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QUALIDADE DA ÁGUA EM

SISTEMAS AGROPECUÁRIOS

Profa. Nerilde Favaretto

Notas de aula - AL 323 - Recursos Naturais Renováveis

Universidade Federal do Paraná

Departamento de Solos e Engenharia Agrícola

CONSERVAÇÃO DA ÁGUA COMO RECURSO NATURAL

Constantemente suprida pelo ciclo hidrológico

Crescimento populacional e uso inadequado:

recurso limitado

(Lei 9.433/97 - Política Nacional de Recursos Hídricos)

Rio

Precipitação

Infiltração

Evaporação

Transpiração

Escoamento

superficial

Retenção

superficial

Interceptação

CICLO HIDROLÓGICO OU CICLO DA ÁGUA

CONSERVAÇÃO DA ÁGUA

BACIA HIDROGRAFICA COMO UNIDADE DE PLANEJAMENTO

Definição: área definida

topograficamente, drenada por um

curso de água, ou sistema

conectado de cursos de água, de

modo tal que toda a vazão

efluente é descarregada através

de uma única saída

MANEJO INTEGRADO DE BACIAS HIDROGRAFICAS

Visa tornar compatível

produção com preservação

dos recursos naturais

Integra condições

naturais e atividades

humanas considerando

que mudanças de uso e

manejo geram

alterações e impactos

ao ambiente

BACIA HIDROGRÁFICA DO ALTO IGUAÇUAlmirante Tamandaré, Araucária, Campina Grande do Sul, Campo Largo,

Colombo, Contenda, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Mandirituba, Pinhais,

Piraquara, Quatro Barras e São José dos Pinhais

BACIA DO IRAI - BACIA DO RIO CANGUIRI (Colombo, Pinhais,

Campina Grande do Sul e Quatro Barras) - BACIA DO RIO DO

CORVO (Pinhais – Fazenda Experimental da UFPR)

Fonte: Sirtoli et al. (2008)

QUANTIDADE E QUALIDADE DA

ÁGUA

USO E MANEJO DO SOLO

DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA NA TERRA

ESTIMATIVA DA QUANTIDADE DE ÁGUA

EXISTENTE NA TERRA EM VÁRIAS FORMAS

Formas % do total

Água em plantas e animais 0.0001

Água na forma de vapor 0.0009

Água em rios, lagos e reservatórios 0.007

Água subterrânea (solo e rochas) 0.6

Água em geleiras e neve 2.0

Água em oceanos e mares 97.4

DISPONIBILIDADE HÍDRICA X POPULAÇÃO

(UNESCO, 2003)

ÁGUA EM NÚMEROS - CURIOSIDADES

➢ 70% do corpo humano é água

➢ 1 pessoa sobrevive apenas 1 semana sem água

➢ 34.000 pessoas morrem diariamente (doenças com água)

➢ 65% das internações hospitalares no Brasil (veiculação hídrica)

➢ 50% mortalidade infantil seria reduzida com saneamento

(Tundisi, 2003)

ÁGUA EM NÚMEROS - CURIOSIDADES

CONSUMO DE ÁGUA EM RESIDÊNCIAS – CLASSE MÉDIA

(Tundisi, 2003)

CONSUMO DE ÁGUA NA PRODUÇÃO DOS

PRINCIPAIS ALIMENTOS

(Tundisi, 2003)

USOS DA ÁGUA

ØAbastecimento humano (mais afeta a população)

ØAbastecimento animal

ØAbastecimento industrial

ØEnergia elétrica (Brasil 85% energia hidroelétrica)

ØPesca e aquicultura

ØIrrigação

ØNavegação

ØRecreação

(UNESCO, 2003)

USOS DA ÁGUA

Doméstico

Industrial

Agricultura

QUALIDADE DA ÁGUA

PRINCIPAIS POLUENTES

Pesticidas

Metais Pesados

Organismos Patogênicos

Matéria Orgânica

Nutrientes

Sedimentos

ROTA DOS POLUENTES

FORMAS DE

POLUIÇÃO

Fonte pontual

esgoto doméstico

esgoto industrial

resíduo animal

Fonte não pontual ou

difusa

agricultura

Fonte não pontual ou difusa

Poluentes do solo para água

Caminhos de transferencia

1.Escoamento superficial (erosão)

