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RECOMENDAÇÃO DE CLONES DE SERINGUEIRA PARA O ESTADO DE SÃO PAULO 1
Paulo de Souza Gonçalves2
RESUMO
O presente trabalho tece considerações sobre clones de seringueira [Hevea brasiliensis
(Willd. ex Adr. de Juss. ) Müell. Arg.] com ênfase na importância, classificação e
metodologia de avaliação. São apresentadas descrições dos mais promissores clones
para o Estado de São Paulo, no que diz respeito à produção e aos caracteres secundários,
especialmente, resistência ao vento, frio e doenças tais, como antracnose e oídio, bem
como vigor, espessura e renovação da casca. Com vistas a compatibilizar a área e o
material a ser plantado, é dada uma definição sobre os critérios básicos de
recomendação para pequenas e grandes propriedades heveícolas.
Termos de indexação: seringueira, Hevea brasiliensis, clones, produção, cruzamento.
CHOICE OF RUBBER TREE CLONES FOR PLANTING
SÃO PAULO STATE, BRAZIL
ABSTRACT
The present paper point out consideractions about the importance, classification and
methodology of evaluation in rubber tree[Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss. )
Müell. Arg.] clones in the field. In addition other considerations about clones are
presented: description of the more promissing ones for planting, yield potential and the
secondary characters specially vigour, bark thickness, wind damage, and diseases
resistance. A rule about the basic criterion of recomendation for smallholding and
estates is defined aiming to share the size of the area and the area to be planted with
specific clone.
Index terms: Rubber tree, Hevea brasiliensis, clones, yield, breeding.
1 Trabalho apresentado no I Ciclo de Palestras sobre a Heveicultura Paulista, Barretos-SP, 10 a 11 de Novembro, 1998.
2 Eng. Agr. Dr. Embrapa/ Programa Integrado de São Paulo. Programa Seringueira do Centro de Café e Plantas Tropicais do Instituto Agronômico (IAC). Caixa Postal 28, CEP: 13001-970, Campinas, SP.. E-mail: paulog@cec.iac.br.
1. INTRODUÇÃO
A necessidade de novas cultivares de seringueira [Hevea brasiliensis
(Willd. ex Adr. de Juss.) Müell. Arg.], adaptáveis a diferentes regiões ecológicas
constitui um ponto basicamente importante para o sucesso da heveicultura. Cultivares
tidas como produtivas em algumas regiões do Brasil, podem comportar-se
diferentemente em outras áreas da mesma região, principalmente aquelas sujeitas a
diferentes características edafoclimáticas. Segundo Pushparajah (1980), e mais
recentemente Ortolani et al. (1996), vários elementos agroclimáticos tais como déficits
hídricos, temperatura e pluviosidade que afetam vários componentes do crescimento e
produção contribuem com uma grande soma de variabilidade no comportamento das
cultivares.
O parque heveícola do Estado de São Paulo, com cerca de 2.400
produtores, está estimado em 44.000 hectares, principal fator que o elevou a condição
de primeiro produtor nacional de borracha natural, com uma produção anual estimada
para 1996 de 27,0 mil toneladas e uma média superior a 1.200 kg/ha/ano. Esta
produtividade coloca o Estado de São Paulo entre os mais produtivos do mundo quando
comparado com as médias obtidas em 1995 nos tradicionais países produtores:
Tailândia 1.112,5 kg./ha/ano, Indonésia 706,7 kg/ha/ano e Malásia 896 kg/ha/ano
(Suharto, 1997). O planalto ocidental do Estado, engloba 90% da área plantada, onde
situa-se a região mais importante de cultivo com 42% da área com seringueira,
despontando grande potencial de cultivo, notadamente pelas condições climáticas que
minimizam os riscos de insucesso. Entretanto, à medida que novas fronteiras são
abertas com essa cultura exótica, aumentam as preocupações relativas ao limitado
número de clones plantados, sujeitos a vulnerabilidade genética, necessitando de um
amplo programa de melhoramento genético que possa envolver as diferentes regiões do
Estado quanto as futuras recomendações de clones para o plantio.
O ciclo de melhoramento genético da seringueira adotado pelo Instituto
Agronômico compreende três etapas de seleção. Inicialmente, procura-se obter
progênies, por via de polinização controlada ou aberta, visando a formação de viveiros.
Aos dois anos e meio, com base em avaliações de produção através de testes precoces,
em vigor e tolerância a doenças, os ortetes são selecionados e clonados para serem
testados em experimentos de Avaliação de Clones em Pequena Escala. Nessa segunda
etapa do ciclo de seleção, são também incluídos clones de outras instituições que após o
primeiro ano de sangria, são multiplicados e passam a ser avaliados em experimentos
de avaliação em grande escala (ensaios regionais). Nesta última etapa são gastos
geralmente de 12 a 15 anos, até que se possa recomendar um clone para plantio em
grande escala (Figura 1). Portanto, são necessários cerca de 25 a 30 anos para
completar o ciclo de melhoramento, partindo-se da polinização controlada à
recomendação final de uma cultivar.
O presente trabalho apresenta resultados do potencial de produção de
clones em experimentos de avaliação de clones em pequena e grande escalas
estabelecidos em várias regiões do Estado de São Paulo, com vistas à recomendação
atual e futura.
2. GENERALIDADES SOBRE CLONES
Um clone se constitui de um grupo de plantas obtidas através da
propagação vegetativa de uma planta matriz. Todas as árvores de um clone possuem a
mesma constituição genética, responsável pela uniformidade existente entre elas.
Através do programa de melhoramento genético da seringueira, em andamento pelo
Instituto Agronômico, até agora foram obtidos centenas de clones que, em conjunto com
clones asiáticos e de grande potencial de produção, encontram-se em fase de avaliação,
com vistas à recomendação tanto para o Litoral como para o Planalto Paulista.
O fator que normalmente influencia a produtividade de um seringal é o
material a ser plantado. É importante a escolha de clones que propiciem alta produção
durante os primeiros anos de sangria, bem como seu ciclo econômico; que respondam
bem à estimulação, à baixa intensidade de sangria e que apresentem crescimento
satisfatório antes e depois da entrada da fase de produção. Com base nesses caracteres
clonais, o heveicultor poderá assegurar alta produção, aliada a alta taxa de retorno sobre
o investimento aplicado e em curto espaço de tempo.
