Post on 15-Dec-2018
ISSN 2238-0264
SADEAM2015SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO EDUCACIONAL DO AMAZONAS
REVISTA PEDAGÓGICA
PRODUÇÃO DE TEXTOENSINO MÉDIO
José Melo de OliveiraGovernador do Estado do Amazonas
José Henrique de OliveiraVice-Governador
Algemiro Ferreira Lima FilhoSecretário de Estado da Educação e Qualidade do Ensino
Raimundo Otaíde Ferreira Picanço FilhoSecretário Executivo
José Augusto de Melo NetoSecretário Executivo Adjunto Pedagógico
Cláudio Marins de MeloSecretário Executivo Adjunto de Gestão
Izabel da Costa CarvalhoSecretária Executiva Adjunta da Capital
Ana Maria Araújo de FreitasSecretária Executiva Adjunta do Interior
Mauro Petras Ribeiro MunizCoordenador Executivo do PADEAM
Roberta Prestes da SilvaDiretora do Departamento de Políticas e Programas Educacionais
Fredson Souza da CostaCoordenador de Avaliação e Desempenho
SECRETARIA DE estado deEducação e Qualidade
do Ensino - SEDUC
SECRETARIA DE estado deEducação e Qualidade
do Ensino - SEDUC
José Melo de OliveiraGovernador do Estado do Amazonas
José Henrique de OliveiraVice-Governador
Algemiro Ferreira Lima FilhoSecretário de Estado da Educação e Qualidade do Ensino
Raimundo Otaíde Ferreira Picanço FilhoSecretário Executivo
José Augusto de Melo NetoSecretário Executivo Adjunto Pedagógico
Cláudio Marins de MeloSecretário Executivo Adjunto de Gestão
Izabel da Costa CarvalhoSecretária Executiva Adjunta da Capital
Ana Maria Araújo de FreitasSecretária Executiva Adjunta do Interior
Mauro Petras Ribeiro MunizCoordenador Executivo do PADEAM
Roberta Prestes da SilvaDiretora do Departamento de Políticas e Programas Educacionais
Fredson Souza da CostaCoordenador de Avaliação e Desempenho
SECRETARIA DE estado deEducação e Qualidade
do Ensino - SEDUC
SECRETARIA DE estado deEducação e Qualidade
do Ensino - SEDUC
Car� educadores do Am� onas,
A educação exige um contínuo esforço e um trabalho
atencioso, de modo a enfrentar, com clareza e serieda-
de, os obstáculos que são apresentados a todos nós. E
o compromisso de todo educador é oferecer uma edu-
cação de qualidade para nossos alunos, garantindo seu
primordial direito de aprender. Para tanto, é preciso orga-
nizar o trabalho coletivo, contando com a participação de
professores, diretores, funcionários e sociedade civil, a fi m
de que o futuro nos mostre os resultados dos esforços
presentes.
Para tanto, as decisões tangentes às nossas redes de en-
sino, além de partilhadas, exigem respaldo e suporte, ten-
do em vista a constituição de sua legitimidade. Decisões
legítimas são aquelas baseadas em informações seguras
sobre a realidade em relação à qual as mudanças devem
operar. Em virtude disso, a produção de informações so-
bre as escolas do Amazonas é a pedra de toque de uma
gestão comprometida em produzir mudanças sólidas e
duradouras, oriundas do conhecimento acerca de nossa
realidade educacional.
O estado do Amazonas só faz avançar na educação que
oferece a seus alunos e conta com o auxílio de um pode-
roso instrumento de informação: o Sistema de Avaliação
do Desempenho Educacional do Amazonas – SADEAM.
Desde sua implementação, o SADEAM tem contribuído
substantivamente para o estabelecimento de diagnós-
ticos sobre os problemas educacionais do estado, se
apresentando como uma ferramenta fundamental para o
desenho e para a implementação de políticas públicas.
Contando com o que há de mais avançado na pesquisa
em avaliação educacional, os resultados obtidos a partir
do SADEAM estimulam a refl exão acerca da necessida-
de de alterações de práticas pedagógicas e de gestão,
servindo como uma fonte fi dedigna de diagnóstico para
as escolas.
Nesse sentido, mais do que produzir os resultados, é es-
sencial divulgá-los, fazendo com que cheguem a todas
as escolas avaliadas pelo programa. De posse dessas
informações, os atores educacionais ganham um forte
aliado nas decisões escolares, que nos desafi am cotidia-
namente. Assim, além de fazer conhecer os diagnósticos
produzidos, é importante propiciar o debate acerca do
uso efetivo dessas informações. É a partir do uso que as
transformações podem ganhar força.
Ancorados no trabalho de todos aqueles envolvidos com
a educação do estado do Amazonas, cientes dos desa-
fi os que ainda enfrentaremos e comprometidos com a
qualidade e a equidade da educação pública, nós apre-
sentamos a Coleção do SADEAM. Seus objetivos são a
divulgação dos resultados e a conscientização da impor-
tância de sua utilização pela rede e pelas escolas, tendo
como horizonte, sempre, a garantia da aprendizagem de
nossos alunos. Munidos dessa ferramenta de trabalho, po-
nhamos, todos, nossas mãos à obra!
Algemiro Ferreira Lima Filho
Secretário Estadual de Educação
S U M Á R I O
A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO
SADEAM
11
AS PRÁTICAS DE ENSINO DE
PRODUÇÃO DE TEXTO NA
ESCOLA
8
AS PROPOSTAS DE PRODUÇÃO
TEXTUAL
13
A AVALIAÇÃO DAS PRODUÇÕES
TEXTUAIS DOS ALUNOS
16
A COMPREENSÃO DOS RESULTADOS
25
RESULTADOS DA ESCOLA
41
O TEXTO ESCRITO: UMA VIA DE MÃO DUPLA
O domínio de leitura e escrita, as-
pectos relacionados ao texto escrito,
possibilita o uso e a compreensão de
recursos discursivos os quais auxiliam
na interação com o mundo, permitindo
efetiva compreensão da realidade e
ampla participação social.
