Post on 06-Feb-2018
RESUMÃO DE HISTÓRIA
IMPÉRIO FRANCÊS
O Golpe de 18 Brumário, em 1799, levou ao poder Napoleão Bonaparte, o general mais
brilhante da França. Sua ascensão pôs fim aos distúrbios provocados pela esquerda igualitária
e pela reação monarquista, assegurando à burguesia a desejada estabilidade política.
No consulado, forma de governo estabelecido após o Brumário, o poder Executivo era
estabelecido por três cônsules. Os cônsules deveriam ocupar o cargo por dez anos. No
entanto, em 1802, a ambição política e o talento de Napoleão conseguiram transformar o
consulado em cargo vitalício, por meio de um plebiscito. E 1804, outro plebiscito deu-lhe
permissão para transformar o consulado em império.
As reformas promovidas por Napoleão no consulado e no início do império consolidaram de
maneira irreversível a ordem burguesa. O Código Civil Napoleônico, de 1804, representou um
dos alicerces mais sólidos dessa ordem, tudo regulamentado de acordo com os interesses
burgueses. Como estadista, Napoleão ratificou a redistribuição de terras levada a efeito pela
revolução.
Reformou o sistema tributário e fundou o Banco da França no intuito de controlar o fluxo de
capitais. Obras públicas como drenagem de pântanos, construção de pontes e redes de
estradas e canais foram realizadas sobretudo com objetivos militares, mas também para
conquistar o apoio da burguesia.
Na política externa, Napoleão apoiou-se num instrumento de suma importância na
manutenção da unidade de seu império: a espada. O soldado que derrotara várias vezes os
austríacos não hesitou em negociar pessoalmente com eles a Paz de Campo Fórmio, que
estabeleceu repúblicas ao estilo francês no norte da Itália. O imperador continuou a negociar
com os adversários que derrotava. Criou novos Estados e destituiu monarcas de vários países
europeus, substituindo-os por seus parentes e generais.
� FRANÇA VS. EUROPA
Um exemplo da hostilidade permanente entre a França e o restante da Europa foi o Bloqueio
Continental. A política expansionista do imperador francês esbarrava na maior potência
industrial até então, a toda poderosa Inglaterra. Napoleão buscou confrontação direta, mas
não obteve êxito frente ao poderio da esquadra naval inglesa, fortalecida desde a República
de Cromwell a partir de seu Ato de Navegação, e sofreu sua primeira derrota militar na
Batalha de Trafalgar.
Como não conseguia vencer a Inglaterra militarmente, o astuto imperador buscou outros
meios de derrubar a potência britânica. Elaborou então, em 1806, o chamado Bloqueio
Continental, segundo o qual nenhuma transação comercial entre a Inglaterra e o restante da
Europa poderia ser feita, tendo em vista que boa parte do continente estava sobre o controle
do imperador francês. Dessa forma, Bonaparte buscava derrubar a Inglaterra economicamente
e estabelecer a hegemonia francesa sobre o mercado europeu.
No entanto, a estratégia converteu-se numa faca de dois gumes, incitando a hostilidade de
países que ignoraram o bloqueio. Na Espanha, em Portugal e em outras regiões da Europa, a
luta contra os franceses assumiu características de guerra nacional.
Destacou-se a resistência da Rússia que, assim como outras nações, também desrespeitou o
Bloqueio Continental, levando Napoleão a reunir um exército de aproximadamente 600 mil
homens, em 1812, para invadi-la. A campanha na Rússia foi um desastre. O frio, as doenças e a
fome e as guerrilhas causaram milhares de perdas. Dos cerca de 600 mil soldados que partiram
junto com Napoleão para Moscou, apenas 60 mil retornaram para a França.
� A QUEDA DE NAPOLEÃO
A derrota contra a Inglaterra e a vergonhosa campanha na Rússia destruíram o mito da
invencibilidade do pequeno cabo [Napoleão tinha pouco mais de 1,50 de altura]. Bonaparte
conseguiu consolidar as conquistas burguesas da Revolução de 1789, mas arruinou o legado
revolucionário: o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade.
Nos últimos anos do governo imperial, as decisões de Napoleão seguiam caminhos contrários
aos ideais da revolução e mesmo da fase inicial de seu governo. O estadista que reorganizou a
administração europeia viu-se obrigado a desperdiçar recursos e homens para sustentar os
tronos vacilantes nos quais colocara seus parentes.
As colheitas medíocres, nos últimos anos de seu governo, resulltaram em uma crise alimentar.
Frente às derrotas francesas, a opinião pública passou a se perguntar se a glória imperial valia
o sacrifício das vidas de tantos jovens franceses. Aproveitando-se da crise, Inglaterra, Áustria,
Prússia, Rússia e Suécia organizaram uma coligação que venceu a França em 1813, na batalha
de Leipzig.
Em 1814, Napoleão assina o Tratado de Fontainebleau, pelo qual abdicava do trona da França,
recebendo em troca uma pensão anual e a soberania sobre a Ilha de Elba. O governo francês
foi entregue a Luís XVIII, irmão de Luís XVI, que tratou de confirmar as conquistas
revolucionárias.
Todavia, Napoleão Bonaparte volta ao poder em 1815, graças à insatisfação do povo francês
com o novo governo. Ele fugiu da Ilha de Elba e desembarcou na França apoiado por militares
e pela população. Seu novo governo durou apenas 100 dias, uma vez que os antigos rivais
formaram uma aliança para liquidar definitivamente o imperador.
A ruína definitiva de Napoleão ocorreu com a Batalha de Waterloo, na Bélgica [em 1815],
quando um exército coligado de ingleses e prussianos venceu as tropas imperiais. Napoleão
voltou a Paris e abdicou definitivamente do cargo de imperador. Em seguida foi exilado na Ilha
de Santa Helena, possessão britânica do Atlântico Sul, onde morreu em 5 de maio de 1821.
� O CONGRESSO DE VIENA
Após a abdicação de Napoleão Bonaparte, os países membros da coligação que o derrotara
reuniram-se em Viena, Áustria. O Congresso de Viena, como ficou conhecido, teve como
objetivo restaurar as dinastias derrotadas pelas tropas napoleônicas e retraçar o mapa da
Europa de acordo com dois princípios básicos:
• Legitimidade: determinava que todas as dinastias reinantes no período pré-
revolucionário deveriam ter de volta seus tronos e os territórios que possuíam em
1789.
• Equilíbrio de poder: propunha que as nações vencedoras [Rússia, Prússia, Áustria e
Inglaterra] teriam o direito de obter novas possessões fora da Europa e manter
aquelas que já controlavam, como recompensa pela participação na luta contra o
império francês.
Ainda em 1815, Rússia, Prússia e Áustria uniram-se na Santa Aliança, um pacto político-militar
de caráter conservador. Criada para garantir a realização das medidas aprovadas pelo
Congresso de Viena, a Santa Aliança dedicou-se, principalmente, a combater as revoltas
liberais na Europa e a manter o sistema colonial, pois era favorável ao restabelecimento da
autoridade portuguesa e espanhola nas colônias americanas. Contudo, a tentativa de reforçar
o domínio colonial favoreceu o estímulo para os movimentos de emancipação.