Post on 22-Apr-2015
Recurso natural renovável mas não inesgotável !
Recurso limitado, condicionado pela distribuição temporal e espacial
GEOGRAFIA FÍSICA J.P. (Secção de Geografia)
A água é o recurso natural mais abundante no Planeta
Planeta Terra
Planeta Água
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Algumas propriedades físico-químicas da água
A água resulta da combinação de átomos de oxigénio e hidrogénio (H2O). Não se encontra completamente pura no ambiente. A sua propriedade química mais importante é a de possuir enorme poder dissolvente.
No seu estado puro, a água é incolor (sem cor), inodora (sem cheiro) e insípida (sem sabor). Tem o ponto de fusão a 0ºC (congela) e o ponto de ebulição a 100ºC (evapora).
A água é má condutora do calor, necessitando de muitas calorias para aquecer (elevado calor específico); também para fundir e para vaporizar liberta grande quantidade de calor (nivelador térmico do meio físico)
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A água - elemento vital para a vida
A água é indispensável à vida: entra na constituição da matéria viva; desempenha um papel determinante nas reacções químicas (metabolismo); actua como meio de transporte de substâncias no interior do organismo; preenche os espaços entre os tecidos e órgãos.
O corpo humano contém cerca de 70 % de água e nalguns animais essa percentagem é superior a 90 % (medusas, alforrecas).
Na água desenvolveram-se os primeiros organismos: os seres vivos só deixaram o meio aquático quando conseguiram formar soluções aquosas sob forma de tecido líquido (sangue, plasma e fluidos intercelulares). A privação de água conduz a graves perturbações, levando à morte dos organismos.
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A água - meio de suporte à vida
Uma grande variedade de plantas, insectos, anfíbios, aves, peixes e outros organismos, alguns ameaçadas de extinção, necessitam das zonas húmidas para alimentação, reprodução e/ou repouso. A grande concentração de formas de vida resulta da diversidade de habitats e de nichos ecológicos (margens, áreas pantanosas e sujeitas a alagamento temporário, águas pouco profundas, etc). O interesse conservacionista das zonas húmidas é ainda reforçado pela singularidade cénica dos planos de água (enquadramento paisagístico).
Os meios aquáticos são locais de inegável valor ambiental, mas também muito sensíveis e vulneráveis às pressões do homem.
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CARTA EUROPEIA DA ÁGUACARTA EUROPEIA DA ÁGUAProclamada pelo Conselho da Europa em Maio de 1968
01 - Não há vida sem água. A água é um bem precioso indispensável a todas as actividades humanas e a outros organismos.
02 - Os recursos hídricos não são inesgotáveis. É necessário preservá-los, controlá-los e, se possível, aumentá-los.
03 - Alterar a qualidade da água é prejudicar a vida do homem e dos outros seres vivos que dela dependem.
04 - A qualidade da água dever ser mantida em níveis adequados às utilizações previstas e, em especial, satisfazer as exigências da saúde pública.
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CARTA EUROPEIA DA ÁGUACARTA EUROPEIA DA ÁGUA
05 - Quando a água, após ser utilizada volta ao meio natural, não deve comprometer as utilizações que dela serão feitas posteriormente.
06 - A manutenção de uma cobertura vegetal apropriada, de preferência florestal, é essencial para a conservação dos recursos hídricos.
07 - Os recursos hídricos devem ser sujeitos a um inventário.
08 - A eficiente gestão da água deve ser objecto de planos definidos pelas entidades competentes.
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CARTA EUROPEIA DA ÁGUACARTA EUROPEIA DA ÁGUA
09 - A preservação da água implica um esforço crescente de investigação, de formação técnica e de informação pública.
10 - A água é um património comum, cujo valor deve ser reconhecido por todos. Cada um tem o dever de a economizar e utilizar com cuidado.
11 - A gestão dos recursos hídricos deve inserir-se no âmbito da bacia hidrográfica natural e não no dos limites administrativos e políticos.