No que concerne ao ensino desses
aspectos, apesar das discussões acer-
ca das concepções de língua e ensino,
tem se observado, no decorrer das últi-
mas décadas, que as atividades de pro-
dução textual e leitura ainda não são su-
ficientes para o pleno desenvolvimento
da competência comunicativa dos alu-
nos, impedindo que eles circulem com
desenvoltura no mundo letrado.
Sendo assim, torna-se necessário
romper com os paradigmas tradicionais
de ensino que se voltam para o uso da
leitura e da escrita apenas como pre-
texto para o ensino da gramática nor-
mativa. Concretizando-se, na sala de
aula, uma proposta que amplie o sig-
nificado da leitura e, por consequência,
da produção de texto, evitam-se os
equívocos que teimam em permear o
ensino, tornando possível a formação
de usuários proficientes da língua es-
crita em situações que exijam o uso
formal da mesma.
É, portanto, papel da escola de-
senvolver atividades que permitam
aos alunos ampliarem e consolidarem
conhecimentos que já possuem, além
das práticas já implementadas no am-
biente escolar que visam ao desenvol-
vimento de habilidades consideradas
essenciais. Dessa forma, ao final da
Educação Básica, os alunos serão ca-
pazes de compreender e produzir, ple-
namente, diversos textos que circulam
na sociedade, pois a escola oferecerá
recursos para tanto. Isto é, permitir que
leiam e escrevam conforme seus pro-
pósitos e demandas sociais, que se
expressem apropriadamente em situa-
ções de interação oral diferentes da-
quelas próprias de seu universo ime-
diato, que reflitam sobre os fenômenos
da linguagem – particularmente os que
tocam a questão da variedade linguísti-
ca, combatendo a estigmatização, dis-
criminação e preconceitos relativos ao
uso da língua.
Tais habilidades linguístico-discur-
sivas e comunicativas se concretizam
através dos textos que se realizam
socialmente por meio dos gêneros tex-
tuais, fazendo destes o principal instru-
mento para o desenvolvimento de tais
habilidades.
Munidos dessa visão, será pos-
sível defender um ensino que vise à
competência discursiva com base no
desenvolvimento das capacidades
de linguagem para a produção de di-
ferentes enunciados textuais. A partir
desse princípio, métodos tradicionais
de ensino precisam ser reavaliados e
até mesmo substituídos por uma me-
todologia de ensino-aprendizagem
estruturada de forma sequencial que
envolva o aprendizado das diferentes
capacidades de linguagem que, simul-
taneamente, atuam no momento da
produção ou recepção de um determi-
nado texto.
No entanto, para que essa abor-
dagem didático-metodológica tome
corpo, os professores precisam rever
sua prática pedagógica, buscando
adequá-la a uma metodologia de en-
sino voltada para o desenvolvimento
da capacidade comunicativa dos alu-
nos, indo além, permitindo que sejam
capazes de reconhecer, como leitor e
escritor proficiente, os diferentes usos
e funções dos textos na sociedade,
assim como as capacidades de lingua-
gem mobilizadas na produção e recep-
ção dos mesmos, como instrumento de
interação verbal.
Para isso, algumas ferramentas di-
dáticas encontram-se à disposição dos
educadores visando a uma reavaliação
da prática pedagógica.
Uma importante ferramenta a ser
utilizada é a da diversidade textual. O
ensino da escrita e leitura deve romper
com a velha ideia de texto como um
objeto único, passando a vê-lo como
Sendo assim, torna-se necessário romper com os paradigmas tradicionais de ensino que se voltam para o uso da leitura e da escrita apenas como pretexto para o ensino da gramática normativa.
9
PRODUÇÃO DE TEXTO | SADEAM 2015
a realização de uma diversidade de
gêneros com suas particularidades
próprias e seus diferentes usos. Para
tanto, o processo de ensino-aprendiza-
gem da escrita e leitura deve começar
logo nos primeiros anos de escolarida-
de. Apoiar tal proposição não significa
exigir da criança o domínio de técnicas
com as quais, segundo a progressão
curricular adotada até os dias de hoje,
ela só viria a ter contato quando atin-
gisse uma faixa etária mais avançada,
mas adaptá-las a cada contexto e fase
da aprendizagem.
Essa visão de ensino pode se
dar por meio de uma progressão em
espiral que parte da diversidade dis-
cursiva, estendendo-se por todas as
fases escolares, rompendo o para-
digma educacional de abordagem de
conteúdos simples aos mais comple-
xos, na justificativa de tornar o conteú-
do a ser aprendido mais interessante
e desafiador para a criança. Trata-se
da produção de textos, não a partir de
elementos primários, simples e de mais
fácil acesso, mas de produzir um texto
a partir de uma situação complexa de
comunicação, fazendo uso de variados
mecanismos e métodos, de modo que
o aluno possa refletir sobre o que está
produzindo.
Deve-se, aqui, atentar-se para o
fato de as atividades não extrapolarem
o período necessário para sua realiza-
ção e terem como base o que os teóri-
cos chamam de textos sociais, ou seja,
produzidos em contextos sociais reais,
não se limitando apenas aos apresen-
tados nos livros didáticos. Dessa forma,
o aluno será motivado a refletir sobre
sua produção, revisando-a e até refa-
zendo-a quando necessário, conside-
rando que o texto é uma unidade de
linguagem em uso.
