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R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O
P R O F I S S I O N A L I I
HERNÂNI DELGADO ALMEIDA MEDINA
RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO
EM FARMÁCIA
Junho/2012
Escola Superior de Saúde
Instituto Politécnico da Guarda
R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O
P R O F I S S I O N A L I I
Este relatório foi realizado no âmbito Estágio Profissional II
Orientadora de Estágio - Dr.ª Cristina Granado.
HERNÂNI DELGADO ALMEIDA MEDINA
RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO
EM FARMÁCIA
Junho/2012
Escola Superior de Saúde
Instituto Politécnico da Guarda
Pensamento
“Experiência não é o que acontece com um homem; é o que um homem faz com o
que lhe acontece.”
Aldous Huxley
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Agradecimentos
Agradeço aos Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar de São João pela
oportunidade concedida de estagiar neste magnifica instituição.
Agradeço a toda a equipa que nessa Farmácia Hospitalar laboram pelo apoio
prestado, ensinamento e convivência.
Um especial agradecimento a minha coordenadora de estágio, Dr.ª Cristina
Granado e as minhas orientadoras de estágio, Dr.ª Sónia Ferreira e Dr.ª Cristina
Monteiro.
A todos, muito obrigado.
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Abreviaturas
AO: Assistente Operacional
DC: Distribuição Clássica
DCI: Denominação Comum Internacional
DID: Distribuição Individual Diária
DIDDU: Distribuição Individual Diária em Dose Unitária
DM: Distribuição Mista
DP: Distribuição Personalizada
FEFO: First Expire First Out
FH: Farmácia Hospitalar
FHNM: Formulário Hospitalar Nacional de Medicamentos
CHSJ, E.P.E.: Centro Hospitalar de São João, Entidade Pública Empresarial
UCPC: Unidade Centralizada de Preparação de Citotóxicos
RS: Reposição de Stock
RSN: Distribuição por Reposição de Stocks Nivelados
SC: Serviço Clínico
SF: Serviços Farmacêuticos
TF: Técnico de Farmácia
UFA: Unidade de Farmácia de Ambulatório
UFR: Unidade de Fraccionamento e Reembalamento
FDS : Fast Dispensing System;
INFARMED: Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P.
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Índice de Figuras
Figura 1 - Sistema Informático ....................................................................................... 16
Figura 2 - Local de receção de encomendas ................................................................... 19
Figura 3 - Local de armazenamento ............................................................................... 21
Figura 4 - Armazenamento de citostáticos/citotóxicos ................................................... 23
Figura 5 - ZIRS ............................................................................................................... 23
Figura 6 - Auto-priting Grifols ....................................................................................... 27
Figura 7 - Sala de apoio .................................................................................................. 28
Figura 8 - UMCMNE ..................................................................................................... 30
Figura 9 - Balcão para validação .................................................................................... 31
Figura 10 - Armário central ............................................................................................ 39
Figura 11 - Armários ...................................................................................................... 39
Figura 12 - Malas de medicação ..................................................................................... 41
Figura 13 – Kardex ......................................................................................................... 44
Figura 14 – FDS ............................................................................................................. 44
Figura 15 - Kardex de refrigeração................................................................................. 45
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Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 8
1. O Centro Hospitalar de São João, E.P.E ............................................................................. 10
2. Caracterização do Serviço Farmacêutico do CHSJ,E.P.E ................................................... 13
2.1. Espaço físico ................................................................................................................... 14
2.2. Recursos Humanos .......................................................................................................... 15
2.3. Sistema Informático ........................................................................................................ 15
2.4. Horário de funcionamento ............................................................................................... 16
3. O circuito do medicamento ................................................................................................. 17
3.1. Aprovisionamento de produtos farmacêuticos ................................................................ 17
3.2. Receção e Conferência de produtos farmacêuticos ......................................................... 19
3.3. Armazenamento de produtos farmacêuticos ................................................................... 20
3.4. Reposição de stocks ........................................................................................................ 23
3.5. Farmacotecnia ................................................................................................................. 24
3.5.1. Reembalagem de produtos farmacêuticos ................................................................... 25
3.5.2. Preparação de medicamentos estéreis ......................................................................... 27
3.5.3. Preparação de medicamentos não estéreis................................................................... 29
3.5.4. Preparação de citotóxicos ............................................................................................ 31
3.6. Distribuição de produtos farmacêuticos .......................................................................... 32
3.6.1. Distribuição Clássica ou Tradicional .......................................................................... 33
3.6.2. Reposição de Stock Nivelados .................................................................................... 36
3.6.3. Distribuição individual diária/Distribuição individual diária em dose unitária .......... 38
3.6.4. A distribuição a utentes em regime de ambulatório .................................................... 47
3.7. Devoluções ...................................................................................................................... 47
4. Conclusão/Análise critica .................................................................................................... 49
5. Bibliografia/Webgrafia ........................................................................................................ 51
6. Anexos ................................................................................................................................. 53
Anexo A ...................................................................................................................................... 54
Anexo B ...................................................................................................................................... 55
Anexo C ...................................................................................................................................... 56
Anexo D ...................................................................................................................................... 57
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Introdução
O Estágio Profissional II integra o plano curricular do quarto ano, segundo
semestre, do Curso de Farmácia 1º Ciclo, do Instituto Politécnico da Guarda. O estágio,
designado a uma Farmácia Hospitalar, teve o seu início no dia 5 de Março de 2012 e
termino a 15 de Junho de 2012, com a totalidade de quinhentas horas. Decorreu nos
Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar de São João, E.P.E.
Um dos estágios mais significativos, por se tratar do último antes de enveredar
pela carreira profissional. Há que aproveitar a oportunidade de retirar o máximo
proveito e “absorver” conhecimentos a nível teórico e prático, adquirir experiencia e
aprender com os já experientes. Deste forma, complementar a formação académica, para
uma melhor preparo para o futuro que se adivinha.
Decreto-Lei nº 564/99 de 21 de Dezembro [1], regulamenta a carreira de Técnico de
Diagnostico e Terapêutica e atribui as suas competências as quais se destacam na vertente
hospitalar:
Planear, recolher, selecionar, preparar e aplicar os elementos necessários ao
desenvolvimento normal da sua atividade profissional;
Recolher os meios e prestar os serviços e cuidados de saúde necessários à
prevenção da doença, à manutenção, à defesa e à promoção do bem-estar e
qualidade de vida do indivíduo e da comunidade;
Prestar cuidados diretos de saúde, necessário são tratamento e reabilitação
do doente, por forma a facilitar a sua reintegração no respetivo meio social;
Assegurar, através de métodos e técnicas apropriados, o diagnóstico, o
tratamento e a reabilitação do doente, procurando obter a participação
esclarecida deste no seu processo de prevenção, cura, reabilitação ou
reinserção social;
Assegurar, no âmbito da sua atividade, a oportunidade, a qualidade, o rigor e
a humanização dos cuidados de saúde;
Assegurar a gestão, aprovisionamento e manutenção dos materiais e
equipamentos com que trabalha, participando nas respetivas comissões de
análise e escolha;
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Articular a sua atuação com outros profissionais de saúde, para a
prossecução eficaz dos cuidados de saúde;
Zelar pela formação contínua, pela gestão técnico-científica e pedagógica
dos processos de aprendizagem e aperfeiçoamento profissional, bem como
pela conduta deontológica, tendo em vista a qualidade da prestação dos
cuidados de saúde;
Desenvolver e ou participar em projetos multidisciplinares de pesquisa e
investigação.
Definidas as suas competências, este profissional pode então exerce-las com
profissionalismo, iniciativa consciente e responsável.
Pelo caracter técnico que o curso implica, o estágio torna-se fundamental para
estabelecer bases solidas de conhecimento, com a intenção de melhor habilitar o
estudante. Assim, pretendeu-se com este estágio cumprir os seguintes objetivos gerais:
Desenvolver competências científicas e técnicas que permitam a
realização de atividades subjacentes à profissão do Técnico de Farmácia,
no enquadramento das várias áreas de intervenção profissional.
Aplicar os princípios éticos e deontológicos subjacentes à profissão;
Identificar, desenvolver e avaliar planos de intervenção adequadamente
integrados numa equipa multidisciplinar;
Responder aos desafios profissionais com inovação, criatividade e
flexibilidade.
Neste estágio, é coordenadora responsável a Dr.ª Cristina Granado e são
orientadoras a Dr.ª Sónia Ferreira e a Dr.ª Cristina Monteiro.
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1. O Centro Hospitalar de São João, E.P.E
O CHSJ, EPE é o maior hospital do Norte, onde está integrada também a
faculdade de medicina do Porto. Dá assistência direta à população da cidade do Porto e
concelhos limítrofes [2].
Foi criado pelo Decreto-lei nº 22917 em 31 de Julho de 1973 [3], com a
designação de Hospital Escolar do Porto, ligado á Faculdade Medicina do Porto, o que
acontece até aos dias de hoje. No entanto, a 31 de Dezembro de 2005 o hospital passou
a entidade pública empresarial e iniciou um processo de reorganização interna e de
investimento em melhorias nas condições para os seus doentes.
No passado Abril de 2011, ocorreu a fusão o Hospital de São João e o Hospital
Nossa Senhora da Conceição de Valongo o que conferiu ao hospital o estatuto de
Centro Hospitalar São João, E.P.E. Resultante desta fusão, surgiu a necessidade de
reestruturar o parque hospitalar como a finalidade de complementaridade e
concentração de recursos que pretende melhorar a prestação de serviços de saúde,
garantindo à população melhor acesso, maior diversidade, qualidade e eficiência dos
mesmos.
