e psicomotoras, bem como a formação de atitudes comprometidas
com a compreensão da realidade, podemos afirmar que este processo pode ser desenvolvido
no espaço da sala aula de didática como palco de grandes discussões e debates no campo da
educação.
14. Por uma Didática Interdisciplinar Autor:
Iguatemir de C. Gomes (Graduando em Geografia-UFRN)
Orientadora
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação-UFRN)
Nosso cotidiano, atualmente, é fruto do desenvolvimento da sociedade ocidental moderna e
complexa, com problemas de conflitos cada vez mais multidisciplinares, multifacetados,
Anais XI Semana de Humanidades
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mundializados que merecem um novo tratamento por parte do sistema escolar. A realidade
do nosso ensino hoje é de intensa compartimentalização, e é por essa razão que queremos
discutir a didática numa perspectiva interdisciplianr.
15. Novas práticas de avaliação e a escrita do diário: atendimento às
diferenças? Autor:
Max Hammerschmidt (Graduando de Geografia-UFRN)
Orientadora:
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação-UFRN)
O Artigo 12 da Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, institui que
os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino,
terão a incumbência de informar aos pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento
dos alunos e prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento. Ou seja, é
de responsabilidade do estabelecimento do ensino fazer com que os alunos assimilem os
conteúdos exigidos para sua aprovação. Dessa forma, é necessário que se realize uma
reflexão sobre as práticas avaliativas de sala de aula, voltando-as para o sucesso da
aprendizagem.
16. Refletindo sobre os saberes necessários ao ensino Autor:
Luciano Silva de Melo (Graduando de Geografia-UFRN)
Orientadora:
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação-UFRN)
Para Clermont Gauthier (1998) uma das condições essenciais a toda profissão é a
formalização dos saberes necessários à execução das tarefas que lhes são próprias. Na
verdade, apesar de realizar-se há séculos, é muito difícil definir os saberes e a evolução do
ofício de ensinar, contudo, é preciso responder as exigências de uma situação concreta de
ensino para uma aprendizagem significativa.
17. Fortaleza - Notas de Uma Aula de Campo Jane Roberta de Assis Barbosa
Juliana Maria Duarte Ubarana
Janaína Maria da Conceição Silveira
Mariluce dos Santos Souza
Ademir Araújo da Costa (Professor da disciplina Geografia Urbana)
O presente trabalho tem como objetivo o relato de um dos estudos de campo realizado na
disciplina de Geografia Urbana 2002.2. O estudo foi realizado na cidade de Fortaleza/CE,
contando com a participação do professor da disciplina, professores da UFC e dos alunos
matriculados na disciplina. A atividade teve como objetivo compatibilizar no campo os
Anais XI Semana de Humanidades
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estudos teóricos desenvolvidos em sala de aula. Nesse sentido, Fortaleza foi escolhida por
apresentar características inerentes a uma área "vitimada" pela expansão urbana acelerada,
bem como as marcas deixadas em decorrência deste processo. Fortaleza torna-se o cenário
do nosso estudo, afim de que possamos estabelecer paralelos com Natal, que vem passando
pelos mesmos processos que caracterizam a Fortaleza dos dias atuais. O estudo se dividiu
em dois momentos. O primeiro, foi à realização de uma conferência sobre o processo de
urbanização ocorrido em Fortaleza e o segundo, foi a análise "in loco" do tecido urbano,
que expressa, sobretudo, a grande contradição sócio-espacial.
Anais XI Semana de Humanidades
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GT-08: COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Coordenadoras:
Profª. Drª. Maria das Graças Pinto Coelho (Departamento de Comunicação Social)
E-mail: gemini@cchla.ufrn.br
Profª. Drª. Vilma Vitor Cruz (Departamento de Educação)
Local/horário: Sala C4, Setor de aula II, 46 lugares, terça e quarta, 20 e 21 de maio,
14:00-18:00h.
O GT Comunicação, Educação e Tecnologia aceitará trabalhos relativos às pesquisas, estudos e
análises sobre processos e produtos midiáticos; as novas tecnologias de comunicação e da
informação e seus impactos no âmbito educacional.
RESUMOS
1. Re-pensando a dinâmica escolar na sociedade tecnologizada Liane Ferreira da Trindade (Mestre em Educação/UFRN)
Vilma Vitor Cruz (Profª Drª do programa de Pós-Graduação em Educação da UFRN)
Torna-se viável, na atualidade, mobilizar a comunidade escolar a conduzir, com mais veemência, as
questões relacionadas com as transformações sociais, ocasionadas, entre outras coisas, pelas
interferências tecnológicas. As tecnologias mostram ao mundo novos saberes e novas formas de
adquirir conhecimentos. Daí a Escola, como instituição formativa, ser chamada a promover um
repensar nas suas formas de construção, organização e re-significação do conhecimento. O trabalho
em questão versa sobre a relação mediática existente entre profesor-aluno-máquina na dinâmica da
Escola, situada numa sociedade tecnologizada. Não existe um lugar pré-determinado para o novo.
Ele não avisa quando vem, onde vai interferir e nem muito menos do que precisa. Os sujeitos
sociais são os responsáveis por acolhê-los e determinar seus direcionamentos na comunidade. As
tecnologias sempre interferiram na forma de organização da comunidade e nas relações nela
existente, principalmente às tecnologias da inteligência que permitem a elaboração, o
armazenamento e a difusão de informações e construção de conhecimentos. Quando intitulamos
alguns objetos tecnológicos, de Tecnologia Educacional, estamos permitindo que eles assumam
uma nova configuração. Eles abandonam seu sentido expansivo e ostentam a de utensílio
intelectual. Percebe-se que, qualquer recurso que adentra na Escola merece um tratamento
adequado. Acreditar-se então que instrumentos tecnológicos solicitam a construção de
metodologias, capazes de saber aproveitar e explicar as transformações que vêm ocorrendo, nos
modos de ensinar e aprender, face ao incremento dos acoplamentos tecnológicos ao cotidiano da
Escola. Tudo isso reporta a educação a um papel que lhe é próprio: conduzir a formação do ser
humano, fazendo-o capaz de viver e conviver na sociedade tecnologizada.
2. Uso da televisão em sala de aula: suas interfaces Ana Lúcia Gomes da Silva (Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação-
UFRN)
Dra. Vilma Vitor Cruz (Programa de Pós-Graduação em Educação-UFRN)
Atualmente a televisão vem sendo apontada como a vilã para crianças jovens e adultos. Associando
som e imagem em movimento esse veículo é capaz de oferecer aos indivíduos uma outra forma de
aprendizagem. Ampliando assim o seu espaço de abrangência não são mais os lares, as praças,
bares, restaurantes, mas também o espaço escolar, onde vai se instalar sem nenhum desafio, porém
se tratando de suas finalidades pedagógicas, ela está encontrando diversos desafios. Sem pedir
licença para entrar ela consegue se organizar muito embora que de forma equivocada, pois não se
discutiu antemão as políticas que definem sua estabilidade neste espaço. compreender essa invasão
Anais XI Semana de Humanidades
71
significa se voltar para a expansão dos meios de comunicação e da informação que vem ganhando
uma nova configuração em todas as sociedades. Na esfera social, a televisão ganha fôlego por
encontrar aliados no ponto de vista produtivo que entendem suas linguagens ao nível da produção e
recepção e sabem muito bem utilizá-la de forma que atingem todas as camadas. Assume papel
importante seja para comunicar e informar, para o entretenimento das pessoas cou como uma forte
aliada que a elite lança para a difusão de indústrias culturais alienantes que passam a determinar os
modos de vida de cada indivíduo. Do outro lado, da recepção, vamos nos deparar com os limites e
barreiras impostas pela forma de veiculação das idéias não permitindo ao receptor interagir com o
meio. Assim sendo, a televisão pode oferecer aos alunos e professores, algo mais do que a recepção
aberta desde que bem planejada e adequada didaticamente às atividades de sala de aula.
3. A charge eletrônica: meio de comunicação e educação Eliane Ferreira da Silva
Vilma Vitor Cruz
Nesta era da informação midiática em que estamos vivendo, tem-se falado muito sobre as formas
simbólicas e práticas ideológicas que circulam na sociedade. Tem-se também questionado o papel
da Educação frente à "exclusão digital" entre os que têm acesso e os que não têm acesso a Internet.
Esta pesquisa visa analisar estes aspectos no que diz respeito à charge eletrônica. Por tratarmos da
compreensão crítica do sentido das comunicações, seu conteúdo manifesto e as significações
implícitas e explícitas, reveladas para uso processo de ensino e educação, optamos pelo quadro
metodológico da Análise de Conteúdo. Aspiramos contribuir para a atualização do ensino e de
novos conhecimentos na prática escolar, através da observação das mudanças apresentadas como
um meio e um método de caráter inovador em propagar a informação - a charge eletrônica.
Almejamos também fornecer subsídios para a inserção do desenho de humor aliado às novas
tecnologias na escola, pois reconhecemos que são relativamente poucas as oportunidades de
incorporar o humor como princípio educativo, encorajando educadores e alunos a agregarem
valores estéticos e éticos, bem como observando a dimensão cultural envolvida nas charges
eletrônicas.
4. A multiculturalidade na elaboração de produtos mediáticos para educação à
distância: uma proposta a partir dos princípios da comunicação João José Saraiva da Fonseca (Aluno Especial do Doutorado em Educação – UFRN)
joaojosefonseca@uol.com.br
Etimologicamente o termo "hermenêutica" deriva do grego hermeneuein, que significa explicar,
traduzir, interpretar. A sua raiz esta ligada ao deus grego Hermes, que tinha asas nos pés e
encarregava-se de levar as mensagens dos deuses aos destinatários. Este texto tem como objetivo
refletir sobre a contribuição que a hermenêutica pode ter na elaboração de instrumentos de
mediação para educação distância, possibilitando que respeitem a diversidade entre diferentes
intervenientes no processo de ensino-aprendizagem. Resulta do interesse do autor em aprofundar a
reflexão sobre as novas tecnologias da informação e comunicação na utilização pedagógica e na
promoção da multiculturalidade.
5. O cinema na aula de língua inglesa: desenvolvimento das habilidades
lingüísticas através dos recursos midiáticos Leonard Christy Souza COSTA (Mestrando do PPgEL/UFRN)
João Gomes da SILVA NETO (PPgEL/UFRN)
O cinema, em seu componente de verossimilhança, costuma refletir as características das línguas
ali apresentadas: linguagem verbal geralmente tem lugar preponderante no conjunto dos elementos
Anais XI Semana de Humanidades
72
semióticos dessa forma de arte. Assim, naturalidade na fala, diferentes sotaques e diversos registros
lingüísticos estão presentes nas mais diversas produções cinematográficas, como formas de
reconstituição do real idealizado e/ou representado. Assim, enquanto amostragem lingüística, o
material cinematográfico se apresenta bastante propício para as atividades de sala de aula de língua
estrangeira, tanto por seu aspecto prático – o acesso generalizado, os artifícios técnicos já
incorporados pelo grande público, quanto por suas dimensões lúdica e artística – componentes estes
facilitadores do processo de ensino/aprendizagem. O aspecto específico enfocado nesta
comunicação é o desenvolvimento, através do uso de filmes, das habilidades lingüísticas da fala e
da compreensão oral. A questão aqui colocada é a possibilidade de aproveitamento, em classe, da
capacidade que os aprendizes teriam de ouvir a língua estrangeira com a mesma ‘fluência’ com que
o fazem na língua materna, e através dessa compreensão oral desenvolver a fala. Elaborar uma
reflexão teórica sobre as atividades de fala e compreensão oral, utilizando o cinema como suporte
pedagógico para o ensino/aprendizagem do inglês LE, constitui o objetivo de nossa pesquisa, em
andamento. Nossa abordagem tenta articular aspectos cognitivos e interacionais dos registros de
fala de um filme produzido em língua inglesa e o impacto que seu uso pode causar nas salas de aula
de língua estrangeira.
6. Meio televisivo e escola: uma pesquisa nas escolas de Natal Autora:
Chrísnir Freire Damasceno (Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação)
chrisnir@samnet.com.br
Orientador:
Marcos Antonio de Carvalho Lopres
Para muitos pesquisadores existe uma crise na escola que é agravada pela dissociação entre escola e
sociedade, pois a forma de aproximação da realidade praticada pelas crianças fora do contexto
escolar, difere sobremaneira daquela que lhes é imposta pela escola. Para atenuar esse
“descompasso”, a escola poderia trabalhar com novas linguagens, uma vez que a exposição aos
meios de comunicação de massa criou um novo homem, mais audiovisual, para quem assistir a
televisão tem se convertido em atividade cotidiana. No Brasil, a implantação do Projeto TV Escola
contribuiu para a instalação dos meios audiovisuais nas escolas públicas e os professores têm assim
a possibilidade de realizar um trabalho mais efetivo com o meio televisivo. O trabalho que
apresentamos tem o objetivo de mostrar os resultados de uma pesquisa realizada em quarenta
escolas públicas e privadas de Natal (RN), que ouviu dez professores e duzentos alunos sobre a
presença e a utilização de documentos televisivos nas aulas de Português Língua Materna (PLM) e
Francês Língua Estrangeira (FLE). Neste trabalho serão abordados alguns dados da pesquisa com
os alunos e com os professores. Estes dados tratam da presença e utilização pedagógica dos meios
audiovisuais no cotidiano da aula de línguas, dos critérios que os professores utilizam para escolher
os documentos e da utilização prática do meio na aula propriamente dita.
7. Jornalismo sensacionalista Karla Maria Pereira dos Santos
Com o avanço das tecnologias na área de comunicação, o número de pessoas que passaram a ter
acesso à informação aumentou de forma vertiginosa, entretanto, os benefícios trazidos por esse
avanço não acompanharam a expansão, o que proporciona a programação das TVs abertas uma
popularização que beneficia o grotesco em detrimento da informação. O sensacionalismo passou a
comandar a programação das TVs abertas de tal forma na ultima década que se tornou alvo de
estudos acadêmicos em várias Universidades do país. Este trabalho abordará o sensacionalismo
presente na mídia impressa do Rio Grande do Norte a partir do noticiário diário, onde será aplicado
Anais XI Semana de Humanidades
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uma metodologia de reconhecimento dos fatos informativos, que são transformados em apelos
sensacionalistas para atender ao público consumidor, conseqüentemente o aumento de tiragem de
tais periódicos.
Anais XI Semana de Humanidades
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GT-09: IMAGINÁRIO, CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA E PENSAMENTO
SOCIAL Coordenadores:
Prof. Dr. Alipio de Sousa Filho (Departamento Ciências Sociais)
E-mail: alipio@ufrnet.br
Prof. Dr. Edmilson Lopes Júnior (Departamento de Ciências Sociais)
E-mail: edmilsonlj23@yahoo.com
Local/horário: Setor de aula II, Bloco G, sala 5, 45 lugares, terça e quarta, 20 e 21 de maio,
14:00-18:00h.
O GT será um espaço para a apresentação de trabalhos dedicados à investigação sobre elementos
constitutivos do imaginário social brasileiro e à análise dos chamados processos de construção identitária.
Serão também recebidas análises sobre o pensamento social contemporâneo, especialmente incursões
sociológicas e antropológicas sobre autores, correntes e itinerários intelectuais de clássicos da teoria
social.
RESUMOS
1. Um estudo etnográfico da prática alfabetizadora de jovens e adultos Rouseane da Silva Paula (Programa de Pós-Graduação em Educação/UFRN)
Neste estudo do tipo etnográfico focalizamos as práticas de alfabetização e as trajetórias pessoais dos
professores alfabetizadores que participaram do Programa Alfabetização Solidária (PAS), no município
de Passa e Fica (Rio Grande do Norte), na região do agreste. O grupo investigado foi constituído por sete
alfabetizadores que participaram dos módulos X e XI do Programa, no período de 2001–2002. A
investigação consistiu de um estudo qualitativo, de caráter longitudinal e etnográfico, tendo como
objetivos identificar e compreender as aprendizagens provocadas pela ação de alfabetizar jovens e
adultos, suscitar junto aos alfabetizadores reflexões sobre essa e por fim, desmistificar a dicotomia
existente entre a teoria e prática que perpassa a ação alfabetizadora e a própria extensão universitária.
Para efetuar a pesquisa, realizamos entrevistas semi-estruturadas com alfabetizadores, ex-alfabetizadores
e formadores. Acompanhamos também junto ao grupo observado – os sete alfabetizadores – a redação
dos diários etnográficos referentes aos períodos de capacitação e de sala de aula. A análise foi precedida
por uma descrição densa dos dados. Isso nos indicou que o PAS desencadeou no município mudanças
qualitativas sobre a vida dos participantes. Contudo, o Programa não alcançou os objetivos aos quais se
propunha – alfabetizar jovens e adultos, assim como qualificar professores para o ensino proposto, no
entanto, ocorreram efeitos sociopedagógicos não previstos a princípio: a ressocialização dos
alfabetizadores na sua comunidade e a ressignificação sociopedagógica do sentido do analfabetismo entre
os alfabetizadores.
2. A malandragem no imaginário nacional: um estudo sobre a construção do
personagem Zé Carioca e suas relações com a cultura brasileira Marcília Luzia Gomes da Costa Mendes (Mestre em Biblioteconomia. Professora da
Universidade Potiguar. Doutoranda em Ciências Sociais/UFRN)
marciliagomes@bol.com.br
marciliagomes@unp.br
Análise sobre os mecanismos ideológicos que presidem a organização das mensagens veiculadas,
tomando-se como suporte indispensável o tratamento dispensado à figura do malandro no conjunto das
histórias em quadrinhos da série Zé Carioca, já que é a fisionomia dada ao malandro o que mais
fortemente vem manifestar a ideologia. É através das feições dadas ao malandro papagaio, os seus
interesses e motivações, que se ajuizará a que interesses ideológicos as mensagens estão se remetendo.
Anais XI Semana de Humanidades
75
Para isso, define-se algumas coordenadas de problemas através das quais transcorrem as análises e
deliberações.
3. A construção de um modelo multi-referencial para o estudo das identidades sociais André Augusto Diniz Lira (Doutorando em Educação/PPGED/UFRN. Professor do
Departamento de Educação/UFRN),
andré.dl@terra.com.br
Moisés Domingos Sobrinho (Doutor em Educação/Universidade Católica de Louvain –
Bélgica. Professor do Departamento de Educação e do PPGED/UFRN).
moises@natalnet.com.br
Este trabalho apresenta os resultados preliminares da elaboração de um modelo teórico-metodológico
para o estudo das identidades sociais. Esse modelo apóia-se, fundamentalmente, na praxiologia de Pierre
Bourdieu e na teoria das Representações Sociais e procura ressaltar o papel da linguagem na constituição
das identidades. No plano empírico, essa construção vem se baseando em aplicações realizadas na
produção acadêmica do DEPED/UFRN e em algumas pesquisas no âmbito nacional, tanto dos
pesquisadores que se utilizam destas teorias de modo pontual, quanto dos que compreenderam-nas como
complementares para a compreensão do fenômeno identitário. São fundamentais, neste modelo, o
constructo das representações sociais, tal como proposto por Serge Moscovici, o conceito de campo
social e a sua relação com o conceito de habitus, ambos desenvolvidos por Pierre Bourdieu e a linguagem
compreendida não apenas no seu aspecto comunicacional, mas como mediadora e forjadora de relações
sociais e de identidades. Este enfoque pode ser entendido de forma dialética, englobando, ao mesmo
tempo, o social objetivado, subjetivado e externalizado, através das práticas sociais, representações e
pelas incorporações somáticas, vinculadas por sua vez, a correlatos materiais e perpassadas por relações
de poder e dominação (simbólica e material). Desta forma, associamos à perspectiva sociológica
bourdiesiana uma abordagem psicossocial, apoiada no constructo da Representação Social. Este modelo
multi-referencial busca superar os recortes disciplinares e as dicotomias clássicas das Ciências Sociais,
tais como a suposta separação indivíduo/sociedade e o papel das estruturas e do ator social.
4. Desvelando as teias de pinóquio: sentimentos de família e constituição de
identidade de jovens moradores de bairros periféricos de Natal/RN Périsson Dantas do Nascimento (Psicólogo. Mestrando em Psicologia/UFRN)
perisson@hotmail.com
O trabalho tem como objetivo central uma reflexão sobre a família enquanto instituição construída social
e historicamente e sua relação com a formação da identidade de jovens moradores de bairros periféricos
de Natal/RN, participantes do Fórum Engenho de Sonhos de Combate à Pobreza. A pesquisa encontra-se
atualmente em andamento, na qual tentamos compreender a realidade dos jovens com suas famílias nos
seguintes aspectos: concepções de casa (privado) e rua (público), suas relações e representações sobre os
papéis familiares, a história da família, aspirações de vida e vínculos. Os dados foram construídos através
de entrevistas semi-estruturadas, questionário de perfil psicossocial e grupos focais de discussão, numa
amostra composta de 09 jovens, considerados articuladores nas ações do Engenho nos bairros. Foi
utilizada análise dos discursos, na perspectiva da teoria do imaginário de Castoriadis. Os jovens relatam
estórias de vida marcadas por dificuldades de diálogo e compreensão nas relações familiares, e vêem-se
em conflito entre as concepções tradicionais de família e a realidade vivida, tendo em vista que suas
configurações familiares e relações divergem muito do modelo familiar burguês imposto pela sociedade.
A família é concebida como espaço privilegiado da afetividade, ou seja, como espaço primordial de
desenvolvimento da personalidade individual, determinando os valores e comportamentos que o jovem
apresenta no contexto social. Os jovens questionam a hierarquia e os papéis familiares, enfatizando
aspectos como: sexualidade, gênero, adolescência e relação família/sociedade.
Anais XI Semana de Humanidades
76
5. Ideologia e utopia – o Apolíneo e o Dionisíaco Sheila Mendes Accioly (Mestranda em Ciências Sociais/UFRN)
sheilamacc@yahoo.com.br
Apolo e Dionísio convivem dialeticamente nas dimensões profundas do pensamento humano, manifestos
como Ideologia e Utopia.
6. O sujeito da ideologia Cláudia Maria Formiga Barbosa (Mestrando em Ciências Sociais/UFRN).
cformiga@digi.com.br
Dissertação de mestrado em Ciências Sociais, em fase de levantamento bibliográfico, este trabalho tentará
construir uma reflexão sobre a eficácia da operação da Ideologia sobre os sujeitos. Para um grande
número de estudiosos da Teoria Social, a Ideologia é vista como um fenômeno que tem o seu
aparecimento vinculado ao advento das sociedades modernas, na medida em que se constitui como um
discurso, socialmente construído, que visa ocultar a dominação de classes. A pesquisa antropológica
permitiu a alguns estudiosos avançar em direção a um alargamento desse conceito, incluindo o discurso
ideológico entre os discursos que legitimam as práticas socialmente sancionadas. A reflexão
antropológica é o que vai permitir situar a Ideologia como uma das formas através das quais podemos
atestar a força com que a Cultura atua sobre os sujeitos, pois considera que é a sujeição a uma Ordem
social o que permite aos sujeitos construir uma representação de si mesmos e de sua realidade social,
sendo essa condição o que, em última instância, engendra para esses sujeitos, o sentimento de pertença
para os sujeitos no interior de um grupo social. Partindo dessa reflexão sobre a Ideologia como uma das
formas de atuação da Cultura sobre os sujeitos, tentaremos buscar no diálogo com as teses de Freud e
Lacan sobre a constituição do Sujeito, uma contribuição para essa reflexão, que permita lançar luz sobre a
estrutura que torna possível a incidência do discurso ideológico sobre os sujeitos.
7. Imagens do sertão: a casa do sertão rural do RN Pedro Isaac Ximenes Lopes (Graduando em Ciências Sociais/UFRN. Bolsista PIBIC do
Grupo de Estudos do Imaginário, do Cotidiano e do Atual)
pedroixl@hotmail.com
Nosso trabalho está ligado à pesquisa “Imagens do sertão” do Grupo de Estudos do Imaginário, do
Cotidiano e do Atual, coordenada pelo prof. Alipio de Sousa Filho. A pesquisa consiste em analisar o
conjunto da casa do sertão rural do RN – tais como a mobília, os utensílios e objetos domésticos, os
apetrechos, o cotidiano,... –, tendo como foco principal as relações simbólicas da moradia sertaneja e sua
poética do espaço física. Chamamos de "sertão rural" as áreas do campo distintas das áreas urbanas do
sertão, formadas pelas pequenas cidades. Visto que nos centramos no RN, consideramos, no primeiro ano
da pesquisa (2002), para o trabalho de campo apenas as microrregiões Angicos, Borborema Potiguar,
Serra de Santana, Vale do Açu e Médio Oeste. Temos como perspectiva metodológica a etnografia –
utilizando-se da técnica da fotografia e das entrevistas para registro – e a análise antroposociológica –
fundamentada em autores das Ciências Sociais – e a rica literatura acerca do sertão do RN (Cascudo,
Lamartine de Faria, Medeiros Filho,...).
8. A invenção literária do nordeste nos olhos de uma mulher: compreensão social do
Nordeste em Rachel de Queiroz. Cristina Maria da Silva (Socióloga. Mestranda em Ciências Sociais/PPGCS/UFRN).
crimasbr@yahoo.com.br
Interpretamos a construção imaginária do Nordeste na memória literária de Raquel de Queiroz e como a
literatura pode ser manifestação de “religação” social. Nos deixamos influenciar principalmente pelas
concepções de Gaston Bachelard, Michel Maffesoli e Michel de Certeau. A memória, o romance, a poesia
Anais XI Semana de Humanidades
77
ou os ensaios biográficos apoiam-se na incerteza, por isso revelam para as análises sociais a
imprescindibilidade do sensível no entendimento do caráter movediço da coletividade humana. Como
afirma Michel Maffesoli, o poeta formula aquilo que o homem sem qualidades vive no dia-a-dia. A ficção
é uma necessidade cotidiana, pois cada um para existir conta uma história! Assim, entendemos que nas
escrituras da escritora cearense percorremos os espaços da Região tomados não somente por uma visão
geopolítica, mas buscando as construções imaginárias do social: seus mitos, lendas e descrições. Estas nos
demonstram que uma sociedade é constituída menos pelo solo material que abriga os indivíduos e mais
pelas idéias que a fazem enquanto realidade sentida e reconhecida socialmente. Nos olhos de uma mulher
os enredos sociais e os espaços são repensados na oscilação das temporalidades. As relações entre
imaginário, ideologia e a concepção de poder na paisagem regional são (des) construídas e envolvidas em
constantes teatralizações. Deste modo, mergulhamos neste cenário agreste, no qual florescem múltiplas
flores poéticas e míticas, mirando sua potência subterrânea tão bem sentida e relatada pela literatura.
9. Paisagens urbanas de Natal: percebendo os contrastes sócio-culturais Rúbia Carlas M. da Cunha
Trata-se de observar e analisar cortes da paisagem urbana de Natal, apreendendo sua construção e
significado para a cidade. Comparando as imagens selecionadas entre si, percebendo seus contrastes,
aspectos de formação, sua complexidade e seu papel social para a sociedade natalense. Na sua análise,
vêem-se suas formações antigas e atuais ao longo de pontos espalhados pelo seu território e seu
simbolismo para a população.
10. Os processos de modificação na dinâmica sócio-cultural no eixo Redinha-
Muriú/RN Karina Messias da Silva (Graduanda em Geografia/UFRN. Membro do PET/GEO)
karinatrn@yahoo.com.br
A Pesquisa tem por objetivo investigar quais os processos socioculturais ocorridos nas comunidades de
pescadores no trecho de Redinha à Muriú provocado pelo aumento do fluxo de pessoas para o local. E a
partir daí será feito o resgate da história de ocupação nesse trecho, bem como os agentes modificadores e
a cultura que predominava com seus primeiros moradores, e, principalmente o que resta ainda hoje com a
exploração deste trecho com o advento da ocupação imobiliária e o da atividade turística, assim poder
saber se a identidade cultural dessas comunidades foram perdidas ou assimilada com outras culturas
devido ao aumento do fluxo de pessoas vindas de outras localidades e países.
11. Um estudo da construção de um novo espaço e redefinição de identidades: uma
conseqüência do turismo em Pipa-RN. Tatiana de Lima Corrêa (Graduanda em Geografia/UFRN. Membro do PET/GEO)
tt.correa@bol.com.br
A pesquisa visa estudar as alterações do espaço, identidade e representações sociais que estão ocorrendo
na praia de Pipa-RN, devido ao advento do turismo. Essas mudanças e transformações podem modificar
ou criar um novo espaço, compreendido de novas estratificações e classificações, novas tramas sociais
são estabelecidas e os segmentos da população vão se deparando cada vez mais com novas realidades,
novos valores e identidades sociais. Para a realização desta pretende-se ter o apoio em trabalhos
acadêmicos e bibliografias que discutem a temática do turismo. Também se têm em vista estabelecer uma
coleta de dados a partir da observação direta e da realização de entrevistas. Compreende-se assim melhor
o turismo que vem se intensificando na praia.
12. Processo de sociabilização de famílias italianas no Seridó (Séc. XIX) Erivan Ribeiro
Anais XI Semana de Humanidades
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Esta pesquisa se propõe a estudar as sociabilidades contidas no cotidiano de famílias de origem italianas
que habitavam o Seridó no decorrer do século XIX, principalmente na cidade de Caico (Vila do Príncipe
na época). Para tanto, utilizaremos como fonte documentos que se encontram no LABORDOC
(Laboratório de Documentação Histórica do CERES – Campus de Caicó, como Processos Crimes,
Habilitações de Casamentos, Ajustes Pecuniários, entre outros, bem como uso da História Oral, através de
entrevistas realizadas com integrantes remanescentes das famílias que ainda se encontram na cidade de
Caico ou na região do Seridó.
13. (re) construção imagética do território de Serra de Santana: uma análise da
formação identitária do lugar Autor:
Otoniel Fernandes da Silva Júnior (Licenciado em Geografia pelo Centro de Ensino Superior
do Seridó-UFRN)
Orientador:
José Lacerda Alves Felipe (Prof. Dr. do Departamento de Geografia da UFRN)
otonielfsj@hotmail.com.br
Ao investigar o processo de (re) construção imagética de uma sociedade o pesquisador estará
interpretando os símbolos que são evocados para constituir o imaginário social, os quais estão
intrinsecamente relacionados com o lugar, com o componente geográfico. O componente geográfico em
análise trata-se da Serra de Santana que constitui a região serrana potiguar circundada por sete municípios
dos quais três se encontram nas chãs (parte plana e mais elevada). Lugar por excelência de uma
diversidade de imagens e símbolos que se agregam ao ambiente natural o imaginário aqui estabelece uma
conexão obrigatória com o mundo real onde se constitui toda representação humana. Assim uma das
primeiras representações que se transfigura nesse lugar é a indígena, onde os índios Tarariús primeiros
habitantes denominaram esta serra de Mackaguá lugar também de refugio e ascensão espiritual para esses
caboclos brabos. Da terra dos Tapuias a Serra da Gloriosa Sant´Ana por doação de Datas de terras ,
passando a estabelecer nessas áreas novas povoações. Esses aportes históricos nos dão as primeiras
imagens que se afirmam no imaginário local. A referida pesquisa pretende incursar pelos meandros do
mundo imaginário onde as lendas e causos que se passaram na serra são (re)contadas pelos habitantes
mais antigos e que a imaginação humana se apropriam de determinados espaços para recontar tais causos.
Ainda na linha de contato do homem com a terra abordar-se-á o cotidiano das casas de farinhas
increvendo-as como um dos símbolos das chãs serranas desde os mais longícuos tempo. Assim se
delineara o quadro de referência identitária do lugar.
14. Atitudes perante a morte no Seridó: algumas considerações Autora:
Alcineia Rodrigues dos Santos (Bacharela e Licenciada em História pelo Centro de Ensino
Superior do Seridó da UFRN)
neiasantos@bol.com.br
Orientador:
Alípio de Souza Filho (Prof. Dr. do Departamento de Ciências Sociais da UFRN)
Este trabalho, como parte integrante do projeto de pesquisa “Contando o Trabalho e os Dias: Demografia
Histórica do Seridó (Colônia e Império)”, e ultimamente o nosso Projeto de Mestrado, pretende
apresentar uma contribuição à historiografia regional, no sentido de elaborar um perfil da mortalidade no
Seridó entre os séculos XVIII e XIX. Os Registros Paroquiais de Óbitos da Freguesia da Gloriosa
Senhora Santa Anna do Seridó (hoje Paróquia de Sant’ Ana de Caicó-RN), fonte de nossa pesquisa,
Anais XI Semana de Humanidades
79
englobam 05 livros, dentre os quais 03 emcontram-se pesquisados (cerca de 3 mil assentos de óbito). Este
projeto pretende não apenas, elaborar um perfil da morte, como também fazer um levantamento
demográfico da região seridoense. A partir de uma pesquisa exploratória foi delimitada a documentação
pela qual a análise se processaria, fontes escolhidas por se prestarem a uma investigação qualitativa e
quantitativa. Para tanto utilizaremos fichas catalográficas seguindo o modelo francês de demografia de L.
Henry e M. Fleury, cujos dados já levantados encontram-se em fase de alimentação em banco de dados
construído no software Microsoft Access. No momento os resultados são parciais dado que a coleta de
dados será concluída com a pesquisa nos livros restantes. Tendo em vista a escassez de estudos na
historiografia brasileira que tratem da temática, especificamente no Nordeste e mais precisamente na
região do Seridó, e considerando sua importância à constituição historiográfica, julgamos valiosa esta
investigação. Nossa proposta está fundamentada nas pesquisas de Dom José Adelino Dantas e Sinval
Costa, que anteriormente já haviam se debruçado sobre os registros paroquiais de óbito da freguesia em
questão.
Anais XI Semana de Humanidades
80
GT-10: NATAL, 1889-1930: CIDADE, PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES Coordenadores:
Prof. Dr. Raimundo Arrais (Departamento de História)
E-mail: raimundo.arrais@zipmail.com.br
Prof. Dr. Almir Bueno (Departamento de História)
E-mail: abueno@ufrnet.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco A, sala 2, 45 lugares, terça e quarta, 20 e 21 de
maio, 14:00-18:00h.
O GT “Natal, 1889-1930: cidade, estruturas materiais e representações”, propõe reunir pesquisas,
concluídas ou em curso, que tenham como objeto a cidade de Natal no período situado nos
marcos cronológicos que a história política consagrou como “República Velha”. Na condição de
cidade mais importante e capital do Estado, Natal (encarada na perspectiva dos estudos urbanos)
pode ser observada num amplo leque de aspectos materiais e simbólicos, que se aproximam e se
cruzam, numa freqüência tal que convida aos enfoques inter-disciplinares. Nesse leque, podemos
compreender os seguintes temas:
. Construção da hegemonia da capital sobre o interior;
. Práticas políticas;
. Investimentos em estruturas urbanas;
. Modernização da cidade;
.Cultura de elite e cultura popular;
. Percepções estéticas da cidade;
. Meio ambiente e saúde pública.
RESUMOS
1. Natal, 1893-1913: A afirmação material e simbólica da capital Raimundo Arrais (Professor do Departamento de História UFRN)
Esta pesquisa, que se encontra em fase inicial, pretende estudar as formas como a cidade de
Natal, no período entre 1893 e 1913 (no período em que a estrutura de poder esteve sob o
controle do grupo político familiar Albuquerque Maranhão) se afirma diante das demais regiões
do Estado. O interesse da pesquisa é reconstituir as ações que o estado, como entidade que deverá
centralizar as decisões do governo, vai promover para dotar a cidade do status de capital,
revestindo-a dos elementos materiais e simbólicos e criando nela elementos distintivos. A
construção da cidade é enfocada como resultado da intervenção material nas suas estruturas, mas
também como resultado das representações elaboradas sobre ela por suas elites. Nos pontos em
que se cruzam realidade e expectativas, localizam-se certas tensões que deverão ser exploradas na
pesquisa.
2. Antigo Riacho do Baldo: Fonte de abastecimento no passado, via de
excreção no presente. Fernanda Mírian Alves de Aquino (Aluna de Pós-Graduação em Geografia – UFRN).
O antigo Riacho do Baldo viu o nascimento da cidade de Natal, participando de forma decisiva
para o seu desenvolvimento, visto que, foi o local onde instalou-se a fonte que abastecia a cidade
quando do seu surgimento. Tempos depois, 1882, iria ser contratado o serviço de água encanada
para a cidade que estava crescendo, e em 1920, no auge das preocupações com o abastecimento
de água e esgotos, o serviço, que estava nas mãos de uma empresa privada, volta ao poder do
Anais XI Semana de Humanidades
81
governo. O Baldo era uma área alagada, de mangues e pântanos, considerada na época foco de
doenças para a população ali residente. A seca que atingiu o RN em 1904 fez a população migrar
para a capital, acrescendo em 15 mil o número de habitantes, que nos idos de 1904 era de 16 mil,
dobrando pois, esse número. O crescimento urbano trouxe a necessidade de dar ao lugar uma
verdadeira cara de cidade e para os governantes da época isso significava acabar com uma
paisagem causadora de tantos problemas sanitários e paisagísticos existente e ao mesmo tempo
promover a distribuição de águas e esgotos, ordenamento das vias, áreas de lazer e
principalmente limpeza. É nesse contexto que o antigo riacho do Baldo começa a sofrer a
descaracterização que faz dele hoje um canal de esgoto a céu aberto. Em um ambiente vulnerável
como é o da cidade de Natal, os aspectos ambientais deveriam está em primeiro lugar nas
preocupações do governo quando o assunto fosse crescimento urbano, mas não foi o que se
observou, a necessidade de se ocupar espaços, acompanhada das questões estéticas e de
embelezamento, fundamentais para uma cidade que pretendesse ser urbana e moderna na época,
fez com que esse detalhe ficasse esquecido e o lugar que era do rio, do mangue, do pântano, foi
sendo ocupado e transformado em via de excreção da cidade que crescia sem um planejamento
urbano que colocasse o saneamento básico adequado como meta principal.
3. Às Margens da Cidade: figurações do retirante da seca em Natal (1890-
1930) Angela Lúcia A. Ferreira ( Profa. Departamento de Arquitetura UFRN)
As secas têm sido uma constante na história brasileira e, em especial, nos estados nordestinos que
formam o chamado “polígono das secas”. Por muito tempo, as elites política e econômica, ao
evidenciar e dramatizar este fenômeno em seus discursos, transformaram-no no principal gerador
do fenômeno migratório, do campo para a cidade, do interior para o litoral, para as capitais e
centros urbanos mais avançados. Contudo, as tentativas de resolução deste problema, que não
interpelavam a estrutura sócio-econômica e faziam uso político das secas, contribuíram, por outro
lado, para emergência de um saber técnico-científico sobre as condicionantes climáticas do
Nordeste que traduzia a crença da época na ciência e na sua capacidade de substituir a dimensão
política e resolver os problemas sociais. Assim e para além dos estudos dos processos
migratórios, interessou-nos sobremaneira discutir as ações e representações que os flagelados das
secas suscitaram nos espaços urbanos ditos civilizados, somando-se às discussões, propostas e
realizações pautadas em ideários higienista, de estética e de eficiência que conformaram a
antítese da cidade colonial brasileira. Este retirante foi visto não apenas como um, ou o principal,
estorvo às condições de salubridade do espaço urbano, mas também como embaraço à própria
imagem de modernidade de uma elite que, “iluminada”, pretendia criar a cidade moderna nos
trópicos. Em Natal, estas representações do migrante no espaço urbano imbricaram-se no medo
das epidemias, reiterando intervenções urbanas de cunho higienista e/ou de repressão social.
Nesta confluência de elementos que legitimaram as ações reformadoras das elites, o retirante da
seca foi ao mesmo tempo mão-de-obra nas reformas urbanas, justificativa para envio de recursos
federais, tema para discursos inflamados nas tribunas e culpado pela insalubridade e higiene
públicas. A única coisa que não lhe cabia era um lugar na cidade.
Anais XI Semana de Humanidades
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4. Do Lampião A Luz Elétrica: novas técnicas “civilizando” o espaço urbano
de Natal Alenuska Kelly Guimarães Andrade (Graduada em História UFRN)
A introdução da “luz” no cenário da cidade foi considerada um dos maiores símbolos de
progresso da virada do século XIX para o XX. Em Natal por volta de 1900 a iluminação da
cidade era realizada através de lampiões a querosene, substituídos em 1905 por energia gerada
pelo gás acetileno e apenas em 1911 é introduzida a eletricidade. É intenção deste trabalho é
analisar as mudanças físicas e culturais influenciadas pelas vantagens que a eletricidade
proporcionou a população de Natal, entre os anos de 1911 e 1920, tendo em vista a importância
do momento caracterizado pelo fim da escuridão no meio urbano e supondo ser um avanço
tecnológico que determinou transformações na sociedade da época. Constituiu-se como fonte de
dados primários as informações contidas em documentos oficiais e periódicos encontrados nos
acervos de Natal. O estudo mostrou que nas duas primeiras décadas do século XX o uso de novas
técnicas possibilitava a modernização dos costumes e da vida cotidiana e as elites natalense
buscaram “modernizar”, a cidade, a população, seus hábitos e idéias, a partir do padrão de
comportamento europeu, referência de “civilização”. A eletricidade passou então a ser encarada
como um fenômeno fundamental a promoção da antiga cidade colonial ao status de cidade
“moderna”. Deste modo, os benefícios trazidos pela energia elétrica revelam-se no espaço urbano
como um fator que condicionou mudanças no modo de vida da população, a partir da formulação
de novas formas de lazer e de sociabilidade – cinema, passeios nortunos, passeios de bonde, entre
outros. Essa inovação também trouxe modificações ao cenário físico da cidade, que passou a ser
iluminado e ornamentado com elementos embelezadores representativos do progresso, além de
proporcionar a expansão urbana possibilitada por um de seus ícones – o bonde elétrico.
5. Modernidade e Obras Públicas na cidade do Natal (no segundo governo de
Alberto Maranhão) Cristiane de Araújo (Graduada em História - UFRN)
O presente trabalho propõe verificar as transformações mentais ocorridas no imaginário das elites
locais, durante a introdução do projeto de modernidade na cidade do Natal, bem como verificar
os seus reflexos no contexto social e político da cidade. Coube a essa elite um papel muito
importante na condução do projeto de modernidade para a cidade do Natal, visto que foi a partir
dos seus anseios, de se inserir no mundo civilizado, que a capital do Rio Grande do Norte, foi
incrementada com equipamentos urbanos modernos, como o bonde e a energia elétrica e a adoção
de hábitos de uma cultura cosmopolita, sobretudo a francesa. O período estudado compreende o
segundo governo de Alberto Maranhão (1908-1913), visto que em sua segunda administração,
ficam mais nítidas as transformações ocorridas no espaço físico da cidade em conseqüência do
investimento intenso por parte do então governador, no intuito de converter a então cidade de
aspecto colonial em uma outra mais moderna, dotada com equipamentos urbanos que a fizesse
concorrer em pé de igualdade com outros centros urbanos mais adiantados.
Anais XI Semana de Humanidades
83
6. Natal e as novas diversões da Belle Époque Márcia Maria F. Marinho (graduanda em História, bolsista de iniciação cientifica-
PPPg Departamento de História-UFRN)
O período que se estende entre o final do século XIX e o início do XX, é marcado por muitas
mudanças. As novas idéias da modernidade começaram a ser implantadas no Brasil,
transformando o pensamento da sociedade brasileira. Toda essa mudança de pensamento
acarretou em uma série de mudanças estruturais e comportamentais nas principais cidades
brasileiras. Durante esse período Natal também passou por uma série de transformações na sua
infra-estrutura. A elite natalense, influenciada também pela nova corrente de idéias vinda da
Europa, exige a melhoria do espaço físico da cidade. Durante o primeiro governo de Alberto
Maranhão, começam as investidas no remodelamento da cidade. A “nova” cidade, remodelada e
com ares de capital, precisava adquirir a postura de uma cidade européia, moderna e civilizada.
Os hábitos do natalense começam a mudar, os novos espaços lançados para o divertimento (como
o teatro, os passeios públicos, o cinema, os clubes, cafés), começam a exigir uma postura
diferente dos natalenses. A nova cidade não tolera as antigas manifestações populares, que
passam a ser consideradas vulgares e indecentes. Esse trabalho procura analisar essas mudanças
das diversões populares para as novas formas de diversão, chamadas de civilizada, que vão
surgindo no início do século XX. Assim como procurar definir o espaço destinado à diversão
feminina nessa nova Natal moderna e civilizado.
7. As representações do rural e do urbano no pensamento republicano Norte-
Rio-Grandense (1890-1930) Almir Bueno (Professor do Departamento de História-UFRN)
A comunicação pretende discutir as representações discursivas sobre o rural/urbano presentes no
pensamento republicano potiguar durante a Primeira República, através de alguns de seus
principais representantes, como Manoel Dantas, Diógenes da Nóbrega, Braz de Melo, José
Augusto Bezerra de Medeiros e Juvenal Lamartine. O objetivo é discutir essas representações
como fundadoras de um conceito de campo/cidade que permearão a construção de uma suposta
identidade de sentido para as populações rurais e urbanas na sociedade oligárquica potiguar do
período.
8. Uma experiência de pesquisa histórica em jornais potiguares Verbena Nidiane de Moura Ribeiro (graduanda em História, bolsista de iniciação
cientifica- PPPg Departamento de História-UFRN)
A presente comunicação tem por finalidade compartilhar a experiência em pesquisa nos jornais
do Rio Grande do Norte, cujos originais se encontram no acervo do Instituto Histórico e
Geográfico do RN, entre os séculos XIX e XX, e em microfilmes localizados precariamente na
Biblioteca Central “Zila Mamede”, da UFRN. A pesquisa faz parte do projeto “Levantamento
Documental para a História das Idéias Políticas no Rio Grande do Norte (1871-1930)”, orientado
pelo professor Doutor Almir de Carvalho Bueno, cujo objetivo é reunir os principais documentos
sobre o pensamento político potiguar durante a Primeira República. O acesso a esta
documentação, porém, tanto no IHGRN quanto na UFRN, está cada vez mais difícil, devido ao
péssimo estado de conservação em que ela se encontra no primeiro e por falta de uma leitora de
Anais XI Semana de Humanidades
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microfilmes adequada na segunda, o que está acarretando um enorme prejuízo à pesquisa
histórica em nosso estado.
9. Políticas educacionais para a mulher em Natal (1889-1899) Rossana Kess B. de S. Pinheiro (Professora do Departamento de Pedagogia UFRN)
Maria Arisnete Câmara de Morais (Departamento de Pedagogia UFRN)
Este estudo propõe a discussão e reflexão acerca da construção da mentalidade feminina no
século XIX a partir da análise da instrução destinada às mulheres natalenses entre os anos de
1889 e 1899. Utilizamos como fontes o jornal A República, a Legislação Estadual, Federal e
textos de teóricos e literatos do mesmo período. Privilegia-se nesse estudo a abordagem teórica
da História Cultural que se preocupa com toda a atividade humana, não considerando apenas uma
visão macro dos processos históricos, mas todas as dimensões que se apresentam ao olhar do
historiador. O ideário de período ora investigado valorizava a mulher como uma missionária
neste novo sistema político cuja missão restringia-a ao âmbito doméstico, mais moral do que
político. No entanto, o discurso da educação enquanto prática para a formação dos cidadãos,
possibilitou a mulher aliar ao trabalho doméstico e à maternidade uma profissão revestida de
dignidade e moralidade. A ampliação da rede escolar feminina em Natal deu ensejo para a
inserção de mulheres no magistério. Com sua imagem vinculada ao projeto de modernização da
sociedade, as mulheres são arregimentadas pelos dirigentes políticos para as salas de aulas de
primeiras letras. Durante a última década, além de assumirem as escolas públicas femininas e as
mistas ainda há um considerável aumento na oferta de escolas particulares para moças. No curso
da última década do século XIX essas aulas atingem um percentual de crescimento superior que o
das aulas públicas. O aumento da oferta de aulas ministradas por professoras revela que as
políticas de expansão do ensino terminam por consolidar um campo de trabalho para mulheres
em Natal: a docência de primeiras letras.
10. Da Escola ao Lar: a mulher na cidade do Natal (1915-1930) Fraknilda Macia de Medeiros Dias ( Graduada em História- UFRN)
O crescente desenvolvimento do espaço urbano e as novas oportunidades de freqüência em
espaços públicos passa a exigir das mulheres um bom preparo e educação para o casamento e a
sua circulação nos espaços sociais que surgem na cidade. A educação oferecida à mulher potiguar
estava associada a preparação de sua vida privada: conjugal e doméstica. A escola logo foi
reconhecida por toda a sociedade como um importante estabelecimento na formação do ideário
de mulher: mãe dedicada/esposa carinhosa/dona-de-casa prendada; elaborando uma
representação simbólica da mulher moderna: afetiva, mas assexuada, voltada para o lar e os
cuidados com a higiene,o bem estar e saúde do marido e dos filhos. A Escola Doméstica de
Natal, parecia desenvolver um movimento ambíguo: de um lado, apresentava-se com uma
instituição moderna, porque promovia uma espécie de ruptura com o ensino desenvolvido no lar,
colocando-se como mais capaz ou com maior legitimidade para ministrar os conhecimentos
científicos (higiene e saúde familiar), agora exigidos à mulher moderna, tornando a tarefa da mãe
administrada pela ciência; de outro lado a Escola apresentava-se como um meio tradicional e
conservador, promovendo, através de vários meios a ligação da mulher com a casa, na medida
que cercava a formação docente de referências à maternidade, as prendas do lar e ao afeto.
Compreendendo a importância da mulher no resgate da memória e da história social de um povo,
o presente trabalho, objetiva contribuir para a reconstrução e compreensão de quem era a mulher
Anais XI Semana de Humanidades
85
potiguar nas primeiras décadas do século XX, quais foram os meios empregados pela sociedade
norte-rio-grandense na construção da imagem da mulher moderna.
11. A Passagem de Mario de Andrade por Natal: uma busca da brasilidade Humberto de Araújo (Professor do Departamento de Letras-UFRN)
Leitura de registros da passagem do escritor Mário de Andrade pela capital do Rio Grande do
Norte, no final da década de 20, com o objetivo de verificar o modo como a cidade era observada
a partir de uma perspectiva modernista. Foram identificadas observações sobre a tradição cultural
local em contraste com aspectos da modernização da cidade. Sob a ótica da brasilidade, categoria
perseguida pelo movimento modernista na fase correspondente ao final da década de 20, os
registros caracterizam-se pela percepção estética do espaço urbano, dos hábitos e costumes
locais, assim como de personalidades típicas da cidade. Ao registrar o processo de modernização
da cidade do Natal naquele momento específico, Mário de Andrade produzia um contraponto à
coleta de dados sobre a tradição cultural local, permitindo assim uma caracterização do moderno
e do tradicional, aspectos fundamentais para a pesquisa artística da época.
12. Reinventando Natal: a modernidade urbana nos anos 20 Jamilson Azevedo Soares (Mestre em Ciências Sociais-UFRN)
Este trabalho versa sobre a dinâmica espacial urbana da cidade de Natal nos anos 1920,
enfatizando as transformações no cenário urbano local a partir da análise dos fragmentos mais
expressivos e reveladores da sua trajetória em busca da modernidade. A inserção dos signos
modernos no contexto local contribuiu para revelar o perfil de uma época marcada
fundamentalmente pela incessante busca do progresso e da civilidade, e na qual todos pareciam
curvar-se fascinados pelo novo. Sobretudo, o referido período assinalou alguns dos momentos em
que o projeto de construção de uma cidade moderna ganhou impulso a partir das ações
implementadas pela elite dirigente local, propiciando que vicejassem determinadas condições que
se tornariam importantes instrumentos, posteriormente, para a sua integração no contexto da
modernidade urbana.
13. Januário Cicco, 1920: Saneamento e Modernização para Natal Pedro de Lima (Prof. Dr. do Departamento de Arquitetura-UFRN)
pedro.de.lima@uol.com.br
Nesta comunicação apresenta-se uma abordagem preliminar da obra Como higi-enizaria Natal –
Algumas considerações sobre seu saneamento, escrita pelo médico e sanitarista Januário Cicco e
publicada em 1920. Trata-se de um documento de grande importância para o estudo do processo
de urbanização de Natal, sobretudo em seus aspectos ambientais e sanitários. Na abordagem
proposta pelo autor, o projeto de saneamento para Natal é, ao mesmo tempo, um projeto de
valorização social da população e um projeto de modernização para a cidade. Hoje, depois de
quase um século de sua publicação e não obstante as conquistas do conhecimento e da tecnologia
no saneamento e na saúde pública, as precárias condições sanitárias de Natal reafirmam a
importância da obra de Januário Cicco.
Anais XI Semana de Humanidades
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GT-11: IDENTIDADE E ETNIA Coordenadoras:
Profª. Drª. Julie Cavignac (Departamento de Antropologia)
E-mail: cavignac@cchla.ufrn.br
Jussara Galhardo Aguirres Guerra (Museu Câmara Cascudo)
E-mail: filhosol@digi.com.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco A, sala 3, 45 lugares, terça e quarta, 20 e
21 de maio, 14:00-18:00h.
Continuando uma discussão iniciada em 2002 na UFRN, o grupo de trabalho
"IDENTIDADE E ETNIA" reune professores, pesquisadores e alunos trabalhando
sobretudo nas áreas de antropologia e história. Os temas a serem abordados durante a
discussão tratarão da questão étnica e das identidades culturais, especificamente no Rio
Grande do Norte, tanto ao nível da realidade etnográfica atual quanto historiográfica, em
diferentes contextos urbanos e rurais. Os principais objetivos do GT são: levantar
questionamentos sobre a origem, as marcas memóriais e o devir dos grupos (sobretudo
indígenas e de origem africana), reunir pesquisadores e estudantes interessados na temática,
apontar para novas problemáticas e pistas de pesquisas – sobretudo após a divulgação do
censo 2000 –, como propor a investigação sistemática de uma realidade pouco pesquisada
no estado.
RESUMOS Coordenação da mesa:
Jussara Galhardo Aguirres Guerra
Debatedor:
Luiz Antônio De Oliveira
1. Um estudo sobre as memórias de professores negros, formados no
estado do Pará, entre os anos de 1970 e 1980 Wilma Baía Coelho (UFPA e UNAMA – Doutoranda em Educação pela
UFRN)
wilmacoelho@yahoo.com.br
Esta pesquisa tem como objeto de estudo os processos de formação docente. Destaca a
análise sobre a relação, que entendemos necessária, entre história de vida, formação
acadêmica e prática profissional. Nosso objetivo é o relacionar a história de vida dos
professores negros com a sua formação acadêmica e com a reflexão que fazem sobre a sua
prática profissional. A hipótese de trabalho encaminha-se no sentido de afirmar que a
ausência do negro da escola, do conteúdo intelectual que ela transmite, se deve, também, à
inexistência do professor negro, a não auto-identificação. Utilizamos as décadas de 1970 e
1980 e recorreremos à bibliografia utilizada para a formação de professores desse período.
Trabalharemos, também, com textos opinativos relacionados às questões educacionais e
étnico-raciais veiculadas naquela época.;problematiza as representações contidas nos
relatos de escolarização de professores negros, o estudo estará ativando, teórica e
Anais XI Semana de Humanidades
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metodologicamente, discussões acerca das representações sociais, memórias de
escolarização e de relações étnico-raciais.
2. Uma caracterização da comunidade de capoeiras localizada em
Macaíba-RN Ana Cristina Dantas de Oliveira
Danielle Souza Barbosa
Claúdia Patrícia Melo da Silva
Thalyta Mabel Nobre Barbosa (Alunas do Curso de Serviço Social da UFRN)
E-mail: thalytamabel@bol.com.br
De acordo com a história do Brasil houve, pelo menos, sete tipos fundamentais de
quilombos: os agrícolas, os extrativistas, os mercantis, os mineradores, os pastoris, os de
serviços, os predadores, reproduzindo internamente o tipo de economia da área na qual se
organizavam. Capoeiras é uma comunidade originária de um quilombo agrícola onde sua
estrutura está montada com base na agricultura e no valor que a terra representa. Capoeiras
localiza-se no interior de Macaíba-RN à 36 Km do município. O nosso objetivo é
caracterizar essa comunidade através da sua formação, da religião, dança, educação, saúde,
relacionamento e agricultura.
3. Acauã Antiga e Acauã Nova Katiane F. Nóbrega (Professora do Departamento de Antropologia-UFRN)
Jefferson C. dos Passos (bolsista voluntário CIRS/UFRN)
E-mail: rafher@bol.com.br
Discute-se o impacto ambiental e sócio-cultural causado pela construção da barragem
Engenheiro José Batista do Rego Pereira sobre a comunidade de Acauã (Poço Branco/RN).
A construção da barragem provocou o deslocamento da comunidade e seu confinamento a
um espaço muito restrito, de um 1km de perímetro. Este processo representou para seus
habitantes o fim de um tempo áureo em que não existia patrão e empregado e cujas relações
sociais eram marcadas pela cordialidade. Hoje, tem-se Acauã Velha e Acauã Nova. Esta
última é composta de aproximadamente 50 famílias nucleares que vivem em 50 casas
distribuídas em três ruas. Dispõe de um campo de futebol e um galpão abandonado, que
abrigou o Aviário Comunitário (Projeto implantado pela Associação dos Moradores de
Acauã e o Programa Universidade Solidária/1997). Fala-se sobre a memória que foi perdida
nesse processo de construção da barragem (1960-1969), ressaltando personagens como Zé
Cauã (fundador) e as histórias de escravos alforriados. Apresenta-se, ainda, o caráter
endogâmico da aldeia, a partir dos depoimentos de Eloy Catarino (69 anos) e João Catarino
(88 anos).
Anais XI Semana de Humanidades
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4. Índios e Negros no Rio Grande do Norte Julie A. Cavignac (Profa. Dra. do Departamento de Antropologia)
cavignac@cchla.ufrn.br
O Rio Grande do Norte é um dos raros estados brasileiros onde não há uma população
indígena oficialmente registrada e onde os descendentes dos escravos trazidos da África
tem pouca representatividade na historiografia. Porém, o sertão potiguar foi o cenário de
uma das maiores resistências indígenas da história colonial brasileira conhecida como a
Guerra dos Bárbaros (1651-1704). Também existem várias comunidades rurais negras e
registro de escravos na documentação oficial e na memória dos moradores. Ao longo dos
séculos, assistimos ao sumiço progressivo da presença dos 'índios' e dos ‘negros’, chegando
a desaparecer do mapa étnico da região. Hoje, os livros didáticos, fundamentando-se nos
estudos clássicos dos historiadores locais, apresentam uma versão branqueada da história
colonial. Segregados, marginalizados, invisibilizados e esquecidos, esses grupos passaram a
ser convencidos da sua inexistência. Tentaremos, através de uma revisão da história do Rio
Grande do Norte, colocar a luz sobre elementos constitutivos de uma identidade regional, o
que nos permitirá abordar o problema das identidades étnicas no Nordeste e, em particular
no Rio Grande do Norte.
5. Um estudo preliminar sobre a formação da identidade dos habitantes
do Pêga (Portalegre-RN) Glória Cristiana de Oliveira Morais (Mestranda em Ciências Sociais-UFRN)
E-mail: gcomorais@hotmail.com
A comunidade do Pêga, localizada na zona rural do município de Portalegre/RN, é formada
por indivíduos de cor negra e possui um forte laço de parentesco com as comunidades
vizinhas do Arrojado e do Engenho Novo, também localizadas em Portalegre. Essas três
comunidades rurais praticam, geralmente, o casamento endogâmico, formando assim um
grande grupo familiar, dividido entre os sobrenomes: Jacinto, Delmiro, Bessa, Bevenuto e
Ricarte. A reunião de parte dos membros da família ocorre durante a farinhada e a
realização da dança de São Gonçalo. A primeira, é uma atividade econômica e a segunda,
uma manifestação religiosa. As duas representam um momento de sociabilidade e
transmissão de valores do grupo.
6. Identidade local e sítio arqueológico Maria Tereza Santana da Costa R. Almeida (Mestranda em Ciências Sociais-
UFRN)
A pesquisa que investiga as relações entre um sítio arqueológico e uma comunidade situada
no município de Ingá Pb, tendo como objetivo o registro das imagens construídas pelos
moradores locais sobre a Pedra Lavrada. Em contatos preliminares foi possível detectar
uma ambiguidade nesta relação; valorização x desvalorização do monólito: após o
tombamento do sítio arqueológico há moradores que afirmam que o local necessita de
tratamento especial, pois mobiliza atenções externas dos turistas e, ao mesmo tempo nota-
se um desconhecimento da importância histórica do sítio por parte dos habitantes. Neste
primeiro momento, propomos uma reflexão sobre as práticas e os discursos nativos em
Anais XI Semana de Humanidades
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relação ao passado e a uma nova visão imposta pelos agentes do estado e as modificações
ocorridas na identidade local.
7. As Comunidades Negras Rurais Quilombolas no Rio Grande do Norte Geraldo Barboza de Oliveira Junior (Antropólogo, Mestre em Antropologia
Social (UFSC), professor do Curso de História da Universidade Potiguar)
geraldo@unp.br
As comunidades negras rurais quilombolas são definidas a partir de vários fatores: uma
identidade étnica de preponderância negra; a ancianidade de suas ocupações fundadas em
apossamento dos seus territórios; a detenção de uma base geográfica comum ao grupo;
organização em unidade de trabalho familiar e coletivo; e vivência em relativa harmonia
com os recursos naturais existentes. Entretanto, é a alteridade étnica que estas comunidades
mantém com as sociedades nacional e regional que vai delimitar o perfil desta identidade.
A última publicação referente a territórios remanescentes de quilombos no Brasil registra
843 comunidades distribuídas no território nacional e 14 no Estado do Rio Grande do
Norte. Através de pesquisa pessoal registrei a indicação de mais de cinqüenta comunidades
negras rurais no Estado do Rio Grande do Norte.
Coordenação da mesa:
Julie A. Cavignac
Debatedor:
Muirakytan K. De Macedo
8. O aparecimento dos índios do Seridó, sertão da Capitania do Rio
Grande, nos séculos XVIII e XIX Helder Alexandre Medeiros de Macedo (Bacharel e Licenciado em História-
CERES-UFRN)
helder@seol.com.br
A historiografia consagrada do RN trata do elemento indígena na história do interior do
estado como circunscrito ao período anterior ao povoamento da região, após o que teriam
desaparecido das terras sertanejas da então Capitania. Todavia, pesquisas feitas por D. José
Adelino Dantas e Sinval Costa entre os anos 70 e 80 detectaram a presença de índios na
documentação da Freguesia de Santa Ana do Seridó (que abrangia o Seridó paraibano e
potiguar). Partindo dessa pista, objetivávamos entender como se deu essa presença de
índios e quais suas histórias no Seridó após o contato com os colonizadores. Os indígenas
apareceram nos documentos da citada freguesia, perfazendo cerca de 1 a 2% da população
regional, dado que se contrapõe à hipótese do desaparecimento e nos leva a refletir sobre a
sua inserção na sociedade colonial através da mestiçagem.
Anais XI Semana de Humanidades
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9. A identidade indígena no Rio Grande do Norte x os censos
demográficos. Jussara Galhardo Aguirres Guerra (Museu Câmara Cascudo-UFRN)
filhosol@ digi.com.br
No Rio Grande do Norte, a historiografia oficial considera o indígena como totalmente
extinto ou “diluído” em meio à população regional. A miscigenação sofrida através dos
séculos teria, de acordo uma lógica linear, transformado o indígena em “caboclo”,uma
adjetivação “menor” do que originariamente teria sido “índio puro”. Foi imposto, ao longo
dos séculos, a condição inevitável de transição e de integração à nova ordem político-
ideológica e político -econômica que se implantava no país e a nível regional. Neste novo
modelo imposto não havia (há) lugar para as alteridades. o indígena ao se tornar “caboclo”,
ideologicamente, implicava no “apagamento” de seus referenciais e antecedentes indígenas,
bem como de sua própria história, dando lugar a uma versão unilateral e incontestável.
Dados oficiais de censos realizados nos séculos XVIII e XIX demonstram o progressivo
“desaparecimento” indígena no estado. Hoje, no entanto, dados mais recentes do IBGE
indicam uma significante presença indígena no RN, porém “invisível”. Esse dado curioso
nos revela que essas identidades além de não serem reconhecidas, também não pleitearam
seu reconhecimento frente aos órgãos competentes. Alguns grupos localizados no estado
iniciam uma mobilização neste sentido, segundo a FUNAI/PB.
10. As memórias em Pium: uma outra história Adriene do Socorro Chagas
Carlinda Alguineide (Alunas de graduação do curso de Ciências Sociais-
UFRN)
adoraflink@hotmail.com
O presente trabalho é fruto de uma atividade de pesquisa em andamento na comunidade de
Pium, localizada no município de Parnamirim. Através da coleta da memória dos
moradores mais antigos da comunidade, esse trabalho busca recolher um passado cuja
história oficial não registrou, resultando dessa maneira em uma outra versão da história, a
das vozes encobertas pelos considerados grandes feitos históricos, a da história positivista.
E por meio dessas narrativas realizar-se-á uma reflexão sobre o tema da memória e sua
relação com a questão da identidade local e do passado – a partir das representações e dos
discursos sobre a ‘casa de pedra’.
11. O Carnaval na Redinha: representação e identidade indígena Ilo Fernandes da Costa Júnior (Mestrando em Ciências Sociais-UFRN)
ilo-fernandes@uol.com.br
A partir da descrição de um bloco de carnaval que existe há cinqüenta e quatro anos
denominado “Índios Tapuia” num bairro de pescadores da praia da Redinha, procuraremos
refletir sobre a encenação de uma identidade indígena que aparece publicamente durante os
festejos: no carnaval, no dia de São Sebastião e no dia de São José. Há quatro anos, o bloco
conseguiu conquistar um espaço e uma legitimidade, pois participa do carnaval na Redinha,
Anais XI Semana de Humanidades
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e no desfile das escolas de samba na Ribeira. Alguns integrantes do bloco se reconhecem
como tendo ancestrais indígenas, entretanto não há uma afirmação étnica fora dos
momentos rituais. Assim, pensamos o bloco como uma das poucas ocasiões de afirmar uma
identidade diferencial reconstruída através das imagens estereotipadas do índio e da
inversão dos papeis históricos na ‘brincadeira’.
12. Juventude e participação política: um estudo dos jovens Xukuru do
Ororubá Claudia Maria Moreira da Silva (Graduanda em Serviço Social)
claumoreira@latimmail.com
No Brasil os estudos que tratam do tema da participação política da juventude em sua
grande maioria deixam de fora parte significativa de jovens da sociedade brasileira. É o
caso de jovens indígenas. A pesquisa analisou o papel social e a participação política da
juventude Xukuru do Ororubá, diante do movimento vivenciado pela comunidade, de
reinvenção de tradições e reelaboração da identidade. Elegeu-se como universo de análise
da Comunidade Xukuru do ororubá, situada no agreste pernambucano, a aldeia São José.
Realizamos uma revisão bibliográfica da literatura sobre: comunidades étnicas, juventude e
participação. Utilizamos procedimentos quantitativos e qualitativos, tais como: o recurso da
pesquisa documental, entrevistas semi-estruturadas e técnicas de observação direta. O
material coletado sinaliza à relevante participação da juventude no processo sócio político
desencadeado nas aldeias xukuru, um expressivo aumento no grau de escolaridade formal
entre os jovens da comunidade e a expressão de uma cultura política. A participação da
juventude no processo de reinvenção de tradições e reelaboração da identidade tem
redefinido o lugar social ocupado pelos jovens em relação as gerações anteriores. A
juventude passou a ser percebida como ator fundamental na reprodução e manutenção das
formas tradicionais de organização social e práticas de sociabilidade na comunidade
Xukuru do Ororubá.
13. Um martírio encenado: a reconstrução teatral do passado no litoral
sul do Rio Grande do Norte Luiz Antonio de Oliveira (Mestre em Antropologia – UFPE)
luizantov@bol.com.br
A formação de uma trama histórica e religiosa, tecida como composição teatral que encena
o passado local, tem palco em duas localidades do interior do Rio Grande do Norte. O culto
aos mártires de Cunhaú e Uruaçu, mortos na primeira metade do século XVII, durante a
ocupação holandesa, e beatificados em março de 2000, celebrando em atos dramáticos a
suas mortes, reescreve o fato histórico do martírio. O passado dessa forma recriado em
performances culturais presentes, é tornado cartão postal das cidades que abrigam as terras
beatificadas. Estas, por sua vez, emergem como centros de peregrinação religiosa no
Estado. Centrando a minha observação no caso de Cunhaú, no litoral sul do Rio Grande do
Norte, vejo como este exemplo de reconstrução narrativa do passado procura fomentar uma
"memória histórica" do fato celebrado. Um fato capitalizado ns promoção religiosa do
passado colonial do Rio Grande do Norte. Duas questões emergem. Primeiro, são vistas,
nas celebrações em torno da memória dos mártires, diferentes formas de reconstrução do
passado. Segundo, nestas representações do passado local, há a fabricação de alteridades,
Anais XI Semana de Humanidades
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personificadas nos personagens do antigo Cunhaú. Há, no caso de Cunhaú, e possivelmente
de Uruaçu, a construção de alteridades históricas, sob a forma de ações antagonistas nos
relatos históricos e orais, personificadas nas figuras do índio e do holandês. Problematiza-
se, dessa forma, a questão da construção das identidades locais e suas representações no
passado. Observa-se, nas representações do passado de Cunhaú, diferentes estratégias de
construção de um lugar de memória.
Anais XI Semana de Humanidades
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GT-12: MODELOS DE EXPLICAÇÃO NA CIÊNCIA E NA
FILOSOFIA Coordenadoras:
Profa. Dr
a. Maria da Paz Nunes de Medeiros (Departamento de Filosofia)
Profa. Dr
a. Ângela Maria Paiva Cruz (Departamento de Filosofia)
Email: baselce@cchla.ufrn.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco A, sala 4, 30 lugares, terça e quarta, 20 e
21 de maio, 14:00-18:00h.
Visa a análise de variados modos de entender a realidade, encontrados na história da
ciência e da filosofia ou propostos na contemporaneidade, como modelos de explicação e
representação do conhecimento. Trata de investigações acerca dos fundamentos lógicos e
ontológicos dos modelos e das implicações para estudos interdisciplinares que priorizam
entendimentos mais amplos dos conceitos.
Serão consideradas propostas de trabalhos que discutam:
1. Análises conceituais na ciência e na filosofia;
2. Sistemas de lógica clássica e não-clássicas;
3. Modelagens conceituais e suas implicações para a pesquisa interdisciplinar.
RESUMOS
1. Lógica e metalógica Apresentador/autor:
Adriano Marques da Silva
Orientadora:
Profa.Ângela Maria Paiva Cruz
O que geralmente se denomina “lógica aristotélica” corresponde na verdade a trechos
colhidos de um conjunto de livros que versam sobre a “demonstração analítica” (segundo
as palavras do estagirita), reunidos sob o nome geral de Organon. Dada a finalidade visada
pelo filósofo com esta disciplina, a saber, sua aplicação a problemas filosóficos, a
fundamentação e exposição sistemática da lógica não foi então desenvolvida. O auspicioso
desenvolvimento formal da lógica, findo o século XIX e início do século XX, deu-se
conjuntamente com a reinterpretação (embora que por vezes não explicitamente) dos
conceitos e metaconceitos lógicos legados pelo escrutínio crítico da tradição, modificando
destarte o status da lógica, seu lugar e papel dentro da ciência. A importância da
explicitação de alguns metaconceitos subentendidos em estágios tão distintos da história da
lógica não se resume à mera exposição historiográfica. Ela propicia a discussão de
importantes temas concernentes à filosofia da lógica e à representação do conhecimento,
tais como a abrangência da lógica, seus limites e seu valor. Tais temas remetem a uma
discussão mais ampla sobre o conceito de ‘ciência’, como o entendemos e como fora
concebido na antiguidade. Este trabalho procura expor e comparar certos conceitos
metalógicos que perpassam a lógica tradicional (aristotélica) e moderna.
Anais XI Semana de Humanidades
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2. Problemas da lógica modal Apresentador/autor:
Alberto Leopoldo Batista Neto
Orientador:
Profa. Maria da Paz Nunes de Medeiros
No trabalho a ser apresentado nos propomos a analisar alguns dos problemas suscitados
pelas tentativas de interpretação dos sistemas modais (que tratam dedutivamente dos
argumentos que incluem as noções de necessidade, possibilidade e implicação estrita),
especialmente a partir da perspectiva de Quine, e suas críticas aos conceitos de necessidade
lógica e analiticidade, à intensionalidade (opacidade referencial) gerada nos contextos
modais, a questão da denotação e o comprometimento ontológico que tais sistemas devem
supor, e expor um esboço das tentativas de resposta a tais objeções, seja de modo a escapar
delas, seja de maneira a invalidá-las, com ênfase na solução interpretativa de Kripke
baseada em modelos de mundos possíveis e seu posicionamento ante certas questões
filosóficas engendradas por tais discussões.
3. lógica proposicional paraconsistente. Apresentador/autor:
Daniel Liberalino Monte
Orientadora:
Profa. Dra. Ângela Maria Paiva Cruz
O trabalho a ser apresentado trata de tópicos relacionados às lógicas paraconsistentes, tais
como sua relevância filosófica e científica, seu contexto histórico, e os aspectos formais do
cálculo proposicional paraconsistente. Além disso, alguns temas concernentes à lógica
modal são examinados – à guisa de um futuro direcionamento dos estudos para a lógica
modal paraconsistente. Por exemplo, a discussão sobre o comprometimento ontológico da
lógica modal (e as demais críticas de Quine), designadores rígidos, a noção de necessidade
e uma exposição formal do cálculo modal proposicional.
4. lógica fuzzy: uma abordagem filosófica e aplicada Apresentadora/autora:
Jacira Cardoso Palmieri
Este trabalho visa apresentar uma breve introdução sobre a Lógica Fuzzy. Procura-se
enquadrá-la dentro da história da Lógica, citando as razões pelas quais ela foi desenvolvida,
suas vantagens, desvantagens e características e seu histórico até a atualidade, enfatizando
seu papel de destaque e sua aplicabilidade.
Anais XI Semana de Humanidades
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5. Uma formulação de c* em cálculo de seqüentes e dedução natural
Apresentador/autor:
José Eduardo de Almeida Moura
O Cálculo Funcional de Primeira Ordem C* carece de uma apresentação em Cálculo de
Seqüentes e Dedução Natural que estenda as técnicas e resultados obtidos em Moura (2001)
sobre o cálculo proposicional C . O desenvolvimento desta formulação é apresentado, com
comentários históricos sobre propostas anteriores e a discussão sobre a caracterização deste
sistema de acordo com a Taxonomia de Carnielli e Marcos (2002).
Referências:
CARNIELLI, W. A.; MARCOS, J. A Taxonomy of C-systems. In: CARNIELLI, W. A.;
CONIGLIO, M. E.; D’OTTAVIANO, I. M. L. (eds.). Paraconsistency, the logical way to
the inconsistent. New York: Marcel Dekker, 2002, p. 1-94.
MOURA, J. E. A. Um estudo de C em cálculo de seqüentes e dedução natural. Tese
(doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas. Campinas, SP: [s.n.] 2001.
6. A lógica linear Apresentadora/autora:
Maria da Paz Nunes de Medeiros
Podemos descrever a lógica linear como um refinamento de determinadas operações
lógicas, pois é relevante a quantidade de vezes que uma hipótese é usada em um raciocínio.
A lógica linear é essencialmente uma lógica relevante onde, além da regra de atenuação,
também não é permitido usar livremente a regra de contração. Apresentaremos um sistema
em cálculo de seqüentes para lógica linear, enfatizando o que esse sistema difere, do ponto
de vista dedutivo, dos conhecidos sistemas lógicos clássicos.
7. Os princípios do pensamento racional no Livro IV da metafísica de
Aristóteles Apresentador/autor:
Márcio de Lima Pacheco
Em “Metafísica” de Aristóteles vemos a preocupação em demarcar as leis para explicar o
que é ou o que deixa de ser. As proposições lógicas lá elencadas mostram uma preocupação
com o encadeamento de silogismos, seguido, assim, regras de princípios de raciocínios para
se obter um perfeito raciocínio dedutivo, segundo o qual posta certas asserções sobre as
coisas, seguem-se necessariamente outras. Aristóteles busca, desta maneira a legitimação
do horizonte de pesquisa da filosofia. O filosofo traça o problema da formalização do
discurso filosófico, traçando, por assim dizer, um mapa para a pesquisa. A partir da leitura
do Livro IV da Metafísica nos propomos a explicar a contribuição aristotélica para a
caracterização do pensamento racional e de seus princípios.
Anais XI Semana de Humanidades
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8. Considerações acerca da lógica aristotélica via quadrado de oposição Apresentador/autor:
Rômulo Bertoldo de Araújo
Orientadora:
Profa. Maria da Paz Nunes de Medeiros
As relações lógicas que se obtêm entre os 4 tipos de afirmação da lógica de Aristóteles
foram sistematizadas, na Idade Média, naquilo que ficou conhecido por "Quadrado de
Oposição". Este é ainda hoje importante, pois encerra uma quantidade impressionante de
informação lógica, crucial para qualquer estudante de filosofia ou outros que queiram saber
discutir idéias com rigor. Não obstante, a simplicidade e clareza que o quadrado de
oposição oferece, este serve também para mostrar a limitação da lógica de Aristóteles e sua
superação pela lógica contemporânea. A lógica aristotélica lida com a estrutura
quantificacional das proposições, que só é capaz de lidar com 4 tipos de proposições
quantificadas. Isto é de uma economia extraordinária tornando-a uma lógica extremamente
limitadora. Ademais, a lógica de Aristóteles foi concebida para "explicar" coisas e não para
argumentar em geral. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo tecer alguns
comentários acerca das relações lógicas do quadrado de oposição e apontar alguns erros
comuns no ensino da lógica aristotélica. Para isto, se faz necessário entender de que modo
as relações lógicas foram pensadas por Aristóteles e posteriormente postas no quadro de
oposição, e de como esta concepção gerou, de certa forma, dificuldades e limitações, que
somente a partir do advento da lógica moderna, sobretudo com Frege e Russell, e da lógica
contemporânea, foi possível dar um tratamento adequado às limitações da lógica
aristotélica. Com efeito, este trabalho, na esteira da lógica contemporânea, apontará a
confusão que alguns manuais de filosofia cometem na formulação das chamadas três leis do
pensamento: o princípio da identidade, o terceiro excluído e a não-contradição.
9. Universais e a Lógica Fuzzy Apresentadora/autora:
Sheila Mendes Accioly
O Problema dos Universais mostra-se intratável pela via da lógica clássica, por questões
relativas à adequação da linguagem ao pensamento. A lógica difusa pode ser uma
alternativa para o tratamento deste problema, permitindo a modelagem dos chamados
conceitos universais. Este trabalho tem por objetivo discutir uma contribuição possível da
lógica difusa para a modelagem de conceitos mais gerais (ditos universais) com
características de “vaguidade”.
Anais XI Semana de Humanidades
97
10. Sobre a validade dos argumentos Apresentador/autor:
Stanley Kreiter Bezerra Medeiros
Orientadora:
Profa. Dra. Ângela Maria Paiva Cruz
Este trabalho tem como objetivo a apresentação e discussão de uma questão muito
importante para todos os ramos da ciência que utilizam o raciocínio lógico e concatenação
do mesmo em uma linguagem argumentativa, a saber, a validade dos argumentos. Os
argumentos, por mais simples ou complexos que sejam, são utilizados por nós em diversas
atividades que necessitamos desenvolver. Precisamos, portanto, saber como utilizá-los e,
como analisá-los quando se tratar de argumentos vindos de terceiros. Não existe somente
um padrão de avaliação para os argumentos, mas vários; também não existe uma só
definição para a validade. Atualmente, lógicas e mais lógicas formais estão sendo
desenvolvidas com o intuito de aproximar-se cada vez mais em significado, das noções
informais de lógica. Com esse desenvolvimento, a questão da relação entre validade lógico
formal e informal é cada vez mais suscitada. Devido a esse e a outros fatores, este trabalho
visa a contribuir para essa discussão.
11. As Aventuras de Alice no País das Maravilhas: O Mundo da Inversão Apresentadora/autora:
Rosanne Bezerra de Araújo
Narrativa de Lewis Carroll (1832-98), escritor que instaura um método serial em Literatura
explorando o não-senso contrapondo-o com o desdobramento do sentido até o infinito,
Alice no país das maravilhas narra a história de uma garota que, ao sonhar, desperta para
uma outra realidade, na qual predomina uma lógica inversa, onde o absurdo e o surreal são
a norma natural do sonho. Contrapondo sonho e realidade notamos que ao mesmo tempo
em que a obra é pontuada pelo mundo da inversão, pelas perguntas sem respostas, por outro
lado ela é também uma incessante busca pelo sentido, pela lógica da linguagem. O perfil de
Alice é o de uma garota inteligente e curiosa. Porém, ao se encontrar do “outro lado do
espelho”, imersa na lógica do sonho, perde o controle e desafia a realidade onírica. Neste
mundo atemporal, questionamentos como ‘quem sou eu?’ se repetem, pois, quanto mais ela
adentra este mundo mais perde sua identidade, além de não conseguir manter um diálogo
com os outros personagens, afinal, sendo estes pertencentes ao mundo dos sonhos, a lógica
de sua linguagem é inversa a de Alice. Segundo Gilles Deleuze, em Lógica do sentido, a
história de Alice é a história de uma regressão oral. Seguindo seu pensamento, procuramos
ressaltar um excesso de série significante e uma carência da série significada. O não-senso
pode ser verificado na própria linguagem de Carrol, no uso do neologismo, o que Deleuze
chama de “palavra-valise”, aquela que, como uma casa vazia, espera que um sentido a
ocupe. A lógica de Carroll parece simples, mas ele nos mostra que o pensamento não é um
ato simples. Muito pelo contrário, põe em jogo todas as potências do inconsciente.
Anais XI Semana de Humanidades
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12. Fundamentos lógicos da ética argumentativa Apresentadora/autora:
Ana Lêda de Araújo
Em seu livro Ética de la Producción: Fundamentos (1994), o filósofo Sírio Lopez Velasco
propõe o operador lógico condicional “*” com o objetivo de utilizá-lo como um
instrumento para deduzir normas éticas dotadas de validade intersubjetiva. Essa dedução se
dá de forma argumentativa com base na aceitação e busca de realizações “felizes”, ou
condições de felicidade – defendida pelo filósofo John Austin (1962) – da pergunta que
institui o espaço ético-moral “Que devo fazer?”. A partir da proposta de Lopez Velasco,
faremos uma análise do operador “*”, com o objetivo de apresentar uma lógica que possa
explicar os raciocínios válidos envolvendo tal operador. Para concluir, provaremos uma
série de teoremas que podem ser obtidos nessa lógica.
13. Reflexões sobre mundos possíveis na perpectiva do conhecimento em
PlatãoApresentadora/autora:
Francisca de Paula de Oliveira
Orientador:
Prof. Dr. Luiz Carvalho de Assunção
Este trabalho procura refletir sobre a existência de mundos possíveis na obra de Platão a
partir da discussão sobre a perspectiva do conhecimento. Procura ainda compreender,
através do Mito da Caverna, quais os caminhos que possibilitam alcançar o conhecimento
em sua essência. Como base teórica, é grande a relevância do diálogo Teeteto, que
apresenta os diferentes graus do conhecimento. O referencial teórico utilizado foi composto
basicamente de obras clássicas de Platão, a exemplo da República. Argumentamos sobre a
existência de dois mundos possíveis, a saber, o visível e o inteligível. O primeiro se
caracteriza por aprisionar os homens, enquanto no mundo inteligível, possível pela razão
(logos) predomina o reino da inteligência (nous).
14. Considerações acerca da concepção platônica da alma (Apresentador/autor:
Alexsandro Sinfrônio da Câmara
Orientador:
Prof. Dr. Glenn Walter Erickson
Pretende-se expor as principais considerações acerca da problemática que envolve a
concepção platônica da natureza da Alma (). Com efeito, essa exposição não
consistirá em responder (solucionar), no momento, as proposições levantadas, mas apenas
estabelecer as principais implicações que apresenta a temática platônica sobre a uma
vez que esta acepção demonstra sérios problemas para quem lê e estuda os diálogos de
Platão. É indiscutível que isto leva a enganos e erros tais, que podem comprometer a
qualquer um que se dispõe a compreender a filosofia platônica, sobretudo o tema da Alma.
Anais XI Semana de Humanidades
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Esses problemas, por conseguinte, pode–se resumir nas assertivas: a) Qual a natureza
(origem) da b) Quais as implicações que asseguram ou perturbam o consórcio da
Alma com o Corpo (); c) Que diferença(s) pode(m) ser estabelecidas entre as
diversas Almas () – Do Mundo, dos astros, do homem, dos animais e dos vegetais; e
por fim, o que parece de mais indubitável compreender acerca dessa concepção da Alma
platônica, a saber d) O que é o homem () em sentido platônico: a junção entre a
Alma () e o Corpo (), ou ele é a sua própria alma? Uma vez entendida esta
última proposição, espera-se compreender o lugar do homem como ser social, capaz de
comandar o seu próprio comportamento diante de qualquer situação, encontrando-se com o
seu verdadeiro ethos.
15. O Górgias em uma perspectiva ética Ricardo Cesar Avelino
Trataremos nesse trabalho de um dos diálogos mais importantes de Platão, O Górgias, que
começa com uma conversa entre Cálicles e Sócrates, os quais questionavam-se por terem
chegado atrasados no discurso que Górgias, personagem principal, acabara de proferir.
Assim, Cálicles coloca para Sócrates que Górgias está hospedado em sua casa e fará uma
nova apresentação do seu discurso por amizade. É nesse ponto que Polo, outro personagem,
entra se dizendo capaz de conduzir o diálogo e responder ao que Sócrates e Querefonte
querem saber, sem deixá-los sob qualquer aspecto em carência quanto aos assuntos que
abordarão. Essa obra-prima de Platão, considerada uma das mais atuais de todos os tempos;
discute questões a serem tratadas em qualquer época, com grande poder de nos fazer
transcender à realidade atual, vigente, por suas linhas bem escritas. Nela, Platão trata temas
de diversas visões e extrema atualidade como o poder, a retórica, que nesse contexto pode
ser vista como política, capaz de extrema persuasão. Neste trabalho, nos deteremos em
alguns pontos que tratam mais precisamente da questão da ética, a qual, em O Górgias
também é tratada com muita ênfase e preocupação quanto à possibilidade da moralidade
que é um dos traços dos diálogos de Platão.
16. Modelos de vacina: fundamentos e implicações Apresentadora/autora:
Roseane Pereira da Silva
Orientadoras:
Profa. Ângela Maria Paiva Cruz / Maria Cristina Dal Pian
A vacina é uma forma de imunização ativa, capaz de estimular o sistema imunológico de
um indivíduo a gerar anticorpos contra determinado e específico organismo invasor
(antígeno), sem que o mesmo venha a desenvolver a doença. Existem basicamente dois
modelos gerais de produção de vacinas, a saber, o modelo clássico e o modelo baseado em
engenharia genética. Este trabalho tem por objetivo principal, explicar as principais
características desses modelos, os aspectos conceituais que os fundamentam e as
implicações para a investigação sobre o sistema imunológico.
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17. Movimento conceitual da filosofia: significado e natureza Apresentadora/autora:
Carmen Suely Cavalcanti de Miranda
Orientadora:
Profa. Dra. Ângela Maria Paiva Cruz
O trabalho integra um conjunto de reflexões sobre a importância da filosofia para o campo
formativo das ciências da saúde. Importância que se traduz na compreensão da necessidade
do aporte dos conteúdos filosóficos para a formação dos profissionais dessa área. A análise
proposta apresenta, a priori, 2 níveis temáticos: o nível geral, a filosofia como
universalidade temática, sua natureza, sua história, e sua potencialidade formativa; o nível
particular, a filosofia tematizada como filosofia-disciplina no contexto de formação na área
da saúde. O objeto desse estudo se determina a partir da compreensão da exigência de uma
discussão acerca da natureza da filosofia e seu movimento de articulação com a educação,
como instância capitular, de suma importância, para melhor fundamentar a reflexão na sua
totalidade. O estudo foi desenvolvido com base nas questões-guias: é a filosofia necessária
à educação? Que filosofia?, como referência ao movimento conceitual da filosofia onde
evidencia-se que o reflexo de seus paradoxos de identidade e diferença se fazem sentir
diretamente na sua transmissão; bem como a um processo mais profundo e continuum que
abarca não só o movimento conceitual referido, porém, gesta e enerva o conhecimento de
um modo geral: o trauma originário do “in”- finito.
18. Modelos de conhecimento e implicações éticas: saberes médicos no
final dos séculos XIX e XX (Higiene e Bioética). Antonio Basílio Novaes Thomaz de Menezes
O trabalho trata do caráter geral dos saberes médicos no final dos séculos XIX e XX,
naquilo que concerne aos pressupostos da sua formação discursiva e ao discurso produtor
de um modelo de conhecimento específico num dado quadro histórico. Apresenta como
enfoque de abordagem o aspecto das implicações éticas decorrentes dos saberes enquanto
expressão de um modelo de conhecimento. Tem por objeto de análise a Higiene e a
Bioética como formas particulares de saber. Utiliza o referencial teórico da epistemologia
social (Popkewitz, 1994) e as noções foucaultianas de épistèmé e discurso (Foucault, 1963,
1966, 1969, 1971). Em síntese, investiga os elementos recorrentes aos diferentes modos de
estruturação dos modelos e os seus respectivos campos de problematização traçando-lhes
um paralelo considerando cada quadro histórico.
Anais XI Semana de Humanidades
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19. Uma perspectiva de unificação no conhecimento geométrico Apresentadora/autora:
Ângela Maria Paiva Cruz (Profa. Dra. do Departamento de Filosofia-UFRN)
Co-autora:
Maria Cristina Dal Pian
Pesquisas têm sido realizadas com vistas à justificação de uma epistemologia construtiva
segundo a qual, rupturas radicais podem não se verificar. Neste trabalho discute-se uma
perspectiva epistemológica unificante e uma englobante e apresenta-se argumentos que
corroboram a primeira no âmbito da geometria.
20. Mudança epistêmica como progresso ramificado – Análise do conceito
de Progresso Científico sob o enfoque Kuhniano Apresentador/autor:
Josailton Fernandes de Mendonça
Orientadores:
Ângela Maria Paiva Cruz/José Eduardo de Almeida Moura
Durante muitos anos os filósofos da ciência têm procurado estabelecer a unidirecionalidade
do progresso cientifico e recorrem para tanto ao conceito de Verdade. De fato, nada mais
caracterizador da racionalidade do conhecimento cientifico que o seu progresso sob a égide
da Verdade. Contudo, tanto quanto o conceito a idéia de uma unidirecionalidade do
progresso do conhecimento científico não è claro. Os trabalhos de K. Popper e Thomas
Kuhn apesar de romperem com a visão positivista de um processo acumulativo no
desenvolvimento da ciência são limitados no tratamento do assunto. Enquanto Popper
preserva a unidirecionalidade, a tese de Kuhn ameaça a própria idéia de progresso. Mas,
são tratamentos dos quais emergem dois enfoques da questão. O objetivista que releva a
esfera de um segundo mundo a mente individual do cientista e suas crenças; e o enfoque
Kuhniano ou relativista o qual revela-se mais rico, na medida que abre espaço para duas
abordagens ao tema: a estruturalista e a cognitivista. A primeira remete aos trabalhos de
Moulines, Sneed e Stegmuller e trabalha a idéia de Progresso ramificado e a segunda tem
em Paul Thagard um dos principais representantes. Aqui se fala em uma taxinomia das
mudanças epistêmicas. Este trabalho procura mostrar duas coisas: primeiro que a idéia de
progresso ramificado pode revelar a essência da chamada mudança epistêmica, que é um
conceito da abordagem cognitivista, e segundo, que a idéia de Progresso é mais forte e
específica que a idéia de Mudança Epistêmica. Na verdade, progresso cientifico ocorre tão
somente em determinados momentos na esfera das mudanças epistêmicas, reveladoras da
dinâmica da ciência normal.
Anais XI Semana de Humanidades
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21. Towards a minimalist notion of ontology Juan Adolfo Bonaccini
As we all know the term "ontology" has been applied to many different kinds of
philosophical enterprise since its criation by german scholarship in XVIIth. century. It has
been first referred to either as the discipline of the categorial modes of predicating Being or
as the essentialist commitment of explaining the ultimate ground of everything in reality.
