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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
LUCAS HENRIQUE DE BRITO
PEDRO HENRIQUE FLORIANO DE ALMEIDA
RALPH CEZAR SALTORATO
WELLINGTON SALVIANO DE MORAES
WILLIAM TSUYOSHI SHIGA
PROJETO INTEGRADO: DESIGN GRÁFICO
MOGI DAS CRUZES, SP
SETEMBRO 2015
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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
LUCAS HENRIQUE DE BRITO
PEDRO HENRIQUE FLORIANO DE ALMEIDA
RALPH CEZAR SALTORATO
WELLINGTON SALVIANO DE MORAES
WILLIAM TSUYOSHI SHIGA
PROJETO INTEGRADO: DESIGN GRÁFICO
Trabalho redigido à disciplina de projeto
integrado: design gráfico, para a obtenção
parcial de nota no curso de graduação
tecnológica em design gráfico, da
Universidade de Mogi das Cruzes.
Profº Orientador: Wilmar Gomes
MOGI DAS CRUZES, SP
SETEMBRO 2015
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SUMÁRIO
RESUMO .............................................................................................................................4
ABSTRACT .........................................................................................................................5
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................6
OBJETIVO ..........................................................................................................................7
CAPÍTULO 1 – HISTÓRIA DO CINEMA ........................................................................8
1.1 – DESIGN E O CINEMA ............................................................................................14
1.1.1 - ÁREAS DE ATUAÇÃO DO DESIGNER NO CINEMA ...................................... 15
CAPÍTULO 2 – BLADE RUNNER - O CAÇADOR DE ANDRÓIDES..........................21
2.1 – CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO FILME ..................................................... 23
2.1.1 – SINOPSE ................................................................................................................24
2.2 – O FOCO NARRATIVO ............................................................................................25
2.3 – DESCRIÇÃO DOS PERSONAGENS ......................................................................26
2.4 – A VISÃO FUTURISTA............................................................................................. 28
2.5 – CORES E AMBIENTAÇÃO DO FILME ................................................................30
CAPÍTULO 3 – ESTÉTICA CYBERPUNK ......................................................................35
CAPÍTULO 4 – O DESFECHO ....................................................................................... 38
CONCLUSÃO ...................................................................................................................40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................41
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RESUMO
O projeto consiste em analisar e identificar no filme Blade Runner , os principais e
mais pertinentes conflitos apresentados na trama pelo autor, bem como o dilema que vive umrenomado detetive, caçador de androides, que é incumbido como seu último trabalho:
exterminar todos androides. Durante sua caçada ele acaba se apaixonando por uma replicante.
Esses androides são geneticamente idênticos aos humanos, porém são mais fortes e ágeis e
possuem uma inteligência superior. A história se passa no início do século XXI em um
ambiente apocalíptico e sombrio onde uma incessante chuva ácida cai, em um cenário retrô e
ao mesmo tempo futurista, onde toda a população é a todo momento lembrada de que a Terra
não é mais um bom lugar para se viver, e que a melhor alternativa para uma vida melhor efeliz é fugir para as colônias interplanetárias.
A partir desse contexto, o objetivo do projeto é criar um material de divulgação e de
promoção, conciso e coerente com a história, que desperte o interesse e o desejo do público de
ver o filme e que fomente discussões sobre o futuro da humanidade com a evolução das
tecnologias, as drásticas mudanças climáticas, e a possível inviabilidade da vida na Terra,
situações essas que não estão muito distantes de se profetizarem.
Palavras chave: Blade Runner , Cinema, Filme, Deckard, Andróide, Replicante, Vida,
Personagens.
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ABSTRACT
The project is to analyze and identify the movie Blade Runner, the main and most
relevant conflicts presented in the plot by the author as well as the dilemma that lives arenowned detective, androids hunter, who is tasked as your last job: to exterminate all
androids. During the hunt he falls in love with a replicant. These androids are genetically
identical to humans, but they are stronger and more agile and have a higher intelligence. The
story is set in the early twenty-first century in an apocalyptic and gloomy environment where
a constant acid rain falls in a retro setting and at the same time, futuristic, where the entire
population is at all t imes remember that the Earth is no longer a good place to live, and that
the best alternative for a better and happier life is to escape to interplanetary colonies.
From this context, the objective of the project is to create an awareness and promotion
materials, concise and consistent with the story, that arouses the interest and the public's
desire to see the film and that fosters discussions on the future of humanity with evolving
technologies, drastic climate change, and the possible impracticability of life on Earth, these
situations that are not too far apart to prophesy.
Keywords: Blade Runner, Cinema, Film, Deckard, Android, Replicant, Life, Characters.
