Post on 12-Nov-2018
Relatório de Gerenciamento de riscos
Relatório de Gerenciamento de Riscos
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 4
1 GESTÃO DE RISCOS................................................................................................................. 5
1.1 PRINCIPAIS RISCOS CORPORATIVOS ..................................................................................... 5
2 RISCO DE CRÉDITO ................................................................................................................. 6
2.1 GESTÃO DO RISCO DE CRÉDITO ............................................................................................... 6
2.1.1 Identificação e Mensuração ........................................................................................... 7
2.1.2 Monitoramento ................................................................................................................... 9
2.1.3 Controle e Mitigação ...................................................................................................... 10
2.2 EXPOSIÇÕES AO RISCO DE CRÉDITO .................................................................................... 11
2.2.1 Montante das Exposições ao Risco de Crédito ..................................................... 11
2.2.2 Percentual das Exposições dos Dez Maiores Clientes........................................ 12
2.2.3 Montante das Operações em Atraso ........................................................................ 12
2.2.4 Operações Baixadas a Prejuízo .................................................................................. 13
2.2.5 Montante de Provisões .................................................................................................. 13
2.2.6 Exposição por Fator de Ponderação de Riscos ..................................................... 14
2.2.7 Parcela de Risco de crédito, Segmentada por Fator de Ponderação de
Riscos. ............................................................................................................................................. 14
2.2.8 Instrumentos Mitigadores ............................................................................................ 15
2.3 RISCO DE CRÉDITO DA CONTRAPARTE ................................................................................. 15
2.4 CESSÕES DE CRÉDITO E TVM ORIUNDOS DE PROCESSO DE SECURITIZAÇÃO ............. 17
3 RISCO DE MERCADO E LIQUIDEZ ................................................................................... 18
3.1 RISCO DE MERCADO .................................................................................................................. 18
3.1.1 Política de Risco de Mercado ....................................................................................... 18
3.2 RISCO DE LIQUIDEZ .................................................................................................................. 23
3.2.1 Processo de Gerenciamento de Risco e Liquidez ................................................ 23
3.2.2 Modelos de Gestão.......................................................................................................... 24
3.2.3 Instrumentos Financeiros ............................................................................................. 25
3.2.4 Comunicação Interna ..................................................................................................... 25
4 RISCO OPERACIONAL .......................................................................................................... 26
4.1 OBJETIVOS E POLÍTICA ............................................................................................................ 26
4.2 MODELO DE ALOCAÇÃO DE CAPITAL ..................................................................................... 26
4.3 PROCESSO DE GERENCIAMENTO............................................................................................. 27
4.4 GESTÃO DE CONTINUIDADE DE NEGÓCIOS ......................................................................... 28
4.5 COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO .............................................................................................. 28
5 GESTÃO DE CAPITAL ............................................................................................................ 29
5.1 NOVO ACORDO DE CAPITAL – BASILEIA II ........................................................................ 29
5.2 BASILEIA III .............................................................................................................................. 31
5.3 PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA ................................................................................................ 32
5.4 PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA EXIGIDO (PRE) E ADEQUAÇÃO DO PATRIMÔNIO DE
REFERÊNCIA (PR) ............................................................................................................................. 33
5.4.1 Evolução do PR e PRE .................................................................................................... 36
Relatório de Gerenciamento de Riscos
5.5 ÍNDICE DE BASILEIA ................................................................................................................. 37
Gráficos
Gráfico 1 – Composição da Provisão para Operações de Crédito – mar/2011 – R$ Milhões ..... 13
Gráfico 2 – Evolução do PR e PRE - Conglomerado Financeiro ................................................... 36
Gráfico 3 – Evolução do PR e PRE - Consolidado Econômico - Financeiro .................................. 36
Gráfico 4 – Índice de Basileia – Conglomerado Financeiro ......................................................... 37
Gráfico 5 – Índice de Basileia – Consolidado Econômico-Financeiro .......................................... 37
Tabelas
Tabela 1 - Valor total das exposições e valor da exposição média ............................................. 12
Tabela 2 - Percentual dos dez maiores clientes .......................................................................... 12
Tabela 3 - Montante das operações em atraso .......................................................................... 12
Tabela 4 - Fluxo das operações baixadas a prejuízo ................................................................... 13
Tabela 5 - Exposição por fator de ponderação de riscos - Conglomerado Financeiro ................ 14
Tabela 6 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de riscos –
Conglomerado Financeiro ........................................................................................................... 14
Tabela 7 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de riscos –
Consolidado Econômico-Financeiro ............................................................................................ 15
Tabela 8 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte do
Conglomerado Financeiro ........................................................................................................... 16
Tabela 9 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte do
Consolidado Econômico-Financeiro ............................................................................................ 16
Tabela 10 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte do Conglomerado
Financeiro .................................................................................................................................... 16
Tabela 11 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte do Consolidado
Econômico-Financeiro ................................................................................................................. 17
Tabela 12 - Exposições decorrentes da aquisição de títulos ou valores mobiliários oriundos do
processo de securitização ........................................................................................................... 17
Tabela 13 - Cenários de estresse ................................................................................................. 22
Tabela 14 - Cronograma de implementação - Basileia III............................................................ 31
Tabela 15 - Detalhamento do Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro ............ 32
Tabela 16 - Detalhamento do Patrimônio de Referência do Consolidado Econômico-Financeiro
..................................................................................................................................................... 33
Tabela 17 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido – Conglomerado Financeiro.. 34
Tabela 18 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido – Consolidado Econômico-
Financeiro .................................................................................................................................... 35
Relatório de Gerenciamento de Riscos
4
INTRODUÇÃO
O Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. é um banco múltiplo
controlado pelo Estado do Rio Grande do Sul, e está entre os mais
rentáveis dentre os maiores bancos brasileiros em total de ativos,
considerando o retorno sobre patrimônio líquido, segundo dados do Banco
Central.
Com 439 agências, 398 no Rio Grande do Sul, 24 em Santa Catarina, 15
em outros estados brasileiros e duas no exterior, o Banrisul tem a maior
rede bancária do Rio Grande do Sul. O Banco foca seus negócios no
atendimento às necessidades de clientes de varejo, pequenas e médias
empresas e entidades do setor público.
O foco geográfico de atuação do Banco é a região sul do Brasil,
especialmente o Estado do Rio Grande do Sul. O Banrisul está presente em
413 dos 496 municípios do Rio Grande do Sul, onde estão concentrados
cerca de 98% da população do Estado. Com cerca de 2,9 milhões de
correntistas, o Banrisul acredita que esse número representa cerca de
70% da população gaúcha com conta bancária.
Para o Banrisul a gestão de riscos é imprescindível para fortalecer o perfil
corporativo da instituição e dar continuidade ao seu propósito de ser o
maior agente financeiro do Estado do Rio grande do Sul. Neste contexto é
importante uma relação transparente com clientes, investidores e demais
partes interessadas, que permitam o conhecimento sobre a gestão dos
riscos.
A divulgação do presente relatório objetiva informar ao mercado e às
partes relacionadas informações sobre o gerenciamento de riscos no
Banrisul, bem como atender as determinações do Banco Central do Brasil
e às diretrizes do Comitê de Basileia. As informações divulgadas são
relativas ao primeiro trimestre de 2011 e aos quatro trimestres de 2010.
Para as informações em que os valores são iguais para o Conglomerado
Financeiro e Consolidado Econômico – Financeiro, demonstramos apenas
os dados relativos ao Conglomerado Financeiro.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
5
1 GESTÃO DE RISCOS
A gestão de riscos é ferramenta estratégica e fundamental para uma
instituição financeira. Os riscos intrínsecos abrangem desde aqueles
facilmente identificáveis na área financeira, como os riscos de mercado, de
liquidez, de crédito, assim como os não diretamente identificados como
tal, mas também de extrema importância, como risco operacional e de
imagem, dentre outros.
No Banrisul, essa atividade procura alinhar as atividades do Banco aos
padrões recomendados pelo Novo Acordo de Capitais – Basileia II, com
vistas à adoção das melhores práticas de mercado e à maximização da
rentabilidade dos investidores, a partir da melhor combinação possível de
aplicações em ativos e uso de capital requerido. São processos contínuos
nesse escopo, o aprimoramento sistemático de políticas de risco, sistemas
de controles internos e normas de segurança, integrados aos objetivos
estratégicos e mercadológicos da Instituição.
A gestão dos riscos corporativos do Banrisul é realizada de forma
integrada, o que permite agilidade nos processos e na tomada de decisão,
e está alinhada às disposições das melhores práticas e aos padrões
definidos pelo Banco Central, em conformidade com o acordo de capitais-
Basileia II.
1.1 Principais Riscos Corporativos
Risco de Crédito: definido como a possibilidade de ocorrência de perdas
associadas ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas
respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados, à desvalorização
de contrato de crédito decorrente da deterioração na classificação de risco
do tomador, à redução de ganhos ou remunerações, às vantagens
concedidas na renegociação e aos custos de recuperação.
Risco de Mercado: definido como a possibilidade de ocorrência de perdas
resultantes da flutuação nos valores de mercado de posições ativas e
passivas detidas pelas instituições financeiras. Inclui os riscos das
operações sujeitas à variação cambial, taxa de juros, preços das ações e
dos preços de mercadorias (commodities).
Risco de Liquidez: definido como a possibilidade de ocorrência de
incapacidade de atender às necessidades de caixa devido ao descasamento
nos fluxos financeiros em decorrência da dificuldade de se desfazer de um
ativo ou da perda de valor dos ativos.
Risco Operacional: definido como a possibilidade de ocorrência de perdas
resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos,
pessoas e sistemas, ou de eventos externos.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
6
2 RISCO DE CRÉDITO
O risco de crédito foi definido como a possibilidade de ocorrência de perdas
associadas ao não cumprimento, pelo tomador ou contraparte, de suas
respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados, à desvalorização
de contrato de crédito decorrente da deterioração na classificação de risco
do tomador, à redução de ganhos ou remunerações, às vantagens
concedidas na renegociação e aos custos de recuperação.
A Política Institucional de Gerenciamento do Risco de Crédito do Banrisul
tem como objetivo identificar, mensurar, controlar e mitigar a exposição
ao risco de crédito no âmbito de portfólio; atuar de forma a consolidar a
cultura das melhores práticas de Gerenciamento do Risco de Crédito;
aperfeiçoar continuamente a gestão do risco de crédito em todas as
modalidades de ativos; garantir níveis adequados de risco e evitar perdas
não previstas; garantir a isenção e a segregação de função no processo de
gerenciamento de risco de crédito.