The first alternative has been defended in different ways by Kant and Quine as the theory
about what is to stand for an object, i.e. as a theory of objects, insofar as every thing which
is is in one or another way an object. If however modern philosophers were wright in
maintaining the epistemological primacy issue against traditional metaphysics, included
within ancient and medieval ontology, I think contemporary epistemology should answer
the question about the soundness of maintaining that epistemological primacy after the
abovementioned reformulation of ontology carry out by Kantian and Quinean philosophy. I
think they should answer a new question, that is, to what extent the epistemological
primacy can ignore a minimalist notion of ontology as to term what there is, what is able to
be consider to be at all, etc. If modern philosophy was right in saying we cannot speak of
whatever there is without epistemological criteria of justifying whatever we say we know
about, I think contemporary philosophy should remind us there is no epistemic criteria
which can be established without presupposing relevant ontological commitments.
22. O livre arbítrio Apresentadora/autora:
Cristiane Fianco
Orientador:
Prof. Cláudio Ferreira Costa
O que é ser livre? Esta pergunta envolve toda uma problemática, a saber, a que diz respeito
à liberdade do homem, àquilo que é comumente chamado de livre arbítrio. Porém, a
questão “o que é ser livre”, quando analisada a fundo, revela que não se trata, apenas, de
questionar a liberdade do homem em termos de ações morais, sociais ou políticas – ainda
que isto seja possível. Ao abordar a questão sob a óptica filosófica, o problema do livre
arbítrio vai além e esconde por trás de sua complexidade, indagações que exigem daqueles
que se propõem a analisá-lo, um aprofundamento ainda maior. A pergunta “o que é ser
livre?”, deve nos seus termos, tentar buscar saber se o homem age livremente, onde esta
ação, presume-se, acorde com sua vontade. E ainda, saber se, ao escolher, o homem o faz
livremente, de modo que sua escolha tenha sido direcionada por ele mesmo. Esta busca pela
compreensão da questão da liberdade de ação do homem, recai fatalmente, em um
problema metafísico, a saber, o de tentar compreender a idéia de liberdade de ação, diante
da idéia de que para tudo parece haver uma causa. Este trabalho tem por objetivo explanar,
em linhas gerais, o problema do livre arbítrio, utilizando como texto de apoio a síntese do
anteprojeto de mestrado.
Anais XI Semana de Humanidades
103
23. A origem da linguagem em Hobbes Sérgio Eduardo Lima da Silva
Este trabalho é uma reflexão sobre a origem da linguagem na obra “ O Leviatã” de Thomas
Hobbes. Embora esta seja uma obra de caráter político, a necessidade de teorizar sobre a
origem e o objetivo da linguagem tornou-se imprescindível para o autor em questão, visto
que uma das causas dos conflitos entre as pessoas deriva do mau uso da linguagem entre
elas. O objetivo deste trabalho é perceber, na discussão hobbesiana, suas teses sobre a
origem das palavras, a estrutura (cálculo) do discurso, o mau uso das expressões, além de
tentar explicitar a influência do mundo exterior sobre o processo de formação dos termos
em geral.
24. Modelo de explicação segundo Max Weber Andrea Maria Linhares da Costa
O presente trabalho procura discutir alguns aspectos relativos ao “tipo-ideal” weberiano
como modelo explicativo que incorpora a consideração dos juízos de valor do investigador,
bem como os limites da objetividade dos conhecimentos no campo da teoria das ciências
sociais. As considerações aqui apresentadas buscam evidenciar o significado deste modelo
tendo em vista a intenção de Max Weber no sentido de posicionar a sociologia
compreensiva no âmbito das metodologias cientificamente válidas.
25. Do gênio poético ao oversoul: a influência de William Blake em
Nietzsche Eduardo José Pereira de Sá Leitão
Este trabalho pretende estabelecer a relevância de Blake (1757 - 1827) como influenciador
dos conceitos desenvolvidos por Nietzsche (1844 - 1900) em seu Nascimento da Tragédia,
cujo principal tema é baseado na distinção entre o elemento Apolíneo e Dionisíaco, e o
recorrente crescente interesse dos escritores de insuflar, em suas obras, a razão em
detrimento à música, desvinculando esta dos conceitos das palavras, bem como, o conceito
do Oversoul que seria uma nova espécie de Ser Humano que estaria além do Bem e Mal.
Analisando-se e comparando a obra de Blake, O Casamento do Céu e do Inferno, e
algumas de suas poesias, There is No Natural Religion, All Religions Are One, e The Fly, às
obras do filósofo alemão, é possível concluir que a concepção desenvolvida por Blake do
Gênio Poético como origem de tudo que somos ou compreendemos, e todas as suas
divagações sobre o valor da arte, antecipa alguns conceitos que Nietzsche revelaria no seu
Assim Falava Zaratustra. Apesar de Nietzsche ser um dos filósofos mais estudados na
atualidade, pouco se tem falado sobre a influência do poeta Britânico em seus postulados, o
que justificaria a relevância do assunto abordado e as conclusões aqui estabelecidas.
Anais XI Semana de Humanidades
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GT-13: O DESPONTAR DE UMA NOVA ORDEM MUNDIAL:
RELAÇÕES INTERNACIONAIS, DIPLOMACIA E
BELIGERÂNCIA Coordenadora:
Profª Drª Beatriz Maria Soares Pontes (Departamento de Geografia)
E-mail: beatrizmariasoares@ig.com.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco B, sala 1, 25 lugares,terça e quarta, 20
e 21 de maio, 14:00-18:00h.
No decorrer da segunda metade do século passado, ainda em plena vigência da
bipolaridade e da Guerra Fria ocorreram substanciais transformações no ritmo do
capitalismo mundial, com o advento da reestruturação produtiva e grandes mudanças no
processo de trabalho em face dos novos contornos do sistema científico-técnico-
informacional. Na seqüência, emergiram os grandes blocos econômicos representados
pelo NAFTA, União Européia e pelo Japão e os Tigres Asiáticos, além de blocos
econômicos secundários ou regionais como o MERCOSUL. No âmbito político
assistimos à queda do mundo socialista e o surgimento de uma superpotência
hegemônica no cenário mundial representada pelos Estados Unidos. Ampliou-se ao
mesmo tempo o território ocupado pelo modo-de-produção capitalista na escala
mundial. Em face desta realidade plenamente delineada no final do século XX
julgamos, num primeiro momento, que poderíamos pensar no advento do
multilateralismo o qual seria representado por novas forças emergentes no cenário
mundial. Todavia o curso dos acontecimentos tem evidenciado o enfraquecimento de
um projeto multilateral no âmbito das relações internacionais por quanto assistimos,
atualmente, ao flagrante desrespeito no que concerne aos trabalhos, decisões e
diplomacia realizados pelos organismos multilaterais entre eles, a Organização das
Nações Unidas. Entendemos que a questão iraquiana que ora se configura é bem o
exemplo de ameaça da persistência do unilateralismo representado pela postura
hegemônica e antidemocrática dos Estados Unidos e Grã-Bretanha no que tange aos
compromissos inerentes às relações entre os povos. Vemos, portanto, para o futuro duas
situações: de um lado um poder ilegítimo representado pela força aliada, tendo como
respaldo engenhos bélicos de última geração e, de outro lado, a comunidade mundial
representando um poder legítimo, todavia, sem respaldo bélico, lutando vigorosamente
pela salvaguarda do multilateralismo, da democracia e dos direitos humanos entre as
nações do planeta. Eixos temáticos: 1- A guerra Estados Unidos X Iraque; 2- Conflito
israelo-palestino; 3- O unilateralismo e a hegemonia norte-americana; 4- Os conflitos no
âmbito da União Européia; 5- Globalização e exclusão da África; 6- O papel estratégico
do oceano Pacífico no limiar do século XXI; 7- China, Japão e Tigres Asiáticos; 8- O
conflito entre Paquistão e Índia: a questão da Caxemira; 9- A instabilidade política dos
Balcãs; 10- A questão da democracia na América do Sul.
Anais XI Semana de Humanidades
105
RESUMOS
1. A Estratégia Geopolítica Brasileira na Bacia do Prata e o
MERCOSUL André da Silva Rocha (Aluno do PET do Departamento de Geografia-
UFRN)
Ao longo da trajetória política e econômica da América do Sul observa-se uma disputa
pela hegemonia da região, principalmente entre Brasil e Argentina, onde para conseguir
atingir seus objetivos tinham na Bacia do Prata uma ponte para tal. Com o regime
militar, o Brasil consolida a sua posição de líder regional e passa a exercer com mais
intensidade suas estratégias nessa região. Sendo assim a pesquisa tem por objetivo
analisar quais as estratégias brasileiras nessa região e as conseqüências para as relações
entre os países que aí estão inseridos, além de estabelecer uma relação entre estas
políticas e o MECORSUL. A metodologia utilizada para a realização desta consiste em
bibliografias consultadas e trabalhos acadêmicos que discutem esta temática.
2. A guerra e as relações internacionais: a questão dos refugiados Eduardo Brandão de Santana (Núcleo de Estudos Geopolíticos - Base de
Pesquisa: Espaço e Poder, Departamento de Geografia-UFRN)
A guerra compreendida como um fenômeno de caráter universal na história da
humanidade é marcada, principalmente pela violência, que pode ser física ou
psicológica, atuando e sendo influenciada pelas esferas: militar, sócio-econômica,
política, religiosa, jurídica, demográfica, tecnológica e/ou cultural. Cientistas como
Gaston Bouthoul, J. D. Singer, Q. Wright, estipularam o numero de conflitos (grandes
guerras)ocorridos em todo o planeta desde de 1480-1980, chegando a números entre
118 e 278. Mas nas estatísticas desses pensadores algumas informações ficaram
marginalizados entre elas o número de refugiados. Porém, as populações refugiadas não
são apenas números ou dados estatísticos, mas sim um contigente de seres humanos,
culturalmente ligados, que é obrigado a migrar de um local para outro ou
estabelecerem-se em campos de refugiados, criados por organismos supranacionais ou
Estados, que não possuem ligações com os lugares nos quais se encontram. Muita
vezes, não podem voltar para o seu lugar de origem, permanecer onde estão ou pleitear
novas áreas para seu estabelecimento e construção de uma vida mais humana. Portanto,
o trabalho em pauta tem por objetivo maior analisar o conceito de refugiado, as
modalidades de inserção ou exclusão de uma pessoa ou grupo nessa categoria, assim
como a situação atual, respondendo a questões como: quem são os refugiados?; qual o
papel dos organismos supranacionais como o ACNUR – Alto Comissariado das Nações
Unidas para os refugiados?; quais as perspectivas futuras desses grupos?
3. O Estado nacional africano contemporâneo Beatriz Maria Soares Pontes (Profa. Dra. do Departamento de Geografia /
Núcleo de Estudos Geopolíticos / Base de Pesquisa: Espaço e Poder)
Anais XI Semana de Humanidades
106
O processo colonial europeu gerou, desde do início da sua implantação, graves
problemas para os africanos. Na verdade, as metrópoles européias ignoraram as
especificidades e particularidades do continente Africano: principalmente, não
atentaram as questões territoriais diligenciadas pelas diferentes comunidades tribais
africanas que já vinham de um longo período histórico. A partilha deu-se de acordo com
os interesses europeus, colocando a mesma tribo em espaços diferentes sob a ótica
européia. Tais dificuldades, além dos processos de exploração, domínio e desrespeito
aos africanos gerou situações difíceis de serem superadas quando do advento dos
movimentos de libertação nacionais que se desenvolveram ao longo da segunda metade
do século XX. Uma vez estabelecidos os Estados nacionais, as guerras civis pela posse
do poder, a ganância dos africanos que haviam estudado na Europa e ao voltarem
consideraram o seu país não como projeto nacional a ser construído, mas meramente,
como o locus do mercado, as prebendas, as predações e os grandes obstáculos
enfrentados por tais Estados, no que concerne ao comércio exterior no mundo
globalizado, tecnicamente mais evoluído em relação à África, acabaram por deixar os
africanos excluídos e em descompasso com a história contemporânea.
4. A resistência africana no período pré-colonial e seu legado para o
nacionalismo contemporâneo. José Petronilo da Silva Júnior (Departamento de Geografia-UFRN / Base de
Pesquisa Espaço e Poder)
O continente africano, na contemporaneidade, reflete uma complexa estrutura político-
territorial que é responsável por extremos de desigualdade e pobreza. Entretanto essas
estruturas foram construídas a partir de uma base herdada do período colonial como a
delimitação de fronteiras, a estruturação das classes sociais, e etc. A atual falta de
perspectivas em algumas comunidades africanas constitui-se num legado deixado por
um passado marcado por lutas contra o colonizador que materializou no continente uma
investida extremamente violenta para atender seus interesses comerciais e estratégicos,
em prejuízo dos autóctones africanos. Estes, que reagiram de forma bastante
heterogênea, tentaram bravamente resgatar seus territórios do domínio europeu que,
apesar de algumas baixas, conseguiu, com a ajuda de afrikaners e mercenários, lograr
êxito na ocupação. Em desacordo com a historiografia tradicional que defende ter
havido na África a pax colonica durante a investida colonial, o presente trabalho,
baseado em uma recente bibliografia que resgatou das antigas metrópoles coloniais
documentos ate então inéditos, pretende expor a efetiva resistência africana ao processo
colonizatório no período histórico entre o final do século XIX e início do século XX,
bem como elucidar o início da estruturação do nacionalismo africano que emergiria
mais forte ainda no decorrer da segunda metade do século passado.
5. Impacto e significação do colonialismo na África Otânio Revorêdo Costa (Departamento de Geografia-UFRN)
O presente trabalho fez parte da pesquisa intitulada “O Estado Africano: da dominação
colonial à liberdade política sob o domínio econômico”, desenvolvida na Base de
Pesquisa Espaço e Poder, do Departamento de Geografia da UFRN, no período de
agosto de 2001 a julho de 2002. Este tema IMPACTO E SIGNIFICAÇÃO DO
Anais XI Semana de Humanidades
107
COLONIALISMO NA ÁFRICA é bastante controverso, visto que, para alguns
africanistas o colonialismo se não foi benéfico, na pior das hipóteses não foi prejudicial
à África. Para muitos estudiosos o efeito positivo do colonialismo foi praticamente nulo.
Com este estudo buscamos uma proposta mais equilibrada, verificando os impactos
positivos e os negativos da presença do sistema colonial no continente africano, nos
campos político, econômico e social. Vale salientar que os pontos positivos não tinham
origem intencional e que o impacto do colonialismo na África variou sensivelmente de
região para região. No entanto, o período em que a África viveu sob o domínio das
potências imperialistas assinalou um capítulo a parte na história daquele continente,
pois o seu desenvolvimento posterior e, portanto, de sua história foi e continuará a ser
muito influenciado pelo impacto provocado pelo sistema colonial, seguindo um curso
diferente daquele que teria trilhado se o interlúdio não tivesse existido. Mas, já que o
colonialismo não pode ser apagado da história africana, devido aos vários efeitos
positivos e negativos que ele trouxe, cabe aos governantes africanos conhecer o seu
impacto, com a finalidade de buscar corrigir os defeitos e as calamidades praticadas
contra seus habitantes.
6. O processo de exclusão da África no contexto da globalização
contemporânea Rachel Ribeiro Resende dos Santos (Departamento de Geografia-UFRN)
Esse trabalho busca focalizar o processo de exclusão no contexto da globalização
contemporânea e para isso utiliza o continente africano como um “rico” recorte da
conjuntura mundial em que emerge o processo de exclusão. A África, apesar de
apresentar um perfil físico favorável em relação aos recursos naturais como ouro,
minério de ferro, diamante, petróleo e por mananciais hídricos férteis que possibilitam a
pesca , possui uma das economias menos favorecidas do mundo. A nova divisão
internacional do trabalho, por unir competitividade, produtividade e tecnologia,
automaticamente exclui o continente africano que possui uma intensa questão social,
resultante de guerras, epidemias, desemprego e corrupção, refletindo assim, na falta de
informacionalização de seus mercados e da capacitação da mão-de-obra e investimentos
na sua infra-estrutura. Esse sistema da nova divisão internacional do trabalho, que rege
o planeta, desperta-nos a atenção ao observarmos que o capital deixa de ter um espaço
nacional e passa a assumir um controle mundial, acentuando assim, as desigualdades
entre países pobres e ricos. Situação essa, que engloba todo o continente africano.
Anais XI Semana de Humanidades
108
GT-14: METAFÍSICA E TRADIÇÃO Coordenador:
Prof. Dr. Markus Figueira da Silva (Departamento de Filosofia)
E-mail: markus@cchla.ufrn.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco A, sala 5, 45 lugares, terça e quarta, 20 e
21 de maio, 14:00-18:00h.
A discussão em torno da Metafísica atravessa toda a História da Filosofia e chega aos dias
atuais motivada pela produção de trabalhos que visam problematizar a história da
metafísica. A metafísica pode ser definida como uma área da filosofia ou como a própria
filosofia. O exercício de interpretação dos textos que apresentam a tecitura argumentativa
em torno dos conceitos de ser, realidade, deus, alma, espírito, unidade, multiplicidade, etc.
são o caminho para a realização da própria filosofia strito sensu.
RESUMOS
1. A crítica epicurista ao mito Prof. M.Sc. Edrisi Fernandes (UFRN)
O Epicurista Filodemo de Gádara e seus contemporâneos entenderam o método Epicúreo
em oposição a um método contrário (que pode ou não ser independente do método de
Epicuro, que Bignone considerou como parte da crítica metódica ao ceticismo do “primeiro
Aristóteles” [o “Aristóteles Perdido” de que trata a obra homônima de Bignone] e da escola
platônico-peripatética), possivelmente Estóico, o qual Allen chama de anaskeué
(“eliminação”; “refutação”), referindo-se ao questionamento lógico do que há de
desarrazoado no mito. Epicuro via este como obstáculo ao estabelecimento dos critérios de
verdade necessários “àquele conhecimento exato e detalhado, necessário à nossa
impertubabilidade e à nossa felicidade”, capaz de assegurar-nos “a paz de espírito e a
convicção firme” (Epístola a Heródoto, X, 79 e 85). Analisamos o papel da anaskeué
epicúrea como complemento ao método da kataskeué (“confirmação”, p. ex., pelo “método
das explicações mútuas” ou “método da possibilidade”).
2. Relatividade dos valores Maíra Bezerra da Costa
mairabcosta@yahoo.com.br
Trata-se da problemática acerca do relativismo cético em Pirro, e por tal motivo sugere um
caráter prático e questionador a respeito da conduta humana, criticando “as verdades ditas
incontestáveis”, de forma a não serem superadas. Serão colocados em questão os limites do
homem, a estrutura frágil de suas teorias e concepções, aqui tanto a razão como os sentidos
não terão credibilidade total. Não se tornará possível assegurar um critério para encontrar a
verdade, já que esta não será essencialmente uma, intrínseca a coisa, mas circunstancial, o
que em um momento é bom e satisfatório em outro não o é. Procura-se com isso, uma
melhor maneira de resolver um problema, não se preocupando em classificar-lo e prende-lo
em um dogma, permitindo uma constante dúvida. Essa imparcialidade na valoração das
coisas estará na suspensão do juízo, em não assentir precipitadamente, com o objetivo
único de se chegar à imperturbabilidade como fim, e isso acorrerá através do exercício
argumentativo constante, não preferindo uma opinião em detrimento de outra. O homem
Anais XI Semana de Humanidades
109
nessa perspectiva conhece mesmo não sabendo qual é a verdadeira essência das coisas, este
assim, não se perturbará pela busca de uma “certeza absolutizada”.
3. Filosofia da indiferença Marcos Antonio Cassiano da Silva
Representa uma abordagem sobre a filosofia de Lúcio Aneu Sêneca – estoico, no
concernente a posição de indiferença defendida por ele.
4. O górgias e a busca pela justiça Luiz Roberto Alves dos Santos (Aluno do Mestrado em Filosofia – UFRN)
O presente trabalho tomará como ponto principal apenas o debate travado entre Górgias e
Sócrates, que trata como pode-se observar durante a conversa entre ambos, basicamente, de
qual objeto da retórica, e a admissão de Górgias ao final do debate de que o orador conhece
o justo e o injusto. Como foco central, estas duas questões são permeadas continuamente
pelo método dialético de Platão, lançado nas mãos de Sócrates, visando uma pesquisa mais
aprofundada sobre as definições concebidas. Qual a relação da filosofia com a construção
de uma sociedade mais igualitária? Para os modernos estudiosos, provavelmente, a
discussão a respeito de um destes dois pontos não leva obrigatoriamente a se discutir o
outro, mas, em se tratando de Platão, esta é uma discussão que está imbricada não só por
estes dois tópicos, como também por diversas outras áreas, tais como: a teoria do
conhecimento, a história e a antropologia, entre muitas outras. Pode-se afirmar que, para
Platão, a construção de uma sociedade justa é sem sombra de dúvidas a maior motivação
quando da produção do Górgias, já que o poder que uma organização política exerce não
tem nenhum valor se não for justo.
5. O viver de acordo com a natureza: A essência do determinismo Maurílio Gadelha Aires
Falar sobre a obra de Marco Aurélio é, ao mesmo tempo, falar em um determinismo que,
em muitas vezes, toma uma nuance de religiosidade. O sentimento de fazer parte de um
todo, o conformismo ante aos acontecimentos, o credo em um poder divino e providente,
pairam sobre toda a obra do Imperador-Filósofo. “As obras dos Deuses são plenas de
providência; as da fortuna dependem na natureza, ou da urdidura e entretecimento do que a
providência dispôs. Tudo dela dimana” (Marco Aurélio, p. 267). Marco Aurélio pensava
que a maneira mais adequada de dar cabo dessa função dada pela providência divina seria
executando cada ação de sua vida como se fosse a última. Essas ações deveriam estar livres
de toda a leviandade, fingimento, egoísmo, pautado na razão e em conformidade com o
destino. Assim, se fosse possível resumir-se em uma frase o que a razão capta como
chamamento da providência divina, certamente, podería-se acrescentar a seguinte citação:
“em todos os teus atos, ditos e pensamentos, procede como se houvesse de deixar a vida
dentro de pouco” (ibid., p.267). Em cada fragmento, em cada livro, vê-se um Marco
Aurélio cônscio numa divina providência, em um mundo dotado de ordem e razão
universais, tornando a sua filosofia um convite à aceitação do determinismo, do desenrolar
natural dos acontecimentos segundo uma inteligência superior. E, mais ainda, vê-se uma
justificação para tal pensamento, pois, muitas vezes descamba para uma ética que coloca a
necessidade da existência de uma providência divina, sob pena da vida não ter sentido.
Anais XI Semana de Humanidades
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6. Desde o Ereignis: o último deus Oscar Federico Bauchwitz (GEMT-UFRN)
Procura-se pensar na sentença enigmática da entrevista póstuma “Só um Deus pode ainda
nos salvar”(Spiegel,1976), evidenciando a força condutiva do Ereignis no desdobramento
do pensamento heideggeriano e como a partir dessa palavra-guia se apresenta a concepção
do último deus. A salvação contemporânea indicada com o último deus, funda-se na
superação da constituição ontoteológica da metafísica e na possibilidade de um salto,
possibilidade aberta àqueles que anunciam a sua chegada.
7. O estoicismo e as afecções Autor:
Thiago Barbalho (Bolsista PIBIC-CNPq)
Orientador:
Prof. Dr. Markus Figueira
As afecções – alterações emocionais humanas – situam-se no eixo de estudo do filósofo
estóico. A doutrina do estoicismo sempre se questionou sobre o que são as variações na
alma humana e como esta poderia se libertar disso (e chegar à tranqüilidade). Mas o estóico
sabe, como homem que é, que jamais estará livre de algum grau de afeto. Assim sendo, o
que é possível ao homem fazer para diminuir as maléficas paixões? O estoicismo condena
até as inescapáveis emoções; condenando, assim, a natureza humana? Como funciona a
convivência de um estóico com esses problemas? Eis o que este trabalho pretende
esclarecer: aparentes contradições, apontadas pelos críticos, acerca da doutrina estóica, em
especial ao que os filósofos estóicos entendiam por afetos da alma. Para isso é necessário
saber de que forma as chamadas paixões são aqui entendidas, já que, pelos conceitos
adotados e pela análise costumeira, normalmente chegam-se a dados suspeitos de
precipitações. Há dúvidas dentro do estoicismo, e aquelas que correspondem a apathés,
páthe e suas compreensões constituem o alvo do estudo aqui proposto.
8. Epistemologia epicúrea: Em busca do critério de verdade. Rodrigo Vidal do Nascimento (Mestrando do Programa de Pós-graduação em
Filosofia - UFRN)
rod_phronesis_2001@yahoo.com.br
A discussão acerca da epistemologia no pensamento de Epicuro, freqüentemente suscita
controvérsias entre os estudiosos do período helenístico. Um dos impasses encontrados
nesta parte do pensamento epicúreo é a discordância em relação a determinação de um
critério para o conhecimento. As evidências contidas nos textos de Diógenes Laércio,
principal doxógrafo do epicurismo, parecem apontar para uma valorização da sensação
enquanto o único meio pelo qual se permite ter acesso ao conhecimento da realidade. É
com o intuito de esclarecer como se fundamenta uma epistemologia que possui a sensação
como ponto de partida para o processo de conhecimento, que o presente trabalho buscará
mediar uma investigação que levará em consideração o relacionamento tanto da física
atomista quanto da ética, para a compreensão de todo o projeto metafísico contido no
pensamento de Epicuro. Para tanto, será preciso abordar o conteúdo da Carta a Heródoto e
Anais XI Semana de Humanidades
111
refletir acerca das implicações que se colocam a partir do reconhecimento da sensação
como critério de verdade, e ainda, recorrer as críticas e posicionamentos de outras escolas
do período helenístico, como forma de preencher as lacunas deixadas pela quantidade
insuficiente de textos sobre o tema.
9. Quando a metafísica é física. Markus Figueira da Silva (Prof. Dr. do Departamento de Filosofia-UFRN)
Trata-se de perguntar pela relação entre a physiologia e a ontologia no pensamento antigo,
buscando provocar a reflexão sobre o que é a metafísica. A análise tende a confrontar o
pensamento originário – pré-socrático – com a reincidência da physiología no Aristóteles
lido por Epicuro, ou o Aristóteles “perdido”, que não foi apropriado pela “ tradição
metafísica”, iniciada com a escolástica. A hipótese resume-se na não diferenciação entre
physiologia ( physiká) e metafísica.
10. Kant: Sobre espaço, tempo e coisas em si mesmas.
Autor:
Evelyse Monteiro Hermínio.(Bolsista PPPG)
sataneve@bol.com.br
Orientador:
Juan A. Bonaccini (Prof. Dr. do Departamento de Filosofia-UFRN)
As críticas sobre a teoria kantiana do espaço e do tempo na Estética Transcendental da
Crítica da Razão Pura foram sustentadas inicialmente pelos contemporâneos de Kant ,
principalmente no que concerne a exposição transcendental. O ponto em questão se refere
ao fato de Kant ter estabelecido o espaço e o tempo como condições subjetivas da
sensibilidade (A26/B42), constituindo, portanto, as formas da nossa condição subjetiva que
possibilitam a representação dos objetos. Esta tese (idealidade transcendental), sustenta a
não-espaciotemporalidade das coisas em si; Kant nega que espaço e tempo possam ser
dados como coisas em si mesmas ou formas de coisas em si mesmas e conseqüentemente
nega as teorias de Newton (absolutista) e de Leibniz (relativista). Todas essas críticas que
envolvem a tese do idealismo transcendental não foram suficientes para se chegar a um
consenso sobre a teoria kantiana do espaço e do tempo. Atualmente a análise desse
problema foi retomada por comentadores que a questionam comparando os argumentos
entre as exposições metafísicas e transcendentais. Com esse objetivo destacaremos no
presente trabalho a abordagem de Paul Guyer no seu tratado “Kant and claims of
knowledge”, onde ele reafirma a condição subjetiva do espaço e do tempo e sua relevância
para a tese do idealismo transcendental.
Anais XI Semana de Humanidades
112
11. Interpretações preliminares do livro “assim falava Zaratustra” de
Friedrich Wilhelm Nietzsche com ênfase aos textos: Dos desprezadores do
corpo, de mil e um fitos, do caminho do criador, e do superar a si mesmo. Autor:
Nilton Luiz da Rocha (Aluno da disciplina da História da Metafísica III)
Orientador:
Juan Bonaccini (Prof. Dr. do Departamento de Filosofia-UFRN)
Um rebanho anda pela terra com cabeça levantada, olhando para o céu, cheio de estrelas.
Vozes ao fundo anunciavam a chegada de algo que não se via com os olhos e que irá
promover vida melhor, após a morte. O que sentem e o que fazem neste mundo, são
produtos oriundos do homem que não acredita em outra vida. Assim, pronuncia “os
pregadores da morte”, capítulo em que Zaratustra sintoniza a freqüência das vozes, que
guiam o rebanho. Em “de mil e um fitos”, rastrea esse rebanho, localizando-o pelo silêncio
e pelo descaso, aos movimentos que ocorriam na terra. Nietzsche observa atentamente, com
o olhar sinóptico os artifícios utilizados na manipulação das massas. Para inverter a
trajetória do rebanho, Zaratustra mostra na parte “do caminho do criador”, qual é o
verdadeiro caminho de redenção do homem. Para isso, é preciso transformar a angústia,
como sentimento de sofrimento ao encontro consigo mesmo. Em “do superar a si mesmo”,
está a chave da porta ou a corda que conduzirá ao super-homem, metáforas utilizadas no
desenvolvimento do texto.
12. Análise hegeliana acerca da consciência-de-si: estoicismo, ceticismo e
consciência infeliz Autor:
Inácio Gomes de Abreu Neto (Bolsista PPPg)
oddig@hotmail.com
Orientador:
Juan Bonaccini (Prof. Dr. do Departamento de Filosofia-UFRN)
Hegel, na Fenomenologia do Espírito, trata de expor o processo típico da formação da
consciência. Através de um discurso científico, ele visa articular as figuras da consciência
do homem na perspectiva do seu afrontamento com o mundo objetivo. A partir daí
podemos compreender a passagem da consciência de um espírito finito ao saber absoluto, à
verdade. No capítulo IV-B, a dialética do Senhor e do Escravo conduz o homem a ter
consciência de sua oposição ao mundo, conseqüentemente, torna-se consciente-de-si numa
“independência ilusória”. Nessa oposição com o mundo tem-se o solipsismo moral do:
estoicismo (a liberdade do homem pelo pensamento) e do ceticismo (realização do ideal
estóico / liberdade abstrata do pensamento [Verstand] com a negação da existência do
mundo exterior). E na oposição a Deus mostra-se o desdobramento da consciência infeliz,
na qual o homem, segundo Hegel, vive e age crendo num Deus transcendental da teologia,
reconhecendo a impotência e a ineficiência do seu Ser, ou seja, o homem reconhece e aceita
a própria infelicidade. Não era possível pensar no paradigma da consciência, até Hegel, sem
Anais XI Semana de Humanidades
113
tratar do ceticismo que nega ou aniquila, mentalmente o Ser do mundo exterior, realizando
o ideal estóico. Para Hegel, “o homem não é apenas o que ele é, mas o que ele pode ser, ao
negar o que é”. É assim que a liberdade se encontra nesta filosofia, que se apresenta ainda
unilateral.
13. Razão subjetiva e objetiva em Kant. Telêmaco César de Oliveira Jucá (Aluno do Mestrado em Filosofia – UFRN)
teljuca@ig.com.br
Na história da filosofia, dois conceitos de razão têm se confrontado. De um lado, temos
uma compreensão da razão derivado do logos, estruturando a mente para exercer suas
funções (cognitiva, estética, prática e técnica) na realidade. Essa razão seria universal,
podendo ser chamada de ontológica. De outro lado, a partir da modernidade, surgiu e se
consolidou uma compreensão da razão como fundamentalmente a capacidade de raciocinar
e processar informações, sendo atribuído à filosofia de Kant uma das origens dessa
limitação. O problema que se analisa nesse trabalho é se, de fato, podemos justificar essa
imputação ao filósofo alemão. A estratégia utilizada consistirá de analisar, principalmente,
a Crítica da Razão Pura, especialmente a Dialética Transcendental na qual ele submete a
uma avaliação a faculdade da razão, perguntando se a razão consiste apenas em uma
estrutura lógica necessária para fazer progredir o conhecimento humano (subjetiva) ou se
ela de fato se refere a objetos (objetiva), constituindo-se em uma das fontes válida de
conhecimentos. Esse problema possui uma relevância singular, já que toca num ponto
crucial para a filosofia. Ademais, constitui uma oportunidade para se desfazer ou minimizar
um visão de Kant como o justificador de uma razão técnica. Por fim, a relevância também
aparece, quando se retoma o problema da relação entre pensar e ser, crucial para a tradição
metafísica e para o debate referente à crise da razão.
14. A matemática como propedêutica filosófica em Kant e Platão. Túlio Sales Lima (Mestrado em Filosofia)
Este ensaio é uma tentativa de tematizar duas atitudes que se aproximam na filosofia
quando o tema diz respeito ao caráter propedêutico da matemática em relação a filosofia:
Kant e Platão. Neste sentido e ancorados principalmente nas Crítica da Razão Pura e no
Teeteto abordamos questões como a impossibilidade da definição de epistéme; a inserção
do matemático no campo da reflexão filosófica; e, por último, a possibilidade de apreensão
da “coisa” que julgamos estar subjacentes as obras retrocitadas, qual seja, entre as
perspectivas de definição de ciência efetuadas por Platão e aquela que Kant vai buscar ao
constituir e regular os limites da possibilidade do conhecimento.
15. A precursora teoria atômica de Leucipo e Demócrito Gleba Coelli Luna da Silveira (Aluna da Graduação em Filosofia)
A filosofia atomista encontra-se em sua origem no desenvolvimento lógico da filosofia de
Parmênides e Melisso, recebendo contribuições de Empédocles e Anaxágoras. A filosofia
atomista parte do fato de existirem partículas invisíveis e indivisíveis, que estão em
constante movimento num vazio, e em acordo com os eleatas acreditam que as partículas
não nascem nem morrem, mas ao contrario são eternas, e são denominadas de átomos.
Leucipo parece ter pensado no princípio da realidade como um número incontável de
Anais XI Semana de Humanidades
114
átomos, sendo considerados unidades pequenas e também indivisíveis, além de serem
responsáveis pela formação de todas as coisas (no grego o termo átomo quer dizer sem
divisão), residindo num vazio onde se encontram em constante movimento. Continuando os
estudos de Leucipo, Demócrito desenvolveu a idéia de que tudo era composto por
partículas minúsculas, indivisíveis e invisíveis a olho nu, inclusive a alma que se
desintegraria na hora da morte, com isto mostrava não crer na imortalidade da alma.
16. Título: O papel das percepções na formação da idéia de objeto externo Autor:
Lia Maria Alcoforado de Melo
Orientador:
Juan Adolfo Bonaccini (Prof. Dr. do Departamento de Filosofia-UFRN)
A idéia de existência dos objetos se relaciona à questão da percepção como produtora da
experiência cognitiva. A tese humeana sobre a dupla existência dos objetos em seus
elementos constitutivos, apresenta-se como fundamento para sua teoria que questiona as
verdadeiras causas que induzem a se acreditar na existência externa ou a mostrar que não se
pode provar a existência externa através da razão ou dos sentidos. Conforme essa teoria, em
princípio os sentidos são incapazes de dar origem à idéia de existência dos objetos, pois as
percepções são inconstantes e distintas, o que torna impossível justificar a identidade dos
corpos. Porém, a mente atribui uma existência corpórea às impressões dos objetos tomando
as percepções do mundo como a própria existência do mundo externo. No entanto, o que
fundamenta essa crença na existência externa não é a razão, mas a necessidade por parte da
mente de evitar a contradição existente entre a suposta noção de identidade dos objetos e a
real intermitência das diferentes percepções. Trata-se de uma confusão entre a sucessão de
percepções semelhantes e um objeto que ao ser observado parece permanecer idêntico
através da sucessão das percepções que se passam enquanto o fitamos, sendo essa
suposição reforçada pela memória das impressões semelhantes passadas com base na
constância e coerência da aparição dessas impressões, aumentando a propensão natural para
atribuir uma suposta identidade aos corpos. Portanto, a análise da teoria de Hume permite
ver que não existe nenhuma razão objetiva que fundamente a nossa crença nos objetos que
percebemos enquanto existentes para além de nossas percepções, mas que não obstante
existiriam certos mecanismos mentais que à luz da experiência permitiriam compreender
como chegamos à noção de existência "externa", isto é, extramental.
17. Estudo acerca da estética transcendental Autor:
Ismael Rodrigues da Cruz (Aluno da Especialização em Filosofia / Metafísica)
roiscr@bol.com.br
Orientador:
Juan Adolfo Bonaccini (Prof. Dr. do Departamento de Filosofia-UFRN)
Tomando por base a Estética Transcendental da CRP, traçamos um estudo, com a
finalidade de analisar e da mesma forma estabelecer quais as teses defendidas por Kant na
Anais XI Semana de Humanidades
115
mesma. Dessa forma queremos saber o que Kant propõe com a elaboração da Estética
Transcendental Neste sentido, optamos por fazer um estudo mais aprofundado e
pormenorizado do § 8 da Estética Transcendental de modo que a nossa análise nos permita
identificar e explicar os argumentos usados por Kant. Já que é neste parágrafo que Kant faz
as suas principais observações sobre a estética transcendental de forma geral. Como
resultado da análise, apresentamos as principais teses sustentadas por Kant. Por fim
expomos os resultados obtidos.
18.heidegger e a diferença ontológica: A constituição da metafísica como
onto-teo-logia Flávio Macêdo Freire (Programa de Pós-Graduação em Filosofia – Mestrado)
flavioufrn@yahoo.com.br
Não se pode compreender a interrogação heideggeriana senão penetrando naquilo que se
constituiu como uma intuição fundamentalmente originária do fenômeno do vocábulo
alétheia. Esta tem sido a fonte do pensamento e da interrogação de Heidegger. A filosofia,
desde a antiguidade, pretendeu unir verdade e ser, tal como em Aristóteles a filsofia está no
patamar de uma ciência da verdade ao mesmo tempo em que significa o estudo do ente
enquanto ente. Se, consequentemente, verdade e ser se acham numa relação de co-
pertencimento, então tais fenômenos encontram-se no seio de uma ontologia fundamental.
A interrogação pelo ser e pela verdade permanece, desse modo, aquém das exigências da
tradição. Em Ser e Tempo, ao afirmar que somente há verdade enquanto há ser-aí(§ 44),
Heidegger acaba por promover um escândalo contra a tradição filosófica ocidental, mais
especificamente contra a metafísica da subjetiidade. Nesse viés, a teologia natural como
possibilidade filosófica e as verdades eternas não podem, em hipótese alguma, afirmarem-
se como objeto do filosofar. O ensaio Sobre a Essência do Fundamento é a primeira
meditação de Heidegger sobre a diferença ontológica. Essa referência designa o
fundamento, nos diz o filósofo, de toda a ontologia, de toda a metafísica. A distinção entre
ser e ente, de que se trata na diferença ontológica, não surge para resolver a problemática da
ontologia, mas para apontar para aquilo que permanece não-problematizado, e que, em seus
fundamentos, acaba por problematizar toda a metafísica. A diferença ontológica prenuncia
o momento em que se torna necessário interrogar pelo fundamento da onto-logia. É o que
se vê em Ser e Tempo, ao falar-se de ontologia fundamental.
19. Três problemas para a filosofia moral? Juan Bonaccini (Prof. Dr. do Departamento de Filosofia-UFRN)
juan@cchla.ufrn.br
Se se pode dizer que filosofia e moral não são a mesma coisa, ainda que a primeira bem
possa pensar os fundamentos e o modo de ser da segunda, então também se pode dizer que
a filosofia moral reflete sobre a moralidade e os problemas morais. A Filosofia moral,
assim, na tentativa de encontrar uma teoria moral capaz de satisfazer as exigências e
características próprias do fenômeno moral, sempre encontra empecilhos que não são de
pouca monta e que alimentam um debate duas vezes milenar. Eu não pretendo aqui
reconstruí-lo, nem falar da filosofia moral de Platão, Aristóteles, Kant ou qualquer outro
filósofo. O que sim pretendo é destacar três problemas que me parece toda boa teoria moral
deveria resolver: a) o de que toda teoria moral é uma reflexão teórica que do ponto de vista
Anais XI Semana de Humanidades
116
prático pode ser considerada moralmente correta ou não; b) o de definir um critério do que
é moralmente correto; c) o de determinar a tarefa precisa da filosofia moral: se ela é
meramente descritiva ou normativa.
Anais XI Semana de Humanidades
117
GT-15: DINÂMICAS TERRITORIAIS E CULTURA Coordenadores:
Prof. Dr. Anelino Francisco da Silva (Departamento de Geografia)
Prof. Ms. Valdenildo Pedro da Silva (CEFET-RN)
E-mail: anelino@ufrnet.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco D, sala 5, 45 lugares, terça e quarta, 20 e 21 de
maio, 14:00-18:00h.
O grupo de trabalho tem por fito discutir os múltiplos processos político, social e cultural em
ocorrência nos territórios, em escalas local regional-nacional e mundial, observando os diferentes
graus de correspondência e intensidade, considerando dimensões materiais, culturais e
simbólicas. As reflexões teórico-empíricas para este grupo de trabalho devem apresentar o
seguinte perfil acadêmico-científico:
1. Discutir a questão da territorialidade humana, priorizando o trabalho e o atual
processo de flexibilização;
2. Analisar as relações sócioespaciais que ocorrem na sociedade e suas implicações
sócio-políticas;
3. Tratar a questão da territorialidade humana e suas implicações às normas culturais
e valores, que variam em estrutura e em função da sociedade e da escala da atividade
econômica e social;
4. Discutir os rumos da Geografia Cultural, através de estudo de caso.
RESUMOS
1. Moradia e segregação socioespacial nas áreas metropolitanas do Nordeste
brasileiro – breve introdução Prof. Dr. Anelino Francisco da Silva (Prof. Dr. do Departamento de Geografia-
UFRN)
anelino@ufrnet.br
Prof. MS. Valdenildo Pedro da Silva (Prof. Ms. Do CEFET-RN)
valdenildo@bol.com.br
Moradia e segregação socioespacial nas áreas metropolitanas do Nordeste brasileiro é uma
temática que nos levou a pensar as cidades metrópoles desta região do país, como compósito
espaço-temporais. É por meio do reconhecimento da multidimensão espaço-temporal que temos a
oportunidade de acompanhar e captar as contradições da construção das regiões metropolitanas
do Nordeste. Ao nosso ver, a moradia constitui um dos bens e direitos significativos da vida
humana, mas, na contemporaneidade atual, o crescimento das cidades brasileiras tem posto em
tela uma das dificuldades dos citadinos e cidadãos urbanos - a de possuir uma moradia decente. A
cidade vem seguindo a lógica da desigualdade capitalista, estampando-se por meio de uma
verdadeira segregação socioespacial. Entendemos que a “segregação – tanto social quanto
espacial – é uma característica importante das cidades. As regras que organizam o espaço urbano
são basicamente padrões de diferenciação social e de separação” (Caldeira, 2000: 211). Para
Carlos (1994:12), “o processo de produção do espaço urbano é desigual – isso se evidencia
claramente através do uso do solo – e decorre do acesso diferenciado da sociedade à propriedade
privada e da estratégia das empresas que produzem sobre o solo, o que faz surgir a segregação
Anais XI Semana de Humanidades
118
espacial”. Nossa investigação procurou desvendar a produção controversa das cidades, buscando
ir além da visão de cidades duais, isto é, perseguindo o entendimento de fragmentação
socioespacial, tão presente nos centros urbanos nesta contemporaneidade. Pretendemos, com este
trabalho, refletir sobre o ambiente construído, debruçando-nos sobretudo, em volta das limitações
da vida dos citadinos nordestinos, que residem nas áreas metropolitanas de Fortaleza, Recife e
Salvador. Nesses grandes centros urbanos, a ocupação informal do solo ampliou-se, entre os anos
de 1980 e 1990, estampando-se na paisagem a segregação socioespacial, associada à exclusão
urbanística. Nesses recortes territoriais do Nordeste brasileiro, a maioria das pessoas tem vivido
nos limites de um viver decente. Em algumas áreas, a população citadina vive em “residências
suntuosas e palacianas”, em moradias ditas adequadas, mas, em outras paragens, as cidades estão
dispostas em formas de mocambos, choças, casebres de barro batido a sopapo, com telhados de
capim, de palha, restos de madeiras e de folha de flandres, como já expressou muito bem Josué
de Castro. Nesses novos tempos de globalização ou de mundialização do capital, há uma
agudização nas condições de reprodução social das populações urbanas - o predomínio do
desemprego e do subemprego, as limitações alimentares, o déficit habitacional e as péssimas
condições de moradia - tornando a questão da moradia um dos graves problemas socioespaciais
nessas cidades. Encaramos a segregação socioespacial, nas formas densas de favelas, mocambos
e cortiços como uma verdadeira precarização nas condições de habitabilidade. Tudo isso nos
estimulou à realização deste estudo, dada a existência de um conjunto de fenômenos sociais
amplamente perversos, numa região considerada por muitos como problemática para o país. É
por meio da dimensão espacial da desigualdade que existem as diversas modalidades de
segregação socioespacial.
2. Dilemas e perspectivas de viver em Cajueiro - uma aproximação
socioespacial Levi Rodrigues de Miranda (Prof. Ms. do Curso de Licenciatura em Geografia –
CEFET-RN).
Dilemas e perspectivas de se viver na comunidade de Cajueiro em Touros-RN - uma
aproximação socioespacial foi um estudo que teve por fito analisar as formas de vivência no
território cajueirense. Procuramos portanto, trazer à baila a realidade socioespacial do nosso
objeto de estudo, objetivando expressar os objetos fixos e a fluidez desse labirinto construído
que, no nosso entendimento, está permeado por um processo de relações que trazem, em seu
bojo, elementos de desigualdades, combinação e contradições presentes nessa formação espacial:
o povoado de Cajueiro. Para realizarmos essa investigação geográfica, tomamos como base um
estudo in loco, buscando através de inquirições entre os sujeitos dessa territorialidade humana em
suas ruas, becos e trilhas do povoado, respostas para nossas reflexões sobre a organização e
construção desse lugar, resultantes de adaptações feitas pelo Homem na natureza no transcorrer
dos anos. As limitações para a consecução do trabalho foram inúmeras, mesmo de posse da
riqueza de informações empíricas, isso porque há uma ínfima produção bibliográfica sobre a
temática em tela e principalmente no tocante ao povoamento e o desenvolvimento
socioeconômico, político e cultural do povoado de Cajueiro em suas temporalidades pretéritas.
Em suma, as mudanças socioespaciais fazem parte e estão emergindo no cenário dessa
territorialidade, porém, conforme aludimos acima, sobre o predomínio de desigualdades e
contradições, o que afetam a vivência do cajueirense.
Anais XI Semana de Humanidades
119
3. Desigualdades socioespaciais na cidade de Natal-RN Tásia Hortêncio de Lima Medeiros (Profª. Ms. do Departamento de Geografia da
UFRN)
tasiahlm@globo.com
Estudar as mudanças que vêm orientando as recentes transformações socioespaciais na cidade de
Natal foi o propósito desse estudo. Partimos do princípio de que não se podem dissociar as
alterações conformadas na paisagem local do processo de metropolização em curso, além do que
as intervenções urbanísticas implementadas sempre estiveram em descompasso com o
crescimento urbano. No limiar do século XX ocorre uma certa preocupação com o controle da
expansão físico-territorial urbana. Com o surgimento de planos, em parte implantadas, que
tentavam direcionar o parcelamento do solo a estrutura urbana da cidade amplia-se e diversifica-
se, consideravelmente durante os momentos da Segunda Guerra Mundial. As décadas seguintes
têm sido marcadas pelo constante aumento da população e de uso e ocupação das áreas limítrofes
do espaço construído da cidade. A cidade tem sua expansão urbana rompendo os limites
geográficos do município, porém o saneamento básico só atinge na atualidade 26% desse
território. Os efluentes industriais e residenciais têm afetado a poluição dos mananciais
superficiais e subterrâneos.
4. Qualidade socio-ambiental nos shoppings de Natal: poluição sonora em tela Carmem Cristina Fernandes (Graduanda em Geografia licenciatura – UFRN,
Graduada em Tecnologia em Meio Ambiente e Técnica em Tecnologia
Ambiental, com habilitação em Controle Ambiental - CEFET-RN)
Prof. Erivan Sales do Amaral (Estatístico com Especialização em Saúde Pública),
Prof. Ms. Leci Martins Meneses Reis (Curso de licenciatura em Geografia e curso de
Tecnologia Ambiental – CEFET-RN),
Polyana Kelly Moura Fernandes (Graduada em Tecnologia em Meio Ambiente -
CEFET-RN)
Qualidade socio-ambiental nos shoppings de Natal: poluição sonora em tela é um estudo que teve
por objetivo fazer uma análise do nível de ruído dos 03 principais shoppings da cidade de
Natal/RN, observando-se os projetos arquitetônicos e o conforto acústico em relação aos
objetivos do Shopping Center, dando ênfase ao som e ao ruído. O levantamento de dados
necessários para a realização deste estudo, que constará de duas etapas (no período de baixa
estação) - a primeira, já realizada entre 15 e 18 de março de 2002 e a segunda, a ser realizada, no
período de 25 a 28 de abril de 2003 - será feito nos três shoppings mais movimentados da cidade
de Natal/RN, denominados aqui de SHOPPING I, SHOPPING II e SHOPPING III. Para
desenvolver essa pesquisa utilizou-se a resolução CONAMA/ no 001 de 08 de março de 1990, a
qual estabelece que a emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais,
comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política, obedecerá, no interesse da
saúde e do sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidas nessa resolução. São
prejudiciais à saúde e ao sossego público, para fins do item anterior, os ruídos com níveis
Anais XI Semana de Humanidades
120
superiores aos aceitáveis pela norma NBR 10.152 – Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, visando o conforto acústico da comunidade
em recinto de edificações. Para avaliar os níveis de ruídos nos estabelecimentos, o aparelho
utilizado é o decibelímetro, que será um instrumento imprescindível no desenvolvimento de toda
a pesquisa. A primeira etapa do estudo, já concluída, revelou que todos os shoppings estão acima
do nível máximo de ruído estabelecido pela legislação (NBR 10.152). Fundamentando-se no
princípio da finalidade desse tipo de recinto, analisaram-se os dados coletados. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), o limite tolerável ao ouvido humano é de 65 dB(A),
acima disso, o nosso organismo sofre de stress, o qual aumenta o risco de doenças. Este risco, no
objeto de estudo, é maior para os que lá trabalham, pois na área trabalhista uma das principais
causas da incapacidade funcional tem sido a perda da audição, pela ocorrência do excesso do
barulho no ambiente de trabalho, ou seja, pela poluição sonora a que se expõe o trabalhador.
Apesar de ter sido desenvolvida, ainda, apenas a primeira etapa da pesquisa, foi possível
constatar que a maior parte das pessoas, sobretudo, quem trabalha e/ou habita nas cidades, vive
um dia-a-dia agitado, sujeito a altos níveis de ruído, na maior parte dos casos muito superiores ao
recomendado. Essas fontes de ruído estão ligadas tanto ao progresso tecnológico como aos
hábitos de vida e lazer modernos, o que leva-se a concluir que, por todos os distúrbios que pode
causar à saúde da população, a poluição sonora precisa ser reduzida e isso pode ser feito se
houver um planejamento adequado e um controle dessa poluição, que pode ser feito de três
formas: na fonte (redução da emissão de ruído de veículos), no meio da transmissão (barreiras
acústicas) ou no receptor (protetor de ouvidos).
5. O teletrabalho na cidade de Natal-RN: uma interpretação Salviano Henrique Lira da Silva (Bolsista PIBIC-CNPq, Departamento de Geografia-
UFRN)
Anelino Francisco da Silva (Prof. Dr. do Departamento de Geografia, Coordenador
do Projeto –UFRN)
O Teletrabalho apresenta-se como uma nova maneira de trabalhar. É uma forma de trabalho com
flexibilização em relação às leis trabalhistas e às condições de trabalho, pois o teletrabalhador, às
vezes, trabalha por conta própria em sua residência ou ligado a uma empresa, utilizando o
computador, a internet o telefone, o fax e outros instrumentos que estão ligados à uma rede
mundial. A pesquisa consiste em diagnosticar a atividade dos teletrabalhadores em processo que
vem ocorrendo no mercado de trabalho natalense. O universo dessa atividade compreende as
empresas de farmácias, as agências de turismo e as de telemensagens que empregam os
teletrabalhadores, embora os chamem de bilheteiros, secretários, auxiliar de serviços gerais,
motoqueiro entre outros. Compreende-se que o Teletrabalho aqui em estudo já sofreu variações,
porque os teletrabalhadores objeto de nossa atenção diferencia-se do clássico teletrabalhador. A
metodologia dá-se através do levantamento de dados em livros, revistas periódicas, jornais,
catálogos telefônicos e de entrevistas que foram aplicadas nas empresas. Com a análise das
entrevistas foram elaborados gráficos para melhor trabalhar os dados coletados.
Anais XI Semana de Humanidades
121
6. “o mapeamento das microempresas e seu papel na reorganização do espaço
urbano de Caicó/RN”. Autor:
Eraldo Morais de Almeida (Aluno do Departamento de Geografia – UFRN - Bolsista
PIBIC/CNPq).
caicoense.ufrn@bol.com.br
Orientadores:
José Lacerda Alves Felipe (Prof. Dr. do Departamento de Geografia)
Ângelo Roncalle (Prof. Dr. do Departamento de Engenharia Mecânica)
O trabalho consiste em investigar o processo de crescimento da economia de Caicó/RN, tendo
como propósito à interdisciplinaridade entre o campo da Ciência Geográfica e a Ciência da
Computação. À parte que cabe a Geografia neste trabalho é a de investigar o comportamento das
microempresas de bonelarias, chapelarias e confecções no espaço urbano do município, e com
isso gerar informações. Foi elaborado o Software SAIG, possibilitando o aprimoramento da
técnica do Geoprocessamento. O Programa provém de recursos para manipulação das
informações coletadas. Através desta manipulação e utilizando-se das ferramentas visualização
de mapas e impressão de gráficos, já podemos relatar indicadores referentes às quantidades das
microempresas, modernização, produção, empregos, fornecedores e compradores da produção.
7. Sistema de informação geográfica para mapeamento do espaço urbano de
Caicó-RN Autor:
Igor Pinheiro de Sales Cabral (Aluno do Departamento de Informática e Matemática
Aplicada – UFRN – Bolsista PPPg)
igor_pinheiro@hotmail.com
Orientadores:
José Lacerda Alves Felipe (Prof. Dr. do Departamento de Geografia)
Ângelo Roncalle (Prof. Dr. do Departamento de Engenharia Mecânica)
Com os avanços da tecnologia nos últimos anos, vem-se percebendo, cada vez mais, a integração
da informática em várias áreas de conhecimento, nas quais nunca se cogitou a utilização de
aplicativos computacionais. Em função da necessidade de manipulação de uma variada e extensa
gama de informações vinculadas aos lugares, territórios e aos espaços globalizados pela mídia e
capital financeiro, a geografia tem adotado o auxilio deste tipo de ferramenta. O projeto em
questão consiste na implementação de um sistema de informações geográfica (SIG), denominado
SAIG – Sistema de Análise de Informações Geográficas. O princípio de funcionamento deste
corresponde à associação de micro-indústrias a uma determinada região de um mapa, condizente
com a verdadeira localização do estabelecimento. O sistema deve prover de recursos para o
armazenamento, gerenciamento, manipulação e análise das informações coletadas.Neste trabalho
de coleta de informações referentes à micro-indústrias de confecções, bonés e chapéus existentes
Anais XI Semana de Humanidades
122
na cidade de Caicó – RN, pode-se observar a correlação de tais empresas com a reorganização do
espaço urbano do município. A ferramenta SAIG em questão suporta uma grande diversidade de
mecanismos para a extração dos dados armazenados, como: gráficos, consultas SQL – Structure
Query Language, estatísticas de seleção ou, até mesmo, através do mapa temático resultante de
inserções das micro-empresas no mapa, com suas respectivas legendas.
8. Turismo, emprego e as políticas públicas: uma proposta de estudo. Autor:
Severino Ramos dos Santos Maia (Mestrando em Geografia-UFRN)
E-mail: severinomaia@bol.com.br
Orientador:
Prof. Dr. Anelino Francisco da Silva
O segmento das atividades turísticas que passa a se organizar no Rio Grande do Norte,
desenvolve-se oferecendo oportunidades de renda e ocupação. A industria do turismo é hoje uma
grande geradora de emprego, com vantagens de investimentos tecnológicos bem menores que as
industrias ditas tradicionais. O turismo se utilizada de mão-de-obra especializada e não
especializada, criando empregos diretos e indiretos. Discursos afirmam que o turismo é um
grande vetor para o desenvolvimento, gerando emprego e possibilidades de renda. Diante deste
discurso o Estado afirma a criação de programas e políticas de formação profissional, de
incentivos a infra-estrutura urbana e turística, enfim, criando as condições necessárias para a
consolidação da atividade. Mas, até que ponto essas políticas são efetivamente implementadas e
dão resultados na formação e absorção dessa mão-de-obra? E em que condições ocorre essa
entrada no mundo do trabalho? Ou seja, as política voltadas para a geração de emprego e renda
estão realmente atingindo seus objetivos? São esses os questionamentos que pretendemos
investigar neste trabalho.
9. A expansão urbana de mossoró e a atividade petrolífera. Autora:
Aristotelina Pereira Barreto Rocha (Mestranda em Geografia - UFRN)
Professora Orientadora:
Dra. Rita de Cássia da Conceição Gomes
Este estudo analisa a expansão urbana de Mossoró a partir da década de 80, período esse,
compreendido pela chegada de uma nova atividade econômica - a exploração do petróleo no ano
de 1979, destacando o papel dessa nova economia no processo de (re)construção do território e
de novas territorialidades. O trabalho tem sido norteado pela indagação: qual a dinâmica espacial
da atividade petrolífera e o seu reflexo no processo da expansão urbana da cidade de Mossoró?
Têm-se evidenciado durante os nossos estudos que historicamente o processo de expansão urbana
de Mossoró está atrelado a momentos específicos do crescimento econômico, foi assim a partir de
1857 com o surgimento do Empório Comercial; com as agroindústrias e refino de sal a partir da
década de 30 e mais recentemente com as atividades terciárias permeadas pela atividade
petrolífera. Essa expansão tem gerado expressivas mudanças no espaço urbano como o
surgimento de novos bairros; a chegada de novos empreendimentos comerciais e empresariais; e
Anais XI Semana de Humanidades
123
uma maior oferta de serviços; levando assim, a atrair um contingente populacional expressivo ao
espaço urbano de acordo com as análises dos resultados dos censos demográficos do IBGE, no
entanto, a cidade não tem dado conta em atender às necessidades da sociedade e essa ausência
tem sido expressa no aumento de favelas e em conflitos sociais.
10. Novos atores, novos territórios: (des)territorialização em Pipa Profa. Ms. Maria Cristina Cavalcanti Araújo (Curso de Licenciatura em Geografia –
CEFET-RN)
O estudo sobre Novos atores, novos territórios: desterritrorialização em Pipa teve por finalidade
abordar o processo de (des)construção territorial da praia de Pipa, como resultante de
implementação de políticas públicas voltadas sobretudo para o desenvolvimento do turismo.
Lançamos um olhar sobre os novos cenários socioespaciais da área estudada e sobre os atores
sociais envolvidos nesse processo. A nosso ver, Pipa passou a ser um lugar (ou como dizem
alguns estudiosos, seria um não-lugar?) turistificado, onde o processo de desterritorialização e
novas territorialidades estão presentes, configurando uma nova feição social nesse território.
Como decorrência desse processo, tem-se uma metamorfose cultural da territorialidade humana
pipense, ou melhor uma confluência entre o velho e o novo modo de vida. A partir dos anos de
1990, a comunidade de Pipa, situada no município de Tibau do Sul, passou a ser cada vez mais
visitada, deixando de lado aquele jeito brejeiro de comunidade de pescadores, e sendo ocupada
por pessoas vindas de várias partes do mundo e do Brasil. No decorrer da investigação científica,
realizada numa abordagem quantitativa e qualitativa, veio a lume a variedade de nacionalidades e
naturalidades concentradas nesse lugar. É argentino, é português, é italiano, é francês, é paulista,
é carioca, é cearense, é paraibano... Isso demonstra as culturas diferentes reunidas num lugar tão
pequeno como Pipa. Parece-nos que isso justifica a “nova cara” dessa localidade, expressando a
emergência de uma nova territorialidade dessa vez multifacetada, o que, a priori, externaliza-se
pela diversidade cultural desse lugar.
11. O papel do curso de capacitação profissional de estética e beleza no
desenvolvimento local da comunidade periférica de Cidade Nova em Natal-RN. Ariana Valéria Paiva de Oliveira
Anna Karen Cavalcante da Silva
Etiene Figueiredo Ferreira
Silvana Soares de Lira
Thalyta Mabel Nobre Barbosa. (Alunas do Departamento de Serviço Social, Centro
de Ciências Sociais Aplicadas –UFRN).
thalytamabel@bol.com.br
Atualmente, a dura realidade que envolve crianças e jovens no RN, como as formas precárias de
adquirir sustento (venda de miudezas nos semáforos, mendigância etc.) e a prática de delitos,
mostra-nos a face perversa da política econômica adotada no país nos últimos anos, traduzida
ainda na fragilidade das políticas sociais e no aprofundamento das desigualdades regionais.
Entendemos que a geração de emprego e renda baseada numa política social sólida deve garantir
a integração da força de trabalho à remuneração. Diante dessa situação social, vivenciada em
Anais XI Semana de Humanidades
124
Natal-RN, o MEIOS (ONG) — Movimento de Integração e Orientação Social — implantou o
Projeto "Meninos Potiguares: alternativas para a geração de renda", visando a capacitação
profissional dos jovens de comunidades carentes. Um dos seus sete núcleos, o "Centro
Profissionalizante de Estética e Beleza de Cidade Nova", localizado na periferia de Natal-RN, foi
o nosso objeto de estudo. A nossa pesquisa objetivou observar a aceitação/rejeição do Programa
na comunidade e sua contribuição para o desenvolvimento local. (METODOLOGIA) Para isso,
estudamos os conceitos de Comunidade (GOHN, 1991; WANDERLEY, 1993; SOUZA, 1999),
Desenvolvimento Local (JARA, 1998) e Participação Social (CARVALHO, 1991; SOUZA,
1999) na tentativa de caracterizar o Centro.
12. Territorialidade do voto e reforma urbana: possíveis liames Valdenildo Pedro da Silva, (Professor do Curso de Licenciatura em geografia do
CEFET-RN e Doutorando em Geografia pela UFRJ).
O trabalho em pauta examina as possíveis articulações entre a territorialidade do voto e a agenda
política da reforma urbana brasileira. O voto, o modo como cada indivíduo expressa sua vontade
ou opinião numa assembléia ou ato eleitoral, possui uma territorialidade, externada pela interação
material e simbólica entre o homem e o seu espaço vivencial. Existem várias territorialidades do
voto no território brasileiro. Nestas, o voto tem seguido padrões que vão desde um
comportamento ideológico e representativo até o oposto, que é reforçado pelo voto personalista e
de base clientelista. Por seu turno, o projeto de reforma urbana tem uma agenda a ser cumprida,
pois, desde o marco inicial do movimento - o seminário do Hotel Quitandinha, em 1963 - e o
marco maior de divulgação e repercussão - a elaboração e coleta de assinaturas de emendas
populares para a Constituinte de 1988 -, inúmeros problemas urbanos têm surgido, agudizando
conflitos e ampliando a crise das cidades brasileiras. Ao ligar a territorialidade do voto ao projeto
de reforma urbana brasileiros, chegamos a algumas conclusões, mesmo que parciais, devido às
poucas experiências concretas elencadas no corpus do trabalho, de que os votos de alguns
cidadãos brasileiros, no curso dos últimos tempos, vêm sendo manisfestados em sintonia com o
ideário de governantes que têm primado por um melhor planejamento e gestão dos espaços
urbanos. Essa preferência fica mais evidente por ocasião do tempo da política, em que os
resultados eleitorais passam a demonstrar ligações dos anseios da sociedade com os das
administrações inovadoras e eficientes, que têm conseguido eleger e reeleger os seus aliados,
usando, na maioria das vezes o slogan da administração atual e o argumento da continuidade
administrativa.
13. Seridó/RN: Reestruturação do espaço num contexto de crise Autora:
Vaneska Tatiana Silva Santos (Mestranda em Geografia -UFRN)
vaneskatss@yahoo.com.br
Orientadora:
Rita de Cássia da Conceição Gomes (Profa. Dra. do Departamento de Geografia-
UFRN)
Historicamente a organização espacial do Seridó norte-rio-grandense esteve vinculada ao
desenvolvimento de suas atividades econômicas tradicionais, isto é, da pecuária; da agricultura de
Anais XI Semana de Humanidades
125
subsistência e de exportação; e da mineração. Essas atividades permitiram uma dinâmica social,
política e econômica para essa região, ascendendo sua importância no cenário político e
econômico do Estado. Contudo a partir dos anos de 1980, em meio ao processo de modernização
disseminado no país, essas atividades entram em crise, desencadeando conseqüentemente um
processo de reestruturação desse espaço, a partir da formação de um novo perfil sócio-político e
econômico, surgido em meio ao empobrecimento da aristocracia agrária regional. Esse processo
enseja a formação de novas relações campo-cidade, redefinindo nessa perspectiva, o espaço das
relações de poder, empreendidas na esfera regional. Por outro lado, esse processo empreende a
formação de uma nova dinâmica de acumulação do capital, constituída por novas territorialidades
representadas pelas fábricas de bonés, panos de prato, chapéus e camisetas. Essas mudanças
refletem ainda na formação de atividades agrícolas e não agrícolas no espaço rural, como pode
ser evidenciado pelas indústrias ceramistas, pela exploração de gemas e rochas ornamentais, bem
como, de atividades relacionadas ao setor de serviços.
14. Uma análise da fragmentalçao territorial no Rio Grande do Norte. Apresentador-autor.
João Arthur Sarmento Verissimo (Graduando em Geografia-UFRN e Bolsista do
Programa Especial de Treinamento)
arthurmalk@zipmail.com.br
Tutor do porgrama PET-Geografia:
Prof. Dr.Anelino Francisco da Silva
O Rio Grande do Norte, assim como os demais estados do Brasil, possuem um espaço territorial
delimitado politicamente. Essa delimitação e fruto de relações político-administrativas do período
colonial até os dias atuais. Varias vezes o território foi alvo das relações socio-espaciais que
determinaram a (re)produção do espaço territorial e sua fragmentação. Em termos gerais o Rio
Grande do Norte teve uma maior dinâmica socio-política quando sua economia desenvolveu-se
ao ponto de gerar divisas mais significativas para o estado,desde então as crescentes relações de
poder da sociedade determinam a (re) construção do território Norte-rio-grandense, acentuando
cada vez mais a sua fragmentação. Fragmentação esta em que o presente trabalho pretende
avaliar e tentar identificar outras vertentes de analise.
15. Análise da paisagem serrana sob a ótica da geografia cultural: um estudo
de caso do município de Guaramiranga – CE. Autor/ apresentador:
Henrique Clementino de Souza (Bolsista do Programa Especial de Treinamento em
Geografia-PET – UFRN; )
henryclemrn@yahoo.com.br
Orientador:
Anelino Francisco da Silva (Prof. Dr. do Departamento de Geografia-UFRN)
Este projeto de pesquisa envolve, especificamente, as problemáticas inerentes ao estudo da
paisagem serrana, tendo como aporte teórico as contribuições desenvolvidas pela Geografia
Anais XI Semana de Humanidades
126
Cultural para subsidiar a análise do município de Guaramiranga, localizado na região central do
Estado do Ceará a uma altitude de 865m. Na categoria da Geografia Cultural, irá ressaltar-se a
observação e interpretação deste espaço serrano como potencial local que favorece a uma perfeita
análise da paisagem sob o enfoque instigante da Geografia Cultural, haja vista, que é uma área
com características paisagísticas bem peculiares e diferenciais que proporcionam uma avaliação
substancial do município, a partir da dualização entre o rural e o urbano, o moderno e o antigo, a
partir disso, a referida pesquisa terá como aporte o método científico da teoria geral dos sistemas,
apoiada nas bases teóricas do estruturalismo na busca de reflexões teórico-empíricas para esta
temática. Quanto as metodologias a serem utilizadas no decorrer da pesquisa, estas por sua vez,
serão as seguintes: pesquisa bibliográfica, trabalho de campo, levantamento fotográfico, coleta de
dados e entrevistas, na busca de se apreender a observação e a percepção da paisagem serrana sob
a ótica da escola do paisagismo, ao qual está inserida no contexto da Geografia Cultural.
16. Negros do Rosário, uma tradição cultural no Seridó potiguar. Autor:
Luiz Eduardo do Nascimento Neto (Mestrando em Geografia./ PPGe/UFRN)
lugiarts@hotmail.com
Orientador:
José Lacerda Alves Felipe (Prof. Dr. do Departamento de Geografia-UFRN)
Os negros trazidos para o Brasil não só contribuíram para a miscigenação mas sobretudo, para a
formação sócio-cultural do território. As tradições, usos e costumes produzidos pelos negros no
espaço brasileiro se perpetuam ao longo dos séculos, seja contribuindo nos aspecto da culinária,
do artesanato, no sincretismo religioso, como nas inúmeras manifestações culturais produtoras de
essências, simbolismos e imaginários que norteiam, marcam e transcendem as sociedades
inseridas nestas contextualizações. Norteando uma destas vertentes aportamos análises nas
festividades produzidas pelas irmandades dos negros do Rosário no Seridó potiguar
especificamente na cidade de Jardim do Seridó. Estas instituições ocupam e produzem territórios
e territorialidades plausíveis de investigações. Originárias das festas de cunho religioso exclusivo
dos negros, estas irmandades conservam aspectos tradicionais de sua cultura e tradição, contudo
tem perdido no decorrer do tempo a sua expressividade, mesmo sofrendo algumas alterações,
mantém vivo os conteúdos originários aliados aos aportes da religião. Ainda que esta tradição
permeada de simbologias e parte integrante do aporte cultural, observa-se pouco interesse e
incentivo das instituições culturais em projetos de manutenção desta tradição secular. Estas
festividades religiosas tecem significados perpassando por conteúdos da cultura gerando
processos identitários e produzindo territorialidades dentro de seus festejos e nas comunidades
em que se fixaram. Almeja-se um despertar para a construção destas festividades a consolidar
(re)estruturações tornando-as expressivas na cultura potiguar.
Anais XI Semana de Humanidades
127
17. Ponta Negra: uma nova espacialidade Apresentadora/autora:
Catarina Neverovsky (Mestranda de Arquitetura e Urbanismo na UFRN)
hailleka@ig.com.br
Orientadora:
Ângela Araújo Ferreira (Profª. Drª. do Departamento de Arquitetura-UFRN)
As transformações políticas, econômicas e culturais resultantes da globalização imprimiram uma
certa mentalidade aos habitantes de grandes centros estabelecendo “estilos de vida” dentro do
modo de vida urbano. Os novos modos de produção levaram ao surgimento de pequenas e médias
empresas frente a desindustrialização, onde executivos que perderam seus empregos
aventuraram-se em franquias e abertura de empresas prestadoras de serviços. O setor de turismo
foi um filão cobiçado. O Estado apoiou estas mudanças com financiamentos no setor hoteleiro e a
urbanização turística. Em Natal, o bairro de Ponta Negra, o mais representativo dos investimentos
do governo do Estado para o desenvolvimento turístico, consolidou-se como porta de entrada dos
turistas, atraindo empreendedores de pequeno e médio porte, com forte presença de migrantes
vindos de outras regiões do país assim como de outros países. O turismo vem reestruturando as
relações sócio-espaciais do bairro, transformando Ponta Negra no local preferido pelos migrantes.
O desejo de estar perto do mar, atividade turística, a busca por qualidade de vida, o “clima” de
férias, a diversidade de pessoas, são atrativos para os migrantes. Eles trazem consigo seus hábitos
de consumo expressos pela preferência por de determinadas mercadorias, gosto culinários, modos
de vestir, e escolha do lugar para viver. A opção por Ponta Negra, pelos migrantes reflete mais a
predominância do fator “estilo de vida” do que fator capital. O conflito entre o “estilo de vida”
dos migrantes e dos potiguares tem sua espacialização no espaço intra-urbano do Natal com a
auto-segregação dos primeiros e a fidelidade dos segundos, quanto a preferência para residir em
bairros mais tradicionais como Tirol e Petrópolis.
18. A paisagem da Praia de Ponta Negra: um olhar sócio-ambiental Autores:
Domingos Fernandes Pimenta Neto (Graduando em Geografia-UFRN)
domingoscefet@ig.com.br
Tabtha Santiago Rodrigues (Tecnóloga em Meio Ambiente-CEFET-RN)
tabtha@yahoo.com.br
Orientadora:
Leci Martins Menezes Reis (Professora da área de Recursos Naturais do CEFET-RN)
A atividade turística tem representado uma das principais fontes de renda para a cidade de Natal
nos últimos anos. Tal fato deve-se, sobretudo, a presença de exuberantes paisagens naturais,
podendo-se destacar a Praia de Ponta Negra, um dos seus principais chamarizes. Devido a
importância do ambiente para o setor produtivo do município, foi realizado um diagnóstico sócio-
ambiental da praia, por meio de revisão bibliográfica, coleta de dados in loco, confecção de cartas
temáticas e realização de consultas públicas, através da aplicação de entrevistas com os atores
Anais XI Semana de Humanidades
128
sociais envolvidos na questão. Os resultados mostraram que desde a década de 70, Ponta Negra
tem sofrido grandes modificações em virtude do desenvolvimento da atividade turística,
atingindo o seu ápice na execução do último projeto de reurbanização, concluído em 2001,
quando a praia ganhou uma infra-estrutura apropriada, capaz de acolher adequadamente os seus
visitantes. As ações executadas, segundo os entrevistados, trouxeram melhorias para a praia,
obtendo um alto índice de aprovação, principalmente por parte dos proprietários de hotéis e
restaurantes ao longo da orla. No entanto, o projeto também apresenta uma face bastante elitista,
uma vez que acentuou discrepâncias sociais, apresentando aspectos danosos aos pequenos
comerciantes e ambulantes, principalmente no concernente a manutenção de renda e estrutura de
trabalho. Dessa forma, conclui-se que o principal rumo para o desenlace dessa questão seria
através da democratização dos benefícios oriundos de praia de Ponta Negra, por meio do pronto
atendimento das necessidades daqueles que a utilizam.
Anais XI Semana de Humanidades
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GT-16: CIDADE, ATORES E POLÍTICA: CONTINUIDADES E
RUPTURAS NOS MOVIMENTOS SOCIAIS Coordenadoras:
Profª. Ms Maria da Conceição Fraga (Departamento de Historia)
E-mail: ceicafraga@bol.com.br
Profª. Doutoranda Irene Alves de Paiva (Departamento de Ciências Sociais)
E-mail: irene@natal.digi.com.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco B, sala 3, 30 lugares, terça e quarta, 20 e
21 de maio, 14:00-18:00h.
As cidades e os atores que a compõem vêm a cada dia se constituindo em palcos de
manifestações políticas no País. Nesse contexto, os chamados movimentos sociais ocupam
papel privilegiado na construção e redefinição das políticas nacionais e locais. Ao longo das
décadas de 80 e 90, esses movimentos imprimiram transformações significativas na forma
de fazer política. Com base em pesquisas realizadas que investigam o papel desempenhado
por atores privilegiados na condução das ações coletivas, o presente Grupo de Trabalho
estuda tensões existentes entre os movimentos sociais e diferentes atores que o compõem:
Partidos Políticos, Igrejas, ONG’s, minorias entre outros.
RESUMOS
1. Memória e Identidade: origem que alavanca sujeitos e constrói lugares Célia Regina Neves da Silva (Mestre em Planejamento Urbano e Regional -
IPPUR/UFRJ e doutoranda em Ciências Sociais - CCHLA/UFRN)
A memória social foi reconstruída através de um acervo de histórias de vida, obtidas entre
participantes e lideranças dos movimentos sociais. Trabalhamos, neste sentido, em Vila dos
Palmares, um loteamento irregular na zona oeste do Rio de Janeiro que, no início dos anos
80, teve o seu processo de organização intensificado em torno de questões fundamentais
para uma população que lutava pelo direito de morar com dignidade. O imaginário popular
constitui-se na principal categoria orientadora de nossas reflexões. Pretendemos, pois,
revelar conteúdos deste imaginário referido à vida urbana, às representações de cidade.
Trata-se de resgatar, no conjunto de acontecimentos gerais, as experiências vividas por cada
um e, sobretudo, as imagens reconstruídas pelo trabalho da memória. Cabe-nos a tarefa de
captar essas imagens numa tentativa de dizer dos processos vividos pelos sujeitos em ação.
Trata-se, ainda, de buscar subjetividades em contextos, “formas-conteúdo” onde mesclam-
se materialidades e relações sociais, objetos e ações que conformam o cotidiano e as suas
rupturas. Esta é uma tentativa analítica que, ao visar o aprofundamento de contextos sociais
e políticos, concebe os sujeitos populares como fazedores de história, a experiência pessoal
é, portanto, o grande fio condutor de histórias. Ou seja, cada experiência conduz uma vida a
diversas histórias que se amalgamam numa teia de significados, construindo lugares
políticos novos, novas práticas, e fundando o compartilhamento de interesses e vontades.
Desta perspectiva, pretendemos romper com a história que se apresenta totalizante e linear.
Anais XI Semana de Humanidades
130
2. Movimento Estudantil e a ocupação da reitoria na UFRN Michelle Pascoal Maia (Graduanda em História - UFRN)
Os estudantes norteriograndenses tem um longo histórico de lutas e resistência no
estado,inclusive diante dos governos militares, houve diversas manifestações e participação
dos jovens secundaristas e universitários no decorrer do tempo. Perceberemos que os
estudantes se organizavam através das suas entidades representativas como o
DCE,UNE,CAs, ou em tendências,partidos políticos. Na década de 80 a juventude tomava
as ruas reivindicando eleições diretas para presidente do país, além do direito de se
expressar, porém era peça fundamental no processo de redemocratização do país. Em 1984,
na UFRN, aconteceu o processo de ocupação da Reitoria, que contou com a participação
expressiva de alunos e o apoio de professores e funcionários,contou ainda com a enorme
participação dos residentes universitários. Temos como objetivo:centralizar o processo de
redemocratização do país, investigar o papel dos partidos políticos como sujeitos coletivos
na organização e condução da ocupação da Reitoria da UFRN e avaliar as diferentes
avaliações sobre o processo de ocupação para os protagonistas.
3. A participação das mulheres no movimento de 1935 Aluízia do Nascimento Freire (Aluna do curso de História da UFRN)
O movimento organizado em 1935 pelos comunistas no Rio Grande do Norte,
desempenhou importante papel na sociedade brasileira, durante esse período. As mulheres
embora não tenham ocupado papel de destacado na direção do partido à época,
participaram de maneira de maneira ativa do movimento. A presente pesquisa analisa o
papel de Amélia Gomes Reginaldo e Leonila Félix, na Insurreição de 35, tem como
objetivo contextualizar os anos 30 no Brasil e no RN; o papel do partido comunista naquele
contexto e a participação da mulher à época.
4. Estudantes em perspectiva: movimento estudantil secundarista no Rio
Grande do Norte (1982-1992) Adriana Cristina da Silva Patrício (Bacharel em História/UFRN e Pós-
graduanda em História do Campo e da Cidade - UFRN)
O movimento estudantil desempenhou importante papel na sociedade brasileira durante os
governos militares, sobretudo de 1964 a 1969. Foi um dos principais movimentos de
resistência nesse período e continuou participando ativamente, nas décadas seguintes, das
reivindicações públicas como um importante ator social da vida política do Brasil e do
nosso Estado. No Rio Grande do Norte, a década de 80 serviu como palco para a
reorganização do movimento estudantil secundarista através da ativação de entidades como
a União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES-Natal) e a reativação da
Associação Potiguar de estudantes Secundários (APES). Além das acirradas disputas pela
hegemonia no movimento estudantil, os diferentes grupos políticos se unificavam em torno
de algumas das lutas (que englobavam do âmbito geral ao específico) características desse
movimento social nas décadas de 80 e 90 do século XX como: as reivindicações pela
democratização do país e construção dos “Grêmios Livres”; as “Diretas Já” para
presidente do país e diretas para diretores de escolas; contra o aumento das tarifas de
transportes e pela garantia dos tickets estudantis. No entanto, essa unificação nem sempre
Anais XI Semana de Humanidades
131
foi possível, e as “divergências” levaram a disputas que tiveram destaque na imprensa local
da época. O movimento estudantil, após os governos militares, construiu parte da história
social do nosso Estado, e as manifestações estudantis tiveram um destaque na vida
cotidiana da cidade do Natal.
5. A Ordem: Jornal, agente cultural e estrutura ideológica no Rio Grande
do Norte (jan. à mar. 1964). Rosana Karla Bezerra de Melo (Bacharel em História – UFRN)
No inicio dos anos 60, século XX, o Brasil atravessou um período de intensas
manifestações, inauguradas nos anos 50, de setores da sociedade civil: estudantes,
sindicatos, políticos de esquerda, etc. Esses grupos, reunidos em torno das idéias
nacionalistas, formaram frentes de mobilização em defesa das Reformas de Base, sendo a
principal delas a Agrária. Essas mobilizações, sobretudo no governo do presidente João
Goulart, desencadearam vigorosas manifestações dos grupos conservadores, elites e cúpula
da igreja católica, que se uniram nas acusações de que o presidente estaria levando o Brasil
à “agitação social” e à “subversão”, refletindo o medo da “comunização” do país. No inicio
de 1964, a crise política agudizou-se, resultando no movimento que depôs o Presidente
Goulart a 31 de março daquele ano. No Rio Grande do Norte, os reflexos do que acontecia
na política nacional, foram amplamente sentidos, tanto as mobilizações em torno das idéias
nacionalistas quanto às manifestações contrárias sendo que, a Igreja Católica no Estado
muitas vezes liderou o combate as idéias comunistas, privilegiando um instrumento
fundamental dentro de sua estrutura ideológica nesse combate: o seu órgão de imprensa A
Ordem.
6. Militares e política no Rio Grande do Norte (1961-1964) Paulo André Lacerda do Rego (Bacharel em História – UFRN)
Analisa a participação de militares na política durante o período de 1961, quando ocorreu a
renúncia de Jânio Quadros até 1964, quando ocorreu a deposição de João Goulart. Parte da
História Social, na concepção de Febvre e tem como objetivo: contextualizar a política
internacional e suas ingerência no Brasil; investigar as particularidades da política no Rio
Grande do Norte, bem como identificar diferentes interpretações sobre a participação de
militares na política.
7. MST: ator político Paulo Roberto Palhano Silva (Aluno do Doutorado em Educação – UFRN)
ppalhano@digizap.com.br
Qual a importância do campo político? Tomamos a referência de Pierre Bourdieu para qual
campo político procura abrir o pensamento a partir da indagação de algo que se torna
aparentemente familiar, porém margeado por complexidade envolvendo cotidiano e ações
futuras que às vezes estão no plano da especulação ou que no presente marcam a vida das
populações, por causa de suas perspectivas (2000). A pesquisa tem como foco estudar a
lógica que preside as ações do MST. Sabe-se que o MST enquanto ator político tem sido
capaz de gerar processos sociais mobilizadores de famílias visando ocupações e
desapropriações para fins de reforma agrária. Uma das estratégias utilizadas tem sido dá
visibilidade nas cidades aos conflitos agrários, tendo para tal, realizado marchas,
Anais XI Semana de Humanidades
132
caminhadas, atos, ocupações de prédios púbicos. Bem como, de buscar parcerias com
outros Movimentos Sociais e instituições da sociedade civil e política. Investiga-se a partir
da teoria bourdesiana as noções de campo político e suas articulações com o habitus e
carteira.
8. Os movimentos sociais e a participação social: da reivindicação à
deliberação Ivaneide Oliveira da Silva (Aluna do curso de Ciências Sociais– UFRN)
Entender o sentido das mudanças políticas que estão ocorrendo no Brasil, desde os anos 90,
requer, em princípio, compreendermos a construção de uma nova concepção de sociedade
civil, como resultado das lutas sociais, nas décadas de 70 e 80, por direitos e espaços
sociais. A construção dessa nova concepção resultou numa visão ampliada da relação
estado-sociedade, a qual, a partir de uma nova institucionalidade resultou na reformulação
da esfera pública e do que lhe pertence. Esse trabalho, a partir de pesquisas bibliográficas
sobre o tema da participação, tem o objetivo de compreender se a ampliação do espaço de
participação política permitiu aos movimentos sociais expressarem, de forma efetiva, uma
maior influência na deliberação de políticas públicas. Procuramos enfocar quais as
dificuldades enfrentadas pelos movimentos sociais em passar de uma postura anti-estado
para uma atuação em parceria com o governo. A partir dessa pesquisa, identificamos que
apesar das lutas sociais terem logrado importantes vitórias nos anos 70 e 80, a participação
social ainda enfrenta sérias limitações, em parte, decorrentes das dificuldades da sociedade
em transitar de uma postura reivindicativa para uma postura deliberativa.
9. O Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de São Paulo do
Potengi: Um novo modelo de gestão compartilhada Ivaneide Oliveira da Silva (Aluna do curso de Ciências Sociais– UFRN)
Atualmente, assistimos a uma nova forma de gestão das políticas públicas pautada na
participação social, ou seja, no comprometimento dos cidadãos em relação à tomada de
decisões políticas. Essa modificação está diretamente relacionada com o processo de
descentralização político-administrativa , evidenciado no país, e concretizado na idéia de
parceria governo/sociedade. Nesse contexto político, os Conselhos Gestores se apresentam
como modelo institucional de cidadania. Por tratar-se de um modelo de gestão recente, a
participação social enfrenta diversas limitações. Este trabalho tem como objetivo identificar
as causas das limitações da participação social no Conselho Municipal de Desenvolvimento
Rural em São Paulo do Potengi. Através de entrevistas e pesquisas bibliográficas
identificamos hipóteses como desmobilização social, cultura política e dificuldades de
adaptação ao processo de descentralização, como possíveis explicações para as dificuldades
de participação efetiva da sociedade no Conselho.
Anais XI Semana de Humanidades
133
10. A Gestão Participativa em administração municipal: a experiência de
Natal Lindijane de Souza Bento Almeida (Doutoranda do Programa de Pós-graduação
em Ciências Sociais - UFRN)
De maneira geral, há, na atualidade, uma grande preocupação, no mundo como um todo,
com a maior participação da sociedade na gestão pública. No Brasil, a Constituição,
promulgada em 1988, definiu em termos legais um novo modelo de gestão, que supõe a
abertura do processo decisório à sociedade organizada para tornar mais eficiente a
prestação dos serviços públicos, assim como dá respostas eficazes ao quadro de carências
locais. Para tanto, implantam-se novos procedimentos de formulação/implementação de
políticas públicas no país. A partir dos anos 90, o desenho de todas as políticas sociais
inclui a constituição de Conselhos Gestores, os quais significam o estabelecimento de
novas relações entre governo e sociedade, o que supõe a distribuição do poder de decisão
entre ambos. Eles aparecem como elemento fundamental de democratização das ações
governamentais, porque são os espaços onde se viabiliza o sentido democratizante do
processo descentralizador, na medida em que possibilita a participação da sociedade nas
decisões governamentais. A discussão em torno da descentralização, que vem ocorrendo
desde o início da redemocratização, assume uma importância fundamental, principalmente,
dentro dos chamados partidos progressistas, entendendo-se partidos progressistas aqueles
que apontam ou na direção da social-democracia ou do socialismo, os quais assumem uma
postura de governar de forma mais democrática e de abrir os espaços de decisão para a
sociedade. O presente trabalho analisa o modo como vem sendo experimentados
mecanismos de gestão participativa, apoiado na concepção de participação cidadã, em uma
administração municipal de um partido originalmente socialista, o Partido Socialista
Brasileiro (PSB).
11. Os impactos sociais do Programa Bolsa Escola no município de
Parnamirim Elaine Cristina Farias de Oliveira (Aluna do Departamento de Serviço Social –
UFRN)
Frânslie Quinto Bezerra (Aluna do Departamento de Serviço Social – UFRN)
O Brasil tem atualmente cerca de 3,8 milhões de crianças trabalhando onde mais da metade
estão fora da escola. Problemas como evasão escolar, repetência e desinteresse pelas aulas
são relacionados, na maioria dos casos, à falta de expectativa social e econômica de uma
família que mal tem como se sustentar e por isso se vê forçado a ter todos os seus membros
trabalhando, inclusive crianças e adolescente. Diante desse problema, foi pensado o
programa Bolsa-Escola, como forma das crianças poderem estudar. A pesquisa tem o
objetivo de avaliar esse programa como também detectar as diferenças existentes entre o
projeto original e o implantado pelo governo Federal, como também analisar quais as
melhorias que o programa trouxe no campo educacional, familiar e no campo econômico.
Verificando as dificuldades, falhas e lacunas que essas diferenças provocaram, e
procurando identificar as mudanças da condição social dos beneficiados pelo programa no
Anais XI Semana de Humanidades
134
município de Parnamirim, e assim analisar se a mudança no programa modificou o real
objetivo ou metas do mesmo.
12. A política das águas no Ceará: da açudagem a participação Lôidy Pereira de Lima (Aluna do Departamento de Ciências Sociais – UFRN)
Historicamente a questão das águas tem sido um problema, ou um desafio a ação
governamental no estado do ceará. Nos últimos anos, contudo, com a flexibilização da
gestão pública em algumas áreas – conseguida com a constituição de 1988 – alguns estados
conseguira dar inicio a criação e formulação de legislações estaduais e aparelhos
institucionais de gestão e gerenciamento de recursos hídricos. Os estados do Ceará, São
Paulo e Rio Grande do Sul, por volta da Segunda metade dos anos oitenta, começaram a
discutir a descentralização e o gerenciamento de suas águas. A implementação de um novo
modelo de gestão de recursos hídricos do Ceará passa pela reformulação/criação de uma
série de órgão estaduais, dentre eles os comitês de bacia hidrográfica, que são espaços
definidos pela legislação estadual, de participação da sociedade e de interação desta com o
poder público. Dessa forma, o caso do estado do Ceará mostra-se imensamente importante
para o conhecimento da política e da gestão das águas no nordeste por compor as primeiras
experiências de um novo modelo de gestão dos recursos em consonância com as discussões
internacionais. Com o objetivo, portanto, de traçar um breve histórico da política das águas
no ceará destacando o comitê de bacia hidrográfica como elemento central de
implementação dessa nova política foi elaborado o presente trabalho.
13. As dinâmicas institucionais e os novos paradigmas de
desenvolvimento, novos atores, novos papeis, velhas práticas? Gil Célio de CASTRO Cardoso (Aluno do Programa de Pós-graduação em
Ciências Sociais da UFRN)
O início dos anos de 1950 marca um período de novas soluções para o enfrentamento da
questão regional do Brasil, sobretudo com relação ao Nordeste. Frente ao aumento das
desigualdades regionais e, portanto, frente ao fracasso da generalização da expansão
econômica a todo território, foram criados os organismos de desenvolvimento e
planejamento regional, como o Banco do Nordeste de Brasil e a SUDENE, que
enfrentariam prioritariamente a falta de infra-estrutura de transportes e de energia da
Região que, aliado aos incentivos fiscais e os créditos do Banco do Nordeste, deveria ser
capaz de permitir na industrialização e, conseqüentemente, o desenvolvimento da região.
No inicio da década de 1990 a política de desenvolvimento para o Nordeste é reorientada à
luz da noção sustentabilidade de qualquer processo de desenvolvimento. Para
operacionalizar as políticas de desenvolvimento focada na sustentabilidade, fez-se
necessário o surgimento de um aparelho estatal que viabilizasse o diálogo dos principais
atores envolvidos no processo: governo , mercado e sociedade civil. Assim, o Banco do
Nordeste começou, em 1995, um processo de mudança significativo em que, dentre outra
coisas, redefiniram-se sua missão, seus processos e seus produtos. A definição do Banco do
Nordeste como “agente de desenvolvimento” e, portanto, como o principal ator da
operacionalização das políticas de desenvolvimento regional, apresenta alguns
questionamentos, dentre as quais uma merece nossa reflexão: será que a instituição, após a
mudança vivida, apresenta as condições reais para facilitar a realização de um processo de
Anais XI Semana de Humanidades
135
desenvolvimento sustentável, onde o “desenvolvimento” é resultado de um processo
endógeno, que surge de dentro para fora, de um esforço dos atores locais, portanto,
resultado da ação de pessoas que provocam mudanças no seu meio, representando, assim,
uma nova etapa no processo de desenvolvimento do Nordeste?