O edifício do CHSJ é constituído por 11 pisos, dois dos quais localizados no
subsolo. Com aproximadamente 1000 camas, dispõe de vários serviços, inúmeras
especialidades médicas e cirúrgicas:
Anestesiologia
Cardiologia;
Cardiologia Pediátrica;
Cirurgia Geral;
Cirurgia Pediátrica;
Cirurgia Plástica e Maxilo-Facial;
Cirurgia Torácica;
Cirurgia Vascular;
Cuidados Intensivos;
Cuidados Paliativos;
Dermatologia;
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Doenças Infeciosas;
Endocrinologia;
Estomatologia;
Gastrenterologia;
Ginecologia e Obstetrícia;
Hematologia Clínica;
Hematologia e Oncologia Pediátrica;
Imuno-alergologia;
Medicina Interna;
Nefrologia;
Neonatologia;
Neurocirurgia;
Neurologia;
Oftalmologia;
Oncologia;
Ortopedia e Traumatologia;
Otorrinolaringologia;
Pediatria Médica;
Pneumologia;
Psiquiatria;
Reumatologia;
Urologia;
A instituição apresenta ainda uma variedade de meios complementares de
diagnóstico e terapêutica como suporte á prestação de cuidados:
Anatomia Patológica
Patologia Clínica
Imunohemoterapia
Radioterapia
Radiologia
MedicinaNuclear
Medicina Física e Reabilitação
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Neurorradiologia
Neurofisiologia
Todos estes Serviços Clínicos (SC) estão agrupados em seis Unidades
Autónomas de Gestão: Medicina; Cirurgia; Mulher e Criança; Meios complementares
de Diagnóstico e Terapêutica; Urgência e Cuidados Intensivos; e Saúde Mental.
Nos edifícios externos estão localizados: o Centro de Ambulatório, que inclui as
Consultas Externas, Hospitais de Dia e Unidade de Cirurgia do Ambulatório; e também
Hospital de Pediatria, que inclui os serviços de pediatria denominados Joãozinho e a
Joaninha.
Analisando este breve historial e caracterização, compreende-se o motivo desta
instituição pública ser considerada um dos melhores hospitais do país. Os recursos
humanos que tem ao seu dispor demonstram grande profissionalismo e caracter nos seus
serviços prestados a comunidade, tornando-o numa referência para todo o país.
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2. Caracterização do Serviço Farmacêutico do CHSJ,E.P.E
Os Serviços Farmacêuticos Hospitalares são departamentos com autonomia
técnica e científica, sujeitos à orientação geral dos Órgãos de Administração dos
Hospitais, perante os quais respondem pelos resultados do seu exercício Uma das peças
fundamentais para o bom funcionamento de um hospital é a sua farmácia. Dela não só
depende prover o hospital o necessário para prestar serviços de cuidados com qualidade,
eficácia e segurança, mas também complementar através de ações formativas e de
investigação.
Segundo o Decreto-Lei n.º 44 204, de 2 de Fevereiro de 1962 [4], Farmácia
Hospitalar (FH) designa o conjunto de atividades farmacêuticas exercidas em
organismos hospitalares ou serviços a eles ligados para colaborar nas funções de
assistência que pertencem a esses organismos e serviços e promover a ação de
investigação científica e de ensino que lhes couber.
São objetivos dos Serviços Farmacêuticos (SF):
A seleção e aquisição de medicamentos, produtos farmacêuticos e
dispositivos médicos;
O aprovisionamento, armazenamento e distribuição dos medicamentos e
produtos farmacêuticos;
A produção de medicamentos;
A análise de matérias-primas e produtos acabados;
A distribuição de medicamentos e outros produtos de saúde;
A participação em Comissões Técnicas (Farmácia e Terapêutica, Infeção
Hospitalar, Higiene e outras);
A Farmácia Clínica, Farmacocinética, Farmacovigilância e a prestação
de Cuidados Farmacêuticos;
A colaboração na elaboração de protocolos terapêuticos;
A participação nos Ensaios Clínicos;
A colaboração na prescrição de Nutrição Parentérica e sua preparação;
A Informação de Medicamentos;
O desenvolvimento de ações de formação.
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2.1. Espaço físico
As unidades que compõem as instalações do SF não se encontram aglomeradas
num mesmo local. Situam-se em pisos distintos mas próximos:
Piso 02
Armazém de produtos farmacêuticos de grande volume;
Piso 01
Armazém e zona de receção de encomendas;
Distribuição clássica ou tradicional;
Balcão de atendimento;
Centro de validação farmacêutica;
Unidade de ensaios clínicos;
Serviços administrativos;
Distribuição individual diária e em dose unitária;
Distribuição de reposição por stocks nivelados;
Unidade de reembalamento;
Piso 1
Unidade de manipulação clínica de medicamentos estéreis e não
estéreis;
Piso 2
Unidade farmácia de ambulatório;
Unidade centralizada de preparação de citotóxicos.
Esta disposição dificulta a interligação das varias unidades dos SF pelo que o
trabalho em equipa não tenha a mesma eficiência e eficácia. Por outro lado esta
organização traz benefícios, tal como o facto de a unidade farmácia de ambulatório se
situar no mesmo piso que as consultas externas, viabilizando o percurso que o utente
tem para percorrer. A mesma lógica se aplica a unidade centralizada de preparação de
citotóxicos uma vez que se encontra localizada no mesmo piso que as salas de
tratamento oncológico. A zona de carga e descarga de encomenda situa-se no piso 02 o
que justifica a razão do armazém dos produtos de grande volume se encontrarem aí
situados.
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Embora haja esta divisão a nível de infraestruturas nos SF, a adaptação e
adequação ao espaço permitiu retirar vantagem, não só para a própria farmácia, como
também para o próprio utente. Desta forma, há facilidades e agilização dos deveres dos
SF e consequentemente maior organização e prestabilidade no cumprimento do dever.
Por outro lado, o facto de a farmácia não ter acesso direto ao exterior dificulta,
por vezes, a entrega de encomendas de grandes dimensões. Tal como refere o Manual
de Farmácia Hospitalar, a estrutura física da receção de medicamentos ―Deve ter
acesso directo ao exterior (cais exterior de acesso) e ter fácil acesso ao armazém dos
medicamentos e deve possuir área de manobra e estacionamento de carros de transporte
e possível instalação de tapete rolante, separado da circulação geral por cortina de
borracha (15 m2).
Os Serviços Farmacêuticos do CHSJ, EPE encontram-se estratégicamente
posicionados, facilitando a movimentação do pessoal, assim como de toda a terapêutica
que é enviada para os Serviços Clínicos (SC). Encontra-se numa zona com o acesso ao
exterior facilitado, mas que não apresenta comodidade á realização da receção de
encomendas.
2.2. Recursos Humanos
Nos SF do CHSJ, EPE pode-se encontrar diversos profissionais com várias
funções, nomeadamente os trinta e dois Farmacêuticos, trinta e sete Técnicos de
Farmácia (TF), catorze Assistentes Operacionais (AO), sete Assistentes Administrativos
(AA) num total de 90 profissionais. Todos são indispensáveis para o circuito do
medicamento e satisfação de todas as exigências dos SC relativamente á medicação para
a melhor qualidade na prestação de cuidados e consequentes terapêuticas.
2.3. Sistema Informático
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Ao nível do sistema informático (Figura 1) os SF possuem um programa
informático Companhia Portuguesa de Computadores – Healthcare Solutions (CPC-
HS). A atividade da CPC-HS é diversificada, sendo utilizado para várias tarefas.
Figura 1 - Sistema Informático
2.4. Horário de funcionamento
Os SF encontram-se acessíveis vinte e quatro horas por dia. Encontra-se aberta
das 8h até às 20h, encontrando-se de noite um Farmacêutico e um TF a partir das 20h
para satisfazer as necessidades dos SC.
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3. O circuito do medicamento
O circuito do medicamento descreve o percurso do medicamento, desde da sua
aquisição, até à sua administração. Ao longo deste percurso, o medicamento irá
contemplar algumas etapas nas quais participam ativamente o TF, o Farmacêutico e o
Assistente Operacional.
Estão englobados no circuito do medicamento atividades como:
Aprovisionamento de produtos farmacêuticos;
Receção e conferência de encomenda;
Armazenamento dos produtos farmacêuticos;
Farmacotecnia;
Distribuição dos produtos farmacêuticos.
3.1. Aprovisionamento de produtos farmacêuticos
O aprovisionamento e gestão são um conjunto de processos que permitem aos
Serviços Farmacêuticos satisfazer as necessidades dos seus utentes e/ou SC, no que diz
respeito aos produtos farmacêuticos, assegurando a sua existência no hospital, quer em
quantidade e qualidade, ao menor custo possível.
A gestão das especialidades farmacêuticas que se encontram nos disponíveis aos
Serviços Farmacêuticos é feita informaticamente. O sistema informático permite
acrescentar e debitar especialidades farmacêuticas que são adquiridas e consumidas,
respetivamente, ou ainda inutilizadas. Isto permite o controlo da quantidade de um
produto. Por vezes existem discrepâncias relativamente as existências de um produto
nas zonas de armazenamento dos SF e as existências desse mesmo produto referenciado
no sistema informático. Disto surge a necessidade que o TF efetue uma verificação
periódica ao stock dos produtos farmacêuticos. Em caso de discrepância, o TF informa
ao serviço de aprovisionamento dos SF, para que se proceda a correção do stock e
encomenda do produto se necessário.
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A fim de disponibilizar produtos farmacêuticos sempre que necessário é preciso
adquirir esses mesmos produtos para evitar a sua rutura no stock da farmácia. Para tal,
os SF estabeleceram três valores quantitativos para cada produto de modo a garantir a
existência do produto em quantidades suficientes para satisfazer as necessidades sempre
que necessário. Esses valores são estabelecidos de acordo com a frequência de
utilização do produto por parte dos SC do HSJ
Stock máximo – existência máxima de um produto nas instalações dos
SF;
Ponto de encomenda – quando o produto atinge uma existência
preestabelecida, o sistema informático alerta sobre a necessidade de
adquirir o produto, para que atinja o stock máximo e não falte nos SF;
Stock mínimo – quando a existência do produto ainda permite a
satisfação das necessidades. Se a existência do produto for menor ao
stock mínimo não há garantias da sua satisfação total.