As restrições impostas a tais caracteres são as relacionadas aos defeitos
inerentes ao clone e a sua interação com os fatores ambientais. Clones com propensão
extrema à quebra pelo vento ou susceptibilidade ao mal-das-folhas e à antracnose
podem restringir severamente seu uso em certas regiões do planalto e do litoral paulista.
Como medida paliativa, a Malásia emprega enxertia de copa em clones com problemas
de quebra pelo vento (Leong & Yoon, 1976). No Brasil, principalmente nos Estados do
Amazonas, Bahia e Pará, a enxertia de copa é utilizada para solucionar problemas de
incidência do mal-das-folhas em clones altamente susceptíveis (Gomes et al., 1983,
1989; Junqueira et al., 1989 e Pinheiro et al., 1989).
O desempenho na produção de um clone pode ser seriamente afetado pela
ocorrência de restrições do local em áreas indicadas ao cultivo de seringueira. Os
fatores ambientais de uma região que influenciam a escolha de um clone são:
velocidade do vento, umidade atmosférica, tipo de solo, freqüência de geadas,
disponibilidade hídrica e intensidade e duração da estação seca.
Clones não adaptados às condições do local resultam em redução do
potencial de produção. Clones susceptíveis à quebra não podem ser plantados em locais
com ventos fortes e constantes, sem qualquer proteção. Clones susceptíveis ao mal-das-
folhas não devem ser plantados em clima super-úmido. O clone RRIM 600, altamente
produtivo, mas susceptível à quebra, produzirá mais em locais pouco afetados pelo
vento.
O tipo de solo é importante para a produtividade, uma vez que o potencial
de um clone pode ser limitado quando em condições pedológicas desfavoráveis.
Segundo Ho et al. (1969), para se avaliar o potencial real de sua produção, um clone
deve ser plantado em ambiente adequado, considerando os fatores ambientais locais,
não se desprezando o tipo solo.
Ao contrário das recomendações de clones para amplas regiões que se
faziam no passado, que deparavam com problemas de interação genótipo-ambiental,
atualmente as recomendações são restritas aos respectivos ambientes. A maximização
do potencial de produção, sendo o somatório, de partículas da interação genético-
ambiental do local, possibilita uma escolha mais adequada de um clone para plantio
comercial.
2.1. IMPORTÂNCIA
Os clones, como material para o estabelecimento de um seringal,
apresentam várias vantagens, a mais importante delas é a uniformidade exibida pelos
seus indivíduos.
Todas as árvores de um mesmo clone, sob as mesmas condições
ambientais, apresentam baixa variabilidade em relação a diferentes caracteres como:
vigor, espessura de casca, produção, propriedades do látex, senescência anual de folhas,
nutrição e tolerância à pragas e doenças. De certa forma, isso possibilita ao heveicultor
adotar um manejo fácil e econômico. Com crescimento uniforme, o número de árvores
de um seringal que necessita ser descartado é sempre menor. Outro ponto importante a
considerar no clone é a uniformidade das propriedades do látex. Para propósitos
industriais específicos, ele é melhor bem apreciado, considerando essa uniformidade
essencial. Através de clones possuidores de caracteres específicos diferenciados, é
possível a seleção de material para as mais diversas situações exigidas.
2.2. CLASSIFICAÇÃO
Com base nos parentais utilizados nos cruzamentos para obtenção de
ortete (árvore matriz), os clones costumam ser classificados em primários, secundários e
terciários.
Clones oriundos de parentais desconhecidos são chamados clones
primários. Em geral, essas árvores matrizes possuem caracteres desejáveis, sendo
portanto, multiplicadas vegetativamente para dar origem ao clone. Em clones
secundários, as árvores matrizes são obtidas através de cruzamentos controlados entre
dois clones primários. As árvores matrizes são então multiplicadas vegetativamente, do
mesmo modo que os clones primários. Clones terciários são obtidos de cruzamentos
onde pelo menos um dos paternais é secundário.
2.3. AVALIAÇÃO
A avaliação de clones, tem como objetivo testar clones obtidos e
introduzidos nas diferentes condições edafoclimáticas distintas do Estado. O
delineamento estatístico é o de blocos ao acaso com quatro repetições. As parcelas são
de forma retangular e o número de plantas por parcela utilizadas nesse grupo de
experimentos é de 40 a 60, dependendo da disponibilidade de plantas e da área do
experimento. O maior número de plantas é devido a possível variação das plantas
dentro de cada parcela, atribuída ao uso de porta enxertos de sementes comuns, que
apresentam grande variabilidade genética. A necessidade de extrapolação dos resultados
finais para grandes áreas, tem conduzido os melhoristas ao uso de grande número de
plantas por parcela nesse grupo de experimentos. Por outro lado esses experimentos
visam obter informações sobre o desempenho dos diferentes clones sob diferentes
condições edafoclimáticas antes de ser efetuada qualquer recomendação para plantios
comerciais em larga escala, ao nível do produtor.
Nesses experimentos são avaliados, além da produção, os caracteres
secundários abaixo selecionados.
- Vigor - Objetivando a redução do período de imaturidade do clone para
proporcionar retorno mais rápido ao produtor.
- Crescimento do caule durante a sangria - para manter produção
satisfatória e reduzir quebra pelo vento.
- Espessura de casca virgem - para reduzir a incidência de ferimento no
caule, o que afetaria a produtividade das próximas sangrias nos painéis C e D.
- Boa regeneração da casca - para proporcionar um ciclo econômico de
sangria.
- Resistência às principais doenças da região - para assegurar um
melhor crescimento e produção, e também minimizar o risco de perdas de plantações
com forte incidência de Microcyclus ulei, Colletotrichum gloeosporioides e doenças do
painel.
- Tolerância à queda pelo vento - para assegurar bom estande de
sangria por toda a vida útil do seringal.
- Tolerância à seca do painel - para assegurar uma maior produtividade
de borracha.
Nos dados de produção de borracha, extrapolados para hectare/ano, são
adotados os seguintes critérios para posterior aferição:
- Número de cortes por ano: 140 , 100, 70 e 48 sangrias nos sistemas 1/2S
d/2, 1/2S d/3, 1/2S d/3, 1/2S d/4 e 1/2S d/7, respectivamente.