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INTRODUÇÃO
O cinema teve seu inicio no século XIX e com ele a forma do homem enxergar o
mundo e contar histórias foi expandida a um novo nível. Grande parte do sucesso se dá aosmeios de divulgação das obras em questão, os cinemas usavam os elaborados cartazes como
meio principal de divulgação de um filme. Hoje em dia a estratégia de divulgação teve uma
pequena alteração, tendo trailers como principal meio de divulgação de um lançamento,
porém os cartazes ainda geram grandes resultados nos locais de exibição e também são
veiculados ao meio digital, por meio de sites e redes sociais. O design gráfico está
estritamente relacionado ao sucesso das obras cinematográficas, pois o designer é o
idealizador por trás das identidades visuais e peças promocionais.
Tendo isso em mente, o trabalho a seguir visa discutir os temas propostos no filme
“ Blade Runner ” e analisar a obra, para a partir daí termos embasamento para conceituar a
marca e as peças promocionais do filme. Pesquisas na internet e em algumas obras literárias
foram utilizadas como referência para a produção textual
Em Blade Runner , Deckard, um caçador de androides, é forçado a eliminar um grupo
de replicantes, no meio desse confronto ele fica dividido entre o dever e o sentimento por uma
replicante. O filme aborda a natureza humana, antropológica e filosófica, relação de
superioridade do criador com a criação.
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OBJETIVO
O trabalho apresentado a seguir tem como principal objetivo dar fundamentação
teórica para a criação de um conceito que possibilite o desenvolvimento da marca e dosmateriais promocionais que serão utilizados na divulgação da obra cinematográfica “ Blade
Runner ”. Busca fomentar a discussão sobre relações humanas, sobre a efemeridade da vida e
discutir a obra em questão. Também traz brevemente a história do cinema e as funções de um
Designer na sétima arte.
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CAPÍTULO 1 – HISTÓRIA DO CINEMA
Para se chegar à projeção cinematográfica atual, muitos processos de investigação
foram feitos em relação aos fundamentos da ciência óptica. Já vem dos primórdios dahumanidade a necessidade de registrar movimentos através de pinturas e desenhos nas
paredes. Há aproximadamente sete mil anos atrás, no oriente, os chineses já projetavam
sombras de diferentes figuras recortadas e manipuladas sobre a parede, um jogo de sombras,
próprio do seu teatro de marionetes. No século XV, Leonardo da Vinci realizou trabalhos
utilizando a projeção da luz na superfície, criando a Câmera Escura, que era uma caixa
fechada, possuindo um orifício com uma lente, local destinado à passagem da luz produzida
pelos objetos externos. A imagem refletida no interior dessa caixa era a inversão do que se viana realidade. Mais adiante, no século XVII, O alemão Athanasius Kirchner criou a Lanterna
Mágica, objeto composto de um cilindro iluminado à vela, para projetar imagens desenhadas
em uma lâmina de vidro.
Figura 1 – A câmera escura
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fd/Camera_Obscura_box18thCentury.jpg
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Figura 2 – August Marie Lumière e Louis Nicholas Lumière
Fonte: http://www.oscarfilho.com.br/wp-content/uploads/2013/05/Lumiere.jpg
Em dezembro de 1895, pela primeira vez um filme foi projetado publicamente em uma
tela. Esta projeção foi realizada pelos irmãos Lumière e aconteceu num café parisiense. Foram
cenas simplórias, sendo uma delas a de um trem chegando a uma estação. Em poucos meses,
todas as grandes cidades da Europa tinham filmes em exibição.
Mais tarde, em 1896, os irmãos Lumière promoveram a divulgação do cinematógrafo
em Bombaim, Londres e Nova Iorque. Além do cinematógrafo, os irmãos também se
dedicaram a outros inventos, como o autochrome ou autocromo, primeiro processo de
fotografia colorida, a placa fotográfica seca, a fotografia em relevo e o cinema em relevo.
O Pioneiro cinema mudo
Quando o cinema surgiu, ainda não havia sido fixado um código próprio e este
encontrava-se misturado a outras formas culturais: cartuns, revistas ilustradas e cartões-
postais. Segundo alguns historiadores, não existe um único descobridor do cinema, e os
aparatos não surgiram em um só lugar. Foram frutos de circunstâncias.
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Segundo o historiador Andre Gaudrecult, há nas origens do cinema, mostra e a
narração. A mostra envolve a cena indireta de fatos, ao passo que a narração envolve a
manipulação desses acontecimentos pela atividade constante do narrador. Já o historiador
Tom Gumming contribui com os estudos da história do cinema comprovando através de suas
pesquisas que o primeiro cinema tinha uma maneira particular de se dirigir ao espectador,
apoiando-se no exibicionismo. Não havia habilidades técnicas para contar histórias, mas sim,
chamar atenção do espectador de forma direta e invasiva.
