Post on 14-Feb-2021
_________________________
1) Professora do Departamento de Engenharia Cartográfica – DECART, UFPE, Endereço, analucia@ufpe.br 2) Bolsita do Departamento de Engenharia Civil - DECIVIL, UFPE, Endereço, louiselobo@yahoo.com.br 3) Professora do Departamento de Engenharia Civil - DECIVIL, UFPE, Endereço, msobral@ufpe.br 4) Professor do Departamento de Engenharia Civil - DECIVIL, UFPE, Endereço, jcabral@ufpe.br 5) Departamento de Engenharia Cartográfica – DECART, UFPE, Endereço, joaoufpe@gmail.com 6) Departamento de Engenharia Cartográfica – DECART, UFPE, Endereço, lmguimaraes2@hotmail.com
QUALIDADE DO SOLO PARA AS CULTURAS IRRIGADAS NO ENTORNO DO RESERVATÓRIO DE ITAPARICA – PERNAMBUCO
Ana Lúcia Bezerra Candeias1; Louise Lopes Lôbo Leite2; Jaime Joaquim da Silva P. Cabral3; Maria do Carmo Sobral4; João Rodrigues Tavares Junior5 & Luciano Macedo Guimarães6
RESUMO --- Um problema central da área de influência do reservatório de Itaparica é o risco de salinização do solo, contaminação por agroquímicos e introdução de esgotos não tratados nos reservatórios. Os projetos de irrigação que se expandiram nos últimos anos, embora tragam benefícios à população do vale, também contribuem para colocar em risco a saúde de seus habitantes, bem como a qualidade da água e do solo, pelo uso intensivo e indiscriminado de fertilizantes e defensivos agrícolas. Este trabalho mapeia os solos no entorno do reservatório de Itaparica do lado do estado de Pernambuco.
Palavras-chave: Solos, áreas irrigadas, reservatório.
ABSTRACT--- The central problem of Itaparica’s reservoir influence area is the risk of soil salinization, contamination by agricultural chemicals and introduction of untreated sewage in the reservoir. The irrigation projects that have been expanded in recent years bring benefits to the population of the valley. On the other hand, they contribute to endanger the health of its inhabitants, as well as water and soil quality, by the intensive and indiscriminate use of fertilizers and agricultural chemicals. This work maps the soil around the Itaparica’s reservoir on the side of the Pernambuco state.
Keywords: Soil, crop irrigation, reservoir.
INTRODUÇÃO
O reservatório de Itaparica foi construído com a finalidade prioritária de geração de energia.
O seu planejamento é da década de 1970, quando não se contemplavam aspectos ambientais que a
legislação e a sociedade civil atualmente exigem. Por conta disso, os programas de proteção
ambiental implantados foram bastante reduzidos. A partir de 1986, com a legitimação da exigência
da realização de estudos de impactos ambientais para projetos desse porte, houve uma maior
preocupação com a questão ambiental. O estudo ambiental desta barragem, realizado em 1986 foi
pioneiro no Nordeste (SOBRAL, 1992).
Além da utilização para geração de energia, o reservatório de Itaparica também é utilizado
para abastecimento humano e industrial, irrigação, lazer.
Dados da ANA (2003) sobre a participação de cada setor usuário da água no sub-médio do
São Francisco retrata que a vocação é nitidamente rural com predominância do uso de água para a
agricultura irrigada, que representa 50,5 % entre todos os usos consuntivos.
Com a construção do reservatório houve a realocação de 10.500 famílias em áreas localizadas
em Pernambuco e na Bahia. Desse modo, foram implantadas as novas cidades de Rodelas e o
povoado de Barra do Tarrachil, na Bahia, Petrolândia e Itacuruba, em Pernambuco, e mais 126
agrovilas nos sertões desses dois Estados, região do sub-médio São Francisco (SILVA et al,. 2007).