Ao atingir o ponto de encomenda de um produto farmacêutico pressupõe-se a
sua aquisição através de uma encomenda ao fornecedor. Os possíveis produtos
farmacêuticos autorizados a se adquirir para um hospital encontram-se estipulados na
Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento “uma publicação oficial, elaborada
pela Comissão Técnica especializada do INFARMED” (Contencioso, Despacho n.º
13885/2004, 2004) [5], e/ou a Adenda de Medicamentos do Hospital, resultante das
diretrizes da Comissão de Farmácia e Terapêutica do hospital A sua utilização é
obrigatória nos hospitais integrados no Sistema Nacional de Saúde e, em regra, nestas
instituições, apenas devem ser utilizados, os medicamentos que nele constem. Caso seja
necessário um medicamento que foi prescrito, mas este não faz parte do FHNM,
precisa-se de uma justificação médica, para poderem ser adquiridos e dispensados.
Através do sistema informático é ainda possível predefinir a realização de uma
nota de encomenda de um produto, assim que este atinja o ponto de encomenda. A nota
de encomenda é efetuada e enviada automaticamente após a sua validação.
O CHJS é uma entidade pública empresarial o que lhe confere a possibilidade de
fazer a aquisição de produtos farmacêuticos que lhe possam proporciona mais
vantagens, menos custos ou aceitar ofertas disponibilizadas.
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Tomada a decisão do produto a adquirir, o SF emite uma nota de encomenda
que, após ser validada pelo Diretor dos Serviços Farmacêuticos, é encaminhada para o
fornecedor/laboratório.
3.2. Receção e Conferência de produtos farmacêuticos
Esta atividade é realizada pelo TF, pelo AO e pelo AA. É um procedimento
relevante pois certifica-se que o produto farmacêutico necessário que foi encomendado
é o correto, que chegou em condições normais e na quantidade certa.
Figura 2 - Local de receção de encomendas
Ao longo do dia chegam encomendas ao local de receção (Figura 2) com as
respetivas guias de transporte, guia de remessa ou fatura. Com o auxílio do documento,
procede-se a conferência dos produtos farmacêuticos, tendo em atenção:
Conferência qualitativa e quantitativa dos produtos farmacêuticos;
Conferência, registo e arquivo da documentação técnica (certificados de
análise), se houver;
Registo de entrada do produto;
Envio do original da guia de remessa para o Serviço de
Aprovisionamento;
Envio dos produtos para armazenamento, tendo em atenção os critérios
técnicos (condições especiais de armazenagem, segurança especial de
medicamentos);
Algumas especialidades farmacêuticas requerem especial atenção e
procedimento no momento da sua receção e conferência.
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As especialidades farmacêuticas que precisam ser conservadas e armazenadas a
temperatura entre 2º celsius e 8º celsius, tem prioridade para que o produto se mantenha
em condições normais de estabilidade química, física, microbiológico. O produto deve
chegar a zona de receção acondicionado a temperatura já referida.
A conferência de matérias-primas e medicamentos derivados do plasma humano
(hemoderivados) exige ainda a conferência dos boletins de análise e dos certificados de
aprovação emitidos pelo INFARMED, que ficam arquivados junto com a respetiva
fatura em dossiers específicos (por ordem de entrada).
Os estupefacientes e psicotrópicos só podem ser rececionados e conferidos na
presença de um Farmacêutico (devido ao risco de dependência associado a eles).
Na receção de medicamentos citostáticos é necessário verificar se o contentor
que os transporta possui um alerta para “Risco Biológico”. Estes medicamentos, pelo
risco que acarretam devem ser conferidos com o equipamento de proteção, de modo a
detetar possíveis anomalias, como mau acondicionamento e derrame.
Toda a medicação de ensaio clínico é mantida em sigilo. Deve ser direcionada
ao Farmacêutico responsável por este sector, sendo da responsabilidade do mesmo a sua
abertura e conferência.
Alguns produtos farmacêuticos são de uso exclusivo para certas unidades como
o caso da Unidade de Farmácia de Ambulatório (UFA), em que depois de se realizar a
receção e conferência, o AO é encarregue de transportar os produtos até a respetiva
unidade, juntamente com uma guia de transporte interna emitido pelo Administrativo,
que deverá ser novamente rececionada e conferida desta vez por um Farmacêutico. Este
caso particular também se aplica as matérias-primas aquando do seu envio para a
unidade de Farmacotecnia.
Por fim, os produtos são dirigidos ao seu local de armazenamento próprio, onde
serão colocados para que estejam disponíveis a serem distribuídos.
3.3. Armazenamento de produtos farmacêuticos
21
Nesta etapa efetua-se o armazenamento das especialidades farmacêuticas nos
seus devidos locais. O seu local de armazenamento depende das condições em que o
produto deverá ser conservado e o género de especialidades farmacêutica com o qual se
lida ou ainda a utilidade que o produto terá.
No CHSJ, utiliza-se o método FEFO (First Experied First Out), ou seja o
produto com validade mais curta é o primeiro a ser dispensado, exceto na RSN. Tendo
em conta este princípio, e com o intuito de facilitar o seu processamento, o
armazenamento é feito de modo que, num espaço limitado de arrumação, seja prático
retirar os produtos com menor validade. Para que tal se suceda os produtos com menor
validade são colocados à frente e à direita.
Outra medida, é o registo informático do prazo de validade das especialidades
farmacêuticas aquando da entrada nos produtos nos SF, o que permite que mensalmente
sejam emitidas listagens com as especialidades farmacêuticas, cujo prazo de validade irá
expirar. Deste modo, existe tempo para verificar a viabilidade de utilização desses
produtos dentro do respetivo prazo.
As especialidades farmacêuticas estão organizadas por ordem alfabética de
Denominação Comum Internacional (DCI), dosagem, e em seguida pela forma
farmacêutica. Esta forma de armazenamento contempla todas as especialidades
farmacêuticas existentes no edifício.
Nas condições ambientais dos locais de armazenamento (Figura 3), os valores
aceites são: temperatura máxima é de 25º C e a humidade inferior a 60%, além de
colocar os produtos sob proteção da luz solar direta.
Figura 3 - Local de armazenamento
22
O armazenamento deve garantir as condições necessárias de espaço, luz,
temperatura, humidade e segurança para os produtos farmacêuticos. Este cuidado
permite assegurar que o produto se encontra em estabilidade para que possa ser
utilizado corretamente.
Para produtos que requerem refrigeração, o local deve ser isento de condensação
de humidade, passível de controlo da temperatura e deve possuir um sistema de alarme
automático. Nos SF, os produtos que requerem refrigeração estão armazenados no
KARDEX refrigerado, permitindo um controlo da temperatura e garantindo uma eficaz
refrigeração.
Além dos produtos que requerem refrigeração, outros medicamentos exigem
condições especiais de armazenamento, ou são armazenados a parte dos restantes.
Destacam-se:
Estupefacientes e psicotrópicos - Esta medicação deve ser armazenada
em local reservado, com fechadura. No HSJ, encontra-se num cofre, cujo
acesso é limitado e todas as movimentações são alvo de registo. O
responsável por esse cofre é um Farmacêutico;
Soluções injetáveis de grande volume - O seu local de armazenamento
deverá ser adequado a grandes volumes e possibilitar a circulação de
porta. Os injetáveis de grande volume não eram da responsabilidade do
Farmacêutico mas sim do TF;
Meios de contraste – numa área separada, evitando a exposição solar;
Medicamentos anti-infeciosos – numa área separada;
Especialidades farmacêuticas de aplicação oftálmica – numa área
separada;
Hemoderivados – numa área separada;
Medicamentos citostático/citotóxico - O seu armazenamento deve ser em
local seguro, reservado e que possibilite a existência de um kit de
emergência em local visível (Figura 4).
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Figura 4 - Armazenamento de citostáticos/citotóxicos
Noutras situações, como os produtos destinados a UFA e matérias-primas para a
unidade de Farmacotecnia, o seu armazenamento é feito no próprio local.
Os restantes produtos, a sua maioria é armazenada na zona de Distribuição
Clássica, e os excedentes nos restantes armazéns.
3.4. Reposição de stocks
A reposição de stocks, como o próprio nome indica, é uma atividade
fundamental em que consiste repor o stock de produtos farmacêuticos, quer do armazém
quer do stock de apoio. Permite ao TF ter a noção e fazer uma gestão sobre os produtos
que são dispensados nas diferentes formas de distribuição. Assim, a medicação é
preparada, com a sua clara, correta e completa identificação, garantindo que as suas
condições especiais de armazenamento são asseguradas. Cabe ao TF e aos AO proceder
à individualização, identificação e proteção da luz dos produtos farmacêuticos, que o
requerem (Figura 5). Todas as preparações realizadas pelos AO, são alvo de registo,
num documento normalizado, denominado Registo Diário de Preparação de Stocks, que
é, posteriormente, verificado pelo TF responsável.
Figura 5 - ZIRS
24
Um meio de alcançar uma eficaz gestão dos stocks e antever as necessidades da
distribuição, é através do método “Kanban”. Este método consiste em um cartão que
contém as quantidades mínimas existente do medicamento. Cada cartão indica, na
frente, o princípio ativo, dosagem, forma farmacêutica e a quantidade mínima, enquanto
que na parte de trás existem certas indicações relativas ao seu acondicionamento. Os
“Kanban” quando são preparados, é colocado num saco de plástico selado a quantidade
mínima indicada no “Kanban” juntamente com o cartão. Ao repor o produto
farmacêutico, coloca-se a quantidade a repor mais o saco com o “Kanban” respetivo do
produto. O produto farmacêutico contido no saco só deverá ser utilizado por último.
Quando o saco é aberto, coloca-se o “Kanban” num quadro existente próprio para o
efeito, para o TF responsável pela gestão de stocks proceda à sua reposição. O
“Kanban” possibilita ao TF saber o stock mínimo disponível e realizar a preparação do
produto farmacêutico antecipadamente.