Em suma, o que se espera das
práticas de ensino de Língua Portugue-
sa voltadas para a leitura e a escrita,
principalmente da produção escrita, é
a organização das atividades de forma
sequenciada e gradativa, que poderá
resolver, progressivamente, as dificul-
dades dos alunos, facilitando a tomada
de consciência das características lin-
guísticas dos textos produzidos e/ou
lidos por eles.
Dessa forma, o aluno será motivado a refletir sobre sua produção, revisando-a e até refazendo-a quando necessário (...)
10
SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
Com a reformulação do Exame Nacio-
nal do Ensino Médio – ENEM, em 2009, e a
adoção da nota de suas provas como meio
de ingresso no Ensino Superior e/ou Tecno-
lógico, a avaliação de produção de texto vem
ganhando cada vez mais espaço no cenário
da avaliação em larga escala, tanto do Ensino
Fundamental quanto do Ensino Médio.
O diagnóstico obtido por meio da ava-
liação da escrita fornece novas informa-
ções que complementam o diagnóstico
realizado pelos testes de leitura.
No caso do Sistema de Avaliação do
Desempenho Educacional do Amazonas –
SADEAM – o teste de produção de texto,
aplicado para os alunos da 1ª e 3ª séries
do Ensino Médio, dá continuidade ao diag-
nóstico iniciado no ciclo avaliativo de 2011.
O domínio de escrita dos alunos foi
aferido por meio da produção de um texto
dissertativo-argumentativo, tipologia textual
cujo trabalho se desenvolve, principalmen-
te, nas etapas finais da Educação Básica. A
adoção da escrita de uma produção textual
por tipologia, além de seguir a tendência
nacional, parte do princípio de conferir li-
berdade para que os alunos estabeleçam
as características sociocomunicativas ne-
cessárias para elaboração do texto e para
a transmissão da mensagem pretendida
por cada um, ou seja, para que consigam
transmitir “seu recado” de forma satisfatória,
como geralmente se dá em atividades que
tomam como referência a oralidade.
A opção pela tipologia textual dissertati-
vo-argumentativa permite ao aluno posicio-
nar-se de forma crítica e reflexiva acerca de
uma questão controversa de ordem social.
Argumentar é uma forma de ação
pela linguagem, através da qual o falante
sustenta uma posição, utilizando meios
de convencer o leitor sobre determinado
ponto de vista, mediante a apresentação
de razões. Para produzir um discurso argu-
mentativo, o indivíduo pode dispor, como
forma de justificativa na defesa de sua tese
ou posição, de exemplos, comparações,
causas e consequências entre outras pos-
sibilidades. Para isso, diferentes ações de
linguagem estão presentes no discurso:
sustentação, refutação, negociação de to-
mada de posição, persuasão e convenci-
mento.
Além disso, o aluno deveria ainda ela-
borar uma proposta de intervenção para
minimizar ou solucionar o problema apre-
sentado, assim como vem sendo emprega-
do nos processos seletivos que objetivam
avaliar os candidatos para a obtenção de
uma vaga em universidades públicas.
Por isso, é necessário que o aluno sai-
ba que a elaboração de um texto disserta-
tivo-argumentativo implica no domínio de
formas de funcionamento próprias da língua
escrita dentro da modalidade padrão. Há de
se observar desde as recomendações da
ortografia, da sintaxe, de regência, de con-
cordância, de colocação da pontuação, da
escolha do léxico até a supressão de ele-
mentos extratextuais próprios da oralidade.
No entanto, antes de colocar em jogo
seus conhecimentos linguísticos na produ-
ção de um texto, o aluno precisa, primeira-
mente, entender a proposta de produção
apresentada a ele. Essa compreensão se dá
a partir da leitura consciente do enunciado
e dos textos motivadores para que possam
ser acionados os seus conhecimentos pré-
vios que lhe propiciarão a confecção do tex-
to solicitado, mobilizando de forma conjunta
as habilidades de leitura e escrita.
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SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
AS PROPOSTAS DE
PRODUÇÃO TEXTUAL
Cada etapa do Ensino Médio avaliada em 2015 teve
como princípio uma proposta de produção textual especí-
fica que delimitava o tema e o objetivo esperado para os
textos dos alunos.
As propostas apresentavam 3 (três) textos motivadores
de gêneros distintos, que servem como auxílio para a ela-
boração da argumentação dos alunos, mas que não podem
ser reproduzidos de forma literal, uma vez que se busca
aferir as habilidades comunicativas dos alunos.
3
Os textos produzidos pelos alunos foram avaliados sob duas óticas distintas:
» por SITUAÇÃO DE CORREÇÃO;
» por COMPETÊNCIA DE PRODUÇÃO DE TEXTO.
AVALIAÇÃO POR SITUAÇÃO DE CORREÇÃO
A avaliação por SITUAÇÃO DE CORREÇÃO configura a primeira leitura da produção
textual do aluno a ser feita pelo avaliador. Nessa primeira análise, pode-se atribuir ao texto
conceitos que permitiram, ou não, sua análise por COMPETÊNCIA. As situações previstas
eram:
» NORMAL;
» BRANCO;
» ILEGÍVEL;
» INSUFICIENTE;
» FUGA AO TEMA;
» FUGA À TIPOLOGIA;
» CÓPIA;
» ANULADO;
» DESRESPEITO.
Excetuando-se a situação NORMAL, único conceito que permitia enviar o texto para
a análise por COMPETÊNCIA (cujos exemplos serão apresentados na última seção desse
texto sobre a avaliação de escrita), em todas as outras ocorrências a produção textual
recebeu, automaticamente, a nota 0 (zero).