Anais XI Semana de Humanidades
136
GT-17: MASCULINO, FEMININO: RELAÇÕES DE GÊNERO Coordenadoras:
Profª. Drª Elisete Schwade (Departamento de Antropologia)
E-mail: schwade@digizap.com.br
Profª. Ms. Elizabeth Nasser (Departamento de Antropologia)
E-mail: elizabethnasser@terra.com.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco B, sala 4, 25 lugares, terça e quarta, 20 e
21 de maio, 14:00-18:00h.
O Grupo de Trabalho tem como objetivo a discussão da construção cultural do masculino e
do feminino a partir do gênero enquanto categoria analítica, cujo argumento principal é a
desconstrução de práticas e representações associadas ao masculino e ao feminino, por
meio do questionamento de seus suportes. Entendendo que feminino e masculino se situam
em um universo relacional, buscará enfatizar a construção das diferenças e a pluralidade de
enfoques permitidos pela reflexão a partir do gênero: relações homens/mulheres, entre
homens, entre mulheres, masculinidades, mulheres em diferentes contextos e movimentos.
Pretende, assim, oportunizar a discussão de representações e práticas associadas ao
masculino e ao feminino, tendo como base pesquisas concluídas e em andamento, em
diferentes contextos (religião, política, literatura, cotidiano etc.) focalizando as relações de
gênero no interior do universo sócio-cultural no qual tais práticas e representações se
sustentam.
RESUMOS
a) Sexualidade e Conjugalidade
1. A intimidade dos lobisomens – masculinidade e homossexualidade Francisco Sales da Costa Neto (Mestrando do Programa de Pós-graduação em
Ciências Sociais – UFRN)
A cultura urbana nas grandes cidades possibilita a vivência da sexualidade desviante. A
vida conjugal de homens homossexuais na cena urbana representa um estilo de expressão
da homossexualidade; dentro dela temos dois pontos de reflexões importantes para a
compreensão da sexualidade: a masculinidade e os sentimentos de complementação entre
os parceiros. Analisamos esses dois pontos como partes das uniões homossexuais
masculinas. A formação da identidade homossexual constrói-se também a partir das
relações estabelecidas no meio urbano. Nesta pesquisa, utilizamos entrevistas abertas e uma
etnografia das visitas a esses casais residentes na cidade do Natal para a elaboração da
análise e conclusão. Colocamos nosso parecer através dessas informações acerca da
masculinidade e dos sentimentos de complementação.
Anais XI Semana de Humanidades
137
2. Maria Bonita e Lampião: A Sexualidade no Cangaço – Fragmentos de
um Romance no Sertão Ilsa Fernandes de Queiro (Mestranda do Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais – UFRN)
O tema que desenvolvemos centraliza, principalmente Maria Bonita, por compreender o
marco de modificações que introduziu no bando após ter ido compartilhar sua vida com
Lampião no cangaço. O cangaço abrangeu o NE quase como um todo, exceto O Maranhão
todos os outros estados o vivenciaram.Nosso texto está organizado em três fragmentos; no
primeiro tratamos da origem; Cangaço dependente e independente; De Virgulino a
Lampião e uma pequena introdução do que era o bando de Lampião antes das mulheres; No
segundo tratamos sobre a chegada de Maria Déa – Maria Bonita ao bando, o que
conseqüentemente foi um marco e minou a chegada de outras mulheres provocando
modificações no bando na vida dos cangaceiros e das cangaceiras. No terceiro
desenvolvemos enfocando o sexo, o erotismo e o amor no mundo do cangaço, no bando de
Lampião e principalmente entre Lampião e Maria Bonita.Para tanto investiguei diversas
obras, que nos auxiliaram na idéia de que Maria Bonita e Lampião foi um romance
desejado, e conquistado para fora e dentro do bando, um amor que venceu a dura regra do
“CÓDIGO DE HONRA”, que proibia a presença de mulheres dentro dos bandos, porque
elas ameaçavam a ordem social de convivência dos cangaceiros.
3. Práticas rituais de exorcismo na IURD: a máscara da comunicação e do
desejo. Maria do Socorro Santos Ribeiro (Mestre em Ciências Sociais – UFRN)
O presente trabalho tem por objetivo apresentar o processo ritual do exorcismo na Igreja
Universal do Reino de Deus- IURD, foco de observações e análises de representações da
sexualidade. Nesse ritual, as mulheres, de modo particular, estimuladas pela dramaticidade
ritual, incorporam entidades dos cultos Afro-brasileiros, consideradas, por esta Igreja,
demoníacas. No processo de possessão, revestem-se de “máscaras” que lhes permite, não
apenas exteriorizarem o mal, as dores, o sofrer cotidiano, mas interpretá-los, sobretudo as
questões de “foro íntimo”, associadas particularmente à sexualidade. As
representações/interpretações da “máscara” utilizada por dona Cleomar, uma das
personagens representativas de todas as possessões ritualizadas na IURD, comunica
diversos dramas e desejos, principalmente o de enfrentar o desejo sexual de seu marido pela
enteada, e , sobretudo, expressão de seu desejo de resolução do drama familiar pela
regulação da conduta e do comportamento do marido.
4. Violência conjugal, gênero e crimes de honra. Analba Brazão Teixeira (Mestranda do Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais – UFRN)
O Trabalho “Violência conjugal, gênero e crimes de honra” busca compreender, através de
autores(as) como Mariza Correa, Miriam Grossi, Pitt-Rivvers,Claúdia Fonseca e outros(as)
como se processa a violência conjugal que culmina com a morte nas relações de
conjugalidade, tendo como pano de fundo a categoria honra que ainda tem sido utilizada
para justificar os homicídios contra as mulheres. Esta pesquisa sobre crimes de honra no
Anais XI Semana de Humanidades
138
RN irá analisar 10 casos de homicidas suicidas, homens que matam suas companheiras ou
ex-companheiras e em seguida se suicidam. Este trabalho está sendo desenvolvido para
obtenção de título de mestre no mestrado em ciências sociais da Universidade federal do
Rio Grande do Norte. Estamos fazendo uma revisão teórica dos temas: relações de gênero;
violência de gênero; violência conjugal; casamento e separação; ciúme; honra, para a partir
dessa revisão compreender como se dá as relações de gênero no Rio Grande do Norte e em
qual contexto estes crimes acontecem.
b) Educação
5. Gênero e educação na periferia de natal: a construção de vínculos
afetivos Gardênia Campos (Mestranda do Programa de Pós- Graduação em Ciências
Sociais – UFRN)
Célia Refina Neves da Silva (Doutoranda do Programa de Pós- Graduação em
Ciências Sociais – UFRN)
A educação infantil tem sido realizada tendo a mulher como seu agente principal. Este
quadro aponta para uma reprodução de tarefas tradicionalmente femininas que envolvem
cuidado e proteção, tornando a atividade profissional, uma extensão das tarefas domésticas.
Quanto aos homens, a sua visibilidade no espaço profissional da educação, ocorre no
momento em que se inicia a fragmentação dos conteúdos escolares, ficando sob a sua
responsabilidade o desenvolvimento de disciplinas reconhecidas de raciocínio lógico. Não é
de se espantar se lembrarmos que culturalmente foram socializados, a desenvolverem
atividades que envolvem a velocidade e a exatidão do pensamento. Este quadro é ainda
mais nítido quando referido às periferias. Em Natal/RN grande parte das crianças desse
segmento educacional freqüenta “escolinhas” da periferia onde, da proprietária às
educadoras, todas as trabalhadoras são mulheres pobres que conseguiram concluir o
magistério. Ocupando, então, o lugar de educadoras informais, lançam-se num trabalho
árduo e permanente. Essas mulheres constituem quase que a única esperança para crianças
que, vivem a exclusão do espaço destinado à educação formal. Silenciosamente resistem,
tendo consigo a única saída: a solidariedade.
6. Em busca da mulher-professora: questões de gênero e práticas de
pesquisa na formação docente Tatyana Mabel Nobre Barbosa (Doutoranda do PPGEd – UFRN/CAPES)
Profa. Dra. Conceição Passeggi (Depto. de Educação – UFRN/CNPq)
Embora a mulher seja a principal veiculadora da educação escolarizada (LOPES, E. 1991;
ALMEIDA, C. 1991), apenas recentemente utiliza-se o gênero (LOURO, 2000b, 2001)
como categoria cientificamente aceitável nas investigações pedagógicas. A partir do
movimento feminista, por volta dos anos 70, a mulher emerge como tema de pesquisa,
(ALMEIDA, J., 1998) e demanda estratégias metodológicas específicas na recolha dos
dados. Neste trabalho, decorrente do Projeto Integrado “Representações Identitárias e
Anais XI Semana de Humanidades
139
Autonomia Profissional” (PASSEGGI, M. C., 2003 – UFRN/PPPG/CNPq), buscamos
identificar e caracterizar as práticas essenciais à pesquisa das mulheres-professoras na
situação da formação docente. O Projeto desenvolveu-se no Instituto de Ensino e Educação
Superior Presidente Kennedy (IFESP, Natal-RN), junto a 05 professoras-alunas, sob a
perspectiva qualitativa e etnográfica (BOGDAN e BIKLEN, 1994). As práticas de pesquisa
utilizadas basearam-se na forma ativa de observação participante (COULON,
1995a,1995b, ANDRÉ, 1995), a fim de estabelecer a confiança e aceitabilidade do grupo.
Tais práticas apontaram a institucionalização de fazeres da esfera privada feminina: as
confidências e segredos (fontes orais) e os registros de caráter íntimo, com os diários
(fontes escritas), correspondem, respectivamente, à discussão sobre a prática docente e à
escrita do Memorial de Formação, realizadas no IFESP. Com isso, visamos a contribuir na
criação de um novo campo metodológico e a tornar as mulheres-professoras agentes na
produção do conhecimento (LOURO, 2000a).
c) Família/casamento
7. Relações intimas de gênero e transação econômica: uma analise
sociológica da vida econômica a partir dos discursos produzidos nos
processos de divórcios litigiosos Noemia Arruda Varela (Mestranda do Programa de Pós- Graduação em
Ciências Sociais – UFRN)
A vida cotidiana coloca um desafio para as escolhas de indivíduos e instituições: Até que
ponto podemos monetarizar atividades e coisas feitas em nome do afeto, do cuidado e da
atenção para com o outro? O estabelecimento de fronteiras claras entre o mundo do
mercado e aquele das relações afetivas expressa uma oposição binária forte não apenas no
senso comum, mais também nas ciências sociais. Analisar como a “vida intima” e
“mercado” relaciona-se nos discursos dos diversos atores envolvidos com o processo de
divorcio e como a dimensão de gênero estrutura as diversas matizes discursivas que dão
sentido à disputa em torno das somas monetárias envolvidas numa separação litigiosa.
Utilizamos entrevistas, analise de discurso, analise documental e o recolhimento de dados
existentes como instrumentos metodológicos. Constatou-se uma marca de um mundo
colonizador, regido por uma lógica voraz que subjuga as outras esferas da vida em
sociedade, se seguirmos as instituições de Karl Polanyi em “A grande transformação”, não
apenas no mercado mas na vida econômica não pode ser entendida se não se levam em
conta as relações sociais e culturais na qual aquela se encontra “envolvida”, dessa forma a
relação intima, são marcadas pelo fato de viverem atravessadas por relações monetárias: a
vida efetiva não está isenta de “mercantilização”. È esse o caso do divorcio.
Anais XI Semana de Humanidades
140
8. Famílias urbanas: um estudo do processo de separação nos segmentos
médios urbanos em Natal Jeane do Nascimento (Mestranda Programa de Pós- Graduação em Ciências
Sociais – UFRN)
O presente estudo pretende compreender as redefinições dos papéis feminino e masculino
nos segmentos médios urbanos em Natal, através dos casais em processo de separação. A
construção do feminino e do masculino como categoria para compreender a concepção de
realidade social representa um verdadeiro salto epistemológico, através da qual não mais se
trata de constituir o objeto de ciência com o homem e/ou com a mulher, mas de analisar
suas relações. Neste breve texto, limito-me a discorrer sobre parte do estudo que me
proponho investigar na minha dissertação de mestrado. É evidente o crescente aumento no
número de separações e divórcios em nossa sociedade, no entanto as pesquisas brasileiras
ainda são raras, principalmente no que diz respeito aos segmentos médios urbanos. O
reflexo do número de separações e divórcios aponta para uma redefinição dos papéis
feminino e masculino nos segmentos médios urbanos e uma profunda diversificação e
mudança da família no seu sistema de poder. A pesquisa terá como cenário as Varas de
Família em Natal, através dos processos judiciais de separação em andamento e será
desenvolvida dentro de uma abordagem técnica que verse por uma maior aproximação
entre o pesquisador e o seu universo de análise, com ênfase nos dados qualitativos.
9. O dia da noiva: preparando o objeto de troca Cássio Eduardo Rodrigues Serafim (Especialista em Antropologia – UFRN)
A cultura é um contexto, onde os fenômenos sociais se sucedem a partir da atuação dos
atores sociais – atuação essa que só se faz possível devido à existência e ao uso dos
símbolos, que constituem a cultura. É dentro desse contexto que as instituições sociais se
erguem, se solidificam e se explicam. Entre elas, o casamento é tomado como vital para as
sociedades humanas, uma vez que, de modo socialmente aceitável, ele forma os grupos
domésticos e, em decorrência, aflui para a reprodução do ser humano. Desta maneira,
quando deste evento, as famílias envolvidas, com a finalidade precípua de perpetuarem a si
mesmas, põem-se a trocar o seu membro cuja capacidade de reprodução é atestada. Logo,
se biologicamente o homem não é capaz de gerar outro ser, a mulher, cuja estrutura
biológica se predispõe à concepção humana, torna-se responsável pela união entre os
grupos. Neste sentido, concebendo o casamento como um jogo social e o sexo feminino
como objeto de troca, realizamos uma pesquisa etnográfica do ritual de preparação da
mulher para o casamento, ritual esse comercialmente denominado de O DIA DA NOIVA e
divulgado pelos salões de beleza de Natal (RN). Pretendemos analisar o status da mulher
no fenômeno social investigado, ponderando acerca dos fatores culturais que concorrem
para o tratamento que lhe é indicado, sendo este diferenciado daquele indicado ao homem.
Para tanto, além de estruturarmos as fases do ritual em estudo, pensamos alguns dos
conceitos e categorias pertinentes já divulgados por pesquisas antropológicas, como
casamento, matrimônio, regras de casamento, escolhas matrimoniais, contexto societal em
que se inserem os noivos e as famílias.
Anais XI Semana de Humanidades
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d) Imagens de homens e mulheres: história
10. À luz dos holofotes: moda, beleza e comportamento femininos no
Seridó (1960-1980) Maria das Graças Medeiros (Aluna do Curso de História – UFRN - CERES –
Caicó)
A região do Seridó norte-riograndense destaca-se em nível estadual pelos concursos de
miss que realiza desde a década de 50, momento áureo da produção algodoeira local que
possibilitava a emergência de novas práticas culturais, a exemplo dos inúmeros desfiles que
consagravam mulheres da região e davam visibilidade a uma nova concepção do feminino,
isto é, o feminino visto fora de casa, objeto de desejo dos muitos homens assistentes dos
concursos e de disputas entre os júris. A década de 60 deu visibilidade aos concursos e
projetou mulheres de Caicó, Currais Novos, Acari, Cruzeta, Florânia e demais cidades do
Seridó como as mais belas do Estado. Mas que mulheres participavam desses desfiles? Que
vozes adjetivavam e que olharem selecionavam o corpo “perfeito”? Que padrões e
referências estéticas ditavam o universo dos concursos de miss? Estas são indagações que
permeiam esta pesquisa, ora em fase de conclusão, abordando o disputado espaço dos
concursos e a construção do corpo belo da mulher do Seridó no período entre 1960 e 1980,
momento considerado de decadência ou de pouca visibilidade para as passarelas de
concursos de miss.
11. “Fora da higiene não há salvação”: a educação do corpo pelo discurso
médico no Brasil republicano. Iranilson Buriti (Departamento de História e Geografia –DHG – UFRN -
CERES – Caicó)
Esta comunicação tem como objetivo abordar o momento republicano brasileiro (1889-
1930) e a instauração de verdades sobre o corpo familiar, visando a construção de homens e
de mulheres “ideais” à pátria que ora se republicanizava. Para tanto, muitos dispositivos de
poder foram utilizados para disciplinar o corpo e a mente do cidadão brasileiro, sendo o
discurso médico um dos saberes que em muito contribuiu para a cristalização da imagem do
“bom cidadão”. Tendo como fonte o jornal Diário de Pernambuco, e como enfoque teórico-
metodológico a construção de gêneros baseado em Michel Foucault, Félix Guattari e
Guacira Lopes Louro, discutimos os saberes que foram gestados e as “civilidades” que
foram implantadas visando moldar o corpo do cidadão brasileiro à “ordem” e ao
“progresso” republicanos. O discurso médico higienista foi priorizado nesta pesquisa, por
entendermos que a nação brasileira vivenciava um momento de muitas reformas nessa área,
sob os empréstimos culturais de um ideário modernista e progressista, importado, em
grande medida, de países europeus e dos Estados Unidos da América. Dessa maneira,
civilizar era a palavra de ordem estampada em muitos discursos, e aos médicos foi confiada
a tarefa de limpar o brasileiro das tatuagens do atraso que em muito contribuía para sujar a
imagem da nação em outras plagas.
Anais XI Semana de Humanidades
142
12. Lendo o masculino pelo feminino: o jornal das moças e a construção
do gênero masculino em Caicó (1926-1932) Patrícia Cristina de Oliveira (Aluna do Curso de História UFRN - CERES –
Caicó)
A década de 1920 foi marcada em muitas cidades brasileiras, a exemplo de Recife,
Fortaleza, Rio de Janeiro e Florianópolis, como o momento do arrivismo social e da
delimitação de novas fronteiras de gênero. Homens e mulheres começaram a viver e a
sentir o corpo diferentemente, a ingressarem em movimentos de exaltação da liberdade
(como o Movimento Modernista) e de rupturas com o século XIX, visto e dito como
atrasado e “fora de moda”. Nesse contexto histórico, Caicó, uma das mais prósperas
cidades do interior do Rio Grande do Norte, vive um momento de efervescência de
discursos que rompem com a velha concepção do ser feminino, preso aos ditames da moral
e dos costumes. Nesse ínterim, emerge o Jornal das Moças (1926-1932), um veículo de
divulgação de saberes femininos e de espaços urbanos, escrito, dentre muitas personagens,
por Júlia Medeiros, Georgina Pires e Dolores Diniz. Partindo dos escritos desse periódico, a
pesquisa ora em andamento objetiva mostrar os recônditos do mundo masculino
construídos pelas vozes femininas. Que lugares, como o Cine-theatro Avenida e o Café
Comercial, foram elaborados para os homens? Que estereótipos foram construídos para os
rapazes que freqüentavam tais espaços de lazer e diversão? Que masculino emerge dos
discursos das mulheres que aspiram a liberdade de gênero? Estas são algumas das questões
que fazem parte deste projeto de pesquisa, cuja finalidade é investigar como o olhar
feminino vê o corpo masculino, descreve os seus jeitos e trejeitos, numa cidade ainda
marcada pelo provincianismo e pelas práticas culturais ditas patriarcais.
13. Visões De Um Nordeste Feminino Dos Anos 20. Valcácia de Brito Morais (Historiadora Ceres da UFRN)
As identidades de gênero estão em constante mutação - Guacira L. LOURO por se fazerem
de uma invenção social, que se constitui por meio de instâncias e dispositivos que fabricam
ao mesmo tempo em que são fabricados, por homens e mulheres, sujeitos que são induzidos
por uma gama de práticas e discursos, formando imagens que se constroem e se apóiam na
crença de que existe para cada gêneroum destino anatômico já traçado - Joan SCOTT. É
procurando entender como se estabelecem discursos desta natureza, que partimos dessa
premissa para estudar discursos modernistas - extraídos de textos e intertextos da revista "A
Pilhéria" e do jornal "O Diário de Pernambuco" - que proporcionaram a elaboração da
figura feminina na década de 1920 no Nordeste - representado pela cidade do Recife diante
dos movimentos culturais do modernismo e do regionalismo Antonio P. REZENDE,
Durval M. de ALBUQUERQUE JR e Neroaldo P. de AZEVEDO. Discursos estes que se
intercruzavam preocupados em mostrar os aspectos da sociabilidade feminina recifense e a
sua reação frente ao moderno; e à chegada ao estilo modernizador, que lhes imbuia uma
nova rosticidade feminina, seja assimilando um novo "modelo" de mulher, seja rejeitando-
o.
Anais XI Semana de Humanidades
143
e) Mulheres/imagens: as associações com o feminino
14. Feminilidade, Religião e Caridade: Assistentes Sociais em Casas
Espíritas de Natal Antoinette de Brito Madureira (Professora Ms. do Departamento de Serviço
Social UFRN
A pesquisa, que objetiva analisar as representações de mulheres com formação profissional
em Serviço Social trabalhadoras do movimento espírita de Natal acerca da articulação entre
caridade, feminilidade e serviço social, está sendo desenvolvida na Federação Espírita de
Natal, no Grupo Espírita Irmãos Unidos, na Cruzada dos Militares Espíritas de Natal e no
Centro Espírita Bezerra de Menezes. Nesta etapa da pesquisa, objetivando uma primeira
aproximação ao universo abordado, através da associação livre de idéias, utilizou-se de um
instrumento de coleta de dados em forma de questionário, através do qual buscou-se
perceber a identificação de alguns conceitos-base pelos atores pesquisados, assim como a
articulação entre estes conceitos, que seriam: caridade, mulher, espiritismo e serviço social.
O questionário foi respondido por 08 (oito) assistentes sociais até o momento, e na análise
empreendida foi percebido inicialmente que parece haver, na articulação entre mulher e
caridade, a associação com o universo privado (compaixão, doação, amor, cuidado), e na
articulação entre mulher e serviço social a associação com o universo público (ação,
cidadania, direitos sociais, justiça, ética, coragem). Quanto ao espiritismo, percebemos que
há uma ambigüidade de entendimentos, quando este aparece articulado à idéia de mulher:
ora esta relação é vista sob a esfera do público, ora sob a esfera do privado. Levantamos a
hipótese de que esta ambigüidade talvez apareça pelo fato de as casas espíritas serem
consideradas, por estes atores, como um lugar importante tanto para a prática da caridade
(material e espiritual), quanto para o resgate dos direitos sociais negados pela sociedade.
15. A visão do poder judiciário sobre a mulher Emanuel Dhayan Bezerra De Almeida (Graduando do Curso de Direito-
UFRN).
A nossa sociedade encontra-se dominada por três ideologias : o capitalismo, o racismo e o
machismo. Estas ideologias são absorvidos pelo Poder Judiciário e, infelizmente, este Poder
não tem percebido que estas ideologias estão por trás de grande parte de sua postura e
decisões que reproduzem os estereótipos da sociedade. Um dos autores jurídicos mais
vendido, Damásio de Jesus, em comentário ao art. 213 do Código Penal esclarece que :
“Não fica a mulher, com o casamento, sujeita aos caprichos do marido em matéria sexual,
obrigada a manter relações como e onde quiser. Não perde o direito de dispor de seu corpo,
ou seja, o direito de se negar ao ato, desde que tal negativa não se revista de caráter
mesquinho ou que tenha justa causa para a negativa.” Esse autor que doutrina grande parte
dos futuros juristas, afirma que se não existir a justa causa ou se a negativa em manter
relação sexual for de caráter mesquinho, o marido poderá forçá-la a tal, o que significa
tecnicamente estuprá-la. Não há, pois, qualquer possibilidade da mulher ser tratada como
gênero, como igual ! Com o juizado especial criminal, o Estado institucionaliza a “surra
doméstica” com a transformação do delito de lesões corporais de ação pública
incondicionada para ação pública condicionada. O Estado incentiva o ditado popular de que
Anais XI Semana de Humanidades
144
“em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”. Quando ocorre um furto o Estado
vai lá e pune. Já, quando, o marido bate na mulher, o Estado somente processará o marido
se a mulher expressamente assim o autorizar. O Estado diz : “batam-se que eu não tenho
nada a ver com isso”. É preciso mostrar a miséria do Direito, talvez aí as pessoas se dêem
conta do que acontece! !
16. A nova Condição Feminina: As Mulheres do Seringal Elane Andrade Correia Lima (Doutoranda do programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais – UFRN)
A dissertação discute a emergência de uma nova condição feminina, tendo por referência a
história das mulheres oriundas dos seringais do Acre, região Norte do País. Mencionando a
segunda mulher de Adão, excluída do mito cristão, que trata da origem da espécie, o
trabalho argumenta que a Lilith, a fiandeira de uma nova condição feminina, está chegando.
Ela surge sorrateiramente, tecendo os fios de um novo paradigma sobre o amor e uma nova
ética, o que configura uma “filosofia da esperança”. Uma nova mulher abraça a
biodiversidade da floresta, como se fosse a roca do devir, alimentada por forças primáticas,
pois é ali, na alquimia da labuta cotidiana, que reencontra a mulher de milhões de anos. Nas
suas errâncias e vitórias, constrói uma história que contribui com a complexidade dos
princípios que regem a relação-morte-vida da condição feminina. As mulheres do seringal
amazônico trazem no seu rastro a imensidão da força arquetípica da mulher, o que permite
mergulhar e ressurgir na imensidão do possível. Para elaborar esse trabalho, foi necessário
prestar muita atenção a itinerância de vida das mulheres da mata, sob o olhar da ciência da
complexidade que através da articulação de saberes diversos, da linguagem metafórica e
dos mitos, oferece-nos instrumentos necessários à compreensão da dialógica de suas vidas.
A pesquisa de campo desenvolveu-se no Acre com mulheres separadas, oriundas dos
seringais e residentes em Rio Branco. A situação sócio-histórica em que ocorreu a pesquisa
refere-se à atividade extrativista do látex, responsável pelo processo migratório da
população que se dirigiu para esse estado, pelo que é considerada a mentira da borracha,
chamada de “ouro branco”.
17. X-women: as mutações das relações de gênero no ciberespaço Magda Fernanda Medeiros Fernandes (Aluna do Programa de Pós-Graduação
em Sociologia da UFPE)
Esse trabalho discute as relações de gênero expressas no ambiente virtual (ciberespaço)
apresentando as possibilidades performáticas da mulher propiciadas pelo uso dos sistemas
tecnológicos, sobretudo no que se refere aos comportamentos sexuais, observando
permanência e mudanças na elaboração do feminino. A questão que se coloca é: qual
mulher é construída nesse ambiente tecnológico? Para tanto, a análise fundamenta-se nos
diálogos encontrados e desenvolvidos a partir das interações virtuais nos ambientes de chats
salões de entretenimentos e 'bate-papo'- via Internet.
Anais XI Semana de Humanidades
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GT-18: FORMAÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA Coordenador:
Prof. Dr. Marcos Falchero Falleiros (Departamento de Letras)
E-mail: marcfal@ufrnet.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco D, sala 1, 25 lugares, terça, 20 de maio,
14:00-18:00h.
Estudos dos desdobramentos da literatura brasileira, em suas relações entre forma literária e
processo social, memorialismo, regionalismo, e suas configurações próprias ao contexto
das migrações de sentido e influências de outras literaturas.
RESUMOS
1. As Memórias de Luís da Câmara Cascudo Afonso Henrique Fávero (Professor do Departamento de Letras)
ahfavero@ig.com.br
O propósito é examinar as obras memorialísticas de Luís da Câmara Cascudo. O estudo de
O tempo e eu, Na ronda do tempo, Ontem e Pequeno manual do doente aprendiz pretende
destacar as possíveis semelhanças e distanciamentos que tais obras possam apresentar em
relação ao panorama da literatura pessoal no Brasil. Em outros termos, busca situar a
literatura do autor numa linha evolutiva do memorialismo brasileiro, visto aqui como
gênero também responsável na consolidação do processo de formação da literatura
brasileira.
2. As Origens do Gênero Crônica, sua Transformação em Gênero
Jornalístico e o seu Conceito de Mentora Social em Rubem Braga Autor:
Paulo de Macedo Caldas Neto.(Graduando -Departamento de Letras)
paulomcneto@bol.com.br
Orientadora:
Profa. Dra. Maria de Lourdes Patrini
Este trabalho consiste em discutir os principais aspectos relacionados ao surgimento do
gênero crônica, desde a sua função tal qual mero registro dos aspectos histórico-
geográficos da nação até a de veículo de massa, ou seja, texto integrante do jornal,
fotografando elementos da vida cotidiana já nos fins do século XIX e início do XX.
Acompanhará também essa questão o olhar de alguns críticos modernos sobre o substrato
reflexivo, presente neste gênero, além do questionamento do seu caráter breve e simples, se
comparado a outros gêneros literários da prosa brasileira maiores e duradouros (o romance,
a novela, o conto etc.). Outro detalhe indo aqui incluso tratará dos elos que o referido texto
estabelecerá com o próprio tempo; enfocando como tema as relações sociais e trabalhistas
no Capitalismo Selvagem, ao longo da História, na crônica Manifesto, de Rubem Braga.
Anais XI Semana de Humanidades
146
3. A Representação da Nação na Narrativa de Márcio de Sousa Autora:
Adriana Sena (Graduanda – Depto. de Letras - bolsista PPgEL)
drikcasena@yahoo.com.br
Orientadora:
Ilza Matias de Souza (Profa. Dra. do Departamento de Letras)
Esta comunicação tem por objetivo estudar na narrativa de Márcio de Sousa, romancista
amazonense, em sua obra Desordem, o retrato do desejo de um povo, de uma nação em
busca de sua face identitária. Sua "narratione" é representada através de um discurso
alegórico, misturando ficção com fatos históricos, adquiridos durante o processo de
colonização do Grão-Pará. À medida que se desenrolam os fatos, o romance abre para o
leitor possibilidades de projeções imaginárias do desejo ardente do Pará de construir uma
nação sob os pilares da igualdade de direitos, preservação da terra-mãe e de seus frutos e
riquezas. Este estudo faz parte do projeto de pesquisa Rumo à Narrativa da Nação na
Literatura Brasileira das décadas de 70 e 80 - Parte 2. Sua metodologia compreende o
enfoque da "Representação da Nação" mediante a leitura alegórica da narrativa.Observou-
se que a construção discursiva do nacional em Márcio de Sousa ganha uma intensidade
crítica que vai além da busca identitária do estado do Pará. Vemos que ela é capaz de
refletir imagens não só do Pará, mas também de todo um país em busca da materialização
de seus ideais democráticos. Embora seja de 1994, Desordem reflete idéias acerca da nação
das décadas citadas por nós acima.
4. O Demo, Amor Utópico e Identidade em Grande Sertão: Veredas e o
Morro dos Ventos Uivantes Daise Lilian Fonseca Dias (Aluna especial do Doutorado em Literatura
Comparada na UFRN)
daise@samnet.com.br
Os conflitos da alma em Grande Sertao: Veredas e em O Morro dos Ventos Uivantes são
regidos por três principais pontos. A figura do Demo que permeia o imaginário dos
personagens encontrando abrigo na figura sombria de Heathcliff e seu amor por Cathy. O
Demo e o responsável de acordo com Riobaldo pelo seu sentimento - por ele visto como
homossexual - por Diadorim. Um segundo ponto seria o fato desse amor utópico ser
degradante e fonte de inquietações para Diadorim e Riobaldo, assim como para Cathy e
Heathcliff, além de encontrar barreiras sociais e psicológicas entre os próprios personagens.
A terceira hipótese gira em torno da questão da identidade e força sexual, sendo ambas
pontos de explosão de conflitos para os personagens.
Anais XI Semana de Humanidades
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5. José Paulo Paes no Cenário Literário Brasileiro Antônio Fernandes de Medeiros Júnior (Professor do Departamento de Letras –
UFRN)
amedeiros@ufrnet.brs
José Paulo Paes foi um intelectual com muitas facetas, uma espécie de mestre sem título
nem cátedra. Oriundo de um universo em cujo epicentro estava o livro, esse paulista de
Taquaritinga foi editorialista, poeta, tradutor e ensaísta. Produziu uma obra extensa a qual
inclui gêneros discursivos distintos e toda ela sublinhada pela pujança de um espírito livre,
com talento expressivo e aptidão singular para recolher ângulos insuspeitos em formulações
poéticas extraídas do cotidiano banal. Como pensador livre, o autor se qualificou através de
farto exercício de pertinência crítico-poética acumulada no decurso de mais de 50 anos de
trabalho, intervalo no qual cumpriu intensa e ininterrupta vida literária, sob o signo da
discrição. Assim, instruiu a sua posição singular de leitor e crítico propenso a cogitar e
difundir material qualificado para a leitura de um público plural. O objetivo desta
comunicação é apresentar à comunidade acadêmica alguns aspectos das múltiplas
dimensões do homem de letras José Paulo Paes as quais reclamam uma pesquisa
sistemática suficiente para ampliar o espectro de leitura da sua obra.
6. Graciliano Ramos e a Retórica do Seco. Janaína Cruz Spineli (Aluna bolsista/PPPg do Departamento de Letras-UFRN)
janainaspineli@ig.com.br
Esta comunicação visa relatar o resultado parcial de trabalho inserido no Projeto
Permanente Formas Literárias Brasileiras, intitulado A retórica do seco, circunscrito no
período de outubro de 2002 a abril de 2003. Neste estágio foi desenvolvida leitura de textos
da obra de Graciliano Ramos, além de títulos da fortuna crítica, especificamente de S.
Bernardo. Em tal conjuntura, o estilo do romancista revela a dinâmica histórica e social
brasileira sob a forma de procedimentos literários e modos de narrar. Importa-nos discutir o
tom narrativo do ‘eu protagonista’, Paulo Honório, através de sua linguagem rápida, direta,
violenta e obstinada, a qual revela uma realização estética de significação singular.
Compreendemos dessa forma o que Paulo Honório representa e como a velocidade da
narrativa adquire um valor simbólico: instantaneidade, visão empreendedora, dinamismo,
objetividade, capacidade de liderança, trabalho, lucro – são os valores da modernidade. Em
pleno sertão brasileiro Paulo Honório representa o capitalismo nascente que, cruel,
transforma o mundo em cifras e seus trabalhadores em meros instrumentos de lucro e de
defesa da propriedade. Estudando ‘S. Bernardo’, pudemos observar através da postura do
narrador face ao mundo, como este responde a uma formalização estética que é histórica e
típica do processo social que a engendrou, numa expressão em discurso literário – da
cultura brasileira – sem se reduzir à manifestação meramente panfletária.
Anais XI Semana de Humanidades
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7. Memória e Forma Corporal Ana Carolina Bezerra Teixeira (Graduanda – Depto. de Artes – bolsista PIBIC)
nataldefs@bol.com.br
O presente trabalho tem como objetivo aliar a pesquisa literária sobre Luís da Câmara
Cascudo às formas coreográficas, enfocando o cotidiano e suas distintas possibilidades de
leitura. Para isso procura ressaltar as experiências populares que Câmara Cascudo registrou
como importante aspecto cultural, tendo em vista a importância da memória popular para a
construção do nosso presente. A pesquisa pretende destacar a importância da preservação
da cultura, unindo o conhecimento corporal cênico às manifestações do dia-a-dia.Dessa
maneira o trabalho possui a intenção de estabelecer relações entre a vivência local e suas
tradições, construindo novas formas de linguagem para a apreciação do cotidiano da cidade
de Natal e de seus personagens retratados na obra Eu e o tempo.
8. Raízes do Seco Marcos Falchero Falleiros (Professor do Departamento de Letras)
marcfal@ufrnet.br
Há uma divida da crítica literária brasileira relativa à relação de estilos entre Graciliano
Ramos e João Cabral de Melo Neto. É necessário sondar qual a fraternidade da secura
comum aos dois autores. Sem dúvida, ela é nordestina. Sua raiz é a economia do pouco dos
que vivem no seco. A diferença dos ramos é que é problemática: enquanto Graciliano vinca
seu estilo com a ética desornamentada que politiza a escrita, a obra de João Cabral estiliza o
ósseo e sua própria politização.
9. A Construção Imaginária do Nordeste em Rachel de Queiroz Cristina Maria da Silva (Socióloga -UECE/ Programa em Ciências Sociais-
mestrado UFRN)
crimasbr@yahoo.com.br
Interessa-nos compreender, do ponto de vista de uma “razão sensível”, a construção
imaginária do Nordeste na composição literária da escritora Raquel de Queiroz e como a
literatura pode ser manifestação da “religação” social. Observamos como procedimento de
pesquisa, uma visão arqueológica do saber e do imaginário coletivo, uma abordagem
fenomenológica e uma concepção indiciária sobre os fatos sociais. O romance, a poesia, as
memórias ou os ensaios biográficos por apoiarem-se na incerteza, revelam a sensibilidade
que sempre intuiu o caráter movediço da individualidade humana.Como afirma Michel
Maffesoli, o poeta formula aquilo que o homem sem qualidades vive no dia-a-dia. A ficção
é uma necessidade cotidiana, cada um para existir, conta uma história. Deste modo,
propomos relacionar o imaginário e a memória com a literatura, através das orientações
teóricas de Gaston Bachelard, Gilbert Durand e Michel Maffesoli. Assim, num primeiro
momento, queremos abordar a aproximação do conhecimento científico e da literatura na
recomposição das construções imaginárias da cultura nordestina. Em seguida, identificar as
mitologias específicas da “invenção do Nordeste” na escritura literária da escritora. Enfim,
pensar o imaginário masculino e feminino em sua “alquimia literária”.
Anais XI Semana de Humanidades
149
10. As Sagrações Partidas e Lançadas sobre o Lirismo Amoroso Autor:
João Antônio Bezerra Neto (Graduando do Departamento de Letras)
juanbn@bol.com.br
Orientador:
Márcio de Lima Dantas (Prof. Ms. do Departamento de Letras)
Atualmente, tornou-se cada vez mais difícil o manuseio de textos poéticos que abordem de
maneira enxuta e longe de qualquer pieguismo os elementos fundamentais de uma tradição
conhecida pelo nome de “lirismo amoroso”. No entanto, Raimundo Leontino Filho, um dos
mais jovens poetas do Rio Grande do Norte, embora nascido em Aracati, antiga cidade do
Ceará, vem se destacando, desde os anos 80, na produção literária norte-rio-grandense,
conseguindo ainda extrair pérolas, aforismos da temática lírica amorosa bem como seus
adornos, sem titubear na mesmice do vulgar. Dentre o conjunto da obra poética do autor
destaca-se como um bom exemplo desse lirismo o livro Sagrações ao meio (1993), detentor
de uma série de poemas curtos, isto é, composições fixas distribuídas entre a quintilha e o
terceto, configurando metáforas com forte teor imagético. O seu discurso por meio de uma
linguagem elíptica e um vocabulário simples, muitas vezes regional, nos revela uma certa
cumplicidade amorosa em meio a uma atmosfera quase sempre erótica e sensual, embora
não explicite o corpo da mulher amada. O propósito deste trabalho é apresentar a poesia de
Leontino Filho, levando em conta os aspectos de seu lirismo contido nos poemas de
Sagrações ao meio.
11. A Micrologia Roseana. Análise Crítica de Contos em Primeiras
Estórias, de João Guimarães Rosa Adriana Rodrigues Gomes
Elias Farias de Moraes (Graduandos do Departamento de Letras)
onairsearon@bol.com.br
Analisar textos de Guimarães Rosa implica reconhecer a arte literária como procedimento
da forma confusa que aumenta a dificuldade e a duração da percepção. Assim, o
leitor/crítico defronta-se com textos que ocultam do primeiro olhar as leis de suas
composições, as regras de seus jogos, permanecendo sempre imperceptíveis. Em Primeiras
Estórias é possível perceber a constante quebra de conceitos literários, principalmente em
relação à categoria do narrador, que flutua por toda a obra surpreendendo a todos pelo grau
de cumplicidade e comprometimento com os fatos vivenciados por leitores e personagens.
Guimarães, como profundo conhecedor da alma humana, utiliza uma linguagem
extremamente original para construir e caracterizar a personalidade de cada um de nós,
através de seus seres multifacetais, negando qualquer possível diferença entre o “erudito” e
o “popular”, ou entre o “tolo” e o “esperto”, ou entre o “malvado” e o “bonzinho”, ou
mesmo entre o prefácio e os contos propriamente ditos. Aliás, qualquer separação entre os
textos de Guimarães requer extrema cautela, pois nota-se preciosa ligação e até
continuidade entre eles, negando ou reafirmando as idéias presentes em cada um.
Evidenciam-se ainda na obra de Guimarães Rosa a voz das minorias, marginalizados na
Anais XI Semana de Humanidades
150
literatura e na sociedade, invertendo posições de destaque e provocando imenso suspense
no desenrolar das narrativas, que sempre contam duas ou mais histórias entrelaçadas.
12. A Maturidade da Infância em Graciliano Ramos Edlena da Silva Pinheiro (Mestranda em Literatura Comparada-Departamento
de Letras)
edlenap@yahoo.com.br
“As minhas primeiras relações com a justiça foram dolorosas e deixaram-me funda impressão.” Graciliano Ramos. Infância. (O Cinturão)
No ano marcado pelo final da segunda guerra mundial, 1945, Graciliano Ramos publica
Infância, seu primeiro livro de memórias. Nessa época, a dominação dos Aliados já havia
se representado de forma brutal com as bombas atômicas à Hiroshima e Nagasaki e o autor
vivenciara a violência da ditadura varguista, com prisão em 1936. Em princípio suas
memórias da infância poderiam indicar distância entre as obras anteriores, principalmente
pela tendência do romance modernista da década de 30, uma literatura engajada,
preocupada com os problemas sociais, e também pela aparente visão saudosista dos verdes
anos que o tema pode sugerir. No entanto, o autor ressalta a perspectiva crítica que a
criança tem dos acontecimentos e das relações sociais por ela vividas, dando ao livro
características do romance e não apenas de relatos individuais, sendo a própria criança,
muitas vezes, o alvo da dominação autoritária e violenta. Assim também acontece com
Raimundo, no conto infantil do autor, A Terra dos meninos pelados, pois a busca do sonho
infantil está representada em Tatipirun, um mundo mágico dos sonhos, onde é aceito e
amado por todos, independente de suas diferenças em relação ao padrão construído
socialmente. Tanto o narrador de Infância quanto Raimundo vivenciam as mais diversas
formas de injustiça e dominação, em instituições sociais como a família e a escola; esta,
que deveria ser acolhedora dos diferentes pensamentos e linguagens, era, e ainda é, tão
antidemocrática e ditadora quanto toda a sociedade, impondo regras e valores a serem
assimilados, desconsiderando a subjetividade de cada um.
13. Mapas Literários e Trilhas Discursivas. Osman Lins e o Discurso
Contemporâneo Tatiana de Lima Burgos (Professora do Departamento de Letras-UNP; Aluna
do PPgEL- Programa de Pós-graduação em Estudos Linguagem-UFRN)
tatianaburgos@unp.br
Os estudos literários modernos proporcionam enfoques comparativos capazes de comportar
várias perspectivas de abordagem científica. A análise literária concebe possibilidades de
relações inter e intratextuais, criando assim um espaço no qual estratégias discursivas são
amplamente exploradas. Obedecendo a uma condição estética favorável ao trabalho
combinatório entre o fazer literário e artístico, Osman Lins elaborou em suas obras
constantes investigações de cunho teórico. A tradição e memória aparecem não apenas
Anais XI Semana de Humanidades
151
como veículo de resgate social e regional, surgem também como fio condutor das narrativas
construindo um espaço discursivo multiforme. Tal panorama é capaz de produzir
combinações que tornam a obra osmaniana cada vez mais atual e aberta aos estudos críticos
contemporâneos. Portanto pretende-se observar a inovadora e complexa condição literária
de Osman Lins através da investigação de uma de suas obras finais, A rainha dos Cárceres
da Grécia. Também será explorada a relação do romance estudado com o conjunto artístico
do autor, influências recebidas de outros autores e obras e, finalmente, como são
delineados, articulados e movimentados elementos da narrativa.
14. Aspectos da Linguagem D’os Sertões em “Os Doentes” de Augusto
Dos Anjos Autor:
Ronaldo Guilherme dos Santos (Graduando do Depto. de Letras-UFRN)
rongs@bol.com.br
Orientador:
Sandra Sassetti Fernandes Erickson (Profa. Dra. do Departamento de Letras)
Euclides da Cunha, em seu livro Os sertões (1902), descreve através da sensibilidade do
seu olhar o que há de mais cruel no que diz respeito à opressão sofrida pelos habitantes de
Canudos. Utilizando-se de uma linguagem que permeia entre o científico e o poético,
consegue em sua obra prima imortalizar, denunciar e vingar o massacre dos canudenses
diante das tropas republicanas. Outro escritor que por meio de seus versos desmascarou e
expôs a triste condição humana foi Augusto dos Anjos. Assim como Euclides, o poeta
também encontrou no vocabulário científico uma forma singular de desenvolver suas
temáticas, mas com propósitos diferentes, tornando sua escrita mais bela e um tanto
misteriosa. Sendo singulares em seus respectivos gêneros, pode-se verificar semelhanças na
maneira e no estilo de escrever. É com o propósito de analisar essa ligação estilística que
este trabalho busca realizar um diálogo com passagens d’Os sertões e versos do poema “Os
doentes”, comparando e contrastando as imagens e temas dos referidos textos, mostrando,
por exemplo, as explicações de cunho científico de Euclides da Cunha sobre o povo
sertanejo transformadas em metáforas no poema de Augusto dos Anjos.
15. O “Beijo” e a Influência Poética de Augusto dos Anjos em Carlos
Drummond de Andrade Autor:
Ronaldo Guilherme dos Santos (Graduando do Depto. de Letras)
rongs@bol.com.br
Orientatadora:
Sandra Sassetti Fernandes Erickson (Profa. Dra. do Departamento de Letras)
O romper com as normas e estilos embutidos na tradição é uma das barreiras que todo
artista precisa transpor. Seja na música, na pintura, na escrita ou em qualquer outro meio de
expressão artística, a inovação, a forma não pensada, a quebra estética transforma e dá fruto
às novas maneiras de se fazer arte. A ansiedade de inovação e superação sofridas entre os
Anais XI Semana de Humanidades
152
escritores é denominada pelo crítico literário Harold Bloom de “angústia da influência”.
Em sua teoria Bloom explica que um poema surge do “agon” com outros poemas e que o
poeta luta arduamente para superar a influência de escritores precursores, mostrando, assim,
o processo angustiante do artesanato poético diante da tradição literária e do cânone. O
objetivo desse trabalho é estudar marcas dessa “influência poética” de Augusto dos Anjos
no poema “Boca” do livro Brejo das almas (1934) de Carlos Drummond de Andrade,
observando vestígios da constante luta do poeta modernista em transformar a imagem
resgatada de “Versos íntimos”, Eu (1912), em uma nova e singular escritura, transmitindo
uma simplicidade da linguagem da sua poesia, velando o que há de mais complexo no
“fazer” poético: a influência.
16. A Teia de Flausina Arlene Isabel Venâncio de Souza (Mestranda em Literatura Comparada do
Departamento de Letras – UFRN).
arleneisabel@bol.com.br
Pretende-se fazer uma análise literária do conto Esses Lopes do último livro de João
Guimarães Rosa Tutaméia à luz das teorias de Giles Deleuze, especificamente o seu livro
Proust et les signes que foi traduzida por Antônio Piquet e Roberto Machado em 1987,
sendo a obra original de 1976 e já está na sua quarta edição atualizada, essa obra trata de A
la recherche du temps perdu, obra principal de Proust que está divida em sete volumes e foi
traduzida para o português por poetas importantíssimos da atualidade, tais como: Manuel
Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Mário Quintana. Percebeu-se nesse estudo que
as teorias de Giles Deleuze podem ser aplicadas aos textos de Rosa e que assim possamos
fazer girar essa máquina literária.
17. Um Ideal Preservado: Aspectos da Obra Crítica de José Veríssimo Paula Pires Ferreira (Professora do Departamento de Letras)
paulapepe@ibest.com.br
O estudo dos trabalhos de crítica, ensaio e historiografia de José Veríssimo revela bem mais
que o exercício de elaboração de um repertório dedicado à abordagem criteriosa da
produção literária brasileira e sua sistematização. Sobressai na dinâmica de seu pensamento
o empenho permanente de um intelectual voltado para o reconhecimento da atividade
crítica e de seu papel na esfera da cultura nacional, marco também significativo para o
entendimento de nossa historiografia literária.Visto dos tempos de agora e ousando a
simplificação, observa-se no trabalho do crítico, numa síntese, os ecos das contradições e
(des)ajustes de um período de importância fundamental na formação e afirmação político-
social da nação: final do Império e início da República. Por uma perspectiva histórico-
cultural, este trabalho pretende mostrar alguns aspectos da relevância da obra de José
Veríssimo enquanto elemento fundamental na organização dos estudos literários entre nós,
e sua significação no momento cultural daquela época, na medida em que: 1) inaugura um
espaço para a reflexão crítica sobre a natureza e a função da criação literária nacional, e 2)
destaca a relação dessas atividades com as questões da nacionalidade — traço marcante de
sua obra desde os primeiros escritos. Em ambos os casos, destaca-se a figura do crítico,
Anais XI Semana de Humanidades
153
envolvido com os problemas inerentes a seu dever de ofício, na busca da melhor maneira de
se fazer entender, fazendo
Anais XI Semana de Humanidades
154
GT-19: TRABALHO, TRABALHADORES E AS NOVAS QUESTÕES SOCIAIS Coordenadoras:
Profª. Drª. Brasília Carlos Ferreira (Departamento de Ciências Sociais)
E-mail: brasilia@natal.digi.com.br
Profª. Drª. Eleonora Tinoco Beaugrand (Departamento de Ciências Sociais)
E-mail: nora@natalnet.com.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco B, sala 5, 25 lugares, terça e quarta, 20 e 21 de maio,
14:00-18:00h.
Este GT se popõe a reunir pesquisadores (as), doutorandos (as), mestrandos (as) e graduandos (as)
interessados (as) em refletir sobre os desafios colocados pelas transformações econômico-sociais ocorridas
no final do século XX sobre o trabalho e os trabalhadores. A internacionalização dos mercados, a revolução
informacional e o surgimento de novas configurações produtivas do trabalho provocaram a chamada crise do
trabalho, cujas consequências são o surgimento de novas questões sociais.
RESUMOS
1. Trabalhadores e sindicato Autora:
Cláudia Roseane P. de Araujo Capistrano (Graduanda do Curso de Serviço Social – UFRN)
claucapis@bol.com.br
Orientadora:
Brasília Carlos Ferreira (Profa. Dra. do Depto. de Ciências Sociais-UFRN
brasília@natal.digi.com
Diante das atuais transformações em curso no mundo do trabalho, decorrentes do modelo de acumulação
flexível de capital, novas relações são observadas entre o capital e o trabalho. È a partir desse contexto, que
têm-se por objetivo identificar e analisar as estratégias de ação entre as organizações sindicais, o patronato e
o Estado em resposta a essas mudanças. Estas discussões fazem parte do projeto de pesquisa Trabalhadores e
Novas práticas sindicais, tomada como referência para o desenvolvimento deste trabalho. Foram realizadas
entrevistas abertas com trabalhadores (contratados, terceirizados e concursados) do setor têxtil, bancário,
comerciário, petroleiro e rural na região metropolitana de Natal e em Mossoró. Os locais das entrevistas e os
trabalhadores entrevistados foram selecionados estrategicamente devido a sua relevância no mercado de
trabalho e na economia do Estado. Percebeu-se que há variações entre as categorias analisadas com relação à
integração, o envolvimento, a participação dos trabalhadores com o respectivo sindicato. Os trabalhadores
entrevistados vêem a importância do sindicato como um organismo representativo na defesa dos seus
direitos, de resistência aos empregadores e a exploração. As prováveis alterações na CLT trazem insegurança
e medo aos trabalhadores sindicalizados e não-sindicalizados acarretando conseqüências em suas vidas.
Diante da conjuntura atual, do surgimento de um novo e precário mundo do trabalho, há um processo de
mudanças objetivas e subjetivas na classe trabalhadora no Brasil.O sindicato tem mudado sua pauta de
negociação, sua forma de atuação, seus projetos e propostas. Novos temas vêm sendo incorporados e novas
demandas surgem, como é o caso da qualificação e formação profissional dos trabalhadores. Além disso, têm
sido priorizadas as negociações coletivas com vistas à manutenção de postos de trabalho, passando assim a
predominar um caráter mais defensivo nas ações sindicais. Atualmente o sindicato tem importância relevante
na sociedade e nas relações de trabalho entre patronato e trabalhadores, apesar das transformações que são
percebidas na estrutura sindical brasileira.
Anais XI Semana de Humanidades
155
2. Economia solidária. Os desafios e incertezas na incubação de Empreendimentos
Solidários Diego Mendes Silva (Aluno do Curso de Turismo/UFRN)
guito_mendes@hotmail.com
Renato do Nascimento Oliveira (Aluno do Curso de Turismo/UFRN)
rernactive@hotmail.com
O trabalho a ser apresentado na XI Semana de Humanidades objetiva discutir pertinentes desafios a serem
enfrentados por agentes solidários incumbidos na assessoria a grupos que pleiteiam a inserção econômica e
social por meio da participação coletiva via empreendimentos de caráter solidário. Visa também, através de
estudos empíricos, fazer uma observação de alguns possíveis riscos e incertezas desses empreendimentos –
originalmente de tipo solidário-iniciarem uma degradação de seus ideais, quando atuantes de forma direta
com a lógica do mercado, na busca da viabilidade e sustentabilidade. É diante da complexidade do tema
“Economia Solidária”, que o trabalho pretende contribuir para a otimização da participação dos atores
solidários nessa busca pela real cidadania, bem como transmitir e ampliar conhecimentos acerca de um tema
em grande expansão na atual conjuntura política brasileira.
3. A readequação da intervençao sindical: a ênfase propositiva Gardênia Margarida Medeiros Campos (Mestranda em Ciências Sociais da UFRN)
gardcampos@bol.com.br
A mundialização dos fluxos produtivos, tecnológicos e informacionais, tem provocado um reordenamento na
formulação de novas alternativas de geração de renda, via de regra, acompanhada pela flexibilização do
trabalho que para alguns, comporta o necessário ajuste à competitividade e ao crescimento, premissas para o
desenvolvimento da economia e da elevação do nível de vida. Este cenário tem provocado um debate no
interior do movimento sindical cutista, levando-o a repensar a sua prática e a redefinir seus eixos de atuação.
Nessa busca em redefinir sua intervenção, a Central Única dos Trabalhadores – CUT, tem centrado as suas
preocupações especialmente nas estratégias de identificação dos instrumentos de exploração dos
trabalhadores nessa nova conformação do mercado de trabalho, e nas possibilidades alternativas de
organização dos trabalhadores e de construção de propostas de um modelo alternativo de desenvolvimento
econômico e social. Neste processo, faz-se perceber dois movimentos: o primeiro, sinaliza para uma ação nas
políticas públicas através da participação nos organismos de gestão e controle das referidas políticas; e o
segundo, o qual nos interessa, especificamente, tratar aqui, refere-se a entrada da– CUT no debate sobre
desenvolvimento sustentável e solidário. A centralidade desse debate, reside na intervenção da Central nas
formas de organização da produção que se propõem solidárias. Intervenção essa, que deverá estar colada a
potencialização de experiências de geração de renda que afirmem o compromisso com o desenvolvimento
local comprometido com a sustentabilidade.
4. Impactos na categoria na categoria dos empregados do setor telefônico no rio grande
do norte Manuela Patrício (Aluna da graduação de Ciências Sociais )
mp.patricio@zipmail.com.br
Este trabalho tem como objetivo apresentar as mudanças ocorridas no sistema de telefonia do Rio Grande do
Norte, e principais impactos sofridos na categoria dos empregados deste setor, no período compreendido
entre 1998, ano em que o Sistema telebrás foi privatizado, e 2002. Após a reestruturação do sistema de
telecomunicações no Brasil, a categoria dos empregados do setor telefônico se viu em meio a um cenário
Anais XI Semana de Humanidades
156
para qual não estavam preparados. Nesse contexto, surgiram novas empresas trazendo com elas outros
modelos de organização e gestão, além de uma tecnologia, que ao mesmo tempo ampliou o número se
assinantes e acessos ao serviço telefônico, aumentou a oferta de serviços, reduziu o número de trabalhadores.
O que se observou foi um grande número de demissões como foi observado na TELERN empresa estatal que
responsável pelo serviço telefônico no Rio Grande do Norte. Depois da privatização a empresa passa a
pertencer ao grupo Telemar, que assume seu lugar na telefonia do estado com um modelo de gestão e
relações trabalhistas e um número reduzido de empregados. Acrescente-se a esses aspectos um grande
número de trabalhadores terceirizados executando as mais diversas tarefas que antes era realizadas pelos
empregados da empresa.
5. Competência para além do capital Autora:
Luciane Terra dos Santos Garcia (Mestranda do Programa de Pós-graduação em Educação da
UFRN)
lmarcos@dca.ufrn.br
Orientadora:
Maria Aparecida de Queiroz (Prof ª Dra do Programa de Pós-graduação em Educação da UFRN)
Embora no meio empresarial a noção de competência seja considerada uma atualização da qualificação frente
a mudanças contextuais, com a exigência de habilidades técnicas, sociais e subjetivas requeridas pelo
trabalho, essa concepção assume novas configurações conforme as exigências do capital. Compreendemos
esse conceito sob uma outra perspectiva; imprimimos à competência um conceito para além dos parâmetros
empresariais de articulação técnica e entendemos o trabalhador enquanto ser humano sensível, produtivo e
historicamente desenvolvido. Para ser competente, é necessário saber apropriar-se do mundo concreto,
aliando sensibilidade, comunicação intersubjetiva, valores e domínio da técnica. É preciso articular diferentes
saberes, atitudes e valores para agir, com autonomia, em diferentes situações de vida e de trabalho. Este
conceito implica na apropriação histórica do mundo, permeada pelo pensamento dialético, que movimenta a
realidade e posiciona o homem frente ao mundo de maneira crítica, compreendendo-o em suas múltiplas
relações, como um ser racional, social, político e cultural. A relação entre o homem e a natureza não pode ser
desvinculada da relação do homem com os outros homens. A subjetividade é o princípio que orienta o
conceito de competência a qual deve ser construída em liberdade, com sensibilidade, no agir comunicativo. A
noção de competência que defendemos implica, pois, na participação política do trabalhador no seu contexto
social, cultural e profissional. É por meio desta participação - na interação subjetiva - que o trabalhador
poderá encontrar alternativas para superar as contradições do capitalismo.
6. A pobreza de direitos: uma análise do trabalho precarizado desenvolvido pelos
catadores de lixo do aterro sanitário de Cidade Nova em Natal-RN Denise Câmara de Carvalho (Profª Drª)
Antônia Agripina Alves de Medeiros (Profª Ms.)
Carla Gleibe Alves da Costa
Fernanda da Silva Dias
Ingrid Soares
Leonildo Noberto Medeiros
Mirian Anselmo de Lima
Anais XI Semana de Humanidades
157
Myrianna Coeli Oliveira de Albuquerque
Rissandra Bezerra de Souza
miriananselmo@bol.com.br
miriananselmo@zipmail.com.br
No contexto da globalização mundial sobre a perspectiva do capital financeiro presencia-se a revolução
tecnológica respaldada na micro-eletrônica ocasionando novos padrões de gerir e de produzir o trabalho. É
crescente o número de políticas sociais seletivas e fragmentadas, a diminuição dos recursos públicos na área
social, bem como a destituição de direitos sociais historicamente conquistados. Paralelo a isso observa-se o
aumento do desemprego, do trabalho temporário e precarizado, de segmentos cada vez mais desnecessários
as necessidades médias do capital. Tais fatos contribuem para o agravamento da exclusão social, da
violência, das desigualdades sociais brasileiras, etc. O RN segue a tendência nacional uma vez que a grande
maioria dos seus trabalhadores estão a mercê do desemprego, do subemprego, do trabalho temporário, da
pobreza, etc. Esse quadro pode ser exemplificado através da atividade da cata do lixo desenvolvida no Aterro
Sanitário de Cidade Nova localizado na Zona Oeste de Natal. Esse trabalho carrega consigo a discriminação
e desvalorização manifestas na renda, nas condições de moradia, saúde e principalmente de trabalho. A
atividade de catador é percebida como degradante, como último grau de um processo de desqualificação. O
cotidiano desses sujeitos é marcado pela falta de lazer, educação, de condições dignas de moradia,
informação e outros deixando-os assim a margem da sociedade.
7. Trabalho e novas demandas Autora:
Osicleide de Lima Bezerra (Graduanda do Curso de Ciências Sociais-UFRN)
osilb@bol.com.br
Orientadora:
Brasília Carlos Ferreira (Profa. Dra. do Departamento de Ciências Sociais-UFRN)
Nos últimos anos tem tido crescente destaque as discussões sobre as transformações no mundo do trabalho.
Esse processo se dá em função de um novo quadro que vem desde a década de 90 se configurando no plano
produtivo. Como conseqüências surgem novas problemáticas: flexibilização e precarização das relações
trabalhistas, novas formas de contratação, emergência de novos postos de trabalho monetarizados,
alargamento do trabalho informal, mudança na organização e funcionamento dos sindicatos, etc. Imerso num
cenário de reestruturação produtiva que é impulsionado pela tecnologia, são introduzidos novos métodos de
gestão que passam a definir e consolidar novas exigências impostas aos trabalhadores no campo da formação
e da qualificação profissional. Estas mudanças provocam ações e reações em nível global, das organizações,
fenômeno que pode ser percebido pela incorporação do tema nas agendas e pautas e sindicais, e em nível
individual, na vida dos trabalhadores. Para estes, surgem novos paradoxos: por um lado, confere-se uma
crescente exigência por “competência”, ancorado no paradigma do “novo” trabalhador – superqualificado -
para poder inserir-se no mercado formal, e por outro, percebe-se desde fins da década de 80 e início da
década de 90, o desenvolvimento de um processo histórico que visualiza uma tendência de perdas nas
garantias antes asseguradas pelo Estado. Este trabalho busca refletir e analisar sobre tais demandas com base
na pesquisa Trabalhadores e novas práticas sindicais, que vem se desenvolvendo através da pesquisa em
cinco categorias: setor bancário, petroleiro, comerciário, rural e têxtil.
8. O trabalho informal na construção de alternativa socioeconômica no contexto local: o
caso da comunidade do Dendê – Fortaleza, Ceará
Anais XI Semana de Humanidades
158
Rizoneide Souza Amorim (Mestranda em Ciências Sociais – UFRN)
rizoneideamorim@bol.com.br
Apresento reflexões ainda introdutórias relativas ao que nestes últimos anos se está denominando “Economia
Solidária”. Trato especialmente de compreender o trabalho informal na perspectiva da economia solidária.
Esta, a priori, introduz uma “ruptura” nas relações de trabalho e no modo de produção capitalista, levando a
emergência de uma nova forma social de produção, baseada na autogestão e cooperação. Acredita-se que, na
economia solidária reside uma alternativa consistente de trabalho e melhoria das condições de vida para os
setores de baixa renda e as classes trabalhadoras, diante do desemprego estrutural que atinge as mais diversas
camadas sociais. No plano empírico este estudo será realizado no bairro Edson Queiroz, município de
Fortaleza – Ceará, onde será discutido o significado de uma feira solidária – uma experiência popular de
produção econômica e de geração de renda com vistas ao desenvolvimento local. Para tanto, pretendo
analisar o trabalho informal executado nessa feira. O conceito de trabalho e suas transformações serão
centrais na construção dos meus argumentos.
9. Assentamento Canudos de Rosário: Potencialidades X Dificuldades Taís Soares Cruz (Bolsista da Rede Interuniversitária de Estudos e Sobre o Trabalho – UFRN)
tais_cruz@yahoo.com.br
O Projeto de Economia Solidária que a UNITRABALHO-UFRN vem desenvolvendo se constitui de
pesquisas de campo em alguns assentamentos no Estado do Rio Grande do Norte. O objetivo do projeto é
apoiar, “através de processo de incubação, a criação e viabilização de empreendimentos econômicos
solidários (cooperativas, associações, redes, etc.), oferecendo suporte jurídico, contábil, de marketing etc. e
buscando parcerias para comercialização, acesso a crédito e acesso às políticas públicas.” O Assentamento
estudado - Canudos de Rosário – está localizado no município de Ceará-Mirim. Lá se encontram 21 famílias
assentadas, que possuem em média cinco pessoas. Eles sobrevivem do trabalho na roça, do comércio de
frutas e dos serviços domésticos das mulheres que trabalham para famílias em Ceará-Mirim e em Natal. O
Assentamento Canudos de Rosário foi escolhido, dentre outros, pelas suas potencialidades econômicas e pela
existência de pessoas com baixa renda e escolaridade. Atualmente existe no assentamento uma micro-
empresa que trabalha com o beneficiamento da banana. Mas mesmo nos deparando com muitas
potencialidades, também encontramos inúmeras dificuldades como: carência de capital de giro; acesso ao
crédito; controle de qualidade; comercialização e tecnologia; ambigüidade da propriedade e dos meios de
produção; problemas decorrentes de barreiras legais e da carência de entidades de apoio e de padrões
gerenciais adequados. Nossa proposta é fazer uma pequena análise sobre a experiência do empreendimento
citado e apontar algumas estratégias sobre o tema: Potencialidades X dificuldades.
10. Análise da qualidade de vida no trabalho dos servidores do DETRAN-RN Ariana Valéria Paiva de Oliveira
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
thalytamabel@bol.com.br
Para COELHO NETO e ARAÚJO há muitos anos se fala em vida com qualidade mas, foi a partir da década
de 80 que o assunto se tornou popular e de uso constante por todos os indivíduos do mundo. Cada vez mais
se estabelece uma aceitação mundial de que uma vida longa com saúde já não basta. É pouco, já que
podemos alcançar uma vida longa, saudável e com qualidade. Atualmente vivemos num ambiente de alta
competição, dirigentes das empresas preocupam-se cada vez mais com hábitos de alguns profissionais, tais
como fumo, álcool, dietas inadequadas, entre outros que interferem. São hábitos que resultam, para as
empresas em elevação do absenteísmo, baixa produtividade, faltas e atrasos, as licenças de saúde ocasionadas
Anais XI Semana de Humanidades
159
pelo estresse e até mesmo doenças mais graves em seus funcionários. Para realizar essa pesquisa escolhemos
o DETRAN-RN que objetiva planejar, dirigir, controlar, fiscalizar, disciplinar e executar os serviços relativos
ao trânsito. A nossa pesquisa tem a finalidade de analisar a qualidade de vida no trabalho do servidor do
DETRAN-RN.
Anais XI Semana de Humanidades
160
GT-20: AS CIÊNCIAS HUMANAS E OS ESTUDOS DOS OBJETOS
MATERIAIS Coordenador:
Prof. Dr. Helder do Nascimento Viana (Departamento de História)
E-mail: helderviana@yahoo.com.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco E, sala 3, 30 lugares, terça, 20 de maio,
14:00-18:00h.
A importância dos estudos dos objetos materiais nas relações sociais tem despertado o
interesse de diversos cientistas sociais. Historiadores, arqueólogos, antropólogos,
sociólogos, arquitetos entre outros têm procurado compreender os objetos materiais não
como instância passiva e neutra nas relações sociais, mas como "sujeitos" ativos nestas
relações. Neste aspecto, os estudiosos têm alargado o campo das investigações a diversos
campos do saber, como os estudos do vestuário, da alimentação, da tecnologia, do
consumo, da identidade, da memória entre outros. O presente Grupo de Trabalho pretende
reunir estudos que contemplem a análise da relação dos indivíduos e grupos sociais com os
objetos materiais como uma dimensão fundamental de compreensão da realidade social.
RESUMOS
1. O Cemitério do Alecrim: uma análise das representações da morte em
Natal Jeane Fialho Canuto (Graduada em História-UFRN)
O presente trabalho é um estudo sobre as representações da morte em Natal, realizado a
partir da escolha de dez imagens contidas em túmulos do Cemitério do Alecrim, primeiro
cemitério da cidade, que teve a sua construção iniciada em 1855. Tais imagens foram
escolhidas por chamarem a atenção no que diz respeito ao tamanho, modelo, material e
simbologia da morte presentes nas sepulturas, datadas aproximadamente do final do século
XIX e início do século XX. A análise das imagens contidas nos túmulos nos permite fazer
uma reflexão sobre a concepção de morte presente na sociedade que enterrou seus mortos
no cemitério e nos revela uma estreita ligação com a religião Católica, possibilitando uma
reconstrução da memória histórica necessária para a compreensão da realidade.
2. Colecionismo, museus e identidade regional Helder do Nascimento Viana (Departamento de História-UFRN)
Este trabalho é resultado de minha tese de doutorado em História defendida na
Universidade de São Paulo em outubro de 2002. Nele procura-se compreender os processos
de construção de identidade regional, através da utilização de objetos materiais, mais
especificamente, do artesanato popular. Através do estudo do colecionismo, da organização
de museus, de projetos dos folcloristas e da emergência do mercado simbólico, busca-se
compreender com estes objetos foram apropriados e serviram como importantes suportes na
produção de identidade regional. Tal estudo esteve voltado para as experiências ocorridas
nos Estados da Bahia e de Pernambuco, do inicio do século XX até o final dos anos 50.
Anais XI Semana de Humanidades
161
3. O homem e a natureza: relatos de viagens e a arqueologia no Brasil Roberto Airon Silva (Departamento de História-UFRN; Laboratório de
Arqueologia)
A literatura de viagem sobre o Brasil toma fôlego a partir de 1810 com a abertura dos
portos e a conseqüente entrada de muitos estrangeiros no Brasil, impulsionados por
diversas razões: comerciais, científicas, diplomáticas, aventureiras, militares e artísticas.
Tais estrangeiros excursionavam em diversas regiões da terra desconhecida: Brasil. A partir
do estudo crítico e sistemático dos procedimentos desses trabalhos dos naturalistas
podemos dizer serem estes responsáveis pôr um “novo” descobrimento do Brasil, onde
muitos deles publicaram, na Europa, suas anotações de viagem. As missões traçadas em
nome da ciência, algumas delas planejadas por Academias e sociedades científicas, bem
como por museus de História Natural e financiadas por monarcas, ocupam no Velho
Mundo, relevante papel na produção intelectual sobre o Brasil em relação a conformação de
uma história da disciplina arqueológica no país.
4. As comunidades da Serra de São Pedro: ambiente natural, arqueologia
e história em Sítio Novo -RN Eduardo Matos Lopes (Graduando em História-UFRN)
O Projeto Arqueológico Sítio Novo buscou identificar, observar e registrar as estruturas
geomorfológicas, a vegetação e a ocupação humana na Serra de São Pedro – acidente
geográfico localizado na região Agreste do Rio Grande do Norte. A região está
compreendida num complexo de acidentes geológicos bem distribuídos, formado pela Serra
da Inês, Serra da Tapuia e Serra do Gavião; nesta, localiza-se a Serra de São Pedro habitada
por pequenas comunidades em propriedades rurais num raio de cerca de 6Km2. O projeto
teve como objetivo a localização cartográfica, verificação, estudo e catalogação da flora,
das estruturas geomorfológicas e ainda o estudo da ocupação do espaço e os sítios
arqueológicos nesta área do Agreste do estado. Buscamos observar também a diversa e
complexa relação dessas comunidades com os recursos naturais e as informações ditas
arqueológicas.
Anais XI Semana de Humanidades
162
GT-21: ANÁLISE DE DISCURSOS HISTÓRICOS: HISTÓRIA
COLONIAL BRASILEIRA Coordenadores:
Prof. Drª. Maria Emilia Monteiro Porto (Departamento de História)
E-mail: mariaporto@matrix.com.br
Prof. Ms. Roberto Airon (Departamento de História)
E-mail: larq@cchla.ufrn.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco E, sala 4, 30 lugares, terça e quarta, 20 e 21
de maio, 14:00-18:00h.
O GT visa discutir abordagens teóricas e metodológicas desenvolvidas no estudo das fontes
coloniais brasileiras. Serão consideradas propostas de trabalhos que apresentem:
1. um estudo de fonte primária ou historiográfica;
2. uma questão de ordem teórico-metodológica.
RESUMOS
1. Análises de discursos: história local e cultura renascentista nas crônicas
coloniais brasileiras Maria Emilia Monteiro Porto (Professora do Depto. de História – UFRN)
Trata-se aqui de apresentar as questões de dois projetos de pesquisa que a partir de um
universo empírico, conceitual e metodológico comum: as crônicas coloniais brasileiras, as
representações da cultura e a análise do discurso, desenvolvem diferentes problemas. Em
“Discursos coloniais sobre o Rio Grande” partimos da circunstância periférica que a Capitania
do Rio Grande manteve ao longo de sua história colonial em relação às Capitanias centrais da
colônia portuguesa e a maneira como ela se apresenta na historiografia colonial. Estas
referências possuem valor absoluto tanto para a história local como para a história geral, na
medida em que se oferecem como objeto de análise e interpretação do discurso do
conquistador e colonizador europeu para a formação de uma imagem sobre a região, assim
como uma imagem da mentalidade moderna européia a partir da desconstrução deste discurso.
Trata-se assim de uma arqueologia (no sentido divulgado por Michel Foucault, Arqueologia
do saber, 1997) da ordem de idéias civis e religiosas, onde cada um compareceu com sua
tradição específica projetada sobre uma região que neste momento se integrava à ordem
ocidental. Em “As Antiguidades nas crônicas colônias brasileiras: historicidade como
consciência histórica” examinamos as referências históricas e literárias da antiguidade greco-
latina presentes nas crônicas e relações produzidas entre os séculos XVI e XVII. Estas
escrituras incorporam o espanto e a experiência com o Novo Mundo, não deixando de
expressar a tradição cultural do Ocidente europeu. Estas referências se oferecem como um
excelente ponto de observação para os processos de afirmação da cultura européia e o
processo de ocidentalização projetado para o Brasil. Com isso, se abre a possibilidade de
retomar duas questões conectadas entre si: o debate entre antigos e modernos travado no
limiar da passagem da Idade média para a Moderna, contrastando-o com a produção
desenvolvida no, e para, os espaços coloniais brasileiros e o estabelecimento de um diálogo
direto com as reflexões filosóficas sobre a História a partir da discussão do conceito de
historicidade como consciência histórica, que é o que atualiza estas referências da
Antigüidade na Idade Moderna.
Anais XI Semana de Humanidades
163
2. Em busca da Terra Brasilis: natureza, nativos e relatos de viagem no
período colonial Roberto Airon Silva (Professor do Depto. de História – Larq/ UFRN)
Como parte integrante de projeto de pesquisa sobre as contribuições bibliográficas e
documentais à arqueologia no Rio Grande do Norte, no Depto de História da UFRN, foi
iniciado um grupo de leitura e discussão acerca dos cronistas, viajantes e exploradores durante
o período colonial no Brasil. Considerando ser tais relatos não somente antecedentes da
historiografia brasileira, mas também preocupados em pensá-los enquanto importantes fontes
na articulação entre História, Etnografia e Arqueologia, nossa proposta é um estudo
sistemático e crítico de alguns desses relatos observando aspectos principalmente de interesse
arqueológico. Tais relatos mesmo permeados de noções etnocêntricas, eurocêntricas e de
construções imaginárias, o contato direto com ao integralidade dos textos permitiu aos
componentes do grupo de estudo o desenvolvimento de aspectos diversos, desenvolvendo não
só aqueles delimitados pelo coordenador , como também o desenrolar de problemáticas
próprias ao interesse de cada um dos participantes. Aspectos, tais como, comportamentos,
identidades, cultura material e referências culturais dos autores foram alguns dos vários
marcadores estudados nos textos.
3. Documentação oficial colonial e a história indígena Fátima Martins Lopes (Professora do Depto. de História – UFRN)
A historiografia tradicional brasileira tratava o índio como um agente secundário, submetido
aos anseios coloniais: era parte de um pano de fundo natural onde ocorriam os eventos da
tomada de um Novo Mundo. Pouco mencionava sobre o seu confronto pela sobrevivência e a
justificativa principal era a falta de documentação, visto não terem os índios seus próprios
registros históricos. No entanto, novas posturas sobre o que são documentos históricos e como
trabalhá-los, possibilitou novas abordagens no estudo dessa temática, como, por exemplo, a
que utiliza a análise de discurso. Os documentos oficiais coloniais, como Leis, Portarias e
Regimentos, nessa perspectiva, são fontes para história indígena no sentido de trazerem a
possibilidade de análise do processo de sobrevivência implementado pelos índios frente à
colonização. Essa documentação visava criar instrumentos de controle das populações
indígenas naquilo que elas demonstravam maior resistência, como, por exemplo, a
manutenção das línguas nativas que foram combatidas em repetidas leis. A análise dessa
documentação oficial permite dar luz àquilo que ela combatia em nome de um processo
civilizacional do Novo Mundo. São os elementos culturais indígenas e as formas de ação
implementadas para mantê-los vivos que compõem os fatos da história indígena que se
pretende construir atualmente”.
4. O índio e a história colonial: a história indígena e seus dilemas Mauro Cezar Coelho (Professor da Universidade Federal do Pará / Doutorando
Universidade de São Paulo)
É objetivo desta reflexão problematizar a História Indígena, perscrutando seus limites e
evidenciando seus dilemas. Ela concentrar-se-á na análise da bibliografia relativa ao Diretório
dos Índios – importante aparato legislativo, formulado com a pretensão de normatizar as
relações de brancos e índios na Amazônia Portuguesa, durante a segunda metade do século
XVIII. Essa produção acadêmica, de informação histórica, consubstancia muitos dos
caminhos escolhidos pelos pensadores preocupados com a temática indígena. Além disso, já
tem cristalizadas algumas teses, apesar do reduzido número de estudos que elegeram o
Diretório dos Índios como objeto, viabilizando a investigação sobre práticas que, em certa
medida, delimitam um campo. O trabalho se ocupa da produção brasileira, uma vez que
Anais XI Semana de Humanidades
164
pretende problematizar os desdobramentos da constituição de um campo da pesquisa histórica
no Brasil. Inicialmente, dá conta do lugar do índio na cultura histórica brasileira; a seguir,
caracteriza a História Indígena e as produções de historiadores a ela relacionada; por fim,
discute a produção relativa ao Diretório dos Índios.
5. Pero de Magalhães Gandavo: seus tratados e suas histórias Lênin Campos Soares (Bolsista de Iniciação Científica - PPPg, do Departamento
de História - UFRN)
Pero de Magalhães Gandavo escreveu o “Tratado da terra do Brasil” e a “História da
província de Santa Cruz” em meados do século XVI. Ao entrarmos em contato com as obras
percebemos que ele mesmo diferencia as duas em seus “prólogos”, quando afirma que no
tratado pretende denunciar de forma suscinta as riquezas da nova terra enquanto em sua
história ele tenciona, por ninguém ainda ter feito, contar as coisas notáveis que aconteceram
na colônia e que mereciam perpétua memória. Nesta diferenciação, entendemos que se
identifica com a tradição antiga, iniciada com Homero, representada na figura das Musas, de
contar os feitos admiráveis para que não fossem esquecidos. Sendo assim, como a civilização
ocidental julga-se herdeira da Antigüidade, visamos através deste trabalho observar em
Gandavo, com auxilio de autores como M. Foucault, C. Cardoso e J. Maravall, suas ligações
com a tradição antiga, recuperada pelo Renascimento, e assim estabelecer a trajetória desta
tradição ao Brasil.
6. A Versão do Paraíso em Gandavo: venturas da Terra do Brasil ou da
Província de Santa Cruz Juliana Cavalcante de Azevedo (Bolsista de Iniciação Científica PPPg)
juliana_cazevedo@hotmail.com
Durante o século XVI com a descoberta das terras americanas pelos europeus, muitos
viajantes percorreram o Atlântico com a finalidade de descrever as riquezas, belezas e
novidades do novo continente. Na América portuguesa, Pero de Magalhães Gandavo foi um
desses cronistas e, em duas obras - Tratado da Terra do Brasil e História da Província de
Santa Cruz - se propôs a contar sucintamente o que viu e considerou mais impressionante,
interessante e fantástico. Todavia sua obra não se limitava apenas a uma mera descrição, mas
possuía um caráter utilitário. Informar sobre a terra do Brasil colonial seria, na verdade, uma
forma de criar anseios em sua gente lusitana de habitar na América. Como toda obra, no
entanto, revela aspectos do espírito do autor: o cronista do século XVI não poderia descartar,
como qualquer outro homem de sua época, sua dose de eurocentrismo. É dessa maneira que
Gandavo, ao mesmo tempo em que procura mostrar as belezas e maravilhas da terra, revela
aspectos negativos do ponto de vista de um europeu. Seu objetivo primeiro, revelado em seu
prólogo ao leitor, de atrair gente portuguesa para ocupar o espaço americano confunde-se com
a visão de um homem do Velho Mundo, impossibilitado de negar o que considerou cruel,
feroz e selvagem no novo continente. Com base em pesquisa realizada no universo de projeto
em que textos de cronistas e viajantes foram lidos e analisados, o trabalho procura mostrar as
visões e contradições do paraíso de Gandavo.
Anais XI Semana de Humanidades
165
7. O universo colonial luso-brasileiro em o Valeroso Lucideno Beatriz Paiva Oliveira (Bolsista de Iniciação Científica - PPPg, do Departamento
de História - UFRN)
A historiografia produzida nos últimos 20 anos tem utilizado mais sistematicamente as
crônicas do período do Brasil Colonial como fonte para a análise do discurso construído por
conquistadores e colonizadores sobre a colônia. Nestes três séculos de colonização, o período
da dominação holandesa (1630-1654) foi um dos mais documentados. O governo de Maurício
de Nassau e a restauração pernambucana são as fases que mais se destacam nesta
historiografia. Desta fase, um dos autores de maior destaque é frei Manuel Calado do
Salvador, autor de O valeroso Lucideno (1630-1646). Nesta obra podemos observar o modo
como o autor estruturou o universo colonial luso-brasileiro durante o domínio holandês. A
partir da análise dos dois volumes que compõem a obra, torna-se possível compor um quadro
do período colonial através da visão de Calado. A representação é neste trabalho um conceito
central, que auxilia na compreensão das categorias utilizadas pelo frei são paulino para
estruturar tal realidade. Para se analisar o modo como o autor constrói a representação sobre
católicos e protestantes e narra os eventos da guerra, é necessário compreender o contexto
mais geral deste momento histórico, que envolve a Contra-Reforma, e as principais
características da crônica portuguesa dos seiscentos. Dentre estas características destaca-se o
providencialismo, que influenciou profundamente o autor. Portanto, a análise do Lucideno sob
tais aspectos nos oferece um maior conhecimento sobre a sociedade colonial durante a
presença holandesa, neste período em que a América portuguesa sofreu os reflexos da crise do
Estado português.
8. O Mythós em Simão de Vasconcelos Lênin Campos Soares (Bolsista de Iniciação Científica - PBIC, do Departamento
de História - UFRN)
O padre jesuíta Simão de Vasconcelos (1597-1671) escreveu sua obra “Crônica da
Companhia de Jesus” na primeira metade do século XVII. Estava ligado à tradição
barroca/renascentista que permeava a vida intelectual desta época utilizando, retoricamente,
vários mitemas greco-romanos. Entre os tipos, observamos que ele se vale mais dos heróis e
“monstros” míticos do que das figuras dos deuses. Contudo, como ele mesmo afirma, são
fábulas, inverdades, celebradas pelos poetas antigos. O objetivo deste trabalho é examinar os
mitemas utilizados pelo autor e a relação de verdade que estabelece com os mitos. Nos
embasamos teoricamente em autores como M. Foucault, C. Cardoso, J. Maravall e J. Brandão.
A partir destas questões queremos verificar como a religião greco-romana antiga foi
reabsorvida pelo Renascimento e transmitida para a nossa contemporaneidade, tornando-se
um importante elemento de nossa cultura.
9. Os Cristãos-novos nas Ordenações Filipinas – séculos XVI e XVII José Carvalho Silva Junior (Aluno do Curso de História – UFRN)
Até o final do século XV, os judeus eram bem aceitos na Península Ibérica por terem uma
maior tradição em assuntos ligados a questão financeira e administrativa, do que os cristãos.
Nesse período os reis católicos cuidaram em tornar os cristãos mais livres das influencias
estrangeiras. Medidas como a conversão de judeus em cristãos, criando um continente de
conversos, permitindo assim que se cumprissem os novos ideais do período pós reconquista
de limpeza de parte da Península Ibérica. Mas enquanto na Espanha houve a referida limpeza,
em Portugal essa questão não tinha tanta importância, a princípio. Essa questão de tratamento
do agora “cristão novo”, foi transmitida para as Colônias. Os portugueses aceitavam bem os
cristãos novos e judeus devido a um discreto equilíbrio e principalmente por uma dependência
Anais XI Semana de Humanidades
166
econômica, ocasionando uma menor perseguição e posicionamento menos radical dos reis
portugueses, praticando inclusive o contrabando em conjunto com alguns grupos de cristãos
novos nas Costas das Américas Espanholas. Mas com a União das Coroas, a postura mais
radical da Espanha dominou a cena. Busca-se entender como foi esse tratamento dado aos
judeus ou cristãos novos nos textos das Ordenações Filipinas. Sabe-se que o quinto livro
dessa obra, trata principalmente do degredado e suas punições, onde muito desses degredados
eram cristãos novos ou judeus.
10. O padre Fernão Cardim e as habitações indígenas no século XVI Silvia Morais da Silva (Aluna bolsista Laboratório de Arqueologia/Depto de
História/UFRN)
Como parte das leituras de um grupo de estudo sobre os viajantes no Brasil, percebemos que a
vida indígena bem como os hábitos e costumes destes durante o séc. XVI foi um tema sempre
presente e relevante para as discussões contemporâneas. Baseados na obra de Fernão Cardim
nos foi possível desenvolver um trabalho que irá enfocar a descrição das habitações indígenas
por parte do cronista. Através da leitura de seus relatos nos foi possível observar com que
olhar o homem europeu do séc. XVI visualizou a morada indígena, além nos ter permitido
constatar em detalhes o que era a habitação dos nativos no período colonial e analisar todo
uma organização social que girava em torno da chamada oca ou maloca indígena.
11. A Religiosidade dos Tupinambás por Jean de Léry Patrícia K. G. da Câmara (Aluna bolsista Laboratório de Arqueologia-DEH-
UFRN)
Os cronistas através dos seus relatos, registraram os aspectos dos lugares por onde passaram,
sendo muitas vezes a única fonte disponível. No século XVI vários desses viajantes estiveram
no Brasil e descreveram o universo cultural dos indígenas. Tal importância vem pelo fato de
serem estes escritos, apesar das dificuldades, os primeiros registros dos costumes indígenas.
Esse trabalho foi desenvolvido a partir do grupo de estudo sobre os textos dos cronistas.
Procuramos assim, analisar o ponto de vista de Jean de Léry, no seu livro: “Viagem à terra do
Brasil”, quanto à religiosidade dos tupinambás, e em particular a questão dos caraíbas. Além
disso, podemos entrar em contato com a visão que o autor tinha das culturas nativas, tão
diferentes da sua. Mostrando assim toda a influência do imaginário europeu desse período.
12. Uma representação do corpo em cultura e opulência do brasil do padre
João Antonio Andreoni: notas para uma história do corpo colonial Alecsandro Rocha (Aluno do Curso de História – UFRN)
O presente trabalho é a elaboração inicial de um estudo sobre a representação do corpo na
obra Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas do padre jesuíta João Antonio
Andreoni, escrita no início do século XVIII. Tradicionalmente esta obra tem oferecido
importantes dados sobre a economia colonial, particularmente no que toca à indústria agro-
pastoril que se desenvolvia na época. Nosso objetivo é compreender a maneira como o corpo
se apresenta nesta obra, considerando com isso tanto a representação material expressa em
imagens sobre o corpo: corpos em movimento, corpos ociosos, como as formas de controle
destes corpos impostas pela dinâmica que toma a cultura, a política e a economia colonial.
Neste trabalho apresentaremos um percurso inicial no qual verificaremos em que medida os
aportes teóricos de Michel Foucault nos ajuda a melhor compreender este processo de
representação do corpo colonial.
Anais XI Semana de Humanidades
167
13. Uma análise sobre as obras, Tratado da Terra do Brasil e História da
Província de Santa Cruz, de autoria de Pero de Magalhães Gandavo. Thiago do Nascimento Torres de Paulo (Aluno Curso de História/UFRN)
O objetivo do trabalho é analisar como um documento histórico as obras Tratado da Terra do
Brasil e História da Província de Santa Cruz, escritas por Pero de Magalhães Gandavo,
republicadas em único volume pelas editoras Itataia e USP, em 1980. Nesse sentido, a
preocupação do trabalho não é trazer a público voz de Gandavo, que durante muito tempo
esteve silenciada nos arquivos, mas compreender a partir de procedimentos históricos o
alcance da obra do cronista. Os dois trabalhos publicados pela primeira vez em 1576,
fornecem uma série de informações sobre o primeiro século da colonização portuguesa na
América. O cronista descreve detalhadamente a região criando uma espécie de tela para que
os europeus, e mais especificamente os portugueses, pudessem vislumbrar a Terra de Santa
Cruz. Deve-se considerar que o viajante não percorreu toda a América portuguesa, tendo em
vista que limitou sua visitação ao recorte geográfico entre a Capitania de Itamaracá e a
Capitania de São Vicente. Do ponto de vista metodológico a análise historiográfica da obra de
Gandavo discute elementos que permitem compreender o trabalho do cronista no seu tempo.
Assim são analisados aspectos externos (tais como, quem foi o autor; em que momento
escreveu; a quem se destinava a obra; as idéias existentes na sociedade no momento da
produção) e internos (objetivo do texto; fontes usadas; diálogos estabelecidos). As referências
teóricas para referencias o trabalho foram buscadas em Marson (1986), que aponta passos
para o desenvolvimento de procedimentos Históricos e Le Goff que discute a ampliação do
conceito de documento realizada pela nova história.
Anais XI Semana de Humanidades
168
GT-22: NEOPLATONISMO Coordenadores:
Profª. Drª. Monalisa Carrilho de Macedo (Departamento de Filosofia)
Prof. Dr. Oscar Federico Bauchwitz (Departamento de Filosofia)
E-mail: neoplatonismo@bol.com.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco A, sala 1, 30 lugares, terça e quarta, 20 e
21 de maio, 14:00-18:00h.
O GT procura congregar pesquisadores do Neoplatonismo, enfocando as suas origens,
controvérsias e o seu desenvolvimento histórico de Plotino a Ficcino, bem como as
ressonâncias modernas e contemporâneas de uma das mais influentes correntes da filosofia.
RESUMOS
1. O Conceito de Justiça n’A República de Platão Prof. Ms.Ivanaldo dos Santos (UERN - Doutorando em lingüística pela UFRN)
Este estudo trata da discussão feita por Platão para conceituar o que é a justiça, mostrando
todos os argumentos que ele utiliza para demonstrar este conceito. Desde a divisão, no
século IV a.C., entre a decadente aristocracia rural e a nova aristocracia nascida do
desenvolvimento econômico de Atenas, o primado do rei-filósofo no governo da pólis, a
fidelidade do cidadão ao Estado, a nova ordem educacional, a qual substituiria Homero, e o
indivíduo, seja escravo ou de outra classe social, devendo cumprir seu ofício da melhor
maneira possível. O referencial teórico utilizado é o diálogo platônico A República. A
relevância deste estudo é, em primeiro lugar, o fato de Platão ter influenciado, com esta
obra, todas as utopias políticas a partir de Thomas Morus, e em segundo, o fato de que a
discussão sobre o que é a justiça vem sendo travada desde a Antigüidade sem, no entanto se
conseguir construir um conceito universal, imutável e eterno. Palavras-chave: Platão,
justiça e Estado.
2. Uma Investigação Plotiniana Acerca do Amor Alexsando Sinfrônio da Câmara (LCE – UFRN)
Pretende-se expor a investigação
tem-se constatado que tal concepção apresentou dificuldades, não só na tradição mítica a
respeito dessa divindade, como também em Platão. Sobretudo a concepção platônica do
Amor - já que este dá um salto importante sob a concepção mítica antiga ao enfocar o
problema sob uma visão filosófica. Todavia, Plotino observa que, apesar dessa evolução
platônica, ainda há lacunas e ambigüidades de tal sorte que será preciso uma investigação
pormenorizada acerca do Amor platônico, para então, solucioná-las. Para tal investigação,
Plotino parte do seguinte ponto, ou indagação – O que é o Amor? E a resposta reside em
novos problemas: 1º É ele um Deus, 2º Um Daimón ou 3º “um estado de Alma”. E nesta
abordagem, por conseguinte, constataremos a aproximação que Plotino faz entre a visão
Mítico-platônica do Amor e a sua Metafísica em respeito da divisão hipostática dos seres
inteligíveis; aproximando e finalizando toda esta abordagem em sua filosofia.