Figura 3 – Cinema mudo
Fonte: http://arquivos.tribunadonorte.com.br/fotos/91303.jpg
Desde o início, inventores e produtores tentaram casar a imagem com um som
sincronizado. Mas nenhuma técnica deu certo até a década de 20. Assim sendo, durante 30
anos os filmes eram praticamente silenciosos sendo acompanhados muitas vezes de música ao
vivo, outras vezes de efeitos especiais e narração e diálogos escritos presentes entre cenas.
Tendo destaque para Charles Spencer Chaplin (Charlie Chaplin), considerado uma das figuras
mais importantes no cinema mudo.
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Cinema nos dias atuais
No ano de 1903, com o primeiro filme de faroeste “O grande roubo do trem” tem
início a indústria do cinema, que não parou mais de crescer e teve seu ápice em Hollywood,
considerada a meca do cinema, onde estão concentradas as maiores produtoras de cinema do
mundo. Nesse período desde sua criação aos dias de hoje o cinema evoluiu muito, a sétima
arte foi muda, ganhou som e cor, inovou em tecnologia e efeitos especiais que revolucionaram
a criação cinematográfica do mundo, sem, no entanto perder seu encanto, sua capacidade de
comunicar, informar, fazer rir, chorar, emocionar e fazer as pessoas sonharem com bons
filmes. O que melhorou a qualidade do cinema foi a reprodução sonora que começou a ser
reproduzida no inicio do século XX, isso era algo impensável até então. O cinema em 3D não
é uma coisa nova, aconteceu nos anos 50 como "alternativa" para o cinema estar a um passo a
frente da televisão (inventada na época). Outra "revolução" no cinema aconteceu em meados
dos anos 50 quando as imagens começaram a ser reproduzidas com cores.
Figura 4 – Cartaz do filme “Avatar”
Fonte: http://fanaru.com/avatar/image/6676-avatar-avatar-movie-poster.jpg
A indústria cinematográfica atual é um mercado exigente e promissor para diferentesáreas do saber. Não são apenas os atores e atrizes que brilham nas cenas que são apresentadas
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a um público local e internacional, pois a realização de um filme precisa englobar uma equipe
de trabalho. Na construção e realização de um filme existem os seguintes profissionais: o
“roteirista” que escreve a história e as narrativas dos personagens, ou melhor, os diálogos; o
“diretor” que tem a função de coordenar, direta e indir etamente, o trabalho de todas as pessoas
envolvidas com o filme, da concepção à finalização; o “diretor de fotografia”, um profissional
de artes visuais com sensibilidade e competência para decidir como iluminar uma cena, que
lentes serão melhores para determinados ângulos, o tipo de filme a ser rodado, entre outras
atribuições; há quem seja responsável pela trilha sonora do filme, que é o “compositor
musical”, ele é quem fica responsável por contribuir para o clima pretendido pelo diretor; O
“produtor” é a pessoa ou grupo de pessoas que se encarrega de viabilizar a realização do
filme, buscando patrocínios e parcerias, e ainda, tratando da parte burocráticaque envolve toda a equipe.
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1.1 – DESIGN E O CINEMA
O cinema, como meio de comunicação inserido em um contexto de produção
industrial, demanda uma equipe de profissionais especializados em determinadas áreas oufunções. O trabalho conjunto desta equipe é o que torna possível, portanto, a realização de um
filme. Na variedade de funções existentes em uma equipe cinematográfica, a atuação do
Production Designer se destaca, ao tornar cada filme uma obra única em seu aspecto visual.
Responsável por toda a concepção visual este profissional trabalha diretamente com a
Direção de Arte e a Direção de Fotografia, de modo a alcançar a materialização mais próxima
da criatividade do Diretor nas imagens.
No Brasil, as funções do Production Design geralmente são exercidas por Diretores de
Fotografia ou por Diretores de Arte, sem que os mesmos recebam reconhecimento como
Production Designers. Porém, a existência de um profissional contratado especificamente
para esta função contribui enormemente para garantir uma unidade visual e estética à obra, já
que ele é capaz de relacionar e supervisionar as equipes de Fotografia e Arte, convergindo
suas ações para uma direção visual única.
O trabalho do Production Designer , no Cinema, também se assemelha bastante ao
trabalho dos designers que exercem a função de Diretores de Criação ou Diretores de Arte nas
agências de Comunicação e Publicidade. Além de preocupar-se com a unidade visual e com o
conceito que deverá transparecer através das imagens, estes profissionais determinam paletas
de cores, iluminação, entre outros elementos que darão uma característica exclusiva ao filmes,
como os tipos usados nos títulos e créditos e até mesmo as imagens de abertura.