Veja exemplos de cada situação:
A AVALIAÇÃO DAS PRODUÇÕES
TEXTUAIS DOS ALUNOS
4
BRANCO
Esse aluno da 1ª série absteve-
se de realizar o teste de escrita
proposto pela avaliação.
17
PRODUÇÃO DE TEXTO | SADEAM 2015
ILEGÍVEL
A ilegibilidade da LETRA desse
aluno da 1ª série impediu a leitura e
avaliação de sua produção.
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SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
INSUFICIENTE
Os textos deveriam conter 8 (oito) linhas escritas ou mais
(contando o título, quando presente), para que pudessem ser
avaliados por COMPETÊNCIA. Nesse exemplo da 3ª série, a
produção apresentou apenas 5 (cinco) linhas escritas.
FUGA AO TEMA
O texto produzido por esse aluno da 1ª SÉRIE DO
ENSINO MÉDIO difere do tema solicitado pela
tarefa do teste de escrita.
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PRODUÇÃO DE TEXTO | SADEAM 2015
FUGA À TIPOLOGIA
A produção desse aluno da 3ª
série não se configura como um
texto dissertativo-argumentativo.
20
SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
CÓPIA
Este texto, da 3ª série, reproduz
trechos de um dos textos motivadores,
não configurando autoria por parte de
seu autor.
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PRODUÇÃO DE TEXTO | SADEAM 2015
ANULADO
Esse aluno, da 3ª série, utilizou
a Folha de Redação para
produzir frases com o intuito
de anular sua produção textual.
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SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
DESRESPEITO1
Esse conceito foi atribuído ao texto cujo autor desrespeitou os direitos humanos (conforme a legislação vigente no país)
em seu posicionamento, configurando incitação à violência, por exemplo, dentre outros.
Avaliação por COMPETÊNCIA DE PRODUÇÃO DE TEXTO
Essa etapa da avaliação de produção de texto configura a segunda análise das produções elaboradas pelos alunos,
sendo que somente os textos que receberam o conceito NORMAL foram liberados para essa segunda leitura do avaliador.
Para a realização dessa avaliação, tomou-se como base uma Matriz de Referência, (denominada Matriz de Correção por
Competência), elaborada especificamente para essa análise, assim como ocorre para a implementação da avaliação das
habilidades de leitura. Cabe destacar que o referencial adotado para a correção das produções textuais é a Matriz de Cor-
reção do ENEM, parâmetro nacional de avaliação dessa modalidade de teste.
Essa Matriz de Correção por Competência apresenta o objeto da avaliação e é constituída de 5 (cinco) competências
básicas:
Competência 1
REGISTRO
Avalia o domínio do aluno em relação à norma padrão da língua escri-
ta: ortografia, pontuação, sintaxe, adequação vocabular, formação de
palavras etc.
Competência 2
TEMA / TIPOLOGIA TEXTUAL
Avalia a compreensão do aluno acerca da proposta textual solici-
tada e se ele aplica conceitos das várias áreas do conhecimento para
desenvolver o tema através dos limites estruturais da tipologia textual
elencada.
Competência 3
COERÊNCIA
Avalia a seleção, organização, interpretação de informações, fatos,
opiniões e argumentos empregados em defesa de um ponto de vista e
a forma como as ideias relacionam-se.
Competência 4
COESÃO
Avalia o conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à
construção do texto: encadeamento textual.
Competência 5
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Avalia se, ao ser questionado sobre uma situação social controver-
sa, o aluno consegue propor intervenções contra/favor, respeitando os
direitos humanos.
Veja, a seguir, a Matriz de Correção por Competência de Produção de Texto do SADEAM:
1 Por questões éticas e pedagógicas, optamos por não apresentar nenhum exemplar dentre os casos dessa situação identifi-
cados no teste de 2015 do SADEAM.
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PRODUÇÃO DE TEXTO | SADEAM 2015
MATRIZ DE CORREÇÃO POR COMPETÊNCIA DE PRODUÇÃO DE TEXTO – SADEAMENSINO MÉDIO
COMPETÊNCIAS
NÍVEIS
C1REGISTRO
C2TEMA / TIPOLOGIA TEXTUAL
C3COERÊNCIA
C4COESÃO
C5PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
NÍVEL 0(0,0 PTS)INADEQUADO
Demonstra desconhecimento da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.
_________
Apresenta informações, fatos e opiniões não relacionados ao tema e sem defesa de um ponto de vista.
Não articula as informações.
Não apresenta proposta de intervenção ou apresenta proposta não relacionada ao tema ou ao assunto.
NÍVEL I(2,0 PTS)ABAIXO DO BÁSICO
Demonstra domínio precário da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa, de forma sistemática, com diversificados e frequentes desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita.
Apresenta o assunto, tangenciando o tema, ou demonstra domínio precário do texto dissertativo-argumentativo, com traços constantes de outros tipos textuais.
Apresenta informações, fatos e opiniões pouco relacionados ao tema ou incoerentes e sem defesa de um ponto de vista.
Articula as partes do texto de forma precária.
Apresenta proposta de intervenção vaga, precária ou relacionada apenas ao assunto.
NÍVEL II(4,0 PTS)BÁSICO
Demonstra domínio insuficiente da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa, com muitos desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita.
Desenvolve o tema recorrendo à cópia de trechos dos textos motivadores ou apresenta domínio insuficiente do texto dissertativo-argumentativo, não atendendo à estrutura com proposição, argumentação e conclusão.
Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, mas desorganizados ou contraditórios e limitados aos argumentos dos textos motivadores, em defesa de um ponto de vista.
Articula as partes do texto, de forma insuficiente, com muitas inadequações e apresenta repertório limitado de recursos coesivos.
Elabora, de forma insuficiente, proposta de intervenção relacionada ao tema, ou não articulada com a discussão desenvolvida no texto.