Anais XI Semana de Humanidades
169
3. A Crítica de Plotino à Idéia de Simetria como Paradigma Estético: A
Simplicidade do Olhar Cláudia Aprile de Araújo (PPPg-GEMT -DFIL)
A análise da Enéada I.6 (Sobre a beleza) visa demonstrar a novidade e a crítica de Plotino
frente a concepção estética tradicional fundamentada na idéia de proporção, demonstrando
a inconsistência da complexidade da beleza pela necessidade harmônica das partes do
objeto para a constituição do belo, o que demarca a incapacidade da beleza no simples.
Utilizando os fundamentos platônicos da participação e das idéias, Plotino legitima sua
concepção metafísica e mística, demonstrando a existência da beleza em si, que se refugia
atrás de uma multiplicidade dispersa; o belo consiste na participação espiritual da beleza do
primeiro ser, o Uno, que a comunica a inteligência, e por meio desta aos demais seres.
4. Treva de Silêncio – A Ignorância e a Via Apofática na Filosofia de
Pseudo-Dionísio Areopagita Williane Oliveira (PIBIC-GEMT-DFIL)
Para tratar de uma experiência, na qual todo e qualquer discurso se aniquila, Pseudo
Dionísio Areopagita (entre 485 e 585), escreve uma obra chamada Teologia Mística, obra
que visa a fundamentação da união com Deus, ápice do labor filosófico. No intuito de
expor os conceitos fundamentais do pensamento de Pseudo-Dionísio, procura-se evidenciar
a presença de elementos neoplatônicos, na superação de uma ontologia clássica. Elucida-se
ainda o tratamento da linguagem em relação a Deus, como força evocativa na
argumentação de uma teologia negativa, onde a linguagem aponta na perspectiva de um
não-saber. No caminho do conhecimento de Deus, o método consiste na renúncia dos
conhecimentos sensível e inteligível, culminando na negação e em uma ignorância sapiente.
Suscita-se ainda estabelecer um diálogo entre o discurso dionisiano e o niilismo
contemporâneo.
5. A Natureza do Bem em Santo Agostinho Andréa Cedro de Araújo (DFIL-UFRN)
Procura-se discutir a natureza do bem no pensamento de Santo Agostinho (354-430).
Agostinho estabelece uma relação a respeito da natureza do bem e da origem do mal. Ele
contesta o maniqueísmo e refuta a idéia da origem do mal. Deus princípio de tudo, criou a
natureza da melhor forma, sendo ela boa, na qual só há o bem e, portanto, torna-se
inadmissível pensar ser Deus o criador do mal, posto ser Ele o Sumo Bem e princípio único
de todas as coisas. Em nenhuma natureza há o mal, pois há apenas e somente o bem, sendo
o mal ausente de qualquer natureza, sendo ele diminuição ou corrupção do bem. O mal
relaciona-se com as ações humanas por meio do livre-arbítrio; pelo poder de decisão
individual e sua efetivação pelas ações humanas.
6. Distensão da Alma no Pensamento de Agostinho: O Contraste da
Eternidade e o Tempo Íris Fátima da Silva (PPGFIL - UFRN)
É intenção do presente texto discutir o tempo como distensão da alma segundo a ótica de
Agostinho de Hipona (354-430). Tomamos como fio orientador o Livro XI das Confissões,
Anais XI Semana de Humanidades
170
na disposição de entender a ligação entre a tese do tríplice presente, que se propõe a
resolver o enigma de um ser que carece de ser, e a tese da distensão do espírito, chamada a
resolver o enigma da extensão de uma coisa que não tem extensão. Nele, é possível pensar
o tríplice presente como distensão e a distensão como tríplice presente, posto que dois
traços da alma humana aí se acham confrontados, aos quais Agostinho chama de intentio e
distentio animi. A anterioridade da eternidade com relação ao tempo, num sentido de
anterioridade que fica por determinar, é dada no contraste entre o ser que não foi feito e o
ser que varia. Podemos definir eternidade como não sendo um tempo dilatado, mas um
tempo presente. Medir a eternidade é uma tarefa impossível, pois nela nada passa, tudo é
presente. Tudo é um presente contínuo, sem que dentro deste presente ocorra um antes ou
um depois. Tentar medir a eternidade é querer forçar a sua temporalização.
7. Fredegiso de Tours e a Epístola Sobre la Sustancia de la Nada y la de
las Tinieblas Paulo Jorge de Souza Antas (PPGFIL – UFRN)
Fredegiso de Tours é um dos pioneiros a explicitar e questionar Nada e Treva. A colocação
do Nada como sujeito, com um nome definido do qual algo pode ser predicado, ainda que
somente pela autoridade divina, mas que tem uma significação. O Nada como algo do qual
Deus fez todas as coisas, colocado como algo grande e excelente por uma autoridade que
não pode ser contestada. O Nada onipresente e a dificuldade que se impõe à sua
compreensão. O Nada como princípio primeiro e fim último. As Trevas e a impossível
negação de sua existência, que é proclamada por uma autoridade maior. As trevas como
lugar-onde tudo teve início e de onde, conseqüentemente, tudo procede. As Trevas como
lugar de Deus e sua subseqüente relação com o Nada. A natureza das Trevas e sua oposição
à luz. Qual das duas pode apresentar caráter de substância? Qual delas invade, por assim
dizer, o espaço da outra, assumindo uma condição primordial para a existência? A antítese
entre Tudo e Nada e entre Luz e Trevas como ponto de equilíbrio do Universo, e sua
contribuição para a existência humana. O homem diante do abismo, o Nada visível, e o
Nada sensível. A relação de totalidade que se consuma diante das duas maiores
manifestações do infinito, como provas de um poder supremo; de uma força que se eleva
acima e além da compreensão.
8. A Inexistência da Necessidade em Deus Segundo João Escoto Eriúgena Noemi Favassa Alves Queiroz (PGFIL-UFRN)
Objetivamos demonstrar como Eriúgena nega a existência da necessidade criadora em Deus
pela afirmação da liberdade da vontade divina. Diz ele que em Deus não há necessidade
porque não há causa nenhuma que o obrigue a criar qualquer coisa. Todavia, se
entendermos que existe uma causa que obrigue a Deus criar algo, esta causa é a própria
vontade divina. A vontade de Deus é a primeira e principal causa do Universo inteiro, de
forma que, se tudo está em Deus e a vontade de Deus está nele mesmo, então a vontade é o
próprio Deus, de tal modo, que a liberdade da vontade de Deus não possui necessidade.
Deus não cria nada que não seja de sua própria vontade. Não há distinção entre ser e querer,
quando Deus quer, sua vontade se realiza a partir dele mesmo.
Anais XI Semana de Humanidades
171
9. Abandono Silêncio Como Revelações do Lugar de Deus: Uma Leitura
de Mestre Eckhart Séphora Maria Alves Bezerra (PPGFIL – UFRN)
O trabalho propõe-se comentar a estreita relação entre abandono e silêncio como
revelações do lugar de Deus nos sermões Mestre Eckhart, especialmente através das
leituras de O Homem Nobre e do Silêncio da Criação (Sermão 57). Neles, o mestre renano
descreve que se o ser de Deus está além dos modos, o homem que deseja encontrá-lo
deverá abandonar os atributos pessoais, num exercício constante e sem interrupções para
retirar do esquecimento o conhecimento que possui interiormente e que revela esse
"Lugar". Mestre Eckhart evidencia nestas duas leituras que todas as ações dependem
sempre de intermediação, mas abandonar-se e silenciar-se consistem no despojamento do
limite do ex-istir. Ao discutir a circunstância mais própria da alma, ele reflete que o lugar
de Deus não é um lugar de coisas, mas de um acontecimento, fundamentalmente dinâmico.
Para ele, Deus é um processo sem variação que está constantemente fermentando e
extravasando, para que se torne mais que perfeito. O abandono e o silêncio possibilitam ao
homem um voltar-se intimamente para Deus, um permanecer firme na substância de Deus e
a revelação deste mesmo homem como co-partícipe da humanidade em essência.
10. Os Pensadores da Douta Ignorância São-No Também os dos Limites
da Razão Túlio Sales Lima (PPGFIL - UFRN)
Este ensaio é uma tentativa de tematizar duas atitudes que se aproximam quando o tema diz
respeito a relação assintótica entre a teologia e a cosmologia ou, Deus e a ciência nos
limites do conhecimento: Nicolau de Cusa e Kant. Ancorados numa metodologia de matiz
eminentemente metafórica que recorre às analogias matemáticas, ambos pretendem
promover uma nova visão filosófica de Deus que não a ontoteológica, qual seja, a de Deus
como um universo consciente, demiurgia cosmoteológica. Neste sentido, postulamos que os
conceitos de complicatio e explicatio em Nicolau de Cusa e o de juízos sintéticos a priori
em Kant se equivalem respectivamente como matizes constitutivas e regulativas das
condições de possibilidade de uma cosmoteologia
11. A Douta Ignorância em Nicolau De Cusa Ana Elisabeth de Oliveira Ferreira (PPGFIL - UFRN)
Douta Ignorância, questão central no pensamento de Nicolau de Cusa, traz uma reflexão
sobre o conceito de sabedoria e de que maneira esta sabedoria pode ser apreendida por nós.
Para Nicolau de Cusa, o homem se reconhecer ignorante é compreender que existem limites
de entendimento para sua capacidade intelectiva. Dessa forma temos 2 instâncias de
sabedoria, a primeira nos fala da sabedoria das coisas mundanas, do que pode ser conhecido
através do domínio e apreensão das coisas múltiplas, sensíveis e finitas. E a segunda, que
fala de uma sabedoria interior, subjetiva que trata da relação do homem com o infinito e seu
encontro com a unidade primeira, relação esta que se dá através de um encontro carregado
de misticismo e reconhecimento de seus limites humanos.
Anais XI Semana de Humanidades
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12. Ontologia e Henologia em Plotino Oscar Federico Bauchwitz (DFIL-UFRN)
O presente trabalho procura pensar em que consiste a filosofia plotiniana como uma
interpretação inovadora das obras de Platão e, sobretudo, como uma metafísica que aponta
para a superação da ontologia clássica grega, na medida em que apresenta uma henologia.
Com Ontologia indica-se a definição aristotélica da ciência do ser enquanto ser. Na
perspectiva ontológica, toda a realidade existente é um aspecto polissêmico do ser. Com
isso, não só se identifica com e se restringe o objeto do conhecimento àquilo que é,
incluindo aí a todos os entes e mesmo a Deus como princípio primeiro, mas também se
identifica o Uno com o ser, com a sua conseqüente entificação. Com Henologia designa-se
o Uno como origem de toda existência, embora ele mesmo não seja algo que propriamente
é. A partir da henologia instaurada por Plotino, o ser é visto desde o Uno, como sua
derivação, como próodos. Plotino representa, portanto, uma constituição inovadora da
metafísica que remete, mas que não se limita, aos diálogos platônicos. A primazia frente ao
jogo dinâmico do ser e não ser, a processão desde si mesmo em si mesmo, num movimento
autoprodutivo e instaurador da multiplicidade, a inefabilidade e incognocibilidade
levantadas por Plotino quando trata do Uno constituem a originalidade de sua filosofia.
13. Natureza e magia no neoplatonismo renascentista: ficino, agrippa e
giordano bruno Monalisa Carrilho de Macedo (GEMT-UFRN)
Marsilio Ficino (1433-1499) foi principal responsável pela divulgação da tradição platônica
e neoplatônica no Renascimento. Ao lado de Platão, traduziu Jâmblico, Plotino, Proclo e o
Corpus Hermeticum., entre outros. Inspirado por esses autores, desenvolveu sua "magia
angélica e espiritual" que se caracterizava menos por uma práxis do que por uma visão
estetizante do filósofo-mago diante da mãe-natureza. Cornelius Agrippa, a partir da leitura
de FIcino e influenciado por encontros determinantes em sua vida como o de Johann
Trithemius, compilou, numa obra intitulada A Filosofia Oculta ou a Magia, as informações
da tradição sobre o poder da magia, numa perspectiva menos teórica e mais prática do que a
de Ficino. Seu livro tornou-se um verdadeiro "manual" de magia para os séculos
posteriores. Giordano Bruno, na linha de Ficino e de Agrippa, elaborará o que poderíamos
chamar de uma "magia heróica" que, de certa forma, pode ser vista como uma síntese da
magia angélica de Ficino, com a magia "demoníaca" de Agrippa.
Anais XI Semana de Humanidades
173
GT-23: CULTURA, POLÍTICA E COMUNICAÇÃO Coordenadores:
Prof. Dr. João Emanuel Evangelista (Departamento de Ciências Sociais)
Email: jemanuel@ufrnet.br
Prof. Dr. José Antônio Spinelli (Departamento de Ciências Sociais)
E-mail: spinelli@cchla.ufrn.br
Prof. Dr. Pedro Vicente Costa Sobrinho (Departamento de Ciências Sociais)
Local/horário: Setor de aula II, Bloco E, sala 6, 30 lugares, terça e quarta, 20
e 21 de maio, 14:00-18:00h.
O GT reunirá trabalhos que tratem das interfaces entre a cultura, a política e a
comunicação, através da análise das imbricações entre os meios de comunicação
(televisão, internet, rádio, jornais, revistas, livro, etc.), os processos políticos e/ou
eleitorais e as manifestações da cultura e da sociabilidade contemporâneas nas suas
implicações sobre as diversas dimensões da sociedade. Serão analisadas propostas de
trabalhos que tratem:
1. As relações entre mídia, política e cultura;
2. Os processos políticos e/ou eleitorais;
3. As formas de cultura e sociabilidade associadas às novas tecnologias
comunicacionais;
4. Estudos sobre consumo, publicidade e ideologia;
5. Temas correlatos.
RESUMOS
1A SESSÃO: MÍDIA, CULTURA E CONSUMO
1. O Cinema Como Consumo Cultural: um estudo sociológico sobre
gostos e preferências da cultura cinematográfica junto ao público
universitário de Mossoró-RN Jochen Mass Xavier Gomes
O nosso trabalho tem como preocupação investigar os condicionantes sociais,
econômicos e culturais na construção das preferências e gostos pelo consumo de cinema
da população universitária de Mossoró-RN. Pretendemos investigar como se constrói o
gosto dos consumidores de cinema, ou seja, se o mesmo está condicionado a fatores
econômicos ou a questões culturais. O procedimento metodológico tentará combinar
aspectos de natureza teórica e empírica acerca das relações entre público e consumo de
cinema. A construção social das preferências e gostos pelos produtos cinematográficos
tem a ver com a lógica da indústria cultural, está por sua vez condiciona e homogeneíza
tanto o produto como o público de cinema. Desvendar parte da influência da indústria
cultural no condicionamento dos gostos e preferências dos consumidores de cinema é
necessário para explicar o nível de padronização do consumo de filmes. Nesse sentido,
entendemos que vivemos uma espécie de cultura do imediatismo, em que os
consumidores não vêem apenas o que preferem, mas preferem o que a indústria cultural
oferece no momento.O imediatismo parece ser determinante dos atuais padrões de
consumo de filmes da população universitária de Mossoró-RN. Não pretendemos
universalizar o gosto dos consumidores de cinema, mas em sua grande maioria o
público quer ver é o chamado filme do momento, aquele que prometa ação e aventura.
Todavia, verificar o nível de condicionamento das escolhas de filmes será uma tarefa
que pretendemos realizar ao longo do empreendimento investigativo aqui proposto.
Anais XI Semana de Humanidades
174
2. Os Imperdoáveis: O Autor, O Editor e a Mídia Livro no Nordeste. Pedro Vicente Costa Sobrinho (Professor do Departamento de Ciências
Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais –
UFRN)
A produção científica e cultural do Nordeste sempre foi altamente representativa no
conjunto da sociedade brasileira. O pensamento social brasileiro foi enriquecido com a
contribuição canônica de cientistas do porte de Sílvio Romero, Câmara Cascudo,
Manoel Bonfim, Celso Furtado, Josué de Castro, Clóvis Beviláqua, Gilberto Freyre,
Joaquim Nabuco e outros. As presenças de escritores nordestinos como Graciliano
Ramos, Jorge Amado, Gilberto Amado, Manoel Bandeira, Ariano Suassuna, João
Cabral de Melo Neto, Jorge de Lima, Coelho Neto, Castro Alves e outros, foram
decisivas para a formação da grande literatura nacional. A poderosa riqueza científica,
artística e cultural do Nordeste, no entanto, não foi capaz de motivar a formação de uma
representativa indústria editorial na região. A presente comunicação busca analisar as
causas que determinaram o atraso do mercado editorial da região e conseqüente
dependência da região ao centro-sul, e apresenta algumas sugestões de como superá-los.
3. Dominação, Consumo e Publicidade: Aspectos da Relação de Poder
Entre Fornecedor e Consumidor José Augusto Peres Filho (Mestrando em Ciências Sociais – UFRN)
japeres@sxp.com.br
O motor que move a máquina do Capitalismo é o consumo. Para que o lucro, o objetivo
maior, seja atingido, aquele (o consumo) precisa ser estimulado. O estímulo deve ser
constante, não apenas para suprir necessidades, mas, sobretudo gerando necessidades,
por mais artificiais que possam parecer. Esse é o papel da publicidade. Temos, pois, a
publicidade gerando o consumo que produz o lucro que é a essência do Capitalismo.
Todos intimamente ligados. Por outro lado, temos o alvo da publicidade, aquele que é
estimulado a empregar seus recursos nos produtos e serviços “maravilhosos que
facilitarão suas vidas ou lhes assegurarão um lugar de prestígio na sociedade”: o
consumidor. Dentro do triturador no qual se transformou o mercado de consumo, ele
sofre, diuturnamente, os mais diversos abusos por parte das empresas, que vêem nas leis
de defesa do consumidor apenas um grande empecilho para o alcance da amplitude do
seu lucro. O Estado, que deveria prover a defesa da lei da parte mais vulnerável nessa
relação, muitas vezes queda-se inerte, em outras toma decisões e desenvolve ações
meramente paliativas. Ao perceber isso, o consumidor tende a desanimar, e a ver como
algo normal a submissão que lhe é imposta pelos fornecedores, deixando-se lesar por
publicidades enganosas ou abusivas, arcando com prejuízos de posturas empresariais
ilegais.
4. Propaganda e Ideologia – Uma Estreita Relação Dalvacir Xavier de Oliveira Andrade (Mestranda no Programa de Pós-
Graduação em Ciências Sociais - UFRN)
No contexto capitalista em que vivemos atualmente, no qual a lógica do consumo toma
proporções cada vez maiores, observamos a propaganda como uma das grandes
“atrizes” da atual sociedade. Aliada às inovações tecnológica e aos novos recursos da
mídia, tornou-se uma primordial ferramenta de vendas. Porém, é importante notar que a
propaganda é importante não apenas por ser volumosa e constante, ter a função de
vender um produto, aumentar o consumo, abrir mercados, mas pelo seu poder de
Anais XI Semana de Humanidades
175
influência, pelo seu conteúdo, pelos conceitos e representações sociais embutidas nela.
Diante disso, pretende-se analisar a relação da propaganda comercial ou publicidade
com a ideologia, verificando se a propaganda em sua busca insistente de atrair e
interessar o público vende apenas mensagens comerciais ou junto com essas mensagens
acaba por divulgar também as idéias dominantes. Por ideologia não compreendemos a
forma primária de manipulação entre classes, mas a força que mantém os indivíduos
prisioneiros dos sistemas de sociedades aos quais estão submetidos. São as idéias que
conformam a dominação social, convenções de juízos considerados reais e verdadeiros,
sem se saber sua origem nem explicação.
5. Economia, Meio Ambiente e Mídia no Rio Grande Do Norte:
Desafios e Oportunidades Perante a Sociedade da Informação Marígia Mádje Tertuliano dos Santos (Professora do Curso de Ciências
Econômicas – UNP)
marigia@yahoo.com
Josenira Fraga Brasil (Professora do Curso de Turismo - UNP)
A difusão do conhecimento, via práticas de educação ambiental, pela mídia, vai além do
alcance de políticas específicas da área. Acredita-se que esta decisão está amarrada às
definições de um projeto político da sociedade, o qual está sendo traçado de modo
independente, sem uma discussão que conscientize a sociedade através de uma nova
mídia. No conjunto, esta discussão é justificada pela necessidade do Rio Grande do
Norte passar a integrar o movimento global de intensa velocidade de comunicação e
troca de informação, que vêm determinando mudanças exponenciais nas áreas
econômica, política, social e cultural, através do viés ambiental. Logo, com base em
pesquisa piloto, pretende-se explorar a relação entre o desenvolvimento econômico do
Estado do Rio Grande do Norte e a preservação do meio ambiente, vistos através das
matérias veiculadas no Diário de Natal, no período compreendido entre 1992 a 2002
considerando as práticas ambientais implementadas pelas empresas locais. Em seguida,
conhecer o mapeamento e o modo como está sendo encaminhada a utilização das mídias
contemporâneas locais, no estímulo às práticas cidadã e o desenvolvimento sustentável.
6. As relações sociais no cyberespaço: um estudo das formas de
sociabilidade no canal natal do MIRC Lívia Libório de Matos Gomes (Graduanda em Ciências Sociais - UFRN)
Este trabalho aborda as novas modalidades de relações sociais surgidas por intermédio
dos canais de conversação da Internet. Essa forma de socialização, típica da sociedade
contemporânea, torna-se cada vez mais comum, principalmente nos grandes centros
urbanos, através da formação das comunidades virtuais. A partir de uma pesquisa
qualitativa (através da técnica de discussão em grupo) realizada com integrantes de um
determinado canal, o canal Natal do MIRC, pôde-se verificar que o desenvolvimento e
consolidação destas comunidades no ciberespaço está extremamente vinculado ao grau
de envolvimento entre os seus membros, através das relações sociais de amizade que,
por sua vez, tendem a se fortalecer em encontros presenciais. Esses relacionamentos
apresentam características bastante semelhantes às relações tradicionais de amizades
(aquelas desenvolvidas fora do ciberespaço), revelando que o ciberespaço apresenta-se
como mais uma esfera de socialização nas sociedades contemporâneas.
Anais XI Semana de Humanidades
176
2A
SESSÃO: DEMOCRACIA, CULTURA E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
7. Origem e Desenvolvimento das Ligas Camponesas no Rio Grande do
Norte Ruy Alkmim Rocha Filho (Mestrando no Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais – UFRN)
No princípio da década de 1960, o Rio Grande do Norte, a exemplo de outros estados
brasileiros, contemplava a formação e atuação de diversos movimentos sociais. A
Reforma Agrária foi uma reivindicação comum em vários países, exercendo um papel
mobilizador indiscutível. No Brasil daquela época a Reforma Agrária era, e ainda é,
extrema. “5% dos proprietários detém 70% das terras nacionais, enquanto os demais
50% dos proprietários menores dividem 2,2% das terras restantes”. No final da década
de 50, surge o movimento das Ligas Camponesas, no interior de Pernambuco.
Destacam-se líderes como Francisco Julião, Zezé da Galiléia e João Pedro Teixeira, os
quais arregimentaram milhares de camponeses, em torno de agremiações sediadas nos
pequenos municípios daquele estado. Este movimento cresceu a ponto de mobilizar
militantes também na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Essas associações atuavam,
oferecendo apoio jurídico a camponeses expulsos de suas terras, organizando
manifestações e mesmo tomando iniciativa em invasões de latifúndios. O deputado
federal Floriano Bezerra foi o organizador, tendo a seu lado o estudante Meri Medeiros.
8. Desenvolvimento e Cultura: Uma Análise da Política Cultural De
Janduís-RN na Gestão Participativa de 1989/92 Daline Maria de Souza (Bolsista de Iniciação Científica e Graduanda do
Curso de Serviço Social – UFRN)
dalineufrn@bol.com.br
Na década de 80, a cidade de Janduís destaca-se no cenário político do Rio Grande do
Norte ao vivenciar um ciclo de gestões democráticas e participativas. Este ciclo, que
compreendeu duas administrações, caracterizou-se pela democratização do poder local,
a participação cidadã e a implementação de políticas públicas de inclusão social. Na
segunda gestão (1989-1992) ganham relevância as políticas públicas implementadas na
área da cultura e voltadas para a juventude das camadas mais pobres da sociedade local.
A pesquisa teve como objetivo avaliar a efetividade das políticas públicas, que
articularam desenvolvimento e cultura, através da trajetória do movimento cultural. Os
procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa foram: revisão bibliográfica dos
temas Poder Local, Democracia, Participação Cidadã, Políticas Públicas e Cultura;
pesquisa documental e entrevistas com formuladores das políticas públicas para a área
da cultura, agentes organizacionais e protagonistas do movimento cultural no período da
gestão participativa. Mesmo com o fim do ciclo de gestões participativas, continua
existindo o movimento cultural no município e os depoimentos dos participantes
sinalizam para a noção de efetivação de Amartya Sen, ao avaliarem que o projeto
modificou suas vidas em diversos aspectos, entre estes a capacidade de agir e falar no
espaço público.Nesse sentido, pode-se concluir que as políticas públicas implementadas
para a área de cultura em Janduís/RN foram efetivas ao modificarem as condições de
vida e os lugares sociais dos jovens, bem como proporcionarem sua atuação na esfera
pública local.
Anais XI Semana de Humanidades
177
9. O Projeto Político-Pedagógico na Rede Municipal de Natal Luciane Terra dos Santos Garcia (Mestranda do Programa de Pós-
Graduação em Educação - UFRN)
lmarcos@dca.ufrn.br
O estudo dos pressupostos neoliberais orientadores da reforma do Estado brasileiro tem
possibilitado o entendimento da descentralização da gestão educacional, sobretudo a
transferência de encargos financeiros e administrativos do eixo do Governo Federal para
as Unidades Federadas, municípios e escolas. As políticas de educação orientadas pelos
referidos pressupostos deram origem a uma série de mudanças no campo administrativo
e da gestão, a serem implementadas, de modo particular, nas unidades de ensino,
requerendo novos parâmetros na ação educacional. Nessa particularidade, o
planejamento coletivo da ação educativa é compreendido como uma forma de fomento à
qualidade educacional e o Projeto Político-Pedagógico das instituições escolares, traduz
as aspirações dos educadores, constituindo-se em elemento norteador das práticas
educativas, concorrendo para a instauração de um processo de reflexão e a busca de
soluções para os problemas vivenciados pela comunidade escolar. Na Rede Municipal
de Educação de Natal, até o ano de 2002, cinco escolas encontravam-se em processo de
implementação do seu Projeto Político-Pedagógico. Na ótica dos dirigentes da Escola
Municipal Ascendino de Almeida, o processo de reflexão coletiva instigado pela
elaboração da proposta pedagógica, aliado à efetiva participação da comunidade escolar,
permitiu que a escola obtivesse resultados educacionais satisfatórios e o reconhecimento
de seu trabalho, expresso na crescente demanda por matrículas na referida unidade de
ensino. O Projeto Político-Pedagógico tem propiciado mudanças políticas e pedagógicas
na educação, daquele estabelecimento de ensino, dando alento ao cotidiano.
10. O Conselho do FUNDEF: Repercussões de uma Participação
Política Pauleany Simões De Morais (Bolsista de Iniciação Científica e Graduanda
do Departamento de Educação – UFRN)
pauleany@ig.com.br
Este trabalho focaliza o processo de participação em que diferentes segmentos da
sociedade se envolvem nas decisões de política de educação local, primordialmente no
que se refere à fiscalização dos gastos financeiros. Com essa intenção analisamos uma
realidade específica e tomamos como referência o Conselho de Controle do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério – FUNDEF do município de Ceará-Mirim/RN. Para obter informações
acerca da composição e funcionamento do Conselho entrevistamos sua Presidente e a
Secretária Municipal de Educação. Identificamos aspectos empíricos do relacionamento
entre os gestores e os Conselheiros. Procuramos compreender o Conselho enquanto
mecanismo de participação política e democrática, que norteia as práticas de gestão
educacional. Vale salientar que, o FUNDEF é um fundo de natureza contábil criado pela
Lei 9.424/96, que em seu artigo 4º, prescreve que todo município deve constituir um
Conselho, a fim de acompanhar e fiscalizar as ações da gestão pública. Percebemos que
esse órgão colegiado tem a função de incentivar a participação da sociedade no controle
das ações governamentais, no entanto, na prática, essas ações são (des)articuladas e o
funcionamento do Conselho não corresponde às recomendações do próprio Ministério
da Educação. Nas reuniões - esporádicas - não há discussões mais amplas, em que se
discutam os problemas – administrativos, pedagógicos, financeiros – e se tomem
Anais XI Semana de Humanidades
178
decisões sobre a aplicação dos recursos do FUNDEF. Assim, o Conselho que deveria
promover a participação política de seus representantes nega essa participação devido à
debilidade na fiscalização dos recursos.
11. Olhares pendentes: visões e cenários do município de Pendências
Tiago Cruz Spinelli (Aluno da graduação em Ciências Sociais-UFRN)
O presente trabalho é o resultado de uma experiência de pesquisa de campo intitulada
"Petróleo e Desenvolvimento Municipal", realizada nos estados do Rio Grande do
Norte, Rio de Janeiro e Bahia. O objetivo geral da pesquisa consistiu na avaliação dos
impactos econômicos e sociais nos municípios que passaram a se beneficiar com os
recursos dos royalties do petróleo. Dentre os municípios estudados na região potiguar,
destacamos aqui Pendências, e buscamos compreender as visões e interpretações
colhidas nos grupos focais, reuniões onde o papel do mediador restringiu-se tão somente
em lançar questões concernentes ao campo da pesquisa. Estas foram realizados na
escola Estadual Monsenhor Honório no dia 20 de fevereiro de 2003. Dividiu-se tais
grupos entre jovens, adultos e velhos. Dessa forma, pudemos comparar as perspectivas
futuras, as novas situações e as transformações entre passado e presente. Centralizamos
neste trabalho a interpretação das visões dos atores sociais, na tentativa de vislumbrar o
cenário social característico do município de Pendências.
3A SESSÃO: HORÁRIO GRATUITO DE PROPAGANDA ELEITORAL E
ELEIÇÕES 2002
12. Metodologias de Análise de Horários Gratuitos de Propaganda
Eleitoral (HGPE’s) na TV Marcelo Bolshaw Gomes (Doutorando no Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais – UFRN)
Este trabalho pretende apresentar as três principais metodologias de análise de leitura
dos programas de TV dos chamados HGPE’s, isto é do Horário Gratuito de Propaganda
Eleitoral. Apresentaremos a metodologia de “Análise das Estratégias Persuasivas”,
desenvolvida por Marcus Figueiredo e pelos pesquisadores do IUPERJ (Universidade
Cândido Mendes); a metodologia desenvolvida Mauro Porto e pelos pesquisadores do
NEMP (UnB); e finalmente, a metodologia da “Análise do Discurso”, desenvolvida pela
professora Celi Regina Pinto.
13. O Jogo da Esquerda: O Marketing Eleitoral do Partido dos
Trabalhadores (PT) e as Eleições para o Governo do Estado Sandra Pequeno (Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais – UFRN)
A análise do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral – HGPE – na campanha para o
Governo do Estado em 2002 apresentou alguns avanços, em especial no que se refere ao
nível da argüição dos debates políticos dos programas eleitorais. Porém, apesar disso,
alguns problemas persistiram, principalmente aqueles relativos ao uso das estratégias de
marketing dos programas, em especial, a utilização do marketing eleitoral promovido
pelo PT, tema desta pesquisa. De certo, no ano de 2002, observamos o crescimento do
Partido dos Trabalhadores no âmbito nacional. Neste contexto, coloca-se o Marketing
político e eleitoral como um dos constituintes da vitória do PT na disputa nacional.
Anais XI Semana de Humanidades
179
Resta saber, se tal contribuição atingiu aos demais pleitos a qual o partido disputava, em
especial no Estado do Rio Grande do Norte, e mais precisamente, a disputa para o
Governo do Estado. O presente estudo empreende uma análise da visão acerca do
marketing político e eleitoral apresentado pelo Partido dos Trabalhadores do Rio
Grande do Norte (PT/RN) nestas eleições, mas especificamente, o estudo do HGPE.
Objetiva, desta forma, analisar as diretrizes que deram vazão ao trabalho articulado pela
coordenação de comunicação do partido, de que forma foi trabalhado o paralelo entre
“tecnólogos e ideólogos” dentro de um projeto de comunicação que necessitava
ultrapassar as barreiras do anonimato e apresentar o seu candidato ao governo do
Estado.
14. Marketing Político: Técnicas e Estratégias Usadas em Eleições e
Reeleições por Políticos Brasileiros. Karla Maria Pereira dos Santos (Graduanda do Curso de Comunicação
Social – UFRN)
O assunto a ser abordado será Marketing Político como ferramenta de trabalho e poder
tão bem usada pelos políticos brasileiros. De trabalho porque desde 1988, com a
campanha presidencial do então candidato Fernando Collor de Melo, a disputa mais
parece ser dos chamados “ marketeiros” que dos próprios políticos. Collor foi um marco
para a publicidade brasileira. Pois foi a partir dele que os intelectuais e comunicadores
se depararam com a força e importância de um marketing bem feito, capaz de fazer um
homem sem expressão, carisma e até partido político ser levado ao mais importante
cargo da política brasileira, com slogan bem trabalhado de “CAÇADOR DE
MARAJÁ”. De poder, porque é através de um marketing bem trabalhado que muitos
políticos têm alcançado as Câmaras e o Planalto do brasileiro. A campanha de 2002 e a
vitória de Lula apenas corroboraram o quanto o marketing político tornou-se peça
imprescindível para qualquer político. Os pontos do marketing político que serão
trabalhados são as técnicas e estratégias usadas nas campanhas, que diferem entre a
eleição e a reeleição.
15. Cotidiano e Estudos de Recepção do Horário Gratuito de
Propaganda Eleitoral (HGPE) nas Eleições 2002 no RN: Considerações
Sobre um Ponto Cego nas Pesquisas de Comunicação e Política João Emanuel Evangelista (Professor do Departamento de Ciências Sociais
e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais – UFRN)
Os estudos sobre os programas televisivos veiculados no Horário Gratuito de
Propaganda Eleitoral (HGPE), desenvolvidos pelos pesquisadores do Grupo de Estudos
Mídia e Poder (GEMP), da UFRN, revelaram a necessidade de ampliar a análise do
conteúdo e do formato desses programas nas eleições para Governador do Rio Grande
do Norte em 2002, com a incorporação do processo de recepção das mensagens
político-eleitorais pela audiência, de acordo com as tendências contemporâneas nas
pesquisas de comunicação e política. Apesar dos avanços teóricos e metodológicos
alcançados nessa área, há, contudo, um “ponto cego” nos estudos de recepção. As
pesquisas ignoram as determinações ontológicas da vida cotidiana sobre o processo de
recepção das mensagens televisivas, em geral, e da propaganda eleitoral gratuita, em
particular. A observância do cotidiano permite evitar falsos problemas e hipóteses
unilaterais no exame dos processos comunicativos que marcam a midiatização da
política contemporânea. A tematização do cotidiano torna-se imperativa, sobretudo
quando se pretende abordar as práticas sociais implicadas no uso da televisão e da
Anais XI Semana de Humanidades
180
programação televisiva pelos telespectadores, segundo dados coletados em pesquisa
realizada na cidade de Natal, durante a veiculação da propaganda eleitoral gratuita nas
eleições para Governador do Rio Grande do Norte em 2002.
16. Alguns Aspectos da Recepção do Horário Gratuito de Propaganda
Eleitoral (HGPE) nas Eleições para o Governo do Rio Grande do
Norte em 2002 Gustavo César de Macêdo Ribeiro (Bolsista de Iniciação Científica e
Graduando do Curso de Ciências Sociais – UFRN).
O processo da comunicação é de natureza circular. Pensá-lo através da superposição de
uma de suas dimensões constituintes frente às outras – seja a emissão, a recepção ou a
mediação – é perder em qualidade de análise. Tendo em vista esta condição
fundamental à pesquisa com os media, o projeto “O Horário Gratuito de Propaganda
Eleitoral e as Eleições para Governador do Estado do Rio Grande do Norte em 2002”,
do Grupo de Estudos Mídia e Poder, divide-se em duas “frentes” de investigação: a
análise de conteúdo nos programas eleitorais das principais coligações em disputa, e
uma pesquisa de recepção com eleitores da cidade do Natal. O presente trabalho atém-se
a esta parte do projeto. Foram realizadas 629 entrevistas, em 19, 20, 26, 27 de setembro
de 2002 – primeiro turno das eleições –, através da aplicação de questionários, com 48
perguntas cada, agrupadas em eixos temáticos que tratam desde o comportamento
eleitoral, inclinações ideológicas e elementos da cultura política dos entrevistados, às
questões atinentes à leitura mesma dos programas eleitorais (“etnografia da recepção”,
credibilidade do HGPE, etc.). Objetiva-se apresentar alguns resultados de tal
grupamento de leitura do HGPE, tomando-os como base para discutir qual a relação dos
eleitores com o HGPE.
4A SESSÃO – MÍDIA E POLÍTICA.
17. Vozes sob a Ditadura: a manifestação da sociedade através da
imprensa escrita (1978-1979) Rosemary Machado de Souza (Graduanda do Curso de História – UFRN)
mihael@uol.com.br
O objetivo deste trabalho é analisar a participação da sociedade brasileira durante o
processo de abertura política no país entre os anos de 1978 e 1979. Essa participação
será observada a partir da manifestação de diferentes segmentos da população –
incluindo-se donas de casas, estudantes, trabalhadores, políticos, empresários – os quais
escreveram nesse período para a seção Cartas das revistas Veja e Isto É. As cartas
expressam opiniões da sociedade civil sobre o regime militar e os acontecimentos
políticos do período, demonstrando que as expressões da sociedade a favor e contrárias
ao regime não vieram apenas de organizações coletivas, como os novos movimentos
sociais (conselhos comunitários, movimentos contra a carestia e outros) e as instituições
organizadas (Igreja, OAB, sindicatos), mas também cidadãos comuns. Do ponto de vista
metodológico, serão analisadas todas as cartas produzidas durante os anos de 1978 e
1979 com objetivo de compor um quadro dos anseios da sociedade sobre três temas:
participação social e política, cidadania e democracia. A pesquisa, em andamento, tem
demonstrado uma participação ativa dos leitores no tocante a esses temas, pois ao
mesmo tempo em que eram influenciados pela mídia, também influenciavam outros
leitores e, certamente, pessoas de seus relacionamentos no cotidiano,
Anais XI Semana de Humanidades
181
independentemente das restrições civis e militares que o regime vigente lhes impunha
sobre temas considerados “perigosos” nesse momento histórico, como, por exemplo, a
tortura e a censura praticada pelos órgãos de repressão, além da corrupção exercida
pelos representantes do governo militar.
18. Cobertura do Jornal Diário de Natal na Eleição Para Governador,
em 2002 Emanoel Francisco Pinto Barreto (Mestrando no Programa de Pós-
Graduação em Ciências Sociais - UFRN)
O presente trabalho tem por objetivo analisar a maneira como a editoria política do
Diário de Natal tratou o noticiário relativo às eleições estaduais de 2002, para
governador. Como critérios para seleção do material empírico serão levados em
consideração aspectos como angulação da matéria, seu destaque na página, bem como o
momento político-social em que esta foi inserida no noticiário. Como elemento
complementar, deverá ser realizada entrevista com o diretor de redação, a fim de que
este explique a forma como o material foi recolhido junto às fontes, redigido e editado.
Edição, no caso, referindo-se unicamente ao aspecto diagramático do texto, ou seja, o
destaque que recebeu na página, sem levar em consideração aspectos iconográficos.
Como recorte temporal será levado em conta o período compreendido entre os meses de
julho a outubro, mês que foi publicada a notícia da vitória da hoje governadora Wilma
Maria de Faria.
19. Mídia e Eleições: A Visão da Imprensa Sobre as Eleições
Presidenciais de 2002 José Antonio Spinelli Lindoso (Prof. do Departamento de Ciências Sociais e
do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais – UFRN)
Neste estudo pretendemos fazer uma reflexão crítica acerca da cobertura da campanha
presidencial de 2002 na imprensa escrita do Rio Grande do Norte, tomando como
parâmetro o jornal Diário de Natal. Para tanto utilizamos uma metodologia que vem
sendo desenvolvida em alguns centros de pesquisa, no Brasil e no exterior: as
perspectivas combinadas do enquadramento (framing) e da agenda setting. O objetivo é
ultrapassar a visão tradicional da imprensa como campo neutro, informativo, objetivo e
desvendar as posições ideológicas e políticas, as opções e escolhas que se insinuam no
enfoque assumido pelas matérias jornalísticas e que interagem com a campanha política,
influenciando de alguma maneira os seus rumos.
20. Diário de Natal e a Cobertura das Eleições Presidenciais de 2002 Ádrina Mendes Cavalcante (Bolsista de Iniciação Científica e Graduanda do
Curso de Ciências Sociais)
Carlos Augusto Queiroz Filho (Bolsista de Iniciação Científica e Graduando
do Curso de Ciências Sociais)
Os estudos relacionados a Mídia e Política mostram-se cada vez mais freqüentes.
Desenvolveu-se, por esse motivo, um projeto intitulado “Mídia Impressa e as Eleições
Presidenciais em 2002”. Essa é parte de uma pesquisa maior que está sendo realizada
nacionalmente, tendo como objetivo analisar a cobertura da mídia impressa local na
campanha para presidente da República em 2002. A proposta faz-se a partir da análise
das matérias veiculadas pelo jornal Diário de Natal, partindo do referencial teórico-
metodológico que é relativamente novo no Brasil. O conceito de enquadramento
Anais XI Semana de Humanidades
182
(framing) está presente em diversas discussões sobre problemas sociais e políticos,
sendo estes importantes por ter efeitos no modo como a audiência interpreta estes
problemas. Por esse motivo a pretensão é uma análise descritiva do material coletado,
verificando os enquadramentos, a valência e a visibilidade (dos candidatos à
presidência) utilizados pelos jornalistas locais e não-locais (agências nacionais).
5A SESSÃO – ELEIÇÕES E COMPORTAMENTO ELEITORAL
21. Política, Democracia e o Voto Nulo: O Protesto dos Anarco-Punks
Natalenses Tiago Cruz Spinelli (Graduando do curso de Ciências Sociais – UFRN)
tcspinelli@bol.com.br
Propomos aqui refletir sobre o voto nulo, uma das manifestações do fenômeno da
alienação eleitoral, a partir do campo de possibilidades entrevisto no discurso dos
anarco-punks, centralizando a nossa atenção na análise das representações do universo
da política elaboradas por esses atores sociais. Por se tratar de indivíduos com estilo de
vida (atitudes, expressões e idéias) bastante homogêneo, utilizamos o método de grupo
focal, isto é, uma entrevista em grupo, na qual o papel do mediador consiste em lançar
questões concernentes ao campo da pesquisa. Ao percebemos as representações sociais
e políticas dos anarco-punks, notamos uma percepção muito peculiar acerca da política
e uma postura bastante crítica da democracia, tendo em vista a questão ideológica
libertária. A política ocupa um espaço constante e se baseia na busca da
descentralização e da autonomia; segundo depoimentos, prevê-se a necessidade da
"criação de organizações populares autogeridas, que não se subordinem nem ao Estado,
nem à burguesia, que não se organizem de forma hierarquizada, centralizada... que
tentem, através da prática da relação horizontal, mudar essa cultura da dominação do
homem sobre o homem". O universo da política é norteado pelo ideal de liberdade
individual e regido pela atitude de protesto contra as formas de poder político e
econômico. O estilo e as idéias anarco-punks simbolizam a negação e a ruptura com o
sistema capitalista e o voto nulo representa um protesto contra a "política burguesa",
segundo eles, um espaço de opressão revestido pela ilusão do princípio da maioria.
22. Políticas Clientelistas na Comunidade de Felipe Camarão Augusto César Francisco (Bacharel em Ciências Sociais – UFRN)
guto_chico@yahoo.com.br
Este estudo observa as características da comunidade de Felipe Camarão para saber se a
partir delas se pode explicar a influência que o clientelismo tem no comportamento
eleitoral. As características dessa comunidade sendo não-cívicas, de acordo com
Putnam, fazem com que ela tenha sistemas verticais de resolução de alguns dos seus
problemas. O clientelismo é um sistema vertical de superação dos dilemas coletivos e
assume, particularmente, uma conotação de retribuição da comunidade, pelo
atendimento, através de serviços públicos, que políticos venham a oferecer. O
atendimento, contudo, é um paliativo que reforça a dependência nesse sistema vertical.
A retribuição é expressa pelo comportamento eleitoral (voto) para esses políticos. É
observado, então, o círculo vicioso da comunidade, incapaz de agir coletivamente,
expressando o seu comportamento eleitoral nos mesmos políticos que oferecem esse
atendimento. O círculo pode se repetir se a comunidade não amadurecer coletivamente.
Anais XI Semana de Humanidades
183
GT-24: SEMÂNTICA LINGÜÍSTICA: DESCRIÇÕES E APLICAÇÕES Coordenador:
Prof. Dr. Luis Álvaro Sgadari Passeggi (Departamento de Letras)
E-mail: passeggi@uol.com.br
Local/horário: Salão Vermelho, 1º andar do CCHLA, 12 lugares; terça 20 de
maio, 14:00-18:00h.
O GT objetiva reunir trabalhos que tratem de aspectos teóricos e aplicados relacionados ao
estudo do significado lingüístico, numa perspectiva discursiva. Será dada prioridade às
exposições que apresentem resultados de pesquisas, ou propostas de pesquisa
suficientemente detalhadas, com análise de dados, assim como a trabalhos teóricos que
sugiram noções e categorias de análise utilizáveis no âmbito da lingüística aplicada. Entre
os principais tópicos a serem abordados estão:
1. o significado lexical;
2. o significado gramatical;
3. o significado discursivo/textual
4. o significado metafórico/figurado;
5. outras dimensões do significado lingüístico: significado e gêneros textuais;
estruturas semânticas e estruturas gramaticais; significado e
ensino/aprendizado, etc.
RESUMOS
1. Semântica e gramática cognitivas: aspecto teóricos e aplicados
Prof. Dr. Luis Passeggi (Departamento de Letras)
O trabalho apresenta uma caracterização da semântica e da gramática cognitivas a partir de
sua concepção do significado e da estrutura semântica. Diversas noções são analisadas:
domínios cognitivos; perfil; base; redes, categorias complexas e construções. Num segundo
momento, serão sugeridas aplicações a questões de uso da linguagem de interesse da
lingüística aplicada: estruturas semânticas do discurso expositivo escrito; construções
gramaticais do texto didático de ciências; uso das metáforas nos textos didáticos;
compreensão/produção de textos expositivos de diferentes áreas do conhecimento (Língua
estrangeira, História, Geografia).
2. Construções comparativas e exemplificativas no texto expositivo de
ciências no ensino fundamental. Aspectos gramaticais e semânticos.
Karliane Fernandes Nóbrega.
(Mestranda da Pós-Graduação em Estudos da Linguagem – UFRN).
karlyane@bol.com.br (fone: 88034020)
Este trabalho apresenta uma análise semântica do texto expositivo de ciências, no ensino
fundamental, com foco na relação construções gramaticais / estruturas semânticas, numa
perspectiva de lingüística aplicada. São descritas as construções gramaticais comparativas e
exemplificativas a partir de um corpus de textos de um livro de Ciências da 4º série, com
base em noções da gramática cognitiva, tal como apresentada por Passeggi (2001a; 2001b;
2002), e na classificação das construções proposta por Moura Neves (2002). Identificamos
Anais XI Semana de Humanidades
184
68 ocorrências de construções comparativas e 98 de construções exemplificativas e
analisamos sua distribuição nos diferentes temas propostos pelo livro. Distinguimos os
conectivos gramaticais dos conectivos discursivos, evidenciando suas distribuições
específicas e caracterizando alguns aspectos formais das construções. Finalmente,
sugerimos uma análise do funcionamento discursivo dessas estruturas com relação aos
processos de compreensão do texto didático expositivo de ciências.
3. O uso da metáfora no texto do jornalismo econômico
Ayres Charles de Oliveira Nogueira
(Mestrando da Pós-Graduação em Estudos da Linguagem – UFRN).
O trabalho analisa textos do jornalismo econômico, mostrando a relevância do uso da
metáfora como recurso lingüístico e cognitivo com base em Lakoff, Johnson “Metáforas da
vida cotidiana” (1980/2002). As metáforas estruturais do nosso sistema conceptual criam
similaridades. Quando selecionamos a metáfora INFLAÇÃO É UMA DOENÇA, por
exemplo, observamos o estabelecimento de similaridades entre inflação e doença. Doença
diagnosticada, que pode ser grave, endêmica, contagiosa; estes também são os efeitos da
inflação. Há doença que não pode ser tratada apenas com um medicamento. Algumas,
inclusive, resistem a diversos medicamentos. Da mesma maneira acontece com a inflação.
Nem todo procedimento é pertinente, exeqüível, eficaz. E, alguns esforços são necessários a
fim de conter seus estragos. A metáfora INFLAÇÃO É UMA DOENÇA é apropriada à
nossa experiência por causa dessa similaridade que é metaforicamente induzida.
4. A organização da informação nos textos de vestibulandos da UFRN:
Estruturas temáticas das provas de Geografia.
Karliane Fernandes Nóbrega.
(Mestranda da Pós-Graduação em Estudos da Linguagem – UFRN).
karlyane@bol.com.br
O texto não corresponde a uma estrutura “semântica acabada”, mas a um esboço que
ajudará o ouvinte a construir sua própria “representação mental” das intenções do falante
(Tomlin, 2000). Tencionamos descrever a organização da informação dos textos das provas
de Geografia do vestibular da UFRN, focalizando as estruturas temáticas (Tema/Rema)
desses textos. Entendemos o Tema de um texto como sendo um ponto de partida
interacional e o Rema como um conjunto de sentenças tematicamente centradas (Castilho,
1998). Estamos utilizando aproximadamente 60 textos que têm características expositivas-
descritivas. Estes textos foram produzidos como respostas da questão número dois da prova
discursiva de Geografia do vestibular 2002, que pedia aos candidatos para descrever o
assalariamento temporário no campo citando três características. Elaboramos um
formulário que permite visualizar o enunciado da questão da prova de vestibular, a
expectativa de resposta da COMPERVE e a resposta do candidato. Nossa análise esta sendo
feita de forma qualitativa, sobre a “caminhada interpretativa” realizada pelos candidatos do
momento em que lêem, ou seja, interpretam a questão até a produção de seus textos.
Estamos inferindo os procedimentos de leitura, ou seja de compreensão dos candidatos a
partir de “pistas” (ou indícios) deixados por eles nos textos. O principal ganho do
Anais XI Semana de Humanidades
185
desenvolvimento deste trabalho será entender melhor aspectos semânticos da compreensão
e da produção textual dos vestibulandos, que são competências lingüísticas de fundamental
importância no processo ensino-aprendizagem. Assim como deve contribuir para uma
reflexão sobre o funcionamento da organização do texto de vestibulandos dentro de uma
perspectiva da Semântica do Discurso.
Anais XI Semana de Humanidades
186
GT-25: O FAZER TEATRAL: PEDAGOGIAS E PRÁTICAS Coordenadores:
Profª. Drª. Vera Pestana da Rocha (Departamento de Artes)
Prof. Ms. José Sávio Oliveira de Araújo (Departamento de Artes)
E-mail: gtteatro@digizap.com.br
Local/horário: Sala 19, Departamento de Artes, 50 lugares, terça e quarta, 20 e
21 de maio, 14:00-18:00h.
O GT visa discutir o fazer teatral enquanto prática educativa. É também um espaço de
divulgação e discussão de experiências em teatro, realizadas por alunos do curso de
licenciatura em Educação Artística do DEART/UFRN, trabalhos de pesquisa em curso na
Especialização em Ensino de Teatro DEART/UFRN, bem como de outros trabalhos e
experiências fora do nosso âmbito acadêmico, mas que compõem um panorama de nossa
produção na área. Serão considerados propostas de trabalhos que discutam:
1. Sistematizações de práticas teatrais e suas referências teóricos metodológicas
2. Pedagogias do fazer teatral
3. Aspectos históricos do fazer teatral no RN
4. Experiências de ensino de teatro na educação formal (na escola em geral e
em espaços alternativos para formação teatral)
5. Outros temas correlatos.
RESUMOS
Bloco I: Pedagogias do fazer teatral
01. O Brinquedo do Mamulengo Enquanto Prática Educativa Autor:
Ricardo Elias Ieker Canella (Mestrando do Programa de Pós Graduação em
Ciências Sociais-UFRN)
Orientador:
Luís Carvalho Assunção (Prof. Dr. do Departamento de Antropologia-UFRN)
A presente comunicação tem por objetivo relatar sobre o andamento da pesquisa realizada
pelo mestrando junto ao PPGCS: Representação Social na cultura popular: os
mamulengos de Chico Daniel [A pretensa dissertação tem por objetivo verificar como se
dá a construção das personagens no teatro de mamulengos de Chico Daniel. A investigação
acerca dos bonecos procurará, ainda, observar outras dimensões desse brinquedo, seja ela a
performance: o jogo produzido pelo mamulengueiro/mamulengo, narrativa e recepção;
cultura/tradição/culturas populares observando o espaço em que o mesmo é produzido e
constituído como uma realidade e, também, as representações sociais inerentes ao processe
de criação dessas personas.] e, ainda, especular e apontar propostas sobre possíveis
desdobramento da mesma, ou seja, de sua aplicação num ambiente escolar. Baseado nos
estudos de Bertold Brechet (1974); Peter Slade (1978); Viola Spolin (1999) e; Ingrid
Dormien Koudela (2001) vê-se que o teatro de bonecos e o brinquedo do mamulengo
especificamente, podem viabilizar estudos que levem ao entendimento das especificidades
inerentes ao jogo teatral. O que se busca mostrar com esse trabalho não é o teatro de
bonecos/mamulengos como um fim em si, mas sim, como um processo de aprendizagem
Anais XI Semana de Humanidades
187
para o estudante de teatro. Os mesmos são, ainda, um meio para se discutir o fazer teatral
enquanto prática educativa.
2. O Ensino Informal: Grupo Alegria, Alegria e Cia Escarcéu enquanto
grupos de teatro produtores de um ensino teatral Viviana Bezerra de Mesquita (Aluna do curso de Especialização em Ensino de
Teatro do Depto. de artes da UFRN)
vivi.bezerra@globo.com
O ensino de teatro seja ele formal, entendido aqui como aquele que se dá nas instituições
educacionais e legitimadas e que tem a frente professores com formação teórica
responsáveis pelo ensino da arte cênica, ou informal chamado assim por se dá dentro dos
grupos de teatro, é imprescindível como produtor da arte e da cultura de um povo e/ou
segmento. Os grupos de teatro existente em todos os municípios cada vez mais vem de
constituindo enquanto centro ( núcleos) formadores de um ensino de teatro, muito embora
nem sempre sejam legitimados como espaço onde esse ensino acontece. Nossa proposta de
estudo se da na investigação da constituição de um ensino de teatro (um ensino informal)
da forma e sustentação deste ensino, especialmente nos grupos de teatro Alegria, Alegria
com sede na cidade do Natal e a cia. Escarcéu de teatro amador com sede na cidade de
Mossoró, já que existe entre ambos ( um ensino informal) uma suposta ausência de
legitimação institucional/educacional para a prática do ensino de teatro. Para tanto será
utilizada uma pesquisa teórica na busca da definição de categorias do ensino de teatro, bem
como uma pesquisa de campo e documental a respeito dos grupos de teatro propostos aqui
como objeto de estudo.
3. A Linguagem Teatral e os Temas Transversais: Analisando sua
Aplicabilidade junto a Grupos de Teatro de Agentes Comunitários de
Saúde Letícia Ferreira de Oliveira (Aluna do curso de Especialização em Ensino de
Teatro/UFRN)
O presente trabalho se propõem a desenvolver atividades de ensino e pesquisa junto a
grupos de teatro de agentes comunitários de saúde, pertencentes ao quadro funcional da
Secretaria Municipal de Saúde. O alcance social das apresentações teatrais realizadas por
estes grupos é de reconhecida funcionalidade e tem se constituído num excelente canal de
acesso, tanto da população em geral quanto da população de baixo poder aquisitivo às
informações em saúde. Considerando que o indivíduo saudável é um ser bio-psico-social
em equilíbrio, reconhecemos na atividade teatral, uma possibilidade de contribuir para a
construção desse homem. Através da capacitação sistematizada dos atores/agentes e da
utilização dos conteúdos dos temas transversais propostos pelos PCN´s, visamos atingir a
população nas formas preventivas e educativas em saúde, oportunizando por fim, o
conhecimento acerca da cidadania deste ser integral buscado pela sociedade.
Anais XI Semana de Humanidades
188
4. Uma Experiência de Construção de um Conceito de Espaço Cênico, a
Partir da Observação de Espaços Urbanos e suas Organizações José Sávio Oliveira de Araújo (Prof. Ms. do Departamento de Artes e
Coordenador do Laboratório de Encenação Teatral-UFRN)
savarau@digizap.com.br
O Teatro se articula a partir de elementos chave como: o ator, o espaço cênico, o texto e o
espectador. Sendo assim, os processos de ensino de teatro devem abordar a construção
destes conceitos, como fundamentação e parâmetro de reflexão acerca do fazer teatral em
seus diferentes aspectos. Nas aulas de Cenografia do curso de Licenciatura em Educação
Artística – Artes Cênicas, 2003.2, estamos desenvolvendo uma experiência de construção
do conceito de “espaço cênico” a partir de atividades de observação, análise e discussão de
espaços urbanos como o Shopping Center, o Camelódromo e o Lixão. Cada um destes
espaços possui uma articulação própria e que obedece a parâmetros diferenciados, onde a
categoria “organização” pode ser observada em diferentes situações sócio-culturais. Desta
forma os alunos vêm percebendo como o conceito de Espaço não é um dado absoluto e sim
o resultado de um conjunto de fatores que incidem sobre cada situação a ser analisada. Este
trabalho consiste numa primeira sistematização de um conceito de cenografia, construído a
partir de experiências como esta, possibilitando uma compreensão do espaço cênico, não
somente como um espaço material, mas principalmente como o dado da relação entre a
ação do ator e a presença do espectador, cuja textualidade é mediada tanto pela palavra
quanto pela organização do espaço cênico.
Bloco II: Experiências de ensino de teatro na educação formal (na escola em geral e
em espaços alternativos para formação teatral)
5. Prática de Ensino de Artes: Relato de uma experiência holística na
Escola Pública Nisia Brasileira Augusta de Paula e Sousa (Profa. Dra. do Departamento de
Pedagogia-UFRN)
A prática do teatro na escola pública proporciona aos educandos contato com essa
importante manifestação da arte, possibilitando a não-atores a experiência viva do teatro,
na trilha iniciada por Stanislavski e desenvolvida por Viola Spolin. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais(PCN’S) consideram o ensino e a prática do teatro dentro da
disciplina Artes, como um “jogo de construção”(Piaget) que favorece a relação do
indivíduo com o coletivo, desenvolve a socialização e possibilita a aquisição de uma
linguagem artística. Sentir, perceber, fantasiar, imaginar, representar, fazer parte do
universo infantil que acompanha o ser humano por toda a vida. Consequentemente ao
compreender e encaminhar o ensino de Arte para o desenvolvimento dos processos de
percepção e imaginação da criança estaremos ajudando na melhoria de sua expressão e
participação na ambiência cultural em que vive. Como produto de uma parceria entre um
projeto de extensão universitária e a disciplina Encenação (Deart) foi desenvolvida uma
oficina de artes cênicas na Escola Municipal Josefa Botelho (Vila de Ponta Negra) que
culminou na produção do experimento teatral “A Vila Canta Zumbi”, integrando os alunos
do ensino fundamental e supletivo, com resultados de grande significado para o seu
Anais XI Semana de Humanidades
189
desenvolvimento pessoal e cultural, com base nas contribuições de Brecht, Boal e da
abordagem holística em Arte-Educação.
6. Novas Diretrizes Curriculares - Novas Práticas? Ensino de Teatro Vera Lourdes Pestana da Rocha (Vera Rocha)(Profa. Dra. do Departamento de
Artes)
vera@natal.digi.com.br
Este trabalho diz respeito a questão do Ensino de Teatro no 3º e 4º Ciclos do Ensino
Fundamental, situando aspectos conflitantes com os quais os professores têm se
defrontado, no cotidiano escolar. Aspectos estes a saber : O Ensino de Teatro implantado
nas escolas a partir da Lei 5692/71, via disciplina de Educação Artística e a nova Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional- Lei nº 9.394/96, que se aplica diretamente ao
encaminhamento da reformulação das práticas educativas através dos PCNs (Parâmetros
Curriculares) e que reflete diretamente no encaminhamento da reformulação das
Licenciaturas em Educação Artística. No que se refere as diretrizes propostas que inserem
novas concepções de ensino de teatro, novas práticas; estas estão postas desde a Educação
Infantil até ao âmbito da pós-graduação. As reflexões acerca da formação do professor de
teatro vêm se consolidando, desde os anos 70, tornando-se necessário que nos reportemos
às diversas modificações que esse ensino vem sofrendo em consonância com as
contraditórias e equivocadas propostas que lhe vêm sendo determinadas – ao longo dessas
três décadas - pelos órgãos oficiais que gerenciam o Ensino Público. Repensar e discutir a
prática do ensino de Teatro no que diz respeito às ações pedagógicas do professor
acreditamos ser de fundamental importância e demanda uma atitude auto avaliativa
constante, uma vez que o preparo do professor, para o ensino de teatro, vem sofrendo ao
longo deste período uma série de equívocos e preconceitos.
7. Projeto Político-Pedagógico para o Teatro na UFRN: A criação de um
curso de graduação em teatro na UFRN Makarios Maia (Prof. do Departamento de Artes-UFRN)
Trata-se do resultado de trabalhos de elaboração da proposta de reformulação do Curso de
Licenciatura Plena em Educação Artística – Habilitação em Artes Cênicas, em vigor na
UFRN. Sua principal determinação é efetivar uma atualização das atividades educacionais
e de conhecimento científico-cultural desenvolvidas no atual curso, aprofundando e
especificando sua atuação para o Ensino de Teatro como área de conhecimento humano,
com referencial epistemológico reconhecido na contemporaneidade. Este Projeto do Curso
de Teatro – Licenciatura e Bacharelado, da UFRN, está sendo elaborado com bases nas
recomendações e sugestões das novas Diretrizes Curriculares Nacionais, especificamente
seguindo o que determina o PARECER CNE/CES 146/2002 – de 09 de maio de 2002, nos
PCNs, na Nova LDB e obedece ainda a discussão nacional em torno do Ensino de Artes,
promovida, há anos, por artistas, professores de artes e teóricos da área. A estrutura deste
projeto consubstancia-se em duas linhas de raciocínio metodológico: 1) reconhecer os
processos metodológicos e as pedagogias inerentes à formação em teatro para artistas e
para professores; 2) referendar o Teatro como área do conhecimento, através de um
trabalho envolvendo o ensino (graduação e pós-graduação), a pesquisa (consolidação de
duas linhas: 1- Processos de Encenação e Pedagogias do Teatro; 2- Teatro e
Espetacularidade no Contemporâneo) e a extensão (projetos, cursos e experimentos
teatrais; e curso permanente de formação inicial em teatro), ampliando os mecanismos de
investigação do Teatro na nossa região.
Anais XI Semana de Humanidades
190
8. Os Elementos Cênicos no Maracatu Autor:
Jonas de Lima Sales (Mestrando do Programa de Pós Graduação em Educação-
UFRN)
jn_sales@ig.com.br
Orientadora:
Vera Lourdes P. Rocha (Profa. Dra. do Departamento de Artes-UFRN)
A compreensão dos elementos estéticos e artísticos de uma obra-de-arte, exige caminhos
que proporcionem leituras que possam contribuir com o processo de aprendizagem de um
indivíduo. Neste sentido, nas nossas instituições formais de ensino encontramos
fragilidades no que diz respeito aos procedimentos que orientem o educando nesta área de
conhecimento. Esta compreensão se dá de maneira mais qualificada se podermos
compreender os diversos códigos que a diversidade de nossa cultura oferece. Nesta
perspectiva, escolhemos o maracatu como o espetáculo a ser estudado do ponto de vista
dos seus elementos estéticos e artísticos, considerando que esta é uma das principais
manifestações da cultura afro-brasileira. Neste estudo estaremos acentuando os elementos
cênicos contidos em seu ato espetacular. Este trabalho vem sendo realizado com uma
turma de ensino médio regular da rede pública de ensino, no qual objetivamos
proporcionar a compreensão dos elementos estéticos que caracterizam a linguagem cênica
no maracatu. Este trabalho está fundamentado na visão da etnocenologia que estuda as
manifestações espetaculares do homem, na perspectiva de enriquecer o entendimento dos
elementos que norteiam a prática cênica em uma instituição de ensino.
9. O Ensino de Teatro nas Propostas Pedagógicas das Escolas de Níveis
Fundamental e Médio de Parnamirim Telmah Rodrigues (Aluna de Especialização em Ensino de Teatro da UFRN)
telmarodrigues@natal.digi.com.br
A Nova Lei de Diretrizes e Bases nos deixa claro em seu artigo 26, § 2º: “O ensino da arte
constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de
forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.” Com isso, a nova lei tornou
obrigatório o Ensino de Arte nas Escolas de Níveis Fundamental e Médio e o professor
ganhou força tendo agora uma disciplina e não um espaço na escola para desenvolver
artesanato ou reproduzir a arte já importada. Será na Proposta Pedagógica que a Escola
deverá mostrar à sua comunidade (pais e alunos) o quão importante são cada uma das
disciplinas, e cabe ao professor de Arte, especificamente, ter claro seus objetivos e propor
metas adequadas e coerentes que atendam aos Parâmetros Curriculares Nacionais e ao seu
foco principal: o aluno. Assim, neste estudo, pretendo verificar de que maneira as Escolas
de Parnamirim têm abordado o Ensino de Arte, e mais especificamente o de Teatro, nas
suas Propostas Pedagógicas. O objetivo maior deste projeto é compreender como as
escolas pretendem desenvolver nos alunos a sua cultura, suas habilidades, o fazer e saber
artístico.
10. Que Projetos Constroem o Ensino de Arte na Escola Autora:
Anais XI Semana de Humanidades
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Maria Margareth de Lima (Mestranda do Programa de Pós Graduação em
Educação-UFRN)
m.marlima@bol.com.br
Orientadora:
Vera L. P. Rocha (Profa. Dra. do Departamento de Artes-UFRN)
Neste trabalho buscamos reunir contribuições de alguns estudos dos seguintes autores:
Freire (1982), Fusari (1993), Barbosa (1998), Parsons (1998), Efland (1998), entre outros
que julgamos importante para pensarmos a realidade do ensino de arte na escola e apontar
novas perspectivas para a sua construção nos diversos níveis da educação básica.
Estaremos discutindo pontos que norteiam as perspectivas contemporâneas para o ensino
de arte, focalizando a Arte como cognição e ressaltando que o seu papel no processo
ensino aprendizagem é possibilitar o indivíduo a ser conhecedor, fruidor e decodificador de
arte. Nesse sentido, ressaltamos que mesmo o ensino de arte fazendo parte da grade
curricular das instituições de ensino, regulamentada como obrigatória pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação – LDB / Lei nº 9304/96 – e os Parâmetros Curriculares
Nacionais – PCN’s, isto não garante um currículo organizado e uma prática educacional
significativa na área artística e suas diversas manifestações na sociedade. Nesta
perspectiva, realizamos nossa pesquisa com três projetos relativos ao ensino de teatro na
Escola Municipal Djalma Maranhão tomando como referência de análise os Conteúdos
Gerais dos PCN’s-arte e a Proposta Triangular objetivando colaborar com a organização
do ensino de arte enquanto disciplina nas séries iniciais do Ensino Fundamental
possibilitando contribuir com o processo de ensino e aprendizagem em arte, isto é a
alfabetização artística e estética dos educandos nesta instituição de ensino.
Anais XI Semana de Humanidades
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Bloco III: Sistematizações de práticas teatrais e suas referências teóricos
metodológicas
11. Godot e fundamentalismo religioso: um experimento de dramaturgia
através do jogo com fragmentos de texto dramático, literário e oral Autor:
Renata Caroça (Aluna do curso de Educação Artística/ Artes Cênicas – UFRN)
Orientador:
Marcos Aurélio Bulhões Martins (Prof. Ms. do Departamento de Artes-UFRN)
O objetivo desta investigação foi planejar, realizar e analisar um experimento teatral, tendo
como eixo metodológico da encenação a abordagem de jogo teatral com fragmento de
texto, fundamentado no desenvolvimento da abordagem metodológica de Viola Spolin
realizado por Maria Lucia Pupo, na interpretação a partir do principio das ações físicas
proposta por Stanislavski e na pesquisa dramaturgica através de observação do cotidiano
pelo ator. O trabalho teve com o ponto de partida as situações dadas no texto dramático
"Esperando Godot" de Samuel Beckett e o tema "fundamentalismo religioso em Natal,
hoje". Participaram do experimento alunos do curso de licenciatura em Educação Artística
da UFRN e dos cursos de extensão "A Construção do personagem" e "O ator como
dramaturgo" (c.h. de 80h), ministrados pelo Prof. Ms. Marcos Bulhões. Estudamos a
abordagem metodológica do jogo teatral como eixo articulador da dramaturgia, tecendo
fragmentos do autor literário com textos colhidos pelos atores, ao longo de dois meses. O
texto cênico proveniente deste processo foi apresentado como uma das cenas do espetáculo
“Esperando Godot”, em agosto de 2002, em Natal. Concluímos que este trabalho apontou
caminhos para o aprofundamento das questões metodológicas relativa a criação de
abordagens colaborativas de construção do texto cênico que permitam ao ator/aluno
participar da analise dramaturgica. O resultado estético alcançado, apesar de não se
configurar "ideal" enquanto um produto acabado, já nos permite afirmar que esta
abordagem teve êxito na busca de articular o confronto com material literário de qualidade
e a seleção de textos resultantes da pesquisa de campo.
12. Projeto de Extensão - A preparação do ator – da pré-expressividade à
construção cênica Frank Rodrix Gomes do Nascimento (Bolsista de Apoio Técnico –
CCHLA/UFRN)
Trata-se de um Projeto de Extensão do Prof. Makarios Maia, que desenvolve estudos com
foco na formação do ator, tomando como referências experimentos prático-teóricos
realizados por estudantes do Curso de Educação Artística da UFRN, participantes do
Grupo de Estudos Theatron, que desenvolveu um trabalho intensivo durante as férias, com
os registros individuais de práticas diárias fundamentadas na Antropologia Teatral, em seus
princípios das Ações Físicas, também na conceituação de Stanislavski, Grotovski, Burnier,
Ferracine e outros. Sua metodologia basea-se na prática de exercícios pré-expressivos
realizados com o máximo de esforço para um mínimo de resultados cênicos, trabalho este
que busca a qualidade absoluta do controle do ator sobre a ação. Os procedimentos de
estudo foram: 1) Exercícios práticos; 2) Registro diário individual; 3) relatórios semanais
individuais produzidos em comparação com os textos teóricos; 4) estudo discursivo através
Anais XI Semana de Humanidades
193
de debates e questionamentos. A partir da pré-expressividade trabalhar elementos técnicos,
vitais à construção das ações físicas e vocais na formação do ator. A pré-expressão é o
alicerce do trabalho não-interpretativo, pois é nesse nível que o ator busca aprender e
treinar uma maneira operativa, técnica e orgânica, de articular sua dilatação corpórea, sua
presença cênica e a manipulação de suas energias. Para adiante, o Grupo de Estudos
Theatron desenvolve continuidade dos estudos e prepara a construção de uma narativa
cênica, inspirada nos experimentos que vem realizando.
13. Circo –Teatro: o melodrama e a caracterização do ator por tradição Autor:
Weid de Sousa da Silva (Bolsista CNPq-PIBIC; Aluno do curso de Educação
Artística- Artes Cênicas-UFRN)
Orientadora :
Vera Rocha (Prof.Dra. do Departamento de Artes-UFRN)
vera@natal.digi.com.br
Esse trabalho aborda a pesquisa sobre a construção do ator, no contexto do circo-teatro,
tomando como referência os estudos e pesquisas feitos por estudiosos desta temática e
experimentos. Na primeira etapa desta pesquisa, deu-se a montagem do melodrama
circense “Coração Materno”, tendo como unidade de referência o Circo -Teatro Trampolim
e seu diretor, também diretor do melodrama, cinco atores do Grupo Estandarte de Teatro,
quatro alunos do Curso de Educação Artística da UFRN e dois atores independentes. Os
procedimentos da pesquisa, constaram das seguintes etapas: 1 – entrevista com o diretor e
com os atroes participantes; 2 – ensaio, montagem e apresentação do melodrama em maio
de 2001; 3 – registros visuais; 4 – estudos sobre o circo-teatro e melodrama. Dando
continuidade a esta pesquisa, estão os estudos sobre o melodrama no circo-teatro , bem
como o processo de formação/construção do ator, análise e registro de acervos de peças
melodramáticas pertencentes ao Circo-Teatro Trampolim e estruturação, montagem de
uma nova encenação (releitura melodramática) e realização do seminário nacional com o
tema “O Melodrama no Circo-Teatro: estudos e processos”. O recorte deste trabalho, ainda
que inicial, aborda nosso estudo sobre o tipo de caracterização de personagem usual no
melodrama circense, que é a caracterização por tradição.
Anais XI Semana de Humanidades
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14. A Dramaturgia de Duas Visões: Cena e Texto Ednara Ferreira de Souza (Aluna do Curso de Educação Artística/ Artes
Cênicas – UFRN)
nharadesouza@bol.com.br
O objetivo desse trabalho é divulgar as estratégias desenvolvidas no processo de criação da
encenação Duas Visões. Os principais pontos abordados serão: a construção das cenas
utilizando jogos teatrais dos autores: Augusto Boal, Viola Spolin e Maria Lucia Pupo; o
processo como uma produção coletiva; e a produção do texto dramático (tendo como ponto
de partida obras literárias).As obras selecionadas para a produção do texto, foram contos
da autora Clarice Lispector: A Imitação da Rosa; Cem Anos de Perdão e Uma Amizade
Sincera. Em paralelo com os contos, uma leitura de imagens poéticas, tendo como
referencial o pensador Gaston Bachelard foi desenvolvida, afim de auxiliar os atores na
construção de seus personagens e contribuir para a produção do texto.
Bloco IV: Aspectos históricos do fazer teatral no RN
15. Novas tendências do teatro em Natal: as influências do teatro nas
escolas para a formação de novos grupos. José Antônio B. da Silva
Keila Fonseca e Silva
Leonardo Cezìno (alunos do Curso de Educação Artística/Artes Cênicas-
UFRN)
eusoumormon@hotmail.com
tony_artes@ufrnet.br
Durante a disciplina de Encenação I, (semestre 2002.2), iniciamos um projeto de pesquisa
visando o resgate histórico dos movimentos teatrais que influenciaram o Teatro Natalense
no decorrer de 60 anos de história. Compreendendo a importância de registrar também a
história do tempo presente, iniciamos uma pesquisa pautada no Teatro feito em Natal, da
década de 90 aos dias atuais. Ao longo deste período, a educação teatral nas escolas foi
uma importante motivação para a formação de novos grupos e para a construção de uma
prática teatral que se estendeu para além do espaço escolar . É o caso do Grupo de Teatro
Clowns de Shakespeare, (originário do Colégio Objetivo), dos grupos; Terra Natal e
Utopia – hoje Cena Aberta (provenientes da Cia Teatral FLOCA na Escola Estadual
Floriano Cavalcante), do Ditirambo (Colégio Marista), entre outros. Assim, o trabalho visa
registrar, através de depoimentos de componentes dos grupos e seus fundadores, pesquisas
em jornais, livros, revistas, pautas de teatro, além de consultas em outros documentos, as
origens destas experiências e sua importância para uma prática pedagógica em teatro. As
escolas, neste caso, não apenas introduziram os princípios da Arte Teatral, mas também
motivaram os alunos a buscarem novos horizontes na prática teatral. Este fenômeno aponta
para a investigação dos processos de profissionalização que estes alunos “atuantes”
buscam fora da escola, e que a mesma já não pode lhes proporcionar, ou seja, a sua
qualificação profissional.
Anais XI Semana de Humanidades
195
16. História do Teatro no Rio Grande do Norte: Grupos Estabanada e
Esquina Colorida. Aélcio Viana da Silva,
Cândida Ferreira Andrade,
Luíz Fernando Menacho da Silva,
Rebeca Caroça Seixas (Alunos do Curso de Educação Artística/Artes Cênicas
– UFRN)
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma pesquisa que vem sendo realizada acerca
da história do teatro no Rio Grande do Norte na década de 80. Pretendemos proceder a
uma análise da produção teatral em nosso estado, neste período, resgatando alguns
elementos estéticos teatrais da época, bem como, contextualizando esta produção em
relação aos movimentos artísticos, principais grupos e organizações teatrais, além de
outros elementos históricos que permitam traçar um panorama da época. Este trabalho
originou-se na disciplina Encenação I, ministrada pelo professor Ms. Sávio Araújo, em
2002.2, como parte de um estudo da produção teatral no RN da década de 40 aos dias
atuais. Nosso estudo, vem se concentrando, neste momento, nos grupos Esquina Colorida e
Estabanada, dois significativos representantes da produção teatral em questão. A coleta de
dados vem sendo realizada através de entrevistas e materiais do tipo: folders, cartazes, fitas
de vídeo e fotos. O estudo das formas teatrais em nosso estado, especificamente as que
eram produzidas pelo Esquina Colorida e o Estabanada, permitem identificar alguns
aspectos do crescimento da atividade teatral no Rio Grande do Norte e as origens e
influências que marcaram suas formas de atuação e construções cênicas.
17. História do Teatro da Cidade do Natal nos Anos 80: A Cia. Teatral
Alegria, Alegria. Danniella Crysthina Ferreira Lopes
danniellal@bol.com.br
Josanete Faustino Ferreira
jf.arte@ig.com.br
Kátia Priscilla Gomes da Silva
priscilladijesus@bol.com.br
Manoel de Vasconcelos Costa Neto (Alunos do Curso de Educação Artística -
Habilitação em Artes Cênicas-UFRN)
mvcneto@bol.com.br
Este trabalho é o resultado de uma pesquisa em grupo sobre as manifestações cênicas
ocorridas no Estado do Rio Grande do Norte, especificamente em Natal, na década de 80
proposto pela disciplina Encenação I, ministrada pelo professor Sávio Araújo, no período
2002.2. Tomamos como núcleo de nossa pesquisa a Cia Teatral Alegria, Alegria, que na
década em questão, desenvolveu um trabalho promissor de Teatro de Rua, deixando
marcas na História Teatral de nosso Estado. Para tal, utilizamos como coleta de dados o
livro Dramaturgia da cidade dos Reis Magos, de Sônia Othon, juntamente com outros
materiais (VHS, fotos, reportagens de jornais e entrevistas) cedidos pelo ator da Cia,
Grimário Farias. A pesquisa ainda se encontra em fase de desenvolvimento, no entanto
Anais XI Semana de Humanidades
196
reconhecemos a importância do grupo e destacado sua influência na formação de diversos
grupos de teatro de rua no estado, bem como as intervenções no lugar cênico da rua,
propostos pelos espetáculos que o grupo produziu.
18. O Teatro na cidade do Natal nas décadas de 40, 50 e 60. Asclepíades Fernandes Sousa Campos
asclecampos@yahoo.com.br
Marinalva Nicácio de Moura
marinalvanm@bol.com.br
Thatiana Christina Gomes
thatianachristina@yahoo.com.br
Wanie Rose de Medeiros Souza (Alunos do Curso de Educação Artística -
Artes Cênicas / DEART – UFRN)
wanierose@bol.com.br
O estudo intitulado “O teatro na cidade do Natal nas décadas de 40, 50 e 60” está sendo
realizado na disciplina de encenação II, ministrado pelo prof. Ms. Sávio Araújo no curso
de Educação Artística, habilitação em Artes Cênicas da UFRN. Tem como principal
objetivo incentivar os participantes a reconhecer a importância do movimento teatral nesta
época, enfocando o contexto histórico em que se insere, as principais organizações e
instituições teatrais, os grupos que se destacavam, as técnicas do ator, de encenação, bem
como a concepção estética dos espetáculos. Segundo Othon (1998) e Santos (1996), as
décadas de 40, 50 e 60 foram marcadas por uma intensa atividade teatral na cidade do
Natal, pois vários fatores históricos, políticos e econômicos marcavam o panorama do
Teatro Brasileiro. Muitos grupos formaram-se neste período que de certa forma
influenciaram de maneira direta e indireta no fazer teatral desta cidade. Destacamos
também determinadas personalidades que se preocupavam em desenvolver atividades
teatrais contínuas, como: Meira Pires e Sandoval Wanderley. A metodologia utilizada para
realização do trabalho encontra-se numa perspectiva qualitativa, na qual utilizamos como
fontes para coleta de dados: entrevistas, leituras de fundamentação teórica, material
fotográfico e vídeo. O trabalho será apresentado de forma oral, utilizando-se de material
visual, como, retroprojetor ou data-show e vídeo. Acreditamos que este estudo vem sendo
de fundamental importância nas áreas de estudo, pesquisa e história teatral, fornecendo
subsídios a estudantes que se interessarem por esta área e a comunidade em geral.
Anais XI Semana de Humanidades
197
19. Grupo Estandarte de Teatro: Um Estudo do Fazer Teatral, suas
Demandas Estéticas, Políticas e Sociais Lilian Maria Araujo de Carvalho
nailil@friends.zip.net
Olympia de Andrade Bulhões
pinhabr@yahoo.com.br
Thulho Cezar Santos de Siqueira
Uliana Fechine Torres Clemente (Alunos do Curso de Educação Artística/
Artes Cênicas – DEART/UFRN)
Este trabalho tem como objetivo apresentar a trajetória do Grupo Estandarte de Teatro,
fundado nos anos 80, e em atividade até hoje. Este recorte se insere numa pesquisa da
História do Teatro do Rio Grande do Norte, dos anos 40 até a contemporaneidade, iniciada
no fim do semestre 2002.2, na disciplina Encenação I, tendo continuidade neste semestre,
na disciplina Encenação II, ambas ministradas pelo Prof. Sávio Araújo. Nosso trabalho
vem sendo desenvolvido através de levantamento de dados, entrevistas com atores e
diretores participantes do referido grupo teatral, de documentos e anotações coletados com
os mesmos, de fontes regionais, além do saber comum entre os afins. Dessa maneira,
concluímos que o Estandarte, formado em 1986, teve como idéia inicial ser um grupo de
estudo, onde o tema principal era a cultura popular. Ao se constituir como grupo teatral,
ainda com estudos e pesquisas, tinham a preocupação em fazer espetáculos abordando
questões sociais, como a opressão do homem e em levar o teatro para a população que não
tinha acesso ao saber dominante, levando-as à reflexão crítica. Nota-se, no decorrer desses
anos de existência, que a atuação do grupo não se encerra na prática, tem todo um
embasamento teórico, seguido por processos de pesquisa e experimentação, por trás das
apresentações, seja ela na rua, no circo ou no teatro.
20 - História do teatro no Rio Grande do Norte – O Teatro na década de
70. Ana Carolina Bezerra Teixeira,
Alcebíades Gabriel da Silva,
Umberto Fernandes de Oliveira (Alunos do curso de Educação Artística/ Artes
Cênicas – UFRN)
nataldefs@bol.com.br
O presente trabalho tem como objetivo fazer um levantamento histórico sobre a produção
teatral na cidade de Natal no período dos anos 70 e estabelecer um diálogo com as
produções atuais. Esta pesquisa originou-se de um trabalho acadêmico no período de
2002.2 por iniciativa do professor Sávio Araújo na disciplina Encenação I e sua
continuidade, em 2003.1, está sendo desenvolvida na disciplina Encenação II. O
levantamento dos dados vem sendo realizado através de entrevistas, pesquisas
bibliográficas e depoimentos de atores e diretores que participaram destas produções
teatrais no conturbado período da ditadura militar, pós 64, que na década de 70 exercia
uma rígida repressão às formas de expressão artísticas consideradas ameaçadoras ao
pensamento dominante do regime. Apresentaremos neste grupo de trabalho, uma síntese
Anais XI Semana de Humanidades
198
dos dados já obtidos junto a grupos como o TONUS, que atuava neste período na UFRN,
bem como estaremos apresentando novas questões e desdobramentos para a continuidade
da pesquisa.
Anais XI Semana de Humanidades
GT-26: O MUNDO RURAL E AS CIÊNCIAS SOCIAIS Coordenadores:
Prof. Dr. Aldenôr Gomes da Silva (Departamento de Ciências Sociais)
E-mail: aldenor@ufrnet.br
Profª. Mestranda Zoraide Souza Pessoa (Departamento de Ciências Sociais)
E-mail: zoraidesp@yahoo.com.br
Local/horário: Setor de aula II, Bloco G, sala 6, 30 lugares, terça e quarta,
20 e 21 de maio, 14:00-18:00h.
O GT visa discutir o mundo rural frente às transformações recentes e como essas
questões vem sendo tratada pelas Ciências Sociais. Serão considerados resumos de
trabalhos que discutam:
1. A relação desenvolvimento/sustentabilidade e espaço rural;
2. Novas ruralidades;
3. A pluriatividade;
4. Agricultura familiar e políticas públicas;
5. Outros temas correlatos.
Os resumos devem indicar se trata de trabalhos concluídos ou em andamento. Devem
indicar também no mínimo, três palavras-chaves.
RESUMOS
I Sessão: Agricultura familiar e políticas públicas:
1. As amarras da consolidação do projeto produtivo dos assentamentos Ednaldo Ferreira Tôrres (Mestrando de Sociologia. PPGS/UFCG.
Jean Philippe Tonneau (UFCG)
O trabalho tem como ambição discutir o papel dos atores sociais na consolidação dos
assentamentos rurais na Paraíba. A pesquisa nasceu da constatação de que: (i) existe
uma dificuldade, por parte dos assentados e do INCRA, em promover a consolidação do
projeto produtivo depois da obtenção da terra e que, (ii) há um distanciamento das
entidades de apoio que estiveram ativamente presentes no período de luta pela terra.
Para coleta de dados foram aplicados “questionários de perfil” e “roteiro de entrevista
semi-estruturado” junto a 12 chefes de famílias dos assentamentos Caiana, Sapé,
Ímbiras e Engenho Geraldo. Realizou-se também “entrevistas em profundidade” com
diversos atores sociais. A pesquisa apontou para três questões fundamentais. Primeiro,
existe uma intensa dependência dos assentados em relação aos projetos e créditos do
Incra; segundo, há uma fraca organização das associações dos assentados; e terceiro, a
ação do sindicato é limitada. Nesses sentido, o fracasso do projeto produtivo proposto
pelo INCRA dinamiza a reprodução de práticas autoritárias e assistencialistas nos
assentamentos rurais. Essa situação demonstra a fraqueza e ineficácia das políticas de
apoio aos assentamentos, que ao invés de favorecerem a autonomia sócio-política e
econômica das famílias assentadas, às submetem a velhas e novas relações de
dominação. Por isso, defende-se que é imprescindível que os atores sociais entendam
que o sucesso do assentamento passa pela consolidação do projeto produtivo e que
assim, invistam em novas formas de intervenção e de apoio nos assentamentos.
Anais XI Semana de Humanidades
200
2. Agricultura familiar e organização
Andréa Linhares (mestranda PPGCS/UFRN)
O presente trabalho procura apresentar a experiência de organização de um grupo de
agricultores familiares de Lages, cidade do sertão semi-árido do Rio Grande do Norte,
em torno da constituição de sua cooperativa. Tal processo, desencadeado a partir da
emergência da caprinovinocultura no Estado, é aqui analisado sob o ponto de vista dos
entraves representados por fatores internos ao próprio grupo como individualismo,
desconfiança, ausência de valores demandados pela experiência associativa, bem como
aspectos relacionados à ação das lideranças e agentes envolvidos.
3. ambiente institucional para financiamento de famílias rurais no
Nordeste brasileiro Fernando Bastos Costa (Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/
UFRN)
fbastos@ufrnet.br
A atuação do Estado como regulador geral da agricultura, que se deu no Brasil a partir
da desarticulação dos complexos rurais no período colonial, se intensifica quando
praticamente foi estatizado o processo de modernização, no período 1965/80.
Posteriormente, seguidas crises fiscais reduziram substancialmente essa capacidade de
regulação, até quando o desmonte dos organismos e dos marcos legais, mormente do
crédito rural, no início da década de 90, vieram dar fecho definitivo ao papel do Estado
interventor e inaugurar novas formas de governança. Embora a exclusão no meio rural
tenha suas raízes desde alhures, na modernização prevaleceu o dualismo, cabendo as
famílias rurais um papel como depositária para mão-de-obra de regulamentação precária
e como fornecedora de alguns alimentos a preços baixos.. O PRONAF é um marco legal
bem representativo dessas políticas públicas, sendo nossa hipótese mais geral de que a
sua implementação vem sendo prejudicada por conta de um ambiente institucional
impróprio, vis a vis necessidades dos agricultores mais pobres, carecendo de um
rearranjo institucional que reduza seus constrangimentos atuais. Este trabalho pretende
estudar esse ambiente institucional na Região Nordeste, em que o PRONAF pode ter um
papel de simples legitimador do discurso oficial de inserção ou de promotor de
mudanças positivas nessa agricultura familiar (Pesquisa em andamento).
4. Limites e possibilidades da agricultura familiar Zoraide Souza Pessoa (mestranda em Ciências Sociais/ UFRN)
zoraidesp@yahoo.com.br
Este trabalho tem como objeto de estudo a agricultura familiar, que historicamente foi
excluída da ação pública, mas se vê na década de 90, colocada no patamar de alternativa
de emprego e renda no meio rural. Condição que passa a ser requerida com mais ímpeto
com a criação do Plano Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar (PRONAF)
em 1996, que a toma como público alvo de suas ações. O recorte empírico teve como
referencia os agricultores beneficiários e não-beneficiarios do Programa inseridos no
Grupo B, localizados nos municípios de: Palmeira dos índios (AL) e São Paulo Potengi
(RN). Sendo assim, o objetivo do trabalho foi entender a agricultura familiar, a partir da
sua capacidade voltada para a geração de emprego e renda no âmbito do PRONAF, que
a assegura através da concessão de crédito, não levando em conta sua condição de
Anais XI Semana de Humanidades
201
categoria social diversificada e condições de reprodução social diferenciada, a depender
do local em se inserem.
II Sessão: Questão Agrária, Movimentos Sociais e outros temas.
5. Lutas Sociais no Campo e Cooperativismo: a experiência de Tiriri,
Cabo -PE na década de 1960. Paulo Cândido da Silva (Mestrando em Sociologia. PPGS/UFCG)
paulocandid@bol.com.br
Com a intensificação do desenvolvimento do capitalismo na agricultura, após segunda
grande guerra, iniciou-se um processo massivo de expulsão de trabalhadores e
camponeses. Como reação a isso, então, sobretudo a partir da década de cinqüenta, na
zona canavieira de Pernambuco é que surgiu o movimento camponês. Este significou
uma resposta a um quadro de mudanças nas relações de produção e de trabalho, na área
açucareira. Com isso o movimento camponês nordestino passa a se impor na vida
política da sociedade, em particular após o surgimento das Ligas Camponesas. É nesse
momento que se iniciou uma forte disputa entre lideranças das Ligas, Partido Comunista
e Igreja Católica pela hegemonia no movimento camponês. Dessas disputas é que surge
o sindicato e a cooperativa como as duas principais vias de controle do movimento
camponês. É justamente a partir desse cenário que surgiu a Cooperativa de Tiriri. A
formação dessa cooperativa foi significativa para a história nordestina. Isso porque ela
surgiu a partir de motivações políticas e ideológicas num momento fundamental da
história brasileira. Sendo assim, pretendemos fazer uma reconstituição do processo de
formação da dessa cooperativa a partir da memória de alguns atores que dela tomou
parte. Para isso, concentraremos nossas observações entre o período de 63 a 68, período
este tido por nós como o marco da formação de Tiriri.