Assim como um Designer Gráfico, o Production Designer planeja, organiza, delega
e/ou executa tarefas de modo a passar mais claramente possível um conceito através de
imagens. As habilidades necessárias a estes profissionais são, portanto, muito parecidas, o que
torna mais fácil a transição de uma profissão para a outra, com pequenas atualizações e
adaptações para os respectivos meios de atuação.
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1.1.1 - Áreas de atuação do designer no cinema
Criação de personagens
O designer pode participar também com a criação do estilo visual dos personagens.
Alguns roteiros não dão detalhes, apenas indicam características gerais.
O designer então pode encarregar-se de criar o visual dos personagens não apenas
especificando o tipo de roupa, mas também dando detalhes de sua caracterização, criando o
penteado do personagem, suas tatuagens, sua expressão corporal e até mesmo a sua interação
visual com o cenário. (Figura 5)
Figura 5 – Concept Ar t do filme “Valente”
Fonte: http://www.estudioicone.com/blog/wp-content/uploads/2012/11/Brave-conceptarts-02.jpg
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Efeitos especiais
Os efeitos especiais estão bastante presentes principalmente em grandes produções. Os
designers são capazes de auxiliar na execução de efeitos especiais. Podem auxiliar narepresentação gráfica, no desenvolvimento de peças ou adereços além de poder realizar
edições de vídeo juntamente com computação gráfica. (Figura 6)
Figura 6 – Efeitos especiais de “Godzilla”
Fonte: http://static5.businessinsider.com/image/53a08aff6bb3f77e380bc500/incredible-before-and-after-images-
of-special-effects-in-movies.jpg
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Criação de cartaz
O Cartaz também é um elemento de grande importância na produção de um filme por
ser uma das principais formas de divulgação.
Assim como o trailer o cartaz deve transmitir a essência do roteiro do filme tendo
também que cativar o observador para que esse seja levado a querer ver o filme.
O designer sem dúvida é plenamente capacitado para criar um cartaz criativo
transmitindo os sentimentos do filme através de fotografias, tipografias, cores etc. (Figura 7)
Figura 7 – Cartaz do filme “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos”
Fonte: http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/
19/03/06/95/20672505.jpg
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Material de divulgação
Não somente os grandes filmes, mas também as produções mais simples possuem
material promocional como camisas, panfletos, cartazes, ações promocionais etc.
O designer gráfico é o profissional para projetar esses materiais mantendo uma
identidade entre eles e também funcionando como um atrativo para o filme. (Figura 8)
Figura 8 – Material de divulgação de “O Homem de Aço”
Fonte: http://cinema10.com.br/upload/noticias/supermanconcessions1.jpg
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Animações
Um ramo do cinema que também pode contar com a participação de designers são as
animações. Nelas é quase obrigatória a participação de designers gráficos. Isso por que eles podem atuar desde a criação de toda a parte gráfica dos personagens até a sua animação
através de softwares. (Figura 9)
Todos os tópicos aplicam-se também para as animações e o designer tem aí mais uma
possibilidade de trabalho. Em muitos cursos de design, principalmente gráfico, é ensinado
sobre animação e as principais técnicas utilizadas em animações, mostrando mais uma vez
que o design e o cinema estão relacionados.
Figura 9 – Produção da animação “Ratatouille”
Fonte: http://www.efeitosvisuais.com/blog/blog_imagens/ratatouille-contacto.jpg
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CAPÍTULO 2 – BLADE RUNNER - O CAÇADOR DE ANDRÓIDES
“ Blade Runner é um filme de 40 anos no futuro realizado com o estilo de 40 anos no
passado” (R idley Scott).
O filme cult de 1982 “ Blade Runner – O Caçador de Andróides” de Ridley Scott,
retrata a visão do diretor de um futuro obscuro e caótico da humanidade. Baseado na obra de
Philip K. Dick (Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?), Se passa na Los Angeles pós-
apocalíptica no ano de 2019, o filme mescla os estilos policial-noir e ficção científica. O filme
é classificado dentro do subgênero da ficção científica conhecido como cyberpunk , e é um dos
percussores a retrata-lo no cinema, servindo de inspiração e referência em outros filmes de
mesmo gênero até os dias de hoje.
A narrativa do filme é muito simples, sendo que os problemas são apresentados logo
nesse breve texto de abertura abaixo:
“No início do século XXI a Tyrel Corporation criou os robôs da série Nexus
virtualmente idênticos aos seres humanos. Eram chamados de replicantes. Os replicantes
Nexus 6 eram mais ágeis e fortes e no mínimo tão inteligentes quanto os Engenheiros
genéticos que os criaram. Eles eram usados fora da Terra como escravos em tarefas perigosasda colonização planetária. Após motim sangrento de um grupo de Nexus 6, os replicantes
foram declarados ilegais sob pena de morte. Policiais especiais, os Blade Runners, tinham
ordens de atirar para matar qualquer replicante. Isto não era chamado execução, mas sim
‘aposentadoria’.”