NÍVEL III(6,0 PTS)INTERMEDIÁRIO
Demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa e de escolha de registro, com alguns desvios gramaticais e de convenções da escrita.
Desenvolve o tema por meio de argumentação previsível e apresenta domínio mediano do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão.
Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, limitados aos argumentos dos textos motivadores e pouco organizados, em defesa de um ponto de vista.
Articula as partes do texto, de forma mediana, com inadequações, e apresenta repertório pouco diversificado de recursos coesivos.
Elabora, de forma mediana, proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.
NÍVEL IV(8,0 PTS)ADEQUADO
Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita.
Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão.
Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista.
Articula as partes do texto com poucas inadequações e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.
Elabora bem proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.
NÍVEL V(10,0 PTS)AVANÇADO
Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizam reincidência.
Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo.
Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, de forma consistente e organizada, configurando autoria, em defesa de um ponto de vista.
Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.
Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.
24
SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
A COMPREENSÃO DOS
RESULTADOS
A partir da nota final obtida pelo aluno, define-se o perfil de
escritor apresentado por ele, de acordo com a descrição do
nível no qual sua nota está alocada.
Os níveis de desempenho e suas denominações qualificam
o perfil de escritor enquadrado em cada um. Esses níveis com-
preendem intervalos específicos de pontuação, sendo que, no
ato da correção, a nota atribuída à competência é o valor máxi-
mo do nível que, após o cálculo da média final, pode apresentar
variações dentro do nível ou transferir a pontuação do aluno na
competência para outra classificação.
5
O perfil de escritor
O perfil de escritor se dá com base na descrição do nível no qual sua nota está alocada, conforme a seguinte escala:
INADEQUADOABAIXO DO
BÁSICOBÁSICO INTERMEDIÁRIO ADEQUADO AVANÇADO
0,0 0,1 2,0 2,1 4,0 4,1 6,0 6,1 8,0 8,1 10,0
INADEQUADO
0,0
Nesse nível, o aluno demonstra total desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da
escrita, que tornam seu texto ininteligível. Além disso, ele desenvolve texto que não contempla a proposta de produção
textual, elaborando outra estrutura textual, mas com traços de opinião e referências ao tema.
Por sua vez, o texto apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes ou não apresenta um ponto de
vista, tendo, na maioria das vezes, seu entendimento prejudicado ou quase anulado e sem a presença de uma proposta de
intervenção.
Em suma, as informações estão desconexas e não se configuram como uma sequência textual coesa e coerente.
*Não foram observados exemplos significativos para ilustrar esse nível de desempenho.
ABAIXO DO BÁSICO
0,1 2,0
O aluno que se encontra nesse nível de escrita demonstra domínio insuficiente da norma padrão, apresentando graves
e frequentes desvios gramaticais e de convenções da escrita, além de presença de gírias e marcas de oralidade. Assim,
há certos desvios graves que ocorrem de forma sistemática no texto e são acompanhados de desestruturação sintática
em excesso, revelando que muitos aspectos importantes da norma padrão ainda não foram incorporados aos seus hábitos
linguísticos.
No que tange à competência II – Tema/Tipologia textual, ele desenvolve o tema de maneira tangencial, detendo-se
em questões vinculadas ao mesmo assunto, mas que não contemplam a proposta solicitada, revelando má interpretação
da mesma. Elabora, ainda proposta de intervenção tangencial ao tema ou a deixa subentendida no desenvolvimento da
argumentação.
Seu texto apresenta inadequação quanto ao tipo textual dissertativo-argumentativo, com repetição de ideias e ausência
de argumentação, podendo elaborar um texto de base narrativa, com apenas uma intenção argumentativa subentendida.
Em geral, as informações, fatos, opiniões e argumentos apresentados pelo aluno são pouco relacionados ao tema e
também são pouco arrolados entre si, até mesmo porque o aluno não articula as partes do texto ou as articula de forma
precária e/ou inadequada, apresentando graves e frequentes desvios de coesão textual, ocasionando sérios problemas na
articulação das ideias e na utilização de recursos coesivos.
26
SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
O autor desse texto demonstra domínio insuficiente da norma padrão, o que acaba por prejudicar a avaliação do mes-
mo na competência Registro. Nota-se que a falta, assim como o uso inadequado de pontuação dificultam a inteligibilidade
do texto, pois os períodos ficam desestruturados, longos e, consequentemente, confusos. Além disso, observam-se outros
desvios relacionados a essa competência, os quais são recorrentes e diversificados.
Observa-se, por exemplo, logo no início do texto (ℓ.1), o uso inadequado de letra maiúscula, assim como da conjunção
adversativa “MAS” no lugar do advérbio de intensidade “MAIS”, desvios esses que se repetem ao longo de todo o texto.
Pode-se, também, destacar desvios relacionados à ortografia como:
» “dos ceis” (ℓ.6) no lugar de “dóceis”;
» “requere” (ℓ. 14) no lugar de “requerem”;
» “adoeçendo” (ℓ. 15) no lugar de “adoecendo”;
» “sertos” (ℓ. 17) no lugar de “certos”;
» “em quanto” (ℓ. 19) no lugar de “enquanto”.
Em relação à competência Tema/Tipologia textual, as ideias acerca do tema apresentadas pelo aluno são repetitivas,
previsíveis, sem o desenvolvimento de uma argumentação e muito menos de uma proposta de intervenção.
Dessa forma, conclui-se que o texto desse aluno apresenta problemas considerados elementares e que já deviam ter
sido vencidos em etapas anteriores de escolaridade.
27
PRODUÇÃO DE TEXTO | SADEAM 2015
3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
Analisando-se a escrita do autor desse texto, percebe-se que o aluno demonstra domínio insuficiente da norma padrão,
com graves desvios, cometidos de forma sistemática na maior parte do texto.