2.Fluxo subsuperficial

Fluxo de matriz (lixiviação)

Fluxo preferencial (bioporos)

Escoamento superficial

Fluxo subsuperficial

Fluxo de matriz (lixiviação)

Fluxo preferencial (bioporos)

Caminhos

Formas Solúvel

Particulada

Associado as particulas do solo

poluente na forma orgânica + inorgânica

Processos

Desagregação (erosão)

Adsorção

Mineralização/Imobilização

Nitrificação/Desnitrificação

Volatilização

Biodegradação

Biológico

Químico

Físico

Transferência de poluentes para o sistema aquático

POLUIÇÃO NÃO PONTUAL – ÁREA AGRÍCOLA

POLUIÇÃO NÃO PONTUAL – ÁREA AGRÍCOLA

POLUIÇÃO NÃO PONTUAL – ÁREA AGRÍCOLA

POLUIÇÃO NÃO PONTUAL – ÁREA URBANA

PRINCIPAIS INDICADORES DE QUALIDADE DA ÁGUA

Parâmetros físico-químicos

cor, gosto e odor

pH

turbidez

sólidos totais

condutividade elétrica

presença de nutrientes

presença de metais pesados

presença de pesticidas

oxigênio dissolvido

demanda química de oxigênio

demanda bioquímica de oxigênio

Parâmetros biológicos

Coliformes totais

Coliformes fecais ou termotolerantes (Escherichia Coli)

(indicadores de organismos patogênicos)

IQA – INDICE DE QUALIDADE DE ÁGUA

INDICADORES UTILIZADOS PELA CETESB

✓temperatura

✓pH

✓resíduo total

✓turbidez

✓oxigênio dissolvido

✓demanda bioquímica de oxigênio (5 dias),

✓coliformes termotolerantes

✓nitrogênio total

✓fósforo total

IQA – INDICE DE QUALIDADE DE ÁGUA

Obtenção: Fórmula com os 9 parâmetros

Resulta número entre 0 e 100

Interpretação:

Categoria Ponderação

Ótima 79 -100

Boa 51- 79

Regular 36 - 51

Ruim 19 - 36

Péssima 0-19

INDICADORES DE QUALIDADE

✓Temperatura

• Influencia processos físicos, químicos

e biológicos;

• Aguas superficias ( 0 a 30 oC);

• Variação de acordo com condições

climáticas e atividades antrópicas;

• Medição no local de amostragem.

INDICADORES DE QUALIDADE

✓pH

• Influencia processos químicos e

biológicos;

• Água sem poluição (pH 6 a 8.5);

• Mudanças em monitoramento continuo

indica poluição;

• Medição no local de amostragem.

INDICADORES DE QUALIDADE

✓Residuos totais ou Sólidos totais

• Resíduo (secagem a 105 oC);

• Soma do resíduo dissolvido e do suspenso:

• Sólidos totais suspensos = resíduo

suspeso (> 0,45 micro);

• Sólidos totais dissolvidos = (resíduo

dissolvido (< 0.45 micro);

• Unidade: g/L ou mg/L.

INDICADORES DE QUALIDADE

✓Turbidez

• Depende do tipo de resíduo suspenso

(partículas de solo, compostos orgânicos,

organismos aquáticos)

• > turbidez < passagem de luz

• Medição no campo ou laboratório

• UNT = unidade nefelométrica de turbidez

• > UNT > turbidez < passagem de luz

INDICADORES DE QUALIDADE

✓Oxigênio dissolvido (OD)

• Essencial para toda forma de vida aquática;

• < OD limita vida aquática;

• Varia com temperatura, salinidade,

turbulencia e atividade biológica:

• > temperatura e salinidade < OD

• > fotossintese > OD

• > respiração e decomp. orgânica < OD

• > turbulencia > OD

• Águas não poluídas (> 10 mg/L a 25 C);

• Medição no local ou no laboratório.