- Número de árvores aptas para sangria considerando-se 400 árvores por
hectare: 240 (60%), 340 (85%), 380 (95%) e 400 (100%) no primeiro,
segundo, terceiro e quarto ano em diante, respectivamente.
Um clone com bom vigor reduz o período improdutivo do seringal
gerando maior retorno econômico ao produtor. Abertura precoce de painel e boa
produção são somente possíveis em árvores que crescem vigorosamente na fase juvenil.
Após a abertura, o fotossintetizado é repartido em duas fontes competidoras: látex na
explotação e crescimento da árvore. Conforme o clone, a taxa de crescimento tende a
declinar e a tarefa do melhorista é maximizar a produção do látex na árvore para manter
uma produção crescente por muitos anos (Wycherley, 1976). Dessa forma, bom
crescimento do caule durante o período de sangria manterá a produção constante ao
mesmo tempo em que reduz perdas por quebra de árvores pelo vento.
2.4. CLONES DE IMPORTÂNCIA COMERCIAL
2.4.1. Clone RRIM 600
Clone secundário desenvolvido pelo Rubber Research Institute of
Malaysia – RRIM, cujos parentais são os clones primários Tjir 1 e PB 86. Suas árvores
são altas, com caule vertical e de rápido crescimento quando jovem. Os ramos
aparecem tardiamente e formam grossas bifurcações que acarretam grande peso para a
base das plantas e, em caso de ocorrência de vento, haverá quebra, podendo provocar o
aparecimento de clareiras no seringal . No Estado de São Paulo esse clone apresenta
moderada resistência à quebra pelo vento. A copa é estreita e a folhagem esparsa,
apresentando folhas pequenas verde-claras. O vigor, se comparado antes e após a
entrada em sangria é considerado médio. A casca por ser fina, torna-o um pouco
delicado à prática de sangria; em compensação, a renovação é boa. A alta produção é
seu ponto de destaque. Em plantios comerciais de São Paulo, sua média de produção
nos primeiros cinco anos de sangria foi superior a 1.540 kg/ha/ano e em experimentos
de Presidente Prudente foi de 2.100 kg/ha/ano ambos no sistema ½ S d/2 6 d/7 (Tabela
1).
No sistema ½ S d/4 6d/7.ET 5% com quatro estimulações por ano à base
de Ethefon a produção foi de 1.495 kg/ha/ano (Tabela 1). O clone exibe uma tendência
de produção crescente. Em geral, a produção inicial é média, mas as subsequentes são
muito altas. A produção durante a senescência também é alta. O látex é branco e
impróprio para concentração, devido à baixa estabilidade (Marattukalam et al., 1980.).
Este clone demonstra tolerância à seca do painel, salvo quando é submetido à sangria
intensiva. É altamente suscetível ao cancro do tronco causado pelo fungo Phytophthora
spp. na Costa do Marfim e considerado pouco tolerante ao frio na China. É o clone
mais plantado na região do Planalto do Estado de São Paulo, por apresentar bom
desempenho no que tange a produção e vigor.
2.3.2. Clone GT 1
Clone primário desenvolvido no seringal Gondang Tapen, em Java,
Indonésia. A árvore, de caule bem vertical, pode apresentar irregularidades, tais como
estrias ou torsões na região do enxerto, sendo sinais de incompatibilidade. A abertura
da copa é bastante tardia e de hábito variável, pois algumas árvores não apresentam
galhos líderes, enquanto outras possuem vários. As árvores jovens são altas e tendem a
entortar quando a formação dos galhos é tardia. As folhas, durante o período de
imaturidade, são grandes, verde-escuras e brilhantes, e menores quando a árvore atinge
a fase adulta. A casca virgem é média, bastante tenra, e se renova imediatamente, não
apresentando problemas à sangria. O vigor, expresso pelo crescimento do perímetro do
caule até a abertura do painel de sangria, no Estado de São Paulo, é razoável, tornando-
se lento após a sangria normal, mas, em compensação, é um clone muito homogêneo. É
considerado de boa produção, tanto que em Presidente Prudente sua média de produção
nos primeiros cinco anos foi de 1.679 kg/ha/ano no sistema1/2S d/2 e no sistema 1/2S
d/4 estimulado com 5% de Ethefon foi 1.314 kg/ha/ano (Tabela 1). A produção tem um
pequeno declínio durante a senescência. Apresenta caracteres secundários desejáveis
(Tabela 5), pois a resistência à quebra pelo vento é de média para boa e a ocorrência de
seca do painel é pouco notada, salvo quando submetido à sangria intensiva. Esse clone
demonstra uma tendência de aumentar a produção de látex com o passar do tempo. O
látex é branco e adequado para todos os processos de produtos manufaturados. Na
China, revelou-se tolerante às geadas de radiação e de vento. Por ser precoce e pela sua
rusticidade e qualidades agronômicas, deve ser recomendado para pequenos
heveicultores do Planalto Paulista.
2.4.3. Clone PB 235
Clone secundário Malaio resultante do cruzamento dos clones primários
PB 5/51 x PB 5/51. A árvore possui caule muito reto, regular e boa compatibilidade
com relação ao enxerto e porta-enxerto. Quando jovem, possui em sua na base, muitos
galhos pequenos, dispostos horizontalmente. As árvores adultas revelam uma formação
de galhos bastante homogênea ocorrendo entre os seis e os dez anos, um desbaste
natural, que proporciona o aparecimento de novos ramos mestres situados muito altos e
com ângulo bem definido. As folhas são de coloração verde bem acentuada. Na Costa
do Marfim, apresenta senescência parcial, pois o desfolhamento total praticamente não
ocorre. A casca virgem é lisa, espessa, tenra, não apresentando problemas na sangria,
conforme observações conduzidas em condições experimentais no município de
Tabapuã, onde a sangria teve início aos cinco anos e meio de idade. Em Marília,
também no Planalto Paulista, tem demonstrado estrutura e permeabilidade de copa,
sendo tolerante ao vento. Em Presidente Prudente, foi considerado também muito
vigoroso. É altamente produtivo: a média de produção nos cinco primeiros anos de
sangria foi de 1.834 kg/ha/ano no sistema ½ S d/2 6d7, enquanto que em Tabapuã no
sistema 1/2S d/4 foi 1.648 kg/ha/ano (Tabela 1). O PB 235 caracteriza-se
principalmente por entrar em produção muito rápido, favorecido por sua grande
homogeneidade. Os caracteres secundários, de modo geral, são bons, excetuando-se a
seca do painel, no sistema de sangria 1/2S d/2 e sistema de baixa intensidade com
estimulação de Ethefon a 5%. Em função do número de árvores comumente afetadas
por esse problema, nos sistemas normais de sangria, tem-se observado recentemente
alguma susceptibilidade ao ataque de oídio em algumas regiões do Estado,
principalmente na Fazenda Cambuhy, município de Matão.
