Post on 22-Apr-2015
Prof.ª Maria Verônica Marques MenezesE-mail: mariaveronicamenezes@gmail.com
Compreendendo o Empreendedorismo
O mundo tem passado por uma série de transformações,
principalmente a partir do século XX, quando foi criada a
maioria das invenções que revolucionaram o estilo de vida
das pessoas.
Por trás destas invenções existem pessoas diferenciadas
com características especiais, que são:
OS EMPREENDEDORES
Empreendedorismo Pode ser ensinado ou é uma característica nata? Para Filion (1997) o ensino do empreendedorismo deve
possibilitar o indivíduo a identificar visões diferentes do processo de ensino ao administrador, o qual deve enfatizar as habilidades de fazer análises.
Dornelas (2008) classifica em três áreas as habilidades de um empreendedor, são elas:
Técnicas Gerenciais Características Pessoais
Técnicas: envolvem saber escrever, ouvir as pessoas, ser organizado, saber liderar, trabalhar em equipe e possuir know-how técnico em sua área.
Gerenciais: envolve as áreas de criação, desenvolvimento e gerenciamento de uma empresa (marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão, controle das ações da empresa e ser um bom negociador).
Características Pessoais: envolvem características como ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador, orientado a mudanças, ser persistente e um líder visionário.
Empreendedores são:
Pessoas diferenciadas;
Tem motivação singular;
Amam o que fazem;
Não querem ser apenas mais um na multidão.
O surgimento do empreendedorismo
A palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa – “aquele que assume riscos e começa algo novo.”
Segundo David McClelland, as pessoas podem ser divididas em dois grandes grupos: uma minoria que, quando desafiada por uma oportunidade, está disposta a trabalhar com determinação e afinco para conseguir o que quer, e uma grande maioria que não se importa tanto assim.
Histórico do Empreendedorismo Idade Média
O termo empreendedor era utilizado para identificar
pessoas que gerenciavam grandes projetos de produção.
Século XVII
O empreendedor estabelecia um acordo contratual com
o governo a fim de realizar algum serviço ou
fornecer algum produto.
Século XVIII
O capitalista foi finalmente diferenciado do
empreendedor. Ex.: pesquisas de Thomas Edson
financiadas por investidores.
Século XIX e XX
Os empreendedores eram comumente confundidos
com os gerentes ou administradores.
Conceitos e definições Segundo Dornelas (2008), a rota comercial, ligando o
oriente ao ocidente, criada por Marco Polo pode ser
considerado o primeiro exemplo de empreendedorismo;
Para Schumpeter (1978) o empreendedor é aquele que
destrói a ordem econômica existente pela introdução de
novos produtos e serviços, pela criação de novas formas
de organização ou pela exploração de novos recursos e
materiais
A ênfase da abordagem de Schumpeter é a inovação,
como os exemplos de Henry Ford e Graham Bell, que
utilizaram tecnologias para proporcionar mudanças
significativas e inovadoras no mercado.
A partir disso, o empreendedor pode ser entendido
como o indivíduo impetuoso, de espírito livre e com
habilidades para gerar inovações tecnológicas capazes
de promover a competitividade mercadológica.
Para Dolabela (1999), “o termo é um neologismo
derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship
e utilizado para designar os estudos relativos ao
empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de
atividades, seu universo de atuação”.
Shumpeter, em 1950, descreveu esse termo como
sendo uma pessoa que tem a capacidade e a
criatividade de fazer sucesso utilizando inovações.
Dornelas (2008) - o empreendedor é o individuo que detecta uma oportunidade e cria um negócio a fim de torná-la lucrativa e, para tal, assume seus riscos.
Aspectos a serem considerados:Tem iniciativa para criar um novo negócio e paixão
pelo que faz;Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa,
transformando o ambiente social e econômico onde vive;
Aceita assumir os riscos calculados e possibilidade de fracassar.
Kenneth E. Knight (1967) e Peter F. Drucker (1970)
inserem a ideia de risco ao empreendedorismo, já que
a pessoa se arrisca em um negócio.
Gifford Pinchot introduz o termo
intraempreendedor – o empreendedorismo voltado
para as organizações. Uma pessoa empreendedora
possui características, como criatividade, inovação e
capacidade de fazer sucesso.
Dornelas (2008) - Empreendedorismo é o envolvimento
de pessoas que, em conjunto, levam a transformação
de ideias em oportunidades.
Pimentel (2008) – Empreendedorismo estuda os
desígnios relativos ao empreendedor, seu sistema de
atividades e seu universo de atuação.
Filion (1997) descreve 2 categorias de
empreendedores: empreendedores organizadores de
negócios e empreendedores inovadores.
Segundo Dorneles (2008), Richard Cantillon,
economista irlandês, é considerado um dos criadores do
termo empreendedorismo por diferenciar a pessoa do
empreendedor (aquele que assume o risco) da pessoa
do capitalista (o que detém o capital).