É também responsabilidade do TF repôr o stock do sistema semi-automático
Kardex. A sua reposição é feita antes de se proceder ao seu uso na distribuição
individualizada. O próprio sistema emite uma listagem de produtos o qual informa os
produtos que se encontram em quantidades mínimas e qual o máximo a repor.
3.5. Farmacotecnia
Num contexto geral, a utilização da farmacotecnia para preparação de
especialidades farmacêuticas são escassas nos tempos que correm. Desde preparação de
produtos farmacêuticos estéreis e não estéreis, pomadas, suspensões orais ou até
fracionamento de medicamentos. Contudo esta realidade não se verifica no CHSJ, pelo
contrário, cada vez se denota casos de utentes com particularidades do qual surge a
necessidade de recorrer a preparação de produtos farmacêuticos manipulados. As
particularidades referem a crianças, recém-nascidos imaturos, idosos ou devido a
patologias.
A elaboração das formulações preparadas nos SF é regulada pelos Decretos-Lei
n.º 90/2004 [6], de 20 de Abril, e nº 95/2004 [7], de 22 de Abril e pela Portaria n.º
594/2004 de 2 de Junho [8], que aprova as “Boas Práticas a Observar na Preparação de
Medicamentos Manipulados em Farmácia de Oficina e Hospitalar”. Assim, na
25
preparação de medicamentos manipulados, o protocolo a seguir são as “Boas práticas”
que constam na Portaria n.º 594/2004 de 2 de Junho [8].
As unidades integrantes da farmacotecnia do CHSJ são:
Unidade de reembalamento;
Unidade de manipulação clinica de medicamentos não estéreis;
Unidade de manipulação clinica de medicamentos estéreis;
Unidade centralizada de preparação citotóxicos.
3.5.1. Reembalamento de produtos farmacêuticos
O reembalamento e rotulagem de medicamentos orais sólidos em unidose devem
ser efetuados de maneira a assegurar a segurança e qualidade do medicamento. Como
apoio a está finalidade são utilizados equipamentos como o FDS (Fast Dispensing
System) e a Auto- printing Grifols que tornam o processo mais económico, viável e
minimizador de erro, acrescentando que possibilita a preparação segura do
medicamento para o utente.
Esta área dos serviços farmacêuticos tem por objetivos principais:
Permitir aos Serviços Farmacêuticos disporem do medicamento, na dose
prescrita, de forma individualizada, permitindo assim a agilização do
processo de distribuição em dose unitária;
Reduzir os riscos de contaminação do medicamento, reduzir os erros de
administração e uma maior economia;
Garantir a identificação do medicamento reembalado (nome genérico,
dose, lote, prazo de validade);
Proteger o medicamento reembalado dos agentes ambientais;
Assegurar que o medicamento reembalado pode ser utilizado com
segurança, rapidez e comodidade.
Com o intuito de atingir os objetivos estipulados recorre-se a certos
procedimentos e normas como:
26
A área de reembalamento de medicamentos deve ter como responsável
um farmacêutico;
A quantidade de medicamentos a reembalar deverá ser inferior ao
consumo de seis meses;
O prazo de validade do medicamento reembalado tem de ter em conta o
prazo de validade inicial desse medicamento, em que os medicamentos
retirados dos blisters em que a sua validade corresponde a vinte e cinco
por cento (25%) da diferença entre a data em que se vai reembalar e a
data do prazo de validade original do medicamento. São exceções os
medimentos em que a diferença entre a data em que se vai reembalar e a
data do prazo de validade original do medicamento é igual ou superior a
dois anos, em que neste caso atribui-se uma validade máxima de seis
meses;
Cada linha de reembalamento de um medicamento deverá estar
perfeitamente separada das outras;
Da identificação do medicamento reembalado deve constar
obrigatoriamente, em cada embalagem: nome genérico, dosagem, prazo
de validade, lote de fabrico. Poderá ainda conter: nome comercial, lote de
reembalamento e código de barras.
No CHSJ, a identificação do medicamento reembalado não se faz referência ao
nome comercial, e só os medicamentos embalados no FDS possuem código de barras. O
lote de fabrico e o lote de reembalamento impresso na identificação do medicamento é
uma forma de manter uma rastreabilidade sobre o medicamento.
A Auto-printing Grifols (Figura 6) é uma impressora térmica, controlada por um
computador, que possibilita o reembalamento de medicamentos fracionados,
medicamentos que ainda se encontram no seu blister, cuja embalagem não possua
informações suficientes para serem dispensados em unidose. Para além disto, possibilita
o reembalamento de fármacos fotossensíveis, uma vez que, é constituído por um papel
fotoprotetor.
27
Figura 6 - Auto-priting Grifols
O FDS é um sistema semi-automatico de distribuição, mas de possível utilização
também para o reembalamento de formas orais solidas. É composto por um sistema
rotativo de cassetes, sendo que cada uma está parametrizada para um determinado
medicamento, de um determinado laboratório, sendo uma das suas desvantagens, pois
não se pode proceder à dispensa/reembalamento do mesmo fármaco produzido por
outros laboratórios. Para além disto, também não pode ser utilizado para fármacos
fotossensíveis pois os sacos de reembalamento não protegem da luz; fármacos
citotóxicos, devido à sua toxicidade; fármacos antimicrobianos não revestidos, devido á
possibilidade de ocorrência de resistências; e também de fármacos higroscópicos, pois
captam a humidade e sofrem reações de hidrólise, o que leva a alterações das suas
propriedades terapêuticas.
O fracionamento de medicamentos em formais orais solidas é efetuado numa
área mais asséptica. O campo de trabalho é limpo com álcool a setenta porcento para
desinfeção do mesmo antes e após o fracionamento. Todo o processo é realizado com os
devidos matériais e equipamentos, nomeadamente: luvas, touca, máscara, bisturi e
pinça.
3.5.2. Preparação de medicamentos estéreis
As manipulações de medicamentos estéreis são feitas na Unidade de
manipulação clinica de medicamentos estéreis (UMCME). São zonas onde a
contaminação microbiológica é controlada. É uma zona limpa, em que a entrada de
pessoal e dos materiais é feita por antecâmaras. As áreas devem ser mantidas num
28
estado de limpeza convencionado e alimentadas com ar devidamente filtrado, como vem
descrito na Portaria n.º42/92 de 23 de Janeiro [9].
A UMCME tem por objetivo atender a todos os parâmetros necessários para que
as preparações e técnicas utilizadas sejam o mais estéreis possível. Nesta zona
preparam-se bolsas de nutrição parentérica principalmente, para Pediatria e
Neonatologia, mas também se aditivam as bolsas de nutrição para adultos, e ainda se
reconstituem alguns colírios e enzimas.
Um TF é responsável por realizar todos os cálculos necessários para a
preparação, bem como a realização dos rótulos. As preparações são realizadas por um
Farmacêutico e um TF, existindo ainda um TF de apoio na sala limpa designado de
circulante, e outro TF, na sala de apoio (Figura 7), o qual é responsável pela preparação
de todo o material necessário para a preparação da bolsa, ou seja, medicamentos, soros,
seringas, agulhas, entre outros. A unidade de preparação de estéreis é composta por três
salas, cada uma com diferentes características e propósitos: sala suja; a antecâmara que
contém lavatório para a lavagem das mãos e coloca-se a máscara; a sala branca/limpa
que contém duas câmaras de fluxo laminar horizontal (CFLH), uma para a preparação
de bolsas e outra para a preparação de colírios; uma bancada de apoio, contentores para
lixo e um transfer. As CFLH são câmaras de classe I em que o fluxo de ar opõe-se ao
fluxo de ar exterior, protegendo o produto da contaminação externa mas não o operador.
A câmara deve ser ligada cerca de 30 minutos antes da realização das preparações de
forma a estabilizar o fluxo de ar. Esta sala possui pressão positiva para que, quando
aberta a porta, o ar saia e não entre, sendo mais um fator que contribui para a menor
contaminação das preparações.
Figura 7 - Sala de apoio
29
A sala adjacente à sala limpa funciona como uma sala de apoio. Possuí um
lavatório e onde se coloca a máscara e uma sala limpa, onde se equipa com bata e luvas.
É nesta zona que o TF de apoio prepara todo o material necessário, bem como todos os
produtos farmacêuticos necessários, de acordo com as quantidades necessárias e que são
verificadas pelo rótulo. Tudo é esterilizado com álcool a setenta por cento e colocado
num tabuleiro, fazendo-o passar através de um transfer para a sala limpa. Esta sala
possui um stock de produtos, sendo também da responsabilidade do TF verificar o que é
necessário repor, de forma a não haver ruturas nesse stock.
Relativamente à realização dos preparados estéreis, há certos cuidados a ter,
como: vestir a bata e colocar as luvas antes de começar a manipular.
O controlo biológico e microbiológico é feito de 5 em 5 bolsas, e consiste em
retirar uma pequena amostra do conteúdo da bolsa e colocá-la num meio de cultura
biológico que é rotulado e enviado para analise.
Após a realização, a preparação é colocada num tabuleiro juntamente com o
rótulo e posta no transfer, sendo que o TF na sala de apoio irá colocar o rótulo final na
bolsa , juntamente com o sistema de administração, colocar tudo dentro de um saco que
protege da luz e que é rotulado e selado, e colocado no transfer com ligação ao exterior
para que o Farmacêutico verifique, e para de seguida serem colocadas no frigorifico até
serem transportadas para o respetivo SC.
No fim de cada turno, a CFLH deve ser limpa com gazes embebidas em álcool a
setenta porcento, com movimentos no sentido interior para o exterior. A sala é limpa
todos os dias no fim do dia de trabalho, sendo que uma vez por semana procede-se à
limpeza completa da sala (o que inclui tetos, paredes e todo o resto da sala).
3.5.3. Preparação de medicamentos não estéreis
Nesta unidade (Figura 8) procede-se a manipulação de medicamentos num
ambiente não estéril em que o produto não está livre de contaminação.