Em relação ao tema e à tipologia, observa-se que não há consistência na exposição de ideias, nem encadeamento das
mesmas. Além disso, a falta de recursos coesivos e de estrutura sintática prejudica ainda mais a inteligibilidade do texto.
Considerando a Competência 1 – Registro, pode-se listar vários desvios ortográficos, como:
» “almentando” (ℓ.3) no lugar de “aumentar” – erro que se repete nas linhas 4 e 19, com o mesmo vocábulo;
» “mas” (ℓ.5) no lugar de “mais”;
» “abito” (ℓ. 7), no lugar de “hábito”;
» “ganha” (ℓ.10), em lugar de “ganhar”;
» “comeciais” em lugar de “comerciais”; “anucios” em lugar de “anúncios” (ℓ.11);
» “a” (ℓ.1) em lugar de “há”;
» “empulso” em lugar de “impulso”; “compussão” em lugar de “compulsão” (ℓ.17);
Nota-se, também, a falta de uma proposta de intervenção elaborada pelo aluno.
NOTA
2
28
SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
BÁSICO
2,1 4,0
Nesse nível, o aluno demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando grande quantidade de desvios gra-
maticais e de convenções da escrita graves ou gravíssimos, além de presença de marcas de oralidade. Assim, há certos
desvios graves que ocorrem em várias partes do texto, revelando que muitos aspectos importantes da norma padrão ainda
não foram incorporados aos seus hábitos linguísticos.
No entanto, ele já não apresenta desestruturação sintática em excesso, desenvolvendo, também, de forma superficial o
tema, com tendência ao tangenciamento, uma vez que sua argumentação é previsível e baseia-se em argumentos do senso
comum, de recorrentes cópias (citações diretas) dos textos motivadores ou com domínio precário do tipo textual dissertati-
vo-argumentativo, devido à argumentação falha ou texto apenas expositivo.
No geral, esse aluno elabora proposta de intervenção relacionada ao tema de forma precária, ou seja, não articulada
com a discussão desenvolvida no texto ou com desenvolvimento precário dos meios para realizá-la.
Diante disso, a coerência textual ainda é significativamente afetada, porque as informações, fatos e opiniões são pouco
articulados ou contraditórios, embora pertinentes ao tema proposto, e o autor, geralmente, limita-se a reproduzir os argu-
mentos constantes na proposta de produção textual em defesa de seu ponto de vista.
Quanto à competência IV – Coesão, o aluno articula as partes do texto, porém com muitas inadequações na utilização
dos recursos coesivos, demonstrando, assim, pouco domínio dos recursos coesivos.
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PRODUÇÃO DE TEXTO | SADEAM 2015
1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
Ao analisar esse texto, constata-se uma grande quantidade de desvios que comprometem a estrutura lógico-sintática
do texto. Os desvios relacionados à competência Registro ocorrem em alguns momentos, mas os problemas de coesão são
bem mais recorrentes, prejudicando a construção da argumentação e o encadeamento textual.
Nota-se que o autor se esforçou para expor suas ideias, mas as articulou de forma inadequada, demonstrando, como
dito anteriormente, pouco domínio dos recursos coesivos. Além da construção de orações subordinadas, cujo sentido não
se articula com aquele da oração principal, o uso inadequado de conectores dificulta, significativamente, a compreensão
desse texto, como, por exemplo no segundo parágrafo (ℓ. 5-8): “Animais domésticos estão virando filhos para as pessoas.
Dependendo de um ponto de vista, esse modo de descrição está atrapalhando a elevação do homem.” O aluno afirma
que os animais domésticos estão virando filhos para as pessoas, mas ao tentar justificar sua tese, acaba por não atingir seu
objetivo na explicação.
O tema também foi desenvolvido com pouca argumentação, além de fatos e opiniões que não se articulam, denotando
domínio precário do tipo textual solicitado. Ao final do texto, o aluno apresenta proposta de intervenção, que, apesar de
estar relacionada ao tema, ainda se encontra de maneira superficial, com desenvolvimento precário dos meios para con-
cretizá-la.
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SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
Nesse texto, o aluno demonstra que já desenvolveu habilidades básicas relacionadas à estrutura de um texto, ao fazer
uso de paragrafação e pontuação, embora muitas vezes o faça de maneira inadequada.
Da mesma forma, o vocabulário utilizado pelo aluno comprova seu conhecimento acerca do padrão de linguagem es-
crita formal a ser utilizado no texto dissertativo-argumentativo, embora se percebam desvios ortográficos na composição de
algumas palavras, tais como: a falta de acentuação gráfica em “TEM” (ℓ. 9), assim como em “FUTEIS” (ℓ. 16) e em “INDIVIDUO”
(ℓ. 21). Também há que se destacar o uso indevido do verbo “estar” em “O consumo consciente deve está em discurso [...]”
(ℓ. 24-25). Além disso, nota-se a presença de marcas de oralidade em vocábulos e expressões como “estar na moda” (ℓ. 5)
e a gíria “antenado” (ℓ. 18).
Embora sejam observados tais desvios, isso não dificulta a compreensão do texto, o qual foi finalizado com a apresen-
tação de uma proposta de intervenção (ℓ. 20-28) que, mesmo estando em meio a frases mal estruturadas com pontuação
inadequada, fica clara a sugestão para solucionar o problema abordado no texto.
NOTA
431
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INTERMEDIÁRIO
4,1 6,0
O aluno alocado nesse nível apresenta domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais
graves e de convenções da escrita, ou muitos desvios leves. Desvios mais graves, como a ausência de concordância ver-
bal ou nominal, não impedem que a produção textual receba essa pontuação, desde que não configurem falta de domínio
absoluto do padrão da linguagem escrita formal.
