Redação de slogans inesquecíveis

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SLOGAN: O MINIMALISMO NA PROPAGANDA

 

Explicar em poucas e precisas palavras sensações ou conceitos profundos é uma

tarefa difícil.

Uma boa palavra vale mais que mil imagens

Se muito ou pouco veiculada, uma mensagem publicitária perde sua atualidade em tempo reduzido. Ela é sempre criada para o presente, como uma notícia,

Ex: Ou você compra seu imóvel hoje ou continua no aluguel. Morou?

________________________________________________________ Seus apelos não se mantêm up-to-date, a propaganda está condenada ao esquecimento e caduca no próprio momento de nascer

- O anuncio novo de hoje já é velho amanhã.

Por outro lado, o slogan, como linguagem compactada — e por ser intensamente repetido, é mais fácil de permanecer retido na memória coletiva. Instala-se na mente como um poema, como uma idéia, um conceito. 

Terrível contra os insetos, contra os insetos...De mulher para mulher...Porque nós somos mamíferos...

Na literatura

 O slogan é um elemento pragmático que objetiva obter a memorização da mensagem.

Nos menores frascos se encontram os melhores perfumes. (é impossível esquecer)_____________________________________ o slogan é um aliado incontestável de toda e qualquer ideologia. Em rigor, o esquema de construção de um slogan é simples, pois quanto mais complexo for, mais deixa de ser um slogan, anulando-se numa frase comum.

Em geral, o slogan é uma conclusão, visto que encerra em si todo o posicionamento de um produto, serviço ou marca.

Slogan é a palavra de ordem, o call to action, no jargão publicitário, o imperativo, a chamada para o consumo, uma frase de efeito, assertiva enxuta.____________________________________É o final feliz de um bom texto publicitário.

Não é novidade que a propaganda, desde seus primórdios, foi buscar, em outras áreas do conhecimento, artifícios para fortalecer-se como estratégia discursiva de persuasão.

Talvez, o slogan tenha um digno e nobre ascendente no universo da poesia: os haikais japoneses._____________________________________O haikai: uma arte secular oriental. O slogan, uma artimanha do Ocidente no século XX. Uma vez lidos, é difícil esquecê-los.

Os haikais e os slogans

O haikai é um pequeno poema de 17 sílabas, distribuídas esquematicamente em três versos. O primeiro verso é de cinco sílabas, o segundo de sete e o último novamente de cinco. O conteúdo dessa forma poética é sempre emotivo, sensorial._____________________________________O slogan, por sua vez, costuma ser uma frase curta, às vezes duas, não ultrapassando em geral oito palavras. Seu reino é da razão, já que é sempre o fecho de uma mensagem, a peroração de um discurso deliberativo.

A poesia do instante A cigarra... OuviNada revela em seu cantoQue ela vai morrer. BashôQuatro horas soaram.Levantei-me nove vezesPara ver a lua.

BashôSobre o tanque mortoUm ruído de rãQue mergulha. BashôDe que árvore florida Chega?Não sei.Mas é o seu perfume.

BusonNeve se desfaz.E a aldeia está inundada.De crianças. IssaCaracol! Docemente,Docemente,Escala o Fuji!

AGORA, VEJAMOS ALGUNS SLOGANS QUE SE TORNARAM VERDADEIROS CLÁSSICOS DA PROPAGANDA:

Se é Bayer é bom.

Brasil, ame-o ou deixe-o.

La Fonte. A fechadura que fecha e dura.

Com Manah, adubando dá.

Sears. Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta.

Hollywood, o sucesso.

Se a marca é Cica, bons produtos indica.

Repórter Esso. O primeiro a dar as últimas.

Denorex. Parece mas não é.

Chanceler. O fino que satisfaz.

A Atma é ótima.

Coca Cola é isso aí.

SLOGANS CONTEMPORÂNEOS

Tomou Doril, a dor sumiu.

Pense forte, pense Ford.

Tudo anda bem com Bardall.

US Top. O mundo trata melhor quem se veste bem.

GM. 60 anos na frente em tecnologia.

Volkswagen. Você conhece, você confia.

Nescau. Energia que dá gosto.

Dumont. O primeiro a cada segundo.

Abuse, use C&A.

DHL. Nossa pressa é maior que a sua.

Danoninho vale por um bifinho.

Deu duro, tome um Dreher.

Notas bibliográficas

1 Ariscóteles. Arte retórica e arte poética. Rio de Janeiro, Ediouro, 1967, p. 42.

2 Os dois primeiros haikais foram traduzidos por Manuel Bandeira. In Estrela da vida inteira. São

Paulo, Círculo do Livro, 1995, p. 398. Os demais por Maria Ramos. In Osvaldo Svanascini. Três mestres

do haikai. Rio de Janeiro, Cátedra, 1974, p. 33, 34, 46, 47, 48, 58 e 59, respectivamente.