Atualmente, a situação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco, CHESF, é conflitante,
porque de um lado ela tem por missão promover benefícios para a população local, como, por
exemplo, promovendo a agricultura e aqüicultura, mas por outro lado a Companhia tem que
restringir o uso do solo e a pesca intensiva de modo a proteger o corpo d'água.
Os problemas de eutrofização são intensificados pela variação do nível de água em um
reservatório, decorrentes das condições de funcionamento da central de energia. Em Itaparica, o
nível de água varia aproximadamente 6 m sob circunstâncias normais, e até 19 m sob circunstâncias
climáticas extremas. Assim, a vegetação litoral típica que ocorre nos lagos não se desenvolve,
constituindo uma zona do deserto somente com alguns filamentos de algas durante inundações.
De forma resumida tem-se que desde o início de sua operação, em 1986, verifica-se uma
série de problemas ambientais, ressaltando-se: a) criação e expansão dos núcleos urbanos
localizados próximos às margens do lago; b) salinização do solo; c) uso descontrolado das margens
do lago por atividades agrícolas com uso intensivo e indiscriminado de fertilizantes e defensivos
agrícolas (contaminação por agroquímicos (Schneckenburger, 2006)); d) ausência de crescimento da
vegetação da mata ciliar ao longo das margens por conta das variações do nível de água; e) uso
indiscriminado da água para irrigação; f) crescente uso das áreas com águas rasas para implantação
de projetos de aqüicultura; g) lançamento de esgotos domésticos não tratados no reservatório; h)
processo de erosão do solo e das margens; i) vegetação remanescente no leito do lago;
Este trabalho foca a questão do tipo do solo que está na circunvizinhança de 2km do
reservatório e as áreas irrigadas.
METODOLOGIA
A metodologia foi dividida nos seguintes tópicos:
• Aquisição de informações e dados espaciais e temporais cartografados e não
cartografados e com uso das técnicas de sensoriamento remoto da área do reservatório
(fotografias aéreas disponíveis na CHESF e das imagens de satélite (Landsat), mapas
do Zoneamento Agro-ecológico do Estado de Pernambuco-ZAPE, elaborado pela
EMBRAPA.
• Geração de mapas com as informações US (unidade de mapeamento de solo); UG
(unidade geoambiental); UP (unidade de paisagem); Classes de solos, Aptidão para
irrigação; Potencial para agricultura.
A Figura 1 (a) mostra uma imagem TM-Landsat com a demarcação em amarelo de uma faixa
de 2km a partir da margem do reservatório, formando a área a ser analisada no desenvolvimento do
SIG.
(a) Área Analisada marcada em amarelo na imagem TM543.
(b) área de influencia de 2 km com divisão municipal.
Figura 1 - Área Analisada do reservatório de Itaparica.
Metodologia usada para a área analisada
Na gestão da área deseja-se observar o crescimento, os problemas associados bem com sugerir
locais mais adaptados para implantar culturas com menor risco de salinização e eutrofização do
reservatório, por exemplo.
Os layers de solo foram extraídos do ZAPE (Zoneamento Agroecológico do Estado de
Pernambuco)/EMBRAPA para serem incluídos como layers no SIG. Os mapas de solo que irão
compor o SIG são: US (unidade de mapeamento de solo); UG (unidade geoambiental); UP (unidade
de paisagem); Classes de solos, Aptidão para irrigação; Potencial para agricultura.
Em Rodrigues et al. (2001) tem-se que:
• Os domínios morfoestruturais constituem a maior divisão taxonômica adotada neste trabalho
e foi denominada Unidade de Paisagem (UP).
• A Unidade Geoambiental (UG) caracteriza-se por uma compartimentação reconhecida
regionalmente e está ligada a fatores climáticos atuais ou passados.
• As Unidades de Mapeamento (UM) de Solos constituem os elementos básicos da “UG”.