O tema é tratado adequadamente, mas com uma abordagem superficial, discutindo outras questões relacionadas por
meio de uma argumentação previsível, mas que mostra que ele apresenta domínio adequado do tipo textual dissertativo-
-argumentativo, mesmo não apresentando, explicitamente, uma tese, e detendo-se mais no caráter expositivo do que no
argumentativo, porque ainda reproduz ideias do senso comum no desenvolvimento da temática. Isso se reflete na proposta
de intervenção, uma vez que mesmo desenvolvendo uma proposta de intervenção relacionada ao tema, ela ainda é pouco
articulada à discussão desenvolvida no texto, ou seja, com pouca fundamentação ou baseada em ideias do senso comum.
O aluno com escrita em nível intermediário apresenta em seu texto informações, fatos, opiniões e argumentos perti-
nentes ao tema proposto, porém os organiza e relaciona de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista. As
informações são aleatórias e desconectadas entre si, embora relacionadas ao tema, revelando pouca articulação entre os
argumentos, que não são convincentes para defender a opinião do autor.
Já em relação à Coesão, o aluno articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recur-
sos coesivos, mas demonstra possuir domínio regular desses recursos.
.
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SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
Ao analisar esse texto, observa-se que apresenta poucos problemas relacionados à competência Registro, assim tam-
bém como nenhum desvio grave de estruturação sintática, além de bom domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo,
embora os argumentos desse aluno ainda apresentem lacunas.
Com relação ao Registro, alguns equívocos foram observados:
» pontuação inadequada em “[...] ruins, uma dessas coisas ruins [...]” (ℓ. 6);
» desvio ortográfico em “precendentes” (ℓ. 10) no lugar de “precedentes”.
Nota-se, claramente, uma preocupação com a estrutura do texto, organizando-o com uma boa introdução, argumentos
encadeados sobre a tese e um parágrafo final, no qual apresenta sua conclusão. Contudo, o aluno não elaborou uma pro-
posta de intervenção e os argumentos apresentados são pouco consistentes, fazendo com que os aspectos principais do
tema não fossem bem explorados no texto.
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PRODUÇÃO DE TEXTO | SADEAM 2015
3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
O texto selecionado para esse perfil de escritor apresenta desvios consideráveis e algumas marcas de oralidade, que
não configuram falta de domínio absoluto desse padrão de linguagem e sugerem pressa ou distração. Os exemplos de
desvios cometidos na Competência I são:
» “cosia” (ℓ. 5) no lugar de “coisa”;
» “qualquer maneiras” (ℓ. 9) em lugar de “qualquer maneira”;
» “nao” (ℓ. 14) no lugar de “não”.
» “se preocupação” (ℓ. 24) em lugar de “se preocupar”.
» problemas de concordância (ℓ.13-16) – “é tanta promoção, que a pessoas se deixa levar e nem percebe que não
precisava de determinado produto, mas acaba levando por conta da alienação das propaganda.”
Em relação ao tema, o aluno desenvolveu-o de forma superficial, relacionando os argumentos de forma pouco consis-
tente e apresentou algumas propostas de intervenção com pouca fundamentação, provavelmente baseadas em ideias do
senso comum.
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SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
ADEQUADO
6,1 8,0
O aluno cuja nota está no intervalo de pontuação compreendido por esse nível demonstra bom domínio da norma pa-
drão, apresentando poucos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita. O mesmo desvio não ocorre em várias
partes do texto, o que revela que as exigências da norma padrão foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os
desvios foram eventuais. Desvios mais graves, como a ausência de concordância verbal ou nominal, não impedem que a
produção textual receba essa pontuação, desde que não se repitam regularmente no texto. Assim, o aluno que realizou
pouquíssimos desvios graves também recebe essa pontuação.
Além disso, ele desenvolve bem o tema, mas não explora os seus aspectos principais. Desenvolve uma argumentação
consistente e apresenta bom domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo, mas não apresenta argumentos bem de-
senvolvidos. Contudo, seus argumentos não ficam restritos à reprodução das ideias contidas nos textos motivadores nem a
questões do senso comum, pois seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao
tema proposto de forma consistente, em defesa de seu ponto de vista. Explicita a tese, seleciona argumentos que possam
comprová-la e elabora conclusão coerente com a opinião defendida na produção textual.
Em geral, os argumentos utilizados são previsíveis, mas não há cópia de argumentos defendidos pelos textos motivado-
res. No que tange à Proposta de Intervenção, ela é clara, relacionada à tese e bem articulada com a discussão desenvolvida
no texto, explicitando os meios para realizá-la.
No campo da Coesão, o autor articula as partes do texto com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos,
não apresentando: frases fragmentadas que comprometam a estrutura lógico-gramatical; sequência justaposta de ideias
sem encaixamentos sintáticos; ausência de paragrafação; frase com apenas oração subordinada, sem oração principal.
Poderá, no entanto, conter alguns desvios de menor gravidade: emprego equivocado do conector; emprego do pronome
relativo sem a preposição, quando obrigatória; repetição desnecessária de palavras ou substituição inadequada, sem se
valer dos recursos de substituição oferecidos pela língua. Essa pontuação foi atribuída ao aluno que demonstrou domínio
dos recursos coesivos.
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PRODUÇÃO DE TEXTO | SADEAM 2015
1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
O aluno que redigiu esse texto utilizou vocabulário bem selecionado e atendeu ao gênero textual solicitado. Nesse
caso, além de demonstrar domínio da tipologia textual proposta, o aluno respondeu à sugestão temática da questão. Nota-
-se que as ideias do autor foram bem encadeadas, progredindo na argumentação, revelando traços de autoria, apesar da
falta de paragrafação e pontuação adequada em alguns momentos do texto.
