Post on 10-Jul-2015
-Oposição ao idealismo romântico. Não há envolvimento
sentimental;
- Representação mais fiel da realidade;
- Romance como meio de combate e crítica às instituições
sociais decadentes, como o casamento, por exemplo;
- Análise dos valores burgueses com visão crítica
denunciando a hipocrisia e corrupção da classe;
- Influência dos métodos experimentais;
- Narrativa minuciosa (com muitos detalhes);
- Personagens analisadas psicologicamente;
Na segunda metade do século XIX, as ideias
do Liberalismo e Democracia ganham mais espaço. As ciências
evoluem e os métodos de experimentação e observação da realidade
passam a ser vistos como os únicos capazes de explicar o mundo físico.
Houve também uma transformação no aspecto social com o
surgimento da população urbana, a desigualdade econômica e o
aparecimento do proletariado.
O Brasil passou por mudanças políticas e sociais
marcantes. A queda da escravidão e do Império
criou uma nova realidade no país; influenciadas por
ideais europeus: liberalismo, socialismo, positivismo,
cientificismo, etc.
Realismo: os escritores voltavam-se para a observação
do mundo objetivo. Procuravam fazer arte com os
problemas concretos de seu tempo, sem preconceitos ou
convenções. Focalizavam o cotidiano. O adultério, o clero e
a sociedade burguesa em crise tornaram-se temas para as
obras desse período.
Naturalismo: radicalizou o determinismo (o homem como produto
de leis físicas e sociais) do movimento realista. Essa nova tendência
apareceu em uma situação de grande pessimismo. Os escritores
naturalistas introduziram o chamado "romance experimental" contra o
esteticismo em que se enveredava a arte. O movimento não se
restringiu à ciência positivista. Registrou como os realistas, não o
passado, mas o presente com temas inovadores e linguagem atual.
Denunciou a hipocrisia e caracterizou as lutas sociais, temáticas novas,
que anteciparam a literatura de ênfase social do século XX.
Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo,
invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com
casamento. Machado de Assis
É o maior escritor do século XIX, escreveu romances e contos, e
aventurou-se pelo mundo da poesia, teatro, crônica e critica literária.
Sua infância foi muito pobre e a sua ascensão artística se deve a
muito trabalho e dedicação.
Como romancista escreveu: ”A mão e a luva”, “Ressurreição”,
”Helena” e “Iaiá Garcia”.
Essas obras revelam algumas características que marcarão a fase
realista e , como a análise psicológica dos personagens, o humor,
monólogos interiores e cortes na narrativa“Memórias Póstumas da
Brás Cubas”, “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e
“Memorial de Aires”, revelam o interesse do autor de aprofundar a
análise do comportamento do homem, revelando algumas características
próprias do ser-humano como a inveja, a luxúria, o egoísmo e a vaidade,
todas encobertas por uma aparência boa e honesta.
Como contista Machado escreveu: ”A Cartomante”,”O
Alienista”,”O Enfermeiro” ,”O Espelho” dentre outros
Suas peças teatrais não tinham o mesmo nível que seus
contos e romances, ex: “Quase ministro” e “Os deuses da
casaca”.
Como crítico literário, além de vários prefácios e ensaios
destacam-se 3 estudos: ”Instinto de nacionalidade”,”A
nova geração” e “O primo Basílio”
Nasceu em Angra do Reis, filho de uma família de grandes proprietários.
Teve uma infância bastante reclusa. No começo da década de 1870, os
Pompéia se mudaram para a Corte e o menino vai estudar no Colégio Abílio,
onde permaneceu por cinco anos e do qual se vingaria dez anos depois.
Concluiu seus estudos no Colégio D. Pedro II e, mais tarde, bacharelou-se
pela Faculdade de Direito do Recife. Abolicionista e republicano exaltado, é
uma espécie de intelectual de esquerda da época.
Ocupou vários cargos públicos, inclusive a
direção da Biblioteca Nacional. Seu temperamento
exaltado despertou ódios e inimizades. Chegou a
marcar um duelo com Olavo Bilac, que acabou não
se realizando. Esta sensibilidade doentia e não
resolvida impeliu-o ao suicídio, num dia de Natal.
Contava então trinta e dois anos de idade.
A Noite...
Chamamos treva à noite. A noite vem do Oriente como a luz.
Adiante, voam-lhe os gênios da sombra, distribuindo estrelas e
pirilampos. A noite, soberana, desce. Por estranha magia revelam-se
os fantasmas de súbito.
Saem as paixões más e obscenas; a hipocrisia descasca-se e
aparece; levantam-se no escuro as vesgas traições, crispando
os punhos ao cabo dos punhais; à sombra do bosque e nas ruas ermas,
a alma perversa e a alma bestial encontram-se como amantes
apalavrados; tresanda o miasma da orgia e da maldade.......
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em 1857 . Como
sempre foi muito bom caricaturista e desenhista, Aluísio ingressou na
Academia Imperial de Belas-Artes no Rio de Janeiro. Ao retornar ao
Maranhao sua terra natal escreveu o romance romântico “Uma lágrima
de Mulher”, ao passo que continuou na carreira jornalística, escrevendo
para alguns jornais, entre eles o que ajudou a fundar, chamado “O
Pensador”.
Foi então, que decidiu se sustentar como escritor e em 1881
publicou o livro “O mulato”, que daria ao autor o título de “precursor
do Naturalismo no Brasil”. Esta obra foi um verdadeiro escândalo para
a época.
Contudo, há outro romance naturalista de Aluísio que tem mais
destaque na literatura: O cortiço. As personagens nesta narrativa são
operários, lavadeiras, prostitutas e apresentam a população
marginalizada, excluída da sociedade. O ambiente social é caótico,
degradado e sem estrutura, ou seja, um cortiço.
Veja um trecho da obra “O cortiço” sobre o estereótipo de João Romão:
"E seu tipo baixote, socado, de cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer, ia e vinha de
pedreira para a venda, da venda para as hortas e ao capinzal, sempre em mangas de camisa,
tamancos, sem meias, olhando para todos os lados, com o seu eterno ar de cobiça, apoderando-
se, com os olhos, de tudo aquilo de que ele não podia apoderar-se logo com as unhas".
Obras: Uma lágrima de mulher (1879); Memórias de um condenado (ou A
condessa Vésper) (1882); Mistério da Tijuca (ou Girândola de amores) (1882);
Filomena Borges (1884); A mortalha de Alzira (1894).
Romances naturalistas: O mulato (1881); Casa de pensão (1884); O homem
(1887); O cortiço (1890); O coruja (1890).
Romancista, contista, cronista, crítico literário e epistológrafo, Em 1867,
integra o Cenáculo, grupo composto por intelectuais que desencadeia o
movimento realista em Portugal.
Eça faz sua estreia literária em 1866, no jornal “Gazeta de Portugal”, e publica
seus primeiros versos na revista “Revolução de Setembro”, com o pseudônimo de
Carlos Fradique Mendes . Escritor irônico, revitaliza a prosa de seu país com
neologismos e recursos da língua falada, evitando o purismo tradicional.
Considerado por alguns críticos literários o representante máximo do
Realismo-Naturalismo português.
O amor eterno é o amor impossível.
Os amores possíveis começam a morrer
no dia em que se concretizam.
Eça de Queiroz