O Empreendedor é o individuo que coloca sua ideia em
prática, com valor lucrativo, quer seja financeiro ou
social, e não simplesmente aquele que a idealiza ou
somente concretiza uma ideia de outrem.
“O Empreendedor é o agente da destruição criativa” (Joseph Schumpeter)
“As oportunidades são como os amanheceres: se se
espera muito, se perdem”. William George Ward, Escritor inglês (1812 –1882)
Empreendedores de sucesso
O Empreendedor Empreendedor é a pessoa que cria e constrói alguma
coisa nova e mais efetiva ao invés de continuar aquilo
que já existe; é um inconformado, que transforma o seu
ambiente.
Empreendedores são construtores de sonhos. Têm os
olhos nas estrelas e os pés no chão.
Ação do empreendedor na sociedade:
Empresas;
Política;
Comunidades;
Organizações governamentais;
ONG`s, etc..
O Empreendedor e a Empresa Posição do empreendedor na organização:
Intra-empreendedor = Empreendedor InternoEmpresário = Sócio ou Acionista
Principais ações dos empreendedores na organização:Criação de novos produtosCriação de novos mercadosCriação de novos processos
Por que alguém cria uma nova empresa? Quer, ou seja:
Tem um sonho;Percebe uma oportunidade;Tem experiência na área;Quer ganhar mais dinheiro, prestígio.
Precisa, ou seja, não vê outra solução:Desempregado;Não quer ter patrão.
Características dos empreendedores Têm força de vontade e energia;
Têm autoconfiança;
Têm envolvimento de longo prazo no que fazem;
Usam lucro como medida de sucesso, mas não trabalham
só por dinheiro;
São persistentes na solução de problemas;
Fixam objetivos desafiadores;
Assumem riscos moderadamente;
Aprendem com os erros e fracassos;
Buscam feedback;
Têm iniciativa e buscam responsabilidade pessoal;
Têm a habilidade de obter e usar os recursos
necessários tanto de dentro quanto de fora da
organização;
Competem consigo mesmos e buscam alto padrão de
desempenho;
Assume o resultado do seu desempenho a si próprio e
não à sorte, destino, ou fatores externos;
“O futuro a mim pertence...”
Têm alta tolerância à ambiguidade e à incerteza;
Têm necessidade de conquista;
Têm necessidade de autonomia / independência;
Têm tendência criativa;
Assumem riscos calculados e moderados;
Têm impulso e determinação;
Busca de oportunidades e iniciativa
Faz as coisas antes de solicitado ou antes de forçado pelas
circunstâncias.
Age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou
serviços.
Aproveita oportunidades fora do comum para começar
um negócio, obter financiamentos, equipamentos,
terrenos, local de trabalho ou assistência.
Corre riscos calculados
Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente.
Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados.
Coloca-se em situações que implicam desafios ou
riscos moderados.
Exige qualidade e eficiência
Encontra maneiras de fazer as coisas melhor, mais
rápido, ou mais barato.
Age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou
excedem padrões de excelência.
Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar
que o trabalho seja terminado a tempo ou que o trabalho
atenda a padrões de qualidade previamente
combinados.
Persistência
Age diante de um obstáculo significativo.
Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de
enfrentar um desafio ou superar um obstáculo.
Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho
necessário para atingir metas e objetivos.
Comprometimento
Faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço
extraordinário para completar uma tarefa.
Colabora com os empregados ou se coloca no lugar
deles, se necessário, para terminar um trabalho.
Se esmera em manter os clientes satisfeitos e coloca
em primeiro lugar a boa vontade a longo prazo, acima
do lucro a curto prazo.
Administrador e Empreendedor Empreendedor normalmente se torna um
administrador.
O administrador nem sempre é ou foi um empreendedor.
As diferencias entre os domínios empreendedor e administrativo podem ser comparadas em cinco dimensões distintas de negócio: orientação estratégica, análise das oportunidades, comprometimento dos recursos, controle dos recursos e estrutura gerencial.
Empregado tradicional XEmpreendedor/Empresário/Intra-empreendedor
Empregado tradicional Intra- Empreendedor / Empresário
Menos liberdade Mais liberdade
Mais sujeito a controle Menos sujeito a controle
Menos autonomia Mais autonomia
Responsabilidade restrita Responsabilidade geral
Atividades restritas Faz-tudo
Trabalha por horário Não tem horário
Empregado tradicional XEmpreendedor/Empresário/Intra-empreendedor
Empregado tradicional Intra- Empreendedor / Empresário
Conforto do ambiente interno Vulnerável ao ambiente externo
Sem risco patrimonial Arrisca bens pessoais e família
Convive com mais certeza Convive com mais incerteza
Vive DA empresa Vive A empresa
Recompensa fixa Recompensa variável e incerta
Dependência Interdependência
E O BRASIL?
Empreendedorismo no Brasil Na visão de Dornelas (2008), o Brasil entra neste
milênio com potencial para desenvolver “um dos maiores programas de empreendedorismo de todo o mundo, comparável apenas ao Estados Unidos, onde mais de 2.000 escolas ensinam empreendedorismo”.