2.4.4. Clone IAN 873
Desenvolvido pelo antigo Instituto Agronômico do Norte, é um clone
secundário, cujos parentais são os clones primários PB 86 e FB 1717. Suas árvores são
altas e vigorosas, com caule vertical e de rápido crescimento quando jovem, e a
produção é satisfatória nos dois primeiros anos de sangria. A alta produção a partir do
terceiro ano de sangria é seu ponto de destaque. Em plantios comerciais da Malásia, a
produção nos primeiros cinco anos de sangria foi de 1.505 kg/ha/ano de borracha seca.
Em Presidente Prudente, Estado de São Paulo, a produção de cinco anos foi de 1.817
kg/ha/ano no sistema 1/2S d/2, e 1.235 kg/ha/ano (média de quatro anos) no município
de Tabapuã, no sistema ½ S d/4 com 5% de Ethefon (Tabela 1). O clone exibe uma
tendência de produção crescente. Por via de regra, a produção inicial é média, porém as
produções subsequentes são altas. A casca é de espessura regular com boa capacidade
de regeneração. Apresenta baixo índice de seca do painel e incidência à quebra pelo
vento. Em regiões com déficit hídrico, demonstrou considerável sensibilidade, com
queda de produção de 20 a 30% num veranico de quarenta dias.
2.4.5. Clone Fx 3864
Clone secundário desenvolvido pela Companhia Ford, resultante do
cruzamento dos clones primários PB 86 x FB 38. De caule reto, mostra-se vigoroso
antes e depois do início da explotação. A espessura da casca virgem é moderada, com
regeneração acima da média. A produção, nos primeiros dois anos é moderada,
tornando-se alta a partir do terceiro ano com mediana redução de produção na
senescência. Seus principais caracteres secundários são baixos índice de quebra pelo
vento e seca do painel, além de boa tolerância ao mal-das-folhas no Sul da Bahia. Nas
regiões do Estado de São Paulo as médias de produção no sistema ½ S d/2 em
Presidente Prudente foram de 1.755 kg/ha /ano e 1.509 Kg/ha/ano no sistema 1/2S d/4
com 5% de Ethefon. Em Buritama no sistema 1/2S d/4 + ET 2,5% foi 957 kg/ha/ano
(Tabela 2). Apresenta baixo índice de seca do painel e incidência à quebra pelo vento.
2.4.6. Clone IAC 35
Clone terciário desenvolvido pelo Instituto Agronômico (IAC) resultante
do cruzamento do clones secundários Fx 25 e RRIM 600. Apresenta caule reto
vigoroso, casca espessa e tenra, sem problemas de sangria, mostrando inconveniente de
abertura de copa tardia havendo necessidade de indução da copa. As ramificações
secundárias apresentam ângulo fechado com formato de copa tipo vassoura,
favorecendo maior número de árvores por hectare e resistência ao vento. Em
experimentos de Avaliação em Grande Escala a produção nos primeiros anos foi
excelente. A média de produção dos quatro primeiros anos em Jaú apresentou produção
de 1.415 Kg/ha/ano e 1.948 kg/ha/ano em Ubatuba (Tabela 3), ambos no sistema 1/2S
d/2. Apresenta tolerância ao mal-das-folhas no litoral do Estado e resistência a quebra
pelo vento.
2.4.7. Clone PB 252
Clone secundário resultante do cruzamento dos clones primários PB 86 x
PB 32/36 em Prang Besar, na Malásia. As árvores do clone possuem copa com um bom
esgalhamento com resistência ao vento. Possui boa taxa de crescimento durante o
período de imaturidade. A casca virgem renovada geralmente é fina. Na Malásia,
resultados de produção de sangria do primeiro painel mostrou superioridade em relação
ao RRIM 600. Em experimentos de Avaliação de Presidente Prudente, a média de
produção de cinco anos apresentou as melhores médias de produção entre os 10 clones
avaliados com 2.792 kg/ha/ano, 1442 kg/ha/ano e 1.105 kg/ha/ano nos sistemas 1/2S
d/2, 1/2S d/4 + ET 5% e 1/2S d/7 + ET 5%, respectivamente (Tabela 2) todos superiores
ao RRIM 600. Responde bem à estimulação com Ethefon sendo que a incidência de
seca de painel foi abaixo da média, na referida região.
2.4.8. Clone PB 330
Clone secundário selecionado do cruzamento dos clones primários PB
5/51 x PB 32/36 em Prang Besar, Malásia. Apresenta um sistema de esgalhamento
atrativo. A copa é cônica com folhagem moderadamente densa. Um dos clones mais
vigorosos no Estado. Apresenta-se moderadamente tolerante ao Oídio e Antracnose.
Nos experimentos conduzidos no Instituto Agronômico (IAC) até então não foi
observada quebra pelo vento. A casca, virgem ou regenerada, apresenta espessura
satisfatória. A incidência de seca de painel é baixa. Em ensaios conduzidos na Malásia
a média de produção de cinco anos extrapolou a produção do clone RRIM 600, com
produção acima de 2.000 kg/ha/ano (Tabela 2).
