Profa. Juliana Johann. ESTADOS PREPONDERANTES E SUAS FONTES DE PODER, 1500-2000 PERÍODO ESTADO...

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TRANSIÇÕES HEGEMÔNICAS AO LONGO DA HISTÓRIA

OCIDENTAL

Profa. Juliana Johann

ESTADOS PREPONDERANTES E SUAS FONTES DE PODER, 1500-

2000

PERÍODO ESTADO RECURSOS PRINCIPAIS 

 

Séc. XV-XVI PORTUGAL

Comércio com o Oriente

Séc. XVI ESPANHA

Ouro maciço, prata, comércio colonial, exércitos mercenários, laços dinásticos

Séc. XVII HOLANDA

Comércio Mercados de capital marinha

Séc. XVIII FRANÇA

População Indústria rural Administração pública Exército Cultura (poder brando)

Séc. XIX INGLATERRA

Indústria Coesão política Finanças e crédito Marinha Normas liberais (poder brando) Localização insular (defesa facilitada)

Séc. XX EUA

Superioridade econômica Liderança científica e técnica Localização Forças e alianças militares Cultura universalista e regimes

internacionais liberais (poder brando)

Séc. XXI EUA (?) Liderança tecnológica Superioridade militar e econômica

(poder brando) Centro de comunicações

transnacionais

História da mudança nas RI ocidentais –

Geralmente, foco em rupturas radicais com o passado que ocorreram geralmente após guerras momentosas (Guerra dos 30 anos, Guerras Napoleônicas, 1ª. e 2ª. Guerras mundiais, desmantelamento da URSS, etc) – Assim,

1648 – Paz de Westfália1713- Utrecht1815- Congresso de Viena1919 – Paz de Versalhes1945- (Teerã, Yalta, Potsdam, S. Fco, Durbanton Oaks)1991

A ERA DOS IMPÉRIOS EUROPEUS 1800-1939

Para a maioria da humanidade e pelos períodos mais longos da história, o império tem sido o modelo de governo típico.

  Impérios não têm o menor interesse em operar

dentro de um SISTEMA INTERNACIONAL.   Eles aspiram SER o sistema internacional. Impérios não têm nenhuma necessidade de um

equilíbrio de poder.  

Impérios Medievais Império Bizantino · Império Huno · Império Árabe (Império Rashidun · Império Omíada ·

Império Abássida · Império Fatímida · Império Almóada) · Império Gaznavida · Império Seljúcida · Império Corásmio · Império Timúrida · Império Indiano Chola · Império Mongol · Império Sérvio · Império Búlgaro · Império Carolíngio · Sacro Império Romano-Germânico  · Império Plantageneta · Império Mali · Império Chinês Tang · Império Chinês Song · Império Chinês Yuan · Império Inca

O novo sistema de estados nacionais - que formou-se após a prevalência do sistema anterior formado pelas cidades e pelas “ unidades imperiais” menores que os estados - manteve as características principais do sistema que o antecedeu .

Ele também nasceu competitivo e bélico, e se

expandiu graças às suas disputas territoriais e às suas guerras de conquista.

 

  Antes do surgimento dos estados

nacionais , a competição e a guerra entre os primeiros “ núcleos imperiais” apontava na direção do “ poder global” , mas este não estava ao alcance dos recursos destes primeiros poderes territoriais.

Mais à frente, quando eles chegaram próximos a um poder de tipo global, como no caso do Império Habsburgo no período de Carlos V , as resistências externas e internas cresceram, e os custos aumentaram até o ponto em que o projeto ficou insustentável.

Carlos V declarou moratória com relação a seus banqueiros, renunciou e dividiu seu império para impedir sua decomposição.

Depois de Carlos V, nos séculos posteriores, a França e a Alemanha tentaram , várias vezes, e sem sucesso, impor a sua hegemonia à Europa.

O Japão também fracassou ao tentar impor a sua hegemonia na Ásia depois de 1890.

Só os EUA conquistaram e mantiveram, desde o séc. XIX, uma posição hegemônica incontestável dentro do continente americano.