6. O desafio da Reforma Agrária no estado da Bahia: o caso do
Assentamento Agro-Extrativista São Francisco.
Maria Lúcia da Silva Sodré (Doutoranda de Sociologia. PPGS/UFPE)
mlsodre@yahoo.com.br
Este trabalho tem por objetivo analisar a Reforma Agrária na Bahia tomando como
parâmetro o caso específico do Assentamento Agro-Extrativista São Francisco, formado
por 11 comunidades. Este assentamento ocupa uma área de 20.000 ha e se localiza na
região Oeste do estado da Bahia à margem do Rio São Francisco. Verificasse-a
trajetória de vida das famílias na luta pela terra, a sua forma de organização, produção,
trabalho coletivo, atuação dos mediadores, a expectativa de vida das famílias assentadas
e a relação destas com o meio ambiente objetivando-se entender como a reforma agrária
“transformou” a vida das 600 famílias ribeirinhas que vivem neste assentamento. Cabe
registrar, que a reforma agrária nesta área foi na realidade uma forma de legalizar a
situação destas famílias que já viviam nesta área. Para atingir os objetivos propostos
adotar-se-á uma metodologia quantitativa e qualitativa. Será determinada uma amostra
aleatória de 25% do universo do objeto de pesquisa. Os dados serão coletados através da
técnica de entrevistas semi-esturturadas, observação participante e coleta de histórias de
vida, estas serão enriquecidas com o uso do gravador, câmara fotográfica e filmagem.
Será utilizado também dados secundários das pesquisas SIPRA/INCRA 2000 e
Anais XI Semana de Humanidades
202
PDSA/DESAGRO 2002. Para compilar os dados será utilizado o programa de
informática SPSS.
7. O processo de organização e luta política dos movimentos sociais
rurais e o papel dos assessores. Eliana Andrade da Silva (Assistente Social pela UFRN; Mestre em Serviço
Social pela UFPE e Professora substituta do Departamento de Serviço
Social da UFRN).
andradelili@bol.com.br
elianaandrade@ig.com.br
Nos anos 90 com aumento das luta pela reforma agrária o Estado passa a responder as
demandas dos movimentos sociais rurais, aumentando expressivamente o número de
assentamentos rurais. No entanto, a constituição dos assentamentos não é fim da
trajetória de luta dos trabalhadores rurais. Após sua criação uma série de políticas são
necessárias para viabilizar a permanência dos trabalhadores rurais nessas áreas, o que
aponta a necessidade de contínua mobilização dos mesmos em torno da implementação
de políticas públicas direcionadas ao desenvolvimento do assentamento. É nesse
sentido, que os assessores desempenham um papel relevante junto aos movimentos
sociais rurais, contribuindo através da elaboração de projetos, da criação de grupos de
jovens, de mulheres, mobilizando e capacitando-os para garantirem seus interesses junto
ao Estado e aos bancos. Dessa forma, a ação dos assessores se constitui como atividade
técnica e poítico-pedagógica que contribui para que os trabalhadores desenvolvam
práticas autônomas, ampliando o horizonte da luta pela reforma agrária, articulando-a à
luta de outros segmentos da classe subalterna de forma traçarem alternativas de
resistência e superar a posição subalternidade a qual estiveram expostos historicamente.
8. Experiência de planjamento participativo. O caso do assentamento
Jerusalém/Taipu/RN Edmundo Sinedino de Oliveira.
O trabalho procura relatar uma experiência de planejamento participativo, tendo um
assentamento como objeto de estudo, dentro do processo de reforma agrária.
Inicialmente trabalhamos com os conceitos de planejamento e planejamento
participativo, sabemos que a primeira experiência de planejamento vem da Rússia, no
pós guerra, no Brasil, segundo alguns historiadores, a primeira experiência de
planejamento foi com plano de metas de Juscelino. Em termos de planejamento
participativo, o nosso começo vem da década de 80, em pleno regime militar, com suas
políticas buscando legitimidade, pregando a necessidade da participação da sociedade,
naquele dueto, de um lado a figura do Estado autoritário, do outro a sociedade civil,
como objeto de consulta ou cooptação. O nosso objetivo é repassar uma experiência de
planejamento, de cunho participativo, num determinado espaço em construção, no caso
de um assentamento. Em termos de procedimentos metodológicos, trabalhamos na
perspectiva de uma participação intensa de todos o(a)s trabalhadore(a)s em oficinas de
construção coletiva.Este trabalho serve para cumprir uma das fases do processo de
assentamento das famílias e para plano de financiamento a ser contratado dentro da
linha do PRONAF “A”.
Anais XI Semana de Humanidades
203
9. O poder judiciário como indultor de políticas públicas rurais Emanuel Dhayan Bezerra de Almeida
edadvocacia@digi.com.br
A Constituição em seu art. 184 afirma ser de competência da União à realização da
reforma agrária. Infelizmente, por negligência de Poder Executivo, o processo de
Reforma Agrária "caminha a passos curtos", aumentando a tensão no campo e as
disputas por propriedades rurais.Porém, entendemos que o Poder Judiciário pode
obrigar à União à realizar o processo de Reforma Agrária, visto que, os ditames
estabelecidos na Constituição servem como programas de governo, devendo ser
obedecido pelos detentores do Poder Executivo. Os agentes públicos, incluindo-se os
agentes políticos, exercem função, cujo conteúdo é um dever, estabelecido em benefício
do interesse alheio. Se não forem obedecidos estas linhas mestras de atuação é possível
socorrer-se ao Poder Judiciário, para que este obrigue a implementação de um política
pública para o meio rural.O Poder Judiciário exerce também uma ‘função política’, no
sentido preconizado por Dalmo de Abreu Dallari: "No momento em que foram
superados o feudalismo e o absolutismo, os juízes deixaram de ser agentes do rei ou de
aristocratas poderosos para se tornarem agentes do povo. Isso ficou definitivamente
claro com o aparecimento das Constituições escritas, no século dezoito. As decisões
judiciais fazem parte do exercício da soberania do Estado, que, embora disciplinada
pelo direito, é expressão do poder político"Deste modo, o exercício de função requer do
agente atuar de acordo com a finalidade da norma jurídica . Se este não a cumprir, pode
ser imposta pelo Judiciário.
10. Guardiões do Xingu: Eletronorte e movimentos sociais na
Transamazônica. José Clodoaldo Barbosa (Mestre em Ciências Sociais – UFRN)
No final da década de 1980 a ELETRONORTE oficializou sua intenção em construir
uma das maiores hidroelétricas do mundo (Kararaô), no rio Xingu. Foi impedida pela
ação do movimento social regional integrado ao movimento ambientalista nacional e
internacional. Em 2000 a estatal retornou com a proposta reformulada (Belo Monte),
alegando atender os anseios dos críticos, prometendo uma obra com baixo impacto
ambiental. Este estudo tem por objetivo perceber se os movimentos sociais estão mais
propensos a aceitar, agora, o projeto de construção da primeira entre várias
hidroelétricas previstas para serem construídas no Xingu. E, se este é o caso, por quê?
Com a abertura política e a transição para a democracia, comunidades indígenas e
colonos se organizaram com o objetivo de impedir a continuidade do Projeto Kararaô
(1989). O sucesso da mobilização estimulou o movimento social rural a lutar por
políticas públicas para a região. Os movimentos rural e urbano evoluíram e constituíram
uma rede de movimentos sociais que luta pelo desenvolvimento da Transamazônica e
Xingu. Os movimentos sociais defendem um projeto de desenvolvimento sustentável
para a região e, neste sentido, a construção da hidroelétrica de Belo Monte aparece
como uma ameaça. Apesar de ter mudado seu repertório de ação o movimento social da
região está mais forte, pois adquiriu maturidade como instituição e luta pelos direitos
através dos meios pacíficos e legais, inclusive tendo o Ministério Público como novo
aliado.
Anais XI Semana de Humanidades
204
11. A questão agrária do município de João Câmara - RN Wagner Luiz Alvas da Silva (bolsista do PET / Geografia / UFRN)
Tutor:
Prof. Dr. Anelino Francisco da Silva
A pesquisa tem por objetivo estudar a organização do espaço agrário do Município, bem
como, de uma maneira geral, as questões sociais que envolvem a luta pela terra. Os
problemas que estão presentes hoje refletem a grande quantidade de latifúndios
improdutivos que caracterizam a região causando as lutas sociais no campo (e na
cidade), onde culminam na implantação de assentamentos rurais, que atualmente são
constituídas por 12 unidades e, também, há 2acampamentos rurais, sendo que estes são
de responsabilidade do MST. Foram utilizadas diversas fontes bibliográficas: livros,
teses, artigos relacionados à temática; coleta de dados em órgãos competentes; e
observações in loco.
12. O município de São Tomé: vivenciando a problemática das
estiagens
Autor:
Flávio Augusto Gomes de Lima (bolsista PET/Geografia)
flaviogomesbarreto@ig.com.br
Tutor:
Prof. Dr. Anelino Francisco da SIlva
O poder público utiliza-se de estratégias políticas para manter o controle socio-espacial.
O Nordeste do Brasil tem sido alvo destas estratégias que visam fortalecer, econômica e
politicamente, minorias privilegiadas, notadamente a oligarquia latifundiária da região,
que além de concentrar benefícios dos programas governamentais, manipulam recursos
públicos com fins eleiçoeiros. Essa afirmação é observada na falta de interesse por parte
do poder público em sanar os problemas causados pela seca, marginalizando o
trabalhador rural nordestino. Utilizando-se desta atual situação de miséria para atrair
recursos governamentais. Essa pesquisa baseia-se em comprovar que a atual
problemática da seca é conseqüência maior das políticas públicas adotadas por seus
governantes e tem como objetivo analisar as políticas públicas adotadas no município de
São Tomé/RN que visem amenizar as conseqüências socioeconômica provocadas pelas
grandes estiagem que assolam o município objeto de estudo. A pesquisa encontra-se em
fase inicial, em que se realiza levantamento e análise de dados bibliográficos.
Anais XI Semana de Humanidades
205
III Sessão: A relação desenvolvimento/ sustentabilidade e espaço rural
13. Dificuldades e percepção do desenvolvimento em um pequeno
município: Queimadas, Bahia (1940-1990) Otávio Luiz Machado (Pesquisador-Associado do Laboratório de Pesquisa
Histórica da Universidade Federal de Ouro Preto. Aluno Especial do
Mestrado de Sociologia. PPS/UFPE)
Neste trabalho em um pequeno município do norte do Estado da Bahia, localizado na
micro-região de Canudos, o objetivo foi estudar inicialmente a questão do
desenvolvimento econômico e social, partindo da instigante opinião dos seus moradores
quanto ao seu próprio espaço, como o lugar “do já teve”, “que aqui nunca será nada”,
entre outras. A primeira opinião se referia aos diversos bens materiais que a população
perdeu: a urbana, rádio, jornal, banco estadual etc, enquanto que a rural, principalmente,
a economia em torno do sisal. Utilizando-se de fontes como depoimentos, literatura
especializada, dados técnicos de órgãos como IBGE, IPEA, Sudene e do Congresso
Nacional pudemos compreender que a questão do desenvolvimento brasileiro ignorou o
mundo rural como um todo, pois as políticas públicas aplicadas no município
utilizaram-se da ótica de que a industrialização seria a única saída para o
desenvolvimento regional. No recorte temporal estabelecido para a realização do estudo
(1940-1990), que compreende o início do ciclo sisaleiro ao seu total esvaziamento,
todos os municípios desta região se desenvolvem economicamente em torno da cultura
do sisal, com uma mão-de-obra significativa e uma expansão de diversos distritos. Em
Queimadas, a população vive basicamente nos distritos no meio rural, enquanto a sede
do município fica em segundo plano. Distritos longínquos como “Espanta Gado”, que
fica a quase 60 Km da sede do município, possui uma vida própria e ainda mantém
certas tradições advindas da época do auge do sisal.
14. A “reestruturação produtiva” em uma agroindústria canavieira:
geração de espaços vazios na zona rural de Cortês – PE. Marcos Antonio Fonseca Calado (Aluno Especial PPGS/UFPE)
caladomarcos@hotmail.com
O objetivo do presente trabalho foi verificar quais as mudanças e inovações adotadas
pela Usina Pedroza, após da desregulamentação do setor sucroalcooleiro, e quais as suas
conseqüências no meio rural da cidade de Cortês-Pe. Metodologicamente, tratou-se de
um estudo de caso, onde todos os dados objeto de análise foram obtidos através de
entrevistas com o corpo gerencial daquela organização. Foram examinados os dados de
todas as safras realizadas de 1989/1990 a 1999/2001, correspondendo ao período dos
efeitos da desregulamentação do setor e de adoção das estratégias de mudanças nas
plantas agrícola e industrial.Os resultados da pesquisa decorreram da verificação das
mudanças na área administrativa, representadas pela fusão, reestruturação e
informatização de unidades orgânicas – os “engenhos”. Na área operacional, a
“reestruturação” significou a mecanização do plantio, da colheita da cana e a
modernização do parque industrial. A partir das mudanças adotadas pela Usina, pôde-se
concluir que: a) priorizou-se a utilização de recursos tecnológicos em detrimento dos
recursos humanos para fabricação de açúcar e álcool; b) houve um significativo
aumento dos espaços vazios no meio rural, provocado pelo desemprego dos
trabalhadores do campo,o que implicou em uma “urbanização” da cidade.
Anais XI Semana de Humanidades
206
15. Sustentabilidade local e degradação global Paulo Roberto Ramos (Doutorando em Sociologia. PPGS/UFCG)
paulramos@zipmail.com.br
Deolinda de Sousa Ramalho (UFCG)
Desejamos analisar neste trabalho as dificuldades de análise e encaminhamento de
projetos e propostas que visam o chamado “desenvolvimento sustentável local”, em
detrimento do processo de degradação ambiental que se reproduz por todas as partes do
mundo. A partir da análise das modernas teorias sobre sustentabilidade e sobre a
problemática ambiental, desejamos investigar as contradições e limites encontrados
entre o desejo e as ações locais que buscam o desenvolvimento sustentável, e as práticas
sociais de produção e consumo que causam degradação ambiental e aprofundam as
desigualdades sociais em todas as esferas da vida social. Observamos que a dificuldade
de promover a sustentabilidade local é ampliada e fortalecida pelos processos de
degradação que se formam no processo produtivo, no consumo e na ordem social em
geral.
16. Da “Crise de 29” a Crise de Superprodução: A “questão ambiental”
e a políticas agrícolas dos países desenvolvidos.* Pedro dos Santos Bezerra Neto (Mestrando do Instituto de Economia da
UNICAMP)
pedro@eco.unicamp.br
Olga Nogueira de Sousa Moura (Doutoranda do CCHLA da UFRN)
olgaarbm@uol.com.br
O presente artigo tem por objetivo esboçar uma primeira análise acerca da “Questão
Ambiental” e da problemática de conceitos ainda não muito bem definidos como o da
sustentabilidade da agricultura nos países desenvolvidos componentes da União
Européia (UE) e nos Estados Unidos. O desenho da sustentabilidade na agricultura
requer uma constatação analítica que transcenda a racionalidade de determinantes
puramente ecológicos ou biológicos. Passa, inevitavelmente, por uma clara distinção
entre esquemas de regulação social e constituição biológica. As dimensões de uma
modernização ecológica não são definidas em modelos aritméticos de contabilidade
produtiva da atividade agrícola com a natureza, mas, sobretudo, por uma reorganização
entre os agricultores e a sociedade na qual novos arranjos econômicos, políticos e
sociais são a resultante. Deste modo, qualquer construção de modelos que não
incorporem essa essência tem sérias chances de não passar de uma mera invenção.
Percebe-se que num primeiro momento a “questão ambiental” aparece no cenário das
políticas agrícolas como forma de minimizar os efeitos das crises agrícolas, porém, a
partir daí tende a se apresentar como um único elemento que unifique os agricultores em
torno da necessidade de duas políticas agrícolas.
17. Desafios e perspectivas para o desenvolvimento rural Denes Dantas Vieira (graduando em Ciências sociais/UFRN e bolsista de
iniciação científica)
Este trabalho detêm-se sobre um estudo preliminar realizado no município de Ipanguaçu
/RN, o qual servil como amostra representativa, para a avaliação do impacto das
Anais XI Semana de Humanidades
207
ocupações rurais não agrícolas – ORNA’s, na realidade social da região, através da
presença das Agroindústrias no pólo Fruticultor Açu/Mossoró.O espaço rural nas
últimas décadas, vem adquirido uma série de novas características. O processo de
industrialização da agricultura ocasionou um fenômeno de “urbanização do rural”,
acompanhado de uma ampla rede de serviços novos que surgiram. Estes respondem
pelas mais variadas demandas, tais como turismo rural: hotéis fazenda, aproveitamento
dos sítios arqueológicos, ou ainda serviços de entretenimento e lazer como os pesque-
pague, balneários e tantos outros, isso é o que nós chamamos de ocupações rurais não
agrícolas. Esse processo tem realizado modificações profundas na concepção que
muitos tem do rural, criando dessa forma, dificuldades, sócio-espaciais para a distinção
entre o que venha a ser rural e urbano, é o que, podemos chamar de RURBANO,
processo onde atividades e serviços, antes específicas do urbano, hoje ocupam espaços
cada vez maior no meio rural, alterando significativamente as formas de organização do
trabalho, a proposição de políticas públicas e redefinindo o espaço dos municípios.
18. Agricultura familiar como instrumento de educação e
sustentabilidade Rosana Ananias (Serviço Social – UFRN)
roscris@uol.com.br
João Ferreira (PPGED – UFRN)
joaofilo@uol.com.br
Orientação:
John Fossa (Departamento de Matemática – UFRN)
fosfun@digi.com.br
Vivemos um momento em que as instituições educativas, escolar e familiar, estão
perdendo a habilidade de transmitir valores e normas culturais para uma efetiva
socialização da comunidade em virtude do surgimento de novos atores como os meios
de comunicação e de telecomunicação que não foram criados como agentes
socializantes. Neste estudo, buscamos mostrar que, através de um trabalho de cunho
educacional com vista ao respeito individual e coletivo, com efeito multiplicador, que
vem sendo desenvovido na cidade de São Miguel do Gostoso, é possível, mesmo diante
das dificuldades impostas pelo sistema de globalização que estamos vivenciando, a (re)
construção do ser voltado para os valores humanos, culturais, ambientais, sociais,
econômicos e políticos que através de ações estruturantes viabilizem a
autosustentabilidade e possibilitem a permanência das pessoas no seu lugar vivendo do
seu próprio trabalho.
Anais XI Semana de Humanidades
208
19. Construindo a agricultura alternativa: Práticas e resistências entre
o tradicional e o moderno na agricultura familiar de Serra do Mel/RN. Emerson Inácio Cenzi (Mestrando do Programa de Pós Graduação em
Ciências Sociais – UFRN)
emerson.cenzi@ig.com.br
Orientador:
Aldenor Gomes da Silva
A agroecologia consiste na adoção de padrões tecnológicos de produção que levem em
consideração o respeito ao meio ambiente, equidade social e a eficiência econômica. É
fato a extrema diversidade de experiências existentes, porém este artigo pretende
analisar uma situação específica: a agricultura familiar tradicional na COOPERCAJÚ -
Serra do Mel/RN, que nos últimos anos esta produzindo frutas tropicais para exportação
com certificação orgânica por incentivo de agentes externos, principalmente ONGs. A
influência da complexidade existente neste novo cotidiano os coloca diante de formas
mais complexas de organização da produção amparados por certificação de produção e
sistemas abstratos de confiança, como conhecimento de peritos, testes de laboratório,
sistemas logísticos e de embalagem, selos de produção orgânicos entre outros. Tais
mudanças provocam um desencaixe de ligações essencialmente locais e reencaixes
através de relações globalizadas, que não são aceitas com a mesma velocidade que são
colocadas aos agricultores. O entendimento da natureza das descontinuidades entre o
tradicional e o moderno no contexto da agricultura familiar, pode clarear o debate sobre
as dificuldades encontradas no desenvolvimento de novos padrões tecnológicos. Este
estudo pretende, a partir de um estudo comparativo entre as situações empíricas
ocorridas no local e os tipos ideais baseados nos discursos dos atores sociais, analisar o
contexto da agricultura alternativa em Serra do Mel/RN.
20. Agricultura, mundos do trabalho e mundos do consumo. Entre a
segurança alimentar e a globalização dos alimentos Josefa Salete Barbosa Cavalcanti (Bolsistas de Iniciação Científica, CNPq
/PIBIC e CNPq, IC)
Dalva Maria da Mota (Dra. em Sociologia,UFPE Pesquisadora da Embrapa
Tabuleiros Costeiros)
damota@amazon.com.br
Ana Cristina Belo da Silva (Bolsista AT –CNPq)
acbelo@aol.com
Wanessa Gonzaga do Nascimento (Bolsistas de Iniciação Científica , CNPq
/PIBIC e CNPq, IC)
Carla Andréa Bezerra Chagas
Este trabalho focaliza as mudanças no trabalho e as estreitas relações entre os espaços
de fruticultura do Nordeste do Brasil e aqueles da distribuição e consumo dos
agroalimentos, com base em dados de pesquisa realizada em unidades agroindustriais e
familiares das novas regiões produtoras de frutas e vegetais e também em
Anais XI Semana de Humanidades
209
supermercados e centrais de distribuição da cidade do Recife. Serão examinadas
mudanças na construção dos produtos e nos serviços relacionados com a obtenção de
padrões de qualidade - instituídos por normas e convenções de agentes externos, que
passam a envolver os alimentos, os trabalhadores, os consumidores e o meio ambiente,
num conjunto particular de relações que têm lugar nos espaços e tempos definidos para
a distribuição e consumo dos alimentos. Finalmente, a análise propiciará o
reconhecimento de mudanças nas relações entre os distintos atores e que se insinuam
em processos de flexibilização, controle de qualidade, certificação de origem,
precarização e resistências comuns ao dia a dia dos trabalhadores e das empresas
incluídas no circuito da globalização dos sistemas agroalimentares.
21. Desenvolvimento rural sustentável: possibilidade de autonomia? Gardênia Margarida Medeiros Campos (aluna do mestrado de ciências
sociais – UFRN)
gardcampos@bol.com.br
Diversas tentativas de promoção do desenvolvimento sustentável nas áreas de
assentamento de reforma agrária, já foram desenvolvidas no estado do Rio Grande do
Norte, sem contudo, apresentar características que confirmem de fato a melhoria das
condições de vida daquelas populações. Há de se perguntar o que ocorre na
implementação dessas alternativas que coincidentemente, apresentam o mesmo fim em
comunidades diferentes. A priori, seria fácil responder tal questionamento apontando
uma ausência de interesse por parte das famílias assentadas, ou ainda, a ausência de
viabilidade econômica do assentamento, a sua localização geográfica, a má gestão dos
recursos, ou uma postura individualista do assentado. Tais argumentos, entretanto, me
parecem insuficientes e apontam muito mais uma postura de comodismo, do que
propriamente uma disposição em empreender esforços para identificação de outras
problemáticas. Um exemplo dessas alternativas são os PCAs (Planos de Consolidação
de Assentamentos) e os PDAs (Planos de Desenvolvimento de Assentamentos) que via
de regra, não têm logrado êxito na sua implementação, provocando descrédito nas
comunidades, dificultando a potencialização da auto-estima e emperrando a autonomia
de sua população. Tais programas traduzem-se num roteiro previamente elaborado em
âmbito institucional, distante da realidade a ser trabalhada, ignorando variáveis
relevantes e pouco afeitas à racionalidade técnica e instrumental, tais como: autonomia,
confiança, e auto-reflexão, dentre outras, mas que precisam ser mobilizadas.
IV Sessão: Novas Ruralidades; Pluriatividade:
22. O Trabalho infantil camponês: exploração ou socialização? Emilene Leite de Sousa (Mestranda de Sociologia. PPGS//UFCG)
emilenesouza@ig.com.br
O trabalho infantil tem sido compreendido, de forma generalizada, como um problema
social, o que deu origem a programas do Governo Federal como o PETI (Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil). É verdade que o trabalho infantil é muitas vezes
sinônimo de exploração, de dominação e de maus tratos. Mas estas características são
verdadeiras nas condições da economia da agricultura familiar camponesa? As formas
de produção camponesa se caracterizam pelo fato de que o econômico não está
dissociado do social e/ou cultural. Assim, o trabalho familiar não é regido pelos estritos
Anais XI Semana de Humanidades
210
imperativos de rentabilidade, não há exploração da força de trabalho de seus membros,
uma vez que não há a dissociação dos trabalhadores dos meios de produção. Neste caso,
o trabalho infantil parece adquirir um significado diferente da simples produção de
riqueza material.O trabalho infantil, quando obedece às regras de respeito à criança,
evitando tarefas pesadas ou permitindo a escolarização, pode ser considerado uma
brincadeira educativa, constituindo-se num meio de aprendizagem, afirmação da
identidade camponesa e de socialização das crianças no seio da família e da
comunidade. Ir ao roçado é socializar-se, uma vez que o roçado se constitui como o
espaço principal de convivência familiar e comunitária. Esta pesquisa está sendo
desenvolvida entre as crianças Capuxu, no Sertão da Paraíba. Os resultados parciais
indicam que o trabalho das crianças camponesas Capuxu não representa um meio de
exploração destas por seus pais, mas sim a principal forma de socialização antes de
chegado o momento de freqüentarem a escola.
23. campo na cidade: um rural ambiental em Camaragibe/PE Emílio de Britto Negreiros (Doutorando de Sociologia. PPGS/UFPE)
É possível falar de um ambiente rural em uma área metropolitana? Para se pensar o caso
de Camaragibe, município da Região Metropolitana do Recife, pode-se lançar mão de
indicadores, a despeito da configuração legal do município, que corroboram nossa
hipótese de que o conteúdo de uma ruralidade latente (se reconhecido) pode ser um
elemento fundamental para o desenvolvimento de adequadas políticas públicas,
especialmente para a área ambiental-ecológica (região de Aldeia), que corresponde a
mais da metade do território da cidade. Do ponto de vista político e da construção do
modelo de gestão da cidade já existe toda uma regulamentação e uma orientação para a
proteção dos recursos ambientais-ecológicos, no Plano Diretor e com a pioneira
elaboração da Agenda 21 Local, mas sem nenhuma ligação objetiva e substancial em
relação ao reconhecimento de um espaço rural como potencializador destas condições,
apesar do Plano Diretor prever o estímulo ao turismo rural e ao ecoturismo. Seria
importante para a valorização deste espaço, estimular a construção de um entendimento
sobre o rural local e favorecer a inserção categórica dos grupos circunscritos a este
espaço à possibilidade de intervenção nas políticas locais.
24. Um sonho, uma luta: A inserção das mulheres na luta pela terra. Ilena Felipe Barro (Graduada em Serviço Social – UFRN - Mestranda em
Serviço Social – UFRN)
ilenafb@terra.com.br
O cenário das décadas de 70 e 80 é marcado por uma série de lutas dos/as
trabalhadores/as rurais, fruto da sua resistência ao monopólio da terra: às grilagens de
terra, construção de barragens, etc. A conjuntura dessas décadas foi marcada pela
expansão do capital, em particular na agricultura, trazendo várias conseqüências para a
produção agrícola de base familiar e para vida dos/as trabalhadores/as rurais,
impulsionando os conflitos de terra. Até meados dos anos 70, os conflitos sociais no
campo aconteciam de forma predominante, nas áreas de expansão da cana-de-açúcar ou
pela resistência de moradores, arrendatários, meeiros em continuarem exercendo seu
trabalho e permanecer na terra. Na metade da década de 80, inicia-se um processo de
luta pela terra, através das ocupações. Essas ocupações foram tomando força e
ganhando um significado de liberdade, emancipação política e exercício da cidadania.
As mulheres tiveram papel fundamental nessa história. Além de se manterem nos
Anais XI Semana de Humanidades
211
acampamentos, cuidavam dos/as filhos/as, dos barracos, da comida, da pequena roça e
enfrentavam com coragem os jagunços e a polícia local, sendo linha de frente dos
diversos conflitos armados com as forças de repressão, expondo suas vidas e a de
seus/suas filhos/as à violência institucionalizada. Vale ressaltar, que a maior parte da
renda da produção agrícola em regime de Agricultura Familiar, advém da mão-de-obra
do trabalho feminino. Mesmo assim, elas ainda são discriminadas, relegadas a papéis
subalternos na vida intra-familiar. Apesar de muitas famílias serem chefiadas por
mulheres, o número de títulos de terras em seu nome é ainda pequeno, inclusive porque
os próprios critérios do INCRA não permitiam tal coisa.
25. Os limites e as possibilidades da Assistência Técnica e Extensão
Rural na agricultura familiar: um estudo de casos. Elvio Quirino Pereira (UFPB/UFTO)
Orientadora:
Profª. Ghislaine Duque (UFCG)
O objetivo do estudo é de propor uma reflexão, a partir de um estudo de casos
(comparando a assistência técnica oficial e alternativa - Emater, Projeto Lumiar, ONGs
como AS-PTA e Patac), sobre as condições de sua adequação para apoiar
eficientemente a agricultura familiar. Qual é o papel do Estado e das políticas públicas
de assistência técnica e extensão rural frente à agricultura familiar? Quais as relações,
alianças e conflitos, entre técnicos e agricultores? É possível identificar e construir
outras relações que façam com que os agricultores possam construir seus próprios
projetos e sua cidadania? Como as metodologias de trabalho utilizadas pela assistência
técnica favorecem ou inibem esse processo?; Quais são os limites e as possibilidades de
existir uma outra assistência técnica voltada para os interesses dos agricultores
familiares? Os resultados preliminares evidenciam que é imprescindível melhorar o
diálogo entre os agricultores familiares e os técnicos responsáveis pelos programas de
assistência técnica. O aprimoramento desse diálogo deve ocorrer no momento da
concepção e implementação dos programas de assistência, mas, sobretudo, no processo
de avaliação dos mesmos, através da participação direta dos agricultores. Este estudo
aponta para a necessidade de repensar teoricamente e a partir de experiências práticas o
controle social dos programas de apoio à agricultura familiar.
26. A Formação do Engenheiro Agrônomo em Questão: A Expectativa
de um Profissional que atenda as Demandas da Nova Ruralidade Olga Nogueira de Sousa Moura (Doutoranda do CCHLA/UFRN)
A formação do agrônomo está ao longo de sua historia, intimamente ligado ao processo
de transformação da agricultura. Por isso, quando questionamos a formação deste
profissional, e as mudanças por ela sofridas não podem deixar de associá-las as
transformações da própria agricultura. Este estudo objetiva refletir sobre a formação do
agrônomo, associando-a as transformações da agricultura.É importante destacar, que
todo esse processo de transformação da agricultura e da formação do profissional das
ciências agrárias, de modo particular do profissional de agronomia, sempre colocou o
agrônomo como um ator e executor do desenvolvimento rural.Neste novo modelo de
desenvolvimento o agrônomo, em função de sua histórica atuação como ator, intérprete
e executor fundamental na implantação de todo o processo de
desenvolvimento/modernização da agricultura, deverá ser o agente imprescindível do
desenvolvimento rural. Para isso o profissional de agronomia (agente de
desenvolvimento) deve ser mais que um técnico-humanista com formação limitada e
Anais XI Semana de Humanidades
212
voltada para uma atividade fragmentária. Ele deverá ser um agente de desenvolvimento,
parte de um amplo processo de mobilização social que intervenha em situações que não
são essencialmente agrícolas, que vão desde aconselhar as famílias rurais que deixaram
a agricultura de forma parcial ou completa, famílias urbanas que estão adotando o rural
como o lugar de produção agrícola e não agrícola ou como local de viver, até indicar e
articular as possibilidades e alternativas que a região tem de promover o seu
desenvolvimento.
27. As Transformações na Produção Irrigada e as Desigualdades no
Pólo Açu Mossoró: Uma Abordagem a Partir da Subzona de Mossoró –
Região Produtora de Frutas Irrigadas do Rio Grande do Norte Melquisedec Moreira da Silva (Mestrando em Ciências Sociais)
O presente estudo reflete as particularidades históricas que presidem o desenvolvimento
desigual no país e suas expressões no processo de produção da agroindústria frutícola. A
trama que tece a análise são as desigualdades de desenvolvimento histórico da
sociedade brasileira, em particular, a norte-rio-grandense, que tem na fruticultura
irrigada um campo privilegiado de visibilidade. Desigualdades que manifestam o
descompasso de temporalidades históricas distintas, mas coetaneamente articuladas, que
atribuem uma marca histórica particular à contemporaneidade brasileira, afetando a
economia, a política e a cultura, onde se misturam, o “velho” e o ‘novo’, o ‘arcaico’ e o
‘moderno’, distintos mas mutuamente referidos, reproduzidos e recriados. Assim, o
‘novo’ realiza-se através da recriação de heranças históricas persistentes – propriedade
da terra, pobreza, fragilidade das políticas públicas de crédito para os setores mais
frágeis da economia, entre outros –, atualizando-as e simultaneamente transformando-as
ao subsumi-las às novas condições de uma sociedade globalizada. É nesse contexto que
se dá a formação do Pólo Açu/Mossoró um caso paradigmático desse processo. Nascido
e estrumado sob o véu protetor dos subsídios estatais, expressa o paradoxo do
desenvolvimento desigual: um dos setores de peso da economia norte-rio-grandense, no
processo de reprodução ampliada do capital e na captura da renda fundiária. Esse setor,
na sua heterogeneidade, incorpora, de um lado, os avanços da ciência e da tecnologia –
biologia, química e mecânica – ; e, de outro, mantém um padrão de exclusão e pobreza,
de parte significativa da população da área em estudo.
28. Composição e distribuição da renda das famílias no rural
agropecuário do RN Aldenôr Gomes da Silva (Engº Agrº; Dr. em Economia; Prof. da UFRN;
Pesquisador do RURBANO; Assessor do MESA)
aldenor@ufrnet.br
Augusto Carlos A. T. de Carvalho (Economista; Ms. Ciências Sociais; Prof.
da UERN; Pesquisador do RURBANO)
augustocat@yahoo.com.br
Anais XI Semana de Humanidades
213
João Ricardo Ferreira de Lima (Economista; Ms. Economia Rural, Prof. da
UERN; Pesquisador do RURBANO)
joao.ricardo@ig.com.br
Estudamos a importância da pluriatividade e das rendas agrícolas e não-agrícolas para
as famílias rurais do Município de Ipanguaçú-RN, objetivando explicitar o grau e
intensidade da pluriatividade entre as famílias rurais e fazer um levantamento da
composição e distribuição da renda dessas famílias. Utilizamos como recurso
metodológico a aplicação de 60 questionários padronizados especificamente para esta
pesquisa, aplicados em comunidades rurais previamente selecionadas. Com relação as
rendas, identificamos que os maiores rendimentos são obtidos pelas famílias pluriativas
e não-agrícolas. Nas famílias pluriativas, as rendas obtidas pelas famílias são mais
homogêneas, ao contrario das famílias não-agrícolas, onde esta é mais concentrada.
Alem disto, o valor do autoconsumo nas famílias pluriativas é mais elevado, o que ajuda
a reduzir a dependência de rendas oriundas das transferências como as aposentadorias.
As transferências publicas/privadas também aparecem como fundamentais para
manutenção das pessoas não-ocupados ou inativas. Contudo, muito nos chamou a
atenção o fato do número reduzido de residentes nos domicílios destes tipos de famílias,
contradizendo inclusive uma idéia de que a renda das aposentadorias estaria ajudando
na manutenção das famílias e contribuindo para redução do êxodo rural.
Anais XI Semana de Humanidades
GT-27: MULHER E RELAÇÕES DE GÊNERO Coordenadoras:
Profª. Ms. Otêmia Porpino Gomes (Departamento de Comunicação Social)
Email: opgome@ufrnet.br
Profª. Drª. Maria Francinete de Oliveira (Departamento de Enfermagem)
Local/horário: Setor de aula V, Bloco C, sala 3, 63 lugares, terça e quarta,
20 e 21 de maio, 14:00-18:00h.
O GT visa promover a socialização e a interdisciplinaridade de estudos e pesquisas
sobre a mulher e relações sociais de gênero. Através deste grupo de trabalho, o NEPAM
(Núcleo "Nísia Floresta" de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher e Relações Sociais de
Gênero) terá a oportunidade de divulgar aspectos de sua produção de pesquisa na área
de gênero, assim como discutir e registrar trabalhos produzidos, em outros orgâos da
UFRN, sobre a referida temática, cumprindo, assim, seu papel de produzir e incentivar a
produção de estudos sobre a mulher e o gênero nas diversas áreas acadêmicas.
RESUMOS
1. A terapêutica floral no controle dos distúrbios do climatério
feminino. Autora e relatora:
Cristina de Fátima Landwoigt de Oliveira Cavalcanti
Orientadora:
Prof. Dra Maria Francinete de Oliveira
O climatério é uma das fases da vida da mulher, caracterizado mais precisamente pelo
fim do período reprodutivo. Por ser uma fase natural deveria ser vivida sem grandes
problemas. Entretanto, algumas mulheres não conseguem passar essa fase sem um
desequilíbrio biopsicosocial para o qual a terapêutica convencional (reposição
hormonal) nem sempre responde adequadamente. O objetivo do presente trabalho é
mostrar o uso e os benefícios dos Florais de Bach no controle desses distúrbios. Trata-se
de um estudo de caso realizado com uma mulher (48 anos de idade) que apresentava
fogachos, insônia, inquietação, tontura, ressecamento vaginal, sensação de peso nas
pernas, incapacidade para as atividades físicas, irregularidade menstrual, entre outros.
Com o tratamento oficial (reposição hormonal) passou a sentir as “mamas doloridas”,
aumento de peso e metrorragia, sem melhorar os sintomas anteriormente descritos.
Mudou o hormônio, mas continuou com os mesmos sintomas. Optou pela terapêutica
foral e passou a tomar, durante 30 dias, os seguintes florais: Impatiens, Walnut, Crab
Apple e Olive (5 gotas de 3 em 3 horas). Na primeira semana de tratamento a paciente
informou que já percebia uma melhora na qualidade do sono, não sentia mais os
fogachos, a vagina voltou a lubrificação normal, havia disposição para as atividades
físicas. Observou que a menstruação voltou a ser regular, mas havia uma diminuição no
fluxo. O estudo leva a inferir que, a terapêutica floral, aliada a uma mudança no estilo
de vida, pode ajudar as mulheres que apresentam distúrbios na fase do climatério.
Anais XI Semana de Humanidades
215
2. As mulheres e a economia solidária no Brasil: o papel inovador das
incubadores de cooperativas populares Françoise Dominique Valéry (Professora Doutora da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte)
francoisevalery@hotmail.com
Buscando caminhos para a geração de renda e de oportunidades de trabalho, as
mulheres brasileiras, tais como a maioria das mulheres pobres da América Latina,
enfrentam o mercado de trabalho em condições desiguais em relação aos homens. A
essa desigualdade de sexo, somam-se outras relacionadas às condições socio-
economicas, à idade e aos preconceitos de raça e cor. Essas quatro elementos (classe,
cor, geração e gênero) fazem parte da análise de gênero que serve de suporte teórico
para analisar de modo crítico o papel das mulheres no mundo do trabalho. No quadro do
presente trabalho, pretende-se apresentar e discutir a inserção das mulheres na chamada
economia solidária, refletindo sobre e experiência acumulada pela Rede Nacional de
Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares- ITCPs. Essa rede integra alunos e
professores oriundos de instituições universitárias brasileiras, na sua maioria
Universidades Federais, onde se desenvolvem modalidades de pesquisa-intervenção
junto à grupos produtivos e se articulam ações de formação e capacitação em gestão
social, empreendedorismo, desenvolvimento humano e sustentável e cidadania. Nesta
rede, um diferencial importante é o papel das mulheres tanto do lado acadêmico
(direção e gestão dos projetos de incubação, contribuição na elaboração de uma
metodologia de incubagem própria ao contexto socio-economico e cultural brasileiro)
como na base organizacional e nos projetos desenvolvidos pelos grupos. Como
resultados, o trabalho pretende apresentar dados quantitativos sobre o perfil dos grupos
incubados, fornecer informações acerca da metodologia de abordagem e refletir sobre a
contribuição das mulheres na economia solidária no Brasil, à luz da perspectiva de
gênero,
3. Capital social e relações de gênero nos grupos da 3ª idade Maria Francinete de Oliveira (Relatora)
Vilma Maria de Lima
O presente trabalho tem como objetivo mostrar a relação entre capital social e gênero
nos chamados grupos da 3ª idade e sua correlação com a saúde. O trabalho foi realizado
junto a três grupos que, embora apresentem metodologias de trabalho diferentes, têm
como objetivo final melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas. Como instrumento
de investigação dos dados utilizamos o questionário para a clientela e a entrevista para
as organizadoras ou coordenadoras dos grupos. Como resultados encontramos que há
uma relação positiva entre capital social e saúde, ou seja, os grupos que desenvolvem
mais atividades de lazer e física conseguem manter a saúde de sua clientela. Com
relação ao sexo observamos que os grupos são, predominantemente, formados por
mulheres. Esta variável contribui para o desenvolvimento de atividades caracterizadas
como femininas, tais como: bordado, pintura, crochê, entre outras, restando aos homens
apenas as atividades recreativas pacatas, como o jogo de baralho e dominó.
Observamos, também, que os grupos mais ativos têm um percentual elevado de
mulheres que ainda não estão na 3ª idade. Inferimos que este dado mostra a falta de
espaço social para as mulheres que estão no climatério, obrigando-as a uma velhice
precoce. Concluímos que os grupos da 3ª idade são importantes para que as pessoas
Anais XI Semana de Humanidades
216
idosas mantenham sua saúde física e mental, mas que precisam de estratégias para
atender as necessidades de homens e mulheres.
4. O Papel da União Feminina do Brasil - UFB - na Busca da Equidade
de Gênero. Autora e Relatora:
Aluizia do Nascimento Freire
Orientadora:
Maria Francinete de Oliveira
A União Feminina do Brasil - UFB - foi criada em 1935, com o objetivo de congregar
as mulheres ligadas ao Partido Comunista do Brasil ( P C do B) e a Aliança Nacional
Libertadora ( A N L). O presente trabalho tem como objetivo investigar a atuação da
UFB, em Natal, enquanto entidade transformadora dos papéis femininos socialmente
aceitos, na época. De acordo com a análise de documentos pertencentes aos arquivos
públicos e Jornais da referida cidade observamos que essas mulheres lutavam pela
emancipação política e social, buscando a equidade de gênero, ou seja: “mulheres e
homens com direitos iguais perante a vida e a lei”. No entanto, essas mulheres passaram
a ser vistas pelos políticos conservadores como pessoas de “comportamento imoral e
espalhafatoso”. O governo via nas mulheres do U F B uma verdadeira ameaça a
sociedade civil, levando-o a criar o decreto de n 243, de 19 de julho de 1935, no qual
ordenou o fechamento, em todo o território nacional, dos núcleos da União Feminina do
Brasil. Concluímos que, por desestabilizar a ordem estabelecida na desigualdade de
gênero, as mulheres que fizeram parte da U F B, em Natal, permaneceram esquecidas
no contexto histórico da cidade até a realização da presente pesquisa.
5. Refletindo sobre a (des)organização familiar e a superposição de
papéis em famílias de diferentes camadas sociais de Mossoró Lucia Helena Costa de Gois (Profa. Ms. da Universidade Estadual do Rio
Grande do Norte; Pesquisadora do NEPAM)
L_helena@terra.com.br
O trabalho visa apresentar alguns dos resultados da pesquisa que subsidiou a elaboração
da Dissertação de Mestrado “Afinal, quem é o chefe?” defendida recentemente junto ao
Programa de Pós Graduação em Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba. A
investigação, de natureza qualitativa, foi realizada junto a famílias de diferentes
camadas sociais da área urbana de Mossoró, tendo como objetivo averiguar a posição do
ou da chefe de família. Um dos resultados mais interessantes da investigação, que será
apresentado e discutido por ocasião do evento, diz respeito à (des)organização aparente
da estrutura familiar, perceptível através da multiplicidade de arranjos familiares, bem
como a ocorrência de superposição dos papeis desempenhados pelas diferentes
membros adultos da família em relação à chefia familiar. Tais resultados permitem
questionar não somente a evolução recente da família brasileira bem como as funções
atribuídas tradicionalmente aos homens e às mulheres, a “crise” do modelo patriarcal e
as relações de poder e de gênero entre membros da família.
Anais XI Semana de Humanidades
217
6. Mapeamento e territorialização da violência doméstica em Natal Ivoneide Lima de Góis (NEPAM-UFRN)
O presente trabalho apresenta os resultados do estido realizado correlacionando a
questão da violência contra as mulheres em Natal-RN e as condições urbanas e sociais
das áreas de maior ocorrência desses casos, visando produzir conhecimento sobre a
violência contra a mulher e sua relação com o espaço urbano, a luz da problemática de
gênero. Pretendeu-se assim fazer a realção entre a violência doméstica, a estrutura
urbana e a dimensão de gênero no qual está disposta, de forma que se insira nas
discussões sobre violência contra a mulher o aspecto espaial urbano e a visão espacial
dos profissionais que trabalham com a arquitetura e o urbanismo. Assim, procurou-se
situar quais os bairros/áreas de Natal onde se observam os maiores índices de violência
doméstica, evidenciando quais fatores propiciam estes determinados índices e
procurando descobrir de que forma e até que ponto o espaço público atua como objeto
que influencia e condiciona a violência contra a mulher. Como aspectos metodológicos,
foram realizadas as coletas de dados inicialmente nos Boletins de Ocorrência da
Delegacia de Defesa da Mulher de Natal(DEDAM-RN), como parte do levantamento de
dados, além da coleta de informações em órgão afins(IDEC, CAERN, SEMURB), a fim
de que se produzissem mapas localizando as ocorrências e a infra-estrutura disponível.
Os resultados indicam uma concentração de casos em bairros situados
predominantemente nas Zonas Leste, Norte e Oeste de Natal (Mãe Luísa, Santarém e
Felipe Camarão, respectivamente), o que coincide com áreas da cidade com menor
infra-estrutura urbana (equipamentos públicos, abastecimento, etc.) e carência de
investimentos públicos.
Anais XI Semana de Humanidades
GT-28: ROYALTIES E OUTRAS ECONOMIAS NO RN: CENÁRIOS
SOCIAIS E TENDÊNCIAS Coordenador:
Prof. Dr. Valdemar Pedreira Santos Filho (Departamento de Ciências
Sociais)
Email: valfilho@uol.com.br
Local/horário: Setor de aula V, Bloco C, sala 4, 60 lugares, terça e quarta,
20 e 21 de maio, 14:00-18:00h.
O GT vem discutir experiências de pesquisas sobre impactos econômicos e sociais
causados pelo repasse de recursos oriundos de royalties petrolíferos para municípios e
regiões do RN, bem como aqueles ocasionados por outras economias (petróleo,
carcinicultura, turismo, fruticultura irrigada, etc) em curso no estado. Enfatizam-se
questões, tais como as características e evolução desses circuitos econômicos nas
localidades afetadas por essas atividades; a gestão e controle dos recursos públicos as
alterações nas condições de trabalho e de vida da população e a inserção social dos
segmentos de baixa renda, além dos impactos dessas economias na prestação de
serviços públicos e no meio ambiente. Nessa perspectiva, discutem-se as paisagens
sociais (nas cidades ou no campo) sempre em relação aos novos patamares de recursos,
disponíveis para a administração pública ou para os pequenos proprietários de terra, e as
transformações das condições de vida das populações (jovem, adulta e idosos), em
termos de opções de emprego e renda, crise das atividades de subsistência, aumento do
nível delinqüência social e de insegurança pública. Espera-se que os trabalhos a serem
enviados sejam reflexões no âmbito do universo sócio-econômico, político e cultural
das localidades ou regiões envolvidas por esse processo de mudança no RN.
CANCELADO
Anais XI Semana de Humanidades
219
GT-29: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES ATUAIS
Coordenadores:
Prof. Dr. Herculano R. Campos (Departamento de Psicologia)
E-mail: hercules@ufrnet.br
Profª. Drª. Rosângela Francischini (Departamento de Psicologia)
E-mail: rfranci@uol.com.br
Local/horário: Auditório do Consecão, 72 lugares, 2º andar-CCHLA, terça e
quarta, 20 e 21 de maio, 08:00-12:00h.
Não obstante já ter decorrido 13 anos desde a promulgação do Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA -, a realidade em que ainda se encontram imersas a infância e a
adolescência brasileiras deixa claro que não é simplesmente através de um instrumento
legal, por mais avançado que seja, que mudarão as condições de vida dessas pessoas. A
reprodução das desigualdades sociais, marca do modelo econômico de desenvolvimento ora
em vigor no país – e no mundo -, repercute sobre elas no sentido de desprovê-las dos
elementos essenciais a uma vida digna, como educação, saúde, habitação, saneamento etc.
Assim, em que pesem medidas pontuais, a falta de políticas públicas consistentes tem feito
com que permaneçam altos os índices de exploração pelo trabalho; de busca pela
sobrevivência nas ruas; do envolvimento com o tráfico, com a criminalidade, com a
prostituição, enfim, com diversos aspectos do que tem sido chamado de violência. Neste
sentido, agregados em torno aos pesquisadores que compõem o Núcleo de Estudos Sócio-
Culturais da Infância e da Adolescência – NESCIA -, do Departamento de Psicologia,
estudantes de graduação e de pós-graduação se encontram desenvolvendo pesquisas, quer
de Iniciação Científica, Especialização ou Mestrado, cujo objetivo mais geral é tentar
apreender alguns dos sentidos que comportam a realidade da infância e da adolescência,
particularmente no Rio Grande do Norte mas balizados pela realidade brasileira, para,
assim, tanto compor um quadro explicativo dessa realidade quanto reunir os elementos
necessários para a formulação de políticas públicas mais consistentes. Um panorama dos
diversos estudos que vêm sendo desenvolvidos compõe a proposta desse Grupo de trabalho.
RESUMOS
1. Adolescentes privados de liberdade e ação educativa: o Hip-Hop como
estratégia de intervenção Dianne Sousa
Nehemias Diniz
Herculano Campos (Dptº. De Psicologia)
Esta comunicação é fruto do estágio desenvolvido na área de Psicologia Escolar, no Centro
Educacional Pitimbu - CEDUC-Pitimbu, unidade da Fundação Estadual da Criança e do
Adolescente do Rio Grande do Norte - Fundac-RN. O trabalho foi montado visando
minimizar os efeitos das precárias condições encontradas naquele estabelecimento,
destinado ao cumprimento de medida sócio-educativa de privação de liberdade para
adolescentes do sexo masculino. Ressalta-se o isolamento físico e social dos internos; os
prédios condenados pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura; a escola não
regulamentada; a falta de uma real perspectiva de profissionalização, dentro e fora dos
muros da unidade; a falta de assistência adequada frente as diferentes demandas de saúde
Anais XI Semana de Humanidades
220
mental e dependência química; a atividade técnica compartimentalizada, em que as
abordagens da psicologia, do serviço social e do setor pedagógico priorizam o atendimento
individual, clínico; e a falta de qualquer trabalho na perspectiva de integração
família/sociedade/Estado, que limita o processo da internação e as chances de uma inserção
mais consciente do jovem na vida social. As atividades foram desenvolvidas em três
direções: famílias, junto as quais criou-se um espaço de escuta; escola, em que fomentou-
se, além da escuta, novas possibilidades do fazer pedagógico; e os adolescentes, com quem
implementou-se ações educativas norteadas por temas geradores, provenientes de suas
vivências na sociedade e no cotidiano da instituição de privação de liberdade. Para tanto,
valeu-se dos elementos do Hip-Hop, seu caráter de crítica social e questionamento
existencial, visando fomentar um projeto de vida marcado pela consciência social, pelo
respeito e a responsabilidade por si e pelos outros.
2. A Cultura da violência e os espetáculos dos meninos do Pitimbú Teresa de L. L. Frota
Gláucia H. A. Russo (Dptº. De Ciências Sociais)
Esse trabalho é fruto de um artigo apresentado a revista Sociabilidades II, onde, a partir dos
relatos de meninos internos do Pitimbu, buscamos compreender o significado que a
violência toma na vida desses sujeitos, ao mesmo tempo, vítimas e algozes destas práticas.
Partimos da idéia que esses jovens e adolescentes significam a violência como um elemento
positivo em suas relações uns com os outros, nestas os valores como a coragem, a força
física, a agressividade e mesmo a crueldade, assumem na composição do seu imaginário
um lugar de destaque concorrendo para a sua aceitação em determinados grupos, bem como
para o arranjo da sua identidade e sobrevivência cotidiana. Para expressar tais idéias
utilizamos os relatos desses meninos que nos levam a perambular pelos caminhos e becos
escuros das suas vidas. A cultura da violência, embora possua diferentes feições, é aqui
entendida como aquela que penetra nos meandros da lei e constrói suas próprias regras,
tornando o seu quadro valorativo um padrão de referência familiar, corriqueiro e cotidiano.
Essa cultura aprecia a utilização da força como forma de fortalecer a supremacia do mais
forte sobre o mais fraco, constrói uma hierarquia moral peculiar, em que os valores como a
coragem, a força física, o poder, a dominação, o levar vantagem em tudo, dentre outros,
tornam-se fundamentais para a construção das relações desses sujeitos.
3. Reincidência: uma reflexão da experiência de estágio curricular no
Programa SOS-Criança. Natal Kátia S. da Costa
Salefe L. V. Santos (Dptº. De Serviço Social)
Reincidência: uma reflexão da experiência de estágio curricular no programa SOS-Criança
tem como cenário o programa SOS-Criança que é um órgão integrador/articulador de ações
e serviços de defesa/atendimento à criança e ao adolescente. Para tornar exeqüível o estudo
desta temática faremos uma abordagem teórica sobre a Política da Proteção Integral e a
institucionalização do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), bem como, o papel da
rede de atendimento como prestador de serviços sociais que zelam pelo bem-estar da
criança e do adolescente, considerando a família um pólo importante nesse processo. A
realização da abordagem investigativa com representantes de rede de atendimento, na
Anais XI Semana de Humanidades
221
perspectiva de buscar, identificar a opinião dos mesmos frente a problemática da
reincidência. Visto que, tanto a rede de atendimento como a família são os principais atores
no processo de garantia de direitos infanto-juvenis. Pretende-se com esse estudo fornecer
subsídios para futuras pesquisas sobre o tema com vista de elencar os direitos da criança e
do adolescente.
4. Compreendendo a influência da família na iniciação do uso de drogas
pela criança Kátia C. V. de Araújo (Dptº. De Psicologia)
O uso abusivo de drogas na nossa sociedade tem se configurado como um dos mais graves
problemas sociais da atualidade, colocando inúmeras pessoas em situação de
marginalização, fome, miséria e doença. O problema, que envolve inúmeras implicações
como violência, crime, desajuste social e tráfico de drogas, vem atingindo populações cada
vez mais jovens. Sem negar a amplitude e a multicausalidade do fenômeno, este estudo
visa, através de um recorte teórico e metodológico, compreender a influência da dinâmica
familiar na iniciação do uso de drogas por crianças. É justificado pelo aumento de casos de
droga entre crianças e adolescentes, bem como pelo importante papel que a família
desempenha na construção da identidade e na formação de hábitos durante a infância. Os
sujeitos da pesquisa são um grupo de 08 a 10 crianças de até 12 anos de idade, usuárias de
drogas lícitas ou ilícitas, atendidas pela 1ª Vara da infância e da Juventude de Natal-RN. A
metodologia empregada consta de entrevistas semi-estruturadas com seus pais ou
responsáveis, além de técnicas de expressão verbal, gestual e gráfica aplicadas às crianças
para compreensão de fatores relacionados com o problema. Em estudo piloto iniciado,
foram observados eventos na dinâmica familiar contemporâneos do início do uso de drogas
pela criança, contudo, está sendo dada continuidade aos demais procedimentos da pesquisa.
5. Desvelando as teias de Pinóquio: concepções de família para jovens
moradores de bairros periféricos de Natal/RN Périsson D. do Nascimento (Dptº. De Psicologia)
O trabalho tem como objetivo central uma reflexão sobre a família enquanto instituição
construída social e historicamente e sua relação com a formação social de jovens moradores
de bairros periféricos de Natal/RN, participantes do Fórum Engenho de Sonhos de Combate
à Pobreza. A pesquisa encontra-se atualmente em andamento, na qual tentamos
compreender a realidade dos jovens com suas famílias nos seguintes aspectos: concepções
de casa (privado) e rua (público), suas relações e representações sobre os papéis familiares,
a história da família, aspirações de vida e vínculos. Os dados foram construídos através de
entrevistas semi-estruturadas, questionário de perfil psicossocial e grupos focais de
discussão, dos quais participaram 09 jovens, considerados articuladores nas ações do
Engenho nos bairros. Foi utilizada análise dos discursos, na perspectiva da teoria do
imaginário. Os jovens relatam estórias de vida marcadas por dificuldades de diálogo e
compreensão nas relações familiares, e vêem-se em conflito entre as concepções
tradicionais de família e a realidade vivida, tendo em vista que suas configurações
familiares e relações divergem muito do modelo familiar burguês imposto pela sociedade.
A família é vista como espaço privilegiado da afetividade, seja nas vivências de apoio, ou
de sofrimento. Apesar dos problemas, a família é vista como espaço primordial de
desenvolvimento da personalidade individual, determinando os valores e comportamentos
Anais XI Semana de Humanidades
222
que o jovem apresenta no contexto social. Questionam a hierarquia e os papéis, enfatizando
aspectos como: sexualidade, gênero, adolescência e relação família/sociedade.
6. Protagonismo juvenil: uma análise das experiências de participação
social dos jovens potiguares no movimento dos direitos sexuais e
reprodutivos Rita de C. A. A. Mendonça (Dptº. De Psicologia)
A proposta do protagonismo juvenil surgiu no Rio Grande do Norte a partit de 1997,
mediante as experiências com os Programas de Orientação Sexual e Saúde Reprodutiva,
apoiados pelo Fundo de População das Nações Unidas. O enfoque privilegia uma estratégia
pedagógica, centrada na qualidade do atendimento, mobilização social, inclusão social,
politização e diálogo, em especial sobre a educação sexual, saúde reprodutiva, direitos e
deveres infanto-juvenis. A palavra protagonismo significa personagem principal. Uma ação
é dita protagônica quando o educando é o ator principal no processo de seu
desenvolvimento. A promoção do protagonismo juvenil parte do princípio que o jovem
possui a capacidade política de um cidadão, pressupondo a cidadania direitos universais, de
onde emerge um ser político, que decide sobre o seu destino e o de sua coletividade. Nas
ações sócio-educativas com 700 adolescentes no RN, busca-se analisar em que medida o
processo de participação juvenil nos movimentos sociais e nas práticas institucionais,
relaciona-se com a formação psicossocial na adolescência; como a participação social
expressa-se para meninos e meninas na atuação dos programas de orientação sexual e saúde
reprodutiva; e como devem funcionar as tentativas de participação da sociedade civil, em
particular dos jovens, no controle social.
7. Projeto Anjo da Guarda-apadrinhamento afetivo Danielle de Souza Barbosa
Ana Cristina Dantas de Oliveira (Dptº. De Serviço Social)
O trabalho resulta do estudo realizado a partir da elaboração do Cenário Institucional da 1ª
Vara da Infância e da Juventude da comarca de Natal/RN e tem como abordagem e
amostra,através de visitas realizadas aos abrigos governamentais, a necessidade de intervir
na qualidade de vida das crianças e adolescentes que estão nesses abrigos e que se
encontram isolados em sua maioria, do convívio familiar e social. A nossa proposta de
intervenção é convocar a sociedade para participar, através do Projeto Anjo da Guarda –
apadrinhamento afetivo – a ser responsável também por essas crianças e adolescentes. Tal
proposta possibilitará atenção individualizada, orientações, apoio, acompanhamento escolar
e do seu cotidiano nos abrigos de forma a garantir as crianças e adolescentes abrigadas seus
direitos assegurados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA).
Anais XI Semana de Humanidades
223
8. Violência na escola e prática do psicólogo escolar Ana C. G. Lopes
Diego Gonçalves
Fábio H. V. de C. e Silva
Marcus H. L. Onofre
Herculano Campos (Dptº. De Psicologia)
Nessa pesquisa levantou-se os registros de violência nas escolas públicas e privadas do
município de Natal, no período de 1995 a 2001, contidos na mídia impressa, nas Secretarias
Municipal e Estadual de Educação, nos periódicos científicos e nas monografias,
dissertações e teses dos cursos de graduação e pós-graduação em Psicologia, Serviço
Social, Ciências Sociais e Educação. Dos 68 registros observados, nove casos foram de
agressão física, em que um professor, um diretor e um funcionário estão entre os
agressores. Outros nove casos foram incivilidades, inclusive praticadas por um professor,
três diretores e um funcionário. Por incivilidades definem-se os comportamentos em que as
pessoas se valem de palavras grosseiras, humilhações, desrespeito. Constatou-se trinta e um
casos de violência institucional, ou seja, 46,4% do número total de registros.
Diferentemente da violência simbólica, em que a agressão é subliminar, contida em
resoluções, horários, exigências de posturas específicas etc., a violência institucional é
explícita. Professores, diretores, coordenadores e funcionários são acusados de descaso, não
entrega de notas, reprovações injustificadas, indiscriminada suspensão de aulas,
discriminação para com alguns alunos, negação de direitos etc. Em decorrência desse
quadro, há que se rever o sentido a ser tomado nas ações de prevenção e combate à
violência na escola, visto que parece não se sustentarem as hipóteses de que os alunos são
os principais responsáveis por tal fenômeno. Portanto, cada vez mais torna-se evidente a
necessidade de um amplo trabalho de formação de educadores, para o qual os especialistas,
dentre os quais o psicólogo, possuem papel fundamental a cumprir.
9. Trabalho infantil e subjetividade Carina C. de Souza (Dptº. De Psicologia)
O Fenômeno da exploração do trabalho infanto-juvenil não é algo da modernidade, a
participação de crianças e adolescentes em atividades laborais,acompanha a história da
civilização humana. Porém é com a consolidação do capitalismo que esse tipo de trabalho
passou a ser utilizado de forma excessiva.Esse quadro de exploração vem se modificando,
principalmente no início da década de 90 quando o trabalho infantil adquiriu status de
questão social, sendo incluída nos problemas nacionais. Vários são os fatores que se
articulam com essa complexa questão, dentro deles será destacada a subjetividade.É no
intuito de melhor entender os aspectos subjetivos do trabalho precoce, que esse estudo se
propõe a focalizar a influência do trabalho precoce na construção da subjetividade infantil.
Buscar o significado que essas crianças vêem no trabalho, que recursos subjetivos utilizam
para enfrentar essa condição de trabalhador precoce e o contexto social que estimulam ou
mantêm o trabalho infantil. Para viabilizar esse estudo tomaremos como base crianças e
adolescentes que fazem parte do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI).O
programa engloba meninos e meninas na faixa etária de 07 a 14 anos, residentes tanto no
Anais XI Semana de Humanidades
224
meio urbano quanto no meio rural do município de Extremoz/RN. Acreditando ser essa
uma questão fundamental e que possa contribuir, dentro da psicologia, para avançar no
entendimento dessa complexa relação trabalho/subjetividade facilitando uma leitura mais
aproximada da nossa realidade como pesquisadores e da realidade dessas crianças.
10. Trabalho infantil, ideologia e poder disciplinar: lançando um olhar
para além do econômico Izabel Feitosa
Magda Dimenstein (Dptº. De Psicologia)
As tentativas de explicação do trabalho precoce, quase sempre, procuram estabelecer uma
relação de causalidade entre trabalho e pobreza, restringindo-se, portanto, ao aspecto
econômico ao modo de produção capitalista que alimenta as desigualdades sociais. Não
negligenciando este aspecto, pretendemos abordar o fenômeno para além do econômico e
refletir sobre outros aspectos que podem estar sustentando a inserção precoce da criança no
trabalho. Nosso olhar e escuta sobre o trabalho infantil implica entendê-lo em suas relações
com o poder disciplinar e com o conceito de ideologia. O presente estudo, portanto, tenta
considerar estes aspectos se propondo a apreender os sentidos que a família e os professores
produzem acerca do trabalho infantil no cultivo de hortaliças. Para efetivar este estudo,
realizamos grupos focais com as mães, cujas crianças estudam e trabalham no cultivo das
hortas em Gramorezinho (bairro situado na zona norte de Natal-RN) e com os professores
destas crianças na escola do bairro (Escola Lourdes Goudeiro). As falas dos sujeitos foram
tratadas segundo a perspectiva das práticas discursivas, tentando articulá-las com a noção
de ideologia e poder disciplinar. De um modo geral, percebe-se o quanto a ideologia e a
disciplina estão imersas nas práticas discursivas dos sujeitos. Pois, embora apareça, em
alguns momentos, a referência ao trabalho como algo que pode queimar uma etapa da vida
(a infância), como algo que tira o tempo de estudar e de brincar da criança, atribuí-se ao
trabalho infantil uma grande importância. Tanto para os professores como para as mães, o
trabalho é algo que pode livrar as crianças dos perigos da rua, tais como: vagabundagem,
criminalidade e uso de drogas. Nesse sentido, as falas apontam para o trabalho infantil
como uma alternativa importante para a não permanência das crianças nas ruas.
11. Os sentidos do trabalho doméstico remunerado de adolescentes da
cidade do Natal Munich Santana
Magda Dimenstein (Dptº. De Psicologia)
O trabalho doméstico é uma realidade para meninas de classes populares e uma das formas
de trabalho mais encontradas entre as adolescentes trabalhadoras no nordeste brasileiro. É
uma atividade que reproduz a pobreza e as relações de gênero na sociedade, tendo em vista
que é um tipo de atividade em que uma mulher é contratada para substituir outra,
perpetuando o lugar da mulher como de mantenedora do espaço privado. Este estudo
buscou conhecer o sentido do trabalho por 14 adolescentes que moram no local de emprego
e estudam em escolas públicas do município de Natal. Dentre as entrevistadas, observa-se
uma tendência a perceber o trabalho doméstico como uma atividade provisória, até o
encontro de novas formas de trabalho mais valorizadas socialmente e mais bem
remuneradas. Apenas uma adolescente trabalha sob condições de proteção legal, já que lhe
Anais XI Semana de Humanidades
225
são assegurados todos os direitos trabalhistas como carteira assinada, salário mínimo, férias
remuneradas e folga semanal, assim como, o acesso à escola e à família. As demais
adolescentes trabalham sob condições desfavoráveis, sem carteira assinada, com salário
abaixo do mínimo nacional. Destaca-se o tipo de relação que as adolescentes estabelecem
com as patroas, a qual pode camuflar uma relação hierarquizada de classe, gênero e
geração, ou seja, a exploração e as condições desfavoráveis vividas no trabalho. Além
disso, o trabalho é percebido como uma forma de ascensão social e contribui na busca de
melhores oportunidades na capital do Estado para as jovens que saem do interior buscando
ter acesso aos estudos e a um salário para comprar objetos pessoais e ajudar a família. O
trabalho doméstico apresenta tanto um aspecto negativo, como forma de trabalho
explorado, na ocorrência de maus tratos e humilhações, quanto um aspecto positivo, na
ampliação das possibilidades de emprego e socialização das jovens.
12. A importância da brincadeira: o discurso de crianças trabalhadoras e
não trabalhadoras Indira C. C. de Oliveira (Dptº. De Psicologia)
Dentre os vários aspectos ligados à infância elegemos com objeto deste trabalho o direito
da criança brincar, atividade esta considerada importante para seu desenvolvimento. Porém,
nem todas as crianças podem desfrutar desse direito. Assim, o objetivo da nossa pesquisa
foi investigar como as crianças em duas condições diferenciadas de desenvolvimento
vivenciam o brincar em seu cotidiano. Nosso corpus, construído com o recurso à história de
Pinóquio, é constituído por discursos de crianças em situação de trabalho e crianças não
trabalhadoras. Os resultados apontam para as formas diferenciadas que cada grupo de
crianças vivencia o brincar, decorrentes do contexto sócio-histório-cultural em que elas
estão inseridas.
13. Ser “menino de verdade” – a escola e os meninos e meninas em
situação de trabalho Waleska P. de L. Santos (Dptº. De Psicologia)
O presente trabalho constitui num estudo sobre a relação existente entre a função da escola,
a condição dos meninos e meninas em situação de rua e o trabalho precoce, procurando
contextualizar esses construtos historicamente, inclusive considerando a influência do
sistema capitalista e neoliberal. Pretendemos também fazer uma relação com a obra “As
Aventuras de Pinóquio”, de Carlo Collodi, cuja concepção de escola é bastante similar do
discurso oficial atual – escola para todos. Na obra citada, o personagem Gepeto não sabia o
que era ser um “menino de verdade”, mas sabia que existia um lugar na cidade, onde seu
boneco Pinóquio se tornaria um – a escola. Assim, essa instituição foi designada pela
justiça e pela política da cidade de Gepeto como um direito da infância. Pinóquio, no final
da narrativa, transforma-se em um “menino de verdade” porque desenvolve
comportamentos de responsabilidade e bondade aprendidos na escola. O argumento central
evidencia que, apesar do discurso igualitarista e de todas as transformações conseqüência
de reivindicações da sociedade civil, a escola caracteriza-se por proceder de forma
diferenciada com relação às duas classes sociais na nossa sociedade – um caminho árduo
para a classe trabalhadora e outro, mais fácil para a classe detentora dos modos de
produção.
Anais XI Semana de Humanidades
226
14. Violência nas ruas: experiências de meninos e meninas em situação de
rua no município de Natal Andreína da S. Moura (Dptº. De Psicologia)
Com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, uma série de situações em
que se encontra essa população são consideradas de risco pessoal e/ou social, por ameaçar
ou violar os direitos dela. A situação de rua é um delas. Os resultados apresentados nesta
pesquisa são um recorte de uma pesquisa mais abrangente, da qual destacamos as situações
de violência presenciadas e/ou vivenciadas por crianças e adolescentes em situação de rua.
Foram entrevistados 253 sujeitos, entre 4 a 17 anos, que, em sua maioria, está em situação
de trabalho nas ruas. O questionário abrange dados gerais de identificação do sujeito, dentre
outros. Os dados sobre cenas de violência nas ruas foram considerados quando ocorriam
agressões, brigas, ameaças, tanto na condição de participante, vítima ou de expectador. Os
resultados obtidos são os seguintes: 130 sujeitos já presenciaram cenas de violência nas
ruas; desses, 37 sofreram algum tipo de violência; 20 participaram enquanto atores e 17, em
ambas as condições. O tipo de violência mais citado dentre os entrevistados foi briga.
Procuramos investigar, também, se os entrevistados já haviam sido retidos em instituição
prisional. Dentre os entrevistados, 31 responderam afirmativamente.A maioria das
detenções ocorreu por uso de droga e a polícia foi apontada como o principal agente da
retenção. Treze dos entrevistados detidos relataram ter sofrido maus-tratos quando nesta
condição. Nota-se, assim, que a violência se faz presente na vida nas ruas de uma parcela
significativa da população entrevistada em Natal, constituindo-se como uma importante
situação a ser considerada, já que a situação nas ruas, pela necessidade de trabalho precoce,
por si só já é uma situação de violação dos direitos.
15. Stress infanto-juvenil e vivência na rua Magda Dimenstein
Ana K. de F. Vasconcelos
Monique B. P. Leitão (Dptº. de Psicologia)
Nossa pesquisa objetivou analisar o stress entre crianças e adolescentes em situação de rua.
Foi delimitada uma amostra de 32 sujeitos que transitavam no bairro de Ponta Negra (15
adolescentes, 17 crianças, 25 meninos e 7 meninas). O instrumento utilizado foi a Escala de
Stress Infantil (Lipp & Lucarelli,1999), que verifica o estresse por meio de sintomas
experimentados pelos indivíduos. A escala é composta de 35 itens relacionados às reações
ao estresse classificadas como físicas, psicológicas, psicológicas com componente
depressivo e psico-fisiológicas. Resultados preliminares apontam que a maioria dos sujeitos
não apresenta o diagnóstico de stress, na medida em que não atingem a pontuação total
necessária para ser identificada como tal, nem a pontuação parcial, específica por fator.
Quatro sujeitos atingiram o percentual que indica stress, dos quais 3 são adolescentes (2
meninas e 1 menino) e 1 criança do sexo masculino. Observou-se que os sujeitos do sexo
feminino apresentaram pontuações mais elevadas em todos os itens da escala se
comparados com os do sexo masculino. Isso aponta que as meninas apresentam uma maior
vulnerabilidade ao stress na condição de rua. Além disso, os adolescentes apresentaram
maior pontuação do que as crianças nas reações psicológicas e psicológicas com
componente depressivo. Nesses fatores, os itens mais freqüentes são aqueles que dizem:
Anais XI Semana de Humanidades
227
“fico preocupado com coisas ruins que podem acontecer”, seguido de “eu me sinto triste” e
“tenho vontade de chorar”. Isso demonstra que os adolescentes têm uma percepção mais
apurada dos riscos que a rua pode oferecer, bem como da necessidade de desenvolver
estratégias de sobrevivência no cotidiano. Esses resultados sugerem que crianças e
adolescentes de ambos os sexos, em situação de rua, apesar das condições adversas, contam
com fontes de apoio que funcionam como possíveis fatores de proteção no seu
desenvolvimento.
16. Percepção de risco, sofrimento e prazer na vivência de rua por
meninos e meninas em Natal/RN Magda Dimenstein; Monique B. P. Leitão
Ana K. de F. Vasconcelos (Dptº. de Psicologia)
Nosso objetivo foi analisar a percepção de risco, sofrimento e prazer na vivência de rua por
crianças e adolescentes. A amostra constou de 32 sujeitos - entre 06 e 18 anos, de ambos
sexos - que transitavam em Ponta Negra (bairro e praia), área de intensa concentração de
crianças e adolescentes devido ao fluxo turístico. Dentre diversos instrumentos utilizados
na pesquisa, apresentaremos aqui os dados referentes à entrevista, composta por questões
semi-abertas. Resultados preliminares indicaram que quase metade das respostas (48,8%)
associou risco a veículos/possibilidade de atropelamento; 37,2% associaram à violência, em
que estão incluídas respostas relacionadas a agressão, abuso sexual, roubos. Também foram
observados aspectos como risco de tiro/facada, drogas, dormir na rua. De 32 sujeitos, 08
consideraram essas situações de risco pela possibilidade de morte/comprometimento da
saúde que podem acarretar e 4 pela falta de controle/imprevisibilidade. Grande parte dos
indivíduos (32,3%) enfrenta sozinha as situações de risco, enquanto outros pedem socorro
ou ajuda, seja a amigos/conhecidos, a polícia ou as pessoas de modo geral. Quanto à
percepção de sofrimento, ou do que seria ruim no espaço de rua, o que foi mais citado foi:
ser vítima de violência; a pobreza/mendicância; o preconceito. Outras respostas estavam
relacionadas a um plano mais concreto, como a presença de esgotos, animais, etc. Em
relação ao prazer, a maioria referiu-se às amizades estabelecidas/brincar na rua, seguido
pelo trabalhar/ganhar dinheiro, dentre outros. Pode-se concluir que os sujeitos pesquisados
identificaram como fatores de risco situações com as quais convivem em seu cotidiano,
atribuindo à violência os pontos negativos da rua e à socialização os positivos, porém, a
maior parte deles costumam enfrentar situações adversas sozinhos.
Anais XI Semana de Humanidades
228
GT-30: ARTE, CORPO E MOVIMENTO Organizadores:
Prof. Dr. Edson Claro (Departamento de Artes)
Email: ecesarclaro@hotmail.com
Profª. Ms. Helenita Assunção Nakamura (Departamento de Artes)
Email: h.nakamura@ig..com.br
Local/horário: Teatrinho do Departamento de Artes, terça e quarta, 20 e 21 de
maio, 14:00-18:00h.
O GT se apresenta com a proposta de refletir sobre as diferentes linguagens da arte tendo
como foco principal o corpo. Serão consideradas propostas de trabalhos que favoreçam uma
reflexão sobre:
Apreciação do corpo humano através das artes;
-Pintura
-Escultura
-Dança
-Desenho
-Teatro
-Cinema
-Fotografia
-Música.
Outros temas correlatos.
RESUMOS
1. Dido e Éneas: um experimento de interpretação teatral com cantores de
ópera Autor:
Marcio Alessandro Nunes Rodrigues (Aluno do curso de Ed.Artística - Artes
Cênicas -UFRN)
Orientadora:
Elke Riedel (Profa. Ms. da Escola de Música – UFRN)
O presente trabalho tem como objetivos a construção e manutenção de um experimento teatral
baseando-se no princípio da ação física de Stanislavski para a colaboração na interpretação de
cantores de ópera. O experimento foi desenvolvido com um grupo de cantores da camerata
“Canto Dell’arte” projeto de extensão da UFRN, durante a montagem da ópera “Dido e
Enéas” de Henry Purcell. Nenhum dos cantores possuía experiência teatral anterior. O ponto
de partida do experimento foi a partitura musical da ópera ”Dido e Éneas”. Durante o
experimento procuramos desenvolver com os cantores suas habilidades para a interpretação
teatral, inspirando-se em princípios dos métodos das ações físicas criado por Stanislavski. O
experimento terá continuidade durante os próximos meses quando a ópera fará sua estréia em
Natal, no Teatro Alberto Maranhão, previmos a manutenção do trabalho para futuras
apresentações em outros estados. Como primeiras conclusões, a pesquisa demonstrou a
eficiência do principio das ações físicas para gerar soluções cênicas para os desafios do
trabalho com iniciantes em interpretação teatral. O trabalho demonstrou também que o uso do
Anais XI Semana de Humanidades
229
princípio da ação física influencia na mudança do timbre vocal dos cantores favorecendo a
interpretação da música cantada.
2. Entre o corpo e a música Francisco Canindé da Silva (Aluno do Curso de Educação Artística – UFRN)
Este trabalho pretende apresentar práticas desenvolvidas na disciplina denominada FECA III.
Predominantemente dirigida para desinibição dos alunos através da aplicação de várias
técnicas corporais. O processo se deu a partir do exercício coletivo fundamentado no livro:
“ser criativo” (Nachmanovitch). Como resultado obteve-se a elaboração de uma pequena peça
musical, executada com a utilização de instrumento convencional e não convencional. Além
da mostra de instrumentos sugeridos através do gesto.
3. A Consciência Corporal no Processo da Educação Musical Ms. Valéria Carvalho da Silva (Professora do Curso de Educação Artística -
UFRN)
O presente trabalho refere-se a um estudo sobre a consciência corporal e sua aplicação na
prática da educação musical. Buscamos fundamentar nosso estudo nos pressupostos
educacionais e filosóficos do pedagogo musical Jaques Dalcroze, cuja essência está na escuta
consciente, na eurritmia, que consiste na busca do movimento musical do corpo humano. Sua
metodologia desenvolve-se através de movimentos corporais conscientes e expressivos.
Enfocamos também, o ensino da música enquanto um contínuo processo voltado para o
desenvolvimento dos esquemas de percepção, expressão e pensamento.
4. Pau e Lata: projeto artístico-pedagógico Prof. Danúbio Gomes da Silva
O Pau e Lata: Projeto Artístico – Pedagógico vem sendo desenvolvido nos últimos quatro anos
na cidade de lajes do Cabugi/RN, com um grupo de 18 adolescentes, tendo como principal
expoente à música experimental, o uso do elemento sucata como instrumento de percussão e a
relação corporal traduzida pela realidade social e cultura do grupo e pela forma como se
processa a aprendizagem neste projeto. A construção do conhecimento sobre a música
experimental é elaborada através da “pesquisa sonora” tomando como metodologia uma
abordagem “dialógica e problematizadora” baseada na proposta de “ler, contextualizar e o
fazer artístico”. A pesquisa sonora através do uso da “sucata” é usada para o entendimento dos
elementos da teoria musical, dos ritmos que representam a cultura local. Por meio dessas
atividades o Pau e Lata: Projeto Artístico – Pedagógico também trabalha com estes jovens o
diálogo sobre a sua postura corporal, problematizando os valores e atitudes sobre questões de
gênero, sexualidade, família, amizade, cidadania, movimentos políticos e culturais;
conseguindo avanços significativos no que diz respeito ao processo de crescimento do grupo.
Este grupo, hoje, traduz nos seus corpos a ousadia de aprendiz, pesquisador e professor.
Podemos dizer que são corpos em busca constante de liberdade.
Anais XI Semana de Humanidades
230
5. Banda rítmica: musicalizando através da construção de materiais sonoros Roberta Lopes Gomes Paulino Dantas (Aluna do Curso de Educação Artística –
UFRN)
O desenvolvimento da linguagem sonora ou musical, não pode estar dissociada da
oportunidade que a criança deve ter de trabalhar com as diversas formas de instrumentos.
Construíndo, manipulando e explorando esses instrumentos, a aprendizagem da música,
associada à liberação do instinto rítmico e à expressão corporal acontece de forma expontânea,
despertando na criança o gosto pela música, o desenvolvimento da percepção auditiva,
auxiliando também a auto disciplina e a interação com o outro.
6. A presença do corpo: gestos e olhares que contribuem com a
alfabetização artística e estética Autora:
Maria Margareth de Lima (Mestranda do PPGED/UFRN)
Orientadora:
Dra. Vera L. P. Rocha (PPGED/UFRN)
Este trabalho busca recortar parte de uma pesquisa relativa a projetos pedagógicos de ensino
de arte na linguagem de Teatro, Capoeira e Cinema, onde tomamos como base metodológica
para a análise a Proposta Triangular e os Conteúdos Gerais organizados pelos PCN’s arte.
Além destes referenciais estamos acrescentando como ponto central desta comunicação a
procura de gestos e sentidos que possam tornar possível uma compreensão das expressões
corporais que digam respeito à educação contemporânea. Isto é, estamos procurando defender
a presença da educação escolar enquanto gestos e olhares que contribuem com a alfabetização
artística e estética que se encontra no corpo. Salientamos não apenas o corpo que dança, pula,
grita, corre, se faz mostrar visualmente, mas também o corpo que está presente pela sutileza,
memória, história, narrativa, enquanto movimento que integra uma proposta política
pedagógica possibilitando construir a gestualidade humana no decorrer da sua história cultural.
Objetivamos pensar o corpo enquanto gestos que possibilitam refletir o ensino de arte na
escola, considerando a vida humana e toda a complexidade de suas interações.
7. Caboclo de Lança: um corpo na preservação da cultura Autora:
Daisy Abbott Galvão Ururahy (Aluna do curso de Educação Artística - UFRN)
Orientadora:
Helenita Nakamura (Profª. Substituta do Curso de Educação Artística-UFRN)
Analisamos a respeito da entrega corporal a que se submetem os componentes de alguns
folguedos populares, no caso aqui analisado o Maracatu-rural, durante suas apresentações. O
estudo faz parte de uma pesquisa mais abrangente sobre o tema que estamos realizando junto à
disciplina Folclore Brasileiro. Percebemos que existe por parte dos participantes do Maracatu-
rural, uma entrega total para manter viva uma tradição cultural. O personagem “lanceiro”,
praticamente se afasta de sua vida para viver quatro dias emprestando o seu corpo na
Anais XI Semana de Humanidades
231
representação da figura de Ogum. E isto ele faz movido pela paixão e por uma mistura
chamada “azougue”, composta de pólvora, limão e cachaça. Este fenômeno nos remete buscar
respaldo teórico para apreciar analiticamente o papel do corpo na preservação de uma cultura.
8. Acompanhando os passos da Congada no Estado Autores:
Diana Sisson (Aluna do curso de Educação Artística - UFRN)
Gibson Machado Alves (Aluno do curso de Educação Artística - UFRN)
Luiz de Siqueira Menezes Filho (Aluno do curso de Educação Artística - UFRN)
Orientadora:
Helenita Nakamura (Profª. Substituta do Curso de Educação Artística-UFRN)
O trabalho tem como tema central o “Congo de Guerra”, que corresponde à linguagem
artística e cultural inserida dentro do contexto da comunidade de Ceará Mirim no estado do
RN. Você sabe o que é o “Congo de Guerra”? Não? A pesquisa vai lhe contar um pouco sobre
esse assunto, num trabalho que pretende, sob o ponto de vista da expressão corporal e cultural,
revitalizar essa manifestação popular, tão pouco reconhecida e documentada em nosso Estado.
Focalizamos este folguedo como uma leitura da cultura popular que apresenta um cortejo
repleto de movimentos, expressões e gingas, que contam através da dança e da música
histórias sobre batalhas.
9. Herdanças de corpos brincantes: os saberes étnicos-culturais do Coco de
Zambê pelo olhar da fotografia Autora:
Teodora de Araújo Alves (Doutoranda do PPGED/UFRN)
Orientador:
Prof. Dr. Edson César Ferreira Claro (PPGED/UFRN)
O estudo objetiva investigar e expressar por meio de fotografias saberes étnicos-culturais da
dança afro-brasileira denominada Coco de Zambê de Tibau do Sul/RN. Isto porque,
defendemos que ter consciência de outras formas de saberes, valorizá-los e considerá-los nos
diversos âmbitos da sociedade brasileira é um grande passo em direção a uma sociedade que
respeite a diversidade, as semelhanças, as identidades e a pluralidade dos vários grupos étnicos
que participaram da sua formação. Portanto, essa pesquisa traz questões que nos reportam a
compreender o negro como integrante de uma história étnica que embora com grandes
problemas de preconceitos e discriminações, tem conseguido manter alguns de seus muitos
saberes. A escolha do grupo foi feita intencionalmente, pelo fato do mesmo possuir elementos
marcantes em sua constituição no que concerne à africanidade e por encontrar-se inserido em
uma comunidade remanescente de quilombos.
Anais XI Semana de Humanidades
232
10. Arte: um caminho para o equilíbrio e desenvolvimento humano Autora:
Cristina Barbalho (UnP)
Orientadora:
Nísia B. A. P .Sousa (Profª do DEPED/UFRN)
Análise efetuada através de um resgate da nossa trajetória pessoal em diversas fases da vida
percebendo-se apenas intuitivamente o desenvolver natural do processo criativo e sua
importância terapêutica. Relaciona o pensamento intuitivo ao referencial teórico apresentado
pelo curso de Arte Terapia Holística (UnP). Demonstra a repressão vivida por não enquadrar-
se nos modelos educacionais adotados na época o que conduzia a um estado de debilitação
física de proporções consideráveis. Simultaneamente como artista plástica e professora de
pintura, realiza a análise do processo vivenciado por uma aluna, o desenvolver do potencial
criativo e sua potencialidade para o equilíbrio e desenvolvimento humano. O resultado
confirma que a expressão artística ajuda a exteriorizar e desenvolver uma outra visão
relacionada a processos afetivos e recordações do passado. Demonstra a possibilidade do uso
da arte como método auxiliar de diagnóstico, ou como agente libertador de emoções
inconscientes. Confirma a regulação das ações diante da prática artística a partir de fatores
organizadores que proporcionam um estado de harmonia interior, constituindo assim o
potencial curativo da arte.
11. Relato de pesquisa realizada no CAPS-PAR em Parnamirim Autoras:
Neyre Kely Menezes Pessoa Dantas (Aluna do curso de Educação Artística - UnP)
Waldilene Dantas da C.C. de Freitas (Aluna do curso de Educação Artística - UnP)
Orientadora:
Maria Margareth de Lima (Profª. da UnP)
Estamos apresentando o resultado de um projeto de pesquisa e extensão realizado no decorrer
da disciplina Prática de Ensino como pré-requisito para conclusão do curso de Educação
Artística – Desenho na UNP – Universidade Potiguar. O nosso campo de pesquisa foi no
CAPS-PAR em Parnamirim que objetiva possibilitar a reinserção social de seus usuários.
Analizamos o espaço de ação, objetivando planejar a nossa intervenção na área de arte. O eixo
principal deste trabalho foi caracterizado pelo exercício de socialização, comunicação com a
linguagem artístico-cultural, a manifestação expressiva e criativa com o ato da comunicação e
os instrumentos de trabalho. Com poesias, músicas, modelagens, dramatizações e relatos dos
participantes pudemos observar mudanças positivas no aspecto corporal Desta forma
vivenciamos com diferentes corpos que demonstravam lentidão, apatia e irritação, uma nova
forma de se conectar consigo próprio e o mundo via contatos de pele, carinho, atenção
refletindo numa percepção de melhora da saúde.
Anais XI Semana de Humanidades
233
12. Excepcional: Uma experiência Autoras:
Deusa Maria Magnos (Aluna do curso de Educação Artística - UFRN)
Edízia Kaline Costa Lessa (Aluna do curso de Educação Artística - UFRN)
Orientadora:
Helenita Nakamura (Profª. Substituta do Curso de Educação Artística-UFRN)
Resultado de uma vivência realizada na APAE – Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais - de Natal/RN para a disciplina Prática de Ensino de Educação Artística,
“Excepcional: Uma experiência” é o relato de um projeto cujo objetivo principal era enaltecer
na Arte o seu caráter propiciador do autoconhecimento e desenvolvimento do homem
enquanto ser humano. Diante da proposta inicial que tangia o trabalho, elaboramos uma
oficina que resgatasse brincadeiras que norteavam a infância e que ao mesmo tempo
satisfizessem nossos objetivos descritos anteriormente de desenvolvimento dos alunos em
questão que eram limitados por uma deficiência mental. Intitulada “Oficina de Brinquedos e
Brincadeiras”, buscamos, nesta, abranger alguns aspectos, dentre estes o da integração social,
escolhendo brinquedos que pudessem explorar, também, o exercitar do corpo como um todo.
Destacamos o trabalho realizado no encerramento desta oficina que foi o de elaborar petecas,
cata-ventos e bilboquês em materiais alternativos. Nesta etapa de trabalho, o brincar se fazia
necessário para que os objetivos de integração e desenvolvimento pudessem ser atingidos
pelos alunos. Sendo assim, auxiliados pela música que naturalmente permitia o movimentar-
se, o expressar-se e o encontrar-se com a magia que norteava, e norteia, o universo infantil e o
da Arte, nossos alunos brincaram e se divertiram atingindo nossos propósitos gerais do projeto
que eram os de propiciar a integração e o seu desenvolvimento como um todo através da arte.
13. Como uma onda no mar fotografias de sujeitos resgatam a história do
século XX Helenita Assunção Nakamura (Profª. Substituta do Curso de Educação Artística-
UFRN)
Propomos um resgate histórico do século XX a partir de uma seleção de fotografias de sujeitos
cuja existência deram significação à história. O trabalho foi iniciado junto a uma atividade de
sala de aula, na disciplina Etnometodologia II, do curso de pós-graduação em Educação da
UFRN. Sabemos que o sujeito faz sua história numa atuação direta e constante com o mundo e
consigo mesmo. Assim, podemos acreditar que se “o mundo é o que vemos” as atitudes e
criações e/ou recriações exercidas pelo sujeito ao longo da história se encontram refletidas na
sua corporeidade, entendida aqui enquanto corpo-sujeito.
Anais XI Semana de Humanidades
234
14. Parangolés brincantes Autora:
Débora Sheila Barreto Dourado
Orientadora:
Helenita Assunção Nakamura (Profª. Substituta do Curso de Educação Artística-
UFRN)
Este trabalho foi elaborado a partir do estudo sobre a vanguarda brasileira nas artes plásticas e
teve como enfoque principal as representações lúdicas de Hélio Oiticica e Lígia Clark. Os
parangolés, penetráveis e trepantes, foram os objetos de arte utilizados para traçar este viés
com a ludicidade, uma vez que estas representações artísticas se completam com o corpo do
fruidor. Fundamentamos este estudo a partir da correspondência trocada entre estes dois
artistas plásticos, reportagens e imagens de revistas, bem como a coleta de dados orais cedidos
por professores.
Anais XI Semana de Humanidades
235
GT-31: EXPLORANDO A ESCRITA A PARTIR DE DIMENSÕES
COMPLEMENTARES. Coordenadora:
Profa. Drª. Maria do Socorro Oliveira (Departamento de Letras)
E-mail: msroliveira@yahoo.com
Local/horário: Setor de aula V, Bloco G, sala 3, 56 lugares, 50 lugares, terça e quarta,
20 e 21 de maio, 14:00-18:00h.
O foco de atenção deste grupo de trabalho é abordar o fenômeno da escrita a partir de dimensões
complementares. Neste sentido, interessa-nos discutir a escrita não só como produto, mas também
como processo e prática social. Dentro dessa visão integrada do ato de escrever, além de questões
que dizem respeito à organização interna do texto (produto), serão explorados aspectos relativos aos
níveis de planejamento textual e/ou ao percurso de criação e recriação de um texto (processo), bem
como à figura do escritor, tentando-se entender de que forma o discurso, as ideologias e as práticas
institucionais determinam aquele que escreve (prática social). Dentro dessas abordagens, serão
tratadas questões de subjetividade, identidade, poder, letramento, gênero discursivo, cidadania,
entre outras.