As preparações não estéreis realizadas na UMCM são, sobretudo, suspensões,
pós medicamentosos e soluções, para além de outras formas farmacêuticas não tão
comuns como lápis, pérolas, cápsulas, pomadas e emulsões. O espaço físico desta
30
unidade encontra-se adequado às preparações aí realizadas. Verifica-se a existência de
três armários com todas as matérias-primas e especialidades farmacêuticas necessárias
ordenadas alfabeticamente; armários destinados ao armazenamento de todo o material
necessário à correta manipulação dos produtos; bancada de trabalho, sendo uma delas
para a preparação de formas sólidas e semi-sólidas e outra para a preparação de formas
líquidas; uma hotte; armazém com todo o material necessário a esta unidade; frigorífico
para armazenamento de matérias-primas e produtos estéreis; sala de lavagem do
material; sala de pesagem e preparação de papéis medicamentosos.
Figura 8 - UMCMNE
Para proceder à preparação de manipulados o Farmacêutico irá interpretar e
validar as prescrições médicas, emitindo a “Ficha Técnica de Preparação” (Anexo A) e
imprime dois rótulos do produto farmacêutico, um para o frasco de acondicionamento
final e outro para colocar na ficha de preparação. Antes de entrar na zona de preparação,
o TF veste um equipamento de proteção próprio para diminuir a contaminação da área.
O TF procede de seguida à preparação da bancada, limpando a bancada com álcool a
setenta porcento com uma gaze e colocando papel vegetal para delimitar a área de
trabalho, preparando também todo o material necessário à manipulação e que constam
na ficha de preparação, equipa-se com máscara e luvas. De seguida, inicia-se a
preparação do manipulado, seguindo todos os passos descritos na ficha de preparação.
Durante a manipulação, há que ter em atenção certos cuidados como a pesagem de
matérias-primas que, dependendo da quantidade, ser inferior a 0.5g ou superior, pesa-se
em balança analítica ou balança manual, respetivamente, não se esquecendo de as
calibrar previamente. Os frascos de acondicionamento para as suspensões devem ter
sempre uma capacidade de volume superior ao da preparação de forma a que se possa
agitar aquando a administração e não ficar o fármaco depositado no fundo do frasco. É
31
de se salientar no rótulo, aspetos como condições de conservação, nome do doente se se
tratar de um ambulatório, e prazo de validade.
No final da preparação, preenche-se a “Ficha Técnica de Preparação” com todos
os dados necessários, colocando-a, juntamente com todas as matérias-primas utilizadas,
num balcão para que o Farmacêutico verifique e valide a preparação (Figura 9).
Figura 9 - Balcão para validação
Relativamente aos papéis medicamentosos, estes são preparados numa sala
própria, sendo da responsabilidade do TF a realização de todos os cálculos necessários,
registando-os na ficha de preparação, procedendo-se à pesagem em papel cebola para
que de seguida se faça a dobragem do papel de acordo com a técnica estipulada,
colocando, por fim, o rótulo.
3.5.4. Preparação de citotóxicos
A Unidade centralizada de preparação de citotóxicos (UCPC) é uma zona estéril
a semelhança da UMCME.
A UCPC foi criada de forma a preparar toda a medicação citotóxica/citostática a
ser administrada no CHSJ, EPE. Para preparar este tipo de medicação deve-se fazer uma
formação e a realização de exames médicos, os quais devem ser realizados de seis em
seis meses devido à elevada exposição a esta medicação por parte dos profissionais e
que pode provocar sequelas ao nível da saúde.
Esta unidade é composta por uma zona suja onde se encontra o terminal de
computadores, armazém da medicação e o arquivo. A zona intermedia, onde é
necessário colocar proteção para os pés e touca ao atravessá-lo, deveria existir uma
32
barreira física para que a contaminação fosse a menor possível. A antecâmara possui um
lavatório para lavagem das mãos, e um armário com todo o material necessário ao TF
para se equipar já que é nesta zona que ele coloca o 1º par de luvas (luvas de nitrilo), a
máscara e bata, que é impermeável o que, no caso de derrame ou salpico, para evitar
que os fármacos sejam rapidamente absorvidos e entrem em contacto direto com o
operador.
Por fim, a zona branca que possui duas câmaras de fluxo de ar laminar vertical
(CFLV), no entanto só uma é utilizada, e contém também um transfer que comunica
com a zona intermedia. A CFLV confere segurança ao operador. Esta zona possui
pressão negativa de forma a que, quando se abre a porta, o ar não saia mas sim entre
pois na manipulação destes fármacos o objetivo é proteger o operador e o ambiente
exterior.
Quando o médico realiza a prescrição deste tipo de medicação, esta é enviada
para a UCPC, onde um Farmacêutico interpreta e valida a prescrição, preparando os
rótulos da medicação. Estes são colocados num tabuleiro com os medicamentos
necessários à produção, sendo depois colocado no transfer e vaporizados com álcool a
setenta porcento. O TF tem então de tirar o tabuleiro do transfer e proceder à preparação
da medicação de acordo com o estabelecido e que pode ser consultado em tabelas
afixadas na sala branca. No final, a preparação é colocada juntamente com o rótulo no
transfer e um TF é responsável por acondicionar e rotular a medicação.
3.6. Distribuição de produtos farmacêuticos
A distribuição de produtos farmacêuticos, em Farmácia Hospitalar, implica uma
grande responsabilidade pois é fundamental que está se proceda sem erros. Para que a
terapêutica do doente suceda adequadamente, o produto certo deve chegar ao doente
certo, na hora correta, na forma e dosagem certa. Isto garante que a terapêutica do utente
foi cumprida, garantindo assim uma boa prestação de cuidado pela equipa de
profissionais de saúde.
A distribuição de medicamentos tem como objetivo:
Garantir o cumprimento da prescrição;
33
Racionalizar a distribuição dos medicamentos;
Garantir a administração correta do medicamento;
Diminuir os erros relacionados com a terapêutica (administração de
medicamentos não prescritos, troca da via de administração, erros de
doses, etc.);
Monitorizar a terapêutica;
Reduzir o tempo de enfermaria dedicado às tarefas administrativas e
manipulação dos medicamentos;
Racionalizar os custos com a terapêutica.
Temos de distinguir:
A distribuição Clássica ou Tradicional;
A distribuição a Doentes em regime de internamento:
Sistema de Reposição de Stocks Nivelados
Sistema de Distribuição em Dose Unitária e/ou Individual;
A distribuição a Doentes em regime de ambulatório;
A dispensa de medicamentos sujeitos a legislação restritiva, como:
Estupefacientes e Psicotrópicos;
Medicamentos derivados do plasma humano.
3.6.1. Distribuição Clássica ou Tradicional
A Distribuição clássica ou tradicional consiste fundamentalmente na reposição
dos stocks existentes em cada SC, isto é, a dispensa de medicamentos e dispositivos
médicos na dose e quantidade requisitada aos SF, para repor os armários de medicação
em cada SC. Esta distribuição abrange todos os SC que pelas suas características e pela
natureza do que é requisitado não podem dispensados por outro tipo de distribuição,
nomeadamente, as Consultas, Blocos Operatórios, Urgências, Hospitais Dia, entre
outros.
Nesta distribuição, a equipa de enfermagem é a responsável por verificar o stock
de medicamentos existente no respetivo SC, realizando uma requisição do que se
encontra em falta. O conteúdo e a quantidade de medicamentos dispensados ao SC será
34
de acordo com o que foi estipulado previamente. Estão determinados os dias em que
serão efetuados os pedidos dos diferentes SC, de forma a haver uma melhor organização
nos SF, mas também para que não ocorram pedidos desnecessários e demasiado
frequentes.
Na Distribuição clássica (DC), o circuito do medicamento inicia-se com a
prescrição médica, a qual é transcrita pelo enfermeiro chefe do SC, para as folhas de
controlo da administração de medicação. Os enfermeiros preparam e administram a
medicação ao utente, para de seguida o enfermeiro chefe realiza a requisição para repor
a medicação do stock do SC em questão. A requisição pode ser feita informaticamente
ou por via manual, através de um impresso específico que será entregue no sector da DC
por um AO do SC ou estafeta do hospital.
O TF responsável pelo balcão, no sector da DC, irá rececionar as requisições,
nomeadamente requisições de especialidades que ainda sejam feitas em suporte de
papel, requisições correspondentes aos circuitos especiais, as quais são encaminhadas
para o Centro de Validação, ou requisições relativas a Desinfetantes e Antisséticos,
Corretivos de Volémia e Soluções de Hemodiálise, cujo circuito de distribuição é
distinto da restante medicação. As restantes funções relativas ao balcão incluem o
levantamento de medicação pelos AO de pedidos urgentes, atendimento telefónico,
atendimento de outros profissionais de saúde, receção de devoluções ou realização de
empréstimos. O TF é responsável pela validação das requisições nos SF, excetuando-se
as requisições de medicamentos pertencentes aos circuitos especiais. Para isso, através
do CPC-HS, o TF irá verificar quais os pedidos informáticos existentes, analisar o
pedido e verificar se há quantidade suficiente em stock para o satisfazer, emitindo, por
fim, uma “Guia de Satisfação do Pedido”. Se a requisição foi feita manualmente, o TF
terá de transcrever a informação para o sistema informático, gerando uma requisição
online, emitindo, posteriormente, uma “Guia de Registo de Consumo”. Todas as
requisições são colocadas no local destinado à colocação das requisições para serem
preparadas por um TF.
A preparação da medicação é efetuada tendo em conta a quantidade servida
indicada nas requisições, cada medicamento é colocado em sacos de plástico ou
envelopes individualizados, no caso de não serem enviados na cartonagem original.