Conforme dados da Global Entrepreneurship Monitor (2007) é notável o número de empreendedores brasileiros, 13 para cada 100, ficando a frente de países como Estados Unidos, Japão, França, entre outros.
Empreendedorismo no Brasil A partir da década de 1990, o empreendedorismo começou
a ganhar espaço no país.
Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Softex (Sociedade Brasileira de Exportação de Software). Incubadoras de empresas.
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e pequenas
Empresas - tem sido considerado o órgão responsável por implantar a cultura do empreendedorismo, quer seja nas universidades, quer seja no mercado como um todo, com o intuito de orientar os pequenos empresários no momento da abertura de seus negócios, bem como no desempenho de suas atividades.
SEBRAESebrae (www.sebrae.com.br)
Suporte para iniciar um novo negócio
Ideias Tipos Ramos Cursos online e presenciais
SEBRAE
Suporte para melhorar empresas já existentes.
Site “Quero melhorar minha empresa” Auxílio na definição do preço de venda Capacitação da equipe
Foi criada com o intuito de levar as empresas de software do país
ao mercado externo.
Disseminação do conceito de empreendedorismo no país.
Influência na criação de uma linha de financiamento, pelo
BNDES, para as empresas da Indústria Brasileira de Softwares e
Serviços de TI
Indução na formação dos principais consórcios de exportação
hoje existentes.
Incubadoras de empresas
Uma incubadora de empresas é uma forma interessante
de estímulo ao empreendedorismo.
56% das pequenas e médias empresas, segundo
pesquisa do Sebrae, fecham suas portas até o terceiro
ano de vida.
Incubadoras de empresas Hoje existem cerca de 150
incubadoras de empresa no
país.
Estima-se que existem hoje
1100 empresas incubadas o
que representa a geração de
6100 novos empregos.
Incubadoras de empresas As incubadoras oferecem um ambiente flexível e
encorajador com um custo bem menor que o do
mercado.
As incubadoras proporcionam maior chance de sucesso
às empresas instaladas devido ao processo de seleção
que capta os melhores projetos e seleciona os
empreendedores mais aptos.
Alguns tipos de apoio oferecidos pelas incubadoras:
Infraestrutura
Serviços básicos
Assessoria
Qualificação
Network
Incubadoras de empresas
Algumas ações históricas e outras mais recentes que
garantem ao Brasil um papel de destaque no cenário
mundial do empreendedorismo:
Programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, dirigido à
capacitação de mais de 6 milhões de empreendedores.
Investimento de cerca de R$ 8 bilhões. Vigorou de 1999 a 2002.
Ações voltadas à capacitação do empreendedor. Ex.: Empretec e
Jovem Empreendedor do Sebrae.
Cursos e programas criados nas universidades brasileiras para o
ensino do empreendedorismo.
Surgimento das empresas ponto-com motivando os jovens
empreendedores a irem em busca do seu próprio negócio.
Enorme crescimento do movimento das incubadoras no
país.
Várias escolas estão criando programas não só de
criação de novos negócios, mas também de estímulo ao
empreendedorismo social e ao empreendedorismo
corporativo.
Crescente movimento de franquias no Brasil.
ATUALMENTE Um fato que chamou a atenção dos envolvidos com o
movimento do empreendedorismo no mundo e no
Brasil foi o primeiro relatório executivo do GEM (Glogal
Entrepreneurship Monitor), em 2010, no qual o Brasil
possuía a melhor relação entre o número de habitantes
adultos que começam um novo negócio e o total dessa
população: 1 em cada 8 adultos.
Alguns dados sobre o empreendedorismo no Brasil:
O Brasil possui um nível relativamente alto de atividade
empreendedora: a cada 100 adultos, 14,2 são
empreendedores.
As mulheres brasileiras são bastante empreendedoras: a
produção é de 38%, a maior entre os 29 países participantes
da pesquisa
A disponibilidade de capital no Brasil se ampliou. Contudo, os
programas de financiamento ainda não são muito bem
divulgados.
O brasileiro não tem hábito de fazer planos de longo prazo, devido à conjuntura econômica do país, o que dificulta o sucesso dos empreendimentos.
O tamanho do país e sua diversidade regional exigem programas descentralizados.
Infraestrutura precária e pouca mão de obra qualificada tem impedido a proliferação de programas de incubação.
Necessidade de aprimoramento no sistema educacional como um todo o que estimulará a cultura empreendedora entre os jovens.
Alto custo de registro de patentes.
Sempre haverá um
momento em que a
porta se abrirá e
deixará o futuro entrar!
(Graham Greene)
ReferênciasARANTES, E. C. Empreendedorismo e responsabilidade social. Curitiba: IBPEX, 2011.
SCHUMPETER, J. A. The Theory of economic development: an inquiry into profits, capital, credit, interest, and the business cycle. Cambridge: Havard University Press, 1978.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.