Portanto, essas unidades (com características afins) formam as diferentes Unidades
Geoambientais (UGs) que ocorrem na área estudada. Com efeito, as características do solo e
sua distribuição são fundamentais no que diz respeito à dinâmica da água (drenagem,
retenção de umidade, volume de solo explorado pelo sistema radicular, etc.) e condicionam,
em grande parte, a ação de introdução de inovações tecnológicas ou de alterações nos
sistemas de produção agrossilvopatoris ou mesmo de outros sistemas de uso.
UM é um conjunto de áreas de solos com relações e posições definidas na paisagem. Uma
“UM” pode ser constituída por uma única unidade taxonômica (unidade simples) ou por várias
unidades taxonômicas (unidade combinada). Uma unidade combinada é mais comum nos
levantamentos pedológicos em escalas de 1:100.000 ou menores. As unidades combinadas são
normalmente denominadas de associações, complexos e grupamentos indiferenciados de solos. Em
sua composição entram dois ou mais componentes.
Classes de potencial das terras pelo ZAPE
Foram estabelecidas em Rodrigues et al. (2001) seis classes de potencialidade das terras,
numa evolução crescente das dificuldades ou de restrições, tecnicamente chamados de fatores
limitantes.
As classes 1 a 4 são consideradas terras agricultáveis, ou seja, aptas para a prática de
agricultura geral com culturas permanentes ou anuais. São terras aráveis que podem ser submetidas
a uma utilização racional, com o fim de produzir uma agricultura sustentável. São classificadas
como:
M – terras agricultáveis de melhor potencial – classe 1;
B – terras agricultáveis de bom potencial – classe 2;
R – terras agricultáveis de potencial regular – classe 3;
T – terras agricultáveis de potencial restrito (ou temerário) – classe 4.
A classe 5 engloba as terras consideradas, em princípio, não agricultáveis, que podem ser
recomendadas para uso alternativo com silvicultura e/ou pastagem, assim indicadas:
S – silvicultura ou reflorestamento;
P – pastagem plantada;
N – pastagem natural.
A classe 6 forma o conjunto de áreas consideradas não indicadas ou inaptas – NI – para
atividades agrícolas, pastagem ou reflorestamento, as quais são, geralmente destinadas à
preservação ambiental ou outro uso não agrícola.
Em todos os casos, torna-se subentendido que uma área de melhores qualidades abriga a
potencialidade recomendada para as outras classes de qualidades inferiores. Significa dizer, por
exemplo, que uma terra de classe 3 poderia receber utilização indicada para a classe 4 ou para a
classe 5.
Classificação da unidade de mapeamento quanto ao potencial dos solos para irrigação (ZAPE):
• POTENCIAL MUITO ALTO: unidades de mapeamento com 50% ou mais da área constituída
por solos de aptidão “Muito boa” (classe 1);
• POTENCIAL ALTO: unidades de mapeamento com menos de 50% da área constituída por
solos de aptidão “Muito boa”, mas, a soma dos solos de aptidão “Muito boa” com os de aptidão
“Boa” (classe 2) é igual ou superior a 50%;
• POTENCIAL MÉDIO: unidades de mapeamento com 25% a 50% da área constituída por solos
de aptidão “Muito boa” ou “Boa” (classes 1 e 2); e, ou, unidades de mapeamento com 50% ou
mais da área constituída por solos de aptidão “Regular” (classe 3);
• POTENCIAL BAIXO: unidades de mapeamento com menos de 25% da área constituída por
solos de aptidão “Muito boa” ou “Boa” (classes 1 e 2), e, menos de 50% da unidade de
mapeamento constituída por solos de aptidão “Regular” (classe 3);
• POTENCIAL MUITO BAIXO: unidades de mapeamento sem a ocorrência de solos das classes
“Muito boa”, “Boa” ou “Regular” para irrigação. Somente ocorrem solos das classes “Restrita”
ou “Inapta” (classes 4 e 6).