INDICADORES DE QUALIDADE

✓Demanda bioquímica de oxigênio (DBO5)

• Quantidade de oxigenio necessário para

os microoganismos oxidarem a materia

organica (tranformacao para forma

inorganica estavel)

• Representa o conteudo de materia

organica biodegradavel;

• > DBO > biodegradacao < OD

• Aguas não poluidas (DBO < 2 mg/L);

• Esgoto domesticos (DBO > 600 mg/L)

• Determinação em laboratorio logo apos

coleta (incubacao 5 dias a 20 oC)

INDICADORES DE QUALIDADE

✓Demanda Química de oxigênio (DQO)

• Quantidade de oxigenio necessário para

oxidar a materia organica (tranformacao

para forma inorganica estavel) via oxidante

quimico ( por exemplo dicromato)

• Representa o conteudo de materia

organica degradavel quimicamente +

algum material inorganico oxidavel;

• Normalmente DQO > DBO

• Nao existe correlação entre DQO e DBO

INDICADORES DE QUALIDADE

✓Coliformes termotolerantes ou coliformes

fecais

• Bacterias que fermentam a lactose em

temperaturas de 44-45 oC

• Inclui princip. bacterias de origem fecal

(humano e animais homeotermicos); pode

também ocorrer no solo e plantas;

• Eschericha coli (pertence ao grupo dos

termotolerantes ) (indicador preferido por

ser exclusivamente de origem fecal);

• Indica risco para saude humana

INDICADORES DE QUALIDADE

✓Coliformes totais

• Bacterias que fermentam a lactose em

temperaturas de 35-36 oC;

• Apresenta varios generos e especies de

bacterias com diferentes origems;

• Não é um bom indicador de risco para

saude.

INDICADORES DE QUALIDADE

✓Nitrogênio e Fosforo Total

• Representa o teor total desses elementos

na amostra de água

• Fração soluvel + particulada (organica +

mineral)

• Varios problemas relacionados a esses

nutrientes

POLUIÇÃO POR NUTRIENTES

l Fósforo e Nitrogênio

– Eutrofização

l Nitrato

– Saúde humana

l Amônio

– Vida aquática

Foto: Charles Carneiro

EUTROFIZAÇÃO

Enriquecimento de nutrientes (N e P principalmente)

Crescimento excessivo de algas e plantas aquáticas

Principalmente em lagos e represas

EUTROFIZAÇÃO

✓ P é considerado elemento limitante

Algas e plantas aquáticas conseguem fixar N atmosférico

✓ Consequências da eutrofização

decomposição do material orgânico (diminui OD)

morte de peixes e outros organismos aquáticos

presença de toxinas

✓ Origem dos nutrientes:

principalmente esgoto doméstico e agricultura

(agricultura - resíduos animais e fertilizantes químicos)

POLUIÇÃO POR FÓSFORO

macronutriente

absorção H2PO4- ou HPO4

2-

quantidade absorvida pela planta pequena

concentração na planta (N>K>Ca>Mg>P)

móvel na planta e “imóvel” no solo

baixos teores no solo e baixas concentrações na água

dinâmica de P no solo complexa

TRANSPORTE DE FÓSFORO SUPERFICIAL E

SUBSUPERFICIAL

TRANSPORTE DE FÓSFORO NO

ESCOAMENTO SUPERFICIAL

- P solúvel

- P particulado

- P total (P solúvel + P particulado)

- P biodisponível (P solúvel + parte do P particulado)

NÍVEIS DE FÓSFORO NA ÁGUA SUGERIDOS PARA

EVITAR EUTROFIZAÇÃO

Brasil – CONAMA 357/2005

Água doce classe 1

0,020 mg/l de P total (água parada – lêntico)

0,025 mg/l de P total (água intermediária)

0,1 mg/l de P total (água em movimento - lótico)

EUA-USEPA

0,025 mg/l dentro de lagos e reservatórios

0,05 mg/l em rios que entram em lagos

0,1 mg/l em rios que não entram em lagos

PERDAS DE FÓSFORO EM DIFERENTES

SISTEMAS DE PREPARO DO SOLO

Fatores para determinação do P index:

Fatores de transporte:

– Erosão do solo;

– Escoamento superficial;

Fatores de fonte de P:

– Teor de P no solo;

– Taxa de aplicação de P mineral

– Método de aplicação de P mineral;

– Taxa de aplicação de P orgânico;

– Método de aplicação de P orgânico.