Depois disso fica por conta do expectador tirar suas próprias conclusões e opiniões
sobre cada personagem e sua história, pois o filme não se preocupa em explicar o motivo domundo estar assim, ou mostrar como era o trabalho dos replicantes na colonização fora do
planeta.
A história de Blade Runner apesar de ter uma narrativa simples, possui um roteiro
complexo onde cada expectador pode ter uma interpretação própria, além de trazer uma
reflexão sobre a vida, o futuro da raça humana e a busca da identidade própria. Blade Runner
narra a história do personagem Rick Deckard (Harrison Ford), um ex- Blade Runner recebe
uma missão que somente ele poderia cumprir: caçar e “aposentar” um grupo de replicantes
que fugiram da colônia espacial de trabalho e vieram à Terra. Liderados por Roy Batty
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(Rutger Hauer), o grupo de rebeldes tinham como objetivo encontrar seu criador para
descobrirem um meio para prolongar mais seu tempo de vida, pois os replicantes, apesar de
serem mais ágeis e fortes e no mínimo tão inteligentes quanto os humanos, eram programados
para viverem somente quatro anos.
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2.1 – CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO FILME
Filme: Blade Runner – The final cut (Blade Runner , o Caçador de Androides – Versão final
do diretor)
Local de Produção: EUA
Ano: 1982
Duração: 117 min
Direção: Ridley Scott
Produção: Michael Deeley
Roteiro: Hampton Fancher, David Peoples
Baseado em: Philip K. Dick – Do Androids Dream of Electric Sheep?
Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Edward James Olmos, Daryl Hannah
Gênero: Ficção científica
Trilha Sonora: Vangelis
Cinematografia: Jordan Cronenweth
Edição: Terry Rawlings, Marsha Nakashima
Companhia produtora: The Ladd Company, Tandem Productions, Sir Run Run Shaw
Distribuição: Warner Bros
Lançamento: 25 de junho de 1982
Idioma: Inglês
Orçamento: US$ 28 milhões
Receita: US$ 32.868.943
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2.1.1 – Sinopse
No século XXI, uma grande corporação levou a evolução robótica até a fase Nexus,
um ser idêntico ao ser humano, conhecido como replicante. Os replicantes são superiores emforça e habilidade, e sua inteligência se equipara a de seus criadores. Os replicantes são
usados fora da Terra como escravos, na arriscada exploração e colonização de outros planetas.
Após um incidente, os replicantes são declarados ilegais na Terra, como punição de morte
caso sejam encontrados. Com isso, uma equipe de policiais é formada para encontrar e matar
os replicantes na Terra. Esta equipe é conhecida como Blade Runner . Em novembro de 2019,
em Los Angeles, cinco replicantes retornam à Terra, um ex- Blade Runner (Harrison Ford) é
contratado para caçá-los.
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2.2 – O FOCO NARRATIVO
Identificamos que no filme o principal foco narrativo é a efemeridade da vida, levando
os antagonistas a procurarem uma forma de aumentar a longevidade de suas vidas, a busca por essa dádiva é uma alusão aos fatos dos seres humanos estarem sempre buscando uma
forma de evoluir remédios e métodos científicos para viver mais.
O grande filosofo Lúcio Anneo Sêneca (4 a.C. - 65 d.C.), reflete em seu livro o
sentimento passado em Blade Runner:
Por que reclamamos da Natureza? Ela se mostrou benevolente: a vida, se
souberes viver, é longa. Mas a insaciável ganância domina um; outro, desperdiça sua
energia em trabalhos supérfluos; um encharca-se de vinho, outro fica entorpecido
pela inércia; um está sempre preocupado com a opinião alheia, outro, por um
irreprimido desejo de comerciar, é levado a explorar terras e mares na esperança de
obter lucro. O desejo de guerrear tortura alguns, que não se mostram apreensivos em
relação aos perigos alheios ou ansiosos aos seus próprios; há aqueles que,
voluntariamente, se sujeitam à ingrata adulação dos superiores. (SÊNECA, p. 27)
Essa reflexão remete ao momento em que Roy passa com o personagem principal
Deckard, após matar muitos humanos e seu próprio criador ele percebe que não há maneiras
de estender a sua vida, mas em tempo ele percebe o valor ela tem e em seus últimos
momentos acaba salvando o seu inimigo, mostrando que os replicantes são tão iguais aos
homens em humanidade, busca por desejo e emoções, protagonizando uma das cenas mais
marcantes do filme, com a frase que sintetiza a efemeridade da vida abordada na obra: “Eu vi
coisas que vocês não imaginariam. Naves de ataque ardendo no ombro de Órion. Eu vi raios-c
brilharem na escuridão próximos ao Portão de Tannhäuser. Todos esses momentos se
perderão no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de mor rer.” (Roy Batty Blade Runner).