• CLASSE ESPECIAL: unidades de mapeamento dominantemente constituídas por solos de
aptidão “Boa” ou “Regular” (classes 2 e 3), mas situadas em altitudes elevadas (classe 5), o que
torna a altura de recalque da água bastante elevada.
Imagens para visualizar a vegetação irrigada
A vegetação da área irrigada foi analisada a partir das imagens de Sensoriamento Remoto. Os
índices de vegetação são indicadores do crescimento e do vigor de vegetação verde podem ser
utilizados no diagnostico de vários parâmetros biofísicos, como: biomassa, IAF (índice de área
foliar), uso do solo, atividade fotossintética produtividade, estresse hídrico, entre outros. Exemplos
de aplicação de NDVI para estudos de dinâmicas de vegetação e monitoramento de cobertura da
terra podem ser vistos em Gupta (2000); Yuan e Bauer (2006); Rosemback e Florezano (2005).
O NDVI é dado pela equação 1, e fornece uma imagem monocromática como resultado e
mesmo tamanho que as bandas TM3 e TM4. Nesta imagem os resultados mais próximos a 255
(branco) representarão as áreas de vegetação com maior vigor de crescimento (áreas irrigadas)
(Figura 1).
NDVI = Ganho((TM4-TM3)/(TM4+TM3))+offset (1)
Onde TM3 e TM4 são respectivamente as bandas 3 e 4 do sensor TM do satélite Landsat 5.
Ganho e offset são constantes que são colocadas para melhor contraste (visualização) do resultado.
RESULTADOS
Os mapas desta seção foram obtidos a partir de Rodrigues et al. (2001) utilizando uma região
de entorno, ou também denotado de buffer de 2km a partir do reservatório de Itaparica. As Figuras
de 2 a 7 mostram os layers que serão incorporados na análise da Gestão da Unidade de Solo(US),
Unidade Geoambiental(UG), Unidade de Paisagem(UP), Classes de Solo, Potencial para a
agricultura e Potencial para a irrigação de Pernambuco.
Os dados aqui são apenas do lado do estado de Pernambuco, pois o ZAPE fornece apenas as
informações para este Estado.
FLORESTA
PETROLÂNDIA
TACARATU
ITACURUBA
BELÉM DE SÃO FRANCISCO
JATOBÁAGUA
AGUA
AGUA
AQ5
AQ9
RE21
R43
PS7
AQ9
V7
AQ10
V7
AQ9V7
AQ9
AQ13
AQ17
PS12
A13
PS8
NC14
A10A10
NC14
AQ12
NC17
A10
A11
PS8
NC17
AQ16
AQ16
Potencial A10A11A13AGUAAQ10AQ12AQ13AQ16AQ17AQ5AQ9NC14NC17PS12PS7PS8R43RE21V7Municipios_PE
30 0 30 60 KilometersN
9°00' 9°00'8°30' 8°30'
39°00'
39°00'
38°30'
38°30'
38°00'
38°00'-39
-39
-38
-38-9 -9
UTM/Datum->SAD69
Legenda
Figura 2 – Unidade de Solo
FLORESTA
PETROLÂNDIA
TACARATU
ITACURUBA
BELÉM DE SÃO FRANCISCO
JATOBÁ
Ug AGUAPEDIPLANOS ARENOSOSPEDIPLANOS ARENOSOS/ARGILOSOSPEDIPLANOS ARGILOSOSPEDIPLANOS AVERMELHADOS DE TEXTURA MEDIA E ARGILOSAPEDIPLANOS COM PROBLEMAS DE SAIS E DE DRENAGEMSERRAS E SERROTESSUPERFICIES ARENOSASVARZEAS E TERRACOS ALUVIAISMunicipios_PE
30 0 30 60 KilometersN9°00' 9°00'
8°30' 8°30'
39°00'
39°00'
38°30'
38°30'
38°00'
38°00'-39
-39
-38
-38-9 -9 UTM/Datum->SAD69
Legenda
Figura 3 – Unidade Geoambiental.