POTENCIAL DE PERDA DE FÓSFORO

( P INDEX)

Fatores de transporte

CARACT.

DO LOCAL

NULO

(0)

BAIXO

(1)

MÉDIO

(2)

ALTO

(4)

MUITO

ALTO

(8)

Erosão do

solo

(Mg ha-1)

(1,5)

Insignifi

cante (0)< 10 10-20 20-30 > 30

Escoament

o

superficial

(0,5)

Insignifi

cante (0)

Muito

baixo

ou

baixo

(1)

Médio

(2)Alto (4)

Muito

alto (8)

CARACT. DO

LOCAL

NULO

(0)

BAIXO

(1)

MÉDIO

(2)

ALTO

(4)

M. ALTO

(8)

Teor de P no

solo (1,0)

Insignif.

(0)

Baixo

(1)

Médio

(2)

Alto

(4)

Excessivo

(8)

Tx aplic P min

(Kg de P ha-1)

(0,75)

S/ aplic.

(0)1-15 16-45 46-75 > 75

Mét aplic P min

e org (0,5)

S/ aplic.

(0)

Plantio +

profundo

que 5 cm

Incorporad

o antes

colheita

Incorp >3

meses antes

colheita ou

aplic sup <3

meses antes

colheita

Aplic sup

>3 meses

antes

colheita

Tx aplic P org

(Kg de P ha-1)

(0,5)

s/ aplic

(0)1-15 16-30 31-45 >46

Fatores de fonte de P

P INDEX INTERPRETAÇÃO

Baixo

<10

Baixo potencial de perda de P. baixa probabilidade de

ocorrer contaminação da água.

Médio

10-19

Há chance de ocorrer impactos adversos na superfície da

água e alguma remediação pode ser tomada para minimizar

a probabilidade de perda de P.

Alto

20-39

Práticas de conservação de solo e água e plano de manejo

de P necessitam ser feitos para minimizar a probabilidade

de perda de P.

Muito alto

>40

Todas as práticas de manejo para conservação do solo e

água e plano de manejo de P devem ser implementados

para minimizar perdas de P.

Microbacia Campestre – Aplicação do P index

Lemunyon & Gilbert (1993) – P index

(Waltrick et al., 2018)

Nível Crítico Ambiental de P

Fósforo acima dos valores agronômicos

Alto risco ambeintal

(Gatibone, 2014)

NIVEL CRÍTICO AMBIENTAL DE FÓSFORO

EUA (Sharpley et al., 1994)

•Table 7. Soil P interpretations and management guidelines

State

Critical

value by

soil test

Management recommendation Rationale*

Arkansas 150 mg kg1

Mehlich 3 P

At or above 150 mg kg1 STP:• Apply no P from any source.• Provide buffers next to

streams.• Overseed pastures with

legumes to aid in P removal.• Provide constant soil cover

to minimize erosion.

MR: reduce P levels and

minimize movement of P

from field.

Delaware 120 mg kg1

Mehlich 1 P

Above 120 mg kg1 STP:• Apply no P from any source

until STP is significantly reduced.

MR: protect water quality by

minimizing further P

accumulations.