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2.3 – DESCRIÇÃO DOS PERSONAGENS
Rick Deckard
Interpretado por Harrison Ford, é um caçador de androides aposentado, que é obrigado
para fazer um último trabalho, caçar um grupo de androides que fugiram de uma colônia
espacial após um motim sangrento, no decorrer da trama ele acaba se apaixonando por uma
replicante.
Rachael
Interpretada pela atriz Sean Young, é uma replicante, que tem implantes de memóriasda sobrinha de Tyrell, seu criador, e que vive a todo momento a negação de ser uma replicante
buscando uma identidade própria.
Tyrell
Interpretado pelo ator Joe Turkell, é o criador dos replicantes e dono da poderosa
Tyrell Corporation, produtora dos nexus 6.
Roy Batty
Interpretado pelo ator Rutger Hauer, é um replicante modelo de combate, que
comandou o motim dos nexos 6, assassinou o seu criador, mas que salvou a vida de Deckard
em sua batalha final.
Capitão Bryant
Interpretado pelo ator M.Emmet Walsh, é o superior policial que obriga Deckard a
caçar e a matar todos replicantes.
Gaff
Interpretado pelo ator Edward James Olmos, é o policial que investiga os androides
juntos de Deckar, e que sempre deixa um origami em formato de animal por onde passa, que
representa subjetivamente o replicante que esteve naquele local.
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Pris
Interpretada pela atriz Daryl Hannah, é uma replicante criada para dar prazer para os
soldados.
Zhora
Interpretada pela atriz Joanna Cassidy, opôs fugir com o grupo do trabalho escravo nas
colônias interplanetárias, se aventura como dançarina em uma boate fazendo um número com
uma cobra, é a primeira a ser encontrada e afastada pelo detetive Deckard.
Leon Kowalski
Interpretado pelo ator Brion James, é o primeiro replicante que aparece na historia,
sendo interrogado por um detetive.
J.F. Sebastian
Interpretado pelo ator William Sanderson, vive solitário em meio a vários objetos
vivos, é parceiro de Tyrell, e apos abrigar os replicantes Pris e Roy, proporciona o encontro de
Roy com o seu criador resultando na morte de Tyrell.
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2.4 – A VISÃO FUTURISTA
O filme traz algumas visões de como seria o futuro da tecnologia e da humanidade,
tendo alguns elementos dos anos 80 sendo aplicados ao futuro de 2019, como por exemplo, nacena abaixo:
Figura 11 – Cena do filme “Blade Runner ”
Fonte: Blade Runner – The final cut (2007)
Nesta cena o protagonista utiliza o comando de voz, que é uma tecnologia que se
concretizou e é comum encontra-la em gadgets hoje em dia, porém ela é aplicada a um
televisor antigo, algo que já se tornou obsoleto há tempos.
Em outra cena, vemos que Deckard se comunica com Rachel por um telefone que faz
chamadas de vídeo, também muito comum nos dias atuais. (Figura 12)
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Figura 12 – Cena do filme “Blade Runner ”
Fonte: Blade Runner – The final cut (2007)
Percebe-se também que a cultura oriental invade o ocidente, o que é bastante viável,
pois segundo Gonzáles (2014), a China hoje é uma das grandes potências mundiais e está a
ponto de destronar os EUA, além de ter uma superpopulação, que em um mundo reduzido iria
tomar grande parte do território, e é o que acontece na Los Angeles de Blade Runner. Os
habitantes e anúncios apresentados durante o filme dão indícios dessa invasão. (Figura 13)
Figura 13 – Cena do filme “Blade Runner ”
Fonte: Blade Runner – The final cut (2007)
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2.5 – CORES E AMBIENTAÇÃO DO FILME
A ambientação do filme, juntamente com a direção de arte são muito detalhadas. Todo
o filme se passa em um ambiente escuro na gigantesca cidade de Los Angeles, em um mundoonde a degradação ambiental ocasionada pela humanidade e a devastadora chuva ácida
presente em quase todo o filme descrevem o sombrio futuro da humanidade.
O espectador pode claramente notar um mundo sombrio e obscuro; uma Los Angeles
futurística tomada pelo crescimento incontrolável da metrópole, onde há milhares de edifícios
com uma abundância de propagandas publicitárias, muitas chaminés de indústrias em chamas
que trabalham sem parar e vários prédios com arquitetura colossal de centenas de andares.