RESUMOS
1. A desnaturalização dos gêneros discursivos em contextos de letramento
situados Maria do Socorro Oliveira (Prof.ª Dr.ª da UFRN/PpgEL)
Esta comunicação tem como tema experiências de letramento, desenvolvidas por um Programa de
Educação Lingüística, voltado para uma comunidade de letramento especifica. Neste contexto,
estratégias de ação lingüística são trabalhadas em função da possibilidade de engajar os
participantes em demandas comunicativas que fazem parte da rotina diária do cidadão, através da
utilização de modos discursivos falados e escritos, usados em ambientes públicos e privados. O
acesso a essas demandas comunicativas é entendido não como um processo de aculturação, tendo
em vista a norma ou o letramento dominante, mas como uma possibilidade de desnaturalizar as
expectativas de “falta de poder” (disempowerment) ou “incapacidade”, por parte daqueles que
integram essas comunidades, substituindo as expectativas de insucesso e deficiência pela
possibilidade de sucesso. A ênfase na questão do fortalecimento e do acesso a práticas
comunicativas dominantes conduziu, necessariamente, a se explorar o letramento como uma prática
social situada, desnaturalizando-se a questão dos gêneros discursivos.
2. Escrevivendo: a linguagem escrita em função do exercício de cidadania Autora:
Glícia M. A. de Medeiros Tinoco (Mestranda da UFRN/PPgEL)
Orientadora:
Maria do Socorro Oliveira (Prof.ª Dr.ª da UFRN / PpgEL)
Na tentativa de contribuir para o redirecionamento do ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa,
especificamente no tocante à modalidade escrita, a Base de Pesquisa Letramento e Etnografia
Crítica (PPgEL/CCHLA/UFRN) desenvolveu um projeto etnográfico de escrita colaborativa na
Casa Renascer, ONG que atende a crianças e a adolescentes em situação de risco na cidade de
Natal/RN. Através desse projeto de grande impacto social, as adolescentes-participantes traçaram
perfis socioculturais de suas comunidades, analisaram os serviços públicos oferecidos (ou a
inexistência deles), detectaram suas maiores necessidades, produziram documentos reivindicatórios,
Anais XI Semana de Humanidades
236
encaminharam-nos à Câmara Municipal de Natal, participaram de plenária e acompanharam esse
processo de legitimação da cidadania, instaurado a partir da parceria estabelecida entre a UFRN e a
Casa Renascer. Com efeito, a ponte lançada entre essas duas instituições revelou a possibilidade de
operacionalização de novos paradigmas para o processo de ensino-aprendizagem de língua materna,
desvelando caminhos para a ressignificação do ensino de língua materna: de conteúdos vazios para
o ensino de estratégias de fortalecimento social.
3. A linguagem falada e escrita na visão das revistas Veja e Isto É
Autora:
Rosa Adriana Piña Jafelice (Mestranda da UFRN/PpgEL)
Orientadora
Maria do Socorro Oliveira (Prof.ª Dr.ª da UFRN/PpgEL)
As revistas Veja e Istoé têm uma grande circulação no Brasil, são tidas como referências de
informação e são, portanto, formadoras de opinião. O objetivo deste trabalho é fazer uma análise do
material relacionado à linguagem, seja esta escrita ou falada, publicado nas revistas Veja e Istoé
entre os anos 2000 e 2002. Orientam o estudo as seguintes questões: a) existe alguma tendência
mais normativa ou mais funcionalista na forma em que o assunto é apresentado? Qual a postura dos
autores das matérias com relação às matérias em questão? b) qual a preocupação ou interesse maior
das duas revistas, de acordo com o tipo de material publicado? Há semelhanças ou diferenças que
possam ser observadas? Nesta pesquisa usaremos a abordagem funcionalista como base teórica,
especificamente quando trata “da hipótese de que a linguagem se adapta às necessidades de
comunicação dos seus usuários e as gramáticas refletem essas adaptações. Nesse sentido, a forma da
língua deve refletir a função que exerce ou ser restringida por ela. A língua é tida como uma
estrutura maleável, emergente, uma vez que está sujeita às pressões do uso e se constitui de um
código não inteiramente arbitrário” (Furtado da Cunha & Votre, 1998) Nesse sentido, esta hipótese
se opõe à visão da gramática normativa, que apresenta um conjunto de regras que devem ser
seguidas para que se alcance o domínio da variedade padrão, para que se fale e escreva
“corretamente” (Possenti, 1996). Neste caso, o que conta é a avaliação do certo e errado. Os
resultados mostram que há uma forte tendência em ambas as revistas para a manutenção do uso do
português padrão e do seu uso “correto”. A tendência observada é normativa, pelo fato de estar
presente, em praticamente todos os artigos, uma preocupação com o falar correto, com o estímulo à
leitura que vai ter como conseqüência uma “fala melhor”e que é parte de uma ideologia que não
leva em consideração a flexibilidade da língua, sua dinamicidade e maleabilidade
4. O gênero discursivo relatório de estágio supervisionado de prática de ensino
de língua portuguesa – a relação título/conteúdo da seção Maria das Graças Soares Rodrigues (Prof.ª Dr.ª do DCSH/UFRN)
A presente comunicação focalizará a relação título/conteúdo da seção no gênero discursivo relatório
de Estágio Supervisionado de Prática de Ensino de Língua Portuguesa. O corpus, objeto de análise
deste estudo, foi coletado em universidades federais das cinco regiões brasileiras. A escolha desse
corpus se deve ao fato de a escrita do concluinte de Letras ainda ser pouco investigada. A análise
teve como orientação metodológica a abordagem qualitativa de natureza interpretativista e como
fundamentação teórica alguns trabalhos acerca da noção de coerência. Os resultados revelam várias
ocorrências de deslize entre o tema anunciado pelo título e o conteúdo propriamente abordado na
seção. A descontinuidade de sentido entre o título e o conteúdo da seção ocorreu em vários espaços
discursivos. Os dados revelam: (1) ruptura da continuidade de sentido a partir do início do primeiro
parágrafo, após o título; (2) interrupção da continuidade de sentido no segundo parágrafo após o
Anais XI Semana de Humanidades
237
título e (3) descontinuidade de sentido, em decorrência de o concluinte focalizar o tema somente a
partir do quarto parágrafo, após o título. Por fim, está evidente que a ruptura da continuidade de
sentido na relação título/conteúdo da seção não é específica de uma seção, mas manifesta-se em
contextos lingüísticos diferentes.
5. Fenômenos fonológicos interferindo na escrita de crianças nas séries iniciais:
problemas de ou com o letramento? Maria Assunção Silva Medeiros (Doutoranda da UFRN / PpgEL)
A criança, ao adquirir sua língua materna, passa por dois momentos fundamentais para sua
interação social: o primeiro é quando adquire a fala por volta dos 0:6 aos 4:6 (Yavas, Hernandorena
& Lamprecht (1991); o segundo momento é quando a criança começa a ter contato visual com as
letras, paralelamente à aquisição da fala. Entretanto, há uma diferença fundamental entre essa duas
modalidades da língua e sua cronologia de aquisição. Apesar de a criança iniciar seu contato visual
com tudo que está escrito a sua volta, muito cedo, só conseguirá o domínio pleno da escrita
mediante contato sistemático, fora de sua casa, na escola com outros processos interacionais
diferentes daqueles pelos quais adquiriu a fala em contexto social mais restrito, menos sistemático,
sem métodos - a família. Na escola, o contexto social se amplia, porque a criança vai interagir com
muitas outras crianças, de famílias diferentes ao mesmo tempo, um professor, um método de
ensino(...) Sabendo-se que letramento não implica somente o conhecimento do código alfabético e a
sua associação silábica, morfológica, sintática, textual, é que se questiona: por que a escrita inicial
das crianças é permeada pelos processos fonológicos que ocorrem no período de aquisição da fala
tais como: a redução dos encontros consonantais, as trocas de fonemas surdos por fonemas sonoros
ou vice-versa? Tem-se, então, um problema de letramento (não domina a escrita), um problema
com o letramento (não domina a leitura) ou as duas coisas? Parece óbvio, mas para a criança
associar o que já acumulou assistematicamente na família, na comunidade e ampliar
sistematicamente na escola através da escrita é muito difícil. Isso porque, aprender a escrever sem
associar à compreensão do que está escrito, não se pode falar que há letramento. Ou, dominar o
código escrito mecanicamente sem associá-lo à compreensão do que lê, também não se pode falar
em letramento. Portanto, dados de pesquisa na escrita da criança em contexto escolar das séries
iniciais revelam que é de fundamental importância que se reflita, enquanto escola, sobre a dimensão
sócio-histórica e cultural na qual a criança está inserida para adotar um método de aprendizagem da
escrita o qual associe a sua fala à leitura de mundo que a cerca, e, desse modo, ela possa alcançar o
letramento na sua definição mais completa: Letramento = leitura + escrita + compreensão >
conhecimento pleno de sua língua materna.
6. Narrativas escritas por sujeitos escolares surdos: eventos de escrita em sala de
recursos Célia Maria de Medeiros (Mestranda da UFRN / PpgEL)
Maria do Socorro Oliveira (Prof.ª Dr.ª da UFRN / PpgEL)
Considerando a escrita como uma prática social e dialógica, em que a interação entre professor e
aluno constitui-se em um evento de letramento, essa pesquisa procura focalizar a produção textual
do escolar surdo, especificamente o gênero narrativo (escrito), uma vez que o centro desse processo
está na mediação que o sujeito surdo faz através da Língua de Sinais, no nosso caso a LIBRAS
(Língua Brasileira de Sinais). A pesquisa, ora realizada, utilizou em sua abordagem teórico-
metodológica os conceitos do enfoque sociocultural através de Bakhtin (1992, 1999) e Vygotsky
(1991, 1998). A perspectiva bilíngüe, que foi discutida por autores da área de surdez como
Fernandes (1990, 2003), Quadros, (1997), Botelho (2002), Silva (1998), Skliar (1999), Góes (1999)
e Dorziat (1999), se insere de acordo com seus propósitos em uma abordagem sociocultural. A
Anais XI Semana de Humanidades
238
escrita é considerada nessa pesquisa como objeto de estudo e, como parâmetro de seu
desenvolvimento pelos escolares surdos, temos o bilingüísmo (língua portuguesa escrita como L2 e
a LIBRAS como L1). Sabendo, pois, que a escrita é uma linguagem importante da qual a pessoa
surda não pode prescindir, visto que sem ela o surdo terá diminuída a chance de competição e de
comunicação com os ouvintes, cabe ao ensino da língua de sinais assumir o papel intermediário na
aquisição da escrita, posto que, para o sujeito surdo, ela é a via mais natural para organizar e
adquirir conhecimentos. Com relação às narrativas escritas por nossos escolares surdos, os dados
demonstraram a importância que a LIBRAS teve na mediação para o texto escrito.
7. Reescrita textual: um trabalho de reflexão e aprendizagem Márcia Candeia Rodrigues (Mestranda da UFRN/PPgEL)
Maria do Socorro de Oliveira (Prof.ª Dr.ª da UFRN)
A prática da reescrita de textos no Ensino Médio nem sempre foi uma realidade nas escolas, uma
vez que muitos dos textos produzidos têm apenas como fim a aferição de uma habilidade textual,
quando não somente gramatical, exigida pelos exames de vestibular. No entanto, escrever e
reescrever textos é, em geral, uma necessidade constante da vida cotidiana. Essa realidade é, então,
discutida neste trabalho que se fundamenta na concepção de língua enquanto instrumento
determinante e determinado pela interação com o outro em seu espaço social (Bakhtin, 1977) e,
especialmente no âmbito escolar; ela é meio pelo qual o professor media as relações entre o que o
escrevente aprendeu e o que ele ainda pode aprender.(Vygotsky, 1984). Nesse sentido, o trabalho de
reescrever textos possibilita ao aluno refletir com e sobre a língua, numa postura constante de
aprendizagem. Tal procedimento faz emergir da interação entre os sujeitos envolvidos uma
responsabilidade mútua de construir conhecimentos ou de refletir sobre eles.
8. A construção da autoria em textos de vestibulandos Marluce Pereira da Silva (Prof.ª Dr.ª da UFRN/PpgEL)
Neste trabalho, procura-se analisar, numa perspectiva discursiva, a função-autor em produções
escritas de vestibulandos, observando, através dos mecanismos discursivos ali presentes, se a escola
realmente permite a esses alunos a passagem de sujeito enunciador para sujeito autor, ou seja, a
assunção da autoria que implica uma inserção do sujeito, na cultura e sua posição no contexto
sócio-histórico (Orlandi, 1999). Utilizam-se, como fundamentação teórica para a concepção de
autoria, os estudos de Orlandi (1996,1999), Gallo (1992), Foucault (1983) e, ainda, pressupostos da
AD francesa na discussão a respeito das condições de produção, memória e o papel do sujeito
enquanto produtor da linguagem Pêcheux, (1964) e Orlandi (1988). Os resultados da análise
apontam que a escola, devido ao seu papel ideologizador, não oferece atividades que permitam ao
aluno, no processo de produção textual, a sua passagem de enunciador a autor.
9. As implicações das práticas escolares na formação do aluno-autor Carmen Brunelli de Moura (Mestranda da UFRN/PpgEL)
Marluce Pereira da Silva (Prof.ª Dr.ª da UFRN/PPgEL)
Na perspectiva do interacionismo sócio-discursivo, proposto por BRONCKART (1999), na qual o
autor é compreendido como agente, aparentemente responsável pelas operações que dão ao texto
seu aspecto definitivo, ou seja, aparentemente escolhe, seleciona e gerencia os mecanismos
responsáveis pela organização do texto, sempre guiado por emoções, crenças e valores - relação
com a exterioridade, nosso objetivo nesta comunicação é investigar os mecanismos discursivos
responsáveis pela constituição do autor em textos produzidos por alunos, na disciplina de
Comunicação e Expressão II de uma universidade particular, considerando, também, que um texto é
Anais XI Semana de Humanidades
239
construído a partir das múltiplas vozes (Bakthin,1995),(Authier-Revuz,1982). O papel do autor é
organizar coerentemente essas vozes coletivas em função de suas experiências, a partir de uma
negociação e confronto entre elas (Foucault, 1971). Para essa investigação, adotamos como
metodologia o paradigma indiciário de GINZBURG (1989), no sentido de encontrar indícios das
ações produzidas pelo aluno nas atividades de produção de textos dissertativos.
Anais XI Semana de Humanidades
240
10. O livro didático na sala de aula comunicativa: uma prática possível? Autora:
Héricka Karla Alencar de Medeiros (Mestranda da UFRN/PpgEL)
Orientadora
Marluce Pereira da Silva (Prof.ª Dr.ª da UFRN/PpgEL)
O questionamento que motivou esta pesquisa, e que a intitula, situa-se na observação do papel que o
livro didático desempenha em uma aula de língua inglesa que se propõe utilizar a abordagem
comunicativa. A abordagem comunicativa consiste em um processo de aprendizagem que pretende
fazer com que o aluno aprenda uma língua estrangeira não apenas para a sala de aula, mas também,
e principalmente, para suas experiências sociais, exigindo, portanto, uma aula bastante sensível ao
contexto social dos alunos e do professor. Ao questionar até que ponto livros didáticos importados
trazem assuntos pertinentes à realidade da sala de aula, objetivou-se compreender a atitude do
professor de língua estrangeira diante das instruções do livro didático, analisando se as situações
apresentadas no livro são apreendidas como possibilidades. Para a realização da pesquisa,
observamos e gravamos seis aulas, cada uma com duas horas de duração, em um curso de língua
estrangeira em Campina Grande - PB, que afirmou utilizar a abordagem comunicativa. O estudo
revelou que, nestes casos analisados, o professor tornou-se apenas um mediador entre a “verdade
acabada” do livro e os alunos que “nada sabem”. Suas experiências pessoais, assim como as de seus
alunos foram silenciadas diante da autoridade do livro didático, impossibilitando a geração de
situações comunicativas. No entanto, o uso do livro didático na sala de aula não implica em uma
aula não comunicativa desde que o professor, atuando como um pesquisador, o considere como uma
possibilidade, e não como a última, e única, palavra.
11. E-mails: interação virtual – a interface entre oral e escrita Maria Nívia Dantas (Mestranda da UFRN/PPgEL)
Maria do Socorro Oliveira (Prof.ª Dr.ª da UFRN/ PPgEL)
Com o advento da Internet, o e-mail - correio eletrônico, passou a ser uma das ferramentas mais
utilizadas pelos usuários do ambiente virtual. Procurando compreender o papel relevante que essa
ferramenta representa na vida diária de cada um de nós e de como os usuários se adaptam às
exigências necessárias para fazerem uso de códigos específicos, objetivamos analisar, nesse estudo,
como se organiza esse gênero comunicativo, observando como os usuários fazem uso de certas
convenções de escrita, ou modismo, na medida em que eles estabelecem uma interação com outros
usuários. O corpus, ainda em fase de coleta, está sendo constituído por usuários de e-mails da
cidade de Natal, com idades que variam entre 14 a 37 anos. Em análises previamente realizadas,
pudemos perceber que, dependendo do grau de envolvimento entre os usuários e do conteúdo
contido nos mesmos, os traços de oralidade aparecem de forma diferenciada. A partir dessa análise,
compreendemos que certos aspectos da oralidade, presentes na modalidade escrita, são resultantes
do grau de envolvimento/distanciamento e de convenções de escrita adotadas pelos usuários. Nesse
sentido, escrita e oralidade não se encontram numa relação de oposição. Tanto a escrita possui
traços de oralidade, quanto o texto oral pode apresentar características da modalidade escrita.
Anais XI Semana de Humanidades
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12. O uso social da leitura e da escrita na educação de jovens e adultos Autora:
Antônia de Lima Alves (Mestranda da UFRN/PPgEL)
Orientadora
Maria do Socorro Oliveira (Prof.ª Dr.ª da UFRN/ PpgEL)
Tendo em vista a necessidade de alfabetizar jovens e adultos, sem esquecer o contexto social em
que vivem, partimos do ponto de que o “conhecimento deve ser construído com vistas às práticas
comunicativas do cotidiano”. Esta análise é feita à luz dos conceitos de Freire, Soares, Kleiman,
entre outros. Ampliar nossa prática pedagógica vem sendo um desafio constante. Partimos, então,
do uso dos mais diversos gêneros textuais, tendo o texto como unidade básica no processo de
ensino/aprendizagem e fazendo o uso social da leitura e da escrita de acordo com as necessidades de
nosso(a)s aluno(a)s. Através de diferentes usos sociais da leitura e da escrita, o(a)s aluno(a)s vêm
desenvolvendo as mais diversas produções textuais, tanto individuais quanto coletivas, como, por
exemplo: listas de compras, cartas, narrativas, entre outras produções. Acreditamos que esta
proposta de trabalho vem contribuindo, de forma significativa, na formação de nosso(a)s aluno(a)s,
enquanto sujeitos participantes e transformadores de uma sociedade mais justa e igualitária para
todos.
13. O sujeito / leitor como construtor de sentido através da semiotização Núbia de Fátima Rodrigues Cavalcante (UnP)
Este projeto é resultado de uma pesquisa realizada na Escola Estadual Rotary, na cidade de Natal,
com alunos da 5a série do Ensino Fundamental, após análise dos dados coletados, detectando o
desprazer de escrever. O projeto visa mostrar a importância de um texto/objeto motivador, como
elemento facilitador na busca de sentido para a produção escrita, estabelecendo relações
psicológicas da mente do autor (objeto motivador) com a mente do leitor (relação semântica), numa
experiência de semiotização, articulando Plano de Conteúdo-PC e Plano de Expressão-PE. Nesta
experiência, o sujeito leitor assume o papel de autonomia criativa, diante de sua produção, mesmo
estando amparado pelo sistema interativo do contexto escolar de ensino-aprendizagem. Sente-se
também capaz de produzir sua criação lingüística dentro de uma contextualização, envolvido em
situação de evento social de letramento e ao mesmo tempo, de prática de letramento pedagógico. O
projeto em andamento tem a preocupação de mostrar ao corpo docente, que o aluno em dificuldade
de produção escrita, deve ser considerado no contexto geral em que atua, em relação às pessoas com
quem convive, em função dos tipos de eventos sociais de letramento em que ele está inserido no seu
cotidiano, mostrando que todo esse contexto sócio-cultural tem influência apreciável em seu
desempenho, não só na leitura de mundo, como também na leitura gráfica. Por essa questão, deve-
se procurar novas estratégias no incentivo à prática de leitura e às práticas de letramento no tangente
a textos escritos.
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GT-32: GEOMORFOLOGIA E MEIO AMBIENTE Coordenadora:
Profª Drª Maria Francisca de Jesus Lírio Ramalho (Departamento de Geografia)
E-mail: fran@ufrnet.br
Local/horário: Auditório da Geografia – CCHLA, 40 lugares, terça, 20 de maio,
14:00-18:00h.
Vários são os impactos ambientais causados pelo mal uso dos recursos naturais. Na questão
do relevo, onde o homem desenvolve suas atividades, criam-se condições para o início do
processo erosivo com o desmatamento e a conseqüente impermeabilização do terreno,
aumentando as inclinações das encostas. O tema tem como objetivo gerar discussões que
envolveram características do meio físico ambiental e natureza dos processos de
degradação, face às modificações causadas pela interferência humana.
RESUMOS
1. Relação do barramento do rio Piranhas/Açu (RN) com as alterações
ambientais em seu baixo curso e zona costeira. Paulo Roberto de Menezes (Bacharel em Geografia)
Este trabalho trata da relação do barramento do rio Piranhas/Açu com as alterações
ambientais em seu baixo curso e zona costeira correspondente. Pretendeu-se verificar se
existia uma relação do barramento do rio Piranhas/Açu, com as alterações ambientais que
estão ocorrendo em seu baixo curso e zona costeira (morte de áreas de manguezais, erosão
costeira, redução da produção de pescado estuarinos/marítimos). Foi utilizado um modelo
de abordagem holística sistêmica no estudo, a metodologia empregada: levantamentos de
dados hidrológicos, metereológicos, oceanográficos, geológicos, geomorfológicos,
cartográficos, pedológicos, produção pesqueira, imagens de satélite, fotos aéreas, geração
de gráficos, trabalho de campo. Existe uma relação dos dados meteorológicos,
hidrogeológicos, sedimentológicos e físico-químicos e foi constatado que em anos de
menores precipitações pluviométricas (maior atuação do fenômeno El Niño), é evidenciada
uma maior erosão (avanço) da linha de costa (Galinhos, Guamaré e Macau) e uma redução
da produção de pescado. Por outro lado, em anos de maiores precipitações pluviométricas
(maior atuação do fenônemo La Niña), registra-se uma acresção (recuo) da linha de costa
(Galinhos, Guamaré e Macau), além de ocorrer uma maior captura de pescado
estuarino/marítimo da região. Os barramentos do rio Açu, e de outras bacias hidrográficas,
atuam como agente redutor de fluxo e energia, diminuindo a carga de sedimentos, matéria
orgânica e água doce para a zona costeira, acelerando modifições ao sistema
morfodinâmico costeiro e a cadeia alimentar do ambiente estuarino/marítimo. A área sofreu
níveis diferenciados de impacto por ocasião da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, das
industrias salineira, carcinicultura e petrolífera. O frágil equilíbrio do meio biológico,
ecossistemas, encontram-se em uma situação limite em alguns casos já em pleno
desequilíbrio.
Anais XI Semana de Humanidades
243
2. Os resíduos sólidos do Róger na dinâmica ambiental do manguezal Ana Lucia do Nascimento Pereira (Mestranda do Programa de Pós- Graduação
em Geografia da UFRN)
O enfoque deste trabalho surge a partir do momento, onde o ser humano não encontra
soluções para o acondicionamento de seus resíduos indesejáveis explorados e descartados à
natureza, como é o caso da cidade de João Pessoa que absorve os dejetos de maneira
irregular, impedindo ou condicionando um forte impacto ao ambiente local, causando uma
paisagem assustadora no sentido humanitário para as pessoas que o têm como fonte de
renda, e provoca enormes desastres ao ecossistema de mangue, que se encontra em situação
de degradação. Nesse sentido procurou-se avaliar as condições ambientais do Lixão do
Roger, através da disposição, e seus espaços, enfatizando os tipos de resíduos depositados
neste ambiente de alta fragilidade, e também identificar locais que mais sofrem agressão
ambiental, em especial no manguezal. Buscou-se identificar a produção de lixo recebido
por toneladas no período de 1990 a 2002 neste lixão, analisando gráficos que demonstram
em sua maioria o crescimento de resíduos do tipo: domiciliar e acumulado. Uma melhor
qualidade ambiente do ecossistema “Manguezal” do Lixão do Róger passa por mudanças
de comportamento e de educação ambiental, assim como de ações dos poderes públicos
3. Natureza-Sociedade na Grande Natal (RN): a proposta de
sustentabilidade da “Política Ambiental do RN” à luz do modelo de
desenvolvimento vigente Sérgio Cerutti (Mestrando em Ciências Sociais- UFRN)
Este trabalho analisa a relação natureza-sociedade na Grande Natal (RN), no período de
1996 a 2002, enfocando como o modelo de desenvolvimento vigente no Estado do Rio
Grande do Norte dificulta, na prática, a implementação da proposta de sustentabilidade da
“Política Ambiental do RN”, a partir de três exemplos empíricos pesquisados: (1) O
Processo de poluição e de degradação ambiental relativo aos manguezais da foz do rio
Potengi. Em análise a atividade da carcinicultura (criação de camarões em viveiros) na
“Fazenda Camarão do Povo”; (2) O processo de poluição e de degradação ambiental
relativo ao rio Pitimbu. Em discussão os impactos ambientais gerados pela Sidore Indústria
e Comércio de Refrigerantes, pela Inpasa Indústria de Papéis S.A e pela Texita Companhia
Têxtil Tangará; (3) O processo de poluição ambiental ocasionado pela Estação de
Tratamento de Esgotos de Ponta Negra e Via Costeira. Neste caso, trata-se de uma obra
pública do governo do RN, polêmica do ponto de vista hidrogeológico e societário, tendo
sido realizada sem um Estudo de Impacto Ambiental específico, podendo provocar
contaminações no lençol freático, além de transtornos ao entorno social. Os três exemplos
empíricos selecionados são diferentes em gênese, evolução e natureza da intervenção
antrópica, mas, no entanto, expressam, de forma unânime, as contradições presentes nesse
modelo de desenvolvimento, externalizando uma relação conflituosa entre natureza e
sociedade no Estado do Rio Grande do Norte.
Anais XI Semana de Humanidades
244
4. Problemas ambientais causados pelo lixão de Cidade Nova Ilton Araújo Soares (Aluno do curso de graduação em Geografia)
Isabelle Morais Santana (Aluna do curso de graduação em Geografia)
Rosa Maria Rodrigues Lopes (Aluna do curso de graduação em Geografia)
O lixo configura-se atualmente como uma das maiores preocupações ambientais da
sociedade moderna. O consumo de produtos tem gerado cada vez mais resíduos,
aumentando na mesma proporção os problemas causados por eles. Natal produz atualmente
1200 ton. de lixo por dia que é Depositado desde 1978 numa área de aproximadamente 30
hectares, denominada de Lixão de Cidade Nova. O lixão está localizado numa área de
dunas que possui um solo formado por 95% de areia quartozosa, ou seja, uma área
extremamente permeável responsável pelo abastecimento do lençol freático, que segundo
NUNES(2000), “representa a maior riqueza natural da grande Natal”. Um dos principais
impactos causados pela disposição inadequada do lixo naquela área é a desfiguração da
paisagem, ou seja, a alteração e destruição do relevo, uma vez que as dunas são formadas
por areia, com uma pequena cobertura vegetal rasteira, ambas sensíveis a intervenções
humanas. Os principais fatores que contribuem para a destruição do relevo daquela região
são: a retirada de areia das dunas para cobrir os resíduos sólidos, a disposição desordenada
do lixo e a destruição da vegetação nativa. Outros problemas bastante preocupantes
também gerados naquela área são a poluição do lençol freático e do solo, através da
infiltração do chorume, produzido pela decomposição da matéria orgânica e a poluição do
ar, provocada pelos gases como H2S e CH4 e os gases liberados a partir da queima do lixo.
Diante disso, é necessário observar as políticas de tratamento dos resíduos sólidos com o
intuito de minimizar os problemas ambientais casados por ele.
5. Sala de aula, campo e laboratório: Uma avaliação comparativa em
geomorfologia. Darlington Roberto B. Farias (Monitor da disciplina Geomorfologia)
Esse estudo faz parte de um projeto didático-pedagógico que envolve professores,
monitores e alunos da disciplina Geomorfologia. Tem como principal objetivo “facilitar a
compreensão do assunto ministrado em sala de aula com o auxílio da prática de campo e
laboratório, visando propiciar, também, meios que possibilitem ao aluno conhecer a
importância das interações entre as ciências da Terra”. Para isso, conta-se com a
participação de monitores e de professores de outras disciplinas – geomorfologia,
pedologia, sedimentologia e educação ambiental.
6. Uso de Técnicas de Geoprocessamento para avaliação de condições
ambientais: Estudo de caso da microbacia do rio Pitimbu-RN Josemberg Pessoa Borges (Bolsista de iniciação científica - CNPq)
O objetivo deste trabalho é apresentar o resultado do uso de técnicas de geoprocessamento
(tecnologia dos SIG’s e SGI), como ferramenta para a avaliação ambiental da microbacia
do rio Pitimbú-RN, um importante manancial de abastecimento de água da região de Natal-
RN, atualmente exposta aos impactos da ocupação humana. O estudo tem como base, a
confecção de mapas temáticos da área - geomorfológico, hipsométrico, de uso e ocupação e
Anais XI Semana de Humanidades
245
geológico, que serão utilizados no cruzamento de planos de informação para à confecção do
mapa de risco da região.
Anais XI Semana de Humanidades
246
GT-33: PRODUÇÃO E APROPRIAÇÃO DO CONHECIMENTO NA INSTITUIÇÃO
ESCOLAR Organizadora:
Profª. Dr ª. Liomar Costa de Queiroz (Departamento de Letras)
Email: liomar@ufrnet.br
Local/horário: Setor de aula V, Bloco C, sala 4, terça e quarta, 20 e 21 de maio, 14:00-18:00h.
O GT se propõe a discutir questões relacionadas ao ensino e ao conhecimento escolar.
Serão considerados propostas de trabalhos que discutam:
1. O processo de elaboração conceptual; 2. A organização curricular;
3. Estratégias de ensino;
4. Outros temas correlatos.
RESUMOS
1. Elaboração conceptual: uma corrida de obstáculos Maria Salonilde Ferreira (Professora Dra. do PPGEd/UFRN)
A formação de conceitos é um dos fatores mais importantes para o domínio do conhecimento científico. Sem
eles não se pode internalizar leis, princípios e teorias. Esse domínio se constitui um processo complexo e de
longa duração exigindo um ativo trabalho intelectual, implicando na utilização de inúmeras operações
mentais. No entanto, a elaboração conceptual no contexto da escolaridade formal tropeça numa série de
obstáculos. Neste estudo, a análise se volta para algumas das dificuldades que os alunos encontram na
elaboração de seus conceitos durante a escolarização. Essas dificuldades foram constatadas no contexto de
uma investigação que se efetivou nos primeiros ciclos do ensino fundamental de uma escola da rede pública
da cidade de Natal. Elas são de natureza diversa. Uma das maiores dificuldades constatadas na elaboração,
pelos alunos, de conceitos científicos é a superação do estágio sensório-perceptivo. Essa superação requer
um grau de generalidade em que se efetiva a redução de todos os atributos de uma classe dada ao seu gênero
e afixação de tais atributos no fenômeno os quais permitem que este seja universal. Portanto, no processo de
elaboração conceptual em situação escolar alguns fatores precisam ser considerados.É preciso planejar
cuidadosamente o caminho a seguir durante o processo: os conhecimentos em que os alunos deverão se
apoiar, as idéias a serem utilizadas como base intuitiva, as explicações a serem acrescentadas, as situações de
aprendizagem para precisar o conceito e operar com ele. A combinação adequada dos componentes visual-
figurativo, verbal-teórico e prático-efetivo do pensamento é que garantirá a qualidade da elaboração
conceptual do aluno.
2. A mediação do professor na internalização de conceitos matemáticos Marlúcia Oliveira de Santana Varela (Profa. Dra. do Departamento de Matemática/UFRN)
As investigações atuais sobre a profissionalização docente põem em evidencia as práticas pedagógicas, mais
particularmente o papel do professor de matemática. Estudos realizados por (VARELA, 2000), atestam que o
fracasso das crianças na Escola, na maioria do casos está associado ao processo de ensino - aprendizagem
que nela é vivido e que, a mediação do professor suas possibilidades seus limites interferem
significativamente na totalidade do processo. A forma e o momento de sua intervenção podem ser favoráveis
ou não(p.221). A operacionalização do trabalho a ser apresentado, caracteriza-se como uma investigação
ligada a Base de Pesquisa - Formação de Conceitos na Escola Elementar - UFRN, numa Escola da Rede
pública da cidade de Natal, junto a um grupo 08 (oito) professoras em do 1º e 2º ciclos do ensino
fundamental. Nesse contexto, pretendemos investigar a mediação do professor no processo de ensino e
aprendizagem de significados dos conceitos matemáticos. A referência para essa investigação tem base em
Anais XI Semana de Humanidades
247
conceitos mais gerais - espaço/tempo, movimento, matéria, entre outros, realçando-se uma diversidade de
significados com diferentes graus de generalidade. As concepção de ensino aprendizagem tomam como base
pressupostos referenciados por Vygotsky (1993) e colaboradores. As técnicas e os métodos usados tomarão
como base a matriz conceptual VARELA (2000 p. 81) e o acompanhamento das formulações dos professores
em seu exercício docente. Delimitamos para esta investigação o conceitos de: dimensão (formas espacias e
planas), posição e mensurabilidade.
3. O conhecimento na escola e a prática docente: significados e dimensões Márcia Maria Gurgel Ribeiro (Profª. Dra. do Departamento de Educação/PPGED – UFRN)
mgurgel@matrix.com.br
A organização do conhecimento na escola representa uma preocupação atual no campo dos debates sobre o
currículo e o ensino. Envolve aspectos referentes não só às finalidades políticas e pedagógicas dessa
instituição, mas, à dinamização de estratégias de produção e apropriação desse conhecimento na sala de aula,
em especial, para as crianças das camadas populares. A Base de Pesquisa Formação de Conceitos na Escola
Elementar, que reúne pesquisadores dos Departamentos de Educação, Letras e Matemática da UFRN, em
uma escola pública estadual de Natal/RN, adota pressupostos da pesquisa colaborativa e de intervenção para
refletir, com 08 (oito) professoras e 02 (duas) coordenadoras pedagógicas sobre o currículo escolar e a
prática pedagógica. O recorte que elaboramos nessa comunicação privilegia elementos do processo de
produção e aquisição do conhecimento na escola e a organização da prática docente que assegure a
realização desse processo. Reflete sobre o significado do conceito de conhecimento para as professoras e as
formas privilegiadas por elas para que ocorra a sua apropriação pelos alunos. As análises realizadas até o
momento apontam para a necessidade de ampliar a compreensão sobre o que seja conhecimento, rompendo
em uma visão centrada nas disciplinas escolares, incluindo múltiplos significados culturais sobre diferentes
conhecimentos, linguagens e suas formas de expressão, valores, atitudes, habilidades. Torna-se fundamental,
enfim, repensar o papel social da escola e do currículo como campo cultural de produção de significados
abordando as diferentes dimensões constitutivas do conhecimento escolar para compreende-lo de forma
complexa e inter-relacionada.
4. A imagem fotográfica na construção da identidade da criança Patrícia de Souza Azevedo (Graduanda em Pedagogia/UFRN – bolsista PPPg)
Analisa-se o processo de significação que ocorre na escola, mediado pela imagem fotográfica em situações
formais de ensino/aprendizagem. Parte-se do pressuposto de que a mediação da fotografia contribui para a
construção do saber e da constituição das identidades dos indivíduos, no sentido em que as experiências
sensório-motoras atuam como organizadoras da percepção do aluno sobre sua participação no processo de
ensino-aprendizagem e dos significados culturais que envolvem esse processo. Essas experiências permitem
que o mesmo desenvolva formas autônomas de atuação no contexto escolar, construindo o conhecimento
sobre o mundo, os indivíduos e sobre si mesmo nas interações com o contexto concreto de produção das
interações sociais. A participação dos alunos nas atividades escolares ocorre de forma diferenciada, incluindo
elementos das experiências sociais e culturais vivenciadas no seu cotidiano. Norteia, também, as
investigações, preocupações que envolvem a aprendizagem, o desenvolvimento infantil, o processo de
desenvolvimento de conceitos científicos e a constituição das identidades dos alunos. É possível concluir que
as questões envoltas no processo de constituição da identidade, através da imagem fotográfica, vão se
ampliando, desde a história de vida do próprio sujeito, passando pela expansão de suas relações com seus
familiares, até a sua chegada na escola. Logo, a escola, assumindo seu papel que vai além da produção e
sistematização do conhecimento científico, abre espaço para a construção dessas subjetividades que
perpassam todas as situações de aprendizagem e mediações nela ocorridas.
Anais XI Semana de Humanidades
248
5. O que pensam as professoras sobre a docência? Reflexões sobre singularidades da
atuação do professor no ensino fundamental Patrícia Carla de Macedo Chagas (Mestranda em Educação/UFRN)
A profissão docente é constituída por múltiplas dimensões que implicam em sua organização e
complexidade. Estudos sobre a docência ampliam os conhecimentos sobre as particularidades que revestem
suas relações históricas, teórico-metodológicas, sócio-culturais, políticas e subjetivas e sobre as formas de
escolha e organização das estratégias de ensino. O presente trabalho contextualiza elementos que envolvem
esta profissão, destacam aspectos cada vez mais recorrentes e polêmicos nos debates educacionais
contemporâneos e convoca o fazer e o ser docente para a arena dos conflitos pertinentes a espaços de
atuação, envolvendo aspectos que assegurem ao aluno a apropriação do conhecimento. O estudo é realizado
com 08 Professoras e 01 Coordenadora de uma escola pública estadual de Natal/RN, através de entrevistas e
observações nos momentos de planejamento do trabalho docente. As sínteses elaboradas até o presente
momento apontam a diversidade e complexidade do ser docente, exigindo do professor o domínio de
diferentes conhecimentos e campos de produção desses conhecimentos. Mostram, ainda, que a sala de aula
constitui-se em um espaço de múltiplas relações e interações que envolvem os processos de produção e
apropriação de conhecimentos e implicam na compreensão dessa multiplicidade e na clareza das escolhas
relativas às estratégias de ensino utilizadas.
6. Para Além dos Conteúdos Disciplinares...: um estudo sobre as relações interpessoais
na sala de aula do Ensino Fundamental Kize Arachelli de Lira Silva (Graduanda em Pedagogia/UFRN – Bolsista PIBIC/CNPq)
O universo da sala de aula, por sua complexidade, tem sido considerado um cenário não só de aquisição de
conhecimentos, mas de constituição de identidades, de trocas e construção de significados compartilhados
entre professores e alunos envolvendo afetividades, emoções, relações intersubjetivas que entretecem a
intervenção pedagógica (o aprender e o ensinar). Sendo assim, o estudo ora apresentado toma a comunicação
de aula como fenômeno de análise privilegiado. Essas discussões e análises integram a participação da autora
como bolsista de Iniciação Científica, vinculada ao CNPq/PIBIC, na Base de Pesquisa Formação de
Conceitos na Escola Elementar do Departamento de Educação e programa de Pós-Graduação em Educação
da UFRN. As pesquisas desenvolvidas nessa Base possibilitam inter-relações importantes para
compreendermos a prática pedagógica e os conhecimentos necessários ao professor para o seu
desenvolvimento. A metodologia se caracteriza por seu caráter colaborativo e interativo com observações
diretas numa turma do 2º ciclo de sistematização, composta por 31 alunos e uma professora polivalente numa
escola estadual de Natal/RN. As primeiras análises apontam para a necessidade de uma discussão que
envolve aspectos relativos à formação docente, à concepção de identidade, currículo e diversidade cultural.
Evidenciam, ainda, que as relações pedagógicas na sala de aula estão estruturadas de forma a privilegiar os
conteúdos disciplinares, muitas vezes, desconsiderando a importância da integração dos aspectos afetivos,
emotivos, relacionais, culturais, entre outros, na organização do currículo escolar.
7. Exposição sobre os métodos de separação de misturas realizada numa feira de
ciências numa escola municipal de natal – RN Gleba Coelli Luna da Silveira (Aluna Ms. especial da Pós-Graduação do Departamento de
Educação/UFRN)
glebacoelli@hotmail.com
Anais XI Semana de Humanidades
249
O trabalho, cujo tema trata de “Métodos de Separação de Misturas”, foi desenvolvido por 06 alunos do
projeto acreditar IV (7a e 8
a séries do ensino fundamental sob orientação da professora de ciências) e
apresentado durante uma feira de ciências realizada na Escola Municipal Professor Amadeu Araújo no bairro
de Nova Natal (Natal RN). Durante os dois dias de feira, os alunos explicaram os processos de separação de
misturas, onde eles utilizaram algumas vidrarias de laboratório, como também materiais alternativos que
foram por eles mesmos obtidos como, por exemplo: beckers feitos a partir de frascos de café solúvel e de
maionese; funis feitos a partir de garrafas de vinho, peneiras e pires de louças usadas nas casas dos alunos.
Foram demonstrados 10 métodos de separação de misturas, porém, aqui, exemplificaremos apenas 07
métodos: Os processos de separação por evaporação, sifonação, catação, flotação, tamisação, imantação e
dissolução fracionada. O resultado final do trabalho foi satisfatório para a escola, para o professor e,
principalmente, para os alunos, que foram extremamente participativos, desde a obtenção do material, até a
apresentação do assunto estudado.
8. No princípio... A água...: O conceito de origem e as estratégias para ensiná-lo no
ensino fundamental Denise Cortez Fernandes de Araújo (Mestranda – Departamento de Educação/UFRN)
adriden@ig.com.br
mgurgel@matrix.com.br
O presente trabalho é o resultado das análises sobre a proposta pedagógica destinada ao ensino das Ciências
Físicas e Biológicas no ciclo de sistematização do Ensino Fundamental, cujo eixo centra-se no processo de
elaboração conceptual. Fundamentado na abordagem sócio-histórica que apresenta elementos teóricos
essenciais para entendermos a passagem dos conceitos espontâneos à formação de conceitos científicos,
objetiva compreender o processo de internalização dos significados pelo aluno em níveis de generalização
mais abrangentes. Destacamos, nessa análise, o conceito de origem que, entre outros, pertence à rede
conceptual do sistema de referência considerada como nucleadora do processo desencadeado no citado ciclo
de ensino. Os elementos empíricos foram analisados, considerando-se as interações que se estabeleceram na
ação educativa, abrangendo desde o planejamento até o cotidiano da sala de aula. Para isso, a observação
participativa foi a técnica de coleta de dados usada preponderantemente. Outros aspectos, importantes para
esses estudos, são sistematizados a partir das situações de aprendizagem vivenciadas pelos alunos e da
sistemática de assessoramento às professoras. As sínteses realizadas até o presente nos revelam que grande
parte dos alunos conseguiu avançar no processo de elaboração conceptual, proporcionando rupturas com o
significado do senso comum, para internalização de significados mais generalizantes, favorecendo sua
aprendizagem e o seu desenvolvimento psicosocial.
9. Mediação, motivação e conhecimento prévio: numa relação no processo ensino-
aprendizagem Maria de Lourdes Gabriel Ferreira Soares (Mestranda do PPGEd/UFRN)
A formação de conceitos no processo ensino-aprendizagem é uma atividade produtiva que surge e se
configura no curso de operações complexas voltadas para a solução de algum problema. Esse, para ser
resolvido, requer mediação, motivação e conhecimento prévio, numa rede intrincada e plural de linguagem
(inter-relações/conexões) para a sua resolução. A aprendizagem ocorre nos níveis de generalização
diferenciada, de acordo com o estágio de desenvolvimento do sujeito e do processo de ensino utilizado pelo
professor. A mediação se inicia na relação contínua com a natureza ligada à divisão técnica e social, na
construção da prática, no tempo histórico e no espaço social, construindo ferramentas e descobrindo técnicas
para a produção de sua cultura, iniciado pelos rituais, nos lugares, codificando gestos e palavras. A mediação
tornou-se a chave para entender a ação humana envolvendo os motivos que fizeram fluir a motivação para o
Anais XI Semana de Humanidades
250
desenvolvimento do potencial dos instrumentos culturais. A mediação do professor, no ensino fundamental,
ocorre quando há uma transformação do conhecimento prévio para o conhecimento escolar, enquanto isso a
transmissão do saber pelo professor dá ao aluno a emancipação. A emancipação parte dos conhecimentos
prévios relacionados com as situações concretas e vivenciais do aluno para chegar às generalizações pela
sistematização do conhecimento escolar. O processo ensino-aprendizagem depende, portanto, desses
elementos essenciais na elaboração conceitual e no salto qualitativo das funções mentais superiores.
10. A formação do professor alfabetizador e o ensino da língua materna: uma
perspectiva sócio-interacionista Marlúcia Barros Lopes Cabral (Mestranda do PPgEL/UFRN)
O alfabetizador é um profissional do ensino de línguas e a formação dele configura-se hoje como sendo um
referencial significativo à práxis educativa, visto que, a alfabetização é uma atividade pedagógica que está
diretamente inserida no processo ensino-aprendizagem de língua e pressupõe o conhecimento da estrutura e
do funcionamento da língua, das técnicas pedagógicas, dos mecanismos que permitem a aquisição da
linguagem, bem como a adequação do seu uso às diversas situações sócio-comunicativas. Assim sendo,
estudar a formação do alfabetizador, enquanto professor de línguas, numa perspectiva Sócio-interacionista,
adquire relevância porque aborda aspectos essenciais a uma prática pedagógica mais consciente e reflexiva,
amparada em bases teóricas coerentes. Nesta perspectiva, almejamos que esta pesquisa possa contribuir para
que o professor, enquanto parceiro mais competente, medie conhecimentos que possam proporcionar a
competência lingüística. Desta forma, o estudo a que nos propomos realizar possibilitará alcançar outros
objetivos, dentre eles: Proporcionar a compreensão de que a linguagem, enquanto interação verbal, deve ser
estudada e ensinada em situações concretas de interação e numa perspectiva sócio-interacionista e alertar
para o fato de que não existe neutralidade no ensino da língua e, conseqüentemente, que na prática do
professor alfabetizador está imbuída, concepções de linguagem, de aprendizagem e desenvolvimento, entre
outros, que caracterizam a sua tomada de posição pelo controle ou mudança, pela opressão ou libertação.
Para tanto, além de pesquisas bibliográficas, faremos pesquisas de campo utilizando como recursos
metodológicos entrevistas, observações com insights e gravação em vídeo de aulas.
11. Formação lingüística das professoras do ensino fundamental Liomar Costa de Queiroz (Profa. Dra. do Departamento de Letras/UFRN)
O projeto Formação lingüística das professoras do 1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental, Natal/RN, está
inserido na pesquisa “A formação de conceitos como elemento constitutivo dos saberes docentes no Ensino
Fundamental”, da Base de Pesquisa – Formação de conceitos na escola elementar, do Dptº. de Educação da
UFRN. Tem como objetivo observar a produção de seqüências textuais narração e descrição. A partir dos
resultados da minha tese de doutorado, surgiu a necessidade em elaborar este projeto por já termos
constatado a falta de formação lingüística sistemática tanto para ministrar os conteúdos no dia-a-dia em sala
de aula, como para desenvolver as situações de aprendizagem que envolveram a produção, compreensão e
revisão de texto escrito, que foi o que nos propusemos e estamos nos propondo, novamente, a observar,
discutir e intervir com propostas teórico-práticas que contribuam para uma formação continuada.
Ampliaremos as observações em sala de aula com e sem gravação em fita cassete e incluiremos filmagens
com análises do registro das imagens, entre outros procedimento anteriormente utilizados. Essas análises
darão oportunidade às professoras de se auto-analisarem, o que facilitará para se efetivarem como
pesquisadoras e críticas do seu próprio trabalho. Estamos decidindo apenas pelo 4º nível por já incluir duas
classes. Essas professoras possuem um diferencial em relação as demais da rede Pública, devido o nosso
processo de intervenção e assessoramento. A abordagem utilizada será a qualitativa, através da Pesquisa-
ação e, como abordagem teórica, teremos a Lingüística de texto subsidiando a produção e revisão de texto.
Anais XI Semana de Humanidades
251
12. Reescrita e compreensão textual no ensino fundamental: a mediação do professor Mariliane Delmiro Filgueira da Silva (Graduanda em Pedagogia/UFRN – bolsista PIBIC/CNPq)
O trabalho aborda questões relativas ao Ensino da Língua Portuguesa, no contexto da produção e
compreensão textual escrita. Insere-se num trabalho mais amplo da Base de Pesquisa: Formação de
Conceitos na Escola Elementar, mais especificamente a Pesquisa: Formação de Conceitos como Elemento
Constitutivo dos Saberes Docentes no Ensino Fundamental. Tem como referencial empírico uma escola
pública de Natal-RN. O mesmo ocorreu numa turma do Ciclo de Sistematização da referida escola, com
aproximadamente 30 alunos. Na coleta de dados predominaram as observações sistemáticas, privilegiando a
atuação do professor em sala de aula. Através dessas observações, constatamos que, no campo específico da
linguagem verbal, a preocupação maior foi trabalhar a leitura, produção, compreensão e reescrita de texto.
Constatamos que em relação à reescrita a professora está em processo de elaboração e desenvolvimento do
conhecimento, pois propôs situações de aprendizagem que despertaram interesse nos alunos na produção
textual mas, ao utilizá-las na reescrita, ainda assumiu a postura de privilegiar mais aspectos ortográficos,
apesar de estar sendo orientada no sentido de privilegiar a coerência textual. Em relação à compreensão
textual, a professora mostrou-se segura, trabalhando o significado das palavras desconhecidas, propondo
situações de aprendizagem que possibilitam aos alunos refletirem sobre qual o significado daria mais sentido
à frase no contexto do texto. Nessa situação, podemos perceber que a professora realizou a tarefa de
mediação, adequadamente, solicitando a participação dos alunos em todos os momentos do processo, à
medida que solicitava deles as respostas, em vez de apresentá-las prontas.
13. A fotografia transcodificando conceitos na escola Jefferson Fernandes Alves (Professor Ms. do Departamento de Educação - Doutorando -
DEPED/PPGEd/UFRN)
jfa_alves@msn.com
Esta comunicação pretende expor nossa primeira tentativa de abordar a fotografia como meio e objeto da
formação conceitual em um contexto de ensino-aprendizagem, como parte integrante da pesquisa
longitudinal Escola e Currículo: a formação de conceitos como componente básico organização curricular,
efetivada na E.E. Berilo Wanderley e acompanhando, diretamente, duas turmas do ciclo de alfabetização. A
fotografia, como as demais imagens técnicas, constitui-se em conceitos transcodificados que, por um lado,
condensa saberes físico-químicos e tecnológicos que geram o fenômeno da foto-sensibilidade, por outro,
expressa a conceituação daqueles que a produziram a respeito do mundo, do outro e de si mesmo, através do
acionamento do próprio código fotográfico, o qual, por sua vez, se estrutura em torno de conceitos
articulados que formam sua sintaxe. Dessa forma, toda vez que o botão é apertado, os significados
produzidos por intermédio da figuratividade imagética estão impregnados pelo significado dos elementos
sintáticos que compõem esse código. Compreender as imagens é, também, explorar os conceitos de sua
sintaxe. Por fim, a análise desses significados tem nos revelado que o ensino precisa ser repensado para
incluir elementos sobre a linguagem imagética oportunizando, ao aluno, ampliar suas visões de mundo, de
sociedade e de si mesmo de forma articulada com outras linguagens presentes na escola.
14. O pensamento teórico como estratégia de aprendizagem dos conhecimentos na área
da história Francisca Lacerda de Góis (Profa. Dra. do Departamento de Educação/UFRN)
O trabalho se refere a um processo ensino-aprendizagem da disciplina História no ensino Fundamental que
apresenta, como eixo central, a elaboração conceptual na perspectiva sócio-histórica. Nesse contexto,
priorizamos como elemento norteador o desenvolvimento de elementos do pensamento teórico por
Anais XI Semana de Humanidades
252
considerar que a investigação, a pesquisa, a volta ao tempo em busca de níveis da essência, essência essa,
construída historicamente, possibilita transcender o aparente, o observável, o palpável, o fenomenológico,
elementos próprios do pensamento empírico. Nos dias atuais, a diversidade de fenômenos exige que se
busque um nível de seguridade, de permanência, de duração e isto é passível de ser efetivado na instituição
escolar. Neste sentido, se fez necessária a elaboração de situações de aprendizagem consonantes com os
objetivos de trabalho, quais sejam: através da aparência encontrar níveis de construção da essência. A análise
dos resultados sugere que a maioria das crianças conseguiu desenvolver elementos do pensamento teórico ao
extrapolar o vivencial concreto através do processo de significação/resignificação dos acontecimentos
históricos numa relação antes/depois.
15. Para além dos limites de sala de aula: um estudo sobre O CONCEITO DE
TERRITÓRIO no ensino fundamental Karina de Oliveira (Graduanda em Pedagogia/UFRN - bolsista PIBIC/CNPq)
linapol@bol.com.br
Analisa-se situações de ensino/aprendizagem que contemplem os atributos essenciais do conceito de
território, enfatizando a participação ativa dos alunos nesse processo. Parte-se da compreensão de que a
instituição escolar constitui o locus, por excelência, de produção/apropriação do saber historicamente
elaborado e que os sujeitos se apropriam desse saber em situações formais de interação. Assim, a escola tem
como uma das funções assegurar e garantir o acesso ao conhecimento sistematizado. Para tanto, em suas
práticas, deve primar por situações que promovam experiências e ações educativas, no sentido de possibilitar
o desenvolvimento das funções mentais, atitudes, habilidade social e de estudo de crianças em idade
escolar.A investigação baseia-se nas contribuições da abordagem sócio-histórica acerca do processo de
elaboração conceptual, e da Geografia Crítica para elucidar a compreensão dos atributos do conceito de
Território, ao longo da evolução do pensamento geográfico e na atualidade. Realiza-se observações
sistemáticas em uma turma composta por 30 alunos, sob a regência de uma professora polivalente do Ciclo
de Sistematização, de uma escola da rede publica da Cidade do Natal/RN.Evidencia-se que a mediação da
professora, no que se refere às idéias pertinentes aos atributos essenciais e do conceito de território, ainda
não se apresenta de forma satisfatória em virtude da falta de um discurso pedagógico que possibilite a troca
de idéias favoráveis a conexão entre os conceitos cotidianos e científicos, como também o discernimento das
especificidades do conceito de território.
16. Freinet e freire: uma escola para o povo Deyse Karla de Oliveira Martins (Mestranda em Educação – PPGEd/UFRN)
dkom@bol.com.br
O presente trabalho objetiva analisar alternativas pedagógicas para EJA que vem sendo desenvolvida no
Programa Geração Cidadã – Reduzindo o Analfabetismo (parceria da UFRN /PROEx SME e PMN) que
vem atuando em espaços escolares e não escolares junto às populações ditas “analfabetas”, na faixa etária
acima de 15 anos de idade. Fundamenta-se nos princípios da Pedagogia Freinet em os pressupostos teóricos
de Paulo Freire, compreendendo que os dois educadores deram uma grande contribuição no campo
educacional especialmente no que se refere à preocupação com a conscientização política do educando.
Princípios como livre expressão, Educação do trabalho, tateamento experimental e cooperação foram
vivenciados em algumas salas. Destacamos em nossa experiência a realização de reuniões pedagógicas com
os alfabetizadores do projeto visando uma orientação teórica metodológica contrapondo-se à artificialidade
do trabalho escolar, compreendendo-o como sendo um fenômeno social dinâmico e Reflexivo. Buscamos
articular nessa análise as conexões necessárias à construção do conhecimento no tocante à aquisição e
desenvolvimento da leitura e escrita por esses alunos. Os resultados são preliminares, e apontam mudanças
Anais XI Semana de Humanidades
253
significativas na prática pedagógica dos alfabetizadores. Percebemos que a utilização dos princípios e
práticas freinetianas auxiliam a integração do grupo na sala de aula facilitando a aprendizagem da linguagem
escrita, bem como, a sua aplicação no cotidiano.
Anais XI Semana de Humanidades
254
17. Inclusão: um desafio para a escola Roxana Silva
Alenuska Karine de Medeiros Ferreira
Marluce Alves dos Santos (Campus de Caicó/RN – UFRN)
A Educação Especial ultimamente tem sido alvo de profundas revisões na forma como esta tem sido
concebida ao longo de várias décadas, como responsável pelo atendimento das pessoas que não se
enquadravam no padrão social estabelecido de normalidade, principalmente a partir da implantação do
modelo de inclusão. O escopo deste trabalho é relatar o processo de inclusão de uma criança com
Necessidades Educativas Especiais, mais especificamente, que apresenta Déficit de Atenção/Hiperatividade.
A investigação ora proposta foi realizada na escola Municipal Mateus Viana, em Caicó/RN. Utilizou-se
como suporte metodológico à entrevista, onde foram interrogados 2 professores; 1 coordenador pedagógico e
1 diretor. Através de averiguações e da analise dos discursos dos sujeitos, foi possível perceber que a
situação da escola diagnosticada é de total resignificação perante a perspectiva de moldar a instituição
escolar dentro do modelo inclusivo, haja vista que a criança portadora de NEE’s, foi acolhida, sendo
evidenciada somente sua presença em sala de aula, pelo cumprimento legal da LDB. Pode-se perceber,
também, uma certa fragilidade no desenvolvimento do trabalho acadêmico direcionado para a criança em
questão. Conclui-se que a inclusão dos Portadores de Necessidades Educativas Especiais ainda está longe de
ser concretizada como postula o modelo inclusivo, pois, apesar da boa vontade dos professores em acolher
essa criança, observa-se visivelmente a acomodação e resistência destes, em desenvolver um trabalho de
interação entre esta e os demais colegas.
Anais XI Semana de Humanidades
256
MINI-CURSOS E OFICINAS: quinta-feira, 22 de maio, 14:00-18:00h (com exceção de
Mini-cursos/Oficinas de Psicologia que funcionarão pela manhã), nos auditórios do
CCHLA e salas do Setor II.
. Os Mini-cursos (de natureza teórica) e as Oficinas (de natureza prática) terão
aproximadamente 4h/a.
. Os Mini-cursos e as Oficinas serão propostos unicamente por professores dos
departamentos do CCHLA. As propostas deverão ser enviadas para a Coordenação da XI
Semana de Humanidades, sala 119 (fone: 2153573; email: humanidades@cchla.ufrn.br ),
até o dia 7 de abril de 2003, contendo as seguintes informações: nome do(a) professor(a)
ministrante, departamento, título do Mini-curso/Oficina, resumo (máximo de 20 linhas de
75 toques – ver modelo em anexo), número de vagas (se quiser estabelecer limite), lista de
material (incluindo cópia-xérox, transparências, etc.). (Há limitação orçamentária. Extensas
listas de materiais terão que ser analisadas/aprovadas previamente pela Direção do
CCHLA.)
. Até o dia 14 de abril, será divulgada a lista de Mini-cursos/Oficinas, quando terá início a
inscrição de alunos nos mesmos.
. Poderão se inscrever nos Mini-cursos/Oficinas todos os interessados. As inscrições são
gratuitas e poderão ser feitas na sala 119, do CCHLA, durante o período de 14 de abril a 9
de maio. É necessário fornecer as seguintes informações: nome completo, email e/ou
telefone para contato, departamento e/ou instituição de origem. O aluno poderá se inscrever
em apenas UM mini-curso ou oficina.
RESUMOS
MC-01: APOLO E DIONÍSIO: DA CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL À
COMUNHÃO COM A TOTALIDADE. Professor:
Dr. José Ramos Coelho (Departamento de Filosofia)
Psicóloga Lúcia Scavone
Número máximo de participantes: 20 Vagas
Local/horário: Consequinho, 1º andar-CCHLA, quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
No Nascimento da Tragédia, F. Nietzsche apresenta Apolo e Dionísio não apenas como
paradigmas de interpretação da obra de arte na Grécia antiga, mas também como
fundamentos ontológicos da própria realidade. O estudo mitológico desses dois deuses
permitirá uma compreensão da trajetória que vai da consciência individual em direção à
universalidade.Tomando o conhecimento enquanto instrumento de iniciação à vivência da
totalidade, partiremos do arquétipo de Apolo com o objetivo de elucidar a nossa identidade
consciente, e Dionísio como canal de acesso à dimensão mais profunda da psiquê e ao reino
da espiritualidade, onde se encontram as energias criativas e transformadoras, as quais
levam à expansão da consciência. O mini-curso constitui-se de uma parte teórica
introdutória, seguida de trabalhos vivenciais.
Anais XI Semana de Humanidades
257
MC-02: INTRODUÇÃO À NOVA SOCIOLOGIA ECONÔMICA Professor:
Dr. Edmilson Lopes Júnior (Departamento de Ciências Sociais)
Número máximo de participantes: 40 Vagas
Local/horário: Sala C3, Setor de aula II; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-18:00h.
A emergência de modelos analíticos derivados da escolha racional conformou uma nova
paisagem teórica nas ciências sociais nas duas últimas décadas do século XX. Os autores
clássicos de referência foram deslocados e o paradigma neoclássico pareceu, enfim, alçado
ao estatuto de horizonte teórico legítimo para a análise sociológica. Rapidamente, o
individualismo metodológico e a teoria dos jogos deixaram de ser abordagens marginais e
exóticas para tornarem-se referenciais atrativos para toda uma geração de jovens e inquietos
pesquisadores. A resposta a essa invasão, expressão maior do “imperialismo disciplinar” da
economia nos tempos recentes, tem como o seu principal eixo articulador o que tem se
convencionando chamar de Nova Sociologia Econômica (NSE). Esse sub-campo tem se
constituído em um saudável sopro de renovação teórica no quase sempre árido terreno da
investigação social sobre o mercado. Alicerçada numa criativa releitura dos clássicos (Max
Weber e Georg Simmel em particular), na re-apropriação sociológica da principal obra de
Karl Polanyi “A Grande Transformação” e em pistas de investigação fornecidas por Pierre
Bourdieu no seu trabalho etnográfico sobre o processo de “conversão” dos Kabilas ao
mundo do mercado, a NSE tem estabelecido pontes ligando as diversas ilhas constitutivas
da sociologia reflexiva neste início de milênio. O mini-curso versa sobre esse novo
movimento teórico (que se irradia em áreas tão distintas quanto os estudos de migração, a
teoria econômica feminista e os estudos culturais) e busca explicitar até que ponto ele
constitui um novo “programa forte de pesquisa social”.
MC-03: A MÍDIA E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO E
INFORMATIZAÇÃO DAS ESCOLAS Professoras:
Drª. Maria das Graças Pinto Coelho (Departamento de Comunicação Social)
Drª. Vilma Vitor Cruz (Departamento de Educação)
Número máximo de participantes: 25 vagas
Local/horário: Sala C4, Setor de aula II; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-18:00h.
O curso abordará metodologias de análises da cobertura jornalística sobre as políticas
públicas, enfocando o noticiário relativo à educação. Em particular, buscará compreender a
abordagem midiática do processo de informatização das escolas do Rio Grande do Norte.
MC-04: O QUE É O TEATRO? Professora
Clotilde Tavares (Departamento de Artes)
E-mail: clonews@digi.com.br
Número máximo de participantes: 70 Vagas
Local/horário: Consecão, 2º andar-CCHLA; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
Este mini-curso pretende fornecer conhecimentos básicos sobre o fazer teatral e a
linguagem e história do teatro. Tem como objetivo divulgar esses conhecimentos no meio
universitário e é aberto ao público em geral. É um curso dirigido especialmente ao público
Anais XI Semana de Humanidades
258
leigo, que "não sabe nada" sobre teatro. Serão abordados os seguintes temas: “O que é o
teatro? Elementos da linguagem teatral: texto, representação, cenografia e sonoplastia.
Breve história do teatro”. O curso tem como suporte a projeção de imagens que são fruto de
minuciosa pesquisa e inacessíveis à grande maioria dos participantes.
MC-05: A GUERRA E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: A
DIMENSÃO HUMANITÁRIA E A QUESTÃO DOS REFUGIADOS Professora:
Drª Beatriz Maria Soares Pontes (Departamento de Geografia)
E-mail: beatrizmariasoares@ig.com.br
Número máximo de participantes: 30 Vagas
Local/horário: Auditório da Geografia; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-18:00h.
O nosso objetivo, através desse mini-curso, é discutir, em primeira instância, a polêmica
questão da legitimidade da guerra. Na verdade podemos desenvolver a seguinte reflexão:
como legitimar um processo de destruição sob a ótica patrimonial e humana? Todavia,
levando-se em consideração que a guerra é tão antiga quanto a humanidade, o nosso intuito
seguinte será discutir as diferentes formas de beligerância, suas estratégias e tecnologias
bélicas utilizadas na terra, no ar e no mar. Nosso propósito, a seguir será discutir a
neutralidade, uma vez que ela é muito difícil de ser mantida quando do advento de um
conflito de grandes proporções, além disso em períodos de guerra, muitas vezes, a
diplomacia flui por caminhos tortuosos e, frequentemente, pouco claros ao analista no que
concerne as primeiras iniciativas tomadas. No que tange ao final da guerra, este é, sem
dúvida, sumamente complexo em face de medidas, que não raro, foram tomadas para
apressar o término das mesmas como foi o caso das bombas lançadas sobre Hiroshima e
Nagasaki para apressar o fim da Segunda Grande Guerra no front oriental. Como, então,
deveríamos encarar esse apressamento consumado pelos Estados Unidos? Será ele
estrategicamente legítimo sob a ótica até mesmo do Direito Internacional, que preside ao
final das guerras? Em fim cumpre-nos discutir a questão mais crucial que é a humanidade
diante da dialética construção/destruição e a busca de caminhos que nos conduzam a paz.
Programa do mini-curso: 1- A questão da legitimidade da guerra; 2- As guerras terrestres,
marítimas e aéreas; 3- A guerra: neutralidade, relações entre os beligerantes e o final da
guerra; 4- A guerra: a questão do direito dos povos, dos direitos humanos e, em particular
dos refugiados.
MC-06: AT-9 E ANTROPOLOGIA Professora:
Ms. Katiane Fernandes Nóbrega (Departamento de Antropologia)
Número máximo de participantes: 15 vagas
Local/horário: Setor de aula II, Bloco A, sala 2; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
O AT-9 é o teste projetivo para 9 elementos criado por Yves Durand (1988) a partir da
Teoria do Imaginário de Gilbert Durand para apreender como o indivíduo se situa e como
atua no universo mítico. O protocolo AT-9 consiste na composição individual, de um
micro-universo e de uma narração a partir de 9 stimulli simbólicos ou arquétipos: queda,
espada, refúgio, monstro devorador, algo cíclico, um personagem, água, animal e fogo. O
plano de trabalho consta de uma folha dupla (um lado é destinado à criação do desenho e o
outro, à criação da narrativa) e de um questionário. Por esta técnica obtêm-se: os fatos
Anais XI Semana de Humanidades
259
simbólicos, materializados por uma imagem (desenho) e um sentido (relato), a organização
destes mesmos fatos através de uma coerência simbólica e o procedimento de simbolização
por meio do questionário. Assim sendo, os objetivos do curso são: (1) apresentar o AT-9
como uma técnica de investigação capaz de revelar o imaginário de diversas culturas e/ou
sociedades; e (2) fazer com que os alunos aprendam, a partir deste instrumento, a aplicar e a
interpretar informações. O mini-curso consta de quatro etapas: (1) os alunos responderão o
AT-9 e entregarão à professora; (2) a professora apresentará para os alunos a teoria (modelo
normativo e cognitivo) do AT-9; (3) a professora redistribuirá de forma aleatória os
protocolos do teste e pedirá para que os alunos os analisem com base na teoria apresentada;
e, (4) os alunos apresentarão os resultados.
MC-07: LITERATURA IBERO-AMERICANA Professores:
Dra. Joselita B. da Silva Lino (Departamento de Letras)
Dr. Francisco Ivan da Silva (Departamento de Letras)
Número máximo de participantes: 30.Vagas
Local/horário: Setor de aula II, Bloco A, sala 1; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
El Mini-curso fue programado con lo objetivo fundamental: poner la literatura hispano-
americana y mostrarles sus particularidades ante los lectores y estudiantes de la
Universidade Federal do Río G. Do Norte. Objetiva llegar, no solamente a los jóvenes que
estudian en la Universidade, sino también a un público más amplio, de edades y profesiones
diversificados, que lee poesía y literatura. Metodología: El Mini-curso se organizará en dos
tiempos de acuerdo al programa, y cada profesor estudiará un poeta/escritor buscando
abarcar la literatura latinoamericana.
Contenido Programado
1. Octavio Paz: La Otra America: El escenario de la realidad y la ilusión;
2. José Lezama Lima y la Expresión americana.
Bibliografía: será indicada durante las clases de aula.
MC-08: A PEDAGOGIA DE PROJETOS Professora:
Drª. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação/Humanitas)
Número máximo de participantes: 30 Vagas
Local/horário: Setor de aula II, Bloco A, sala 3; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
O mini-curso tem o objetivo de identificar a importância de um projeto pedagógico para
uma aprendizagem significativa, abordando a origem do método, seu conceito didático;
bem como as vantagens, classificação, passos e direção para a elaboração de um projeto na
organização dos conteúdos didáticos. Este mini-curso servirá de subsídio para o incentivo
de uma nova proposta de ensinar a aprender.
Anais XI Semana de Humanidades
260
MC-09: ELIMINAÇÃO DE PARADOXOS EM LÓGICA DEÔNTICA
RELEVANTE Professores:
Drª. Ângela Maria Paiva Cruz (Departamento de Filosofia)
Dr. José Eduardo de Almeida Moura (Departamento de Filosofia)
Número máximo de participantes: 30 Vagas
Local/horário: Setor de aula II, Bloco G, sala 5; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
Sistemas de lógica deôntica construídos com o objetivo de formalizar noções normativas
tais como ‘obrigação’, ‘permissão’, ‘proibição’, ‘comprometimento’, não se mostram
adequados quando se fundamentam em lógica clássica. Estas inadequações se caracterizam
por uma tradução, bem definida, de sentenças que não são ‘verdadeiras’ numa lógica
deôntica natural em fórmulas que são teoremas de um sistema lógico deôntico clássico. A
não adequação da referida tradução constitui os paradoxos de Prior. Este mini-curso
apresentará a axiomática de um sistema de lógica deôntica não-clássico, denominado
‘deôntico relevante’ visando à eliminação dos referidos paradoxos.
MC-10: FUNDAMENTOS DO TAOÍSMO FILOSÓFICO Professor:
Edrisi de Araújo Fernandes (Departamento de Filosofia)
Número máximo de participantes: 20 Vagas
Local/horário: Setor de aula II, Bloco A, sala 4; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
O Tao-Te-Ching ou Te-Tao-Ching ("Clássico da Virtude do Caminho" [ou "do Caminho da
Virtude"]) é um livro sapiencial atemporal e valioso para qualquer pessoa independente de
diferenças em crenças, tradições e práticas religiosas, principalmente em virtude da
expressão concisa da sabedoria primordial dos antigos chineses, e dos muitos paralelos com
o pensamento de alguns filósofos ocidentais antigos, como Heráclito, ou contemporâneos,
como Heidegger. A descoberta em 1973 de duas cópias (enterradas em 168 a.C. em Ma-
wang-tui) da mais antiga e mais completa versão do texto, datando de mais de 500 anos
antes da versão antes considerada como a mais antiga, forçou a reavaliação das
interpretações tradicionais e renovou o interesse pelo conhecimento dos fundamentos do
Taoísmo filosófico. Este mini-curso revê alguns ensinamentos básicos do Clássico do
Caminho e da Virtude, a partir de interpretações tradicionais e a partir do texto de Ma-
wang-tui, ainda não traduzido para o português.
MC-11: O CONCEITO DE DEMOCRACIA EM BOBBIO Professor:
Dr. Francisco de Assis Brandão dos Reis (Assis Brandão) (Departamento de
Ciências Sociais)
Número máximo de participantes: 20 Vagas
Local/horário: Setor de aula II, Bloco A, sala 5; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
O objetivo deste mini-curso é discutir a reflexão democrática de Bobbio, tendo por base a
minha tese de doutorado – O Conceito de Democracia em Bobbio -, desde a década de 40
até os dias atuais. A referida reflexão – bastante relevante para a discussão democrática
Anais XI Semana de Humanidades
261
contemporânea – é marcada por uma série de vaivéns. Do ponto de vista da relação entre
democracia e participação popular, ora ela é mais participativa, ora, mais elitista. A partir
da idéia de década, vemos que Bobbio é mais participacionista na década de quarenta,
quando defendia uma concepção ética de democracia, passando nas décadas seguintes a
defender um procedimentalismo democrático, de década a década, ora mais participativo,
ora mais elitista. O mini-curso é uma forma de difundir entre estudantes, professores e
profissionais interessados a reflexão democrática desse pensador italiano, um dos mais
renomados teóricos políticos da atualidade.
MC-12: NIETZSCHE E O NIHILISMO Professor:
Dr. Oscar Federico Bauchwitz (Departamento de Filosofia)
Número máximo de participantes: 15 Vagas
Local/horário: Setor de aula II, Bloco B, sala 4; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
O curso procura analisar o #125 d’A Gaia Ciência de F. Nietzsche tendo em vista a
relevância do lunático e do anúncio da morte de Deus como expressão da crítica
nietzscheana à metafísica. Objetiva-se com esta análise assinalar a superação do nihilismo a
partir de uma ética que afirma a vida como valor supremo e lastro de toda ação, uma ética
que supera a falta de porquês do fenômeno nihilista.
MC-13: INTRODUÇÃO À SEMÂNTICA COGNITIVA Professor:
Dr. Luis Álvaro Sgadari Passeggi (Departamento de Letras)
Número máximo de participantes: 20 Vagas
Local/horário: Setor de aula II, Bloco B, sala 3; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
O mini-curso visa a apresentar noções básicas e categorias de análise da semântica
cognitiva, numa perspectiva discursiva. O mini-curso destaca o interesse da semântica
cognitiva para as pesquisas na área de lingüística aplicada (ensino de línguas, análise de
textos, entre outras).
Programa:
1. Semântica cognitiva. A estrutura semântica.
2. Significado lexical
3. Significado gramatical
4. Significado metafórico
MC-14: MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL Professoras:
Drª. Maria da Conceição Fraga (Departamento de Historia)
Doutoranda Irene Alves de Paiva (Departamento de Ciências Sociais)
Número máximo de participantes: 30 Vagas
Local/horário: Setor de aula II, Bloco B, sala 1, quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
O mini-curso Movimentos Sociais no Brasil tem como objetivo possibilitar a discussão
acadêmica sobre as formas de Ação coletiva desencadeada por diferentes atores na
construção do tecido social no Brasil. Para tanto, oferecerá abordagens teóricas e
Anais XI Semana de Humanidades
262
metodológicas que possibilitem aos alunos ampliarem seus referenciais sobre o tema.
Privilegiará formas organizativas de atores sociais distintos (Movimento de trabalhadores
rurais, estudantil, sindical e associativo); destacará os conflitos existentes entre os
Movimentos Sociais, ONGs, Estado e Partidos Políticos, através de aula expositiva e
debate.
MC-15: SENSORIAMENTO REMOTO E MEIO AMBIENTE:
APLICAÇÕES POTENCIAIS E LIMITAÇÕES Professor:
Ms. Sebastião Milton Pinheiro da Silva (Departamento de Geografia)
Número máximo de participantes: 16 Vagas
Local/horário: Laboratório de Geoprocessamento, Departamento de Geografia;
quinta-feira, 22 de maio, 14:00-18:00h.
A utilização de dados e produtos de sensoriamento remoto em estudos ambientais é por
demais reconhecida dentro e fora do mundo acadêmico. O presente mini-curso objetiva
mostrar a importância da utilização de uma variada gama de produtos de sensoriamento
remoto, notadamente das imagens multiespectrais e hiperespectrais geradas por sensores à
bordo de aeronaves e satélites. Dentre outros de uso comercial serão mostrados os produtos
dos sistemas LANDSAT, SPOT e ASTER, além de algumas técnicas digitais de análise e
interpretação de imagens geradas por sistemas sensores orbitais. É extremamente
importante um primeiro contato do treinando com essa tecnologia, tendo em vista que
grande parcela de toda informação gerada ou atualizada em diversas bases de dados sobre
recursos naturais em todo o mundo vem sendo realizada com imagens de sensoriamento
remoto. Diante do exposto, pretende-se apresentar algumas aplicações potenciais, bem
como as principais limitações de uso nos estudos do meio ambiente. É relevante fomentar
no participante o uso desses produtos a partir desse primeiro aprendizado.
MC-16: INTRODUÇÃO À DIAGRAMAÇÃO JORNALÍSTICA:
TÉCNICAS BÁSICAS DE PLANIFICAÇÃO DIGITAL DE TEXTOS E
IMAGENS DE UM JORNAL DESTINADO À IMPRESSÃO Professor:
Francisco Duarte Guimarães (Departamento de Comunicação Social)
Número máximo de participantes: 06 Vagas
Local/horário: Laboratório Central de Microcomputadores, quinta-feira, 22 de
maio, 14:00-18:00h.
Com a introdução da informática nas redações, as técnicas de diagramação jornalísticas se
tornaram mais rápidas, eficientes e complexas. O objetivo deste curso, essencialmente
técnico mas com bases teóricas, é levar o aluno a se relacionar com a produção de um
jornal, no que diz respeito à integração de textos e ilustrações jornalísticas (fotografias,
charges etc.), destinado à impressão off set, utilizando o computador e programas gráficos
(PageMaker e Photoshop) e aplicativos de textos (Word).
Anais XI Semana de Humanidades
263
MC-17: OS GRUPOS DE MOVIMENTO COMO UMA MODALIDADE
DA ABORDAGEM PSICOCORPORAL EM PSICOLOGIA CLINICA Professor:
Dr. Djakson da Rocha Bezerra (Departamento de Psicologia)
Psicóloga Ms. Luísa Ester Barbalho de Freitas (Colaboradora)
Número máximo de participantes: 25 Vagas
Local/horário: Sala 08 do SEPA- Serviço de Psicologia Aplicada, quinta-feira,
22 de maio, 08:00-12:00h.
Os grupos de movimentos são grupos de sensibilização e conscientização corporal,
desenvolvidos pelas psicoterapias corporais, que visam através de trabalhos de respiração e
movimentos, ampliar a autopercepção e expressão emocional, promover o desbloqueio das
tensões corporais e um maior bem estar no sujeito. Esse mini-curso objetiva proporcionar
uma introdução teórica da constituição, estrutura e aplicação dos grupos de movimento e a
vivência de suas práticas através de exercícios e técnicas básicas.
MC-18: DA PRÉ-EXPRESSÃO À EXPRESSÃO Professor:
Makarios Maia Barbosa (Departamento de Artes)
Número máximo de participantes: 15 Vagas
Local/horário: Teatrinho do Departamento de Artes; quinta-feira, 22 de maio,
14:00-18:00h.
Trabalhar a partir da pré-expressividade elementos técnicos, vitais à construção das ações
físicas e vocais na formação do ator. A pré-expressão é o alicerce do trabalho não-
interpretativo, pois é nesse nível que o ator busca aprender e treinar uma maneira operativa,
técnica e orgânica, de articular sua dilatação corpórea, sua presença cênica e a manipulação
de suas energias. Através do aprendizado de uma técnica sistematizada e codificada que
“ensine e treine” a manipulação desses elementos pré-expressivos, o ator pode deparar-se
com uma “técnica de aculturação”, ou em uma busca individual que resulte numa pesquisa
dos caminhos que levem a um encontro com suas próprias energias, organizando-as no
espaço e no tempo, através de uma “técnica pessoal de representação”. Os treinamentos,
exercícios e trabalhos pré-expressivos propostos pelo mini-curso, têm como objetivo essa
busca de uma “técnica pessoal de representação para o ator”. Critérios para a participação
de alunos: roupa de ensaio, neutra, que possibilite movimentos; caderno de registro e
caneta.
MC-19: DEMOCRACIA E GESTÃO PÚBLICA Professora:
Lindijane de Souza Bento Almeida (Doutoranda do Programa de Pós-
Graduação em Ciências Sociais)
Número máximo de participantes: 25 Vagas
Local/horário: Setor de aula II, Bloco E, sala 6; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
As experiências de utilização de instrumentos participativos nas gestões governamentais
operam, na atual realidade, mudanças que vão influenciar não apenas o conteúdo e as
formas de decisão, mas também a relação Estado-sociedade. Este mini-curso tem como
objetivo discutir os principais mecanismos de participação, adicionados à Constituição de
Anais XI Semana de Humanidades
264
1988, os Conselhos Gestores de políticas públicas, chamando a atenção para a importância
desses instrumentos participativos para o desempenho de um bom governo. O mini-curso
está metodologicamente organizado, de forma que os participantes poderão compreender
quais os elementos que alteram o resultado de uma gestão pública, assim como possibilitar
o conhecimento de experiências atuais. Para tanto, serão utilizados textos referentes a
desempenho governamental, democracia, Estado e sociedade. Além disso, será dado ênfase
a textos que fazem a discussão em torno da relevância dos Conselhos Gestores na gestão
pública. O mini-curso tem a intenção de despertar nos participantes um melhor
entendimento acerca dos espaços de participação política a que têm direito, proporcionando
que estes possam se inserir em um deles e/ou qualificar sua atuação.
MC-20: PSICOLOGIA SOCIAL E SAÚDE: SUBJETIVIDADE E
PRODUÇÃO DE SENTIDOS RELACIONADOS COM O PROCESSO
SAÚDE-DOENÇA Professora:
Drª. Martha Traverso-Yépez
Número máximo de participantes: 25 Vagas
Local/horário: Consequinho, 1º andar-CCHLA, quinta-feira, 22 de maio, 08:00-
12:00h.
O mini-curso objetiva trabalhar sobre uma abordagem teórica-epistemológica na interface
Psicologia Social e Saúde, que faz parte da minha linha de pesquisa no DEPSI. Almeja-se
basicamente estudar o universo simbólico que permeiam as práticas de saúde em nosso
contexto. Apesar de muito se falar da necessidade de uma abordagem biopsicossocial para
compreender o processo de adoecer, observa-se que no cotidiano das práticas relacionadas
com esse processo, a tendência é continuar privilegiando a etiologia biologicista, a
concepção fragmentada de saúde e o caráter impositivo e normatizador da visão positivista
de ciência, esquecendo-se a relevância dos aspectos sociais, psicológicos e ecológicos
como mediadores dos processos saúde-doença. Os aspectos básicos a considerar dentro
desta temática serão: 1) Hegemonia do modelo biomédico e as dificuldades da Psicologia
de se inserir como campo interdisciplinar de intervenção nessa área, 2) Processo saúde-
doença como fenômeno multidimensional, 3) O resgate da subjetividade e da relação
dialógica profissional-pessoa que sofre. 4) Prática e critérios de intervenção decorrente
desse posicionamento.
MC-21: COMPLEXIDADE: DIÁLOGO INTRODUTÓRIO COM
EDGAR MORIN, BORIS CYRULNIK E HENRI ATLAN Professora:
Drª. Maria da Conceição Xavier de Almeida (Departamento de Ciências
Sociais)
Número máximo de participantes: 30 Vagas
Local/horário: Setor de aula II, Bloco F, sala 4; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
A condição humana é vista a partir de um diálogo entre as reservas biológicas e culturais
que resultam num modo de agir e pensar complexo do sujeito sobre o mundo. Do ponto de
vista das ciências da complexidade viver é produzir e religar conhecimentos dispersos e de
diferentes linguagens num terreno de incertezas e indeterminações bioantropossociais.
Discute-se aqui, noções como viver e conhecer considerando autores como Edgar Morin,
Anais XI Semana de Humanidades
265
Boris Cyrulnik e Henri Atlan, exercitando um debate aberto e polifônico sobre a formação
de um Homem mais ético e estético.
Anais XI Semana de Humanidades
266
OF-01: O ESTATUTO DO TEXTO E AS IMPLICAÇÕES
IDEOLÓGICAS EM OS SERTÕES DE EUCLIDES DA CUNHA Professores:
Sandra S. F. Erickson (Departamento de Letras)
Antonio Basílio Novaes Thomaz de Menezes (Departamento de Filosofia)
Sérgio Eduardo Lima da Silva (Departamento de Filosofia)
Número de Vagas: Sem Limites
Local/horário: Setor de aula II, Bloco G, Sala 6; quinta-feira, 22 de maio,
14:00-18:00h.
Cem anos depois de sua publicação, as questões sobre o estatuto do texto e as implicações
ideológicas de Os sertões, de Euclides da Cunha, continuam a desafiar e a instigar leitores,
estudiosos e pesquisadores desse clássico. Diante do amadurecimento tanto da filosofia,
quanto da critica literária no Brasil faz-se mister avaliar e discutir essas questões, “passando
a limpo” tanto a crítica quanto a fortuna crítica do texto, com um interesse especial na
estrutura do texto e seu imaginário e no seu estatuto enquanto gênero literário: romance,
história, tratado filosófico-cientifico. Essas serão as questões que essa oficina pretende
abordar.
OF-02: OFICINA DE PAPEL RECICLADO Professora:
Maria do Socorro de Oliveira Evangelista (Departamento de Artes)
Número de Vagas: 20
Local/horário: Laboratório de Artes Plásticas, Departamento de Artes, quinta-
feira, 22 de maio, 14:00-18:00h.A oficina de papel reciclado tem como objetivo
a divulgação a importância da arte, educação ambiental e a prática de reciclar
na escola e na sociedade brasileira. No primeiro momento da oficina faremos
uma breve explanação teórica sobre a história do papel reciclado. No segundo
momento faremos uma demonstração prática do processo do papel artesanal
reciclado. A oficina contará com a colaboração dos alunos: Gibson Machado
Alves e Luiz de Siqueira Menezes Filho.
OF-3: TRABALHANDO COM TEXTOS JORNALÍSTICOS
ARGUMENTATIVOS EM SALA DE AULA Professora:
Ms. Maria do Carmo Fernandes Lopes (Departamento de Letras)
Ms. Sylvia Coutinho Abbott Galvão (Departamento de Letras)
Número de vagas: 40
Local/horário: Setor de aula V, Bloco G, sala 1; quinta-feira, 22 de maio, 14:00-
18:00h.
Público-alvo: professores de Língua Portuguesa da rede pública e privada (no ato da inscrição,
apresentar declaração do exercício da profissão, emitida por autoridade responsável pelo
estabelecimento de ensino).
Seguir as orientações dos PCNs, Língua Portuguesa, implica modificar as práticas de linguagem
estabelecidas sobre uma concepção abstrata de língua como objeto de estudo, por uma
concepção enunciativa, discursiva da língua, em que as condições de interlocução necessitam ser
consideradas como determinantes para seu estudo. Nesta oficina, serão realizadas atividades de
Anais XI Semana de Humanidades
267
leitura de textos argumentativos jornalísticos (artigo de opinião e editorial), numa concepção
enunciativa da linguagem, considerando-se a macroestrutura argumentativa dos textos
pertencentes aos gêneros selecionados e, principalmente, o seu quadro enunciativo-pragmático:
os traços da posição enunciativa do enunciador, a imagem do interlocutor, o lugar institucional e
o momento social de onde e quando se enuncia.
Anais XI Semana de Humanidades
EXPOSIÇÃO DE PAINÉIS: segunda-feira, 19 de maio, 13:30-17:00h, no Setor de Aulas
II.
. Os expositores de painéis serão professores, alunos e funcionários da UFRN. Os
expositores deverão fazer sua inscrição na sala 119 do CCHLA, de 14 de abril a 9 de maio,
sendo necessário apenas a apresentação do resumo em disquete e em papel (máximo 20
linhas de 75 toques, em Word, Times New Roman, 12). Incluir também: nome(s) do(s)
expositor(es) – máximo de dois –, nome(s) do(s) autor(es), vínculo com a instituição (se
aluno, professor ou funcionário), departamento, título do trabalho, email e telefone para
contato. (Ver modelo em anexo.)
. Os painéis deverão ser confeccionados em formato: aproximadamente altura: 1,20m;
largura: 0,90m. Os painéis serão afixados através de linhas de nylon com ganchos, presas à
parede. A instalação será feita pelo próprio expositor, com auxílio da coordenação, entre
12:30-13:30h, na segunda-feira, 20 de maio, no Setor de Aulas II. Os painéis serão
recolhidos pelos próprios expositores ao final da apresentação (17:00h). A lista de presença
será assinada no local com a entrega dos certificados.
ATENÇÃO: No caso de co-autoria, apenas autor(es) apresentador(es) – no máximo: dois! –
receberá(ão) certificado(s).
RESUMOS
P-01: AS MEMÓRIAS EM PIUM: UMA OUTRA HISTÓRIA Expositor/autor:
Adriene do Socorro Chagas.
(Aluna de graduação do curso de Ciências Sociais, bolsista CNPq)
adoraflink@hotmail.com
O presente trabalho é fruto de uma atividade de pesquisa em andamento na comunidade de
Pium, esta fica às margens do rio que lhe dá o nome, localizada no município de
Parnamirim. Através dos moradores mais antigos da comunidade, esse trabalho busca
recolher narrativas, histórias de vida, sobre um passado cuja história oficial não registrou,
resultando dessa maneira em uma outra história, a das vozes encobertas pelos considerados
grandes feitos históricos, a da história positivista. E por meio dessas narrativas realizar-se-á
uma reflexão sobre o tema da memória e sua relação com a questão da identidade, mais
especificamente, a identidade étnica no estado do Rio Grande do Norte. Conhecer essa
memória potiguar levar-nos-á a compreender sobremaneira o processo ideológico que as
permeiam, bem como o presente, desta vez de um modo crítico e mais participativo.
Anais XI Semana de Humanidades
270
P-02: A CONSTRUÇÃO DO MITO DA “INTENTONA COMUNISTA”
ATRAVÉS DA IMPRENSA POTIGUAR Autoras:
Alessandra de Melo Torres
(Graduanda do Departamento de História – UFRN)
alessatorres@hotmail.com
Silvana Carla da Silva
(Graduanda do Departamento de História – UFRN)
silcriativa@hotmail.com
Françoise Dominique Valéry (Professora. Drª. do Departamento de Arquitetura
– UFRN)
Expositoras:
Alessandra de Melo Torres
Silvana Carla da silva
O movimento denominado “Intentona Comunista” aconteceu no Rio Grande do Norte em
1935. Os militares, descontentes com a situação política do país, uniram-se aos movimentos
de oposição ao governo de Vargas, como o PCB. O movimento foi preparado para eclodir,
simultaneamente, em alguns estados brasileiros no dia 27 de novembro de 1935, porém, no
RN foi antecipado para o dia 23 do mesmo mês. Durante os quatro dias em que durou o
levante, o jornal “A República”, Diário Oficial do Estado, narrou passo a passo do que ia
acontecendo. O dito jornal abusou das palavras de caráter pejorativo e depreciativo para
acusar e acima de tudo criar uma imagem negativa e até diabólica dos comunistas. Neste
sentido, com base nos artigos coletados no jornal “A República”, referentes ao segundo
semestre de 1935, o presente trabalho procurará demonstrar o mito criado em torno dos
atuantes desse movimento, e repassado para a população local. Através desses artigos,
pode-se perceber com clareza, a real intenção dos jornalistas vinculados ao governo do
Estado, de transmitir uma imagem desqualificada dos participantes do movimento, bem
como a todos os opositores do governo. Dentre os vários adjetivos atribuídos aos
comunistas pelo referido jornal, tem-se: subversivos, rebeldes, desenfreados, perturbadores
da ordem e das famílias, clastas perversas e até mesmo, soldados satânicos. Assim, estava
criado o “mito do comunismo” entre a população, e o mais grave, uniu-se o significado de
comunismo à desordem e selvageria. A partir de então, as pessoas, muitas vezes mal
informadas, passaram a temer e repudiar o comunismo.