3. RECOMENDAÇÕES
No Estado de São Paulo, especialmente no Planalto Paulista, há certa
preferência pelos chamados clones orientais, que, a despeito da susceptibilidade ao mal-
das-folhas, causados pelo Microcyclus ulei, apresentam chance de exteriorizar, toda sua
capacidade produtiva na ausência de ataques epidêmicos desse patógeno, em
conseqüência da falta de condições ambientais ideais para o seu desenvolvimento no
reenfolhamento logo após a senescência. De forma contrária ao Planalto, o Litoral
paulista apresenta alta umidade relativa no período de desfolha, sendo as condições
ideais para o desenvolvimento do M. ulei, proporcionando grande incidência desse
patógeno. Dessa forma, a escolha dos clones para essa última região deve basear-se
nos que apresentam certa tolerância ao fungo.
A diversificação de clones no plantio é um princípio que deve ser seguido
na heveicultura, especialmente por ser uma cultura perene, em que as chances de
incidência à doenças são elevadas, dessa forma, reduzindo os riscos de insucesso.
Com base principalmente no comportamento obtido nos ensaios do
Instituto Agronômico e em plantações particulares do Estado, nas Tabelas 1, 2 ,3 e 4
estão relacionados aos clones potencialmente produtivos para as regiões paulistas,
respectivamente, para o Planalto e Litoral e nas Tabelas 5 e 6 os caracteres
comparativos dos clones recomendados para plantio em pequena escala e grande escala
para o Estado de São Paulo.
3.1. ESCALA DE RECOMENDAÇÃO
Com vistas a compatibilizar as recomendações sobre o material clonal a
ser plantado em determinada região ecológica, a Sudhevea em 1983
(Superintendência...1983) determinou critérios básicos conforme se segue:
Larga escala – Conjunto de clones que representam até 70% da área total
de plantio. Em geral, encontram-se amplamente plantados no Estado, com bom
desempenho no plantio comercial.
Pequena escala – Conjunto de clones que constituam até 30% da área
total de plantio para os projetos até 50 ha, ou 28% para projetos de 50-100 ha.
Geralmente, são clones promissores, ainda em fase de teste e observações, podendo
apresentar caracteres secundários indesejáveis.
Escala experimental – Conjunto de clones representando até 2% da área
total de plantios em projetos de 50-100 ha, ou 5% para projetos maiores.
Com o intuito de minimizar o risco com o cultivo da seringueira, sugere-
se um mínimo de clones que pode variar de acordo com o tamanho da área a ser
plantada Tabela 7.
3.2. PEQUENAS PROPRIEDADES
A seleção de clones para plantio em pequenas propriedades apresenta
problemas diferentes dos enfrentados pelos grandes heveicultores. A escolha
geralmente deve basear-se em clones disponíveis e com maior produtividade, que
apresentem rápido crescimento, tolerância às doenças da região, resistência à força dos
ventos, casca espessa e de boa regeneração e câmbio dificilmente afetado na sangria. O
período de descanso dado às árvores durante o desfolhamento deve estar relacionado
com o período em que o produtor esteja se dedicando a outras atividades na
propriedade. Se dado clone possui a maioria desses atributos, poderá ser recomendado
ao pequeno heveicultor.
Para pequenos plantios, a escolha de clones deve ser mais rígida para
minimizar os riscos, considerando que geralmente o pequeno heveicultor não dispõe de
muito conhecimento técnico sobre a cultura. O sistema de sangria que é adotado e
intensivo 1/2S d/2 6 d/7. Nesse caso, os clones ideais para o plantio são aqueles cujo
desempenho seja bem conhecido e que apresentem tolerância `a alta freqüência de
sangria.
Os seguintes itens devem ser observados em pequenas plantações:
a) Lotes ou talhões de, no máximo, 1 ha poderiam ser plantados com um
só clone.
b) Em propriedades com cerca de 5 ha, aconselha-se não utilizar um só
clone em mais de 50% da área total, pois restrições ambientais, como
quebra de vento e geadas, requerem um número maior de clones.
Os clones recomendados para plantio nessas propriedades são:
Planalto: RRIM 600, GT 1, PB 235, IAN 873 e PB 252
Litoral: IAN 4493, Fx 3028, Fx 3864, IAN 873 e IAN 2903, IAN 6223.
3.3. GRANDES PROPRIEDADES
Nas grandes plantações, pela necessidade de se plantar maior número de
clones e pelo limitado número de opções, sugere-se, além dos clones convencionais, a
inclusão de blocos de poucos hectares de clones recomendados em escala experimental,
a fim de se comprovar sua adaptabilidade à região.
Os grandes heveicultores, em geral com maior capacidade de assimilação
de novas tecnologias, na seleção de seus clones, podem tolerar certos defeitos
secundários, contanto que os clones escolhidos apresentem respostas adequadas aos
sistemas de baixa freqüência de sangria (½S em d/3, d/4 e d/7 com estimulação). Dessa
forma, clones em escala experimental podem ser incorporados ao seringal em lotes de 1
a 2 ha por clone.
O seguinte material é recomendado para grandes plantações:
Plantio em larga escala:
Planalto: GT 1, PB 235, PR 255, RRIM 600, PB 252, Fx 3864, IAN 873,
e PR 261 e PB 330, AVROS 1328.
Litoral: Fx 3864, Fx 3844, IAN 873, Fx 2261, Fx 567, IAN 2903, IAN
6223, IAN 6159.
Plantio em pequena escala escala:
Planalto: RRIM 626, RRIM 526, RRIM 614, C 256, IAC 40, IAC 300,
IAC 301, IAC 302, IAN 3156
Litoral: Fx 3087, Fx 2880, IAN 873, Fx 2878, Fx 985, Fx 3899, FX
3028, IAC 141, IAC 35 e AVROS 1279.
Plantio em escala escala experimental::
Planalto: RRIM 710, RRIM 711, RRIM 713, RRIM 714, RRIM 901,
RRIM 937, RRIM 938, PB 312, PB 314, PB 350 e PC 119.
Litoral: MDX 42, MDX 98, MDF 114, MDF 180 e IAN 6433.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O fator que normalmente influencia a produtividade de um seringal é o
material a ser plantado. É importante a escolha de clones que propiciem alta produção
durante os primeiros anos de sangria, bem como durante seu ciclo econômico, que
respondem bem à estimulação, à baixa intensidade de sangria e que apresentem
crescimento satisfatório antes e depois da entrada na fase de produção. Com base
nesses caracteres clonais, o heveicultor poderá assegurar alta produção, aliada a uma
alta taxa de retorno sobre o investimento aplicado em curto espaço de tempo.