A descrição da Estrutura de Gerenciamento do Risco de Crédito está
disponível no site http://www.banrisul.com.br, na rota: “Relação com
Investidores/Governança Corporativa/Gerenciamento de Riscos/Estrutura
de Gerenciamento de Risco de Crédito”.
2.1 Gestão do Risco de Crédito
A estrutura de avaliação de risco de crédito do Banrisul está alicerçada no
princípio de decisão técnica colegiada, sendo definidas alçadas de
concessão de crédito correspondentes aos níveis decisórios que abrangem
desde a extensa rede de agências, em suas diversas categorias de porte,
até as esferas diretivas e seus comitês de risco e crédito na Direção-Geral,
Diretoria Executiva e Conselho de Administração. Esse processo visa
agilizar a concessão com base em limites de crédito para clientes
tecnicamente pré-definidos que determinem a exposição desejável que a
instituição esteja disposta a operar com cada cliente pessoa física e pessoa
jurídica, atendendo o binômio risco x retorno.
A contínua e crescente implementação de metodologias estatísticas para
avaliação de risco de clientes, com a parametrização de políticas de crédito
e regras de negócios, aliada à otimização dos controles sob as informações
cadastrais por meio de um modelo de certificação, intensificam e
fortalecem as avaliações. A adoção de sistema de Credit Score e Behaviour
Score oportuniza o estabelecimento de créditos pré-aprovados à pessoa
física de acordo com as classificações de risco previstas nos modelos
estatísticos, que são conceitualmente mais atrativos para manejo com
crédito massificado.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
7
A gestão eficaz da exposição ao risco de crédito do Banrisul permite a
continuidade da expansão da carteira de crédito com agilidade e segurança
dada à potencialidade dos instrumentos utilizados para mensuração dos
riscos inerentes a cada cliente.
2.1.1 Identificação e Mensuração
No processo de identificação e avaliação do risco de crédito o Banrisul
adota para a Pessoa Física (PF) os modelos de escoragem de crédito
(Credit Score e Behaviour Score) que oportunizam o estabelecimento de
créditos pré-aprovados avaliando probabilidade de o cliente inadimplir, ou
seja, de acordo com as classificações de risco previstas nos modelos
estatísticos.
Para Pessoa Jurídica (PJ) em fevereiro de 2011 foi implementado o Modelo
de Risco e Crédito Automatizado Pessoa Jurídica com a adoção do Credit
Score e Behaviour Score para o segmento Varejo PJ. Nessa etapa de
implementação o modelo atual de políticas por alçada e concessão de
crédito pelos Comitês das Agências permanecerá disponível, podendo as
agências optar por um dos dois modelos.
No modelo atual de concessão de crédito para PJ os comitês de crédito das
agências podem autorizar limite de risco e operações de crédito até os
limites de sua alçada, estabelecidas de acordo com a categoria de cada
agência. Os comitês de crédito e de risco da Direção-Geral definem
operações e limite de risco para clientes em alçadas superiores às
definidas pelos comitês de crédito das Agências. A Diretoria Executiva
aprova operações específicas e limites de risco de operações em
montantes que não ultrapassem 3% do Patrimônio Líquido. Operações
superiores a esse limite são submetidas à apreciação do Conselho de
Administração.
Para o segmento Corporate o Banrisul adota estudos técnicos efetuados
por área interna de análise de riscos que avalia as empresas sob o prisma
financeiro, de gestão, mercadológico e produtivo, com revisões periódicas
que ainda observam os cenários econômicos, inserindo as empresas
nestes ambientes. A gestão da exposição ao risco de crédito tem como
diretriz postura seletiva e conservadora da instituição, seguindo
estratégias definidas pela alta administração e áreas técnicas da
corporação.
Para as operações de crédito não contempladas pelos modelos de
escoragem e as operações de repasse por meio de agentes financeiros o
Banco avalia a probabilidade de inadimplência de contrapartes
individualmente, por meio de ferramentas de classificação projetadas para
diferentes categorias de contrapartes. Essas ferramentas, que foram
Relatório de Gerenciamento de Riscos
8
desenvolvidas internamente e combinam análise estatística com a opinião
da equipe de crédito, são validadas, quando apropriado, através da
comparação com dados externos disponíveis. As ferramentas de
classificação são mantidas sob análise e atualizadas quando necessário.
Regularmente, a Administração valida o desempenho da classificação e de
seu poder de previsão com relação a eventos de inadimplência.
A Resolução do Conselho Monetário Nacional, n.º 2.682, de 21 de
dezembro de 1999, determinou que as instituições financeiras devem
classificar as operações de crédito em ordem crescente de risco
contemplando aspectos em relação ao devedor e seus garantidores e em
relação à operação.
Em relação ao devedor e seus garantidores: situação econômico-
financeira, grau de endividamento, capacidade de geração de resultados,
fluxo de caixa, administração e qualidade de controles, pontualidade e
atrasos nos pagamentos, contingências, setor de atividade econômica e
limite de crédito.
Em relação às operações de crédito em si, devem ser considerados o valor,
a natureza e finalidade da transação, além das características das
garantias, particularmente quanto à suficiência e liquidez. As operações de
crédito são acompanhadas para identificação do rating mínimo em função
do maior atraso. Todas as operações dos clientes possuem ratings
calculados, que adicionados ao rating mínimo, é apurado o de maior risco
para o cliente. Na sequência estão descritos os níveis de ratings.
Classificação do Banco Descrição do Grau
1 – AA Risco Baixíssimo
2 – A Risco Baixo
3 – B Risco Reduzido
4 – C Risco Moderado
5 – D Risco Normal
6 – E Risco Médio
7 – F Risco Elevado
8 – G Risco Elevadíssimo
9 – H Risco Severo
A Perda por inadimplência ou severidade da perda representa a
expectativa do Banco com relação ao montante da perda estabelecido por
uma ação, se a inadimplência ocorrer. Este montante é expresso como
Relatório de Gerenciamento de Riscos
9
perda percentual por unidade de exposição e normalmente varia de acordo
com a categoria da contraparte, com o tipo e o nível da ação e com a
disponibilidade de garantias ou outras formas de mitigação de crédito.
Para os Títulos Públicos e outros títulos de dívida a Unidade de Política de
Crédito e Análise de Risco elabora relatórios contendo pareceres de análise
para concessão de Limites Operacionais de risco de crédito para
instituições financeiras e para aquisições de títulos e valores mobiliários
(emissões públicas ou em caráter privado) emitidos por empresas que
operam no Mercado de Capitais.
O Limite Operacional constitui o valor máximo ao qual o banco aceita estar
exposto quando da aquisição de títulos privados, emitidos por companhias
ou instituições financeiras, e da participação em Operações
Compromissadas. O Limite Operacional é destinado tanto a operações
envolvendo a Tesouraria do Banrisul, por intermédio da Unidade
Financeira, quanto a operações no âmbito da alocação de recursos de
terceiros, por meio da participação dos fundos de investimento do Banrisul
administrados pela Unidade de Administração de Recursos de Terceiros.
A extensão da análise técnica compreende o aspecto econômico-financeiro
da instituição; ambiente econômico; perfil da empresa e de seus
controladores; estudo sobre o conglomerado; e rating externo da
instituição. As demonstrações financeiras podem ser reclassificadas de
acordo com critérios que possibilitem apurar de maneira sistemática as
posições de ativos, passivos e de resultados, para aferir indicadores
necessários para ponderação posterior dos limites.
2.1.2 Monitoramento
Na etapa de monitoramento são realizadas análises de aderência dos
modelos de Credit Score e Behaviour Score da Pessoa Física por meio de
técnicas estatísticas de validação. As análises são apreciadas
semestralmente pelos Comitês de Gestão e Diretoria.
Para todos os segmentos de Clientes também são realizadas análises dos
indicadores de atraso, pendência, volume de concessão, em diversas
granularidades e agrupamentos, possibilitando o gerenciamento dessas
exposições por produto, classificação de risco, concentração de crédito,
agência, entre outros. Essas análises, realizadas periodicamente, visam o
gerenciamento de risco de crédito e o acompanhamento do desempenho
comercial do Banco em crédito, compatibilizando com as tendências de
mercado, objetivando assegurar o cumprimento das diretrizes,
minimizando o risco de desconexão entre a decisão e a execução. As
análises consolidadas com proposição de ajustes nas políticas vigentes, se
Relatório de Gerenciamento de Riscos
10
necessário, de acordo com as responsabilidades dos órgãos componentes,
são apreciados mensalmente pelos Comitês decisórios e Diretoria.
Além disso, periodicamente são reportados a alta administração relatórios
gerenciais da carteira de crédito do Banco para monitoramento dos
volumes alocados e índices de pendências.
A provisão para fazer frente aos créditos de liquidação duvidosa é
constituída mensalmente de acordo com a Resolução nº 2.682/99 do
Conselho Monetário Nacional. Desde dez/2008 o Banrisul provisiona valor
adicional com vistas à cobertura de possíveis eventos não capturados pelo
modelo de rating de clientes.
2.1.3 Controle e Mitigação
A exposição ao risco de crédito é mitigada por meio da estruturação de
garantias e da precificação, adequados ao nível de risco a ser incorrido às
características do tomador e operação no momento da concessão.
O monitoramento por meio de ferramentas de Gestão da carteira de
crédito está diretamente relacionado ao controle e a mitigação do risco de
crédito, pois a partir destas se verifica comportamentos passíveis de
intervenção.
O Banco administra, limita e controla concentrações de risco de crédito
sempre que estas são identificadas - particularmente, em relação a
contrapartes e grupos.
A Administração estrutura os níveis de risco que assume, estabelecendo
limites sobre a extensão de risco aceitável com relação a um devedor
específico, a grupos de devedores e a segmentos da indústria. Esses riscos
são monitorados rotativamente e sujeitos a revisões anuais ou mais
frequentes, quando necessário. Os limites sobre o nível de risco de crédito
por produto e setor da indústria são aprovados pela Diretoria e pelo
Conselho da Administração, se for o caso.