12 - A água não tem fronteiras. É um recurso que impõe uma cooperação internacional.
HidrologiaHidrologia
A HIDROLOGIA é a ciência que estuda a água nas suas
três fases (sólida, líquida e gasosa), as suas propriedades
(químicas e físicas), a sua quantidade, circulação e
distribuição, a sua interacção com o ambiente e as suas
relações com os seres vivos.
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Área Total do Planeta – 510,3 milhões de km²
Área de Terras Emersas – 149,67 milhões de km²
Área dos Mares e Oceanos – 360,63 milhões de km²
Área do Oceano Pacífico – 179,25 milhões de km²
Área do Oceano Atlântico – 106,46 milhões de km²
Área do Oceano Índico – 74,92 milhões de km²
Profundidade Média dos Oceanos – 3.795 m
Distribuição dos Recursos Hídricos
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Volume Total 1 360 000 000 100%
ReservatóriosVolume de Água,
(Km3)Água total
(%)
Oceanos 1 320 000 000 96.1
Glaciares 29 000 000 2.13
Água subterrânea 8 300 000 0.61
Lagos 125 000 0.009
Mares interiores 105 000 0.008
Humidade do Solo 67 000 0.005
Atmosfera 13 000 0.001
Rios 1 250 0.0001
Se excluirmos as reservas de gelo, a fracção de água doce utilizável pelo homem representa 0.65% (8,5 milhões de Km3) da água do nosso planeta, que se reparte, de forma desigual, pelas diversas regiões continentais.
Destes 8,5 milhões de Km3 de água doce utilizável, 97% correspondem a águas subterrâneas, representando os rios e os lagos uma percentagem diminuta
Distribuição dos Recursos Hídricos
Por cada 100 litros de água existente no Planeta, apenas 3 ml estão disponíveis para o Homem
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Ciclo HidrológicoCiclo Hidrológico
Fenómeno global de circulação da água entre a
superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado
pela energia solar, associada à gravidade e ao
movimento de rotação da Terra.
1) Transferência de água no estado de vapor, do globo para a atmosfera, por evaporação da água dos mares, lagos, gelos ou da superfície e por transpiração das plantas e animais;
2) Transporte de água, nas fases gasosa, sólida e líquida, pelas circulações locais, regionais e pelo movimento geral da atmosfera;
3) Condensação do vapor de água da atmosfera em partículas líquidas e sólidas, que ficam em suspensão na atmosfera, constituindo as nuvens;
4) Transferência de água, nas fases líquida ou sólida, da atmosfera para o globo, por precipitação;
5) Escoamento, retenção à superfície e infiltração da água no subsolo (estado sólido ou líquido), com absorção pelo sistema radicular das plantas e formação de cursos de água e de lençóis subterrâneos.
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Ciclo HidrológicoCiclo Hidrológico
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Balanço Hídrico (Açores)
Er EVAPOTRANSPIRAÇÃOPOTENCIAL(1090 mm)
PRECIPITAÇÃO(1930 mm)
ESCOAMENTOSUPERFICIAL
(680 mm)
RECARGA(150 mm)
RESERVA AQUÍFERA
Plano Regional da Água, 2001
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Ciclo Hidrológico de Curta e Longa Duração
Ramo Aéreo
Ramo Terrestre
Fluxos nas fases de Vapor e Líquida
Fluxos nas fases Líquida e Sólida
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Caída na Superfície
Evaporada na Atmosfera
Interceptada pela Vegetação
Drenada até ao Solo
Armazenada e EvaporadaEscoamento
Superficial
Parada e Evaporada
Infiltrada no Solo
Perculação Profunda
Retida no Solo
Armazenamento Subterrâneo
Crescimento Vegetação
Não Usada Vegetação
Não Usada
CHUVA
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Ciclo da Água no Solo
Er
A água que se infiltra no solo está sujeita a evaporação directa para a atmosfera, através da transpiração. Este processo ocorre na zona não saturada, ou seja, onde os espaços entre as partículas de solo contêm tanto ar como água.