As restrições impostas a tais caracteres são as relacionadas aos defeitos
inerentes ao clone e a sua interação com os fatores ambientais. Clones com propensão
extrema à quebra pelo vento ou susceptibilidade ao mal-das-folhas e à fitóftora podem
restringir severamente seu uso em certas regiões do Planalto e do Litoral paulistas.
Como medida paliativa, a Malásia emprega enxertia de copa em clones com problemas
de quebra pelo vento. No Brasil, principalmente no Estado do Amazonas, Bahia e Pará,
a enxertia de copa é utilizada para solucionar problemas de incidência do mal-das-folhas
em clones altamente susceptíveis.
O desempenho na produção de um clone pode ser seriamente afetado pela
ocorrência de restrições ambientais em áreas indicadas ao cultivo de seringueira. Os
fatores ambientais de uma região que influenciam a escolha de um clone são:
velocidade do vento, umidade atmosférica, tipo de solo, freqüência de geadas,
disponibilidade hídrica e intensidade e duração da estação seca.
Clones não adaptados às condições do ambiente resultam em redução do
potencial de produção. Clones susceptíveis à quebra não podem ser plantados em locais
com ventos fortes e constantes, sem qualquer proteção. Clones altamente suscetíveis ao
M. ulei não devem ser plantados em clima superúmido. O clone RRIM 600, altamente
produtivo, mas susceptível à quebra, produzirá mais em locais com baixa
intensidade/incidência de ventos.
O tipo de solo é importante para a produtividade, uma vez que o potencial
de um clone pode ser limitado quando em condições pedológicas desfavoráveis. Para se
avaliar o potencial real de sua produção, um clone deve ser plantado em ambientais
adequado, considerando os fatores ambientais, não se desprezando o solo.
Finalmente, ao contrário das recomendações de clones para amplas
regiões que se faziam no passado, que deparavam com problemas de interação
genótipo-ambiental, atualmente as recomendações são restritas aos respectivos
ambientes. A maximização do potencial de produção, sendo o somatório , de partículas
da interação genético-ambiental do local, possibilita uma escolha mais adequada de um
clone para plantio comercial.
5. REFERÊNCIAS
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Malaya. Kuala Lumpur, v. 112; p.33-51, 1971.
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Figura 1. Ciclo utilizado em programas de seleção e melhoramento da seringueira no Instituto Agronômico
VIVEIROS DE ‘PROGÊNIES DE POLINIZAÇÃO CONTROLADA OU ABERTA
SELEÇÃO
EXPERIMENTAÇÃO EM PEQUENA ESCALA
AVALIAÇÃO E SELEÇÃO
EXPERIMENTAÇÃO EM GRANDE ESCALA
RECOMENDADO PARA PLANTIO EM PEQUENA ESCALA
RECOMENDADO PARA PLANTIO EM GRANDE ESCALA
NOVA SELEÇÃO EAVALIAÇÃO DOS PARENTAIS
ANO
INDIVÍDUOS SUPERIORES
PARCELAS DE PROMOÇÃO
RECOMENDADOPARA PLANTIO EMPEQUENA ESCALA
RECOMENDADOPARA PLANTIO EM GRANDE ESCALA
POLINIZAÇÃO CONTROLADA
0
2-2 1/2
12
13
22
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4
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3
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25
Tabela 1. Potencial médio de produção anual de borracha seca de clones de seringueira, sob diferentes sistemas de sangria, recomendados para o Estado de São Paulo.
Produção (kg/bs/ha/a e g/bs/s/a) (1) Produção Média Local
Clones 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano acumulada da avaliação
GT 1(2) 739 (22,0) 1.095 (23,0) 1.968 (37,0) 2.296 (41,0) 2.296 (41,0) 8.394 1.679 (33,0) Pres. Prudente, SP GT 1(3) 739 (44,0) 1.095 (23,0) 1.516 (57,0) 1.652 (59,0) 1.568 (56,0) 6.570 1.314 (52,0) Pres. Prudente, SP GT 1(4) 472 (41,0) 702 (43,0) 985 (54,0) 1.094 (57,0) 1.382 (72,0) 4.635 927 (53,0) Pres. Prudente, SP PB 235(2) 1.142 (34,0) 1.666 (35,0) 2.234 (42,0) 2.037 (37,0) 2.240 (40,0) 9.319 1.864 (38,0) Pres. Prudente, SP PB 235(3) 672 (40,0) 1.023 (43,0) 1.303 (49,0) 1.512 (54,0) 1.596 (57,0) 6.106 1.221 (49,0) Pres. Prudente, SP PB 235(4) 461 (40,0) 1.485 (91,0) 547 (30,0) 730 (38,0) 557 (29,0) 3.780 756 (46,0) Pres. Prudente, SP PB 235(5) 773 (23,0) 1.309 (55,0) 2.128 (80,0) 2.380 (85,0) - 6.590 1.648 (61,0) Tabapuã, SP IAN 873(2) 840 (25,0) 1.190 (25,0) 2.128 (40,0) 2.352 (42,0) 2.576 (46,0) 9.086 1.817 (36,0) Pres. Prudente, SP IAN 873(3) 571 (34,0) 1.000 (42,0) 1.410 (53,0) 1.568 (56,0) 1.624 (58,0) 6.173 1.235 (49,0) Pres. Prudente, SP IAN 873(4) 484 (42,0) 816 (50,0) 1.131 (62,0) 1.210 (63,0) 1.267 (66,0) 4.908 982 (57,0) Pres. Prudente, SP IAN 873(5) 571 (17,0) 762 (32,0) 1.170 (44,0) 1.260 (45,0) - 3.763 941 (35,0) Tabapuã, SP RRIM 600(2) 1.042 (31,0) 1.571 (33,0) 2.660 (50,0) 3.080 (55,0) 3.136 (56,0) 11.489 2.298 (45,0) Pres. Prudente, SP RRIM 600(3) 689 (41,0) 1.095 (46,0) 1.649 (62,0) 1.848 (66,0) 1.904 (68,0) 7.185 1.437 (57,0) Pres. Prudente, SP RRIM 600(4) 472 (41,0) 734 (45,0) 1.003 (55,0) 1.094 (57,0) 1.152 (60,0) 4.455 891 (52,0) Pres. Prudente, SP
(1) Quilogramas de borracha seca por hectare/ano e gramas de borracha seca por sangria/árvore (parentesis) (2) Sangria no sistema 1/2 S d/2 6d/7 com 140 sangrias/ano (3) Sangria no sistema 1/2 S d/4 + ET 5%, com 70 sangrias/ano. (4) Sangria no sistema 1/2 S d/7 + ET 5% com 48 sangrias/ano. (5) Sangria no sistema 1/2 S d/2 6d/7 no 1º ano e 1/2 S d/4 6d/7 + ET 2,5% a partir do 2º ano de sangria. Nos cálculos de produção anual em kg de borracha seca considerou-se 240, 340, 380 e 400 árvores no 1º, 2º, 3º e 4º ano, respectivamente.