A exposição a qualquer tomador de empréstimo, inclusive os agentes
financeiros, no caso de contraparte, é adicionalmente restrita por
sublimites que cobrem exposições registradas e não registradas no
balanço patrimonial. As exposições reais de acordo com os limites
estabelecidos são monitoradas diariamente.
A exposição ao risco de crédito é também administrada através de análise
regular dos tomadores de empréstimos, efetivos e potenciais, quanto aos
pagamentos do principal e dos juros e da alteração dos limites quando
apropriado.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
11
O Banco implementa orientações e políticas já consolidadas sobre a
aceitação de classes específicas de garantias ou mitigação de risco,
firmadas nos contratos de empréstimos ou financiamentos, como, por
exemplo, o direito de vender ou reapresentar a garantia na ausência de
cumprimento por parte do devedor de suas obrigações, sendo as mesmas
avaliadas e analisadas no momento da concessão do crédito.
O Banrisul emprega a tomada de garantias sobre a liberação de recursos
como uma das medidas de mitigação de risco de crédito, que é uma
prática tradicional e costumeira dentro do mercado financeiro.
Usualmente, para tal controle, o Banco tem admitido o recebimento de
garantias de natureza real e fidejussória, obedecendo às peculiaridades
inerentes ao tipo de contrato.
A exposição máxima de risco de crédito corresponde ao montante total do
compromisso firmado entre as partes. Ainda, cabe salientar que o Banrisul
efetua o controle de todas as garantias contratadas, com destaque nas
operações que possuem o mitigador de garantias de títulos de crédito,
efetuando a gestão durante todo o andamento da operação, recompondo a
garantia quando assim se fizer necessário durante a vigência da
operação/contrato, baixando o excedente quando de seu encerramento.
Para os casos de execução das garantias atreladas a um contrato
insolvente, o Banco realiza a devida retomada dos bens garantidos pela
contraparte, realizando, posteriormente, a venda dos mesmos através de
leilões, obedecendo aos prazos determinados pelo Banco Central. Ainda,
são contabilizados em Regime Especial, conforme definições encontradas
no Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional – Cosif.
Excepcionalmente, a garantia pode ser considerada de difícil conversão em
valores monetários. Essa contextualização leva em conta a ocorrência de
contingências que impossibilitem a realização dessa garantia, como, por
exemplo, a ocorrência de fenômenos naturais, a obsolescência e/ou
deterioração desses bens, tornando inviável a sua liquidez no mercado.
Em relação aos Instrumentos Financeiros Derivativos, o Banco não possuía
operações em sua carteira em 31 de março de 2011.
2.2 Exposições ao Risco de Crédito
Na sequencia, dados quantitativos relativos às exposições ao risco de
crédito. Inicialmente são demonstrados o montante das exposições ao
risco de Crédito relativos aos últimos cinco trimestres.
2.2.1 Montante das Exposições ao Risco de Crédito
Relatório de Gerenciamento de Riscos
12
A seguir, o valor total das exposições e valor da exposição média no
trimestre:
Tabela 1 - Valor total das exposições e valor da exposição média
Conglomerado Financeiro
R$ Milhares mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
Total das Exposições* 20.117.185,4 19.181.977,9 18.321.318,0 17.397.269,8 16.363.321,9
Média do Trimestre 19.783.042,4 18.939.679,9 18.017.743,3 17.065.758,6 15.862.659,3 * Contempla as operações de crédito, arrendamento mercantil, adiantamentos, compromissos e prestação de garantias.
As exposições a risco de crédito do Conglomerado Financeiro passaram de
R$ 16.363.321,9 mil em março de 2010 para R$ 20.117.185,4 mil em
março de 2011, incremento de 22,9% no período. A média trimestral que
era de R$ 15.862.659,3 mil em março de 2010 apresentou no primeiro
trimestre de 2011, R$ 19.783.042,4 mil, aumento de 27,71% no período.
2.2.2 Percentual das Exposições dos Dez Maiores Clientes
A seguir é apresenta a evolução trimestral do percentual das exposições
dos dez maiores Clientes em relação ao total das operações com
características de concessão de crédito:
Tabela 2 - Percentual dos dez maiores clientes
Conglomerado Financeiro
Percentual das exposições dos dez maiores Clientes
mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
15,6% 15,9% 15,4% 15,9% 16,6%
A exposição dos dez maiores clientes representou no 1º Trimestre de
2011, 15,6% das operações com características de concessão de crédito,
apresentando redução em relação ao mesmo período de 2010, que foi de
16,6%.
2.2.3 Montante das Operações em Atraso
Segue montante das operações em atraso, bruto de provisões e excluídas
as operações já baixadas para prejuízo, segregado por faixas de atraso:
Tabela 3 - Montante das operações em atraso
Conglomerado Financeiro - R$ Milhões
Faixas de dias de atraso mar/11 dez/10 set/10
Atraso até 60 dias 161,2 126,5 143,2
Atraso entre 61 e 90 dias 61,1 30,7 52,8
Atraso entre 91 e 180 dias 138,5 115,4 125,3
Atraso acima de 180 dias 459,4 381,8 460,0
Total 820,2 654,4 781,3
Relatório de Gerenciamento de Riscos
13
2.2.4 Operações Baixadas a Prejuízo
Na sequencia o fluxo de operações baixadas para prejuízo no trimestre:
Tabela 4 - Fluxo das operações baixadas a prejuízo
R$ Milhões
Data-Base Perdas Recuperação Perda Liquida
mar/11 84,37 19,89 64,48
dez/10 147,29 48,79 98,50
set/10* 104,35 49,00 55,35
jun/10* 91,87 26,29 65,58
mar/10 87,57 11,35 76,21
* Valores retificados em relação ao relatório de 2010.
A perda líquida verificada em março de 2011 foi de R$ 64,48 milhões,
redução de R$ 11,73 milhões em relação a março de 2010.
2.2.5 Montante de Provisões
A seguir, o montante de provisões para perdas relativas às exposições na
Carteira de Crédito:
As operações de crédito somaram R$ 17.939,6 milhões em março de 2011
e R$ 14.765,7 milhões em março de 2010, aumento de 21,4% no período.
As provisões para perdas com créditos do Conglomerado Financeiro, foram
de R$ 1.082,3 milhões, equivalente a 7,3% do total da carteira de crédito
em março de 2010. Em março de 2011, o estoque de provisões alcançou
R$ 1.156,0 milhões, representando 6,4% da carteira conforme Gráfico 1:
Gráfico 1 – Composição da Provisão para Operações de Crédito – mar/2011 – R$ Milhões
14.765,715.442,0
16.237,117.033,2
17.939,6
1.082,3 1.117,5 1.122,7 1.101,9 1.156,0
Operações de Crédito Provisão para Devedores Duvidosos
7,3% 7,2% 6,9% 6,5% 6,4%
Relatório de Gerenciamento de Riscos
14
2.2.6 Exposição por Fator de Ponderação de Riscos
Demonstramos a seguir as exposições ao risco de crédito, segmentadas
pelos fatores de ponderação de exposições, utilizados no cálculo da parcela
de alocação de capital do risco de crédito:
Tabela 5 - Exposição por fator de ponderação de riscos - Conglomerado Financeiro
Conglomerado Financeiro
R$ Milhares mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
Total das Exposições* 20.117.185,4 19.181.977,9 18.321.318,0 17.397.269,8 16.363.321,9
FPR de 20% 0,2 29,3 4,4 783,0 2.115,0
FPR de 35% 269.596,4 261.985,7 252.961,3 240.338,0 231.946,7
FPR de 50% 2.891.663,8 2.847.634,4 2.663.699,9 2.626.568,2 2.528.855,2
FPR de 75% 9.778.278,4 9.269.544,4 8.954.898,1 8.480.906,1 7.855.715,4
FPR de 100% 7.177.646,5 6.802.784,1 6.449.754,3 6.048.674,6 5.744.689,6
* Contempla as operações de crédito, arrendamento mercantil, adiantamentos, compromissos e prestação de
garantias.
As exposições a risco de crédito do Conglomerado Financeiro passaram de
R$ 16.363.321,9 mil em março de 2010 para R$ 20.117.185,4 mil em
março de 2011, crescimento de 22,94%, concentrando os maiores
volumes no ponderador 75% referente às operações de varejo.
2.2.7 Parcela de Risco de crédito, Segmentada por Fator de Ponderação de
Riscos.
A seguir o valor da parcela PEPR (parcela referente às exposições
ponderadas pelo fator de ponderação de risco a elas atribuído) do PRE,
segmentado pelos fatores de ponderação de risco (FPR), de acordo com os
artigos 11 a 16 da Circular nº 3.360, de 12 de setembro de 2007, do
Conglomerado Financeiro e do Consolidado Econômico-Financeiro.
Tabela 6 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de riscos – Conglomerado Financeiro
Conglomerado Financeiro R$ Milhões
Fator de Ponderação de Risco
mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
PEPR PEPR PEPR PEPR PEPR
20% 18,0 13,9 16,8 16,0 15,6
35% 10,4 10,1 9,7 9,3 8,9
50% 180,9 164,6 154,7 153,3 148,3
75% 806,7 764,7 738,8 699,7 648,1
100% 1.055,6 1.020,5 979,7 914,0 849,3
Total PEPR 2.071,6 1.973,9 1.899,8 1.792,3 1.670,2
A parcela de alocação de capital referente às exposições ponderadas pelo
fator de ponderação de risco de crédito do Conglomerado Financeiro
passou de R$ 1.670,2 milhões em março de 2010 para R$ 2.071,6 milhões
em março de 2011. Como pode ser observado pela tabela, houve
aumento em todos os ponderadores, concentrando os maiores volumes no
Relatório de Gerenciamento de Riscos
15
ponderador de 100%. A tabela a seguir mostra a evolução do consolidado
Econômico – Financeiro.
Tabela 7 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de riscos – Consolidado Econômico-Financeiro
Consolidado Econômico-Financeiro R$ Milhões
Fator de Ponderação de Risco
mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
PEPR PEPR PEPR PEPR PEPR
20% 18,0 13,9 16,8 16,0 15,6
35% 10,4 10,1 9,7 9,3 8,9
50% 180,9 164,6 154,7 153,3 148,3
75% 806,7 764,7 738,8 699,7 648,1
100% 1.066,5 1.030,5 989,3 923,2 858,7
Total PEPR 2.082,4 1.983,8 1.909,3 1.801,5 1.679,6
2.2.8 Instrumentos Mitigadores
Para apuração de alocação de capital da parcela de risco de crédito, a
Instituição não apresentou valores mitigados nos trimestres analisados,
por meio dos instrumentos definidos nos artigos 20 a 22 da Circular nº
3.360 de 2007, editada pelo Banco Central do Brasil.