(Figuras 14, 15 e 16, respectivamente)
Figura 14 – Cena do filme “Blade Runner ”
Fonte: Blade Runner – The final cut (2007)
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Figura 15 – Cena do filme “Blade Runner ”
Fonte: Blade Runner – The final cut (2007)
Figura 16 – Cena do filme “Blade Runner ”
Fonte: Blade Runner – The final cut (2007)
Com o decorrer do filme, é possível identificar que o mundo futurístico está um
verdadeiro caos. Los Angeles na verdade é uma imensa Chinatown, onde várias culturas se
misturam (com predominância asiática) e há uma enorme desigualdade social nessa cidade
superpovoada, mas todos que estão na terra são homens e mulheres que não estavam aptos à
migrarem para outro mundo através da colonização espacial mencionada na narração de
abertura.
A inspiração nas histórias em quadrinhos de Moebius e de Enki Bilal (Figuras 17e 18)
ajudaram na criação de uma atmosfera claustrofóbica, onde todas as personagens estão
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cercadas sempre por prédios, muros, paredes e pessoas. Todos os detalhes da cidade, as
construções, arranha-céus, banners gigantescos de propaganda, carros voadores, dirigíveis e
milhares de luzes de neon são muito bem produzidos e impressionantes.
Figura 17 – História em quadrinho de Moebius
Fonte: https://decentventriloquists.files.wordpress.com/2012/03/moebius-ltm-02.jpg
Figura 18 – História em quadrinhos de Enki Bilal
Fonte: http://www.pilulapop.com.br/wp-content/uploads/2011/05/bilal3.jpg
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Blade Runner traz uma estética com predominância de cores escuras e sombrias. O contraste
com o neon azul da metrópole gera uma sensação de mistério e de frieza que reflete
diretamente na personalidade e estado emocional dos personagens. É possível ver que todos
parecem estar perdidos e oprimidos pela dura realidade em que vivem. Todos buscam algo,
seja mais tempo de vida, a identidade própria ou conseguir alcançar o sonho de uma vida
melhor no paraíso em outro mundo.
A predominância do filtro azul utilizada na fotografia é feita para dar contraste aos
tons escuros e sombras do filme (Figura 19). Percebesse também a utilização de tons de
amarelo em algumas cenas, geralmente em ambientes internos, tem como função contrastar
com as sombras e iluminar as personagens sem perder o estilo das características noir (Figura
20)
Figura 18 – Figura 19 – Cena do filme “Blade Runner ”
Fonte: Blade Runner – The final cut (2007)
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Figura 20 – Cena do filme “Blade Runner ”
Fonte: Blade Runner – The final cut (2007)
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CAPÍTULO 3 – ESTÉTICA CYBERPUNK
Cyberpunk é um subgênero da ficção científica, conhecido por seu enfoque de "Alta
tecnologia e baixo nível de vida" (" High tech, Low life") e toma seu nome da combinação decibernética e punk . Mescla ciência avançada, como as tecnologias de informação e a
cibernética junto com algum grau de desintegração ou mudança radical na ordem social.
Durante a década de 1980, a ficção científica criou o movimento cyberpunk , um dos
mais bem-sucedidos. Os pioneiros foram William Gibson, autor da trilogia do Sprawl , do qual
faz parte o famoso Neuromancer ; e Bruce Sterling, autor da série de histórias
Mechanist/Shaper , do qual a maior realização é a gigantesca obra Schismatrix (Figura 21).
Figura 21 – Capa do livro “Schismatrix”
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Schismatrix#/media/File:Schismatrix(1stEd).jpg
Segundo William Gibson, em seu livro Neuromancer (Figura 22), o indivíduo
cyberpunk é uma espécie de "pichador virtual" que se utiliza de seu conhecimento acima da
média dos usuários para realizar protestos contra a sistemática vigente das grandes
corporações, sob a forma de vandalismo com cunho depreciativo, a fim de infligir-lhes
prejuízos sem, contudo, auferir qualquer ganho pessoal com tais atos.
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Figura 22 – Capa do livro “ Neuromancer ”
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Neuromancer#/media/File:Neuromancer_Brazilian_cover.jpg
Uma forma de definir aspectos característicos da literatura cyberpunk seria analisar as
características e lugares-comuns mais recorrentes nas narrativas classificadas como tal. A
integração maligna entre sociedade e tecnologia pode ser considerada a base central do estilo, porque exibe uma visão pessimista do avanço científico. As obras do estilo apresentam visões
de um mundo desértico e devastado por meio da ficção futurística. Além disso, é possível
destacar ainda o conflito recorrente entre o individual e sociedade, porque retrata a
insignificância do homem diante da tecnologia onipresente.