P-03: ÔNIBUS: NOVA TECNOLOGIA, NOVAS RELAÇÕES
INTERPESSOAIS Expositora/autora:
Aline Dantas de Araújo
(Graduanda do Depto. de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte – UFRN)
diaverde@mailbr.com.br
Expositor/autor:
Hélio Takashi Maciel de Farias
(Graduando do Depto. de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte – UFRN)
solar@nomade.br
Anais XI Semana de Humanidades
271
Orientadora:
Angela Lúcia de Araújo Ferreira
(Profa. Dra. do Depto. de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte – UFRN)
angela@ct.ufrn.br
As inovações técnicas que introduzem mudanças na estrutura urbana trazem novos hábitos
ao cotidiano da sociedade. Em Natal, até a década de 1950, o bonde foi o principal meio de
transporte coletivo. O ônibus surgiu, porém, como o substituto “moderno” dos velhos
carris. Esse painel pretende discutir o que as especificidades do seu funcionamento
provocaram, desencadeando e exigindo novos comportamentos dos citadinos, fossem eles
usuários – forçados a se acostumar com os novos preços, a velocidade acelerada e as filas
para abordagem e descida; ou os próprios funcionários das empresas – uma nova categoria
profissional que se formou e defrontou-se com a necessidade de aprender na prática como
lidar com as máquinas e com os passageiros. Tal situação, apresentada pela imprensa da
época, causou insatisfação entre o público, acidentes de trânsito (atropelamentos e colisões)
e de inúmeros conflitos interpessoais (de ofensas verbais a ameaças com armas brancas
direcionadas aos passageiros). Assim, com o intuito de melhorar os serviços prestados pelas
empresas de ônibus, foram promovidos “cursos de educação” para os funcionários,
contratou-se mulheres - supostamente mais gentis - para o posto de cobradoras, e foi
imposta, com maior rigidez, a fiscalização dos veículos e das atitudes dos motoristas. A
partir dos sucessos e falhas dessas tentativas, a categoria profissional recém constituída se
afirmou, destacando-se como uma nova protagonista dos “tempos modernos”. Do uso
adequado desta nova tecnologia dependeu a aceitação do ônibus pela população, um passo
importante para sua consolidação como transporte coletivo.
P-04: ARQUITETURA, URBANISMO E O MST: RESGATE DA
ASSESSORIA DO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA AO
MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA Expositoras/autoras:
Amadja Henrique Borges
(Professora do Departamento de Arquitetura – UFRN)
amadja@uol.com.br
Mariana Brito de Lima
(Aluna do Departamento de Arquitetura – UFRN)
malima49@yahoo.com
Empreendimentos que levem à Reforma Agrária podem se constituir em expressivos
desafios para nós, arquitetos e urbanistas, já que nos levam a questionar: qual a importância
do nosso saber para o mundo rural e suas perspectivas de atuação? E quanto à universidade,
num momento marcado por iniciativas que dêem retorno econômico diante do seu
sucateamento? O nosso saber específico nos leva a compreender que urge a reforma agrária
mas que é necessário que se planeje os novos assentamentos humanos dela decorrentes. As
possibilidades de nossa participação enquanto professores e alunos de arquitetura e
urbanismo de uma universidade pública se viabilizam no próprio desenho do habitat, de
suas casas, seus equipamentos e na interpretação espacial do vivido, dos sonhos e desejos
daqueles que vão habitar e trabalhar num novo local, com outras perspectivas. Este painel
resgata atividades do Departamento de Arquitetura da UFRN desenvolvidas junto ao
Anais XI Semana de Humanidades
272
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, desde 1994. Foram realizados
vários projetos e estudos, entre os quais os dos assentamentos Zabelê, Santa Teresinha,
Terra Trabalho e Liberdade, uma tese, filmes, dois trabalhos finais de graduação, projetos
arquitetônicos, como os do Centro de Formação em Ceará Mirim e da Sede do Movimento
em João Câmara. Este ano nosso projeto de extensão, que também conta com a participação
do Prof. Marcelo Tinôco, entre outros, visa desenvolver junto ao MST, uma experiência
piloto de construção e gestão de um habitat para o atual Acampamento Maria da Paz, em
João Câmara, estudando, também, novas formas de materiais alternativos, submetendo-as à
decisão dos assentados. Por outro lado, o resgate de todas as atividades já realizadas pelo
Departamento de Arquitetura fazem parte de nossa pesquisa “A Universidade e o MST”.
P-05: MST: HABITATS EM MOVIMENTO: TIPOLOGIAS DOS
HABITATS DO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS
SEM TERRA-MST EM SÃO PAULO E NO RIO GRANDE DO NORTE. Expositora/autora:
Amadja Henrique Borges
(Professora do Departamento de Arquitetura – UFRN)
amadja@uol.com.br
Colaboradora: Mariana Brito de Lima
(Aluna do Departamento de Arquitetura – UFRN)
malima49@yahoo.com
Este painel apresenta as tipologias dos habitats do MST, relacionando-as com as
necessidades específicas a esses assentamentos humanos. Ele foi montado a partir da tese
de doutorado da professora Amadja Henrique Borges, defendida em 10 de maio de 2002 na
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU – USP.
Como habitat, compreendemos o espaço da morada, de seus arredores, do acesso a
equipamentos e serviços de infra-estrutura básica e social. Nesses assentamentos, há três
tipologias específicas: as concentradas, com as famílias assentadas morando nas chamadas
“agrovilas”, próximas umas das outras, mas separadas de suas áreas de produção; as
dispersas, com as pessoas vivendo junto da produção, mas distantes dos equipamentos e da
vida coletiva; e as mistas, onde algumas moram nos lotes de moradia e outras no de
trabalho. Como necessidades específicas, compreendemos aquelas que atendem ao projeto
do Movimento e, ao mesmo tempo, à melhoria das condições de vida daqueles que vivem o
seu cotidiano no assentamento, assim como os seus projetos de vida.
A partir de uma pesquisa em 39 assentamentos dos dois estados, vimos que o concentrado é
o habitat mais adequado às necessidades específicas da organização e do trabalho, mas que
são, principalmente, as tradições culturais das origens dos grupos sociais envolvidos, ou o
seu vivido, que têm determinado as suas escolhas. Assim sendo, prevalece, em SP, os
habitats dispersos, cujos moradores chamam de “sítio” e, no RN, os concentrados, cujos
lotes de moradia são também conhecidos como “urbanos”. Como possível, apresentamos
caminhos da construção de futuros habitats que tratem dos conflitos existentes em cada
tipologia.
Anais XI Semana de Humanidades
273
P-06: O AMBIENTE DE MANGUE NO LIXÃO DO ROGER – JOÃO
PESSOA/PB Autor/ Expositor:
Ana Lucia do Nascimento Pereira
(Mestranda do Programa de Pós- Graduação em Geografia da UFRN)
O enfoque deste trabalho surge a partir do momento, onde o ser humano não encontra
soluções para o acondicionamento de seus resíduos indesejáveis explorados e descartados à
natureza, como é o caso da cidade de João Pessoa que absorve os dejetos de maneira
irregular, impedindo ou condicionando um forte impacto ao ambiente local, causando uma
paisagem assustadora no sentido humanitário para as pessoas que o têm como fonte de
renda, e provoca enormes desastres ao ecossistema de mangue, que se encontra em situação
de degradação. Nesse sentido procurou-se avaliar as condições ambientais do Lixão do
Roger, através da disposição, e seus espaços, enfatizando os tipos de resíduos depositados
neste ambiente de alta fragilidade, e também identificar locais que mais sofrem agressão
ambiental, em especial no manguezal. Buscou-se identificar a produção de lixo recebido
por toneladas no período de 1990 a 2002 neste lixão, analisando gráficos que demonstram
em sua maioria o crescimento de resíduos do tipo: domiciliar e acumulado. Uma melhor
qualidade ambiente do ecossistema “Manguezal” do Lixão do Róger passa por mudanças
de comportamento e de educação ambiental, assim como de ações dos poderes públicos.
P-07: PRESENÇA DA LITERATURA ORAL EM CLÃ DO JABUTI, DE
MÁRIO DE ANDRADE Autora/Expositora:
Ana Rosa de Mendonça Nunes
Graduanda do Depto. De Letras, UFRN
ahrosa21@yahoo.com.br
Orientaor:
Humberto Hermenegildo de Araújo
Prof. Dr. do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem, UFRN
Levantamento de dados acerca das marcas da Literatura Oral nos poemas do livro Clã do
Jabuti (1927), de Mário de Andrade, objetivando o estabelecimento de uma relação entre a
moderna poesia brasileira e aquela literatura, por meio da identificação de registros de
textos orais em poemas publicados. A partir da leitura da obra, e após uma análise com
fundamentação teórica em material da teoria literária e da Literatura Comparada associada
à História da Literatura Brasileira, procedeu-se o levantamento de dados já explicitado,
concomitante a uma reflexão acerca do programa modernista, relacionando-o à prática do
texto literário de Mário de Andrade e dos mais importantes poetas do Modernismo
nacional. Os registros da oralidade estão representados nas formas de trechos de cantigas,
lendas e mitos; provérbios, quadrinhas, músicas populares e termos lingüísticos, que
aparecem sob a forma de citação direta ou indireta em 7 dos 22 poemas que compõem o
livro Clã do Jabuti. Esse resultado, que indica uma tendência presente em outros livros
publicados na mesma década, mantém o já tradicional diálogo entre o sistema literário
brasileiro e o sistema da cultura oral brasileira. A importância de se estudar esta relação
reside na necessidade de se demonstrar como as formas da oralidade se constituíram como
um dos alicerces das fontes de pesquisa da poesia modernista da década de 20, e se
integraram à forma literária escrita. Clã do Jabuti torna possível o estabelecimento de uma
Anais XI Semana de Humanidades
274
relação entre a literatura oral e a moderna literatura brasileira, aprofundando as indicações
programáticas do Modernismo, e dando um sentido poético à brasilidade procurada sem a
necessidade de seguir ao pé da letra as referidas indicações.
P-08: EDUCAÇÃO CORPORATIVA E ENSINO SUPERIOR: UMA
REFLEXÃO INICIAL. Expositora/autora:
Anadir Pessoa Cavalcante Gomes
(Professora do Curso de Pedagogia – Universidade Potiguar)
andir@unp.br
A Sociedade do Conhecimento vem impondo às instituições uma mudança de postura,
mediante seus trabalhadores. O patrimônio de maior valor das empresas não é mais os seus
bens tangíveis, mas sim o conhecimento. Diante desse novo paradigma de sociedade
proliferam nas universidades, cursos, cujo currículo baseia-se nos moldes da globalização
econômica, no menor tempo de escolarização possível e nos critérios de qualidade definido
pelas grandes empresas. Essa parceria, universidade–empresa vem consolidando, no Ensino
Superior brasileiro, a realidade americana da modalidade Educação
Corporativa\Universidade Corporativa. O presente trabalho tem como objetivo apresentar
um pouco das reflexões, ainda preliminares, que estamos fazendo sobre a temática
Educação Corporativa e Magistério Superior. As nossas reflexões são frutos de uma
pesquisa bibliográfica que estamos realizando e que tem nos ajudado a conhecer de forma
sistemática, o tema em investigação. Até o presente momento temos podido constatar que
dos quatro elementos (aluno, professor, conteúdo, instituição) do processo ensino
aprendizagem, apontado por Moreira (1997) como de fundamentais importância para
melhoria do ensino superior, os elementos instituição e conteúdo, parecem protagonizar a
educação corporativa. As reflexões feitas até o momento, como já dissemos, são iniciais,
porém em consonância com o processo de profissionalização do magistério superior,
processo ainda não considerado pela modalidade Educação Corporativa.
P-09: ENCONTRO DE EDUCAÇÃO DE CANGUARETAMA: UMA
EXPERIÊNCIA DE SUCESSO Autoras/Expositoras:
Anadir Pessoa Cavalcante Gomes
anadir@unp.br
(Professora do curso de Pedagogia – UnP)
Maria da Piedade Pereira de Souza
piesinha@bol.com.br
(Estudante do curso de Pedagogia – bolsista do PROBIC / UnP)
Este trabalho apresenta uma experiência realizada na cidade de canguaretama – RN,
quando na prática pedagógica II, do curso de pedagogia da UnP, foi preciso desenvolver
um projeto de intervenção. Canguaretama foi o município escolhido para realização do
mesmo, tendo em vista a necessidade de atualização e carência de qualificação profissional,
dos professores locais. Sistematicamente há três anos, vem se realizando o Encontro de
Educação de Canguaretama, trazendo temáticas como: educação: Em busca de novas
maneiras de ensinar e aprender, Docência uma ação de ludicidade, Gestão participativa:
Uma quebra de paradigma na escola, desenvolvidos a partir de: oficinas, palestras,
minicursos, aula de campo, comunicações orais, painéis e mesas redondas, ministrados por
Anais XI Semana de Humanidades
275
professores e alunos das instituições universitárias do RN. Professores dos mais diversos
municípios do RN têm participado, aumentando relativamente o número de participantes a
cada encontro. A experiência vem se desenvolvendo com êxito e responsabilidade, por isso
é importante continuar contribuindo para o crescimento e desenvolvimento do sistema
educacional brasileiro, em particular da cidade de Canguaretama, uma vez que a educação é
considerada o maior patrimônio de um povo.
P-10: BALANÇO DO NEOLIBERALISMO Apresentadoras/autoras:
Anna Karollyne Ferreira Lopes
Cáthia Alessandra Varela Athaíde
(Alunas do Curso de Graduação em Serviço Social – UFRN)
karollynel@bol.com.br
O Neoliberalismo torna-se ideologia dominante numa época em que os EUA detêm a
hegemonia exclusiva do planeta. É uma ideologia que procura responder à crise do estado
nacional ocasionada de interligação crescente das economias das nações industrializadas
por meio do comércio e das novas tecnologias. Enquanto o liberalismo clássico, da época
da burguesia nascente, propôs os direitos do homem e do cidadão, entre os quais, o direito à
educação, o neoliberalismo enfatiza mais direitos do consumidor do que as liberdades
públicas e democráticas e contesta a participação do estado no amparo aos direitos sociais.
Representa uma regressão do campo social e político e corresponde a um mundo em que o
senso social e a solidariedade atravessam uma grande crise. É uma ideologia
neoconservadora social e política, por isso afina-se facilmente com a sociedade
administrada dos chamados países avançados, em que o cidadão foi reduzido a mero
consumidor, e cresce no Brasil e em outros países da América Latina, vinculando-se à
cultura política predominantemente conservadora. O neoliberalismo parte do pressuposto
de que a economia internacional é auto-regulável, capaz de vencer as crises e,
progressivamente, distribuir benefícios pela aldeia global, sem a necessidade de intervenção
do Estado. Enquanto o liberalismo tinha por base o indivíduo, o neoliberalismo está na base
das atividades do FMI, do Banco Mundial, dos grandes conglomerados e das corporações
internacionais. A liberdade que postula é a liberdade econômica das grandes organizações,
desprovida do conteúdo político democrático proposto pelo liberalismo clássico.
P-11: O ESPIRITO DA COISA: UMA ANÁLISE SOCIOLOGICA DA
CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES ATRAVÉS DO CONSUMO. Autora/Expositora:
Anna Paola de Oliveira
(Mestranda do Programa de Pós-Graduação em ciências Sociais – UFRN)
Orientador:
Edmilson Lopes Junior
(Professor do Departamento de Ciências Sociais – UFRN)
O objetivo deste trabalho foi verificar os dispositivos por meio dos quais os moradores de
uma rua localizada na periferia de Campina Grande, PB, se identificam socialmente. Para
tanto, realizamos um levantamento bibliográfico, seguido de uma observação observadora e
realização de entrevistas semi-estruturadas em torno de temas chaves. O consumo se
destacou como um dos dispositivos fundamentais que asseguram a identidade social do
grupo. Pois este é um dispositivo por meio do qual os indivíduos se pensam e pensam suas
Anais XI Semana de Humanidades
276
relações sociais, comunicam-se, concedem status, criam novas formas de ação, ou seja,
mais do que nunca, o consumo esta amarrado a uma teia de significados culturais na qual os
próprios indivíduos tecem suas impressões, destacando tal consumo como um recurso para
se pensar a instável ordem social, as interações incertas ou as afinidades com os demais.
Estes foram os resultados parciais que obtivemos até este momento da pesquisa.
P-12: CINAS DE LINGUAGEM – UMA EXPERIÊNCIA BEM-
SUCEDIDA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO RIO
GRANDE DO NORTE Autoras/Expositora:
Arlene Isabel Venâncio de Souza.
(Mestranda em Literatura Comparada do Departamento de Letras – UFRN).
arleneisabel@bol.com.br
Marly Rocha Medeiros de Vargas
(Mestre em Educação – UFRN e Coordenadora das Oficinas de Linguagem na
SECD/RN)
marly.consultoria@bol.com.br
O Presente resumo se pretende ao relato das experiências que compuseram os 10 (dez) anos
de implantação das Oficinas de Linguagem nas escolas estaduais do Rio Grande do Norte,
além de 3 (três) instituições voltadas para Educação Inclusiva, experiências essas
configuradoras de avanço na esfera da Educação Especial do nosso Estado, tendo em vista
a transformação por que passou o serviço de atendimento à criança e ao jovem portadores
de dificuldades de linguagem, precisamente no que tange aos aspectos fonoarticulatórios,
com reflexos sobretudo na escrita. As Oficinas de Linguagem emergiram em consonância
com os novos postulados delineados pela Subcoordenadoria de Educação Especial – Órgão
integrante da SECD/RN, trazendo, na base de sua proposta, mudanças de caráter não
apenas terminológico, mas filosófico, teórico e metodológico.
P-13: DIREITO FORÇA E PODER: PROTEÇÃO INTERNACIONAL
DE DIREITOS HUMANOS Expositores/autores:
ARMANDO MOURY FERNANDES
CÁRMEN CELESTE C. C. DE ALBUQUERQUE
Co-autor: ÉRICA CARVALHO
(Alunos do 2º ano de Direito – FARN/FAL)
c.canti@bol.com.br
Orientadores:
Profº Esp.CLAUDOMIRO BATISTA DE OLIVEIRA JÚNIOR
Profª Ms.SARA ANDRADE
Profº Dr.CARLOS ALBERTO NICOLETTI DA SILVA
Esta pesquisa tem o enfoque na proteção internacional de Direitos Humanos.
Demonstrando que os direitos considerados como fundamentais em determinada época são
definidos em função das evoluções históricas. O tema da Revolução Francesa: liberdade,
igualdade e fraternidade, inspirou a evolução histórica das três gerações de direitos
humanos. A idéia da primeira geração tinha como objetivo impor limites ao Estado. As
transformações sociais foram base da segunda geração. Os massacres ocorridos, durante a
Anais XI Semana de Humanidades
277
Segunda Guerra Mundial, nos campos de concentração e o lançamento das bombas em
Hiroshima e Nagasaki, acarretaram a necessidade da paz, formando a terceira geração. Com
Carta de São Francisco, os direitos foram internacionalizados, e fundada a Organização das
Nações Unidas. Existe uma grande polêmica sobre o status dos prisioneiros de guerra do
Al-qaeda e do Talebã presos pelos Estados Unidos na guerra contra o terrorismo, e levados
à base de Guantánamo. O tratamento dispensado a estes prisioneiros pode ir de encontro às
a convenção de Genebra em 1949. A fase de responsabilidade individual dos crimes de
guerra e com a implantação do Tribunal Penal Internacional pela Organização das Nações
Unidas, dirigido para julgar os responsáveis pelas violações à convenção de Genebra,
ocorridos na anterior Iugoslávia e Ruanda. O julgamento do ex-presidente iugoslavo
Slobodan Milosevic é visto como um teste para as leis e instituições legais internacionais.
Portanto, a garantia e a promoção dos direitos humanos são peças fundamentais para a
obtenção do Estado de Direito, e consequentemente a paz. É por meio destes direitos que na
evolução histórica são alcançadas as formas de defesa da humanidade.
P-14: A DINÂMICA DA EXCLUSÃO SOCIAL: O CASO DE MÃE
LUIZA. Expositores:
Artemísia da Silva Lucena.
(Graduanda do Curso de Serviço Social – UFRN).
ninhalucena@yahoo.com.br
Nuara de Sousa Aguiar.
(Graduanda do Curso de Serviço Social – UFRN).
nuara_aguiar@hotmail.com
Autores:
Artemísia da Silva Lucena
Francilene Soares de Medeiros
Janne Celly Tibúrcio de Medeiros
Nuara de Sousa Aguiar
Raíssa Pinto Cardoso
O bairro de Mãe Luiza, localizado na Zona Leste de Natal, deixou de ser considerado
favela desde a década de 60. No entanto, tal mudança, que se baseia em fatores como
crescimento populacional, infra-estrutura e objetivos políticos tendem a mistificar o
verdadeiro contexto de exclusão social do bairro. Porém, simplesmente dizer que sua
população é excluída, é insuficiente para explicar a realidade, visto que esta é complexa e
composta por vários meandros, os quais constituem-se vias de interpretação. O próprio
termo exclusão social é digno de considerações mais aprofundadas, pois até em sua
conceituação há divergências. Paugam (1996), por exemplo, admite ser um termo ainda
contraditório e que abarca em seu universo preocupações, tais como precariedade do
emprego, ausência de qualificação suficiente, incerteza do futuro. Já Castel (1997)
conceitua a exclusão como sendo um processo de marginalização decorrente de uma
deficitária integração no âmbito do trabalho, da moradia, da educação e da cultura e que
tem como causa a desagregação das proteções ligadas ao trabalho, o que, por conseguinte,
gera condições salariais, as quais não permitem a participação nos circuitos vivos de trocas
sociais, por parte da população excluída. Sendo assim, o painel analisa o bairro de Mãe
Luiza buscando caracterizar como se comporta sua dinâmica de exclusão social; de que
Anais XI Semana de Humanidades
278
forma a categoria trabalho relaciona-se com tal fenômeno; qual a postura da população
diante do seu contexto sócio-econômico, político e cultural e quais têm sido as estratégias
de sobrevivência por ela desenvolvida; além de pontuar os fatores que colaboraram para a
amenização da exclusão social naquela comunidade.
P-15: PERFIL DOS USUÁRIOS DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA
APLICADA – SEPA, DA UFRN Expositores:
Beatriz Furtado Lima
(Aluna do Departamento de Psicologia – UFRN)
Larissa Maria Gomes de Carvalho
(Aluna do Departamento de Psicologia – UFRN)
ilaris@bol.com.br
Autores:
Beatriz Furtado Lima beatrizlima@digizap.com.br
Karin Juliane Duvoisin Bulik kakibulik@lycos.com
Larissa Maria Gomes de Carvalho ilaris@bol.com.br
(Alunas do curso de Psicologia – UFRN)
Orientador:
Prof. Francisco de Assis Medeiros da Silva
(Professor do Departamento de Estatística da UFRN)
A Psicologia dispõe de uma gama de possibilidades de atuação no mercado. Entretanto,
onde seu trabalho mais se destaca é na área clínica. O SEPA, Serviço de Psicologia
Aplicada da UFRN, além de funcionar como uma clínica escola, abrindo oportunidade de
experiência para os graduandos da área, também contribui facilitando e ampliando o acesso
da população a um tratamento psicoterápico. O trabalho tem como objetivo traçar o perfil
das pessoas que procuram o SEPA, focalizando, principalmente, os motivos que levam
cada uma a buscar o atendimento psicológico. Utilizou-se os dados extraídos dos arquivos
do SEPA, a partir de um formulário restrito às questões mais relevantes do objetivo
proposto como data de nascimento, sexo, profissão, estado civil, razão da procura, entre
outros, relativos ao ano de 2000, quando foram registrados 867 atendimentos. Desses,
devido à grande diversidade de motivos encontrados, foram abordados apenas os 10 que
mais se destacaram, os quais são: agressividade, depressão, queixas relativas à área escolar,
ansiedade, dificuldade de aprendizagem, choro fácil, nervosismo, dificuldade de
relacionamento pessoal, agitação e rebeldia. Observou-se que há uma considerável
correlação entre os motivos e as características das pessoas. Com isso, é possível se
vislumbrar o tipo de cliente que aguarda o psicólogo clínico no mercado de trabalho, bem
como se ter uma melhor idéia de suas necessidades e o que os leva a procurar a
psicoterapia.
P-16: QUEIXAS ESCOLARES: COMO PERCEBEM E ATUAM OS
PSICÓLOGOS CLÍNICOS EM NATAL Expositores:
Beatriz Furtado Lima
(Aluna do Departamento de Psicologia – UFRN)
Maria Christina Santos Barker
(Aluna do Departamento de Psicologia – UFRN)
Anais XI Semana de Humanidades
279
Autores:
Beatriz Furtado Lima
Domiciano C. Aguiar Filho
Luiz Pereira da Silva Neto
Maria Christina Santos Barker
(Alunos do Curso de Psicologia da UFRN)
Orientador:
Prof. Márcio Capriglione
(Professor do Departamento de Psicologia - UFRN)
Atualmente, muitos problemas escolares estão sendo encaminhados para os psicólogos.
Algumas escolas já possuem na sua equipe um psicólogo escolar. No entanto, no caso das
instituições escolares da rede pública de Natal, nas quais não há psicólogo escolar, as
queixas são tratadas com o encaminhamento dos alunos à psicoterapia clínica individual.
Nosso trabalho teve como objetivo conhecer as principais razões e queixas que levam
alunos do ciclo básico a serem encaminhados a psicólogos, bem como analisar como tem
sido a atuação destes frente a essas questões. Escolhemos como amostra, entrevistar as
psicólogas do SEPA (Serviço de Psicologia Aplicada da UFRN) que recebem alunos do
ciclo básico da rede pública de ensino de Natal encaminhados por motivo de queixa
escolar. As perguntas focalizaram questões sobre as queixas escolares, os tipos de
intervenção e atuação dessas profissionais em relação às queixas. Segundo as entrevistadas,
as queixas escolares mais freqüentes são: dificuldades de aprendizagem e concentração,
agressividade, hiperatividade, baixo rendimento escolar, ansiedade, dificuldades de
relacionamento com professores e colegas, bem como problemas de adaptação à escola.
Percebemos que essas psicólogas consideram as queixas escolares, em geral, como sendo
sintomas de outras causas emocionais e pessoais de cada criança, dando pouca importância
ao contexto escolar. Consideramos que tal procedimento pode impedir que se investigue a
fundo a dinâmica e metodologia da própria escola e que se busque e encontre outras
alternativas para ajudar esses alunos a superarem seus problemas escolares.
P-17: SUICÍDIO: PROBLEMA SOCIAL E DE SAÚDE PÚBLICA.UM
LEVANTAMENTO QUANTITATIVO NO SCIELO. Autores:
Beethoven Hortencio Rodrigues da Costa
Elza Maria do Socorro Dutra
Laiane Cunha da Costa
Expositores:
Beethoven Hortencio Rodrigues da Costa
Laiane Cunha da Costa
(Alunos do Curso de Psicologia – UFRN)
beethovenhrc@yahoo.com.br
Por Platão, Aristóteles, Hume, Kant, Camus e Durkheim, o suicídio foi abordado de várias
maneiras. Entretanto, constata-se que ainda há poucas pesquisas sobre o assunto. Isto ficou
evidente em uma pesquisa que realizamos no site do Scielo, The Scientific Electronic
Library Online - SciELO especificamente nos periódicos de Ciências Humanas, em número
de dezessete, nos últimos cinco anos, foi encontrado um único artigo: POZ, João
Dal.Crônica de uma morte anunciada: do suicídio entre os Sorowaha.
Rev.Antropol.,2000,vol.43, no.1, p.89-144.ISSN 0034-7701. Considerando que em alguns
Anais XI Semana de Humanidades
280
países, o suicídio é um problema de saúde pública, também foram pesquisados periódicos
por assunto de saúde púbica, sendo encontrados doze artigos. Portanto, vê-se a necessidade
de abordar esse tema diretamente relacionado ao sofrimento psíquico, consistindo num
problema social e de saúde pública. Desses artigos, dois são do periódico Salud pública
México, quatro da Revista de Saúde Pública e seis do Caderno de Saúde Pública, nos quais,
são estudados por exemplo: a epidemiologia da intoxicação aguda por inseticidas, ideação
suicida e características associadas em mulheres adolescentes, variações sazonais do
suicídio. A informação científica é necessária para o conhecimento e resolução desse
problema, por isso deve ser disseminada em congressos, artigos, etc; onde se deve ter como
primordial que o suicídio é multideterminado, isto é, ele não pode ser atribuído ou
justificado por uma única causa. O suicídio é a combinação de fatores biológicos,
emocionais, sócio-culturais, filosóficos e religiosos que, culminam numa manifestação
exacerbada contra si mesmo.
P-18: ASPIRAÇÕES PROFISSIONAIS DE ADOLESCENTES DA
CIDADE DO NATAL – UM ESTUDO COMPARATIVO Expositores:
Bianca Tavares Rangel
Renata Maria Santos de Oliveira
(Alunas do Curso de Psicologia – UFRN)
bibatar@bol.com.br
Autores:
Andrezza Silva do Amaral; Ariane Cristiny da Silva Fernandes; Bianca Tavares
Rangel; Larissa Maria Gomes de Carvalho; Renata Maria Santos de Oliveira;
Rodrigo Tavares Pinheiro de Medeiros; Syméia Simião da Rocha; Vera Maria
de Castro Saraiva.
Orientadora/Monitora:
Drª. Clara M. Melo Santos
Rosângela Barros
(Professoras do Departamento de Psicologia – UFRN)
A escolha profissional é considerada um tema central da adolescência, permeado por
conflitos e influenciado por fatores biopsicossociais, marcando a inserção do jovem no
“mundo adulto”. Assim, desenvolveu-se um estudo comparativo entre adolescentes,
estudantes de escola pública localizada em bairro da periferia da cidade de Natal/RN e
estudantes de escola particular de bairro da classe média alta deste município, buscando
identificar diferenças e/ou semelhanças quanto aos aspectos relacionados às aspirações
profissionais. Utilizou-se questionário com perguntas abertas, aplicado nas próprias
instalações escolares. Entrevistaram-se 68 adolescentes, com faixa etária entre 15 e 19
anos: 36 estudantes de escola pública (17 meninos e 19 meninas) e 32 de escola particular
(16 de cada sexo). Além das aspirações profissionais investigou-se outros aspectos: os
motivos que os levaram a essa escolha, influências recebidas, se diante de uma nova
possibilidade eles mudariam suas escolhas e o que achariam necessário fazer para alcançar
seus objetivos. Observou-se que, enquanto 97% dos adolescentes da escola particular
almejam profissões que exigem curso superior, apenas 39% dos pertencentes à escola
pública apresentam esta opção. No plano hipotético, verifica-se que, entre os adolescentes
da escola pública, a percentagem para curso superior conserva-se, enquanto que, para os da
escola particular, esta percentagem diminui para 75%. Entre os motivos alegados para a
Anais XI Semana de Humanidades
281
escolha profissional, o caráter afetivo tende a prevalecer tanto no plano real como no
hipotético entre os dois grupos pesquisados. Quanto às influências recebidas pelos jovens
na sua escolha profissional, percebeu-se que, o fator “realização pessoal/identificação”
tende a predominar nos dois grupos estudados. Foi possível verificar com a pesquisa que o
meio social ao qual pertencem os adolescentes pode interferir no processo de escolha e
aspiração profissional destes.
P-19: A DINÂMICA NA FORMAÇÃO DE COALIZÕES: O CASO DA
UNIDADE POPULAR NO RN Autor/Expositor:
Bruno Cesário de Oliveira
(Mestrando do Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais)
brunoliveira@hotmail.com
Orientadora:
Ilza Araújo Leão de Andrade
O presente trabalho investiga o processo de formação de coalizões no plano estadual
brasileiro. Realizamos um estudo de caso acerca da coalizão Unidade Popular, grupo
liderado pelo PMDB no estado do Rio Grande do Norte e ocupante do governo estadual de
1995 a 2002. A expansão da Unidade Popular no Rio Grande do Norte e sua subseqüente
redução, cobrindo particularmente o período citado, é objeto central do levantamento
realizado, onde adotamos a perspectiva da teoria de coalizões desenvolvida por William
Riker, que procura analisar como a formação de coalizões se dá em contextos de elevado
uso de patronagem como recurso de poder político. O trabalho defende a hipótese de que a
incerteza em relação ao pleito de 2002 impulsionou tentativas de expansão da coalizão que,
por sua vez, foram determinantes para sua subseqüente redução. Assim, demonstramos
através de dados eleitorais, bem como dados relativos à migração partidária, comparando
diversos momentos da história política recente do RN, como se deu esse processo no estado
do Rio Grande do Norte.
P-20: 1904 E 1958: A SECA NO DISCURSO DE MODERNIZAÇÃO DA
CIDADE DO NATAL. Expositora/autora:
Caliane Christie Oliveira de Almeida Silva
(Graduanda do Curso de Arquitetura e Urbanismo, Bolsista PPPg, Base de
Pesquisa Estudos do Habitat do Depto. de Arquitetura – UFRN)
ane_arq@yahoo.com.br
Expositor/autor:
Francisco da Rocha Bezerra Junior
(Graduando do Curso de Arquitetura e Urbanismo, Bolsa Cnpq, Base de
Pesquisa Estudos do Habitat do Depto. de Arquitetura – UFRN)
chicojr9@hotmail.com
Anais XI Semana de Humanidades
282
Orientadora:
Angela Lúcia de Araújo Ferreira
(Profa. Dra. do Depto. de Arquitetura e Urbanismo – UFRN)
angela@ct.ufrn.br
A história da seca é marcada por discursos que representam interesses políticos e
econômicos concretizados, na maioria das vezes, em ações imediatistas e emergenciais. As
secas de 1904 e 1958 ocorridas no estado do RN, porém, resultaram em discursos que
propunham ações distintas, em que se percebe uma maior preocupação com questões
referentes à modernização da capital. É objetivo deste painel estabelecer um paralelo entre
essas duas secas, demonstrando as preocupações e as ações conseguintes dos governantes
que resultaram em transformações em sua estrutura urbana. Em 1904, isso se traduzia em
propostas e realizações pautadas por ideários higienistas, justificadas pelo agravamento das
“condições sanitárias” exacerbadas pela presença de grande número de retirantes à procura
de condições mínimas de trabalho e moradia na cidade, no entanto, os recursos eram
direcionados para melhoramento do porto, calçamento e “aformoseamento” do seu espaço
urbano, caracterizando a Belle Époque natalense. Em 1958, os projetos resultaram no
crescimento físico-espacial da cidade e foram justificados por prepará-la para a
industrialização, procurando substituir as velhas atuações de caráter imediatista, por
medidas mais sociais dentro da política desenvolvimentista vigente no país. Em ambas as
secas, a aplicação dos recursos federais e a utilização da mão-de-obra migrante se deram
em das melhorias na infra-estrutura da cidade e de sua modernização urbana. Tais atitudes e
discursos refletiam, nesses dois momentos, o desejo das elites políticas em transformar
Natal numa capital, sobretudo “moderna”, como a dos grandes centros europeus.
P-21: A INFLUÊNCIA DOS ESTÁGIOS PROFISSIONAIS NO
PROCESSO DE ANSIEDADE EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA Expositoras:
Camomila Lira Ferreira
(Aluna do Departamento de Psicologia – UFRN)
Carolina Monte Lague
(Aluna do Departamento de Psicologia – UFRN)
Autoras:
Camomila Lira Ferreira
mila.psi@zipmail.com.br
Carolina Monte Lague
keica2@yahoo.com.br
(Alunas do Departamento de Psicologia – UFRN)
Orientadoras:
Eulália Maria Chaves Maia
emcmaia@ufrnet.br
Neuciane Gomes da Silva
neuciane@ufrnet.br
(Professoras do Departamento de Psicologia – UFRN)
Anais XI Semana de Humanidades
283
Katie Moraes de Almondes
(Doutoranda da Psicobiologia – UFRN)
katiepsi@zipmail.com.br
A ansiedade é um sinal de alerta que impulsiona o indivíduo a uma resposta adaptativa
frente a situações novas. Os estudantes do 5º ano de Psicologia da UFRN têm que realizar
estágio curricular em uma das áreas de atuação em psicologia, cumprir demandas
acadêmicas e horários exigidos pelas instituições onde estagiam - situações novas e
desafiadoras. Assim, objetivou-se avaliar os escores de traço e estado de ansiedade desses
estudantes. A amostra constituiu-se por 24 alunos do 5º ano de Psicologia, com idade média
de 25,754,47 anos, que estavam realizando estágios nas áreas clínica, hospitalar, escolar e
organizacional. Utilizou-se uma ficha de identificação e um Inventário de Ansiedade Traço-
Estado (IDATE). Os resultados mostraram que os valores médios dos escores de traço e
estado de ansiedade foram de 46,3311,07 e 47,679,10, respectivamente. Verificou-se,
ainda, que os escores de traço e estado de ansiedade hospitalar e clínica foram os mais
significativos: em hospitalar, 48,259,25 e 50,758,88, respectivamente e, em clínica,
43,6412,46 e 46,828,80, respectivamente. Assim, percebe-se que a situação de estágio é
ansiogênica e que os estagiários de hospitalar, em especial, apresentam maiores escores de
estado e traço de ansiedade, sugerindo que eles estão em situação de estresse, pois, além
das demandas acadêmicas e dos estágios, ainda convivem com os fatores ansiogênicos
enfermidade, dor e morte. Cabe uma reflexão sobre as conseqüências negativas da
ansiedade, visto que os fatores ansiogênicos reduzem a atenção e concentração.
P-22: PADRÃO DO CICLO SONO VIGÍLIA EM ESTUDANTES DE
PSICOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO
NORTE: A INFLUÊNCIA DOS ESTÁGIOS PROFISSIONAIS, DOS
HORÁRIOS E DAS DEMANDAS ACADÊMICAS.
Expositoras:
Camomila Lira Ferreira
(Aluna do Departamento de Psicologia – Universidade Federal do Rio Grande do Norte -
UFRN)
Carolina Monte Lague
(Aluna do Departamento de Psicologia – UFRN)
Autoras:
Camomila Lira Ferreira
mila.psi@zipmail.com.br
Carolina Monte Lague
keica2@yahoo.com.br
(Alunas do Departamento de Psicologia – UFRN)
Orientadoras:
Eulália Maria Chaves Maia
emcmaia@ufrnet.br
Anais XI Semana de Humanidades
284
Neuciane Gomes da Silva
neuciane@ufrnet.br
(Professoras do Departamento de Psicologia – UFRN)
Katie Moraes de Almondes
(Doutoranda da Psicobiologia – UFRN)
katiepsi@zipmail.com.br
Estudos demonstram que horários escolares, demandas acadêmicas e plantões profissionais
relacionam-se com privação de sono e baixo desempenho acadêmico, trazendo
conseqüências negativas para a saúde. Assim, objetivou-se verificar o padrão de sono-
vigília de estudantes de Psicologia do 5° ano da UFRN. Além das demandas acadêmicas e
dos horários escolares (irregulares), eles cumprem as exigências e horários das instituições
(horários de trabalho flexíveis) nas quais estão desenvolvendo seus estágios curriculares. A
amostra constituiu-se por 16 alunos do 5º ano de Psicologia, com idade média de 26,54,95
anos. Observou-se que, durante a semana, em média, os estudantes dormiam às
23h51min00h40min e acordavam às 07h08min1h00min, tendo uma duração de sono de
07h03min1h13min. Durante os finais de semana, os estudantes dormiam às
24h54min1h37min e acordavam às 08h38min1h22min, com uma duração de sono de
07h38min1h12min. Os estudantes da amostra apresentam um padrão de sono e vigília
caracterizado por horários tardios de início e fim de sono e deslocamento de fases, sem
redução significativa na duração de sono, tanto na semana quanto no fim de semana,
sugerindo que não há privação de sono. Esses resultados indicam que apesar do 5º ano ser
um momento de densas demandas acadêmicas, de estágios e de horários sobrecarregados,
os estudantes têm uma flexibilidade na distribuição dessas exigências ao longo do dia sem
prejudicar a sua duração de sono e sem ocasionar privação de sono.
P-23: PSICOLOGIA EDUCACIONAL EM UMA CRECHE
FILANTRÓPICA: PERSPECTIVAS DE DIAGNÓSTICO E
INTERVENÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Autoras/expositoras:
Cássia Lidianne Medeiros Dantas
Tasia Pereira de Moura
Alunas do Departamento de Psicologia/UFRN
E-mail: fpsicossoma@bol.com.br
Telefone para contato: 2066766
Co-autor:
Périsson Dantas do Nascimento
Mestrando em Psicologia/UFRN, Supervisor do Projeto
Com a crescente inserção feminina no mercado de trabalho, aumenta também a exigência
de opções de cuidados alternativos para bebês e crianças pequenas. Assim, a creche surge
como instituição caracterizada por um trabalho assistencial e custodial, que objetiva
integrar um trabalho educativo com objetivo de promover a o cuidado e a formação da
criança. A instituição apresentada nesse trabalho atende 95 crianças de 3 a 7 anos, oriundas
de famílias de baixa renda, sendo responsável por um trabalho educacional filantrópico.
Anais XI Semana de Humanidades
285
Visando delimitar o foco da intervenção, foi realizada uma pesquisa de diagnóstico
institucional, coletando dados sobre seu histórico, estrutura e funcionamento por meio de
observações do cotidiano escolar, entrevistas com os pais, direção e instrutores, e pesquisa
documental. Temos a intenção de apresentar os resultados desse processo de investigação,
que apontou como pontos significativos: a necessidade de atualização das metodologias e
filosofias de trabalho; pouco envolvimento dos pais no cotidiano escolar dos filhos e a falta
de espaços de trabalho lúdico dirigido com os alunos. A partir desses dados, estamos
desenvolvendo nossa intervenção em três eixos: 1) capacitação das monitoras, por meio de
dinâmicas de grupo, discussões e palestras sobre educação infantil, desenvolvimento
cognitivo e emocional e relações interpessoais; 2) montagem de brinquedoteca para a
potencialização do espaço lúdico para as crianças na instituição e 3) trabalho com os pais,
visando discutir temas voltados para a educação infantil e o comprometimento da família
com o desenvolvimento das crianças, tanto no aspecto cognitivo, quanto afetivo.
P-24: CIÊNCIAS DA SAÚDE NO SCIELO: UM LEVANTAMENTO
QUANTITATIVO DE ESTUDOS SOBRE O SUICÍDIO. Autores:
Cinthya de Oliveira Borja
Cíntia Gouveia Costa
Leonardo Cavalcante de Araújo Mello
Tatiana Minchoni
Luciana Paixão de Cunha Pessoa
Sheila Kaionara Ferreira do Rêgo
(Alunos de Iniciação Científica do Curso de Psicologia/UFRN)
Elza Dutra
Profa. Dra. do PpgPsi/UFRN
Expositores:
Cinthya de Oliveira Borja
Cíntia Gouveia Costa
(alunas de graduação do curso de Psicologia – UFRN)
cinthyab@ig.com.br
gc.cint@bol.com.br
O suicídio é uma das principais causas de mortes no mundo e é uma questão de saúde
pública, pois o aumento da sua ocorrência indica um adoecimento da população. No
entanto esse tema ainda é cercado de mitos e preconceitos, o que dificulta os estudos sobre
esse fenômeno. Na tentativa de ampliar o conhecimento sobre essa temática, este estudo
objetivou verificar, na livraria on-line Scielo, na área de Ciências da Saúde, a quantidade de
publicações que têm como objeto de estudo, o suicídio. Para isso, foi feito um levantamento
quantitativo do número de publicações sobre o suicídio, nos periódicos divulgados no
Scielo, na referida área, no período de 1996 a 2002. Dentre os 32 periódicos revisados, 5
apresentaram artigos sobre a temática foco deste trabalho, contabilizando 15 artigos.
Verifica-se que grande parte desses estudos estão associados à psiquiatria e relacionam o
suicídio à depressão. A maioria dos estudos foi realizada no estado de São Paulo,
confirmando achados anteriores, os quais mostram que é nas regiões sul e sudeste onde
encontra-se o maior número de produções científicas acerca do suicídio. Consideramos este
número pouco significativo, uma vez que a morte voluntária, deveria ser alvo de maior
atenção e, assim, objeto de um maior número de estudos. Isto mostra a importância dessa
Anais XI Semana de Humanidades
286
pesquisa, que aponta para a necessidade de se estimular novos estudos, sendo necessário
um maior aprofundamento desse assunto não somente pela área da saúde, mas de todas as
outras, visto que para uma melhor compreensão desse fenômeno é imprescindível uma
visão interdisciplinar que possa contemplar todos os aspectos dele constituintes.
Anais XI Semana de Humanidades
287
P-25: A AFETIVIDADE COMO ESTRATÉGIA DE ACERCAMENTO
TEXTUAL Expositor/autor:
Claudia Gomes de Lima
Autor/orientador:
Marly Amarilha
(Aluna/bolsista do curso de Pedagogia – UFRN)
claudiaufrn@bol.com.br
O presente trabalho tem como objetivo discutir o papel da afetividade no acercamento e
significação ao texto de literatura. Considerando a importância do assunto e a ausência de
estudos que relacionem leitura e afeto, escolhi desenvolver o tema na tentativa de revelar a
importância dessa relação para um melhor desenvolvimento dentro da sala de aula ao que
se refere professor/aluno/texto em situação de leitura. O estudo toma como objeto de
análise a 6a sessão de releitura realizada na pesquisa “O ensino de literatura: professores e
aprendizes e a atuação na comunidade de intérpretes nas escolas da rede pública do Rio
Grande do Norte – 2a etapa” (CNPq – PPPg, 2001), que teve por objetivo conhecer a
dinâmica que constitui a comunidade de leitura instaurada na escola. Considerou a atuação
do professor em atitude scaffolding (andaime) dos alunos e do texto literário acessível
através da leitura oral e da discussão pós-leitura em situação experimental. O estudo
fundamenta-se na Estética da Recepção, em especial, nas idéias de Iser (1991) e Jauss
(1979) e nos estudos de Piaget (1970, 1973,1977) e Wallon (1972) sobre a relação entre
afetividade e o processo de aprendizagem/desenvolvimento humano. Na sessão de leitura
em foco, foi utilizada a mediação por andaime (scaffolding) (Graves e Graves, 1995) que
consiste em uma leitura animada e apoiada por um leitor mais experiente. O afeto surgiu
sob forma de motivação e curiosidade, o que tornou mais acessível a compreensão textual e
a relação dos leitores/ouvintes com o mediador. Concluímos que as principais idéias
apresentadas neste estudo são: a afetividade como elemento interferente na compreensão da
leitura e como estratégia importante para a compreensão de um texto.
P-26: A ESCRITA E SEU DUPLO: CAMPOS MÚLTIPLOS DE
OBSERVAÇÃO E INVENÇÃO. Expositora:
Cristiane Fernandes da Costa
(Graduando em Ciências Sociais -UFRN)
crisfcosta@bol.com.br
Orientadora:
Profª. Drª. Maria de Lourdes Patrini
(Professora do Departamento de Letras – UFRN
O pesquisador que suscita uma narrativa oral, dá ao narrador precisões sobre o objeto e o
sentido de seu trabalho. Assim, este trabalho privilegia o estudo do diário de campo, no
qual verifica-se a presença ao mesmo tempo de um diário no senso estrito do termo (um
diário de etnógrafo) e também um diário pessoal íntimo do pesquisador. Integra nosso
objeto de estudo alunos de graduação, iniciação científica e pós-graduação em Ciências
Sociais e Humanas da UFRN, que estão realizando atividades de pesquisa ou
desenvolvendo projetos individuais de pesquisa. Unindo teoria e prática, este trabalho
Anais XI Semana de Humanidades
288
fundamenta-se na interface disciplinar da análise interpretativa dos jogos de linguagem e da
busca de identidade, através da narrativa de vida do indivíduo enquanto pesquisador. A
análise desses diários de campo, se dá através do método proposto pelo sociólogo francês
Jean-Claude Kaufmann, a Entrevista Compreensiva, pelas reflexões sobre o diário íntimo
estudado por Philippe Lejeune e, as sociologias dos sistemas simbólicos segundo Nobert
Elias e Pierre Bourdieu. Ela nos mostrará não só o desempenho destes alunos-
pesquisadores junto ao trabalho de campo, observação e coleta de dados, mas também sua
maneira de organizar e reorganizar os dados obtidos, estimuladas ou transformadas por
novas leituras, pela sua inserção ao campo, pela condições de trabalho. A ansiedade diante
do novo, enfim as marcas de um cotidiano que cada dia se impõe junto ao seu trabalho de
pesquisador.
P-27: A VOZ DA PROFESSORA-CONTADORA: ORALIDADE E A
PERFORMANCE Expositora:
Daniella Lago Alves Batista de Oliveira
(graduando em Letras , Bolsista PPPg – padrão – UFRN)
lelalago@hotmail.com
Orientadora:
Profª. Drª. Maria de Lourdes Patrini
(departamento de Letras - UFRN)
A aquisição da oralidade, pelas crianças, é uma tarefa iniciada antes do contato com a
escrita, caberia à escola unir esta competência àquela. Os estudos desenvolvidos a partir do
projeto O CONTADOR DE HISTÓRIAS: PRÁTICAS DE ORALIDADE NA ESCOLA
mostraram por quem e como a prática social de contar histórias é realizada nas escolas. Este
projeto privilegiou dois aspectos que foram: o estudo da identidade dos agentes sociais que
desenvolvem essa prática, assim como a forma adotada para a transmissão oral dos contos.
Sobre este último aspecto, ressaltamos a análise sobre a performance das sessões de
transmissão e recepção orais das histórias observadas e registradas em áudio-vídeo. Das 28
escolas visitadas da rede pública e privada do ensino fundamental de Natal, 11 fizeram
parte da pesquisa. No que se refere a identidade dos contadores de histórias salientamos a
predominância de mulheres - professoras-contadoras - as quais possuem, na sua maioria,
um repertório de fonte escrita, apesar de algumas delas terem ouvido na infância contos
oriundos da tradição oral. Essas professoras realizam o trabalho de contar histórias
atendendo a um planejamento pessoal. Geralmente, as escolas não tem uma orientação
voltada para a prática de contar. Em alguns casos a atitude das contadoras é de proporcionar
aos seus alunos, por meio da leitura ouvida, um direcionamento para o encontro prazeroso
com a leitura e com os valores de sua cultura. No entanto, as análises dos dados nos
mostraram uma diversidade de questões referentes à prática de contar na escola que
exigiram um olhar mais crítico e um aprofundamento de conceitos.
P-28: PRECONCEITO LINGÜÍSTICO Autoras/ Expositoras:
Denise Araújo Correia
Leandro Garcia da Silva
O nosso objetivo, com essa breve explanação em cartaz, é de trazer o esclarecimento e
mostrar como e porque acontece o preconceito lingüístico em nossa sociedade. Explicar em
Anais XI Semana de Humanidades
289
que conceito de linguagem ele está amparado (mesmo que inconscientemente), e porque ele
é um engano do ponto de vista funcional e estilístico da linguagem. Demonstraremos a
ligação existente entre o fenômeno e a confusão criada, no decorrer do tempo, entre língua
e gramática normativa, gerando o aumento da cadeia preconceituosa (até por parte dos
professores). E, por último, mostraremos como o real entendimento das variações
lingüísticas e do papel da gramática prescritiva na língua contribuem para a dissolução do
preconceito lingüístico, estendendo-se, inclusive, às salas-de-aula nas quais os professores
sejam propagadores desse conhecimento. Tudo será mostrado de maneira simples e até
didatizada para que os possíveis ouvintes compreendam e já sejam capazes de, pelo menos,
encaminharem-se em uma reflexão sobre o assunto mais pautada em preceitos funcionais
da linguagem.
P-29: SIGNIFICADO DO COMPROMETIMENTO COM O
TRABALHO ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA REDE BÁSICA
DE NATAL/RN Autor/expositor:
Emanoel B. de Lima
(Psicólogo, aluno do Mestrado do Departamento de Psicologia da UFRN)
emanoelj@bol.com.br
Yalle Fernandes dos Santos
(Aluna do curso de psicologia da UFRN, bolsista de Iniciação Científica
CNPQ/Balcão)
yalles@yahoo.com
Orientadora:
Magda Dimenstein
(Professora Departamento de Psicologia – UFRN)
São poucas as pesquisas que versam sobre o comprometimento com o trabalho não com
profissionais do campo da saúde. A constatação desse fato e a observação da discrepância
existente entre a proposta do Sistema Único de Saúde com a realidade vista nos serviços
públicos de saúde e no discurso dos servidores acerca de sua atuação profissional, nos
motivaram a realizar este estudo. Realizou-se entrevistas semi-estruturadas com 35
profissionais das seguintes categorias: 04 assistentes sociais, 08 enfermeiras, 06
odontólogos, 04 nutricionistas, 04 psicólogas e 09 médicos. A maioria dos entrevistado tem
uma visão que ressalta os aspectos burocráticos do comprometimento tais como
assiduidade, pontualidade e cumprimento de tarefas. Alguns profissionais associam o
comprometimento à oferta de assistência humanizada; outros vão além desses dois aspectos
ressaltando que o comprometimento implica no compromisso com o processo de
transformação da realidade social em que trabalham. Por fim, há profissionais para quem o
comprometimento é uma decorrência natural do amor pela profissão. Quase todos os
profissionais avaliam que o servidor público da saúde, em geral, não é comprometido com
o trabalho, mas ao se auto-avaliarem se identificam como profissionais comprometidos.
Anais XI Semana de Humanidades
290
P-30: A COISA JULGADA NO PROCESSO COLETIVO Apresentador/autor:
Emanuel Dhayan Bezerra de Almeida
(Graduando em Direito – UFRN)
edadvocacia@digi.com.br
Com o surgimento da sociedade de massa, logo após a Segunda Guerra Mundial,
apareceram também lesões a direitos e interesses que não eram apenas individuais, mas que
atingiam todo um grupo, categoria, classe e a sociedade como um todo. Diante de tais
lesões constatou-se que o processo civil de então só estava habilitado a proteger as lesões
individuais, não possuindo instrumentos para inibir as lesões coletivas. Através de estudos.
dos professores italianos Cappelletti, Vigoriti, dentre outros, esse assunto entrou em pauta
perante os doutrinadores na tentativa de se buscar soluções para esta controvérsia. Então,
surgiu um novo direito processual denominado “coletivo”, rompendo com alguns dos
princípios arraigados aos conflitos individuais, notadamente a legitimidade ativa e a coisa
julgada. Embasado na forte influência das “class actions” americanas e no sistema da coisa
julgada já adotado pela lei da Ação Popular (4717/65), o legislador pátrio adotou no
microssistema processual coletivo formado pelo Código de Defesa do Consumidor e pela
Ação Civil Pública a seguinte sistemática da coisa julgada : a) O pedido da ação coletiva é
procedente. Faz coisa julgada “erga omnes” para os direitos difusos e individuais
homogêneos e “ultra partes” para os direitos coletivos, podendo a coletividade se socorrer
do julgado para viabilizar indenização individual (secundum ementus litis); b) O pedido é
rejeitado com suficiência de provas. Faz coisa julgada com relação aos legitimados da ação
coletiva, ficando os direitos individuais resguardados (condenatórios); c) O pedido é
rejeitado por insuficiência de provas. Não há coisa julgada para nenhum legitimado nem
para o direito individual.
P-31: O EXERCÍCIO DA CIDADANIA ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO
DAS AÇÕES COLETIVAS PELAS ASSOCIAÇÕES CIVIS Apresentador/autor:
Emanuel Dhayan Bezerra de Almeida
(Graduando em Direito – UFRN)
edadvocacia@digi.com.br
A Ação Civil Pública - ACP surgiu com a Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 com o
objetivo de apurar a responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Posteriormente, com a promulgação da Lei n.º 8.078/90 – Código de Defesa do
Consumidor - passou a ACP a tutelar, também, outros interesses difusos e coletivos. Deste
modo, a Ação Civil Pública passou a ser um dos mais importantes instrumentos de defesa
dos interesses da sociedade. Possuem legitimidade para propor essa ação, entre outros : a
União, Estados e Municípios (estes não cumprem as suas prerrogativas); a OAB (Apesar de
concentrar excelentes advogados em suas comissões, desempenha um papel muito aquém
do esperado); o Ministério Público (este por “acúmulo de serviços” ou por “negligência”
não realiza o seu trabalho adequadamente, deixando a sociedade desprotegida) e as
associações civis (Estas não se deram conta do poder que possuem). Deste modo, a
sociedade civil enquanto legitimada para propor estas ações, não pode ficar esperando pela
“boa vontade” dos outros legitimados. Ela precisa utilizar a força do direito para amparar
Anais XI Semana de Humanidades
291
de forma adequada os seus anseios, propondo ações civis públicas para possibilitar uma luta
mais eficaz na defesa dos interesses da sociedade. Para tanto, necessário se faz a
conscientização de que todos estamos envolvidos num destino comum, no qual têm
importante papel as entidades associativas dos professores italianos Cappelletti, Vigoriti,
dentre outros, esse assunto entrou em pauta perante os doutrinadores na tentativa de se
buscar soluções para esta controvérsia. Então, surgiu um novo direito processual
denominado “coletivo”, rompendo com alguns dos princípios arraigados aos conflitos
individuais, notadamente a legitimidade ativa e a coisa julgada. Embasado na forte
influência das “class actions” americanas e no sistema da coisa julgada já adotado pela lei
da Ação Popular (4717/65), o legislador pátrio adotou no microssistema processual coletivo
formado pelo Código de Defesa do Consumidor e pela Ação Civil Pública a seguinte
sistemática da coisa julgada: a) O pedido da ação coletiva é procedente. Faz coisa julgada
“erga omnes” para os direitos difusos e individuais homogêneos e “ultra partes” para os
direitos coletivos, podendo a coletividade se socorrer do julgado para viabilizar indenização
individual (secundum ementus litis); b) O pedido é rejeitado com suficiência de provas. Faz
coisa julgada com relação aos legitimados da ação coletiva, ficando os direitos individuais
resguardados (condenatórios); c) O pedido é rejeitado por insuficiência de provas. Não há
coisa julgada para nenhum legitimado nem para o direito individual.
P-32: PRÁTICAS DE LINGUAGEM: LETRAMENTO E
ETNOGRAFIA Expositor/autor:
Emília Neves Ortiz
(Aluna da graduação do curso de Letras e bolsista PIBIC/CNPq em lingüística
aplicada)
emilianortiz@yahoo.com.br
Esta proposta de trabalho pretende mostrar o início de minhas análises sobre os eventos e
práticas de letramento na vida pessoal e profissional de alunas do Pró-básica da UFRN,
Campus de Santa Cruz, do Curso de Letras. Essas alunas exercem também a função de
professoras de língua Portuguesa. Este trabalho visa apresentar os primeiros resultados de
uma pesquisa que teve início em setembro de 2002, na área de Lingüística aplicada. Para
completar minhas análises fiz diversas leituras específicas a partir de pesquisas focalizando
“As histórias de vida”.
P-33: A VISÃO (ARTE) DA FOTOGRAFIA Expositores/ autor:
Flávia Batista de Lima
(Aluna do curso de Letras-Português e bolsista do PPPg - UFRN)
asemblege@yahoo.com.br
Regina Lúcia Alvares de Medeiros
(Aluna do curso de letras-Português)
reginalvares@ig.com.br
O objetivo desta exposição é apresentar a arte fotográfica como discurso que abarca a
literatura, a arte e a política. Tem como objeto de estudo a obra de Walter Benjamim Magia
e técnica, arte e política e suas relações frente à descoberta da identidade e seus
mecanismos de preservação da memória. Também essa exposição procura mostrar a
releitura do mito de Narciso pela imagem fotográfica. Assim como apresentar o uso de seus
Anais XI Semana de Humanidades
292
recursos, pela literatura do romancista e contista Caio Fernando de Abreu, na relação entre
a memória do corpo pela imagem fotográfica junto ao discurso cinematográfico.
P-34: TRANSFORMAÇÕES E EXIGÊNCIAS DO MERCADO DE
TRABALHO: O CASO DO CURSO DE DIREITO DA UFRN. Apresentador/autor:
Francilene Soares de Medeiros.
(Bolsista PIBC/CNPq, graduanda do curso de Serviço Social – UFRN).
francilenesoares@yahoo.com.br
Orientadora:
Maria Arlete Duarte de Araújo.
(Profa. Dra. do Depto. de Ciências Administrativas – UFRN).
dfb@digi.com.br
No contexto mundial, grandes mudanças ocorreram nas formas de organização da produção
no início do século XX, principalmente com o advento do fordismo. Acrescenta-se,
posteriormente, com a expansão da globalização, das políticas neoliberais e a crise do
próprio fordismo, uma nova conformação em termos de organização da produção. Entra,
em cena a acumulação flexível, novo modelo de regulação regido eminentemente pela
lógica do mercado. Tal reestruturação produtiva trouxe, pois, novas configurações para o
mundo do trabalho. Destaca-se a desregulação e a precarização do trabalho e novas
exigências quanto à formação profissional, a qual se dilui e dá espaço a idéia de
competência, versatilidade e habilidades intelectuais. Exige-se um profissional polivalente,
que esteja atualizado com as constantes inovações tecnológicas. Neste sentido apresenta-se
como de grande importância analisar a forma como as instituições brasileiras de ensino
superior têm se adequado a tais mudanças, qual o perfil e como tem sido a inserção no
mercado de trabalho dos profissionais por elas formados. Diante da inviabilidade de se
estudar todas as universidades brasileiras, a pesquisa deteve-se à análise da realidade da
UFRN, mais especificamente do Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Sendo assim, o
painel visa avaliar a percepção dos egressos do curso de Direito da UFRN, em 2000.1, em
termos de conhecimentos, habilidades e atitudes, em relação às exigências do mercado e
identificar as dificuldades e os fatores decisivos, relacionados à formação acadêmica que
viabilizam sua inserção no mercado de trabalho.
P-35: O CORPO COMO SIGNIFICADO NO AUXÍLIO DOS MALES
DENTRO DO CONTEXTO SOCIAL DAS REZADEIRAS Expositor/Autor:
Francimário Vito dos Santos
(Discente do curso de Ciências Sociais da UFRN)
Prof. Dr. Luiz Carvalho de Assunção
(Docente do departamento de Antropologia da UFRN)
E-mail: fvito@bol.com.br
No presente trabalho abordaremos o cotidiano da prática da benzeção desenvolvida pela
rezadeira Barica, residente no município de Cruzêta/RN. Tomamos como suporte as
observações participantes durante as seções de curas com a clientela e a realização de
entrevistas abertas com a rezadeira em sua residência. Objetivamos mostrar como o corpo e
suas representações são usados nesta prática e também como compreender de que forma, o
Anais XI Semana de Humanidades
293
sentido de saúde e doença é construído pela comunidade e pela rezadeira. Assim, podemos
concluir que, devido o corpo ser um instrumento moldado pela cultura na qual o indivíduo
está inserido, não percebe-se o quanto é importante e significativo para a prática da
benzeção. Portanto, é através do corpo que a abstração da reza e seus significados de cura
se concretizam.
P-36: A EDUCAÇÃO NA VIDA DOS CATADORES DE LIXO Autoras/Expositoras:
Francisca das Chagas Nunes de Queiroz Souza
Roxana Silva
(alunas do curso de Pedagogia UFRN-CERES)
Orientadora:
Marluce Alves dos Santos
A década de 70, no Brasil, foi marcada por grandes preocupações na área educacional, com
o alto índice de analfabetismos, onde o modelo de desenvolvimento implantado no mundo
pela cultura ocidental foi responsável por uma avalanche de problemas sociais. Com base
nesse referencial, esta pesquisa visa apontar as perspectivas de vida dos catadores de lixo
residentes no Bairro Frei Damião em Caicó/RN, onde estes foram alunos de Projetos
Educacionais para Erradicação do Analfabetismo. O trabalho foi realizado através de
observação participante, visitas In loco e aplicação de questionário. O mesmo foi
desenvolvido no ano de 2001. Participaram dessa amostra, 40 catadores de lixo, dentre eles
23 alunos participaram de algum projeto de erradicação do analfabetismo. Com base nos
dados obtidos, foi possível detectar que apesar do trabalho de conscientização em relação à
importância da educação para uma perspectiva de vida melhor, constatou-se a não
freqüência dos catadores de lixo nas salas de aula. Observou-se também que a evasão se
deve ao fato destes ter uma jornada de trabalho que chega a ser de 10hs diária,
acompanhada de uma alimentação precária, há também uma péssima higienização corporal.
Além disso, existe o não reconhecimento dessa profissão por parte da sociedade. Alguns se
julgam desprivilegiados e abandonados, tanto pelas autoridades locais como também pôr
parte do Estado, tendo que o trabalho de catar lixo é considerado como humilhante pôr
parte da sociedade. Conclui-se portanto, que apesar dos catadores de lixo terem
“consciência” da importância da educação nos dias atuais para sua melhoria de vida,
percebemos que os programas desenvolvidos pelo Governo Federal não conseguem
alcançar os objetivos propostos, pois não abarcam a realidade destes catadores.
Anais XI Semana de Humanidades
294
P-37: AS CIDADES PEQUENAS E UM DE SEUS PROBLEMAS: O
CASO DAS LAGOAS DE BOM JESUS-RN Autores/Expositores:
Francisco Ednardo Gonçalves
(Mestrando do Programa de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia/UFRN.
Bolsista da CAPES, vinculado a Base de Pesquisa: Unidade Interdisciplinar de
Estudos sobre a Habitação e o Espaço Construído – DGE/UFRN)
ednardo@ufrnet.br
Tiago Barreto de Andrade Costa
(Graduando do Curso de Geografia da UFRN, vinculado ao Laboratório de
Geoprocessamento – PPGG/DGO/UFRN)
tiagobac@bol.com.br
As cidades constituem o centro das transformações advindas da conflituosa relação entre
sociedade e natureza, por agregarem num só espaço componentes complexos. Na
atualidade, os problemas sócio-ambientais são perceptíveis na totalidade dos centros
urbanos, independente de suas dimensões territoriais e do número de habitantes. A fim de
contribuir para o debate em torno dessa problemática, o painel evidencia as principais
implicações sócio-ambientais numa cidade pequena, tomando como recorte espacial Bom
Jesus-RN. Para tanto, mostramos as alterações antropogênicas junto ao sistema lacustres
desta cidade. Na realização desse estudo, recorremos ao levantamento de dados através de
pesquisa em documentação indireta – pesquisa bibliográfica, levantamentos estatísticos – e
pesquisa em documentação direta – estudo de campo para detecção da situação sócio-
ambiental da cidade e registros fotográficos. Localizada na microrregião Agreste Potiguar,
a 54 km da capital do estado, Bom Jesus possui 6.275 habitantes residindo na área urbana.
Apesar do modesto tamanho, esta cidade convive com candentes problemas de natureza
sócio-ambiental, dentre os quais destaca-se o assoreamento e a contaminação de duas
lagoas intra-urbanas. Mesmo diante da significativa contribuição ao processo de ocupação
histórica, tais lagoas estão sendo utilizadas como destino final de resíduos líquidos e
sólidos, além de terem suas margens desordenadamente ocupadas.
P-38: A PROBLEMÁTICA EDIÇÃO DE A PORTA E O VENTO Expositora/autora:
Franselma Fernandes de Figueirêdo
(Aluna do curso de Letras – UFRN)
A Porta e o Vento (José Bezerra Gomes), publicada pela Fundação José Augusto em 1974,
e com reedição em 1998, pela EDUFRN, é uma obra que merece atenção pela sua riqueza
literária – apresenta o sertão do Seridó, com sua cultura, tradição e produção algodoeira – ,
pela sua simplicidade narrativa, com uma linguagem que muitas vezes vem em flashes, tão
bem representados pelas frases curtas e precisas do texto que se quer fotográfico e ao
mesmo tempo próximo da oralidade. Porém, em meio a tantos atributos, existem situações
na narrativa que levam o leitor a questionar sua desenvoltura, resultando em problemas que
muitas vezes interferem na leitura da obra. Outras vezes, situações apenas estéticas mas que
também deixam determinadas lacunas que dificultam uma melhor compreensão e leitura.
Neste sentido, partindo de uma análise da obra junto ao seu esboço encontrado na Fundação
Anais XI Semana de Humanidades
295
José Bezerra Gomes – Currais Novos, busca-se traçar um perfil destes problemas, no
intuito de esclarecê-los ao leitor, visto que o esboço apresenta algumas explicações
satisfatórias aos questionamentos.
P-39: FLORA HIPERXERÓFITA: INSTRUMENTO DE
SUSTENTABILIDADE DA CAATINGA Autores:
Halyson Rodrigo de Araújo Dantas
(hadantas@bol.com.br )
Verônica Vera da Silva.
(alunos do Curso de Geografia – UFRN/CERES).
Orientador:
Renato de Medeiros Rocha
(renato@iats.csic.es)
A atual crise ambiental no semi-árido brasileiro, com conseqüências tão alarmantes,
poderia ser minimizada através do conhecimento mais aprofundado dos seus ecossistemas e
recursos naturais. A Educação Ambiental torna-se o veículo de propagação da
sustentabilidade, priorizando a conservação e o uso sustentável da diversidade biológica
para o benefício das gerações presentes e futuras. Foram coletadas 30 espécies arbóreo-
arbustivas da vegetação hiperxerófita nativa do Seridó (RN). Juntamente com a
classificação cientifica, foram registradas e colocadas em fichas as informações colhidas
com nativos da região sobre a sua utilização, características, curiosidades, relações com
espécies animais, seu papel no ecossistema, etc. Este trabalho considera o uso da flora do
semi-árido potiguar como um agente importante para ser utilizado no ensino fundamental,
estimulando e valorizando um novo olhar sobre a caatinga, possibilitando um trabalho
agradável e interdisciplinar.
P-40: ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS: UM ASPECTO
INTERESSANTE DA CRISTANDADE MEDIEVAL Expositores/autores:
Hemeter Heberton Damasceno de Morais
hemeter@hotmail.com
Ricardo José Vilar da Costa
rjvilar@yahoo.com.br
(Alunos do curso de história – UFRN)
O movimento cruzadista constitui uma das passagens mais importantes da história da Idade
Média, abordando diversos fatores em seu seio, desde a religiosidade presente na retomada
da Terra Santa até os fatores econômicos conquistados com os primeiros sucessos do
mesmo. Todavia, alguns de seus aspectos acabam por serem pouco explorados, embora
exerçam papel fundamental na sua concepção. Este é o caso das ordens religioso - militares,
que se caracterizavam como um verdadeiro “braço” armado da igreja cristã da época,
destacando-se em especial a ordem dos Templários, primeira a ser legitimada, recebendo
autorização papal e apoio de figuras como Bernardo de Clairvaux. Sua legitimação amplia
o espaço dessas questões, permitindo observar um novo conceito de guerra medieval, com
uma elite de cavaleiros que se diferencia do mundo secular por seguir uma regra monástica
e ampliar o processo de sacralização da guerra. Sua história perpassa praticamente todo o
período das Cruzadas, tendo um dramático desfecho em 1312, quando o papa Clemente V
Anais XI Semana de Humanidades
296
publicou uma bula (vox in excelso), suprimindo a ordem. Em 1314, seu último grão-mestre,
Jacques de Molay, foi condenado à fogueira. Com base em pesquisa e interesse
particulares, o painel expõe sinteticamente a história da ordem, bem como demonstra a
importância da mesma no contexto cruzadista medieval, utilizando-se de bibliografia
específica, fontes e dados de época.
P-41: MORTE: SUA REPRESENTAÇÃO ENTRE OS ESTUDANTES
DE PSICOLOGIA DA UFRN Expositores/Autores:
Ilana Queiroz Pereira
(Aluna do Curso de Psicologia- UFRN)
ilanaqueiroz@pop.com.br
Lucila Moura Ramos
(Aluna do Curso de Psicologia- UFRN)
lucilamoura@yahoo.com.br
Autores:
Eulália Maria Chaves Maia
(Professora do Departamento de Psicologia- UFRN)
Luciana Carla Barbosa Trindade de Oliveira
(Psicóloga do Hospital Universitário Ana Bezerra- UFRN)
Tatiana Pimentel de Paula (Aluna do Curso de Psicologia- UFRN)
Remerson Russel Martins (Aluno do Curso de Psicologia- UFRN)
O tema morte vem ganhando um espaço cada vez maior no meio acadêmico, podendo ser
encarada como parte do ciclo vital e não como a quebra deste. O Psicólogo, tendo como
objeto de estudo o comportamento humano em diversos contextos, também encontrar-se-á
com situações de separação, luto e perda, independente de sua área de atuação. Diante
disso, este estudo busca verificar a representação de morte dos estudantes do 8º período do
Curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Para tal, a amostra
foi composta por 31 estudantes, utilizando como instrumento questionário semi-aberto,
acrescido de um instrumento gráfico (desenho temático/representação de morte). Diante da
análise dos dados, observou-se que a maior parte dos entrevistados (61%) não pensa sobre a
possibilidade da sua morte, enquanto que 39% cogitam essa possibilidade. Pode-se
observar também, que os estudantes consideram ter uma maior facilidade em pensar na
própria morte (45%) do que na morte do outro (26%), na medida em que 68% temem a
morte de uma pessoa próxima, mais do que a própria (42%). Grande parte dos estudantes
(81%) aponta o curso de Psicologia insuficiente para preparar o profissional para lidar com
esse tema, ressaltando principalmente a falta de disciplinas que aborde a temática morte
(48%), além da omissão desse assunto ao longo do curso (40%). Com base nesses
resultados, pode-se constatar a grande influência das experiências de vida na representação
de morte dos estudantes. Aos mesmo tempo em que se enfatizou a falta de preparação
acadêmica para lidar com situação de perdas e luto na atuação profissionais.
Anais XI Semana de Humanidades
297
P-42: A FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ASSENTAMENTO VALE
DO LÍRIO NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DE MIPIBU/RN. Expositores/Autores:
Iron de Medeiros Bezerra
ironmedeiros@yahoo.com.br thiagonen@yahoo.com.br
Thiago de Araújo Silva.
(Estudantes de Graduação do Curso de Geografia, Bacharelado – UFRN)
Orientador:
Prof. Dr. Aldo Aloísio Dantas
A formação e organização do assentamento Vale do Lírio deu-se a partir da política de
reforma agrária instituída no Governo FHC, a qual valorizava o pequeno produtor enquanto
peça fundamental para o desenvolvimento do campo. No assentamento em estudo constata-
se segundo os relatos dos próprios assentados que houve a melhoria nas condições de vida,
mas no que se refere à exploração do trabalho, percebemos que estes trabalhadores estavam
incluídos no programa do governo Federal que pretendia convencer os pequenos
agricultores e os sem terras a aceitarem uma política em que a integração do capital seria a
melhor maneira de diminuir as conseqüências da reforma agrária. Na verdade esse
trabalhador é fortemente subordinado ao capital, uma vez que sua produção é conduzida
para o mercado externo com atuação e implementação do capital estrangeiro vinculada a
empresa Calimã Nordeste S.A. A criação do projeto de plantio de mamão para o
Assentamento Vale do lírio veio a partir de uma queda na produção em Linhares/ES,
grande produtora deste produto no Brasil, devido a uma praga que afetou muito suas
plantações. É a através da política adotada pelo o órgão responsável que o Assentamento
Vale do Lírio/RN está inserido. Nesse contexto é que procuramos entender sua formação e
organização a partir da política adotada pelo o INCRA.
P-43: A MITIFICAÇÃO DO ADULTO ENQUANTO SER EM
APRENDIZAGEM Expositoras/autoras:
Isabel Costa Andrade Barreto
Maria Jucione da Silva
(Alunas do Departamento de Letras – UFRN)
jkmjuci@bol.com.br
Com pouco mais de 700 mil habitantes, Natal pode ser considerada uma cidade de médio
porte. Por ser capital do Estado, recebe anualmente significativa porcentagem de adultos
que vem em buscar de melhores condições de vida. Esses adultos vem sobrecarregando a já
deficitária rede de serviços públicos do município do Natal. Instalam-se em áreas precárias.
É fato consolidado que nas camadas mais empobrecidas da sociedade o adulto é mitificado
como um ser incapacitado para a aprendizagem de novos conhecimentos. Esse fenômeno
ocorre de forma inconsciente gerando bloqueios psicológicos, falta de credibilidade social e
na área econômica, principalmente, surgem as piores excluções. São adultos com pouca ou
nenhuma escolaridade o que gera uma massa de trabalhadores sem qualificação profissional
Não havendo escolha, esses adultos serão admitidos no campo do subemprego.
Anais XI Semana de Humanidades
298
Culturalmente o adulto é considerado como um ser em situação estável, não passível de
mudança, isso provoca um desinteresse pelo estudo da sua psicologia cognitiva e
comportamental gerando sérios prejuízos para aqueles que lecionam ou que de alguma
forma, trabalham com a aprendizagem do aluno adulto. Com base na experiência em sala
de alfabetização de adultos e na pesquisa do pouco acervo bibliográfico, o painel analisa a
situação cultural que gerou a mitificação do adulto como ser estável, incapacitado para
novas assimilações conceituais.
P-44: PROBLEMAS E POTENCIALIDADES LOCAIS: UM
DIAGNÓSTICO DE MACAÍBA (RN) Expositor(es)/autor(es):
Ivaneide Oliveira da Silva
Lôidy Pereira de Lima
(Alunas do curso de Ciências Sociais– UFRN)
ivanneideoliveira@yahoo.com.br
O novo modelo de gestão compartilhada entre governo e sociedade, desencadeado a partir
do processo de descentralização impulsionado no país, exige um maior conhecimento das
realidades locais. Nesse sentido, realizamos um diagnóstico do município de Macaíba/RN,
com o objetivo de apontar os maiores problemas e potencialidades locais. O trabalho resulta
de um levantamento de dados junto ao IBGE e IBAMA, entrevistas realizadas na sede e
zona rural do município e da aplicação de questionários. Como resultados podemos
destacar as dez maiores potencialidades municipais identificadas pelos entrevistados e os
principais problemas sociais, político-institucionais, econômicos, científico-tecnológicos e
ambientais, enfrentados pela realidade local.
P-45: DESIGUALDADE SOCIAL, CRIMINALIDADE E VIOLÊNCIA:
PONTOS QUE SE CRUZAM NO PAINEL DA SOCIEDADE
MODERNA. Expositoras/Autoras:
Jadla Marina Bezerra Dantas
Nadja Thalita Mascena de Araújo
(Alunas do 7º período do Curso de Direito – UFRN)
Email: jadlamarina@bol.com.br / tmascena@bol.com.br
Nos dias atuais, uma discussão acerca do tratamento que o Estado dispensa ao problema da
exclusão social e da violência tornou-se imperativa. Não se trata mais de buscar soluções a
fim de resolver mazelas de uma pequena parcela da população, porque a verdade é que a
violência já atinge, acrescente-se, com demasiada intensidade, todos os níveis da sociedade.
A violência pode se manifestar de várias formas. Assim, citam-se homicídios como forma
de manifestação desse fenômeno; porém, muitos atos violentos são praticados contra
membros marginalizados da sociedade; que o digam os negros, os pobres, as mulheres, os
presos, as crianças, os idosos... Não é demais pretender que essa questão seja pensada
profundamente no contexto da sociedade capitalista que temos, sociedade essa, que gera
desigualdade social, marginaliza e produz criminalidade. Se hoje o cidadão brasileiro se
depara com tal nível de criminalidade e violência, certamente há uma razão para isso, e é
agora, quando todos estão sensibilizados e carentes de soluções, que se tem o terreno fértil
Anais XI Semana de Humanidades
299
para o lançamento de uma proposta de profunda discussão e mais, de construção de uma
sociedade de bases na qual haja lugar para a justiça, a igualdade. O que se pretende,
portanto, com o painel em lume, é dar um enfoque à questão social frente a um relevante
tema, que é o da violência.
P-46: DUAS FACES DA MOEDA: UMA NATAL QUE O TURISTA VÊ E
OUTRA QUE NÃO DÁ PARA CRER Autor/Expositor:
Jane Roberta de Assis Barbosa
Janaina Maria da Conceição Silveira
Juliana Maria Duarte Ubarana
Mariluce dos Santos Souza
(Graduandas do Curso de Geografia da UFRN)
Francisco Ednardo Gonçalves
Josélia Carvalho de Araújo
(Mestrandos do Programa de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia/UFRN)
krammer12@ig.com.br
O padrão de desenvolvimento adotado pelas cidades brasileiras aliado a dinâmica do
sistema econômico vigente, entre outros aspectos, contribuíram significativamente para o
aprofundamento das desigualdades sócio-espaciais. Sendo assim, sinais de exclusão estão
presentes na tessitura urbana da maioria das cidades brasileiras. Entretanto, na busca por
novos investimentos econômicos, as cidades têm investido cada vez mais no
embelezamento de algumas paisagens urbanas, que são amplamente divulgadas. Natal,
capital do Rio Grande do Norte, através de investimentos públicos e privados, se enquadra
nesse contexto, tendo como impulso as atividades ligadas ao setor terciário, principalmente
o turismo. Entretanto, existem várias áreas da cidade que não se beneficiam de tais
investimentos e convivem com sérios problemas de ordem sócio-espaciais expressos na
paisagem. A partir de investigação preliminar realizada durante a disciplina de Geografia
Urbana, no semestre 2002.2, este trabalho se propõe a fazer uma análise comparativa entre
as paisagens urbanas de dois eixos viários na cidade do Natal. Um deles, o eixo rodoviário,
privilegia um dos trajetos que geralmente é feito pelos turistas e vai do Complexo Viário do
Quarto Centenário ao início da Rota do Sol, na sua porção sul, tendo aproximadamente 5
quilômetros de extensão. O outro, com aproximadamente 10 quilômetros de extensão,
compreende o eixo ferroviário realizado pelo trem urbano de passageiros, no sentido norte,
e vai da Estação Ferroviária no bairro da Ribeira à Estação do Conjunto Nova Natal, no
bairro Potengi.
P-47: A ARTE COMO (P) ARTE DA ESPECIFICIDADE DO EGITO
ANTIGO Expositores/autores:
Jânio Gustavo Barbosa
Luis Felipe Sousa Tavares Emidio
(Graduandos em Licenciatura/Bacharelado- História)
liper5@yahoo.com.br
O Egito, enquanto estado teocrático da antiguidade, distingue-se dos seus contemporâneos
e se eleva a um patamar único na história da humanidade. A religião durante muito tempo
legitimou e representou essa singularidade, e a arte, talvez tenha sido seu principal artifício.
Anais XI Semana de Humanidades
300
Se havia arquitetura, era para facilitar a vida além-túmulo; se houve escultura ou pintura,
era para representar a imagem e a história dos deuses. Era a arte a serviço da religião
(sacerdotes e faraós). Mas, no período do Novo Império, durante o governo de Akhenaton,
o rei herético, a arte ganhou um caráter especifico: a arte para a arte. Agora, não estava
mais submissa à religião, mas representava o cotidiano, a vida do egípcio como realmente
acontecia. É a relação dessa dualidade, a arte para a religião, e a arte dita humanista, que o
painel proposto visa analisar.
P-48: PRAÇAS E CANTEIROS DA CIDADE: ESPAÇOS PÚBLICOS? Expositora:
Jennifer dos Santos Borges
Autoras:
Jennifer dos Santos Borges (Graduanda do curso de Arquitetura e Urbanismo –
UFRN)
Ruth Maria da Costa Ataíde (Professora do Departamento de Arquitetura –
UFRN)
jenniferborges@bol.com.br / rmcataide@ufrnet.br
Os espaços públicos sempre exerceram papel fundamental no desenvolvimento de funções
essenciais da cidade, tais como circulação, encontro e lazer, sendo de grande relevância na
composição paisagística e no equilíbrio ambiental do meio urbano. Nas últimas décadas,
com o reaparecimento da chamada cidade liberal e um suposto estado de falência do
Estado, tem-se observado uma maior permissividade de usos e ocupações nessas áreas,
relacionados sobretudo, ao desenvolvimento de atividades comerciais. Esse fenômeno
caracteriza um processo de apropriação de caráter privado de áreas originalmente
destinadas ao uso coletivo que, em certa medida, estaria contrariando o sentido do
“público”. Da necessidade de conciliação de interesses diversos, surgem formas alternativas
de gerenciamento desses espaços, fundamentadas no estabelecimento de parcerias entre o
poder público e a iniciativa privada, voltadas para a implantação ou viabilização de
atividades comerciais. Esse quadro gera questionamentos quanto aos limites da ação do
Estado e da sociedade na gestão dos espaços públicos urbanos, sinalizando para um debate
sobre o sentido do público nos projetos urbanos desenvolvidos para essas áreas. Com o
intuito de alimentar uma reflexão sobre a inserção dos espaços públicos de Natal/RN nesse
contexto, pretende-se expor uma análise das novas formas de configuração verificadas em
praças, canteiros e demais passeios públicos da cidade que tiveram seus espaços ocupados
por usos ditos “indevidos”. Objetiva-se, assim, contribuir na discussão sobre processos de
intervenção urbanística nesses espaços de modo a afirmar um modelo de gestão que
assegure o direito ao bem-estar coletivo e que se paute pela manutenção de níveis
desejáveis de vitalidade e qualidade ambiental urbana.
P-49: UM OUTRO OLHAR DE POESIA Apresentadoras/autora:
Joelma Bezerra
Marta Cristiane Aquino de Lima
(Alunas do curso de Pedagogias – UFRN)
mariaeduardalima@bol.com.br
A idéia deste trabalho situa-se na poesia enquanto elemento desencadeador dos processos
de leitura e produção de textos. É importante enfatizar que a preocupação central consiste
Anais XI Semana de Humanidades
301
num relato de experiências focalizando o trabalho de poesia em sala de aula com os
educandos de EJA. Não pretendemos explorar o sentido abrangente da poesia, mas levar a
uma discussão e reflexão a respeito do enfoque dado pela mesma. A proposta metodológica
no trabalho da poesia norteou no seu sentido, finalidade e a razão de sua utilização. Com
base nisso, instigamos os educandos a exporem seus conhecimentos prévios por meio da
participação em atividades de produção, permitindo a vivência de diversas ações:
experimentar a sonoridade de outras palavras, planejar o texto, composição de repertório de
conhecimento. Foi possível perceber que este momento de contato com texto poético
propiciou um maior envolvimento dos educandos. De modo especial à interação do leitor
com o texto possibilitou a descoberta de outras poesias, favorecendo a criação, reelaboração
e a criticidade nas propostas de atividades ora referidas. Concluímos assinalando para a
relevância de desenvolver atividades partindo de textos poéticos infantis em sala de aula
com educandos de EJA, tendo em vista que possibilitou uma maior participação, interesse,
socialização, interação com os textos e os colegas, ultrapassando as barreiras da sala de
aula.
P-50: A PUBLICIDADE SOB A ÓPTICA DE OLIVIERO TOSCANI:
HOQUE E CONSCIENTIZAÇÃO ATRAVÉS DA MENSAGEM
PUBLICITÁRIA Expositor/autor:
José Augusto Peres Filho
(Mestrando em Ciências Sociais – UFRN)
japeres@sxp.com.br
O fotógrafo italiano Oliviero Toscani ganhou fama e projeção mundiais com as fotografias
que fazia e ou utilizava nas campanhas publicitárias da grife Benetton, sobretudo nos anos
90. Podia-se gostar ou odiar aquelas fotos. Difícil era ficar indiferente. No painel
pretendemos apresentar algumas das fotografias mais polêmicas apresentadas nas
campanhas, acompanhadas de comentários do próprio Toscani, bem como de admiradores e
de pessoas que não comungavam com o seu ponto de vista. A publicidade como
instrumento de conscientização social ou de chamado à reflexão do indivíduo: essa é a
condensação da idéia de Oliviero Toscani.
P-51: COMPLEXO VIÁRIO ULISSES DE GÓES NA ZONA NORTE DE
NATAL-RN E OS IMPACTOS SÓCIO-AMBIENTAIS Autores/Expositores:
Josélia Carvalho de Araújo
(Mestranda do Programa de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia/UFRN)
jo.car@zipmail.com.br
Francisco Ednardo Gonçalves
(Mestrando do Programa de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia/UFRN.
Bolsista da CAPES, vinculado)
ednardo@ufrnet.br
A Zona Norte de Natal tem sido, durante suas três décadas de história, desvalorizada do
ponto de vista imobiliário, face à precariedade das vias de acesso e aos congestionamentos
de trânsito provocados pelo intenso deslocamento da população local para outras áreas da
cidade. Essa condição impõe à sua população desgaste físico e posição segregada em
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relação ao espaço urbano de Natal. Visando amenizar tais problemas, o Estado vem
implantando melhorias no seu sistema viário: duplicação da Estrada da Redinha; melhorias
na avenida Tomaz Landim; e, por último, a construção do Complexo Viário Ulisses de
Góes. Este possibilitou maior fluidez ao trânsito, entretanto, modificou a paisagem local,
alterando aspectos históricos do bairro Igapó e provocando mudanças no comércio local,
em que algumas vêm sendo substituídas por empresas de maior porte, e outras migrando
para a Estrada da Redinha, além de residências que também foram transferidas. De forma
mais expressiva o complexo viário, melhorou a qualidade de vida da população, reduzindo
o tempo ocupado em congestionamentos de trânsito; apontando também para uma
valorização imobiliária da área, pois começa a atrair novas empresas no entorno da obra.
Por meio de pesquisa in loco, acompanhando a construção da referida obra, conversando
com a população, fazemos uma análise dos efeitos do Complexo Viário Ulisses de Góes na
vida da população da Zona Norte de Natal.
P-52: OS IMPACTOS SÓCIO-AMBIENTAIS DO COMPLEXO VIÁRIO
ULISSES DE GÓES/ZONA NORTE DE NATAL/RN Expositores/autores:
Josélia Carvalho de Araújo
Francisco Ednardo Gonçalves
(Mestrandos do Programa de Pós-Gradução e Pesquisa em Geografia/UFRN)
jo.car@zipmail.com.br / ednardo@ufrnet.br
A Zona Norte de Natal tem sido, durante suas três décadas de história, desvalorizada do
ponto de vista imobiliário, face à precariedade das vias de acesso e aos congestionamentos
de trânsito provocados pelo intenso deslocamento da população local para outras áreas da
cidade. Essa condição impõe à sua população desgaste físico e posição segregada em
relação ao espaço urbano de Natal. Visando amenizar tais problemas, o Estado vem
implantando melhorias no seu sistema viário: duplicação da Estrada da Redinha; melhorias
na Avenida Tomaz Landim; e, por último, o Complexo Viário Ulisses de Góes. Este
possibilitou maior fluidez ao trânsito; e modificou a paisagem local, alterando aspectos
históricos do bairro Igapó e provocando mudanças no comércio local, em que algumas vêm
sendo substituídas por empresas de maior porte, e outras ainda migrando para a Estrada da
Redinha: Residências também foram transferidas. De forma mais expressiva, o complexo
viário melhorou a qualidade de vida da população, reduzindo o tempo gasto em
congestionamentos de trânsito, apontando também para uma valorização imobiliária da
área, pois começa a atrair novas empresas no entorno da obra. Por meio de pesquisa in loco,
acompanhando a construção da referida obra, conversando com a população, fazemos uma
análise dos efeitos do Complexo Viário Ulisses de Góes na vida da população da Zona
Norte de Natal.
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P-53: GANDAVO E SUA VISÃO PORTUGUESA DO BRASIL
COLONIAL: OS CAMINHOS, AS DESCOBERTAS E AS SURPRESAS
DA NOVA TERRA Expositor/autor:
Juliana Cavalcante de Azevedo
(Aluna do Curso de História – UFRN)
juliana_cazevedo@hotmail.com
Durante o século XVI, com a descoberta das terras americanas pelos europeus, muitos
viajantes percorreram o Atlântico com a finalidade de descrever as riquezas, belezas e
novidades do novo continente. Na América portuguesa, Pero de Magalhães Gandavo foi um
desses cronistas e, em duas obras - Tratado da Terra do Brasil e História da Província de
Santa Cruz - se propôs a contar sucintamente o que viu e considerou mais impressionante,
interessante e fantástico. As capitanias em que esteve são seqüencialmente descritas,
partindo do Norte para Sul, permitindo uma identificação da posição de cada uma delas no
mapa, assim como a produção agrícola, o número de "almas" e outras características
importantes. Os nativos, sua fisionomia, suas aldeias e costumes também são descritos
com, obviamente, uma dose generosa de eurocentrismo, vistos como selvagens e cruéis. A
obra de Gandavo nos fornece informações importantes para um entendimento da vida no
Brasil Colonial e, até certo ponto, da vida do Reino de onde veio. Com base em pesquisa
realizada no universo de projeto, em que textos de cronistas e viajantes são lidos e
analisados, o painel mostra através de figuras e textos a visão de Pero de Magalhães
Gandavo sobre a terra a qual dedicou sua obra e a importância do mesmo para a
historiografia brasileira.