2.3 Risco de Crédito da Contraparte
Na sequência, são divulgadas informações relativas às exposições ao Risco
de Crédito da Contraparte. Inicialmente são demonstradas às informações
referentes ao valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao Risco de
Crédito da Contraparte.
2.3.1 Valor Positivo Bruto dos Contratos Sujeitos ao Risco de Crédito da
Contraparte
Os valores positivos brutos dos contratos sujeitos ao Risco de Crédito da
Contraparte incluem derivativos, operações a liquidar, empréstimos de
ativos e operações compromissadas. Desconsiderando os valores positivos
relativos a acordos de compensação, conforme definidos na Resolução nº
3.263 do CMN, de 24 de fevereiro de 2005, segue tabela referente ao
conglomerado financeiro.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
16
Tabela 8 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte do Conglomerado Financeiro
Conglomerado Financeiro R$ Milhões
Risco de Crédito da
Contraparte
mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
4.150,0 4.144,4 6.563,9 6.464,2 5.648,7
A partir da tabela, observa-se que o volume bruto dos contratos sujeitos
ao risco de crédito da contraparte em março de 2010 totalizava R$
5.648,7 milhões, reduzindo para R$ 4.150,0 milhões em março de 2011,
decréscimo de 26,53% no período. Segue a tabela referente aos valores
do consolidado Econômico – Financeiro.
Tabela 9 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte do
Consolidado Econômico-Financeiro
Consolidado Econômico - Financeiro R$ Milhões
Risco de Crédito da Contraparte
mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
4.168,4 4.162,8 6.581,9 6.481,8 5.665,8
2.3.2 Valores Positivos relativos acordos de Compensação
No período, a Instituição não apresentou valores positivos relativos a
acordos para compensação e liquidação de obrigações, conforme definidos
na Resolução nº 3.263 do Conselho Monetário Nacional de 2005.
2.3.3 Exposição Global Líquida a Risco de Crédito da Contraparte
A partir dos valores positivos brutos dos contratos sujeitos ao Risco de
Crédito da Contraparte, incluem os derivativos, operações a liquidar,
empréstimos de ativos, operações compromissadas, calcula-se a exposição
líquida conforme a seguir:
Tabela 10 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte do Conglomerado Financeiro
Conglomerado Financeiro R$ Milhões
Risco de Crédito da Contraparte
mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
1.145,3 1.384,4 1.861,9 2.191,5 2.559,0
Observa-se que a exposição global líquida a Risco de Crédito da
Contraparte em março de 2010 totalizava R$ 2.559,0 milhões, reduzindo
para R$ 1.145,3 milhões em março de 2011. Segue a tabela referente aos
valores do consolidado Econômico – Financeiro.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
17
Tabela 11 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte do Consolidado Econômico-Financeiro
Consolidado Econômico - Financeiro R$ Milhões
Risco de Crédito da
Contraparte
mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
1.163,7 1.402,7 1.879,9 2.209,1 2.576,1
2.4 Cessões de Crédito e TVM oriundos de processo de
securitização
Em relação ao fluxo das exposições cedidas com transferência substancial
dos riscos e benefícios e saldos de exposições cedidas sem transferência
nem retenção substancial dos riscos e benefícios, a Instituição não
apresentou movimentos nos trimestres analisados neste relatório.
Em relação ao fluxo das exposições cedidas com retenção substancial dos
riscos e benefícios, que foram baixadas para prejuízo e saldo de
exposições cedidas com retenção substancial dos riscos e benefícios a
Instituição também não apresentou movimentos nos trimestres
analisados.
A seguir o valor total das exposições decorrentes da aquisição de títulos ou
valores mobiliários oriundos de processo de securitização:
Tabela 12 - Exposições decorrentes da aquisição de títulos ou valores mobiliários oriundos do processo de securitização
Conglomerado Financeiro R$ Mil
Exposições em Certificados de Recebíveis Imobiliários
mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
2.765,6 2.637,5 2.686,7 2.931,4 2.796,0
A Instituição mantém duas operações de Certificados de Recebíveis
Imobiliários (CRI), uma custodiada na Bovespa e outra na CETIP,
totalizando em março de 2011, R$ 2.765,6 mil.
O fluxo de recebíveis constituídos de aluguéis lastreia a emissão dos
Certificados de Recebíveis Imobiliários. A classe dos títulos ou valores
mobiliários, no que se refere à subordinação dessas às demais, para efeito
de resgate é sem subordinação.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
18
3 RISCO DE MERCADO E LIQUIDEZ
3.1 Risco de Mercado
Risco de mercado consiste na possibilidade de ocorrência de perdas
resultantes da flutuação nos valores de mercado das carteiras ativa e
passiva detidas pela instituição financeira. Entre os eventos de risco de
mercado, incluem-se os riscos das operações sujeitas às variações das
taxas de juros, cambial, dos índices de preços, dos preços de ações e dos
preços de commodities.
O controle do Risco de mercado da Instituição e das empresas do
conglomerado é centralizado em unidade específica para que os processos
sejam mapeados, classificados e consolidados de acordo com as
características de exposições das operações e mensurados sob os critérios
definidos pelos órgãos reguladores.
Alinhado às melhores práticas de gestão de risco de mercado e liquidez e
atendendo ainda as recomendações e normas dos órgãos reguladores, o
Banrisul investe de forma estruturada no aperfeiçoamento dos processos
sistêmicos e das práticas de gestão, seguindo padrões de mercado e
estratégias definidas pela alta administração.
3.1.1 Política de Risco de Mercado
A Política de Gerenciamento de Risco de Mercado do Banrisul tem como
objetivo estabelecer padrões adequados de gestão que garantam aos
acionistas os princípios e as ações estratégicas de negócios, abrangendo
produtos, serviços, atividades, processos e sistemas, bem como limites de
exposições para carteira de negociação - trading book e carteira de não
negociação - banking book; cumprir exigências normativas quanto à
alocação de capital regulatório e monitorar o consumo de capital, no
intuito de assegurar as melhores práticas de gestão de riscos Processo de
Gerenciamento de Risco de Mercado.
O Banrisul adota um Sistema de Decisão Colegiada, para facilitar a sua
adequação às normas de controles estabelecidas pelo CMN, através da
Resolução nº 3.464/07. As decisões estratégicas do Banco, relativas ao
Risco de Mercado, envolvem todas as unidades de negócios, sendo
discutidas em reuniões internas e Comitês, e submetidas à Diretoria e
Conselho de Administração. Sua gestão é realizada através de modelos e
ferramentas que permitem o efetivo controle e gerenciamento das
posições diárias, de acordo com determinados perfis e níveis de risco
definidos na Política de Risco de Mercado. Definição de Limites
Relatório de Gerenciamento de Riscos
19
Os limites para as exposições sujeitas a risco de mercado estão
segregados de acordo com a Circular nº 3.354/07, do Banco Central do
Brasil, nas categorias Trading e Banking book, e os limites foram
estabelecidos e aprovados pela Diretoria e Conselho de Administração.
3.1.1.1 Carteira trading
A carteira trading consiste nas operações com instrumentos financeiros e
mercadorias, inclusive derivativos, detidas com a intenção de negociação
ou destinadas a hedge e que não estejam sujeitas à limitação de sua
negociabilidade. A carteira de negociação deve ser composta por
operações detidas com intenção de negociação e destinadas a: (i)
revenda; (ii) obtenção de benefícios dos movimentos de preços, efetivos
ou esperados; ou (iii) realização de arbitragem.
A composição da carteira de negociação deve estar aderente ao nível de
liquidez requerido pelo Banrisul; ao plano de contingência da política de
gestão de liquidez; e à venda eventual de ativos da carteira comercial, em
função de oportunidades de mercado, exceto as operações intra-day
realizadas pela tesouraria com os seguintes limites de classificação:
a) Títulos e Valores Mobiliários: máximo de 50% do total da carteira;
b) Operação de Crédito: máximo de 15% do total da carteira;
c) Todas as operações em derivativos destinadas a hedge para carteira de
negociação.
3.1.1.2 Carteira banking
A carteira banking consiste nas operações financeiras ativas e passivas
negociadas pelo Banrisul, por meio de sua rede de agências ou demais
áreas de negócios, cuja contraparte seja um cliente. Ou seja, parte da
carteira comercial, o crédito rural, crédito habitacional e crédito de
desenvolvimento, por se tratarem de carteiras estruturais advindas de
crescimento orgânico do Banco; e, ainda, o FCVS; bem como, a carteira de
títulos mantidos até o vencimento, com intenção de aplicação dos recursos
adicionais captados nas operações com clientes. Para tanto, a carteira de
não negociação (banking book) do Banrisul e de suas dependências no
exterior poderá incluir parte:
a) Da Carteira de títulos: títulos emitidos pelo tesouro nacional
classificados até o vencimento, incluídos os securitizados a qualquer título;
títulos emitidos pelo Banco Central do Brasil; debêntures; notas
promissórias; certificado de recebíveis imobiliários, cotas de fundos
imobiliários; ações; títulos da dívida externa brasileira e títulos de
governos estrangeiros.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
20
b) Da carteira de crédito comercial; totalidade do crédito rural,
habitacional e desenvolvimento.
O processo de classificação de novas operações é definido pela área de
negócios no momento da sua realização. Em caso de dúvida com relação à
classificação de novos produtos, a área de contabilidade pode ser
consultada para esclarecimentos.
3.1.1.3 Parâmetro de limites de classificação:
a) Títulos e Valores Mobiliários: mínimo de 50% do total da carteira;
b) Operação de Crédito: mínimo de 85 % do total da carteira;
c) Todas as operações em derivativos destinadas a hedge para carteira
estrutural.
3.1.1.4 Mensuração e monitoramento das exposições: Risco de Taxa de
juros e carteira de Ações.
a) Risco de Taxa de Juros
Define–se como Risco de taxa de juro a alteração que se produz na
margem financeira ou no valor patrimonial da instituição devido a
movimento adverso das taxas de juros e da ausência de correlação
perfeita entre as taxas recebidas e pagas nos diferentes instrumentos, do
balanço ou elementos extrapatrimoniais.