FLORESTA
PETROLÂNDIA
TACARATU
ITACURUBA
BELÉM DE SÃO FRANCISCO
JATOBÁ
Up AGUABACIA DO JATOBADEPRESSAO SERTANEJAPEDIPLANO DO BAIXO SAO FRANCISCOMunicipios_PE
30 0 30 60 Kilometers
N9°00' 9°00'8°30' 8°30'
39°00'
39°00'
38°30'
38°30'
38°00'
38°00'-39
-39
-38
-38-9 -9
UTM/Datum->SAD69
Legenda
Figura 4 – Unidade de Paisagem.
FLORESTA
PETROLÂNDIA
TACARATU
ITACURUBA
BELÉM DE SÃO FRANCISCO
JATOBÁAGUA
AGUA
AGUA
AQ
AQ
RE
R
PS
AQ
V
AQ
V
AQV
AQ
AQ
AQ
PS
A
PS
NC
AA
NC
AQ
NC
A
A
PS
NC
AQ
AQ
30 0 30 60 Kilometers
N9°00' 9°00'8°30' 8°30'
39°00'
39°00'
38°30'
38°30'
38°00'
38°00'-39
-39
-38
-38-9 -9 UTM/Datum->SAD69
LegendaClassesAAGUAAQNCPSRREVMunicipios_PE
Figura 5 – Classes de Solo.
FLORESTA
PETROLÂNDIA
TACARATU
ITACURUBA
BELÉM DE SÃO FRANCISCO
JATOBÁ
Potencial AGUANAO INDICADAS PARA ATIVIDADES AGRICOLASPASTAGEM NATURALTERRAS AGRICULTAVEIS DE BOM POTENCIALTERRAS AGRICULTAVEIS DE POTENCIAL RESTRITOMunicipios_PE
30 0 30 60 Kilometers
N9°00' 9°00'8°30' 8°30'
39°00'
39°00'
38°30'
38°30'
38°00'
38°00'-39
-39
-38
-38-9 -9
UTM/Datum->SAD69
Legenda
Figura 6 – Potencial para a agricultura.
FLORESTA
PETROLÂNDIA
TACARATU
ITACURUBA
BELÉM DE SÃO FRANCISCO
JATOBÁ
Potencial de IrrigaçãoAGUAPOTENCIAL ALTOPOTENCIAL MEDIOPOTENCIAL MUITO BAIXOMunicipios_PE
30 0 30 60 Kilometers
N9°00' 9°00'8°30' 8°30'
39°00'
39°00'
38°30'
38°30'
38°00'
38°00'-39
-39
-38
-38-9 -9
UTM/Datum->SAD69
Legenda
Figura 7 – Potencial para a irrigação.
A Figura 8 mostra a área do entorno do reservatório mostrando em verde claro as áreas
irrigadas (Imagens TM) e com valores de cinza quase brancos as mesmas áreas irrigadas (imagens
NDVI). Foi utilizada a imagem do sensor TM/Landsat 5 do dia 11/01/2008, órbita/ponto: 216/066
(DGI - INPE, 2009). Para as imagens NDVI foram usados Ganho=10 e offset=50 (equação 1).
NDVI – todo o reservatório TM543 – todo o reservatório
NDVI - Zoom de parte da área TM543 - Zoom de parte da área
NDVI - Zoom de parte da área TM543 - Zoom de parte da área
NDVI - Zoom de parte da área TM543 - Zoom de parte da área
NDVI - Zoom de parte da área TM543 - Zoom de parte da área
NDVI - Zoom de parte da área TM543 - Zoom de parte da área
NDVI - Zoom de parte da área TM543 - Zoom de parte da área
Figura 8 – Exemplo de resultado com imagem do sensor TM/Landsat 5
do dia 11/01/2008, órbita/ponto:216/066.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pelo cruzamento dos layers obtidos de Rodrigues et al. (2001) para o entorno do reservatório
para uma distância de 2km foram observados que:
• Quanto à unidade de paisagem encontrasse principalmente na bacia do Jatobá e
depressão sertaneja e algumas áreas no Pediplano do baixo São Francisco.