O escritor de ficção científica David Brin descreve o cyberpunk como “a campanha de
promoção gratuita mais fina empreendida a nome da ficção científica”. Este pode não haver
atraído aos “verdadeiros punks”, mas este atraiu a muitos novos leitores, e isto dispôs a classe
de movimento que a literatura pós-modernista buscava comentar. (Uma ilustração disto é o
“A Cyborg Manifesto” de Donna Haraway (Figura 23), uma tentativa de construir um “mito
político” usando cyborgs como metáforas da “realidade social” contemporânea). O cyberpunk
fez mais atrativa a ficção científica para os acadêmicos, argumenta Brin, além disso, fez a
ficção científica mais lucrativa para Hollywood e as artes visuais em geral.
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Figura 23 – Capa do livro “A Cyborg Manifesto”
Fonte: adrianavivarte.blogspot.com
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CAPÍTULO 4 – O DESFECHO
Blade Runner teve seu lançamento cercado de polêmicas, pois o filme foi aos cinemas
diferente da versão que o diretor Ridley Scott havia gravado. O estúdio produtor resolveuamenizar o clima sombrio do filme e dar mais explicações da trama a partir de narrações em
off com o personagem de Harrison Ford. Um final feliz foi inserido, trazendo Deckard e
Rachel fugindo para as montanhas, fazendo com que a essência urbana do filme fosse perdida.
Segundo Borgo (2012), a cena foi criada a partir de sobras de filmagens deixadas na sala de
edição por Stanley Kubrick quando dirigiu seu O Iluminado (1980).
O filme tem quatro versões mais conhecidas, tendo a versão lançada nos EUA (U.S.
theatrical version), uma lançada internacionalmente ( International Cut ) e futuramente versão
do diretor ( Director's Cut , 1992) e a versão final (The Final Cut , 2007). Esta última deixa
claro ao espectador de que Deckard é um replicante, isso foi confirmado pelo diretor em uma
entrevista ao site Digital Spy. Abaixo estão listadas algumas cenas da versão final do diretor
(2007), que esclarecem o dilema que atingiu alguns espectadores.
1 – Primeiramente, quando Rachael pergunta a Deckard se ele já se submeteu a um teste
Voight-Kampff, não obtemos resposta.2 – Deckard olhando suas fotos do passado (que parecem vindas de um passado muito mais
imemorial do que deveria, sendo o presente dele 2019) lembra muito os replicantes.
3 – Quando vemos os olhos de Deckard, por pouco tempo, brilhar com a luz vermelha
característica dos Replicantes, que é apresentada várias vezes ao longo da produção. (Figura
24)
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Figura 24 – Cena do filme “Blade Runner ”
Fonte: Blade Runner – The final cut (2007)
4 – Quando Gaff, ao final do filme, diz a Deckard: “You’ve done a man’s job, sir!” (“Você
fez um trabalho digno de um homem, senhor!”); e também o origami de unicórnio deixado no
apartamento de Deckard, que aparecera em seus sonhos, ao longo do filme, e que pode ser
uma prova de que aquilo é apenas uma memória implantada. (Figura 25)
Figura 25 – Cena do filme “Blade Runner ”
Fonte: Blade Runner – The final cut (2007)
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CONCLUSÃO
O cinema é a arte que busca não só criar grandes histórias, mas também fomentar
discussões relevantes para a humanidade, percebemos isso desde seus primórdios, comCharles Spencer Chaplin e seu “Tempos Modernos” (1936), por exemplo. O Design fez parte
da produção dessa nova arte, ajudando a conceber e a divulgar para a grande massa, sendo
constantemente atribuídas novas formas de aplica-lo. Os cartazes, ingressos, displays,
banners, são algumas das peças promocionais que um Designer Gráfico pode conceber para a
divulgação de um filme.
O Filme “ Blade Runner ” é um marco na história do cinema, e como vimos, traz à tonaalguns assuntos relevantes para a sociedade. Com o filme percebemos a importância da vida
para o ser humano e como este pode ser cruel para o benefício próprio, a ponto de criar seres
idênticos (replicantes) e escraviza-los. Com os homens se portando da mesma forma há
séculos, a visão pós-apocalíptica do filme continua sendo atual, pois hoje, mais do que nunca,
percebemos os efeitos das ações prejudiciais do homem contra o meio ambiente.
O estudo apresentado tem grande importância para a concepção do projeto, pois
conseguimos identificar as características marcantes da obra cinematográfica e os temas
discutidos por esta, podendo então, a partir daí, conceituarmos as peças promocionais.
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