No Banrisul, cabe à Unidade Financeira a precificação das taxas de juros, a
qual deverá ser coerente com o Orçamento aprovado para o conjunto do
banco. Na precificação dos produtos, é utilizado modelo interno para
obtenção dos preços para a criação do valor econômico que proporcione o
resultado esperado. O Monitoramento é acompanhado pela Unidade de
Riscos Corporativos, Gerência de Risco de Mercado e Liquidez.
As principais fontes do risco de taxa de juros na carteira do Banco são:
Risco de fixação e refixação de taxa (repricing risk), que deriva dos
diferentes repricings dos produtos oferecidos e subscritos pelos clientes no
ativo e no passivo do Banco;
Risco da curva de rendimentos (yield curve), que deriva de movimentos
assimétricos nas taxas ao longo da curva de rendimentos;
Risco de base (basis risk), que deriva da correlação imperfeita no
ajustamento das taxas recebidas ou pagas em diferentes instrumentos
financeiros com características semelhantes de repricing.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
21
A exposição ao risco de taxa de juro da carteira bancária é calculada com
base na metodologia definida na Circular nº 3.365/07, do Banco Central do
Brasil, cuja classificação abrange as rubricas do ativo, passivo e
extrapatrimoniais que sejam sensíveis a taxas de juro e que não
pertençam à carteira de negociação. No processo, são calculados os
respectivos cash inflows obtendo-se, desse modo, os gaps de risco de taxa
de juro e as correspondentes exposições.
As técnicas de mensuração utilizadas no Banrisul para medir e controlar o
risco de mercado das exposições da carteira trading estão de acordo com a
regulamentação do Bacen e as boas práticas internacionais, destacando-
se: marcação a mercado; cálculo do value at risk e teste de estresse.
No cálculo do valor de mercado dos ativos e passivos do Conglomerado, foi
adotado o modelo cubic spline. Os preços são capturados diariamente na
ANBIMA – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e
de Capitais – e na BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e
Futuros. A partir destes preços, é aplicada a função de interpolação cubic
spline natural (ano em 252 dias úteis) para obter uma determinada taxa
de juros aos dias úteis intermediários.
Todas as operações contratadas pelo banco e que estejam sujeitas a risco
de mercado contribuem para o cálculo do VaR. O Value at Risk ou VaR ou
valor em risco para cobertura das exposições sujeitas a risco de mercado,
mede a possível perda de capital, com determinado intervalo de confiança
de 99% em um horizonte de tempo. O cálculo é efetuado através da
combinação de matrizes de retornos de cada fator de risco (moeda e
prazo) e de correlação entre os mesmos, aplicado ao portfólio marcado a
mercado da Instituição. O modelo expressa o valor "máximo" que o Banco
pode perder, levando-se em conta um nível de confiança 99%. Existe,
portanto, uma probabilidade estatística (1%) de que as perdas reais
possam ser maiores do que a estimativa baseada no VaR.
Nas operações referenciadas em cupom de moedas, índice de preços e
taxa de juros, o modelo utilizado é o maturity ladder, conforme definido
pelo BACEN nas Circulares n°s 3.362/3.363 e 3.364/07 do Banco Central
do Brasil.
Como forma de compensar a deficiência do VaR, o Banrisul realiza
trimestralmente ou, quando necessário, teste de estresse baseado nas
determinações do Banco Central e recomendações de Basileia II, fazendo
análise de cenários históricos e hipotéticos de condições extremas de
mercado, considerando o impacto de alterações em variáveis políticas e
econômicas que possam interferir negativamente nas operações e posições
financeiras do Banco. O estudo é realizado, por meio da aplicação de
cenário específico para cada fator de risco, no intuito de quantificar os
Relatório de Gerenciamento de Riscos
22
impactos sobre as carteiras e comprovar a saúde financeira da instituição
e a sua capacidade de resiliência, face a um agravamento de crise.
Cenários aplicados: choques de 10%, 20% e 50% nas curvas de juros pré-
fixado, cupom de moedas, inflação e ações, tendo como base as
informações de mercado (BM&FBovespa e Anbima).
Os resultados obtidos no processo são diariamente monitorados pela
Unidade de Gestão de Riscos Corporativos e servem para alertar a
administração sempre que as perdas estatisticamente estimadas nas
carteiras se aproximem dos limites aprovados pela Diretoria e Conselho de
Administração. A tabela a seguir mostra os resultados relativos aos três
cenários para os meses de junho, setembro e dezembro de 2010 e março
de 2011:
Tabela 13 - Cenários de estresse
Conglomerado Financeiro – R$ Milhões
Fatores de risco mar/11 dez/10 set/10 jun/10
10% 20% 50% 10% 20% 50% 10% 20% 50% 10% 20% 50%
Prefixado 101,8 101,8 101,9 85,6 85,5 85,4 121,6 121,7 122,1 128,1 128,2 128,6
Cupom Cambial 5,5 5,4 5,1 5,7 5,6 5,7 6,5 6,6 6,9 5,7 5,8 6,0
Cupom de índice de
preços 3,4 3,4 3,1 5,4 5,2 5,4 8,8 9,0 9,7 8,9 9,2 10,0
Cupom de Taxa de juros 198,1 195,9 189,8 207 205,1 206,7 193,6 195,3 200,8 167,9 169,4 174,3
Renda Variável 2,4 2,7 3,3 3,0 3,2 1,4 2,4 2,4 2,4 2,0 1,8 1,1
Total 311,3 309,2 303,3 306,7 304,7 304,6 333,0 335,1 341,9 312,6 314,4 320,1
Os resultados obtidos para o mês de março 2011 mostram que um
aumento das taxas de juros tem impacto limitado sobre a parcela de
Patrimônio de Referência Exigido (PRE), para cobertura das exposições
sujeitas do risco de mercado, das carteiras trading e banking book. Para
um aumento de 10%, 20% e 50% nas taxas de juros, o impacto na
exigência de PRE correspondeu a R$ 311,3 milhões, R$ 309,2 milhões e
R$ 303,3 milhões, respectivamente.
b) Risco de Ações
O Risco de exposições em ações da Carteira Banking, para fins de alocação
de capital, é realizada através do modelo definido pela Circular nº
3.366/07, do Banco Central do Brasil.
3.1.1.5 Controle e Acompanhamento das exposições
No Banrisul, o controle do risco de mercado é realizado de forma
centralizada e independente das áreas de negócios, contemplando as
empresas individualmente e consolidados financeiro e econômico. Todas as
atividades expostas a risco de mercado são mapeadas, mensuradas e
Relatório de Gerenciamento de Riscos
23
classificadas em conformidade com as recomendações da Resolução n.º
3.464/2007 do CMN e Circular do Banco Central do Brasil n.º 3.354/2007.
3.1.1.6 Comunicação Interna
No intuito de que a informação oriunda da área responsável pelo
gerenciamento de riscos de mercado e liquidez alcance a amplitude
devida, são disponibilizados aos membros da alta administração, aos
comitês e área de negócios, relatórios produzidos diariamente para
acompanhamento das exposições potenciais e tomada de decisão.
Adicionalmente, é produzido e disponibilizado o Relatório Mensal de Risco
de Mercado e Liquidez, o qual é submetido à Diretoria e ao Conselho de
Administração para encaminhamento ao Banco Central do Brasil,
destacando-se neste documento os principais itens das exposições sujeitas
a risco de mercado e liquidez do Banrisul.
3.2 Risco de Liquidez
É definido como risco de liquidez a possibilidade de ocorrência de
desequilíbrios entre ativos negociáveis e passivos exigíveis –
“descasamentos” entre pagamentos e recebimentos que possam afetar a
capacidade financeira levando-se em consideração as diferentes moedas e
prazos de liquidação de seus direitos e obrigações, à medida que as
mesmas se vencem.
O risco de liquidez dos negócios bancários pode ter a sua origem no
momento em que se geram, ocasionados pelas dificuldades na captação de
recursos para financiar os ativos, conduzindo, normalmente, a acréscimo
dos custos de captação, podendo implicar, também, uma restrição do
crescimento dos ativos; ou pelas dificuldades na liquidação das obrigações
para com terceiros, induzidas por descasamentos significativos entre os
prazos de vencimento residual de ativos e passivos.
3.2.1 Processo de Gerenciamento de Risco e Liquidez
Em busca das melhores práticas adotadas pelo sistema financeiro e
aderência às recomendações de Basileia II, o Banrisul estabelece limites
operacionais para risco de liquidez consistente com as estratégias de
negócios do banco, para os instrumentos financeiros e demais exposições,
cujos cumprimentos dos parâmetros de grandeza são analisados
regularmente pelos Comitês Econômico, Gestão Bancária, e submetidos a
instâncias diretivas, visando a garantir sua operacionalidade de forma
eficaz pelos gestores.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
24
A gestão da liquidez encontra-se centralizada na Tesouraria. Esta gestão
tem como objetivo manter um nível satisfatório de disponibilidades para
fazer face às suas necessidades financeiras no curto, médio e longo prazo,
tanto em cenário normal como em cenário de crise, com adoção de ações
corretivas, caso necessário.
3.2.2 Modelos de Gestão
a) Controle e Acompanhamento
O Banrisul monitora o Risco de Liquidez e o Risco de Mercado de forma
conjunta, observando o fluxo de caixa, advindo das entradas e saídas dos
recursos provenientes das operações financeiras e não financeiras da
instituição, sendo atualizadas diariamente e projetadas para um horizonte
de 90 dias, de modo a garantir uma margem de segurança adicional além
da liquidez mínima estimada que possam afetar a alocação e a captação
no âmbito do mercado, observando os preceitos requeridos na Resolução
nº 2.804/00 do CMN e Circular nº 3.393/08, do Banco Central do Brasil.
No processo de controle são monitorados os descasamentos oriundos do
uso de passivos de curto-prazo para lastrear ativos de longo-prazo, a fim
de evitar deficiências de liquidez e garantir que as reservas da instituição
sejam suficientes para fazer frente às necessidades de caixa diárias, tanto
aquelas cíclicas como não cíclicas, assim como também as necessidades de
longo-prazo; Manter níveis mínimos de ativos com alta liquidez de
mercado, juntamente como acesso a outras fontes de liquidez; Assegurar
uma base de operações de captação (funding) adequadamente
diversificada, que cumpra com os níveis mínimos exigidos pelos
requerimentos regulatórios.