• Quanto à unidade Geoambiental tem-se Plediplanos avermelhados de textura média e
argilosa. Pediplanos com problemas de sais e de drenagem. Pediplanos arenosos.
Superfícies arenosas Algumas poucas áreas com Pediplanos argilosos.
• O potencial para agricultura é de terras agriculturáveis com potencial restrito ou áreas
para pastanges. Uma pequena área não é indicada para atividades agriculturáveis.
• Potencial para irrigação é baixo ou muito baixo.
• As áreas de culturas irrigadas do lado de Pernambuco encontram-se principalmente na
faixa de até 2 km onde se observou as considerações anteriores.
A Tabela 1 mostra as recomendações a partir do uso e ocupação do solo no entorno do
reservatório.
Tabela 1 - recomendações a partir do uso e ocupação do solo no entorno do reservatório
UNIDADE GEOAMBIENTAL
DESCRIÇÃO CARACTERÍSTICA GERAL
RESTRIÇÃO RECOMENDAÇÃO DE PESQUISA E USO DO SOLO
A - Área inundável do lago de Itaparica
Faixa entre a cota máxima e a mínima da margem do lago da represa
Sujeito a inundação Área non-aedificandi
(1) Demarcação topográfica da área e (2) sinalização oficial
B - Área suscetível a maior escoamento superficial na direção do lago de Itaparica
Faixa do terreno desde a margem até o divisor de água mais próximo da margem
Maior tendência de escoar águas pluviais, águas infiltradas de irrigação, esgotos, substâncias poluentes
Área de uso e ocupação sujeitos a prévia avaliação técnica e fiscalização periódica
(1) Instalação de rede de esgotamento sanitário, (2) estações de tratamento de esgoto, fossas assépticas; (3) demarcação no terreno do divisor de águas; (4) levantamento da capacidade de infiltração dos solos e drenagem subterrânea; (5) Mapeamento do uso e ocupação do solo; (6) amostragem de contaminantes no solo; (7) Aterros sanitários
C - Área adicional de escoamento superficial para o lago de Itaparica
Faixa da linha de talvegue dos afluentes do Rio S. Francisco (margem esquerda - PE) até o mais próximo divisor de água
Vertentes dos afluentes: faixa entre o divisor e o talvegue até certo ponto inundada pelo lago. Águas mais rasas, mais abrigada de ondas e vento, talvez sujeita a uma renovação mais lenta
Área de uso e ocupação sujeitos a prévia avaliação técnica e fiscalização periódica
(1) Maior fiscalização do uso do solo e (2) campanhas de conscientização do uso e ocupação do solo; (3) mapeamento do uso do solo; (4) esgotamento sanitário e estações de tratamento; (7) amostragem de solos; (8) aterros sanitários
D - Área de influencia das margens do lago de Itaparica
Faixa de superfície do lago com indicação de comportamento espectral relacionado a algas, sedimentos e substâncias poluentes
Água sob sedimentação (erosão e assoreamento), crescimento de algas, lançamento de esgotos, eflúvios industriais,
Área de não captação de água
Mapeamento: batimetria (sobreposta a esta faixa de água), das plantações, edificações, canais de irrigação dentro das áreas de escoamento; análise química da água e sinalização das faixas; demarcar as áreas de cultivo, postos de gasolina, lixões, etc.