Para esta etapa recorrer-se ao stock existente neste sector, dividido em diversos
35
armários: varias especialidades, produtos oftálmicos, anti-infeciosos, cofre onde se
encontram armazenados os estupefacientes e psicotrópicos, material de penso, meios de
contraste, citotóxicos e citostáticos, hemoderivados, imunomodeladores, que se
encontram numa área delimitada pois seguem um circuito especial de distribuição. A
medicação encontra-se organizada por ordem alfabética, estando identificada por DCI e
de acordo com o Código Hospitalar dos Medicamentos, e segundo o método FEFO, ou
seja, de acordo com a expiração do prazo de validade.
Todos os medicamentos dispensados devem ser, sempre que possível,
dispensados em doses unitárias com a correta identificação do produto, ou seja, com
todos os dados relativos ao nome genérico, dosagem, data de validade e lote. No CHSJ,
EPE, verifica-se esta situação, o que promove a diminuição de erros de administração,
pois quem administra a medicação ao utente sabe exatamente qual o medicamento
administrado, assim como a restante informação.
A medicação armazenada a temperatura entre oito graus celsius e dois graus
celsius encontra-se no Kardex refrigerado. Para identificar esta medicação coloca-se
uma etiqueta “Conservar no Frigorifico”, no duplicado da requisição e prepara a
medicação num saco térmico com um acumulador térmico, identificada com a etiqueta
já referida, com a identificação do SC correspondente. O saco térmico será colocado no
frigorífico da DC até chegar o estafeta ou AO responsável pelo seu transporte ao SC.
Existe também um congelador, que é necessário para conservar a especialidade
farmacêutica a temperaturas negativas, a qual é colocada num saco térmico com a
etiqueta “Conservar no Congelador” com a identificação do SC. Esta etiqueta é também
colocada no duplicado da requisição.
Após ser preparada, a medicação é colocada em contentores próprios para o seu
transporte e o duplicado da requisição é colocada na zona superior do contentor
juntamente com uma etiqueta de “Medicamentos” ou “Especialidades”, e, se possuir
Anti-infeciosos, uma etiqueta específica para o efeito. Os contentores são então
colocados na “Central de Distribuição” para serem levados, posteriormente, para os
respetivos SC pelos AO.
Este sistema de distribuição é vantajoso, pois são necessários menos recursos
humanos e materiais, e é mais rápido. Contudo, o TF não tem acesso ao perfil
farmacoterapêutico do utente, maior probabilidade de ocorrerem erros de medicação, os
36
stocks não são bem controlados e há um aumento dos gastos, por exemplo, com
desperdícios de medicação pois há menor controlo por parte dos SF nos SC.
3.6.2. Reposição de Stock Nivelados (RSN)
Este sistema de distribuição consiste em repor medicamentos existente num
stock específico existente nos SC, que foram previamente definidos pelo Farmacêutico,
Enfermeiros e Médicos dos respetivos SC. No CHSJ, EPE, verifica-se que esta
distribuição recorre a um sistema semi-automático de dispensa de medicação existente
em determinados SCs, denominado Pyxis. Este é um sistema avançado que leva a uma
automatização da distribuição, manutenção e controlo da medicação. Ele está conectado
ao sistema informático do hospital, sendo possível verificar toda a informação relativa
aos utentes internados no SC.
Este sistema de distribuição é de acesso restrito, sendo necessário a impressão
digital e o código para ter acesso ao sistema. O Pyxis permite uma distribuição rápida,
segura e controlada, desburocratiza os pedidos de reposição de medicação e otimiza o
tempo.
O Pyxis, para além das vantagens referidas, contêm 3 tipos de gavetas, as quais
foram formuladas de acordo com as características dos fármacos:
Gaveta de máxima segurança – gaveta única para um produto único;
Gavetas de média segurança – gaveta com divisórias fechadas;
Gavetas de baixa segurança – gaveta com divisórias.
RSN inicia-se com a prescrição médica que é enviada diretamente para o Centro
de Validação dos SF, onde o Farmacêutico é responsável pela interpretação e validação
da mesma. Após a validação, toda a informação relativa à prescrição é enviada para a
estação de Pyxis do SC correspondente, permitindo que a medicação seja então retirada
pelos enfermeiros, para ser administrada ao utente.
O stock existente no Pyxis é parte integrante dos SF, sendo função do TF a
verificação do stock e a sua reposição. Na consola central, existente nos SF, são
impressos os relatórios de reposição das estações de Pyxis. em horários pré-definidos,
37
de acordo com os consumos que ocorreram, bem como as listagens que correspondem
aos medicamentos “extra-pyxis”. Depois de validado pelo Farmacêutico, o TF procede á
preparação da medicação, tendo em atenção aos prazos de validade da medicação (que
devem ser os mais longos possíveis), dosagens, formas farmacêuticas, devendo estar
cada unidade terapêutica bem identificada. Formas orais sólidas em blister são
preferíveis reembaladas pois não há alteração do seu prazo de validade sendo este
maior. A medicação preparada será colocada num carro próprio para o seu transporte
para o SC. Antes de iniciar a preparação da medicação, o TF deve registar no impresso
“Registo Diário do Pyxis” (Anexo B)quem preparou a medicação para o SC
correspondente.
Também neste setor de distribuição existem medicamentos com certas
especificidades:
Medicamentos conservados a baixas temperaturas: TF prepara a
medicação e coloca-a Kardex de refrigeração de forma semelhante a um
pedido de DC, acondicionando a medicação em sacos térmicos com um
acumulador térmico e uma etiqueta de “Conservar no Frigorífico” com
identificação do SC correspondente. Uma destas etiquetas também deve
ser colocada no carro de transporte da medicação para que o AO saiba
que existe medicação de frio;
Manipulados: são requisitados para os SC e é necessário solicitar à
UMCM que proceda à sua preparação;
Estupefacientes: o TF tem de retirá-los do cofre, registando sempre, num
modelo próprio, o que retirou e em que quantidade;
“Extra-Pyxis”: corresponde à medicação que não existe no stock do
Pyxis. A medicação é preparada por doente e colocada em sacos de
plástico com uma etiqueta de “Dose Unitária” com a identificação do
doente, número de cama e SC.
Após a preparação das especialidades farmacêuticas requisitadas, estas são
transportada para o SC por um TF e um AO. No SF, o TF procede à recarga do Pyxis,
selecionando a medicação que irá ser reposta. O sistema abre automaticamente as
gavetas por ordem de reposição. Na reposição deve-se ter em atenção os prazos de
validade, sendo que aqueles com prazo de validade mais curto devem estar à frente dos
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de prazo de validade mais longo. Ao repor a medicação o TF efetua um inventário
sistemático de todos os produtos pois o sistema pede a confirmação da contagem, que
em caso se encontrar errada é permitida a sua correção, o que irá originar discrepâncias
positivas ou negativas que são “validadas”, posteriormente, no Centro de Validação por
um Farmacêutico, em devoluções ou consumos de serviço, de acordo com o caso.
Depois de reposta as especialidades farmacêuticas, esta é confirmada e o sistema
transfere automaticamente. A medicação reposta é para a duração de quarenta e oito
horas.
Este sistema de distribuição veio promover uma melhor gestão de stocks nos SC,
sendo da responsabilidade dos SF e não da equipa de enfermagem, a qual passou a
despender menos tempo nesta tarefa. Contudo, os SF não têm acesso ao perfil
farmacoterapêutico do doente e, como se trata de um stock de medicação, os prazos de
validade não são tão controlados, sendo estipulado no CHSJ, EPE, que trimestralmente
é feito um inventário e o TF substitui os medicamentos com prazo de validade a expirar
por outros com um prazo maior.
3.6.3. Distribuição individual diária/Distribuição individual diária em dose
unitária (DIDDU)
A DIDDU é um sistema em que a medicação é distribuída de acordo com o
perfil farmacoterapêutico do doente, em dose individual unitária, por 24 horas, exceto
ao fim de semana que é preparada a medicação para 48h. No CHSJ, EPE, recorrem a
este tipo de distribuição 27 serviços, que correspondem a serviços de internamento. A
prescrição da medicação feita em suporte de papel ou online é validada pelo
farmacêutico, e só depois, devem ser preparados os medicamentos a distribuir.
A DIDDU surgiu como uma forma de aumentar a segurança no circuito do
medicamento, diminuir a ocorrência de erros, conhecer o perfil farmacoterapêutico do
doente, racionalizar a terapêutica, racionalizar os custos, e diminuir o tempo despendido
pela enfermagem na preparação da medicação.
O processo de preparação dos medicamentos a distribuir pode ser totalmente
manual ou com o apoio de diverso equipamento semi-automático. Sempre que possível,
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essa preparação deverá ser apoiada com equipamentos semi-automáticos, pois torna-se
assim possível:
Reduzir os erros;
Reduzir o tempo destinado a esta tarefa;
Melhorar a qualidade do trabalho executado;
Racionalizar os diversos stocks nas unidades de distribuição.
Neste sector de distribuição verifica-se a existência dos seguintes locais de
armazenamento que servem como apoio no momento da distribuição:
Armário central (Figura 10): onde se encontra a maioria dos
medicamentos e, está dividido em duas partes, de acordo com a
rotatividade e volume dos medicamentos. Os produtos farmacêuticos
encontram-se organizados por ordem alfabética.
Figura 10 - Armário central
Armário (Figura 11) das benzodiazepinas, anti-retrovíricos e
imunomodeladores: onde está toda esta medicação, separada por grupo
farmacoterapêutico;
Figura 11 - Armários
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Kardex: sistema semi-automático rotativo vertical que ajuda na dispensa
de medicação na DIDDU. Ele dispõe de um número de bandejas
variáveis, cujo tamanho varia de acordo com a dimensão e rotatividade
do medicamento que contém. A posição de um medicamento é indicada
por uma luz vermelha que aparece no local da bandeja. O sistema
informático do Kardex encontra-se conectado ao CPC-HS. Este sistema
permite diminuir o espaço de armazenamento de medicação, pois
comporta um elevado número de medicamentos, não descurando as
condições de armazenamento ideais para a conservação dos produtos;
aqui encontram-se maioritariamente injectáveis mas também algumas
formas sólidas.