Modelos utilizados para fins de monitoramento da liquidez diária:
Fluxo de Caixa;
Monitoramento do nível de liquidez;
Mapa dos descasamentos por prazos e moedas;
Mapa das carteiras individualizadas, por prazos e moedas;
DCAR-Demonstrativo de captação e alocação de recursos;
Mapa da duration, dentre outros.
De modo a evitar valores negativos elevados nos gaps de liquidez nos
intervalos de curto prazo, a instituição procura assegurar
permanentemente uma eficiente gestão de tesouraria. Para fazer face às
maturidades mais elevadas, especialmente as relacionadas ao crescimento
do crédito concedido, a Instituição adota uma política de captação de
diferentes tipos de recursos que se adequam melhor ao equilíbrio entre os
prazos de ativos e passivos e, simultaneamente, garantam uma maior
estabilidade dos recursos de clientes, através do lançamento de produtos
Relatório de Gerenciamento de Riscos
25
estruturados e de poupança. A Instituição adota política de não gerar
exposição relevante em moedas estrangeiras, e em ativos e passivos
referenciados na variação cambial, limitando sua exposição em 5% do
Patrimônio de Referência.
No âmbito de Contingência de Liquidez, a instituição tem como objetivo
identificar antecipadamente e minimizar eventuais crises e seus potenciais
efeitos na continuidade dos negócios da Instituição. Os parâmetros
utilizados para a identificação das situações de crises consistem numa
gama de responsabilidades e de procedimentos a serem seguidos de modo
a garantir a estabilidade do nível de liquidez requerido na posição diária.
b) Premissas utilizadas para o tratamento de liquidação antecipada de
depósitos que não possuam vencimento definido.
Depósitos à vista: Dados históricos revelam que o Banrisul mantém o
volume de depósito à vista em ascendência, demonstrando a capacidade
da instituição em conservar um colchão de liquidez adequado aos
movimentos de saques diários.
Depósitos em Poupança: A migração histórica de depósitos em poupança
para a conta corrente não refletiu na redução do saldo em poupança, em
montante equivalente ao incremento verificado em depósitos à vista, face
ao efeito de ampliação da renda, sazonalidade característica de final de
ano, e da tradicional preferência dos poupadores por essa modalidade de
investimento.
3.2.3 Instrumentos Financeiros
No 1º semestre de 2011, o Banrisul não contratou operações com
instrumentos financeiros derivativos realizadas por conta própria com e
sem contraparte central, subdividas em realizadas no Brasil e no exterior
ou outro tipo de derivativo alavancado, sendo que não estão previstas em
suas políticas, operações que não objetivem hedge de suas posições ativas
e passivas.
3.2.4 Comunicação Interna
Diariamente, relatórios são enviados à Tesouraria contendo as exposições
por fator de risco, bem como as exposições abertas por vencimentos. Este
procedimento garante um monitoramento tempestivo do risco de mercado
e liquidez por todas as partes relacionadas.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
26
4 RISCO OPERACIONAL
O risco operacional no Banrisul, em conformidade com a Resolução
3.380/06, do BACEN, define-se como a possibilidade de ocorrência de
perdas resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos
internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos, incluindo o risco
legal.
4.1 Objetivos e Política
Em atendimento à Resolução nº 3.380/06, o Banrisul implementou a
estrutura de gerenciamento do risco operacional, composta de políticas,
métodos, processos, sistemas e responsabilidades, estando capacitada a
identificar, avaliar, monitorar, controlar e mitigar o risco operacional.
A Política Institucional de Gerenciamento do Risco Operacional foi
publicada através de resolução interna, em junho de 2008, e está
consolidada em Instrução Normativa. Tem como objetivo prover o Banrisul
de parâmetros, modelos e métodos para a identificação, avaliação,
monitoramento, controle e mitigação de riscos operacionais e a divulgação
interna e externa dos níveis de exposição do Banrisul ao risco operacional.
Visa, assim, a manter a confiança em todos os níveis do negócio, com a
redução da exposição a riscos e de perdas efetivas.
Com o intuito de envolver todos os colaboradores do Grupo Banrisul, a
política prevê uma participação compartilhada no controle do Risco
Operacional: todos os empregados, estagiários e prestadores de serviços
terceirizados do Banrisul são responsáveis pela prática de medidas
comportamentais que evitem a exposição a riscos, no limite de suas
atribuições. O documento atribui, também, responsabilidades para
gestores, agentes de controles internos, comitês, Diretoria e Conselho de
Administração.
4.2 Modelo de Alocação de Capital
O Banrisul adotou, inicialmente, a metodologia de Abordagem do Indicador
Básico (BIA), com o objetivo de apurar a parcela de capital para cobertura
de Risco Operacional (Popr), conforme estabelecido pela Circular nº 3.383,
de 30.04.2008, e Comunicado nº 16.913, de 20.05.2008, publicada pelo
Banco Central do Brasil.
A metodologia de Abordagem do Indicador Básico estabelece que o capital
a ser alocado para riscos operacionais deve ser calculado semestralmente,
considerados os últimos três períodos anuais. O Indicador de Exposição ao
Risco Operacional (IE) corresponde, para cada período anual, à soma dos
valores semestrais das receitas de intermediação financeira e das receitas
com prestação de serviços, deduzidas as despesas de intermediação
Relatório de Gerenciamento de Riscos
27
financeira. A todo este cálculo aplica-se um fator de alocação de capital (β)
de 15%.
4.3 Processo de Gerenciamento
A metodologia adotada pelo Banco, fundamentada nas melhores práticas
de mercado, em normas internacionais, nas recomendações do Novo
Acordo de Capitais – Basileia II, e na regulamentação do BACEN, prevê a
identificação e o tratamento dos riscos operacionais por meio do
mapeamento de seus processos mais relevantes.
O gerenciamento do risco operacional adequado está diretamente
relacionado ao conhecimento dos processos existentes na instituição.
Todos os processos críticos devem ter seus riscos operacionais
identificados, avaliados, monitorados e controlados.
Os macroprocessos foram identificados e definida sua relevância para a
Instituição, referendados e priorizados pela Diretoria. A partir do
mapeamento dos processos, são gerados documentos necessários para a
identificação dos riscos. Relatórios de auditorias interna e externa, além de
reportes de eventos de risco operacional identificados, constituem-se em
insumos complementares à instrumentalização da análise dos
macroprocessos.
A metodologia utilizada pelo Banrisul para realização de análises
qualitativas consiste na avaliação, de maneira descentralizada e pela visão
dos gestores dos processos do Banco, da efetividade dos controles e da
potencialidade dos riscos, possibilitando a detecção de exposições
indesejadas e a implementação de medidas corretivas.
As análises qualitativas de Risco Operacional são realizadas por meio da
técnica CSA (Control Self-Assessment), a qual se baseia na aplicação de
questionários (checklists) junto a gestores, para autoavaliação.
As informações coletadas geram a Matriz de Risco Operacional do Banrisul.
O resultado da análise é encaminhado aos gestores com o objetivo de
gerar planos de ação mitigadores do risco operacional.
A área de Compliance da Controladoria é responsável pelo
acompanhamento da execução dos planos. Os planos de ação são
encaminhados para conhecimento e aprovação das instâncias decisórias da
organização (Comitês, Diretoria e Conselho de Administração).
No que se refere à análise quantitativa, está em processo de estruturação
a Base de Dados de Perdas do Banrisul, que objetivará prover a instituição
de informações referentes a eventos de perda e quase perdas ocorridos,
Relatório de Gerenciamento de Riscos
28
de forma a conferir maior efetividade ao gerenciamento de riscos
operacionais da organização e atender às normatizações pertinentes.
No primeiro trimestre de 2011, a empresa PriceWaterhouseCoopers
trabalhou junto ao Banrisul realizando consultoria para melhoria dos
processos de gerenciamento de riscos na instituição. Com previsão de
atuação até novembro do corrente ano, o início dos trabalhos se focou na
realização de levantamento de dados e elaboração de diagnóstico acerca
de aspectos de gerenciamento de riscos do Banco.
4.4 Gestão de Continuidade de Negócios
A estrutura de gerenciamento de riscos operacionais prevê a existência de
plano de contingência, contendo as estratégias a serem adotadas para
assegurar condições de continuidade das atividades e para limitar graves
perdas decorrentes de risco operacional.
No Banrisul, os ciclos de GCN são realizados semestralmente, estando em
andamento o 7º ciclo no primeiro trimestre de 2011. São realizados testes
dos planos existentes, as possibilidades de melhorias são observadas e, se
possível, efetivadas nos ciclos posteriores.
4.5 Comunicação e Informação
O processo de gerenciamento de riscos operacionais prevê a elaboração de
relatórios que permitam a identificação e correção tempestiva das
deficiências de controle e de gerenciamento do risco operacional.
Os relatórios são constituídos ao final de cada ciclo de avaliação de riscos
operacionais, compreendendo os resultados da análise e os respectivos
planos de ação elaborados pelos gestores para tratamento dos riscos
inerentes aos processos. A matriz de riscos operacionais completa o
relatório, que é submetido às alçadas superiores para análise e
deliberação.
As atividades realizadas pela área de Gerenciamento do Risco Operacional
são consolidadas em relatório e encaminhadas anualmente para a
Diretoria e Conselho de Administração.
No primeiro trimestre de 2011, foi dada continuidade à campanha de
conscientização do público interno em relação ao tema Risco Operacional e
se deu prosseguimento às análises de risco em andamento. Além disso,
foram criados grupos de trabalho para discussão de questões pontuais do
Banco, nos quais a Unidade de Gestão de Riscos Corporativos teve
participação.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
29
5 Gestão de Capital
5.1 Novo Acordo de capital – Basileia II
O principal objetivo do Comitê de Basileia, com a criação do Acordo de
Basileia, foi desenvolver um sistema para mensuração e padronização dos
requerimentos mínimos de capital, calculados a partir da ponderação de
risco dos ativos. A exigência de capital é um dos instrumentos mais
utilizados pelas autoridades reguladoras, para buscar a solidez e a
estabilidade do sistema bancário internacional.