Nível Crítico Ambiental de PExperimento de longa duração

Dejeto líquido bovino e chuva natural em plantio direto

Solo Arenoso – Ponta Grossa

(Abboud et al., 2018)

62,2 % 34,2 %

P Mehlich 1= 103 mg kg-1P resina = 80 mg kg-1

Nível Crítico Ambiental de P

Estado de Santa Catarina

LCA de P = 40 + (% argila)

(Gatoboni, 2014)

POLUIÇÃO DAS ÁGUAS POR NITROGÊNIO

Macronutriente

Absorvido na forma de amônio e nitrato

Amônio: NH4+

Nitrato: NO3-

Móvel no solo

Dinâmica (ciclo) do N complexo

Perda de nitrato: escoamento subsuperficial

Fluxo de matriz (lixiviação) ou fluxo preferencial

POLUIÇÃO DAS ÁGUAS POR NITROGÊNIO

Problemas causados pelo N:

saúde humana - nitrato

(metahemoglobinemia ou síndrome do bebê azul)

limite em água para consumo humano:

N-NO3=10 mg/l

organismos aquáticos - amônia

(tranformação de amônio a amônia depende do pH)

Maior pH maior amonia

Maior pH menor o limite máximo permitido de N-

amoniacal

eutrofização - nitrogênio em ambas as formas

POLUIÇÃO DAS ÁGUAS POR MATÉRIA ORGÂNICA

Esgoto doméstico, esgoto industrial, resíduo animal

alta DBO (demanda bioquímica de oxigênio)

forte crescimento de bactérias

estabilização ou decomposição da matéria orgânica

consumo oxigênio (reduz O2 dissolvido)

ocorrência de anaerobiose.

Conseqüências da redução do oxigênio dissolvido:

mortalidade dos organismos aquáticos

aumento da toxicidade de vários elementos

aparecimento de maus odores e inconvenientes estéticos

solubilização de diversos compostos químicos indesejáveis

Tratamento residuos organicos

reduzir DBO a níveis desejados

POLUIÇÃO POR ORGANISMOS

PATOGENICOS

esgoto doméstico, dejetos de animais, lodo de

esgoto (contaminação direta ou indireta)

Principal Problema: saude humana

POLUIÇÃO POR PESTICIDAS

Herbicidas, fungicidas, bactericidas,

inseticidas

(contaminação direta ou indireta)

Fonte de poluição difusa:

pesticidas com elevada capacidade de

adsorção

(transporte via escoamento superficial)

pesticidas com elevada solubilidade

(transporte via subsuperfície)

Problemas: Saúde humana e vida aquática

Limites máximos permitidos pela legislação

67

(Lourençato t al., 2015)

Propriedades de pesticidas e

métodos para estimar o

potencial de poluição da água

PROPRIEDADES DE PESTICIDAS QUE

INTERFEREM NA CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA

QUALIDADE DA ÁGUA

LEGISLAÇÕES IMPORTANTES

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 357/2005 –

Revoga CONAMA nº 20/1986

Estabelece o enquadramento dos cursos de água e limites

máximos permitidos de poluentes, considerando os diferentes

usos da água

PORTARIA do MINISTÉRIO DA SAUDE Nº 2.914/2011

Revoga Portaria 518/2004

Revoga Portaria 1.469/2000

Normatiza a qualidade de água para consumo humano

CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS –

CONAMA 357/2005

Categorias:

Doce (<0,05% sais)

Salobra(0,05-3% sais)

Salina (>3% sais)

Classes de acordo com a categoria:

Água doce: classe especial e classe 1 a 4

Água salina: classe especial e classe 1 a 3

Água salobra: classe especial e classe 1 a 3

ÁGUA DOCE

Classe Especial - águas destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;

b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas;

c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral

ÁGUA DOCE

Classe 1 - águas destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho);

d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película;

e) à proteção das comunidades aquáticas em terras indígenas

ÁGUA DOCE

Classe 2 - águas destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário (esqui aquático, natação e mergulho);

d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, campos de esporte e lazer, com os quais o publico possa vir a ter contato direto;

e) à aquicultura e à atividade de pesca

ÁGUA DOCE

Classe 3 - águas destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado;

b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;

c) à pesca amadora;

d) à recreação de contato secundário;

e) à dessedentação de animais.