Kardex de refrigeração: sistema semi-automático, semelhante ao Kardex
normal mas apenas para medicação que necessite de refrigeração, ou
seja, que precisa de estar a temperaturas entre os oito graus celsius e dois
graus celsius;
Armário de multidoses: possui medicação que é utilizada para mais que
uma toma, como colírios, xaropes, pomadas, entre outros;
Armário das dietas: possui dietas entéricas prontas a ser administradas;
Armário de grandes volumes: possui sobretudo anti-infeciosos que
devido ao seu volume não estão no stock geral.
O circuito do medicamento inicia-se com a prescrição médica em que esta indica
qual o princípio ativo desejado, a dosagem, forma farmacêutica e a sua posologia. Estas
prescrições são feitas informaticamente, e enviadas para os SF onde os farmacêuticos
responsáveis irão validar a prescrição, verificando se existe algum erro de prescrição.
Após a validação por parte dos farmacêuticos, as prescrições são enviadas
informaticamente para o sector da DIDDU e cabe aos TF a impressão das listagens,
verificando, por sua vez, se existe algum erro de validação. A ordem de preparação das
malas tem em conta a hora de saída destas para os SC, sendo que o TF, antes de
imprimir as listagens, verifica num impresso de registo interno quais os SC prioritários,
rubricando o serviço escolhido e identificando qual o método de dispensa que irá
utilizar. Neste impresso também serão rubricadas as ações relativas a devoluções do SC
e alteradas, sendo que cada impresso corresponde a um dia. Após este passo, o TF gera
um “Mapa de Distribuição de Medicamentos”, escolhendo se este será um “Mapa de
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Distribuição de Medicamentos agrupado por Cama” (Anexo C), em que aparece para
cada doente todos os fármacos que lhe serão administrados, sendo que o TF tem noção
do perfil farmacoterapêutico do doente; ou um “Mapa de Distribuição de Medicamentos
por Forma Farmacêutica” (Anexo D), em que aparece uma divisão por fármaco, sendo
depois dispensados por doente, o que torna o processo mais rápido mas o TF não tem
noção do perfil farmacoterapêutico de cada doente. Este último mapa é muito utilizado
em SCs cujos doentes internados apresentem perfis farmacoterapêuticos muito
semelhantes.
O TF é responsável pela preparação das malas (Figura 12). Estas são compostas
por gavetas, em que cada gaveta corresponde a um doente e irá conter a medicação para
esse utente. Antes da preparação da mala, deve-se verificar as gavetas da mala. Este
processo consiste em verificar, através do “Mapa de Distribuição de Medicamentos” ou
do “Mapa de Doentes Internados por Cama”, se os doentes internados correspondem
aos identificados nas gavetas. Se não se verificar alterações, a identificação permanece
igual; no caso de se verificar, deve-se identificar corretamente a gaveta, utilizando e
preenchendo as etiquetas da “Dose Unitária” existentes. Para além disto, se existirem
gavetas com nomes de doentes que não estão presentes nas listagens, retira-se a etiqueta
de identificação.
Após esta identificação, procede-se à preparação das malas, sendo que a
medicação é colocada toda junta na gaveta, não se dividindo por tomas, exceto nos SCs
de Psiquiatria e Hospital de Dia de Psiquiatria. A divisão por tomas facilita o trabalho
da equipa de enfermagem, diminuindo o tempo dispendido na preparação da medicação,
bem como diminui os erros de medicação. Por outro lado, a preparação das malas seria
um processo moroso e os recursos humanos existentes não seriam os suficientes para
permitir a correta dispensa da medicação dentro dos horários pré-definidos.
Figura 12 - Malas de medicação
42
Para a preparação das malas pode-se utilizar três tipos de sistemas de dispensa:
manual, semi-automático e manual com recurso a um sistema semi-automático.
Sistema de dispensa manual - Neste tipo de dispensa, a medicação é
dispensada manualmente, ou seja, para se dispensar a medicação
necessária para cada doente. O TF desloca-se aos armários de medicação
existentes no sector da DIDDU, tendo sempre em atenção a dosagem que
o doente faz e, no caso dos SC em que a medicação é dispensada por
toma, à posologia que o doente faz. A medicação que tenha um grande
volume e que não pode ser colocada nas gavetas das malas, deve ser
colocada em sacos de plástico em que em cada saco deve conter uma
etiqueta de “Dose Unitária” com a identificação do doente, número da
cama e SC correspondente. Se falta de alguma medicação na gaveta,
deve-se colocar um papel na gaveta correspondente, que funciona como
um lembrete, onde é identificado o fármaco em falta, quantidade e
dosagem. Este sistema permite que a equipa de enfermagem perceba que
há falta de um medicamento na gaveta e não se esqueça de o administrar
ao doente. Relativamente à medicação que se encontra no Kardex de
refrigeração, para a sua dispensa edita-se uma saída no Kardex de
refrigeração, seguindo-se a sua execução. Identifica-se a medicação com
a etiqueta “Dose Unitária” identificando o doente, cama e SC. A
medicação é armazenada em malas térmicas com etiqueta “Conservar no
Frigorífico” onde se deverá colocar a identificação do SC. Esta mala
deverá ser colocada dentro do Kardex de refrigeração no local destinado
para a saída da mala para o SC.
Dispensa semi-automático de especialidades farmacêuticas - Neste tipo
de dispensa é utilizado o Kardex (Figura 13) e o FDS (Fast Dispensing
System) (Figura 14). A automatização foi introduzida na dispensa de
medicação para diminuir os erros e otimizar a velocidade do processo de
dispensa. Os sistemas semi-automáticos permitem que haja uma
diminuição dos erros de dispensa, do tempo despendido nesta tarefa,
melhoram o serviço prestado e permitem a racionalização dos stocks.
Neste sistema de dispensa, aquando a geração do “Mapa de Distribuição
de Medicamentos” há a transferência de todos os dados para os sistemas
43
de distribuição semi-automáticos, ou seja, para o FDS, para o Kardex, e
para o Kardex de refrigeração, não sendo necessário imprimir listagens.
Em todos os sistemas, os pedidos são processados, procedendo-se à
dispensa da medicação. No Kardex, após o processamento do serviço, é
impressa automaticamente a lista de “Produtos Externos” , ou seja,
produtos que devido às suas características físicas ou baixa rotatividade
não se encontram armazenados no Kardex. Esta lista vem identificada
com o SC respetivo e a medicação encontra-se dividida por doente,
sendo preparada e colocada na gaveta correspondente, ou caso não seja
possível, coloca-se num saco rotulado com a etiqueta “Dose Unitária”
identificando o SC, doente e respetiva cama. No que refere à dispensa da
medicação no Kardex, este fornece todas as informações necessárias para
a correta dispensa, nomeadamente, nome do doente, número da cama,
dosagem, posologia e a quantidade a tirar de cada módulo do Kardex.
Após a dispensa de cada fármaco procede-se á sua validação. Após a
dispensa de toda a medicação, o Kardex irá gerar automaticamente uma
lista de “Incidências” e que corresponde aos produtos que estão
padronizados para saírem no Kardex, mas que, no momento, não existem
as quantidades suficientes para satisfazer as necessidades do SCs ou o
produto encontra-se esgotado ou em rutura. Para a sua dispensa, procede-
se da mesma forma que os “Produtos Externos”. A medicação dispensada
pelo FDS compreende todas as formas orais sólidas parametrizadas para
esse sistema. Para proceder à preparação das malas o TF deve-se
deslocar ao local onde são colocadas as gavetas com a medicação
dispensada pelo FDS para cada SC. Na sua dispensa deve se ter em
atenção a identificação do doente que está inscrita nos sacos
reembalados, destacando cada um, o que corresponde a uma unidade
terapêutica, colocando na gaveta do doente respetivo. Deve-se verificar
sempre se ocorreu alguma falha na medicação, como sacos sem
medicamento, dois fármacos no mesmo saco, medicamentos triturados,
entre outros. Na ocorrência destas falhas, o TF é responsável por corrigi-
las e dispensar a medicação em falta recorrendo aos armários existentes
na DIDDU. De seguida, é necessário verificar se existem pedidos de
dispensa de medicação armazenada no Kardex de refrigeração (Figura
44
15), executa-se o pedido e procedende-se como o referido anteriormente.
Tanto o FDS como o Kardex são dois meios de distribuição que
contribuem para o aumento da qualidade do processo de distribuição de
medicamentos. Contudo, apresentam desvantagens como o facto de o
TDT não ter acesso ao perfil farmacoterapêutico do doente. Para além
disto, no CHSJ, EPE, existe um elevado número de SCs por DIDDU e,
seria muito demorado se a dispensa de todos fosse sempre com recurso a
estes sistemas, pois não poderiam executar dois Serviços ao mesmo
tempo.
Figura 13 – Kardex
Figura 14 – FDS
45
Figura 15 - Kardex de refrigeração
Dispensa manual com recurso a sistemas semi-automáticos - Neste tipo
de dispensa é utilizada o sistema de dispensa manual juntamente com um
sistema de dispensa semi-automático, nomeadamente o FDS. O TF gera
o “Mapa de Distribuição de Medicamentos” e selecciona a opção de
dispensar por via semi-automática. Contudo, o pedido no Kardex não
será processado, ao contrário do FDS. Neste tipo de dispensa verifica-se
que as formas orais sólidas são dispensadas pelo FDS e a restante
medicação será dispensada pelo TF por via manual, da mesma forma
como o indicado nos métodos anteriores.
Após a preparação das malas, procede-se à verificação da existência de
alteradas, ou seja, alterações na medicação das malas devido a alterações de dosagem,
retirada de medicação, alta do doente, transferência de SC ou alteração de cama. Assim,
após a validação por parte do Farmacêutico no Centro de Validação, é impresso no
sector da DIDDU a listagem com essas alterações. Para isso o TF seleciona o SC e em
seguida a opção “alteradas”, gerando o “Mapa Distribuição Alteradas e imprimindo-o.