P-54: CASA DA ESTUDANTE: INTEVENÇÃO PSICOLÓGICA EM
UMA RESIDÊNCIA PARA ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO Autoras/ expositoras:
Karina Machado Galvão
Tâmara Silva Leite
Alunas do Departamento de Psicologia/UFRN
Co-autor:
Périsson Dantas do Nascimento
Mestrando em Psicologia/UFRN – Supervisor do Projeto
Este trabalho está sendo realizado na Casa da Estudante do Rio Grande do Norte (CERN),
que se caracteriza por abrigar jovens do sexo feminino situadas na faixa etária entre 14 e 24
anos, cujas famílias apresentam baixo nível sócio-econômico e residência no interior de
Estado. Tais jovens pretendem estudar na capital e não possuem recursos para morar na
cidade, como também não têm parentes responsáveis que possam abrigá-las. As candidatas
à vaga na CERN passam por um exame de seleção e devem corresponder aos seguintes pré-
requisitos: estar cursando o Ensino Médio ou cursinho, morar no interior e ter entre 14 e 24
anos. Nosso trabalho consistiu, inicialmente, em diagnosticar o perfil das moradoras e a
situação de convivência na casa. Através de entrevistas semi-estruturadas e observações
participantes no cotidiano, foi constatado que a maioria das jovens é filha de agricultor, não
tem referência familiar em Natal, estuda em colégio público e trabalha para ajudar na sua
manutenção, tendo poucas oportunidades de lazer. Observou-se ainda que muitas delas
Anais XI Semana de Humanidades
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apresentavam baixa auto-estima, sentimento de solidão e conflitos relacionados à área de
interesse profissional. Soma-se a isso uma grande dificuldade, de todo o grupo, no que diz
respeito ao relacionamento interpessoal, causada pela falta de confiança, respeito e limites. A intervenção psicológica teve como objetivo inicial tentar proporcionar um espaço de
auto-conhecimento, escuta e reflexão inidvidual e coletiva. A metodologia utilizada baseou-
se em reuniões semanais com dinâmicas de grupo. Por meio de avaliações e feedbacks
coletados do grupo, observou-se como resultado um sentimento de amadurecimento
coletivo, despertando as internas para novas formas de relacionamento e projetos de vida.
P-55: A FORMAÇÃO DO LEITOR ENTRE IMAGENS E PALAVRAS Expositor/autor:
Kívia Pereira de Medeiros
Autor/orientador:
Marly Amarilha
(Aluna/Bolsista de iniciação científica do curso de Pedagogia – UFRN)
baseliteratura@hotmail.com
Este estudo objetiva discutir a relevância das ilustrações nos livros de literatura infantil e
suas contribuições na formação do leitor; salientando os aspectos dialógico e simbólico que
tais elementos estéticos desenvolvem junto ao texto verbal. Conforme Camargo (1991)
vivemos na civilização da imagem, todavia, não incorporamos a educação estética do olhar,
posto que vemos imagens e ilustrações, mas não as olhamos de fato, não reconhecemos seu
valor enquanto linguagem imbuída de intenções comunicativas e significados essenciais à
leitura. Partindo do pressuposto de que linguagem é um sistema articulado de idéias,
detentor de sentidos e significados, esse trabalho analisa sob uma perspectiva de interação,
as duas linguagens (verbal e visual) do livro de Literatura Infantil, as quais propiciam ao
texto, um caráter plurissígnico, e, ao leitor, maior autonomia no acercamento sobre a
narrativa. O trabalho toma como objeto de estudo a sessão de releitura realizada na
pesquisa “O ensino de literatura: professores e aprendizes e a atuação na comunidade de
intérpretes nas escolas da rede pública do Rio Grande do Norte” – 2ª etapa (CNPq-PPPg,
2001), cujo objetivo foi conhecer a dinâmica que constitui a comunidade de leitura
instaurada na escola; considerando-se, para tanto, a atuação do professor, em atitude
scaffolding (andaimagem), dos alunos e do texto literário acessível através da leitura oral e
da discussão pós-leitura em situação experimental. Esta análise se detém nos registros da 6ª
sessão de releitura da referida pesquisa. O estudo apóia-se nas pesquisas de Amarilha (2001
e 2000); Coelho (1991); Santaella (1983) e Manguel (1997 e 2001). Cada sessão foi
registrada em áudio, vídeo e observação in loco.
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P-56: PREVISÃO E SIGNIFICAÇÃO: POR UM ENTENDIMENTO DA
FORMAÇÃO DO LEITOR Expositor/autor:
Kívia Pereira de Medeiros
Rafael Batista de Medeiros
Autor: Claudia Gomes de Lima
(Alunos/bolsistas de iniciação científica do curso de Pedagogia – UFRN)
baseliteratura@hotmail.com
Orientador:
Marly Amarilha
O presente estudo, integrado à pesquisa, O ensino de literatura: professores e aprendizes e a
atuação na comunidade de intérpretes nas escolas da rede pública do Rio Grande do Norte –
2ª etapa (CNPq – PPPg), tem como objetivo discutir o papel da leitura da criança através do
seu conhecimento prévio, focalizando os aspectos intersemióticos e extratextuais nesse
processo. A previsão desencadeia possibilidades de leitura, visto que há muita ambigüidade
no mundo e qualquer coisa que esteja diante de nós, pode ser interpretada ou relacionada de
diversas formas. Uma mesma leitura pode ter vários significados, os quais estão vinculados
ao repertório de leitura e ao conhecimento de cada mundo de cada leitor. Conforme Smith
(1989), previsão é fazer perguntas e compreensão é respondê-las. No ato da leitura,
fazemos perguntas e quando as respondemos, estamos compreendendo, vestindo de sentido
o que lemos. O trabalho toma como objeto de estudo as sessões de leitura realizadas na
referida pesquisa, cujo objetivo foi conhecer a dinâmica que constitui a comunidade de
leitura instaurada na escola; considerando-se, para tanto, a atuação do professor em atitude
scaffolding (andaimagem), dos alunos e do texto literário acessível através da leitura oral e
da discussão pós-leitura em situação experimental. Encontram-se nesse processo de
previsão/significação, estratégias que facilitam o acercamento do texto literário, tais como a
mediação, o projeto gráfico do material de leitura utilizado e afetividade, por exemplo.
Esses aspectos destacam-se no que tange à formação de leitores, posto que proporcionam a
ampliação das possibilidades de leituras; favorecendo, destarte, a hipotetização e,
conseqüentemente, a significação do texto lido.
P-57: PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO BAIRRO DAS QUINTAS Expositores/ Autores:
Laélio Jorge da Costa Ferreira de Melo
Valéria Maria de Freitas Aires
(Alunos do Departamento de Geografia – UFRN)
cantiflas@zipmail.com.br
O bairro das Quintas é um dos mais antigos da cidade do Natal. O topônimo Quintas é
citado pela primeira vez no início do século XVIII, quando o governo português concede a
uma leva de colonos glebas de terra que recebem a denominação de Quintas. No português
lusitano, a palavra quinta designa uma propriedade rústica, sediada por uma casa de
habitação, correspondendo aquilo que conhecemos no Brasil por granja ou sítio. O bairro
permaneceu durante mais de 200 anos como área rural, conhecido na província apenas
como via de ligação entre a capital e o interior. No inicio da década de 30, tal panorama
modifica-se devido a um intenso processo de ocupação desse espaço, característica essa que
Anais XI Semana de Humanidades
306
faz com que a área adquira novas feições, graças a expansão do bairro do Alecrim rumo a
zona oeste da cidade. Durante muito tempo, as Quintas foram associadas ao Alecrim,
sendo, ainda hoje, para muitos natalenses, uma espécie de apêndice do mesmo. A infra-
estrutura do bairro melhorou bastante, sobretudo na segunda metade do século passado.
Entretanto, muito pouco sobrou da mata nativa que revestia o local. Foi a partir das Quintas
que a zona oeste da cidade expandiu-se. Os bairros que surgiram após o processo de
povoamento das Quintas, passaram a gravitar ao seu redor, de forma similar ao que
acontecera no passado com o vizinho Alecrim. Por ser um bairro habitado por pessoas de
origem humilde, a área sempre foi encarada com desdenho pela sociedade local.
Atualmente, o bairro tenta se libertar dos estigmas preconceituosos, apostando na
consolidação da crescente atividade comercial. Baseado em pesquisa piloto, o painel aborda
o processo de urbanização, deste que é o mais tradicional bairro da zona oeste de Natal.
P-58: FELIPE CAMARÃO: UM BAIRRO MÚLTIPLO Expositores/Autores:
Laélio Jorge da Costa Ferreira de Melo
Valéria Maria de Freitas Aires
(alunos do Departamento de Geografia – UFRN)
cantiflas@zipmail.com.br
Felipe Camarão é um dos bairros mais estigmatizados da cidade do Natal. As freqüentes
ocorrências, transformaram-no em sinônimo de violência e criminalidade. Muitos falam,
mas poucos conhecem a história desse que é o maior bairro da periferia oeste da cidade do
Natal. Até a primeira metade da década de 80, Felipe Camarão era um arrabalde rural, com
uma população reduzida, repleto de granjas e pequenos sítios que lhe asseguravam uma
paisagem bastante assemelhada com povoados do litoral e agreste potiguar. O avanço da
sociedade empurrou para esse local afastado, milhares de famílias interioranas que
buscavam na capital a oportunidade que não encontravam nos seus municípios. O que era
um local de descanso para muitos natalenses, transformou-se radicalmente nas duas ultimas
décadas, passando, a partir da segunda metade da década de 80, por um intenso processo de
urbanização. As políticas públicas adotadas no bairro mostram-se ainda muito aquém da
real necessidade do mesmo, fato esse, que acontece em quase toda periferia brasileira.
Felipe Camarão é uma cidade a parte, é um espaço aparentemente homogêneo, mas, que se
averiguado na prática, mostra uma grande diversidade de tipos e classes. Nem todos no
bairro são miseráveis, assim como nem todas as localidades do bairro possuem uma mesma
realidade. Baseado em pesquisa realizada junto a comunidade, o painel mostra as varias
facetas desse bairro múltiplo.
P-59: POESIA E FILOSOFIA: MÚLTIPLAS LIMINARIDADES Autora/ Expositora:
Laís Karla da Silva Barreto
(aluna do curso de Letras da UFRN e bolsista PIBIC-CNPq)
laisbarreto@terra.com.br
Orientadora:
Ilza Matias de Sousa
Na poesia brasileira moderna e pós-moderna, em meio ao domínio da razão e do
materialismo tanto na criação literária como nos demais campos de atividades humanas,
pode-se recuperar uma tradição ali enviezada que toma a "poiésis" como experiência
Anais XI Semana de Humanidades
307
metafísica, reabilitando o seu estágio sublime. Tal produção metafísica propõe o enigma
das linguagens e dos signos na sua função poética. Utilizamos as relações de
interdisciplinaridade Literatura e Filosofia para recuperar esse veio em autores do porte de
Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado e Marco Lucchesi. Em
nossas leituras desses poetas, ressaltam-se o legado metafísico que busca o sentido da
verdade e do belo, traços transcendentais que continuam presentes na sociedade, no sujeito,
na existência. Isso é claramente visto em poemas como: "Especulações em torno da palavra
homem" (ANDRADE, Carlos Drummond, Antologia Poética), "Mar absoluto"
(MEIRELES, Cecília, Antologia Poética), e na visão de Adélia Prado que concebe a poesia como ato criativo, revelação, dádiva. Dentro destas perspectivas propomos mostrar um
pouco dessa união Literatura/Filosofia nesta exposição.
P-60: SEMIÓTICA E ESTÉTICA: DISCURSOS DO BELO E DO
SUBLIME Autora/ Expositora:
Laís Karla da Silva Barreto
(aluna do curso de Letras da UFRN e bolsista PIBIC-CNPq)
laisbarreto@terra.com.br
Orientadora:
Ilza Matias de Sousa
Com o reconhecimento da necessidade que a abordagem semiótica tem para o mundo
contemporâneo, entendido como tradução em signos e linguagens verbais e não-verbais, de
onde emerge para os estudantes de Letras a dimensão semiótica como inegavelmente
importante para a própria obra literária, oferecemos novas perspectivas e horizontes de
leitura. A direção tomada compreende a semiótica de Charles Sanders Peirce associada à
sua visão mesma da estética que remete à obra de Kant: trazendo subsídios importantes
para as reflexões de Walter Benjamim, autor que consta também na nossa pesquisa
bibliográfica . Nesta encontram-se os conceitos de Belo e Sublime que a modernidade e a
pós-modernidade hoje retomam de maneira produtiva.
P-61: A EVOLUÇÃO SÓCIO-ESPACIAL DO BAIRRO ALECRIM
(NATAL/RN) Expositores/Autores:
Luana Paôla Dantas da Silva
(Aluna do Departamento de Geografia – UFRN)
selena_lua@bol.com.br
Luciana Tavares
(Aluna do Departamento de Geografia – UFRN)
euzinha.lu@bol.com.br
Autores:
André da Silva Rocha
João Arthur Sarmento Veríssimo
Lidyanne Kaline Souza do Nascimento
Tiago Barreto de Andrade Costa
Mesmo com um considerável número de habitantes, o Bairro do Alecrim, hoje, é mais
caracterizado pelo seu comércio popular. Neste, pessoas advindas, em especial, das áreas
Anais XI Semana de Humanidades
308
mais populares da cidade e do interior do estado, espremem-se por entre camelôs, ônibus,
carros e becos gerando um “balé anacrônico” em busca de preços baixos e outras
pechinchas. Nem sempre o quadro sócio-espacial do bairro foi assim. Portanto, qual a
trajetória desse espaço da cidade até o seu estágio atual? Que funções urbanas este bairro
desenvolveu ao longo de sua história? Essas são as questões que o painel (confeccionado a
partir de uma pesquisa desenvolvida na disciplina de Geografia Urbana pelos alunos do
curso de Geografia) tenta responder, evidenciando as individualidades locais dos principais
processos e formas espaciais manifestados nessa área até hoje.
P-62: ESCOLHA OU IMPOSIÇÃO SOCIAL? – CAMINHANDO PELO
UNIVERSO DE ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI NO
MUNICÍPIO DE NATAL/RN: SUAS CONCEPÇÕES SOBRE SUA
TRAJETÓRIA, ATUAL SITUAÇÃO E PERSPECTIVAS FUTURAS Expositoras:
Luciana Fernandes Matias
(Graduanda do Depto. de Psicologia –UFRN)
Soraya Guilherme Cavalcanti
(Graduanda do Depto. de Psicologia –UFRN)
Autoras:
Ariane Cristiny da Silva Fernandes
Camomila Lira Ferreira
Carolina Monte Lague
Luciana Fernandes Matias
Soraya Guilherme Cavalcanti
(Graduandas do Depto. de Psicologia –UFRN)
O número de crianças e jovens em conflito com a lei tem aumentado no Brasil, despertando
interesse em traçar seu perfil ou identificar múltiplos fatores envolvidos. Porém estudos na
área não abarcam influências sociais da situação desses adolescentes, a partir de seus
discursos. Assim, objetiva-se conhecer o universo desses adolescentes, através de dados de
sua trajetória, atual situação e perspectivas para o futuro, com base em seus discursos,
tentando verificar possíveis influentes de suas condutas ilegais. A amostra constituiu-se por
nove adolescentes do sexo masculino à espera de julgamento, reclusos em instituição
governamental de privação temporária de liberdade, aos quais se atribuía a autoria de um
ato infracional. Utilizou-se um questionário semi-estruturado, para a caracterização da
amostra, e outro aberto, relativo à situação atual do adolescente. Os participantes têm idade
entre 15 e 18 anos, ensino fundamental incompleto, e quatro haviam sido acusados
anteriormente. Já as expectativas quanto à sentença variam com a acusação, destacando-se
um grande valor ao poder decisório do juiz. Em relação ao que pode tê-los levado ao
conflito com a lei, os fatores externos são mais freqüente que os internos. Dentre os
primeiros, destaca-se a influência dos amigos, e quanto à motivação interna, a raiva é a
principal justificativa. A idéia de reconstrução da vida se fez presente como possibilidade
futura, e como ideal a ser alcançado, sugerindo uma necessidade de mudança. Assim, pôde-
se conhecer melhor a realidade de adolescentes acusados de um ato infracional, à espera do
julgamento em Natal/RN, a forma pela qual compreendem a sua situação atual e o futuro
que vislumbram, verificando suas crenças na influência social e individual.
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P-63: EXCLUSÃO SOCIAL E MARGINALIZAÇÃO: EXCLUSÃO
E/OU INSERÇÃO DA SOCIEDADE NATALENSE NA GESTÃO
URBANA VIGENTE. Expositor(s)/autor(s):
Luciene de Vasconcelos Casado
Lidyanne Kaline Souza do Nascimento
(Alunas do Departamento de Geografia – Bolsistas do Programa Especial de
Treinamento)
cienevc@bol.com.br /lidyanekaline@bol.com.br
Co-autor: Prof. Dr. Anelino Francisco da Silva
(Professor do Departamento de Geografia – UFRN, coordenador geral do
projeto de pesquisa e Tutor do PET de Geografia)
A segunda guerra mundial configura o mais importante marco para a inserção de Natal no
processo de urbanização brasileira. Rapidamente a população cresce e seu espaço urbano se
expande em direção a outras áreas, encontrando-se hoje quase totalmente urbanizado e, a
medida que isso ocorre, torna-se necessário uma devida intervenção do poder publico
municipal no sentido de prover a cidade de instrumentos que regulem e disciplinem as
diversas formas de uso e ocupação do solo urbano. Contudo, constata se que prevalecem os
interesses do capital na organização do espaço urbano. Ao poder público cabe à missão de
prover a cidade de uma infraestrutura básica e prestar à população serviços de boa
qualidade (saúde, segurança, educação, transporte), sendo que nem sempre chegam a toda
população e quando chegam, possuem deficiências. Dessa forma, com base numa pesquisa
piloto, o painel analisa a estrutura urbana de Natal, em paralelo à participação urbana
inserida e/ou excluída da gestão urbana vigente, na qual constatam-se diferenciações entre
as zonas administrativas, norte, sul, leste e oeste, deixando-se refletir as dificuldades
enfrentadas por parte dos citadinos, aqueles que se encontram a margem da configuração
social desta cidade. Algumas ações emergem com o intuito de ajudar algumas
comunidades, ou mesmo apenas indivíduos em situação inferior à qualidade de vida
aceitável, porem problemas como, especulação imobiliária, desemprego, imigração,
irresponsabilidade administrativa urbana, entre tantos outros, tornam-se obstáculos às
classes menos favorecidas, estratificação entre ricos e pobres, produzindo um espaço
paulatinamente dividido.
P-64: ALTERNATIVAS DE USOS DE MANGUEZAIS: O CASO DA APA
DE BALBINO EM CASCAVEL-CEARÁ. (MONOGRAFIA DE
BACHARELADO) Autor/Expositor:
Mardineuson Alves de Sena
Bolsista UFC/Prorenda Rural-GTZ/SDR.
(Atualmente Mestrando no PPGe-UFRN)
mardineuson@yahoo.com.br (Fone: 664 9131)
Orientadora:
Fátima Maria Soares, Depto. de Geografia-UFC
O presente trabalho trata do estudo da APA de Balbino, situada no município de Cascavel-
Ceará. A comunidade está instalada em uma faixa litorânea, cortada por mangues, cursos d'
água que drenam tabuleiros pré-litorâneos e dunas. Sua economia está relacionada com a
Anais XI Semana de Humanidades
310
pesca artesanal, atividades agrícolas de subsistência, turismo e pequenas comercializações.
O objetivo é o de perceber a interação existente entre os fatores sócio-ambientais do local,
com intuito de se pensar, em conjunto com os moradores, estratégias de sustentabilidade,
através de um planejamento de uso do espaço em que vivem, em especial da área de
manguezal. A metodologia utilizada foi: Viagens para reconhecimento da área e contatos
com os moradores; leituras referentes aos temas da pesquisa e histórico da área;
Participação em reuniões com as Entidades (UFC, CPP, Prorenda Rural, Terramar, CEAC-
EMATERCE, Assoc. Amigos da Prainha do Canto Verde) e com lideranças e jovens do
local; Planejamento participativo e assessoria/acompanhamento das ações a serem
desenvolvidas com a participação da comunidade; Elaboração de um relatório final
contendo os resultados e sugestões da pesquisa. Com o término da pesquisa, foi realizado
um trabalho, visando o desenvolvimento da prática do ecoturismo e da educação ambiental,
elementos escolhidos pela comunidade para nortear um processo de sustentabilidade.
Espera-se que sejam positivos os impactos que serão gerados para a área em questão.
P-65: A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA E A LINGUAGEM EM TUTAMÉIA Expositora/autora:
Maria Aparecida de Medeiros
(Mestranda em Literatura – UFRN)
cidasvbr@ig.com.br
Orientadora:
Profª. Drª. Maria de Lourdes Patrini
(Professora do Departamento de Letras – UFRN)
Este trabalho tem como percurso argumentativo a transmissão e recepção nos contos
“Desenredo”, “Antiperipléia” e “Esses Lopes” da obra Tutaméia de Guimarães Rosa, tendo
como base a leitura e performance levando em consideração certos recursos literários tais
como: os provérbios, chistes, jogos de palavras e o discurso da magia através dos quais se
percebe a interação entre o narrador e o leitor. O espaço limitado de que o autor dispunha
nos contos foram escritos originalmente para publicação em revistas. Está sendo feita uma
leitura da obra Tutaméia de Guimarães Rosa, levando em consideração os provérbios,
chistes, jogos de palavras, tendo como propósitos a estética da recepção, já que de um lado
situa-se o efeito, condicionado pela obra que transmite orientações prévias e, de certo
modo, imutáveis, porque o texto conserva-se o mesmo ao leitor, de outro, a recepção
condicionada pelo leitor, que contribui com suas vivências pessoais e códigos coletivos
para dar vida à obra e dialogar com ela. De acordo com as leituras, percebe-se que a
escritura de Guimarães Rosa tem seu entroncamento na tradição do conto popular.
Alinhavada com um estilo bastante singular, que desarticula o cristalizado, essa forma
primitiva de narrar é recuperada e revitalizada na prosa do escritor, onde ocorre a fusão
entre o popular e o erudito, dando origem a um linguajar sertanejo estilizado que é comum
tanto ao personagem quanto ao narrador. Não há dúvida de que os provérbios em Tutaméia
são índices da voz narrativa e, como tal, dono de seu texto, o narrador pode modificá-lo à
sua maneira. O escritor à luz do conhecimento da literatura antiga, através da escrita,
transforma em arte acontecimentos atuais de um povo que aprendeu e com sua
naturalidade, acredita e fala em forma de provérbio.
Anais XI Semana de Humanidades
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P-66: VIAGENS MODERNISTAS Autora/Expositora:
Maria da Conceição Silva Dantas
(Mestranda em Literatura comparada – UFRN)
A década de 20, no Rio Grande do Norte, ficou marcada pelas diversas mudanças ocorridas
na política, na economia e nas relações da sociedade potiguar. Na política houve a queda da
oligarquia Albuquerque-Maranhão e a ascensão de uma outra vinda do Seridó, tendo José
Augusto e Juvenal Lamartine à frente. Na economia, iniciou-se a era da aviação comercial,
e o estado passou a exportar algodão para a Europa. Nas relações sociais, o potiguar passou
a manter um contato mais freqüente com outros estados do Nordeste e do Sul do país, o que
foi facilitado com a popularização de revistas e periódicos, da aviação comercial e porque
Natal servia de “caminho” para quem ia do Sul para o Norte e vice-versa. Neste mesmo
vintênio ocorreu uma série de viagens pelo interior do estado; dentre as quais destaca-se
àquela realizada por Luís da Câmara Cascudo, Mário de Andrade e Antônio Bento de
Araújo Lima. Abordo de Oakland eles percorreram 1104 quilômetros em apenas cinco dias.
Os relatos da viagem, escritos em forma de crônica, foram publicados por Mário em O
Turista Aprendiz e por Cascudo e Bento no jornal natalense A República.
P-67: APOIO PEDAGÓGICO NA UNIVERSIDADE: A QUEM SERVE? Autora/Expositora:
Maria da Piedade Pereira de Souza
piedadepererira@unp.br
(Estudante do curso de Pedagogia – bolsista do PROBIC / UnP)
Orientadora:
Anadir Pessoa Cavalcante Gomes
anadir@unp.br
(Professora do curso de Pedagogia – UnP)
A virada do século, no que concerne no ensino superior, esta sendo marcada por uma
expansão de grandes proporções. O crescimento, no entanto, não é diretamente
proporcional à qualidade do ensino que vem sendo oferecido na maioria das universidades
brasileiras. Sendo o professor considerado, ao longo da historia, elemento capaz de
compensar as demais deficiências da universidade com uma boa atuação, recai sobre ele a
responsabilidade pela má qualidade do ensino superior. A Universidade Potiguar – UnP
enquanto espaço dinâmico da universalidade de saberes, busca estabelecer o diálogo e as
inter-relações necessárias ao desenvolvimento de uma prática pedagógica de qualidade
através do Laboratório de Apoio Pedagógico – LAPe, criado para dar suporte às ações
desenvolvidas pela Pró-Reitoria de Graduação, como apoio a dinamização dos projetos
pedagógicos dos cursos, desenvolvendo um processo de formação pedagógica voltado para
o profissionalismo do professor, oportunizando contato com mecanismos pedagógicos
necessários a um desempenho profissional compatível com os avanços da ciência e sua
incorporação no cotidiano educativo. Essa experiência onde o pedagogo é peça
fundamental, tem apresentado aos pesquisadores informações relevantes para um estudo
mais aprofundado sobre a especificidade do trabalho do pedagogo. Os resultados
preliminares de nossa pesquisa conseguidos por meio de observações realizadas sobre o
trabalho do pedagogo na UnP revelam o desenvolvimento de atividades como: seleção de
professores, atendimento individual a professores, orientação e apoio a concretização dos
Anais XI Semana de Humanidades
312
projetos pedagógicos dos cursos. Tal prática vem delineando a especificidade do trabalho
desse profissional que tem passado constantemente por um processo de indefinição.
P-68: O PROFESSOR ENTRE A SALA DE AULA E ADMINISTRAÇÃO
ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA NO SESC/RN Autora/Expositora:
Maria da Piedade Pereira de Souza
piedadepererira@unp.br
(Estudante do curso de Pedagogia – bolsista do PROBIC / UnP)
Orientadora:
Anadir Pessoa Cavalcante Gomes
anadir@unp.br
(Professora do curso de Pedagogia – UnP)
O presente estudo é resultado da experiência realizada na Escola SESC – Potilândia – Natal
/ RN, por ocasião da Prática Pedagógica III, do curso de Pedagogia da Universidade
Potiguar, onde foi possível observar in loco um trabalho voltado para definição do perfil
profissional do pedagogo. Conforme depoimentos das dezessete professores, a Escola
SESC funciona há três anos e vem procurando trabalhar a gestão participativa. Uma das
atividades que com bastante êxito e aceitação de todos tem acontecido, é a experiência de
rodízio com a orientadora pedagógica, que anualmente é retirada da função de professora
para desenvolver a atividade de orientadora. Tal experimento tem melhorado a qualidade
dos trabalhos administrativos e pedagógicos da escola, fortalecendo a idéia de que o
pedagogo é um profissional com competências para a gerir a sala de aula, bem como as
atividades administrativas e pedagógicas.
P-69: A IMAGEM DO HABITAT RURAL: ESTUDO SOBRE A
PERCEPÇÃO AMBIENTAL DO ASSENTAMENTO MARAJÓ –
MST/RN Expositora/autora:
Mariana Brito de Lima
(Aluna de Graduação em Arquitetura e Urbanismo e Aluna de Iniciação
Científica. Departamento de Arquitetura– UFRN)
malima49@yahoo.com
Orientadora:
Amadja Henrique Borges
(Professora do Departamento de Arquitetura – UFRN)
amadja@uol.com.br
Entender o significado de uma cidade para seus habitantes é a melhor maneira de perceber
quais qualidades ambientais são mais significativas para o lugar. Nesta pesquisa pretende-
se testar a metodologia criada por LYNCH (A imagem da Cidade, 1982, p. 11-23) para
habitats urbanos em habitats rurais. Procuramos mostrar que esta metodologia aplica-se
também em meios rurais, principalmente nos assentamentos do MST no RN, pois suas
configurações espaciais se assemelham a povoados e vilarejos por possuírem habitats
concentrados, chamados de agrovilas (BORGES, 2002, p. 165). Como recorte espacial,
será analisado o assentamento Marajó (Município de João Câmara), que foi o primeiro
Anais XI Semana de Humanidades
313
assentamento ligado ao MST no RN. Esse estudo busca compreender a imagem desse
habitat sob a ótica de seus moradores. O objetivo desse estudo é revelar como se comporta
o imaginário coletivo de sua população em relação ao espaço de moradia. Serão analisados
também, os resultados de uma pesquisa amostral, já realizada por este grupo de pesquisa e
extensão, que apresenta o perfil desta população (faixa etária, escolaridade, gênero e
outros), suas principais referências, sonhos e expectativas assim como desenhos elaborados
pelos próprios assentados e imagens fotográficas. Este painel apresenta resultados parciais
do trabalho de iniciação científica que procura compreender os habitats do MST presentes
no Estado do Rio Grande do Norte. Ele faz parte da pesquisa “A Universidade e o MST”
coordenado pela professora Amadja Henrique Borges.
P-70: “MENINO DE RUA, EU?!”: CONCEPÇÕES DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RUA SOBRE ESSA
CONDIÇÃO Autoras/Expositoras:
Marília B. Damasceno
Tásia P. de Moura
tasia_moura@hotmail.com;
Ana Karina Camboim
Clara Maria M. Santos
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Como parte de um projeto mais amplo que visa a Caracterização Psicossocial de Crianças e
Adolescentes em Situação de Rua de Natal, o presente trabalho pretende conhecer a
compreensão dessas crianças e adolescentes sobre a condição “menino de rua”. Acredita-se
que suas concepções sobre esta condição e sobre a rua possam influenciar sua permanência
na rua bem como suas disposições em aderir aos programas de atendimento a esta
população.Os participantes foram 253 crianças e adolescentes em situação de rua, 223 do
sexo masculino e 30 do feminino, até 18 anos, encontrados em diferentes horários e locais:
feiras, cruzamentos, praças etc. Através de um questionário semi-estruturado, investigou-se
dados de identificação, familia, cotidiano nas ruas, entre outros. Os dados analisados aqui
se referem às questões: “O que é a rua para você?”, “O que é ser menino de rua?” e “Você
se considera menino de rua?”.Os resultados indicaram que a maioria dos entrevistados
percebeu a rua como “lugar de liberdade”, “diversão”, “aprendizado” e ainda como lugar
que possibilita seu sustento. Isto demonstra que os participantes deram à rua valor positivo.
Por outro lado, apenas seis respostas dadas à segunda questão mencionaram características
positivas, deixando clara a conotação fortemente negativa associada ao termo “menino de
rua”. Verificou-se também que as seis respostas foram dadas exclusivamente por
entrevistados que se consideraram meninos de rua. Um dos resultados relevantes é o fato de
que apenas 8% dos entrevistados se consideraram “meninos de rua”, isto implica que
grande parte das crianças e adolescentes em situação de rua – ou assim considerados por
quem estuda e/ou trabalha com esta população – encontra-se fora do alcance dos programas
de assistência aos mesmos, uma vez que eles não se incluem neste grupo.
Anais XI Semana de Humanidades
314
P-71: EXPERIÊNCIAS E REFLEXÕES EM ATENÇÃO
FARMACÊUTICA – UM PASSO PARA A MELHORIA DA
QUALIDADE DE VIDA. Expositor/autor:
Milena Thaísa Figueirêdo de Araújo
(Aluna do 3º período do Curso de Farmácia - UFRN)
thaisa.milena@bol.com.br
A atenção farmacêutica compreende habilidades, compromissos, atitudes e co-
responsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma
integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando
uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mesuráveis, voltados
para a melhoria da qualidade de vida. A implementação, por sua vez, desse conceito,
apresenta inúmeras dificuldades, dentre as quais podemos destacar: a falta pontual do
farmacêutico nas farmácias e drogarias, a ausência de uma Política Nacional de Assistência
Farmacêutica, a inoperância da Vigilância Sanitária, a prevalência das atividades
comerciais sobre as atividades sanitárias e a aceitação da drogaria como estabelecimento de
dispensação de medicamentos. A atenção farmacêutica implica julgar e tomar decisões com
o fim de evitar a iniciação, a manutenção ou a descontinuidade da terapia com
medicamentos, contribuindo para a entrega do produto certo, no tempo certo, ao paciente
certo e fornecendo informações para assegurar a esse último o uso racional dos
medicamentos. Apenas isso, certamente, já justificaria a preeminente tentativa de superação
das dificuldades acima apontadas, a fim de se atingir a melhoria do sistema de assistência à
saúde para o público em geral. Com o presente painel pretende-se, portanto, alertar para a
necessidade de implementação do conceito de atenção farmacêutica, em face dos resultados
positivos que essa tarefa pode trazer para a saúde do público em geral.
P-72: O PARNASO NA PSICOGRAFIA DE CHICO XAVIER Expositora/autora:
Núbia de Fátima Rodrigues Cavalcante
(Graduanda e Monitora do Departamento de Letras da Universidade Potiguar-
UnP)
nubialetras@yahoo.com.br
Esta comunicação está situada na área de Literatura, pautada na obra “Parnaso de Além
Túmulo”, psicografia de Chico Xavier (1932), constituída de 259 poesias elaboradas por 56
poetas que em vida física, pertenceram as correntes literárias do Romantismo e
Simbolismo, mas que também marcaram época, pelas idéias do Parnasianismo, este,
considerado por alguns estudiosos, como a soma de todas as tendências literárias. O
objetivo é analisar a forma e a autenticidade literária dos poemas psicografados, através da
mediunidade de Chico Xavier, estabelecendo relações de estilo e forma, discutindo assim a
problemática do processo mediúnico como fator da psicologia humana. O tema hora
abordado, nasceu do desejo de analisar a continuidade da poesia parnasianista, e se toda
beleza formal dos seus poemas também havia morrido com o corpo físico de seus célebres
poetas. Os estudos aplicados desenvolvidos por Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns
(1944) e a História da Literatura Brasileira, desenvolvida por José Veríssimo (1998)
subsidiam este painel.
Anais XI Semana de Humanidades
315
P-73: O SUJEITO-MULHER NA OBRA ALÉM DO QUADRO, DE
MARIA JUDITE DE CARVALHO Autora/Expositora:
Olívia Rocha Freitas
Mestranda em Literatura Comparada – UFRN
Orientadora:
Profª. Drª. Maria de Lourdes Patrini
(Departamento de letras – UFRN)
A crítica literária, por muitos anos, renegou a importância do estudo da literatura feminina.
Além das autoras Simone de Beauvoir e Virginia Woolf, não houve interesse em
aprofundar os conhecimentos sobre a escrita de outras mulheres. apenas na década de 60,
um grupo de estudiosas começou a questionar a literatura patriarcal, podendo citar Kate
Millet, entre outras. O gênero, como categoria de análise literária, começou a ser difundido
na década de 80, trazendo um novo conceito e compreensão sobre a produção feminina, sua
singularidade e linguagem própria. Ao analisar o conto da escritora Maria Judite de
Carvalho “A Estrela, coitada”, do livro Além do Quadro, é nítida a interferência da ótica
feminina criada pela autora ao compor suas personagens e perspectivas de mundo, no
desenrolar da trama. A problemática do feminino vem como núcleo da narrativa, traçando
aspectos físicos e psicológicos, enfocados de forma a delinear personagens reprimidas e
marcadas por uma sociedade primordialmente masculina. O drama psicológico da mulher,
no conto, está justamente em perceber seu lugar ínfimo na sociedade, em ter que se moldar
ao espaço marcado que foi, para ela, pré-determinado. Embora a protagonista tente se
posicionar criticamente e poder identificar a situação opressora a qual está envolvida, não
consegue transgredir a sua atitude convencional. Mesmo havendo possibilidade de
mudança, sua ação parece não ir além da constatação. Uma constatação que não gera
rebeldia ou mudança de atitude, levando-a, conseqüentemente à frustração. Assim, esta
análise do conto “A Estrela, coitada” colocará em pauta a discussão do feminino através de
suas personagens vista sobre a ótica de uma autora essencialmente voltada para o universo
feminino.
P-74: IMPACTOS E TRANSFORMAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO
TURÍSTICO NO COMPLEXO LACUSTRE DE NÍSIA FLORESTA E
NAS LAGOAS DE PITANGUI E JACUMÃ Expositor/autor:
Pablo Guimarães Azevedo
Geovane de Souza Almeida
(Graduandos do curso de Geografia – UFRN)
Email: pabloazevedo@ufrnet.br /geovaness@yahoo.com.br
O turismo no RN, enquanto atividade econômica importante, constitui uma atividade
recente, iniciada no estado a partir da década de 1980. Nesse período, a preocupação com a
atividade turística por parte do Estado principalmente, acontecia de forma bastante pontual,
de modo que essa atividade não exercia os mesmos impactos que atualmente a mesma
detém. A construção da Via Costeira, Ponte de Igapó e implantação do Projeto Rota do Sol
são alguns marcos importantes na história do fazer turístico no Rio grande do norte; a partir
Anais XI Semana de Humanidades
316
de então, tornaram-se ferramentas importantes com o objetivo de não somente dinamizar a
atividade turística, mas também de expandi-la. Dessa maneira, podemos afirmar que
algumas lagoas do município de Nísia Floresta e Extremoz são alvo dessa dinâmica e
expansão do turismo, conseqüentemente, sofrem inúmeras transformações como: mudanças
na paisagem natural e criação da uma estrutura turística deficitária. Assim, o presente
resumo tem como objetivo principal analisar o desenvolvimento das atividades turísticas e
seus impactos no complexo lacustre do município de Nísia Floresta/RN bem como nas
lagoas de Pitangui e Jacumã, uma vez que essas lagoas são de extrema importância na
dinâmica turística do Estado.
P-75: FERRAMENTAS ESTATÍSTICAS PARA A ORGANIZAÇÃO
HOSPITALAR Expositor/Autor:
Paulo Ricardo Cosme Bezerra
Prof. Substituto do Departamento de Estatística/ Mestrando do programa de
Engenharia de Produção da UFRN.
E-mail: paullobezerra@bol.com.br
O presente trabalho destina-se aos profissionais que estão iniciando no estudo dos métodos
estatísticos para atuar na área hospitalar e têm como principal objetivo servir de roteiro e
ajudá-los a entender como funciona tal serviço, tornando-se um desafio, porque até então o
estatístico era visto como um profissional qualquer que realiza apenas atividades
administrativas. Há instituições tão complexas, mesmo assim, não obtém níveis adequados
de eficácia, e não há aplicação de normas e procedimentos técnicos. Os dados são tratados
como meras informações e não tem um tratamento, tornando-se insignificantes. Surge então
a necessidade de um manual de normas, serviços e rotinas para a partir daí ter um melhor
aproveitamento dos recursos e dos dados disponíveis. Além disso, para a administração
hospitalar é necessário estar atualizado com os problemas da instituição e obter auxílio na
tomada de decisões com um maior grau de confiabilidade. Procuramos apresentar as
técnicas necessárias à organização de um serviço de estatística hospitalar através das
ferramentas para o controle estatístico de qualidade, utilização dos indicadores hospitalares
mediante as fases do método estatístico. A finalidade é fornecer dados para avaliação da
instituição e eficiência dos serviços prestados dentro do menor tempo, onde surge o
estatístico como gerador de informação precisa, com qualidade que atua auxiliando vários
profissionais.
P-76: O MODELO INPUT-TRANSFORMAÇÃO-OUTPUT: O PERFIL
DA SAÚDE AVALIADO ATRAVÉS DE SEUS INDICADORES
GLOBAIS Expositor/Autor:
Paulo Ricardo Cosme Bezerra
(Professor Substituto do departamento de Estatística/Mestrando do programa de
Engenharia de Produção da UFRN)
Dr. Rubens Eugênio Barreto Ramos
(Coordenados do Programa de Engenharia de Produção da UFRN)
E-mail: paullobezerra@bol.com.br
Anais XI Semana de Humanidades
317
O conjunto de alterações que as organizações estão sofrendo, em vista as exigências de uma
economia globalizada, tem uma referência bastante clara, sem a qual não farão nenhum
sentido: O cliente. É o foco voltado para o cliente que pode calibrar as estratégias que
estarão sendo traçadas para readequar às organizações a nova realidade, particularmente no
Brasil (Shiozama, 1993). De acordo com Slack (1996). A administração da produção trata
da maneira pela qual as organizações produzem bens ou serviços, através de um processo
d3e transformação que pode ser observado pelo modelos input-transformação-output, que é
utilizado para descrever a natureza da produção. Podemos verificar que qualidade
hospitalar é vista sob a ótica de um modelo geral do sistema de produção, mensurado
através de indicadores de input, de transformação e de output. Mostrar a saúde como um
sistema de produção e que seus indicadores são uma condição básica para a realização da
análise da qualidade da instituição e dos profissionais que nela prestam serviço à
comunidade é o objetivo deste trabalho. A pesquisa de campo foi realizada em um hospital
universitário situado na cidade de Natal/RN, onde foi verificado que o mesmo não
apresenta indicadores satisfatórios.
P-77: SATISFAÇÃO DO CLIENTE, PESSOA JURÍDICA, QUANTO A
AUTOMAÇÃO BANCÁRIA Expositor:
Paulo Ricardo Cosme Bezerrra
paullobezerra@bol.com.br
(Docente do departamento de Estatística da UFRN)
Autores:
Ana Lissa O. Rego
Iane Metzer Barboza
Kátia Lucianny de Souza
Maria Aldilene Dantas
(Discente do curso de Estatística da UFRN)
Sanara Cély A. dos S. Silva
(Docente do departamento de Estatística da UFRN)
Qualidade tornou-se atualmente um fator significativo, conduzindo empresas nos mercados
nacional e internacional ao êxito organizacional e ao crescimento. O retorno sobre o
investimento obtido por meio de rigorosos eficazes programas de qualidade está gerando
excelente rentabilidade nas empresas quando acompanhado de melhorias significativas na
produtividade total, com menos custos e liderança competitiva. Constituindo em sua
essência um meio para gerenciar a organização (Feigenbaum, 1994). O conjunto de
alterações que as organizações estão sofrendo, em vistas as exigências de uma economia
globalizada, tem uma referência bastante clara, sem a qual não farão nenhum sentido: O
cliente. É o foco voltado para o cliente que pode calibrar as estratégias que estarão sendo
traçadas para readequar às organizações a nova realidade, particularmente no Brasil
(Shiozama, 1993). O presente trabalho tem como principal objetivo avaliar o grau de
satisfação da clientela, pessoa jurídica, referente à automação em uma agência bancária na
cidade de Natal/RN no ano de 2002. Os dados foram coletados através da aplicação direta
de questionários, desenvolvidos para este fim, em 50 empresas cliente do banco. Em
seguida realizou-se uma análise descritiva dos dados e verificou-se a existência de
associação entre as variáveis. Podemos concluir que a clientela esta satisfeita com a
Anais XI Semana de Humanidades
318
automação bancária. Porém, acreditam que a substituição do homem pela máquina pode
levar a uma redução de pessoal, desvalorização profissional e desemprego.
P-78: CENTRALIDADE DO TRABALHO E SÍNDROME DE
BURNOUT PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA CIDADE DE
NATAL. Autoras:
Pollyanna Carvalho de Siqueira Gê
ge@ufrnet.br
Lívia de Oliveira Borges
liviab@digi.com.br
(Departamento de Psicologia – UFRN)
As mudanças do trabalho põem dúvidas na importância do trabalho na vida da pessoas e da
continuidade do emprego enquanto uma forma de inserção social, o que motiva estudos
sobre centralidade no trabalho. No campo da saúde mental e trabalho, por sua vez, estudos
identificam que profissionais de saúde, profissionais que desempenham atividades de
serviços implicando em uma relação direta com o usuário, apresentam como reação ao
estresse no trabalho a síndrome de burnout. Este estudo foi, então, planejado com
profissionais de hospitais públicos em Natal, objetivando examinar se a atribuição de
centralidade ao trabalho está associada à incidência da síndrome de burnout. A amostra foi
composta de 148 sujeitos de diversas formações que responderam a questões sobre o MBI e
centralidade do trabalho. As respostas foram registradas no banco de dados do SPSS for
Windows visando submetê-las às análises estatísticas. Os resultados revelaram que as
esferas de vida estão organizadas na seguinte ordem para estes profissionais: primeiramente
a família, seguida pelas esferas do trabalho, lazer, religião e comunidade. Na escala
absoluta de centralidade, 90,6% da amostra apresentaram escores a partir da mediana
(m=5,2 e dp =1,2). Sobre à síndrome de burnout, a amostra apresentou média de 2,4 em
Exaustão Emocional, de 3,9 em Diminuição de Realização e 1,8 em Despersonalização.
Dois destes coeficientes correlacionam-se com a centralidade absoluta do trabalho, sendo
um com exaustão emocional (r=-0,17, para p=0,05) e outro, com ceticismo (r=-0,17, para
p=0,05). As correlações indicam, que os profissionais que tendem a atribuir mais
importância ao trabalho apresentam menos exaustão emocional e despersonalização.
P-79: SIGNIFICADO DO TRABALHO PARA PROFISSIONAIS DO
SETOR DE ATENDIMENTO NA REALIDADE DE NATAL-RN. Autoras:
Pollyanna Carvalho de Siqueira Gê
ge@ufrnet.br
Livia de Oliveira Borges
liviab@digi.com.br
Estudos sobre significado do trabalho na área organizacional e do trabalho inspiram
questões teóricas abstratas e construtos divergentes em sua constituição. O presente
trabalho partirá de uma compreensão dinâmica e multideterminada, do processo de atribuir
significado ao trabalho, visando contribuir na exploração de sua variabilidade por
ocupações. O presente estudo foi desenvolvido com profissionais do setor de atendimento
de uma organização filantrópica da cidade de Natal, buscando compreender como os
Anais XI Semana de Humanidades
319
mesmos associam os fatores valorativos (que definem como o trabalho deve ser) e os
fatores descritivos (percepção de como o trabalho é concretamente). Desta forma, a uma
amostra de 09 atendentes, aplicou-se o IMST (Inventário de Motivação e Significado do
Trabalho), este inventário mensura quatro fatores valorativos e cinco fatores descritivos. As
respostas foram registradas na forma de banco de dados do SPSS for Windows e
desenvolvidas as correlações entre os fatores valorativos e descritivos. Verificou-se que a
maioria dos coeficientes de correlação são estatisticamente significativos e que os
atendentes concebem o trabalho enquanto prioritariamente um espaço para auto-expressão e
realização pessoal (média = 3,6) e devendo também gerar bem-estar sócio-econômico
(média =3,4). Entretanto os dados obtidos sobre os atributos descritivos apontam que os
participantes atribuíram escores mais elevados aos atributos responsabilidade (média=3,1) e
recompensa econômica (média=3,0). Percebemos um descompasso entre os atributos
valorativo e descritivo destes atendentes o que possibilita interferência sobre sua satisfação,
podendo gerar conseqüências sobre a qualidade do trabalho prestado.
P-80: O MITO, O HOMEM E A NATUREZA NA LITERATURA ANDO-
BOLIVIANA Autor/Expositor:
Reny Gomes Maldonado
(Professora Departamento Letras – UFRN)
renyunir@bol.com.br
O tema é parte do trabalho da Tese de Doutoramento em Filologia Espanhola, nele
destacamos a cultura ando-boliviana, enfatizando, principalmente, seus anseios, costumes e
crenças. Estudar a literatura deste país é transcender entre o real e o imaginário, com uma
natureza exótica, herdeira de personagens extraordinários – de um tempo anterior que nos
mostra todo o seu esplendor e grandeza. Da narrativa atual, escolheu-se o autor Raúl
Botelho Gosálvez, escritor de destaque, escreveu obras como Altiplano, considerada pelos
críticos estrangeiros como uma das seis melhores de seu gênero em toda a literatura
hispano-americana. Temos assim, um estudo que propõe um resgate do passado andino,
abordando seus componentes míticos na literatura atual, com uma paisagem que ilustra e dá
vida a esses personagens puramente fantásticos.
P-81: AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO APLICADA AO
ESTUDO DA GEOGRAFIA UTILIZANDO FERRAMENTAS DE
APOIO A TOMADAS DE DECISÕES Autores:
Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim (Expositor)
(Aluno do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação da FARN
ricardo@farn.br) Lenilsom Medeiros
(Aluno do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação da FARN
lenilson@farn.br)
Orientador:
Aluízio Ferreira Rocha Neto
(Docente do curso de Bacharelado em Sistema de Informação da FARN
Email: aluizio@farn.br)
Anais XI Semana de Humanidades
320
Nesta nova ordem de ocupação dos espaços, surgem, de forma simultânea, vários conceitos
aplicados ao estudo da Geografia. As diversas mudanças dos espaços geográficos
contribuem para mudanças bastante significativas na vida terrestre. É neste contexto que as
novas tecnologias de informação vêm se transformando em ferramentas bastante úteis no
estudo do espaço geográfico, uma vez que estas permitem uma aplicação mais aprofundada
de alguns conceitos, a fim de poder obter resultados mais precisos e consistentes, de forma
mais produtiva. As tecnologias de informação aplicadas ao estudo da Geografia utilizam os
SIGs (Sistemas de Informação Geográfica) para avaliação do espaço. Esta avaliação toma
como parâmetro a construção de uma base de dados onde são aplicados diversos conceitos.
Um dos mais relevantes é o de geo-referenciamento, no qual o sistema pode mapear e gerar
várias análises, uma vez que este permite identificar a localização dos pontos no globo
terrestre de forma escalar. Dessa forma, a base de dados é alimentada de acordo com as
interações dos usuários, ou seja, ao seu contento. Neste contexto tecnológico, os sistemas
de informação geográficos integrados com outras tecnologias servem como um meio
definidor para análise e tomadas de decisões no estudo aplicado a Geografia. Com isso, à
Geografia agregada às tecnologias de informação passa a incorporar novas tendências. É
discutindo esta nova tendência que este trabalho se propõe a ilustrar ainda mais a
usabilidade dos SIGs, no sentido de obter informações de melhor qualidade. Para tanto,
discutimos a utilização de sistemas de apoio a tomadas de decisões integradas aos sistemas
de informação geográfica.
P-82: "LITERATURA, CARICATURA E PROPAGANDA:
MODERNIDADE NO RIO DE JANEIRO E EM SÃO PAULO" Autor/Expositor:
Rodrigo Aldeia Duarte
(Mestrando em Memória Social e Documento pela UNIRIO)
Este estudo está centrado na análise dos documentos de propagação das idéias modernas –
essencialmente os periódicos Klaxon (SP, 1922-3), Terra Roxa e Outras Terras (SP, 1926) e
Dom Quixote (RJ, 1917-27) – visando apreender a influência desses grupos literários na
constituição da identidade nacional e da idéia de modernidade no Brasil do início do século
XX. Definitivamente, a década de 20 é o momento das vanguardas, da quebra com o
“passadismo” e da tentativa de criação de uma nova arte no Brasil. Entretanto, na história
de nossa cultura, bem como em nossa crítica literária, a década de 20 paulista,
especialmente o marco de 1922, ficou emblematicamente caracterizada como sendo o
próprio Modernismo brasileiro. Porém, pelo menos desde a última década do século XIX,
já se pode encontrar indícios de uma mentalidade moderna em formação. Existem outras
vertentes "modernistas" que ficaram esquecidas nessa reconstituição. Através dos trabalhos
de Mônica Pimenta Velloso (1996) e de Ângela de Castro Gomes (1999), temos uma ampla
visão acerca do grupo carioca alijado da alcunha de modernista, caracterizado pelo humor
de crítica social, colocando-se através de sátiras, crônicas, caricaturas e propaganda.
Contudo, no modernismo paulista também iremos muitas vezes encontrar o humor como
via de acesso à modernidade. Pretende-se então demonstrar que os intelectuais boêmios do
Rio expressavam as idéias modernas em sua produção com tanta acuidade quanto os
paulistas, mas com uma linguagem diferente, que se valia da caricatura e da propaganda
como elementos essenciais na veiculação de seu corolário.
Anais XI Semana de Humanidades
321
P-83: MÍDIA E EDUCAÇÃO INFANTIL Nome do expositor/autor:
Sandro da Silva Cordeiro
(Aluno do Curso de Pedagogia –UFRN)
sandcord8022@yahoo.com.br
O mundo contemporâneo impõe novos paradigmas para o homem neste início de século e
começo de milênio. As Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (NTIC)
constituem-se numa recente realidade e seu alto poder de alcance é inegável, envolvendo a
todos de tal maneira que tornaram-se peças fundamentais para o conforto, a informação e o
entretenimento da população. A televisão, como uma das novas tecnologias, adquiriu um
poder de abrangência significativo, graças ao baixo custo dos aparelhos e sua conseqüente
popularização, atingindo a todos independentemente do nível sócio-econômico que
detenham. Conforme dados estatísticos, 87,4% dos lares brasileiros possuem um aparelho
de TV, garantindo um alcance ampliado e diversificado. Deste modo, as crianças em nosso
país estão vendo mais televisão do que em outros países, destinando cerca de três a quatro
horas diárias à televisão, permanecendo mais tempo diante da tela, do que exposta a
situações de aprendizagem na escola, assegurando o predomínio da sua exposição
exacerbada ao conteúdo televisivo tendo, ainda, o agravante de permanecerem sozinhas
sem interagir com algum adulto. Levando-se em consideração as elucidações acima
incitadas, o presente trabalho buscará tecer uma discussão teórica a respeito da mídia e seus
impactos para o público infantil, priorizando os efeitos da televisão a esta fase da vida e os
reflexos demonstrados por estes advindos de uma exposição em demasia ao conteúdo
midiático, bem como o papel de pais e educadores na formação de telespectadores mais
conscientes, seletivos e exigentes. Acredita-se que o corpus de conhecimentos aqui
edificado possa contribuir para os leitores refletirem acerca da presença dos meios de
comunicação de massa no cotidiano das crianças, auxiliando-os num melhor discernimento
deste tema tão relevante e que ganhou enorme repercussão nas ultimas décadas.
P-84: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER Autora:
Suzana da Cunha Joffer
Expositora:
Débora Virgínia de Almeida Silva
Este trabalho tem por objetivo expor a violência contra a mulher, em suas mais diversas
formas. Para tal fim, serão utilizados fotos, posters e folders, visando desmistificar uma
realidade presente em todas as camadas sociais, com mulheres dos mais diversos graus de
escolaridade e faixa etária. As vítimas do machismo e da covardia muitas vezes se tornam
coniventes com a sua situação por tradicionalismo, medo, vergonha ou condição financeira.
Através desse trabalho buscamos, não somente, mostrar o difícil preconceito enfrentado
pelas mulheres, que atravessa séculos, como também, esclarecer a importância da denuncia,
a qual passa a ser o único instrumento de mudança dessa realidade.
Anais XI Semana de Humanidades
322
P-85: PSICOLOGIA: FORMAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DA MORTE Expositores/Autores:
Tatiana Pimentel de Paula
(Aluna do Curso de Psicologia- UFRN)
anaitatpp@ig.com.br
Remerson Russel Martins
(Aluno do Curso de Psicologia- UFRN)
remersonrm@yahoo.com.br
Co-Autores:
Eulália Maria Chaves Maia
Luciana Carla Barbosa Trindade de Oliveira
Lucila Moura Ramos
Ilana Queiroz Pereira
Dentro da Psicologia, percebe-se a importância em desenvolver pesquisas que englobe os
aspectos relacionados à morte. Isto reflete em um vasto campo de estudos e prática para
este profissional que lida constantemente com questões vinculadas a perdas e luto em sua
atuação. Esta pesquisa objetiva correlacionar a formação em Psicologia com a
representação que os graduandos desse curso possuem da morte. Para isto, utilizou-se uma
amostra de 31 estudantes do Curso de Psicologia (UFRN). Optou-se como instrumento um
desenho representativo, acrescido de um questionário semi-estruturado, abrangendo a
questão da morte e a influência exercida através do Curso de Psicologia na representação
destes estudantes. Para a análise dos dados, as representações foram categorizadas nos
seguintes grupos: recomeço, passagem/ mudança, término da vida e dúvida/desconhecido.
Diante desta análise, obteve-se os seguintes resultados: 41,9% dos entrevistados possuem
uma visão da morte caracterizada como uma passagem/mudança, enquanto que 25,8%
percebem-na como o término da vida e 16,1% vêem-na como um recomeço. Constata-se,
quanto à formação acadêmica, um despreparo na graduação, já que 81% dos entrevistados
consideram o curso insuficiente para a formação profissional no tocante ao tema morte.
Sendo que 48% dos entrevistados consideram que há insuficiência de disciplinas que tratem
deste assunto e 40% relataram uma negligência durante o decorrer do curso. Com isto,
verifica-se uma insuficiência acadêmica quanto à representação e o lidar com a morte
nestes estudantes.
P-86: REALIDADE SOCIAL BRASILEIRA: A APLICAÇÃO DA PESB
NO MUNICÍPIO DE JOÃO DIAS/RN Autor/Expositor:
Tiago Cruz Spinelli
(Aluno do Departamento de Ciências Sociais – UFRN)
tcspinelli@bol.com.br
Orientador:
Prof. Dr. José Antonio Spinelli
(Professor do Departamento de Ciências Sociais – UFRN)
A PESB - Pesquisa Social Brasileira, encabeçada pelo DATUFF (Núcleo de Pesquisa e
Informação da UFF) e financiada pela Fundação Ford, colheu, em 2002, aproximadamente
Anais XI Semana de Humanidades
323
2000 entrevistas nas diversas regiões do país. O objetivo geral do survey consistiu na busca
da "opinião" do brasileiro, dos valores, percepções e visões de mundo. As duas versões do
questionário dividiam-se em seis módulos: 1- valores e visões de mundo; 2-
jeitinho/sociedade hierárquica/personalismo; 3- violência e criminalidade; 4- relações
raciais; 5- saúde reprodutiva e sexualidade; 6- política; além de um perfil sócio-
demográfico. No Rio Grande do Norte, as entrevistas foram aplicadas em Natal, nos bairros
das Quintas e Nossa Senhora da Apresentação e no município de João Dias. A visão mais
marcante foi na zona rural, onde as paisagens do sertão refletiam-se na melancolia seca de
um povo hospitaleiro e sofrido pelo desamparo das águas e de políticas públicas adequadas.
No início do século XXI nos deparamos com um mundo distante, seco, sofrido... e o pior:
não conseguimos enxergar o homem, a fome, a luta pela sobrevivência e as feridas sociais
do sertão. Permanecemos ainda distantes do que restou dos sorrisos, das estórias contadas
pelos velhos, das brincadeiras, das danças, das feiras... nossas impressões ficaram presas às
60 páginas da viseira que denominamos questionário, revelando assim a ineficácia e
limitação da "quantificação das sensações". Nessa perspectiva, centralizamos nesse
trabalho a crítica à equação das opiniões e valores de uma realidade social peculiar, e ao
abismo que nos deixa a léguas de compreender as vidas secas de João Dias.
P-87: USUÁRIAS AVALIANDO PRÁTICAS E SERVIÇOS DE SAÚDE
NA REDE BÁSICA DE NATAL/RN Autor/expositor:
Yalle Fernandes dos Santos
(Aluna do curso de psicologia da UFRN, bolsista de Iniciação Científica
CNPQ/Balcão)
yalles@yahoo.com
Emanoel B. de Lima
(Psicólogo, aluno do Mestrado do Depto. de Psicologia da UFRN)
emanoelj@bol.com.br
Orientadora:
Magda Dimenstein
(Professora Departamento de Psicologia – UFRN)
A partir da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), delineia-se no setor uma nova
relação entre Estado e sociedade, que favorece um maior controle público sobre a
assistência oferecida à população, vista, nesse caso, como co-responsável pela produção de
práticas e serviços resolutivos e com qualidade. O objetivo deste trabalho é conhecer como
as usuárias avaliam a qualidade da atenção recebida, tomando três eixos de análise: 1.
acolhimento pelo corpo técnico e humanização das práticas de saúde, 2. funcionamento e
organização do serviço e 3. instalações e equipamentos. Foram entrevistadas 39 usuárias
distribuídas nos quatro distritos sanitários do município de Natal/RN. As usuárias
avaliaram negativamente os aspectos do funcionamento e organização da unidade, bem
como suas instalações e equipamentos. Em relação à questão da humanização e
acolhimanto da atenção há uma avaliação positiva, pois 28 (71%) entrevistadas afirmam
estarem satisfeitas com os profissionais neste aspecto. Este fator é o principal alvo das
expectativas das usuárias, que esperam encontrar um atendimento que articule
resolutividade com qualidade.
Anais XI Semana de Humanidades
325
MOSTRA DE VÍDEO
Mostra de Vídeos:
A Mostra de Vídeos será realizada de 18:00-19:00h, nas terça 20, quarta 21 e quinta-feira
22 de maio, no Auditório do CONSEC, no 2º andar do CCHLA. Diariamente serão
apresentados trabalhos e debates com Mesa Redonda. (O programa de filmes e nomes de
convidados para as Mesas-Redondas será divulgado oportunamente.)
PROGRAMAÇÃO
MOSTRA DE VÍDEOS
Coordenadora: Profª. Drª. Lisabete Coradini
Data: 20, 21 e 22 de maio Local: Auditório do CONSEC
Horário: 18:00-19:00h.
Terça-feira: 20 de maio de 2003, 18:00-19:00h
"Boiadeiro sou rei" - Dir. Carlos Tourinho (10 min.) – Documentário sobre a
vida do sertanejo. Retoma a obra de Euclides da Cunha para mostra que todo
sertanejo é um forte.
Debatedor: Carlos Tourinho (Presidente da ABDeC/RN - Associação Brasileira dos
Documentaristas e Curtametragistas do Rio Grande do Norte).
Quarta-feira 21 de maio de 2003, 18:00-19:00h
"Quando o silêncio condena" - Dir. Andréa Ferraz. Documentário sobre
ditadura militar e sua repercussão no Nordeste. A explosão no aeroporto dos
Guararapes em Recife e depoimentos de ex-exilados políticos.
Debatedor: prof. Lincon Morais
Quinta-feira 22 de maio de 2003, 18:00-19:00h
"Natal em séculos" de Sandra Cerqueira e Érika Liz (18 min.)- Documentário
contando a história da cidade do Natal através de três blocos numa linguagem
simples e dinâmica. Narra a evolução urbana de Natal a partir de sua
arquitetura, cultura e costumes.
"Ingressa na praiera" de Caio Vitoriano, Carolina, Gudmila, Kerginaldo,
Thales e George (5 min.) – As estórias de uma figura típica da cidade do Natal
que se considera a “Embaixatriz do Brasil”.
"Crime é silêncio" de Aristeu Araújo (10 min.)- Documentário sobre o
Complexo Penal Dr. João Chaves através do ponto de vista do presidiário.
TPM de Marcelo Andrade - (1 min.)- “...sobre aqueles dias”.
Debatedor: Profa. Miriam Moema e os diretores dos vídeos.
Anais XI Semana de Humanidades
327
PROPOSTAS DE NOVOS EVENTOS:
O professor/departamento/base que desejar propor atividades para realização durante a XI
Semana de Humanidades assumirá inteira responsabilidade pela coordenação da mesma. A
Coordenação da XI Semana de Humanidades fará a divulgação, junto aos demais eventos
programados, e emitirá certificados/declarações. Se o evento proposto implicar em qualquer
custo para o CCHLA, este deverá ser previamente aprovado pela direção do CCHLA.
Propostas poderão ser apresentadas à Coordenação da XI Semana de Humanidades até o
dia 7 de abril de 2003.
COLÓQUIO HUMANITAS Coordenador:
Prof. Dr. Alipio de Sousa Filho
Local e Horário:
Auditório do CONSEC (Consecão), 2º Andar, CCHLA, quinta-feira e sexta-
feira, dias 22 e 23 de maio, 9:00-11:30h.
PROGRAMAÇÃO
Conferência da quinta-feira, 22 de maio, 9:00-11:30h:
Prof. Dr. FRANÇOIS D’ARCY (Grenoble) “Reflexões sobre o destino do Estado-nação no século XXI a partir da experiência
européia”
Conferência da sexta-feira, 23 de maio, 9:00-11:30h:
Prof. RICARDO L. BARROCAS (UFC):
“Experiência Mística e Gozo: João da Cruz e Angelus Silesius – Uma Abordagem
Freudiana”.
“SETENTA ANOS DE CASA GRANDE & SENZALA: SUA
CONTRIBUIÇÃO PARA AS CIÊNCIAS HUMANAS E AS LETRAS NO
BRASIL” Coordenador:
Prof. Dr. Pedro Vicente Costa Sobrinho
(Departamento de Ciências Sociais)
Local/Horário: Anfiteatro A do CCET, ao lado da BCZM, 22 de maio de 2003,
14-19 h.
Casa Grande & Senzala, obra canônica do sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre, faz 70
anos de sua publicação (1933-2003). A importância capital da obra gilbertiana para o
conhecimento do Brasil e dos brasileiros é reconhecida por cientistas sociais vinculados às
escolas teóricas mais diversas do pensamento sociológico, antropológico e histórico, do
país e do exterior. Além disso, cabe também discutir a obra gilbertiana pela sua construção
literária, pois Casa Grande & Senzala deve parte de sua consagração ao estilo do autor, que
independentemente de sua contribuição científica, tornou-se obra de referência da literatura
brasileira. Com relação ao fato assim se expressou o crítico Wilson Martins: “Casa Grande
& Senzala foi lido por seu conteúdo de ciência, mas também, por sua forma literária e
embora alguns críticos de má fé ou de curta inteligência tenham visto nessa duplicidade um
Anais XI Semana de Humanidades
328
motivo de censura, a verdade é que as duas coisas se completam no plano superior em que
se situam as obras-primas”. Portanto, com a realização do presente seminário, teremos a
oportunidade de colocar a comunidade universitária e o público em geral no centro da
discussão da consagrada obra, no que diz respeito a sua contribuição para o conhecimento
nas Ciências Humanas e nas Letras no Brasil.
OBS: Para os alunos participantes as inscrições serão realizadas no dia do evento, mediante
a assinatura da lista de presença. Os Certificados de participação nos entregues apenas para
quem assinar a lista. Estes só serão distribuídos entre 17 de junho e 31 de junho de 2003,
quando a Secretaria da XI Semana de Humanidades será encerrada.
PROGRAMAÇÃO
Data de realização: 22 de maio de 2003.
Local: Anfiteatro “A” do CCET.
1. Mesa-redonda: Casa Grande & Senzala e as Ciências Humanas no
Brasil Horário: 14h30 às 17h15
Conferência: “Casa Grande & Senzala e a antropologia no Brasil.” Conferencista: Dr. Roberto Motta.
Conferência: “Casa Grande & Senzala e a historiografia brasileira”.
Conferencista: Prof. Dr. Raimundo Arraes Debatedores: Prof. Dr. Alípio de Souza Filho, Profª. Dra. Vânia
Gico e Prof. Dr. Iranilson Burity.
Coordenação: Prof. Pedro Vicente Costa Sobrinho
2.Mesa-redonda: “Casa Grande & Senzala e a literatura brasileira.” Horário: 17h30 às 18h45
Conferencista: Prof. Edson Nery da Fonseca
Debatedores: Prof. Dr. Afonso Fávero e Prof. Vicente Serejo Coordenação: Prof. Pedro Vicente Costa Sobrinho
Anais XI Semana de Humanidades
329
MESA REDONDA: GOVERNO LULA: DILEMAS E PERSPECTIVAS Coordenador:
Prof. Dr. Pedro Vicente Costa Sobrinho
Local: Consecão, 2º Andar do CCHLA
Horário: 23 de maio de 2003, 14:00-17:00 h.
O governo Lula é o governo eleito que teve o maior respaldo popular na história do país. A
sua eleição foi baseada num discurso de esquerda e ancorado numa longa trajetória de
oposição do Partido dos Trabalhadores (PT) e da maioria dos partidos aliados. Neste
sentido, o próprio discurso da campanha, bem como as falas iniciais do Presidente eleito,
apontavam para um conjunto de mudanças ou reformas estruturais que remeteriam para
mudanças profundas no país. Entretanto, vários entraves já esperados e outros que
emergiram nos primeiros meses do novo governo, produziram inúmeros e variados dilemas
que devem ser analisados de forma mais sistematizada. Para tanto, faz-se indispensável
discussões e debates urgentes que conduzam a uma contribuição acadêmica sobre o tema.
OBS: Para os alunos participantes as inscrições serão realizadas no dia do evento, mediante
a assinatura da lista de presença. Os Certificados de participação serão entregues apenas
para quem assinar a lista. Estes só serão distribuídos entre 17 de junho e 31 de junho de
2003, quando a Secretaria da XI Semana de Humanidades será encerrada.
SEMINÁRIO VISÕES DO BRASIL (3) Coordenador:
Prof. Dr. Afonso Henrique Fávero (Departamento de Letras)
Local: Setor de Aula II, Bloco C, Sala 3
Horário: 20 a 23 de maio de 2003, das 10:00-12:00 h.
O seminário Visões do Brasil chega à terceira edição. Desta vez será apresentado dentro da
Semana de Humanidades 2003. Então aí está: em maio teremos um novo ciclo de palestras
dentro do mesmo espírito que marcou os dois primeiros. Novamente serão objetos de
reflexão as obras de artistas e intelectuais que, à sua maneira, preocuparam-se em oferecer
imagens acerca do país. Algumas bastante sistematizadas, outras mais esparsas; porém,
todas conservando interesse para os propósitos deste seminário, que busca assim ampliar os
debates voltados para as múltiplas interpretações do Brasil.
OBS: Para os alunos participantes as inscrições serão realizadas no dia do evento, mediante
a assinatura das lista de presenças. Os Certificados de participação serão entregues apenas
para quem assinar 3 das 4 listas. Estes só serão distribuídos entre 17 de junho e 31 de junho
de 2003, quando a Secretaria da XI Semana de Humanidades será encerrada.
PROGRAMAÇÃO
20/05 – “Richard M. Morse” – Prof. Dr. Pedro Vicente Costa Sobrinho (Depto de Ciências
Sociais)
21/05– “Guimarães Duque” – Prof. Dr. José Lacerda de Felipe (Depto de Geografia)
22/05– “Jorge Fernandes” – Prof. Dr. Humberto Hermenegildo de Araújo (Depto de Letras)
23/05– “José Paulo Paes” – Prof. Ms. Antônio Fernandes de Medeiros Júnior (Depto de
Letras)
Anais XI Semana de Humanidades
330
PALESTRA: COMO A ANÁLISE DO DISCURSO PODE AJUDAR AS
“HUMANIDADES” ENFRENTANDO O DESAFIO DESALENTADOR
DO NOVO MILÊNIO: A AGENDA DO “ECOLOGISMO”
(CANCELADA) Palestrante:
Prof. Dr. Robert de Beaugrande
Universidade Federal da Paraíba
Coordenadora:
Profª. Drª. Maria do Socorro Oliveira (Departamento de Letras)
Local: Consequinho, 1º Andar do CCHLA
Horário: 23 de maio de 2003, 14:00-16:00 h.
A concepção das “humanidades” surgiu na época do Renascimento como reafirmação dos
valores propriamente “humanos” (e “humanitários”) depois da Baixa Idade Média,
dominada pelos valores blindados dos poderes feudais ou sagrados. Hoje, aquele progresso
iniciado há quase dois mil anos virou um retrocesso, substituindo os valores de poderes não
menos blindados do militarismo e do fundamentalismo. Nesta etapa na história da cultura,
as humanidades enfrentam o desafio desalentador de reconciliar nossas teorias
humanitárias, tais como igualdade, democracia, e paz, com nossas práticas, senão essas
serão carregadas, pelo contrário, através da “globalização” e do “neoliberalismo” da “nova
ordem mundial”. Nesta tarefa, a análise crítica do discurso serve para aumentar nossa
sensibilidade dos meios discursivos da inclusão ou exclusão, da co-operação ou
confrontação, pois o discurso mesmo é a ferramenta principal para desenvolver os meios da
coexistência humana, logo agora que uma guerra de palavras vira guerra de bombas em
poucos dias. Proponho mostrar esse projeto através de uns temas discursivos da última
hora.
OBS: Para os alunos participantes as inscrições serão realizadas no dia do evento, mediante
a assinatura da lista de presença. Os Certificados de participação nos entregues apenas para
quem assinar a lista. Estes só serão distribuídos entre 17 de junho e 31 de junho de 2003,
quando a Secretaria da XI Semana de Humanidades será encerrada.
II SEMINÁRIO ANUAL DO PROJETO CAPES/ PROCAD: “O
MUNDO RURAL E AS CIÊNCIAS SOCIAIS: PRODUÇÃO DE
CONHECIMENTO E FORMAÇÃO DE PESQUISADORES”. Coordenador:
Prof. Dr. Aldenôr Gomes da Silva (Departamento de Ciências Sociais)
Local: Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede
Horário: 22 a 23 de maio de 2003:
1º Dia: Manhã: 09:00 - 12:00h; Tarde: 14:00 - 18:00 h.
2º Dia Manhã: 09:00 - 11:00 h; Tarde: 13:00 - 16: 00 h.
O seminário anual do Projeto CAPES/PROCAD tem por objetivo aprofundar o intercâmbio
acadêmico institucional entre IES. Atualmente vem sendo desenvolvido o intercâmbio entre
as seguintes IES: UFRN, UFPE, UFCG e UNICAMP, visando a consolidação do
laboratório de observação permanente sobre as transformações do mundo rural no
Anais XI Semana de Humanidades
331
Nordeste. Como também a produção de conhecimento e formação de pesquisadores,
através de missões de estudo e de trabalho entre as IES envolvidas. Dessa forma, a
realização do II Seminário Anual do PROCAD se constitui numa referência de
consolidação das atividades de intercâmbio desenvolvidas ao longo desses dois primeiros
anos de existência do projeto. O evento tem um caráter fechado em relação ao seu público
alvo, é dirigido aos participantes (professores, pesquisadores e alunos) das referidas IES
envolvidas, mas também aberto aos interessados na temática “Mundo Rural e Ciências
Sociais”.
PROGRAMAÇÃO
TEMA GERAL DO SEMINÁRIO:TEORIA E PESQUISA SOBRE O MUNDO RURAL:
IDENTIDADES, DESIGUALDADES E SUSTENTABILIDADE.
Dia 20: Terça feira. I e II Sessões de Apresentação de Trabalhos.
Dia 21: Quarta feira III e IV Sessões Apresentação de Trabalhos.
14.00 – 18:00. GT: Mundo Rural e Ciências Sociais: produção de conhecimento e formação
de pesquisadores. Programa associado à Semana de Humanidades. CCHLA. UFRN.
Local: (A definir)
Coordenadores:
ALDENOR GOMES DA SILVA (UFRN)
ZORAIDE SOUZA PESSOA (UFRN)
Dia 22. Quinta Feira
Local: Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede
8:30. Inscrições
9:00. Abertura do Seminário PROCAD
Profa. Dra.Norma Missae Takeuti- Coordenadora do PPGCS
Prof. Aldenôr Gomes da Silva- Coordenador do PROCAD-UFRN
10:00 – 12:00.
Local: Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede
Primeira Sessão: Conferência:
O Programa “Fome Zero” no Nordeste: ações emergenciais e projeto de desenvolvimento
rural.
Conferencista: ALDENOR GOMES DA SILVA (UFRN)
Coordenador: JEAN-PHILIPPE TONNEAU (CIRAD-UFPB)
14:00 – 17:30.
Local: Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede
Segunda Sessão: Mesa Redonda 1.
Identidades e Novas Sociabilidades. Temática: constituição de sujeitos, reconhecimento de
direitos.
Coordenadora: ILZA ARAÚJO LEÃO DE ANDRADE (UFRN)
Debatedora: GHISLAINE DUQUE (UFCG)
2.1. Assentados ou moradores das terras do governo? (A construção de uma nova
identidade nas áreas de Assentamento da antiga Usina Santa Maria, de Areia, Paraíba.)
EDGARD MALAGODI (UFCG).
Anais XI Semana de Humanidades
332
Trabalho e socialização de crianças em famílias camponesas. MARILDA APARECIDA
DE MENEZES. (UFCG).
2.2. A sociabilidade dos trabalhadores da fruticultura irrigada do Platô de Neópolis/SE.
DALVA MARIA DA MOTA. (EMBRAPA Tabuleiros Costeiros-SE).
2.3. Ser jovem no campo: vida cotidiana e projetos para o futuro de jovens rurais no Estado
de Pernambuco. MARIA DE NAZARETH BAUDEL WANDERLEY. (UFPE)
Dia 23. Sexta feira
8:30 – 12:00
Local: Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede
Terceira Sessão. Mesa Redonda 2:
Democracia e Desigualdades. Temática: políticas públicas, organizações políticas, pobreza
e violência.
Coordenadora: MARIA DO LIVRAMENTO MIRANDA CLEMENTINO. (UFRN)
Debatedor: Fernando Antônio Lourenço. (UNICAMP)
3.1. O “direito de existir” e a “justiça agrária”: o direito a uma renda básica de cidadania e
as transformações do mundo rural. FERNANDO ANTÔNIO LOURENÇO.
(UNICAMP)
3.2. Conselhos do PRONAF: quando a parceria faz a diferença. ILZA ARAÚJO LEÃO DE
ANDRADE. (UFRN)
3.3. Da luta pela terra à criação de assentamentos rurais na zona canavieira do Nordeste:
mudanças e permanências. EMILIA MOREIRA (UFPB), IVAN TARGINO (UFPB) e
MARILDA A. DE MENEZES (UFCG).
3.4. Os limites e as possibilidades da Assistência Técnica e Extensão Rural na agricultura
familiar: um estudo de casos. Elvio Quirino Pereira/ UFPB/UFTO. Orientadora : Profª.
Ghislaine Duque/ UFCG.
14:00 – 17:30
Local: Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede
Quarta Sessão. Mesa Redonda 3:
Dinâmicas territoriais, Desenvolvimento Rural e Sustentabilidade. Temática: diversificação
dos espaços rurais, segurança alimentar e novas tendências na agricultura, transformações
do mundo do trabalho agrícola.
Coordenador: MÁRCIO CANIELLO (UFCG)
Debatedora: MARIA DE NAZARETH BAUDEL WANDERLEY. UFPE
4.1. Desenvolvimento territorial no Nordeste: qual papel para o programa "Fome Zero".
JEAN-PHILIPPE TONNEAU (CIRAD/UFCG)
4.2. Agricultura, mundos do trabalho e mundos do consumo. Entre a segurança alimentar e
a globalização dos alimentos. JOSEFA SALETE BARBOSA CAVALCANTI. DALVA
MARIA DA MOTA. ANA CRISTINA BELO DA SILVA. WANESSA GONZAGA
DO NASCIMENTO. CARLA ANDRÉA BEZERRA CHAGAS. (UFPE)
4.3. Irrigação e diferenciação do espaço rural na Paraíba. IVAN TARGINO. (UFPB),
EDILANE AMARAL (UFPB) e EMILIA MOREIRA (UFPB).
4.4. Manejo de lagos em comunidades rurais da várzea do rio Amazonas/Solimões:
conservação de recursos comuns e desenvolvimento local nas regiões de Tefé Silvem e
Parintins (AM). LUIS HENRIQUE CUNHA. (UFPB)
18:00. Encerramento do Seminário
Anais XI Semana de Humanidades
333
PAINEL: EXTENSÃO, FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR E
FORMAÇÃO CIDADÃ Coordenadoras:
Marjorie da Fonseca e Silva Medeiros (Pró-Reitoria de Extensão)
Francisca Nazaré Liberalino (Departamento de Enfermagem)
Local/Horário: Auditório da Geografia, 23 de maio de 2003, 14:00-16:00 h.
Como potencializar a energia de estudantes e professores e fortalecer a auto-estima da
comunidade universitária, plantando o sentimento de poder fazer mais do que faz e deve,
apesar do processo velado e silencioso de destruição de utopias de um mundo melhor, com
pessoas mais realizadas e felizes? Como fazer para que a sociedade reconheça na
universidade uma instituição indispensável ao seu desenvolvimento, um espaço que a ela
pertence não apenas como locus de formação de profissionais tecnicamente competentes,
mas como responsável pela produção do conhecimento voltado para a solução de muitos
dos seus cruciais problemas? Estas e outras reflexões, estarão presentes no painel que
pretende discutir a proposição e apresentar experiências desse componente flexível na
estrutura dos Projetos Político Pedagógicos dos Cursos de Graduação da UFRN.
OBS: Para os alunos participantes as inscrições serão realizadas no dia do evento, mediante
a assinatura da lista de presença. Os Certificados de participação serão entregues apenas
para quem assinar a lista. Estes só serão distribuídos entre 17 de junho e 31 de junho de
2003, quando a Secretaria da XI Semana de Humanidades será encerrada.
EVENTOS CULTURAIS
EXPOSIÇÃO: 80 ANOS DE SEMANA DE ARTE MODERNA Coordenadora:
Profª. Drª. Marineide Furtado Campos (Departamento de Educação)
Coordenadora do Espaço Humanitas/CCHLA
Email: mafurca@bol.com.br
Local: Espaço Humanitas
Horário: 19 a 23 de maio de 2003:
Matutino: 08:00 às 11:00h
Vespertino: 14:00 às 17:00h
Noturno: 19:00 às 21h30min.
O evento proposto tem por objetivo resgatar os momentos mais importantes da Semana de
Arte Moderna de 22 através de exposição de fotos, poesias, documentos da época,
propiciando um estudo construtivo de um dos maiores momentos da vida cultural brasileira.
O evento procura, antes de tudo, ser fiel ao espírito de 22, e vai abrir um espaço para a
exposição de textos de Monteiro Lobato, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, bem
como, obras de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Lasar Segal, Anita Malfati, em aquarela,
dentre outros para o resgate da cultura literária brasileira.
As atividades, previstas, são:
Exposição de fotos através de posters;
Declamação de poesias;
Explicação dos fatos por monitores ao público;
Discussão entre os presentes.
Anais XI Semana de Humanidades
334
1ª MOSTRA DE ARTE EXISTENCIAL
Coordenadores:
Prof. Dr. José Ramos Coelho (Departamento de Filosofia)
Psicóloga Lúcia Scavone.
Local: Setor de aula II, Bloco G, Sala 4.
Horário: 19 a 23 de maio de 2003, das 14:00 - 17:00 h.
Esta exposição pretende, pela primeira vez, tornar pública a produção dos artistas
existenciais. Cada obra que compõe esta exposição (pinturas, esculturas, colagens, músicas,
poesias, etc.) deve ser vista não apenas como um objeto estético, mas como um momento
de um trajeto existencial que o seu criador percorreu em busca de si mesmo. O que importa
nesta produção é o fator existencial que fundamentou e motivou o processo criador. Ao
esculpir uma estátua ou ao pintar um quatro, seu autor está esculpindo a si mesmo e
fazendo um auto-retrato. A arte se torna vida e a vida se faz arte. O que se mostra são
artistas de si mesmos, criadores que fazem de sua própria vida uma obra de arte.
PEÇA DE TEATRO FÓRUM INFANTIL: QUEMTEVÊ Coordenador:
Prof. Dr. Djakson da Rocha Bezerra (Departamento Psicologia/ Coordenador da
Cia. Teatral GABOTUN da UFRN:)
Local/Horário: Setor de aula II, Bloco C, sala 4, segunda-feira, 19 de maio de
2003, 16 h.
A Companhia Teatral Gabotun da UFRN é a representante do Teatro do Oprimido no Rio
Grande do Norte e no Nordeste do Brasil. Os espetáculos são apresentados em escolas,
favelas, feiras livres, sindicatos, igrejas, nas ruas e até mesmo no teatro. A Gabotun vai
onde o povo estiver. No Teatro Fórum atores e platéia interagem em momentos de
descontração. O riso aparece, a emoção se faz presente. O pensamento reflexivo desperto
leva o espectador se transformar em espect-ator, para tentar solucionar os conflitos da peça
e que, na realidade, são os da comunidade, e os problemas da sua vida cotidiana. O
espectador tem o direito de participar ativamente da cena. A Peça Quemtevê é mais um
texto dramático e montagem coletiva inédita da Gabotun, realiza-se em um ato, com 40
minutos e mostra a influência e o vício que a TV inserida na família provoca nas relações
humanas. Objetivamos: refletir sobre o processo de alienação que a programação televisiva
produz; promover o exercício da leitura crítica da programação advinda da TV, através da
ludicidade comum ao teatro; e, contribuir para autonomia ou auto-regulação dos
espectadores em relação a TV.
EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS COM PAPEL RECICLADO Coordenadora:
Profª Maria do Socorro de Oliveira Evangelista
Local/Horário: Departamento de Artes, 19 a 23 de maio de 2003.
A exposição de artes plástica refere-se à produção realizada pela Maria do Socorro de
Oliveira Evangelista e o aluno Luiz de Siqueira Menezes Filho, e colaborador o aluno
Gibson Machado Alves, todos do DEART, os trabalhos apresentados são baseados no
reaproveitamento de resíduos sólidos transformando-os em obras de arte. Tendo como
objetivo a divulgação da cultura artística, desenvolvimento crítico e a preservação e
educação ambiental.
Anais XI Semana de Humanidades
335
EXPOSIÇÃO DE AMBIENTAÇÃO Coordenadora:
Profª Maria do Socorro de Oliveira Evangelista
Local/Horário: Espaço Humanitas, 19 a 23 de maio de 2003:
Matutino: 08:00 às 11:00h
Vespertino: 14:00 às 17:00h
Noturno: 19:00 às 21h30min.
A exposição de ambientação de espaços com materiais reaproveitados e alternativos
produzidos no DEART pela professora Maria do Socorro de Oliveira Evangelista e o aluno
Antônio Ataíde Borba, e os colaboradores aluno Luiz de Siqueira Menezes Filho e o aluno
Gibson Machado Alves, são peças como luminárias, objetos de decoração e móveis. Tendo
como objetivo a divulgação da cultura artística, desenvolvimento crítico e a preservação e
educação ambiental.
INTERFERÊNCIA POÉTICA Coordenadora:
Profª Maria do Socorro de Oliveira Evangelista
Local/Horário: Espaço Humanitas, 19 a 23 de maio de 2003, Itinerante.
Durante a Semana de Humanidades o grupo da Associação dos Poetas Vivos e Afins do
RN, a Associação de Poetas, Escritores e Jornalistas Brasileiros – AJEB e alunos Poetas da
UFRN – DEART, recitará poemas itinerantes com paradas no Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes e terá uma exposição de Poemas Cartaz. Tem o objetivo de
divulgar a poesia no cotidiano, na arte e na ciência, e também despertar nos jovens
estudantes o seu potencial poético e a prática da poesia nas escolas de ensino fundamental e
médio.
EXPOSIÇAO DA ARTISTA PLÁSTICA BRUNA HETZEL
Local/Horário: CCHLA, de 19 a 23/05
Esta coletânea de trabalhos reúne fragmentos de uma obra em construção inicial. São
figuras ou cenas particulares, oriundas do que defino ora como "explosões de sentimentos"
em traços, formas, cores, ora como simples releituras ou olhares que remetem ao universo
cotidiano. Um convite para uma visita inusitada a estes personagens, que brotam deste eixo
que religa sonho & realidade, consciente/inconsciente, razão/sensibilidade. Os trabalhos
selecionados em meio a este pequeno acervo comportam técnicas variadas (acrílico,
guache, aquarela sobre papel ou tela) e revelam momentos distintos destes 5 anos de
iniciação e exploração auto-didática no universo da pintura.
EXPOSIÇÃO LUGARES POTIGUARES Coordenadora:
Profª Terezinha Martins da Silva (Departamento de Artes)
Horário /Local: Setor de aula II, Bloco C, sala 3, segunda,19 de maio, 13: 30-
21:00 h.
A exposição consta de um conjunto de trabalhos de pintura em tela, abordando paisagens e
lugares do RN.
Anais XI Semana de Humanidades
337
COQUETEL LANÇAMENTO DE LIVROS E REVISTAS
Coquetel de Lançamento de Livros e Revistas:
O coquetel de lançamento de livros e revistas do CCHLA ocorrerá na sexta-feira, 23 de
maio, 15:30h, no hall do CCHLA (Espaço HUMANITAS). Professores, funcionários e
alunos do CCHLA que desejarem lançar seus livros durante a XI Semana de
Humanidades devem apresentar solicitação (com uma cópia do livro) até o dia 30 de
abril. (A lista dos lançamentos será divulgada oportunamente.)
COQUETEL DE LANÇAMENTO DE LIVROS E ENCERRAMENTO
Sexta-feira, 23 de maio, 16:00h, no Espaço HUMANITAS (Hall de entrada do CCHLA).
Coquetel com a apresentação dos grupos de dança:
“É! Cia.” (Coreografia: “Eu só queria dizer que te amo”, de Rubem Barbosa-
DEART)
“Grupo Vuoer de Salão”. (Coreografia: “Uníssono”, de Rubem Barbosa-
DEART)
Livros, revista e jornal:
Almir de Carvalho BUENO. Visões de República: Idéias e Práticas Políticas no Rio
Grande do Norte (1880-1895). Natal: EDUFRN, 2002.
Constância Lima DUARTE; Diva Maria Cunha Pereira de MACÊDO. Via-Láctea: De
Palmyra e Carolina Wanderley Natal, 1914-1915. Natal: NAC / CCHLA-
NEPAM / Sebo Vermelho, 2003.
Emerson Barros de AGUIAR. Ética: Instrumento de Paz e Justiça. João Pessoa:
Tessitura, 2002.
Francisco IVAN. A Chave Azul. Natal: NAC / CCHLA, 2002.
Márcio Moraes VALENÇA; Rita de Cássia da Conceição GOMES. (Orgs.).
Globalização & Desigualdade. Natal: A.S. Editores, 2002.
Norma Missae TAKEUTI. No Outro Lado do Espelho. Rio de Janeiro: Relume
Dumará; Natal: UFRN, 2002.
Oscar Federico BAUCHWITZ. (Org.). Eu, Tu e Borges. João Pessoa: Editora
Universitária UFPB, 2003.
Anais XI Semana de Humanidades
338
Ruben G. NUNES. Dotô, casa comigo? Um Romance Esquizóide. Natal: Sebo
Vermelho, 2003. (Prêmio Câmara Cascudo 1982).
WANDERLORE. An English Literary Review. Ano 1, nº 2, December 2002. (Jornal
para a comunidade de falantes da língua inglesa).
Revista ODISSÉIA
Anais XI Semana de Humanidades
345
GT- trabalhos propostos e trabalhos
apresentados
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
GT
-01
GT
-02
GT
-03
GT
-04
GT
-05
GT
-06
GT
-07
GT
-08
GT
-09
GT
-10
GT
-11
GT
-12
GT
-13
GT
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GT
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GT
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GT
-18
GT
-19
GT
-20
GT
-21
GT
-22
GT
-23
GT
-24
GT
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GT
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GT
-27
GT
-29
GT
-30
GT
-31
GT
-32
GT
-33
Nº de Trab. Propostos Nº de Trab. apresentados
TOTAL Nº de Trab. Propostos: 472 Nº de Trab. Apresentados: 420 Nº de Trab. Faltosos: 52
Anais XI Semana de Humanidades
341
Nº de Part. ouvintes
0
10
20
30
40
50
60
70
80
GT
-01
GT
-02
GT
-03
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-04
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GT
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GT
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GT
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GT
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GT
-26
GT
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GT
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GT
-30
GT
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GT
-32
GT
-33
TOTAL Nº de Part. Ouvintes: 456
Anais XI Semana de Humanidades
342
Mc & OF: Inscritos, faltosos e inscritos no dia
0
10
20
30
40
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60
MC
-01
MC
-02
MC
-03
MC
-04
MC
-05
MC
-06
MC
-07
MC
-08
MC
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MC
-10
MC
-11
MC
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MC
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MC
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MC
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MC
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MC
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MC
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MC
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MC
-20
MC
-21
OF
-01
OF
-02
OF
-03
PRÉ-INSCRITOS FALTOSOS INSCRITOS NO DIA
TOTAL
PRÉ-INSCRITOS: 732
FALTOSOS: 242
INSCRITOS NO DIA: 189
Anais XI Semana de Humanidades
343
MC & OF - TOTAL DE ALUNOS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
MC
-01
MC
-02
MC
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MC
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MC
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MC
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MC
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MC
-10
MC
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MC
-12
MC
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MC
-14
MC
-15
MC
-16
MC
-17
MC
-18
MC
-19
MC
-20
MC
-21
OF-0
1
OF-0
2
OF-0
3
TOTAL
ALUNOS MINICURSOS E OFICINAS: 678