ÁGUA DOCE

.

Classe 4 - águas destinadas:

a) à navegação;

b) à harmonia paisagística;

NÍVEIS DE QUALIDADE EXIGIDOS POR CLASSE- CONAMA 357/2005

(ver legislaçao)

NÍVEIS DE QUALIDADE PARA CONSUMO HUMANO –PORTARIA MS 2914/2011

(ver legislaçao)

Conama 357/2005 – Padrões de qualidade

Água Doce: Classe 1

PARÂMETROS Valor máximo

DBO 5 dias a 20 C < 3 mg/L

OD > 6 mg/L

Turbidez < 40 UNT

pH 6 a 9

Solidos Dissolvidos Totais 500 mg/L

Clorofila a 10 mg/L

Cianobacterias 20.000 cel/mL ou 2 mm3/L

Coliformes termotolerantes para outros

usos exceto para recreacao de contato

primário o qual deve seguir resolucao

CONAMA 274/2000)

< 200 NMP/ 100 mL em

80% das amostras (no

minimo 6 amostras por

ano – freqeuncia

bimestral)

Conama 357/2005 – Padrões de qualidade

Água Doce: Classe 1PARÂMETROS INORGÂNICOS Valor máximo

Fósforo total (ambiente lêntico) 0,020 mg/L P

Fósforo total (ambiente intermediário, com

tempo de residência entre 2 e 40 dias, e

tributários diretos de ambiente lêntico)

0,025 mg/L P

Fósforo total (ambiente lótico e tributários

de ambientes intermediários)

0,1 mg/L P

Nitrato 10,0 mg/L N

Nitrito 1,0 mg/L N

Nitrogênio amoniacal total 3,7mg/L N, para pH < 7,5

2,0 mg/L N, para 7,5 < pH

< 8,0

1,0 mg/L N, para 8,0 < pH

< 8,5

0,5 mg/L N, para pH > 8,5

Água Doce: Classe 2PARÂMETROS INORGÂNICOS Valor máximo

Fósforo total (ambiente lêntico) 0,030 mg/L P

Fósforo total (ambiente intermediário, com

tempo de residência entre 2 e 40 dias, e

tributários diretos de ambiente lêntico)

0,050 mg/L P

Fósforo total (ambiente lótico e tributários de

ambientes intermediários)

0,1 mg/L P

Nitrato 10,0 mg/L N

Nitrito 1,0 mg/L N

Nitrogênio amoniacal total 3,7mg/L N, para pH < 7,5

2,0 mg/L N, para 7,5 < pH

< 8,0

1,0 mg/L N, para 8,0 < pH

< 8,5

0,5 mg/L N, para pH > 8,5

Conama 357/2005 – Padrões de qualidade

Água Doce: Classe 3

PARÂMETROS INORGÂNICOS Valor máximo

Fósforo total (ambiente lêntico) 0,050 mg/L P

Fósforo total (ambiente intermediário, com

tempo de residência entre 2 e 40 dias, e

tributários diretos de ambiente lêntico)

0,075 mg/L P

Fósforo total (ambiente lótico e tributários de

ambientes intermediários)

0,15 mg/L P

Nitrato 10,0 mg/L N

Nitrito 1,0 mg/L N

Nitrogênio amoniacal total 13,3 mg/L N, para pH < 7,5

5,6 mg/L N, para 7,5 < pH

< 8,0

2,2 mg/L N, para 8,0 < pH

< 8,5

1,0 mg/L N, para pH >8,5

Conama 357/2005 – Padrões de qualidade

Padrão microbiológico da água para

consumo humano

Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE - PORTARIA 2.914/2011

No sistema de distribuição (reservatórios e rede)

- Escherichia coli - Ausência em 100 mL

- Coliformes totais –

Sistemas que abastecem < de 20.000 habitantes

Apenas uma amostra no mes com resultado positivo

Sistemas que abastecem > de 20.000 habitantes

Ausência em 95% das amostras examinadas no mês

Escherichia coli

ou coliformes termotolerantes(3)