Tabela 2. Potencial médio de produção anual de borracha seca de clones de seringueira, sob diferentes sistemas de sangria, recomendados para o Estado de São Paulo.
Clones Produção (kg/bs/ha/a e g/bs/s/a) (1) Produção Média Local
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano acumulada da avaliação
PR 261(2) 605 (18,0) 1.047 (22,0) 1.490 (28,0) 1.960 (35,0) 2.184 (39,0) 7.286 1.457 (28,0) Pres. Prudente, SP
PR 261(3) 403 (24,0) 571 (24,0) 851 (32,0) 952 (34,0) 1.260 (45,0) 4.037 807 (32,0) Pres. Prudente, SP
PR 261(4) 334 (29,0) 490 (30,0) 675 (37,0) 845 (44,0) 941 (49,0) 3.285 657 (38,0) Pres. Prudente, SP
PB 252(2) 1.243 (37,0) 1.952 (41,0) 2.979 (56,0) 3.752 (67,0) 4.032 (72,0) 13.958 2.792 (55,0) Pres. Prudente, SP
PB 252(3) 655 (39,0) 1.000 (42,0) 1.383 (52,0) 2.044 (73,0) 2.128 (76,0) 7.210 1.442 (56,0) Pres. Prudente, SP
PB 252(4) 553 (48,0) 816 (50,0) 967 (53,0) 1.267 (66,0) 1.920 (100,0) 5.523 1.105 (63,0) Pres. Prudente, SP
Fx 3864(2) 571 (17,0) 952 (20,0) 1.596 (30,0) 2.688 (48,0) 2.968 (53,0) 8.775 1.755 (34,0) Pres. Prudente, SP
Fx 3864(3) 470 (28,0) 762 (32,0) 1.037 (39,0) 1.288 (46,0) 1.736 (62,0) 5.293 1.059 (41,0) Pres. Prudente, SP
Fx 3864(4) 323 (28,0) 506 (31,0) 748 (41,0) 922 (48,0) 941 (49,0) 3.440 688 (39,0) Pres. Prudente, SP
Fx 3864(5) 420 (25,0) 857 (36,0) 958 (36,0) 1.036 (37,0) 1.512 (54,0) 4.783 957 (38,0) Buritama, SP
AVROS 1328(6) 456 (19,0) 748 (22,0) 1.178 (31,0) 1.360 (34,0) 1.280 (32,0) 5.022 1.004 (28,0) Malásia
AVROS 1328(7) 470 (14,0) 1.856 (39,0) 2.554 (48,0) 3.080 (55,0) - 7.960 1.990 (39,0) Tabapuã, SP
PB 330(7) 672 (20,0) 1.809 (38,0) 2.341 (44,0) 3.024 (54,0) 3.248 (58,0) 11.094 2.219 (43,0) Malásia
(1) Quilogramas de borracha seca por hectare/ano e gramas de borracha seca por sangria/árvore (parentesis) (2) Sangria no sistema 1/2 S d/2 6d/7 com 140 sangrias/ano. (3) Sangria no sistema 1/2 S d/4 6d/7 + ET 5% com 70 sangrias/ano. (4) Sangria no sistema 1/2 S d/7 6d/7 + ET 5% .com 48 sangrias/ano. (5) Sangria no sistema 1/2 S d/4 6d/7 + ET 2,5% (Buritama - SP.) (6) Adaptado de FOREIGN...(1971). Sistema de sangria 1/2 S d/3 com 100 sangrias/ano (Malásia). (7) Adaptado de GHANI (1991). Sistema de sangria 1/2 S d/2 (Malásia) Nos cálculos de produção anual em quilograma de borracha seca considerou-se 240, 340, 380 e 400 plantas no 1º, 2º, 3º e 4º ano respectivamente.
Tabela 3. Potencial médio de produção anual de borracha seca de clones de seringueira, sob diferentes sistemas de sangria, recomendados para o Estado
de São Paulo. Produção (kg/bs/ha/a e g/bs/s/a) (1) Produção Média Local Clones 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano acumulada da avaliação
RRIM 626(2) 605 (18,0) 1.285 (27,0) 1.596 (30,0) 2.352 (42,0) 1.848(33,0) 2.408(43,0) 10.094 1.682 (32,0) Campinas, SP
C 256(2) 605 (18,0) 809 (17,0) 1.064 (20,0) 1.176 (21,0) 1.400 (25,0) 1.568 (28,0) 6.622 1.104 (21,0) Campinas, SP C 297(2) 470 (14,0) 904 (19,0) 1.170 (22,0) 1.456 (26,0) 1.288 (23,7) 1.344 (24,0) 6.632 1.105 (21,0) Campinas, SP C 297(3) 456 (19,0) 714 (30,0) 745 (28,0) 728 (26,0) 1.036 (37,0) 1.344 (48,0) 5.023 837 (31,0) Buritama, SP
RRIM 526(2) 571 (17,0) 619 (13,0) 1.064 (20,0) 1.344 (24,0) 1.064 (19,0) 1.456 (26,0) 6.118 1.020 (20,0) Jaú, SP RRIM 526(3) 552 (23,0) 690 (29,0) 798 (30,0) 644 (23,0) 1.176 (42,0) 1.344 (48,0) 5.204 867 (33,0) Buritama, SP
IAC 35(2) 672 (20,0) 1.047 (22,0) 1.702 (32,0) 2.240 (40,0) - - 5.661 1.415 (29,0) Jaú, SP IAC 35(2) 840 (25,0) 2.237 (47,0) 2.766 (52,0) - - - 5.843 1.948 (41,0) Ubatuba, SP IAC 40(4) 1.10 9 (33,0) 2.618 (77,0) - - - - 3.727 1.864 (55,0) Votuporanga, SP IAC 41(2) 403 (12,0) 1.190 (25,0) 1.383 (26,0) 2.128 (38,0) - - 5.104 1.276 (25,0) Jaú, SP IAC 56(4) 504 (15,0) 1.598 (47,0) - - - - 2.102 1.051 (31,0) Votuporanga, SP
(1) Quilogramas de borracha seca por hectare/ano e gramas de borracha seca por sangria/árvore (parentesis) (2) Sangria no sistema 1/2 S d/2 5d/7 com 140 sangrias/ano. (3) Sangria no sistema 1/2 S d/3 6d/7 + ET 2,5% no 1º ano e 1/2 S d/4 6d/7 + ET 2,5% nos anos subseqüentes, com 100 e 70 sangrias/ano, respectivamente. (4) Sangria no sistema 1/2 S d/2 5d/7 no 1º ano e 1/2 S d/3 5d/7 + ET 2,5% no 2º ano, com 140 e 100 sangrias/ano, respe ctivamente. Nos cálculos de produção anual em quilograma de borracha seca considerou-se 240 e 340, 380 e 400 no 1º, 2º, 3º e 4º ano, respectivamente.