A água que continua a se infiltrar e atinge a zona saturada, entra na circulação subterrânea e alimenta as reservas (recarga dos aquíferos). O topo da zona saturada corresponde ao nível freático.
A água subterrânea pode ressurgir à superfície (nascentes) e alimentar as linhas de água ou ser descarregada directamente no oceano.
A quantidade de água e a velocidade a que esta circula são influenciadas por diversos factores: coberto vegetal, altitude, topografia, temperatura, tipo de solo e geologia.
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BACIA HIDROGRÁFICA
Definição:
Bacia hidrográfica/drenagem de um curso de água
corresponde à área geográfica definida por métodos
topográficos ou hidrogeológicos, onde ocorre o
escoamento das águas da chuva que, progredindo
pela superfície do solo (gravidade), atingem a secção
de referência (foz).
Unidade de Estudo dos Recursos Hídricos
Bacia Hidrográfica
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Uma bacia hidrográfica compreende a linha de água principal e os seus tributários ou afluentes. O nº de ordem é uma classificação que reflecte o grau de ramificação ou bifurcação da rede de drenagem. Segundo Strahler as linhas de água são classificadas da seguinte forma.
Sistema de Drenagem
Er
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Hierarquia da Rede de Drenagem
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Sistema de Drenagem
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Relação entre o comprimento total dos cursos de água (perenes, intermitentes e efémeros) e a área da bacia hidrográfica (km/km2):
Dd = L / ASendo:
L - Comprimento total dos cursos de água (km)A - Área da bacia (km2)
Varia de 0,5 km/km2 para bacias com baixa drenagem a 3,5 km/km2 para bacias bem drenadas.
Densidade de Drenagem
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Padrão de Drenagem
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Padrão de Drenagem
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Classificação dos Cursos de Água
• A) Perenes. O caudal depende da existência de uma fonte subterrânea que alimenta um fluxo contínuo. O nível da água nunca desce abaixo do respectivo leito.
• B) Intermitentes. O caudal, na época das chuvas, depende do nível do lençol subterrâneo (acima do leito fluvial). Na estiagem tal não acontece.
• C) Efémeros. O caudal depende do escoamento superficial (quando chove). A superfície freática está a um nível inferior ao leito fluvial, não havendo alimentação subterrânea. As linhas de água efémeras são normalmente muito pequenas..
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TEMPO DE CONCENTRAÇÃO
• Intervalo de tempo, contado a partir do inicio da precipitação, para que o conjunto da bacia hidrográfica passe a contribuir para o escoamento medido na secção de saída.
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TEMPO DE CONCENTRAÇÃO
a) Área da bacia hidrográfica
b) Topografia da bacia hidrográfica (declive)
c) Geometria da bacia hidrográfica (forma/configuração)
d) Características da precipitação (intensidade/duração)
e) Geologia, ocupação do solo, obras hidráulicas, etc.
USOS DA ÁGUAQuintela (1981)
Utilizações da água segundo as funções ecológicas, serviços prestados aos diferentes sectores económicos e enquanto meios receptores de efluentes:
1. domésticas;2. públicas;
3. industriais;4. agrícolas;5. piscícolas;6. para navegação;
7. para produção de energia;8. para recreio, ambiente e fins ecológicos;9. para rejeição de águas residuais.
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Intervenções do Homem no Ciclo Hidrológico
Qualidade
Factores que alteram a qualidade da água:
1) natureza dos poluentes e processos de emissão; 2)
particularidades da Bacia Hidrográfica (clima,
hidrologia, fisiografia, geologia, …); 3) tipo de
intervenções humanas; 4) características da massa de
água receptora (área, profundidade, hidrodinâmica,
natureza dos sedimentos, …).
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Intervenções do Homem no Ciclo Hidrológico
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