E - Área do embasamento cristalino
Faixa de afloramentos rochosos, manto de intemperismo raso, solos rasos ou ausência de solos
Tendências: menor infiltração (exceto nas falhas e fraturas), maior escoamento superficiais, topograficamente mais elevadas e inclinadas
(1) Mapeamento de falhas e fraturas geológicas do embasamento; (2) mapeamento do aqüífero e drenagem subterrânea; (3) estudos para localizar lixões
F - Área de bacia sedimentar
Faixa sobre depósitos sedimentares, manto de intemperismo mais profundo, solos mais profundos
Áreas fonte de sedimentos, com tendência a maior infiltração e, em certas áreas, como área de recarga de aqüífero
Área de uso e ocupação sujeitos a prévia avaliação técnica e fiscalização periódica
(1) Esgotamento sanitário e estações de tratamento; (2) mapeamento da vegetação natural, do aqüífero e hidrografia; (3) fiscalização mineração
AGRADECIMENTO
Programa CHESF de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, CICLO 2005/2006 e EMBRAPA SOLOS – Recife – PE.
BIBLIOGRAFIA
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (2003). “Projeto de Gerenciamento Integrado das Atividades desenvolvidas em terra na Bacia do São Francisco”. Brasília: ANA/GEF/PNUMA/OEA.
Divisão de Geração de Imagens – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. www.dgi.inpe.br. Acessado em maio/2009.
Epiphanio, J. C. N; Gleriani, J. M.; Formaggio,A. R.; Rudorff, B. F. T (1996). “Índices de Vegetação no Sensoriamento Remoto da Cultura do Feijão”. Pesq. Agropec. Brás., Brasília, v. 31, n. 6, p. 445-454, jun. 1996.
Gupta, R. K; Vijayan, D; Prasad, T. S;Tirumaladevi, N. C. (2000). “Role of bandwidth incomputation of NDVI from landsat TM and NOAAAVHRR bands”. Advances in Space Research, Volume 26,Issue 7, Pages 1141-1144.
Maguire, D.J. (1991). “An overview and definition of GIS, in geographical information systems. Volume 1: Principles (Maguire, D.J. et al.).” Longman, London, UK. Pp. 9-20.
Mather, P. M. (1987). “Computer Processing of Remote Sensed Images”, a Introdution. University of Nottingham, England.
Rosemback, R; frança, A. M; Florenzano, T. G. “Análise comparativa dos dados NDVI obtidos de imagens CCD/CBERS-2 e TM/LANDSAT-5 em área urbana”, disponível em: marte.dpi.inpe.br/col/ltid.inpe.br/sbsr/2004/11.16.17.49/ oc/1075.pdf, acesso 20 de setembro de 2006.
Silva M. M.; Candeias A. L., C.; Silva, V. O. F.; Carvalho, R. C. O (2007). “Family agriculture in Brazilian semi-arid. Reservoir and River Basin Management: Exchange of Experiences from Brazil, Portugal and Germany”. P 227-238. ISBN: 978-3-7983-2056-7.
Sobral, M. C. M. (1992). “Ist die Unweltverträglichkeitsprüfung ein wirksame Instrument dês Unweltschutzes in Brasilien?“, 1992. Doktordissertation für die Institut für Unweltplanung der TUBerlin. Berlin. Schneckenburger, Tatjana (2006). “Destino dos pesticidas em canais de drenagem e a salinização em Icó-Mandantes e Apolônio Sales, reservatório de Itaparica, Pernambuco, Brasil.”
Yuan, F; Bauer, M. E (2006). “Comparison of impervioussurface area and normalized difference vegetation index as indicators of surface urban heat island effects in Landsat imagery”. Remote Sensing of Environment.
Rodrigues, F. B ; Silva ...[et al.]. (2001). “Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco”/ Recife: Embrapa Solos - Unidade de Execução de Pesquisa e Desenvolvimento - UEP Recife; Governo do Estado de Pernambuco (Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária). CD-ROM.- (Embrapa Solos. Documentos; no. 35). ISSN 1517-2627.