Coliformes totais

PARÂMETRO Unidade VMP(1)

Inorgânicos

Antimônio mg/L 0,005

Arsênio mg/L 0,01

Bário mg/L 0,7

Cádmio mg/L 0,005

Cianeto mg/L 0,07

Chumbo mg/L 0,01

Cobre mg/L 2

Cromo mg/L 0,05

Fluoreto(2) mg/L 1,5

Mercúrio mg/L 0,001

Nitrato (como N) mg/L 10

Nitrito (como N) mg/L 1

Selênio mg/L 0,01

Padrão de potabilidade para substâncias químicas que

representam risco à saúde

Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE - PORTARIA 2.914/2011

ou coliformes termotolerantes(3)

Coliformes totais

PARÂMETRO Unidade VMP(1)

Agrotóxicos

Padrão de potabilidade para substâncias químicas que

representam risco à saúde

Alaclor µg/L 20,0

Aldrin e Dieldrin µg/L 0,03

Atrazina µg/L 2

Bentazona µg/L 300

Clordano (isômeros) µg/L 0,2

2,4 D µg/L 30

DDT (isômeros) µg/L 2

Endossulfan µg/L 20

Endrin µg/L 0,6

Glifosato µg/L 500

Heptacloro e

Heptacloro epóxido

µg/L 0,03

Hexaclorobenzeno µg/L 1

Lindano (g-BHC) µg/L 2

Fonte: Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE - PORTARIA 2.914/2011

BIBLIOGRAFIAEPAMIG. Manejo de microbacias. Informe Agropecuário v. 21, n. 207. 2000

HAYGARTH, P.M. & JARVIS, S.C. Agriculture, hydrology and water quality. CAB

International, Cambridge, 2002

LAL, R. & STEWART, B.A. Soil process and water quality. Advances in soil Science.

Lewis publishers. 1994, 398 p.

MERTEN, G.H.; MINELLA, J.P. Qualidade da água em bacias hidrográficas rurais: um

desafio atual para a sobrevivência futura. Agroecol. e Desenvolv. Rur. Sustent., 3:33-

38, 2002.

PAIVA, J.B.D. & PAIVA, E.M.C.D. Hidrologia aplicada a gestão de pequenas bacias

hidrográficas. ABRH: Porto Alegre. 2001. 628 p.

PIERZYNSKY, G.M.; SIMNS, J.T.; VANCE, G.F. Soils and environmental quality. 2ed.

New York: CRC press, 2000. 459 p.

SILVA, D.D. da; PRUSKY, F.F. Recursos hídricos e desenvolvimento sustentável da

agricultura. Brasília: MMA/SRH/ABEAS/UFV, 1997. 252 p.

TUNDISI, J.G. Água no seculo XXI: enfrentando a escassez. São Carlos: RIMA. 2003,

248 p.

EXERCÍCIO

1. Qual a diferença entre poluição pontual e não pontual

2. Descreva os principais poluentes das águas

3. Descreva quais os caminhos envolvidos na transferência de poluentes do solo para a

água

4. Descreva quais os processos envolvidos na transferência de poluentes do solo para a

água

5. Cite os principais indicadores /parâmetros de qualidade de água e descreva os nove

parâmetros utilizados no IQA

6. Comente o que significa alta DBO e quais as consequências

7. Comente sobre as formas de transporte do P do solo para a água e discuta porque tem

sido o nutriente mais estudado em relação a eutrofização

8. Defina eutrofização e descreva as consequências

9. Qual o problema causado pelas elevadas concentrações de N na água

10. Comente como os sistemas de agricultura intensiva e a atividade pecuária interferem

na contaminação dos recursos hídricos

11. Discuta algumas estratégias para reduzir a poluição das águas causada pela atividade

agropecuária

12. Discuta porque é fundamental usar a escala de bacias para entender a dinâmica da

água no meio rural

13. Discuta os impactos do uso e manejo do solo na quantidade e qualidade da água

14. Discorra sobre as contribuições do uso e manejo do solo para a disponibilidade de

água