E só a Inglaterra e os EUA – os “ estados-impérios capitalistas” por excelência – se colocaram o objetivo do “ poder global” .

  No caso da Inglaterra, com a limitação de que

jamais teve poder territorial sobre a Europa e nunca disputou de fato o continente americano com os EUA.

A formação do sistema político mundial não foi o produto de uma somatória simples e progressiva de territórios, países e regiões, foi uma criação do poder expansivo de alguns estados nacionais europeus que conquistaram e colonizaram o mundo, durante os 5 séculos que lutaram entre si pela conquista e monopolização das hegemonias regionais e do “ poder global”

Como resultado deste movimento competitivo e expansivo, os europeus criaram seus “ territórios políticos” supranacionais e seus impérios coloniais de onde vieram a nascer a maioria dos estados do Sistema Mundial, criados fora da Europa, e sem as características econômicas das Grandes Potências.

Paz de Westphalia

Soberania Razão de Estado SI Equilíbrio de Poder / Balança de

Poder

A despeito de MUITAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS terem dado-se nos diferentes domínios e através dos distintos agentes ‘orientais’ (chineses, árabes, persas, turcos, indianos, japoneses, etc)

costuma-se , no Ocidente, iniciar-se o estudo das RI quando verifica-se no ocidente o surgimento da RAZÃO DE ESTADO.

Hobbes

Grotius

Por último e mais importante, sob o ponto

de vista do direito internacional, a Paz de

Westfália assegurou um novo ordenamento jurídico entre os reinos europeus.

Além disso, formou uma nova ideologia do estado soberano:

a chamada Razão de Estado.

Equilíbrio de poder

Quando nenhum Estado é poderoso o suficiente para dominar todos os demais, as pretensões do membro mais agressivo da comunidade internacional são mantidas sob controle através de uma combinação entre os novos membros.

EM OUTRAS PALAVRAS, por intermédio da operação do equilíbrio de poder.

 

AS TENTATIVAS DE HEGEMONIA NA EUROPA AO LONGO DOS SÉCULOS

HEGEMONIA

Em Geopolítica, hegemonia é a supremacia de um povo sobre outros, seja através da introdução de sua cultura ou por meios militares.

Ver: BOBBIO, Norberto. Dicionário de Ciência Política, Ed. UNB

Resumindo

Estima-se que as Grandes Potências tenham estado em guerra durante 75% do período que vai de 1495 a 1975, começando uma nova guerra a cada 7 ou 8 anos.

E mesmo no período mais pacífico desta história, entre 1816 e 1913, contabiliza-se 100 guerras coloniais, a maioria delas envolvendo a Inglaterra , a França e a Rússia.

 Por isso alguns afirmam que as guerras foram a principal atividade dos estados nacionais europeus durante seus 5 séculos de existência , consumindo cerca de 80 a 90% dos seus orçamentos nacionais até o séc. XIX.

De acordo com a teoria realista (que, embora predominante, não é a única teoria disponível para a análise de fenômenos em RI), na relação entre os estados nacionais, a mera preservação da existência social exige, na livre competição, uma expansão constante. Quem não sobe cai.

Mearsheimer chamou de “ realismo ofensivo” esta condenação ou “ tragédia das Grandes Potencias” ..

“ as grandes potencias têm um comportamento agressivo não porque elas queiram, mas porque elas têm que buscar acumular mais poder se quiserem maximizar suas probabilidades de sobrevivência, porque o sistema internacional cria incentivos poderosos para que os estados estejam sempre procurando oportunidades de ganhar mais poder aas custas de seus rivais...”

Dever de casa

“Para que a globalização funcione, os EUA não devem ter medo de agir como a superpotência

invencível que na verdade já o são. A mão invisível do mercado jamais funcionará

sem um punho invisível . A cadeia McDonald’s não irá se expandir sem a

McDonnel Douglas (fabricantes de aviões F16), assim como o punho invisível que garante a segurança mundial das tecnologias do Silicon Valley chama-se exército, forca aérea, força naval e corpo de fuzileiros navais dos EUA.¨

Thomas Friedman, assessor da ex-Secretária de Estado Madeleine Albright,

em artigo na New York Times Magazine, 28.03.1999