Desde a introdução da primeira versão do Acordo de Basileia, que visou à
internacionalização de padrões de gerenciamento dos riscos na atividade
bancária, ocorreram significativas mudanças no setor. A revisão do Acordo
buscou desenvolver uma estrutura de capital significativamente mais
sensível ao risco e ao mesmo tempo considerar as características
particulares de cada banco e de cada sistema de supervisão e
contabilidade de cada país. Portanto, o Acordo de Basileia , também
chamado de Novo Acordo de Capital – Basileia II veio complementar a
estrutura relacionada aos riscos considerados no cálculo da exigência de
capital, que, além dos riscos de crédito e de mercado já considerados no
acordo original, introduziu o risco operacional. Também veio proporcionar
maior flexibilidade às instituições, permitindo a utilização de modelos
próprios para o gerenciamento e controles dos riscos. Em contrapartida,
essa flexibilização deverá ser acompanhada por uma supervisão eficaz e
maior disciplina de mercado.
O Novo Acordo baseia-se em três pilares:
Pilar I: Capital Mínimo
O primeiro pilar estabelece requisitos mínimos de capital para os riscos de
crédito, mercado e operacional, permitindo a utilização de modelos
internos para o cálculo de alocação de capital, mais sensíveis à estrutura
das instituições.
Pilar - Supervisão bancária
O segundo Pilar diz respeito ao processo de fiscalização bancária. A nova
estrutura exige que os bancos tenham capital adequado para dar suporte a
todos os riscos em seus negócios bancários e também desenvolvam e
utilizem-se de melhores técnicas de gestão de riscos.
Pilar - Transparência
O Terceiro Pilar estabelece maior disciplina de mercado por meio do
aumento da transparência dos bancos, para que os agentes de mercado
Relatório de Gerenciamento de Riscos
30
sejam bem informados e possam entender melhor o perfil de risco dos
bancos.
O Banco Central do Brasil, em consonância com as disposições do Novo
Acordo de Capitais – Basileia II divulgou a Resolução 3.490/07 do
Conselho Monetário Nacional, estabelecendo que as instituições financeiras
devem manter permanentemente seu capital adequado à sua estrutura de
riscos. A resolução instituiu modificações no cálculo do patrimônio mínimo
exigido, para cobertura dos riscos dos ativos e das atividades das
instituições financeiras.
O Banco Central do Brasil exige que o valor do Patrimônio de Referência –
PR deve ser compatível com os riscos assumidos, ou seja, superior ao
Patrimônio de Referência Exigido – PRE, o qual é calculado pelo somatório
das parcelas descritas a seguir:
PRE = PEPR + PCAM + PJUR + PCOM + PACS + POPR
PEPR – Parcela referente às exposições ponderadas pelo fator de
ponderação de risco a elas atribuído. Circular n.º 3.360 de 12/09/2007.
PCAM - Parcela referente ao risco das exposições em ouro, em moeda
estrangeira e em operações sujeitas à variação cambial. Circular n.º 3.389
de 25/06/2008, Circular n.º 3.388 de 04/06/2008, Carta-Circular n.º
3.309 de 15/04/2008.
PJUR – Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação de
taxa de juros e classificação na carteira de negociação -
Pjur1+Pjur2+Pjur3+Pjur4 - definidas pelas circulares 3.361, 3.362, 3.363,
3.364, ambas de 12/09/2007.
PCOM – Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação do
preço de mercadorias (commodities). Circular n.º 3.368 de 12/09/2007.
PACS – Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação do
preço de ações e classificadas na carteira de negociação. Circular n.º
3.366 de 12/09/2007.
POPR – Parcela referente ao risco operacional. Circular n.º 3.383 de
30/04/2008, Circular nº 3.476 de 24/12/2009, Carta-Circular n.º 3.315 de
30/04/2008 e Carta-Circular n.º 3.316 de 30/04/2008.
RBAN - Além destas parcelas, o BACEN passou a exigir, por parte das
Instituições Financeiras, a manutenção Patrimônio de Referência suficiente
para a cobertura do risco de taxas de juros das operações não incluídas na
carteira de negociação, na forma da Resolução nº 3.464/07. Resolução n.º
3.490/07, e Circular n.º 3.365/07.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
31
5.2 Basileia III
Em conformidade com as novas recomendações do Comitê de Supervisão
Bancária de Basileia sobre a estrutura de capital e liquidez de instituições
financeiras, o Banco Central do Brasil divulgou o Comunicado n.º 20.615
no dia 17 de fevereiro de 2011, com as orientações preliminares e
cronograma inicial para implantação do Basileia III no Brasil, que atende o
compromisso assumido com os membros do G20, em dezembro de 2010.
As definições da terceira versão do Acordo de Capitais – Basileia III visam
introduzir medidas mais severas para aumentar a estabilidade do sistema
financeiro internacional, após a crise financeira global iniciada em 2008.
As novas regras impactam o capital e a liquidez das instituições com a
introdução de maiores níveis de exigência. Determinam aos bancos o
aumento das reservas de capital para se protegerem de crises. Pelas novas
regras sobre capital e liquidez, os bancos devem ter um mínimo do chamado
capital de Nível 1 - lucros e ações retidas - de 5,5%, sobre as Exposições
Ponderadas Pelo Risco e devem manter um adicional de capital de
conservação (2,5%) e anticíclico a ser fixado em momentos de crescimento
substancial do crédito (0% a 2,5%).
Serão agregados ainda dois índices: um novo indicador de alavancagem,
que leva em conta o valor nominal dos ativos (sem ponderação por risco) e
outro de controle de liquidez. Está prevista a exigência de um valor mínimo
para o índice de alavancagem, inicialmente previsto em 3%. O índice de
cobertura de liquidez de curto prazo vai exigir em eventual cenário de
estresse um montante mínimo de ativos cujo estoque deve permitir a
sobrevivência do banco por 30 dias. Também deverá ser apurado o índice
de longo prazo, que busca incentivar as instituições a financiarem suas
atividades com fontes mais estáveis de captação.
A seguir, quadro resumo das medidas e o cronograma de implementação
divulgado pelo Banco Central:
Tabela 14 - Cronograma de implementação - Basileia III
Parâmetro/EPR 01/01/13 01/01/14 01/01/15 01/01/16 01/01/17 01/01/18 01/01/19
F = 0,11 F = 0,11 F = 0,11 F= 0,09875 F= 0,09875 F= 0,08625 F= 0,08
Capital Principal 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50%
Nível I 5,50% 5,50% 6,00% 6,00% 6,00% 6,00% 6,00%
PR 11% 11% 11% 9,875% 9,25% 8,625% 8,000%
Capital de Conservação 0 0 0 0,625% 1,25% 1,875% 2,50%
PR + Capital de Conservação 11% 11% 11% 10,50% 10,50% 10,50% 10,50%
Capital Contracíclico (até) 0 0,625% 1,25% 1,875% 2,50% 2,50% 2,50%
Relatório de Gerenciamento de Riscos
32
5.3 Patrimônio de Referência
O Patrimônio de Referência representa o patrimônio base para cálculo dos
Limites Operacionais das instituições financeiras, definido pela Resolução
do CMN nº 3.444/07 e consiste no somatório do Nível I e do Nível II,
excluídas as deduções, previstas no normativo.
De acordo com a Resolução do CMN nº3.490/07, o Patrimônio de
Referência deve ser superior ao Patrimônio de Referência Exigido – PRE.
A seguir o detalhamento do Patrimônio de Referência do Conglomerado
Financeiro e do Consolidado Econômico Financeiro:
Tabela 15 - Detalhamento do Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro
Conglomerado Financeiro R$ Milhões
Data-Base mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
Patrimônio de Referência 3.865,9 3.715,5 3.608,2 3.455,9 3.422,9
Patrimônio de Referência Nível I 4.006,1 3.851,5 3.742,0 3.587,2 3.553,3
Patrimônio Líquido 3.855,4 3.856,2 3.592,8 3.591,0 3.409,1
Contas de Resultado Credoras 2.545,3 - 2.406,2 - 2.092,0
Contas de Resultado Devedoras 2.390,7 - 2.251,8 - 2.020,4
Ativo Permanente Diferido 10,1 10,1 10,1 10,1 10,1
Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e
Instrumentos Financeiros e Derivativos (6,3) (5,5) (4,9) (6,3) (6,0)
Adicional de Provisão ao Mínimo Estabelecido
pela Resolução n.º 2.682/99* - - - - 76,6
Dividendos e bonificações a distribuir - - - - -
Patrimônio de Referência Nível II (6,3) (5,5) (4,9) (6,3) (6,0)
Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e
Instrumentos Financeiros e Derivativos (6,3) (5,5) (4,9) (6,3) (6,0)
Deduções do PR 133,9 130,6 128,9 124,9 124,4
Ações emitidas por Instituições Financeiras e
Demais Instituições Autorizadas a Funcionar
pelo Bacen
133,9 130,6 128,9 124,9 124,4
*A Resolução do CMN, nº 3.674 de 30 de dezembro de 2008, permitiu o acréscimo integral da provisão adicional ao Nível I do Patrimônio
de Referência. A Resolução do CMN n.º 3.825 de 16 de dezembro de 2009, revogou seus efeitos a partir de 1º de abril de 2010.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
33
Tabela 16 - Detalhamento do Patrimônio de Referência do Consolidado Econômico-Financeiro
Consolidado Econômico-Financeiro R$ Milhões
Data-Base mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
Patrimônio de Referência 4.000,6 3.873,0 3.738,0 3.603,1 3.548,2
Patrimônio de Referência Nível I 4.006,9 3.878,5 3.742,9 3.609,4 3.554,2
Patrimônio Líquido 3.856,1 3.551,7 3.593,7 3.408,7 3.410,0
Contas de Resultado Credoras 1.574,5 3.173,0 1.576,3 2.715,7 1.308,6
Contas de Resultado Devedoras 1.419,8 2.840,8 1.421,8 2.510,4 1.236,9
Ativo Permanente Diferido 10,1 10,1 10,1 10,1 10,1
Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e Instrumentos Financeiros e Derivativos
(6,3) (5,5) (4,9) (6,3) (6,0)
Adicional de Provisão ao Mínimo Estabelecido pela Resolução n.º 2.682/99
- - - - 76,6
Dividendos e bonificações a distribuir - 0,7 - 0,7 -
Patrimônio de Referência Nível II (6,3) (5,5) (4,9) (6,3) (6,0)
Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e Instrumentos Financeiros e Derivativos
(6,3) (5,5) (4,9) (6,3) (6,0)
Deduções do PR - - - - -
Ações emitidas por Instituições Financeiras e Demais Instituições Autorizadas a Funcionar pelo Bacen
- - - - -
*A Resolução do CMN, nº 3.674 de 30 de dezembro de 2008, permitiu o acréscimo integral da provisão adicional ao nível I do
Patrimônio de Referência. A Resolução do CMN n.º 3.825 de 16 de dezembro de 2009, revogou seus efeitos a partir de 1º de abril de
2010.
O Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro apresentou
crescimento durante o período em análise, devido à incorporação de lucros
gerados no mesmo período, totalizando R$ 3.865,9 milhões em março de
2011, superior em 4,04% ao trimestre anterior. O Patrimônio de
Referência do Consolidado Econômico-Financeiro, apresentou crescimento
de 3,29% comparado a dezembro/2010, totalizando R$ 4.000,6 milhões
em março de 2011.
5.4 Patrimônio de Referência Exigido (PRE) e adequação do
Patrimônio de Referência (PR)
O Patrimônio de Referência Exigido é o capital mínimo exigido pelo Banco
Central do Brasil e deve ser compatível com a estrutura dos riscos da
instituição.
A seguir tabela contendo as informações referentes à alocação de capital
para o Conglomerado Financeiro e Consolidado Econômico-Financeiro,
incluindo a apuração do Índice de Basileia e a margem para aplicação em
novos negócios.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
34
Tabela 17 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido – Conglomerado Financeiro
Conglomerado Financeiro R$ Milhões
Data-Base mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
Risco de Crédito 2.071,6 1.973,9 1.899,8 1.792,3 1.670,2
Operações de Crédito - Varejo 632,1 592,5 569,5 538,9 500,8
Compromissos Varejo 174,5 172,6 169,7 161,1 147,1
Operações de Crédito - não Varejo 786,4 766,8 703,6 667,1 651,2
Compromissos - não Varejo 61,5 59,1 58,4 49,7 50,4
Garantias Prestadas 47,9 48,6 50,5 51,1 44,7
Adiantamentos 50,4 46,2 53,3 47,2 45,1
Credito Tributário 68,3 67,9 68,5 67,7 66,6
Outros Ativos 250,5 220,2 226,4 209,5 164,3
Risco de Mercado 313,6 308,6 330,9 310,9 290,7
Risco de Câmbio 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Risco de Juros - somatório 311,4 305,8 328,5 308,7 288,4
Pré-fixadas em Real - Pjur 1 101,8 85,6 121,5 128,0 121,7
Cupons de Moedas Estrangeiras - Pjur 2 5,6 5,8 6,5 5,6 5,7
Cupons dos Índices de Preços - Pjur 3 3,5 5,5 8,6 8,7 9,0
Cupons de Taxas de juros - Pjur 4 200,4 208,9 191,9 166,3 151,9
Risco de Commodities 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Risco de Ações 2,2 2,8 2,4 2,2 2,3
Risco Operacional 375,5 346,8 346,8 322,1 322,1
Patrimônio de Referência Exigido 2.760,7 2.629,3 2.577,5 2.425,3 2.283,0
Patrimônio de Referência 3.865,9 3.715,5 3.608,2 3.455,9 3.422,9
Patrimônio de Referência Exigido - PRE : Risco de crédito + Risco de mercado + Risco Operacional
2.760,7 2.629,3 2.577,5 2.425,3 2.283,0
Rban - Carteira Banking 21,9 22,0 22,0 22,0 21,5
Margem = PR - PRE - Rban 1.083,4 1.064,2 1.008,7 1.008,6 1.118,4
Índice de Basileia 15,4% 15,5% 15,4% 15,7% 16,5%
O Patrimônio de Referência Exigido do Conglomerado Financeiro
apresentou crescimento de R$ 131,4 milhões no último trimestre,
totalizando R$ 2.760,7 milhões, em decorrência principalmente do
incremento das operações de crédito no mesmo período.
Comparativamente a março de 2010, apresentou incremento de 20,92%.
Em relação às demais parcelas que compõem o PRE, a parcela de risco
operacional apresentou crescimento devido ao aumento das receitas,
totalizando R$ 375,5 milhões no último trimestre.
A parcela de risco de mercado apresentou crescimento no último
trimestre, influenciado pelos parâmetros definidos pelo Banco Central e do
descasamento entre os prazos das operações ativas e passivas.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
35
Tabela 18 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido – Consolidado Econômico-Financeiro
Consolidado Econômico-Financeiro R$ Milhões
Data-Base mar/11 dez/10 set/10 jun/10 mar/10
Risco de Crédito 2.082,5 1.983,8 1.909,3 1.801,5 1.679,6
Operações de Crédito - Varejo 632,1 592,5 569,5 538,9 500,8
Compromissos Varejo 174,5 172,6 169,7 161,1 147,1
Operações de Crédito - não Varejo 786,4 766,8 703,6 667,1 651,2
Compromissos - não Varejo 61,5 59,1 58,4 49,7 50,4
Garantias Prestadas 47,9 48,6 50,5 51,1 44,7
Adiantamentos 50,4 46,2 53,3 47,2 45,1
Credito Tributário 68,3 67,9 68,5 67,7 66,6
Outros Ativos 261,5 230,1 236,0 218,7 173,7
Risco de Mercado 313,6 308,6 330,9 310,9 290,7
Risco de Câmbio - - - - -
Risco de Juros - somatório 311,4 305,8 328,5 308,7 288,4
Pré-fixadas em Real - Pjur 1 101,8 85,6 121,5 128,0 121,7
Cupons de Moedas Estrangeiras - Pjur 2 5,6 5,8 6,5 5,6 5,7
Cupons dos Índices de Preços - Pjur 3 3,5 5,5 8,6 8,7 9,0
Cupons de Taxas de juros - Pjur 4 200,4 208,9 191,9 166,3 151,9
Risco de Commodities 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Risco de Ações 2,2 2,8 2,4 2,2 2,3
Risco Operacional 388,9 358,0 358,0 330,9 330,9
Patrimônio de Referência Exigido 2.785,0 2.650,5 2.598,3 2.443,3 2.301,2
Patrimônio de Referência 4.000,6 3.873,0 3.738,0 3.603,1 3.548,2
Patrimônio de Referência Exigido - PRE : Risco de crédito + Risco de mercado + Risco Operacional
2.785,0 2.650,5 2.598,3 2.443,3 2.301,2
Rban - Carteira Banking 21,9 22,0 22,0 22,0 21,5
Margem = PR - PRE - Rban 1.193,7 1.200,6 1.117,7 1.137,9 1.225,5
Índice de Basileia 15,8% 16,1% 15,8% 16,2% 17,0%
O Patrimônio de Referência Exigido do Consolidado Econômico-Financeiro
apresentou crescimento de R$ 134,5 milhões no último trimestre,
totalizando R$ 2.785,0 milhões, em decorrência principalmente do
incremento das operações de crédito no mesmo período.
Comparativamente a março de 2010, apresentou incremento de 21,02%.
Em relação às demais parcelas que compõem o PRE, a parcela de risco
operacional apresentou crescimento devido ao aumento das receitas,
totalizando R$ 388,9 milhões no último trimestre.
A parcela de risco de mercado apresentou crescimento no último
trimestre, influenciado pelos parâmetros definidos pelo Banco Central e do
descasamento entre os prazos das operações ativas e passivas.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
36
5.4.1 Evolução do PR e PRE
A seguir gráfico com o acompanhamento da adequação do Patrimônio de
Referência em relação ao Patrimônio de Referência Exigido.
Gráfico 2 – Evolução do PR e PRE - Conglomerado Financeiro
O Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro encerrou o
primeiro trimestre de 2011 em R$ 3,9 bilhões, 39,2% superior ao
Patrimônio de Referência Exigido de R$ 2,8 bilhões, o que resultou em um
Índice de Basileia de 15,4%, superior ao mínimo exigido pelo Banco
Central do Brasil de 11%.
Gráfico 3 – Evolução do PR e PRE - Consolidado Econômico - Financeiro
O Patrimônio de Referência do Conglomerado Econômico-Financeiro
encerrou o primeiro trimestre de 2011em R$ 4,0 bilhões, 42,8% superior
ao Patrimônio de Referência Exigido de R$ 2,8 bilhões, o que resultou em
2,3 2,4 2,6 2,6 2,8
3,4 3,5 3,6 3,7 3,9
-
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
mar/10 jun/10 set/10 dez/10 mar/11
R$
Bilh
õe
s
PRE
PR
2,3 2,4 2,6 2,7 2,8
3,5 3,6 3,7 3,9
4,0
-
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
mar/10 jun/10 set/10 dez/10 mar/11
R$
Bilh
õe
s
PRE PR
PR
Relatório de Gerenciamento de Riscos
37
um Índice de Basileia de 15,8%, superior ao mínimo exigido pelo Banco
Central do Brasil de 11%.
5.5 Índice de Basileia
O Índice de Basileia representa a relação entre o Patrimônio Base -
Patrimônio de Referência (PR), e os riscos ponderados - Patrimônio de
Referência Exigido (PRE), conforme regulamentação em vigor,
demonstrando a solvência da empresa. O percentual mínimo estabelecido
pelo BACEN no Brasil é de 11%. A seguir os gráficos para
acompanhamento da evolução do Índice de Basileia do Conglomerado
Financeiro e do Consolidado Econômico-Financeiro.
Gráfico 4 – Índice de Basileia – Conglomerado Financeiro
O Índice de Basileia do Conglomerado Financeiro encerrou o último
trimestre em 15,4%, superior ao mínimo definido pelo Banco Central do
Brasil, o que possibilita um incremento de até R$ 9,8 bilhões em novos
negócios.
Gráfico 5 – Índice de Basileia – Consolidado Econômico-Financeiro
mar/10 jun/10 set/10 dez/10 mar/11
16,5% 15,7% 15,4% 15,5% 15,4%
mar/10 jun/10 set/10 dez/10 mar/11
17,0% 16,2% 15,8% 16,1% 15,8%
Relatório de Gerenciamento de Riscos
38
O Índice de Basileia do Consolidado Econômico-Financeiro encerrou o
último trimestre em 15,8%, superior ao mínimo definido pelo Banco
Central do Brasil, o que possibilita um incremento de até R$10,8 bilhões
em novos negócios.