Tabela 4. Potencial médio de produção anual de borracha seca de clones de seringueira, sob diferentes sistemas de sangria, recomendados para o Estado de São Paulo.
Clones Produção (kg/bs/ha/a e g/bs/s/a) (1) Produção Média Porcentagem em Local
1º ano 2º ano acumulada da avaliação relação à testemunha
IAC 300 806 (24,0) 1.972 (58,0) 2.778 1.389 (41,0) 124 Votuporanga, SP
IAC 301 706 (21,0) 1.938 (57,0) 2.644 1.322 (39,0) 118 Votuporanga, SP
IAC 302 605 (18,0) 1.768 (52,0) 2.373 1.187 (35,0) 106 Votuporanga, SP
IAC 303 504 (15,0) 1.428 (42,0) 1.932 966 (29,0) 86 Votuporanga, SP
IAN 3156 1.27 7(38,0) 2.346 (69,0) 3.623 1.812 (54,0) 162 Votuporanga, SP
Fx 3899 672 (20,0) 1.598 (47,0) 2.270 1.135 (34,0) 101 Votuporanga, SP
Fx 985 638 (19,0) 1.360 (40,0) 1.998 999 (30,0) 89 Votuporanga, SP
RRIM 600 605 (18,0) 1.632 (48,0) 2.237 1.119 (33,0) 100 Votuporanga, SP
(1) Quilogramas de borracha seca por hectare/ano e gramas de borracha seca por sangria/árvore (parentesis) (2) Sangria no sistema 1/2 S d/2 5d/7 no 1º ano e 1/2 S d/3 + ET 2,5% no 2º ano com 140 e 100 sangrias/ano respe ctivamente. Nos cálculos de produção anual em quilograma de borracha seca considerou-se 240 e 340 plantas no 1º e 2º ano respectivamente.
Tabela 5. Caracteres primários e secundários comparativos de clones recomendados para plantio em grande escala no estado de São Paulo.
Caracteres RRIM PB GT IAN PB PR PR FX 600 235 1 873 252 255 261 3864
Produção média dos primeiros anos 4 5 3 3 5 5 5 3
Produção média do terceiro ao quinto ano 4 4 4 4 5 5 5 5
Produção durante a senescência 4 4 4 3 4 4 4 3
Resposta à estimulação 5 3 3 4 5 4 4 4
Resistência à seca do painel 4 1 - 2 4 3 - 4 4 3 - 4 3 - 4 4
Resistência ao vento 3 3 4 3 4 4 4 3 - 4
Resistência à antracnose 3 4 3 3 4 3 3 3
Resistência ao oídio 4 2 - 3 4 3 4 3 3 4
Resistência ao frio 3 3 4 4 3 3 3 3
Formato de copa 3 5 3 3 4 4 - 4
Vigor durante a imaturidade 3 5 4 4 4 4 3 4
Incremento do caule durante a sangria 4 3 - 4 3 - 4 4 4 - 5 3 3 4
Espessura da casca virgem 2 3 4 4 3 4 3 3
Renovação de casca 4 3 4 4 4 4 4 3 - 4 1 - Ruim; 2 - Abaixo da média; 3 - Médio; 4 - Bom; 5 - Muito bom.
Tabela 6. Caracteres primários e secundários comparativos de clones recomendados para plantio em grande escala no estado de São Paulo.
Caracteres RRIM IAC IAC IAC IAC IAC IAN RRIM 626 40 41 300 301 302 3156 526
Produção média dos primeiros anos 4 5 3 3 5 5 5 2
Produção média do terceiro ao quinto ano 5 N.A. 4 N.A. N.A. N.A. N.A. 4
Produção durante a senescência 3 4 3 3 4 4 4 3
Resposta à estimulação 4 4 - 5 N.A. 4 5 4 4 4
Resistência à seca do painel 4 3 - 4 4 3 - 4 4 3 - 4 3 - 4 4
Resistência ao vento 2 - 3 3 4 3 4 4 4 3 - 4
Resistência à antracnose 2 - 3 4 3 3 4 3 3 3
Resistência ao oídio 4 2 - 3 4 3 4 3 3 4
Resistência ao frio 3 3 4 4 3 3 3 3
Formato de copa 3 4 3 3 4 4 - 3
Vigor durante a imaturidade 3 4 4 4 4 4 3 3
Incremento do caule durante a sangria 4 4 3 - 4 4 4 - 5 3 3 4
Espessura da casca virgem 2 4 4 4 3 4 3 3
Renovação de casca 4 3 4 4 4 4 4 4
1 - Ruim; 2 - Abaixo da média; 3 - Médio; 4 - Bom; 5 - Muito bom.; N.A. - Não avaliados.