Procede-se, de seguida, às alterações descritas no mapa, começando sempre pela
primeira página que pode indicar várias situações, nomeadamente “Alta do doente”,
“Transferência de Serviço” ou “Troca de cama”, ou, em certos casos, nada é indicado o
que significa que não ocorreu nenhuma das alterações referidas, mas apenas alterações
na medicação. Ao realizar estas alterações deve-se ter em atenção a identificação do
doente, bem como a medicação a acrescentar e a retirar, que é indicada com o sinal (+) e
(-), respectivamente, deve-se ter também em atenção á dosagem e quantidade.
46
Perto da hora de saída das malas, o TF procede ao débito informático dos
serviços, ou seja, à validação de toda a medicação que será enviada para o SC, o que
significa que essa medicação saiu dos SF e foi transferida para o Serviço.
De acordo com o horário estipulado para a saída das malas dos SF, um AO dos
SF desloca-se ao sector de DIDDU e é responsável por levar as malas de medicação aos
SCs, num carro próprio para o seu transporte e tendo em atenção que as malas devem
estar fechadas, transportam também par os SF as malas dispensadas no dia anterior, e
cuja medicação foi administrada ao doente.
Após as 18h00, todas as malas já seguiram para os respetivos SC, mas poderão
surgir novas alteradas. Assim, são retiradas as alteradas de todos os SCs e, como as
malas já não se encontram nos SF, a medicação preparada, corresponde apenas à
medicação que é acrescentada. Esta é colocada em sacos correspondentes ao doente em
questão, os quais são colocados em sacos com o nome do SC em causa. Posteriormente,
um AO será responsável por levar essa medicação aos respetivos SC.
No sector da DIDDU também são preparados Armários de Urgência, ou seja,
armários com stock de medicamentos que existem nos SCs cujo sistema de distribuição
é a DIDDU. Estes stocks de medicação são utilizados pela equipa de enfermagem
quando há necessidade de administrar uma medicação ao doente fora do horário de
funcionamento normal da DIDDU. Os medicamentos e quantidades estão estipulados e
quando é retirada alguma medicação são efectuados “Registos de Consumo”. Os
pedidos de reposição destes armários são enviados informaticamente para os SF e o
Farmacêutico, no Centro de Validação, são responsáveis por interpretar e validar o
pedido, sendo da responsabilidade de um TF a sua preparação após a impressão da
“Satisfação do Pedido”. A medicação é então colocada em sacos de plástico ou
envelopes, os quais são colocados, por sua vez, no contentor específico para o transporte
de medicamentos. O TF deve então fechar o contentor e anexar o duplicado do pedido,
bem como deve colocar uma etiqueta de “Medicamentos” com o nome do SC
requisitante. Quando há medicação de frio, procede-se da mesma forma que na DC,
colocando-se a etiqueta “Conservar no Frigorífico” no duplicado. Por fim, o contentor é
levado para o sector da DC, sendo colocado no local destinado à distribuição.
Para além dos Armários de Urgência, também se preparam os Carros de
Emergência, ou seja, os carros que dão apoio ao suporte de vida e que contêm
47
medicação própria para situações de risco. A preparação ocorre da mesma forma que os
Armários de Urgência. Contudo, sempre que é utilizada alguma medicação, o
enfermeiro responsável deve pedir imediatamente a reposição aos SF da medicação que
foi utilizada e justificar o motivo pelo qual utilizou o Carro de emergência.
3.6.4. A distribuição a utentes em regime de ambulatório
Este tipo de distribuição é realizado na UFA e consiste em fornecer a medicação
ao utente de modo a realizar a terapêutica em casa. Este tipo de distribuição permite
reduzir custos relacionados com o internamento bem como os possíveis riscos
decorrentes, como infeções nosocomiais, estados depressivos, abandono familiar entre
outros. Permite ainda que o doente continue o tratamento em ambiente familiar, onde se
sente mais confortável. Esta distribuição surgiu devido à necessidade de controlar e
vigiar determinadas terapêuticas (devido a possíveis efeitos secundários graves),
assegurar a adesão da terapêutica, e também devido à comparticipação de certos
medicamentos que só são 100% comparticipados quando dispensados em SF
hospitalares.
A dispensa da medicação deve ser realizada em instalações localizadas, de
preferência, perto das consultas externas, efetuada por um farmacêutico apoiado por um
sistema informático e de forma reservada. A UFA possui o seu próprio stock de
medicação, procedendo-se a um pedido de reposição ao sector da DC quando
necessário. Dispõe ainda do “Consis” que permite a semi-automatização da dispensa da
medicação, facilitando a dispensa e diminuindo a probabilidade de erro. O “Consis” um
equipamento constituído por prateleiras e divisórias que onde estão armazenadas
algumas especialidades farmacêutica. No momento da distribuição, o sistema fornece a
especialidade correta ao Farmacêutico.
3.7. Devoluções
As devoluções ao SF são referentes aos produtos farmacêuticos enviados aos
SCs, em que o produto ultrapassou ou vai ultrapassar o prazo de validade ou o produto
não foi administrado ao utente por algum motivo.
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No quotidiano, as malas que chegam aos SF, oriundas do dia anterior, podem
conter medicação que, por certas razões, não foi administrada. Um TF é responsável por
retirar toda a medicação das malas, rubricando no registo diário que ficou responsável
por essa devolução. De seguida, procede à devolução informática da medicação, através
do CPC-HS, tendo em atenção a todos os elementos necessários à correta identificação
do fármaco, de forma a diminuir erros de stock. Também se deve ter atenção ao facto de
os blisters encontrarem-se abertos, não se fazendo devolução desses fármacos, sendo
colocados no contentor próprio. Se o prazo de validade, já expirou deve ser entregue ao
responsável pela gestão de stocks. Após a devolução, procede-se ao armazenamento da
medicação nos seus respetivos locais.
Ao produto farmacêutico em que a validade já está ultrapassada ou vai
ultrapassar tenta-se devolve-lo ao laboratório, com o intuito de receber o mesmo
produto mas com o prazo de validade maior.
49
4. Conclusão/Análise critica
Para finalizar este relatório, faço um balanço deste longo percurso, tão relevante
para minha formação.
Como dificuldades e/ou obstáculos, aponto para a fase de adaptação, não só a
realidade como também a dinâmica e método de trabalho dos SF. Apreender e
acompanhar todo o processo de trabalho demostrou ser mais desafiante do que o
esperado numa fase inicial. Apesar disso este processo de adaptação foi bastante
acelerado e espontâneo que esta barreira foi ultrapassada facilmente.
Um dos pontos fortes a apontar é o entrosamento e o espirito de equipa que se
denota nos SF. Foi, sem dúvida, a principal razão de ter superado as dificuldades de
adaptação inicial. Outros pontos positivos são a postura profissional, a organização e a
capacidade de ensino demonstrados. O conhecimento e experiência transmitidos foram
facilmente compreendidos e assimilados através de explicações claras acompanhadas de
exemplos práticos de um trabalho bem estruturado.
Relativamente aos objetivos gerais considero que consegui atingi-los. Graças aos
orientadores de estágio, tive um estágio bem planeado o que me permitiu aproveitar o
meu período de aprendizagem em cada uma das unidades dos SF. Por conseguinte tive
uma participação extremamente ativa na maioria dos setores que constituem o circuito
do medicamento, e pude observar o funcionamento dos restantes setores.
O facto de o Hospital de São João ser um hospital central também foi um aspeto
fulcral para a minha escolha, pois possibilitou-me contactar com fármacos que
desconhecia, fármacos que são utilizados devido às tão diversificadas especialidades
deste hospital.
Em suma, consegui desenvolver competências científicas e assimilar
conhecimento teórico-prático graças ao trabalho efetuado e desenvolvido. Competências
e conhecimentos próprios da minha futura carreira, o que me será muito útil ao longo
dela, no enquadramento de farmácia hospitalar. Com isto, espero ter-me tornado mais
autónomo e eficiente no desempenho das minhas atividades.
50
Este estágio foi, indubitavelmente, uma oportunidade de desenvolvimento não só
intelectual, mas também como pessoal. Valores como o trabalho em equipa e
companheirismo são de salientar ao longo deste percurso. Valores estes, que faço
questão em por em pratica e os quais não faltarão no meu futuro como profissional de
saúde.
Classifico este estágio como uma experiencia única.
51
5. Bibliografia/Webgrafia
[1]http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/DL%20564.99%20-
%20Estabelece%20o%20estatuto%20legal%20da%20carreira%20de%20
TDT.PDF
[2]http://www.chsj.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27542
[3]http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACA
O/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_II/TIT
ULO_II_CAPITULO_II/portaria_42_92.pdf
[4]http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACA
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cho_13885-2004.pdf
[5]http://www.ofporto.org/upload/documentos/999801-regulamento-
geral-da-farm.-hospitalar.pdf
[6]http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACA
O/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_III/TIT
ULO_III_CAPITULO_I/036-A-DL_90_2004_0.pdf
[7]http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACA
O/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_III/TIT
ULO_III_CAPITULO_II/067-A-DL_95_2004_1.%AAAlt.pdf
[8]http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACA
O/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_III/TIT
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[9] http://www.dre.pt/pdf1s/1933/07/17100/14981498.pdf
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http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/
LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_III/TITU
LO_III_CAPITULO_III/068-DL_15_93_VF.pdf
http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/
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LO_III_CAPITULO_I/despacho_1051-2000.pdf
http://www.netmarkt.com.br/frases/aprendizado.html
52
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DO INSTITUTO POLITÉCNICO
DA GUARDA – Regulamento de Estágio Profissional II. Guarda,
2011/2012;
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DO INSTITUTO POLITÉCNICO
DA GUARDA – Guia de elaboração e apresentação de trabalhos escritos.
Guarda, 2008;
53
6. Anexos
54
Anexo A
55
Anexo B
56
Anexo C
57
Anexo D