Com relação à competência Registro, o aluno grafou “briquedo” (ℓ. 14) em lugar de “brinquedo”; “colesterou” (ℓ. 23) em
lugar de “colesterol”; “der” (ℓ. 27) no lugar de (dê). Tais desvios sugerem uma interferência da oralidade.
No último parágrafo, o aluno anunciou a conclusão e apresentou uma opinião como proposta de intervenção coerente
com os argumentos anteriormente elencados por ele, embora ainda sejam pouco fundamentados.
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SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
O texto desse aluno apresenta poucos desvios relacionados à competência Registro. Pode-se observar o registro do
verbo “caracterizado” (l. 7), que deveria estar no feminino para combinar com o substantivo “necessidade” (l. 6). Assim tam-
bém, a forma verbal “sendo” (l. 18) foi indevidamente empregada no lugar de “havendo”.
Quanto ao domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo, o aluno apresenta argumentação bem desenvolvida, não
se limitando a reproduzir os textos motivadores, embora tenha utilizado pequeno trecho de um deles como argumento.
Além disso, elencou aspectos importantes do consumismo, mostrando que as propagandas são as grandes vilãs dessa
compulsão pela compra de produtos, segundo sua opinião. Porém, no que se refere à Proposta de Intervenção, o aluno a
elaborou de forma limitada, pouco articulada com a discussão desenvolvida no texto e sem explicitar os meios para realizá-
-la, impedindo o texto de receber uma avaliação mais elevada nessa competência.
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AVANÇADO
8,1 10,0
Um escritor em nível AVANÇADO é aquele que demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou
apresentando pouquíssimos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita que não interferem na compreensão
textual, pois o mesmo desvio não ocorre em várias partes do texto, o que revela que as exigências da norma padrão foram
incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios foram eventuais. Desvios mais graves, como a ausência de concor-
dância verbal, excluem a produção textual desse nível.
Em relação ao tema, ele foi muito bem desenvolvido, explorando os seus principais aspectos. A produção textual
contém, ainda, uma argumentação consistente, revelando excelente domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo,
indicando que o texto está estruturado, por exemplo, com: uma introdução, em que a tese a ser defendida é explicitada,
argumentos que comprovam a tese, distribuídos em diferentes parágrafos, um parágrafo final com uma conclusão que man-
tenha coerência com a opinião defendida na produção textual. Além disso, os argumentos defendidos não ficam restritos
à reprodução das ideias contidas nos textos motivadores nem a questões do senso comum, porque o aluno seleciona,
organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto de forma consistente, confi-
gurando autoria em defesa de seu ponto de vista.
O texto, ainda, é complementado por uma proposta de intervenção clara e inovadora, relacionada à tese e bem articu-
lada com a discussão desenvolvida no texto, explicitando os meios para realizá-la.
Quanto à Coesão, o aluno articula as partes do texto sem inadequações na utilização dos recursos coesivos ou com
eventuais desvios de menor gravidade, desde que o mesmo desvio não se repita, uma vez que essa pontuação é atribuída
ao aluno que demonstra pleno domínio dos recursos coesivos.
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SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
Nesse texto, o aluno desenvolveu o tema de maneira adequada, apresentando uma introdução, argumentos plausíveis
em relação à tese descrita, proposta de intervenção coerente e uma conclusão.
Percebe-se que o autor também utilizou vocabulário apropriado e o empregou de acordo com a tipologia textual solici-
tada. Nota-se, porém, que o aluno cometeu alguns desvios referentes à competência Registro, mas que não prejudicaram a
inteligibilidade textual ou demonstram desconhecimento. São eles:
» “em que” (l. 4) em lugar de “os quais”;
» “eram” (l. 5) em lugar de “serviam”;
» “iguais os” (l. 10) em lugar de “iguais aos”;
» “tem” (l. 14) em lugar de “têm”;
» “os dão” (l. 22) em lugar de “lhes dão”;
» “a vontade” (l. 24) em lugar de “à vontade”.
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PRODUÇÃO DE TEXTO | SADEAM 2015
3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
O exemplo elencado para essa análise aproxima-se muito do ideal de escrita que se espera para essa etapa. Esse
aluno apresenta domínio da norma padrão e apresenta pouquíssimos desvios gramaticais e de convenções da escrita que
não comprometeram a inteligibilidade.
Dessa forma, alguns desvios de Registro podem ser citados como, por exemplo, em “tecnologias que supre” (ℓ. 5), em
que o verbo não concorda com o sujeito, assim como há problema de concordância em “Há aqueles tipos de consumo
ligado” (ℓ. 21).
Nota-se que são equívocos raros e que os mesmos não desmerecem o vocabulário bem selecionado e o encadea-
mento do texto, até mesmo porque o aluno produziu uma escrita organizada, na qual expôs sua opinião, relacionou as ideias
de forma articulada e consistente, configurando autoria total do texto.
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SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
RESULTADOS DA ESCOLA
Após a etapa de processamento dos testes, passamos à di-
vulgação dos resultados obtidos pelos alunos.
6
O processo de avaliação em larga escala não se encerra quando os resultados
chegam à escola. Ao contrário, a partir desse momento toda a escola deve se debru-
çar sobre as informações disponibilizadas, a fim de compreender o diagnóstico pro-
duzido sobre a aprendizagem dos alunos. Em seguida, é preciso elaborar estratégias
que visem à garantia da melhoria da qualidade da educação ofertada pela escola,
expressa na aprendizagem de todos os alunos.
Para isso, faz-se necessário que todos os membros da comunidade escolar –
gestores, professores e famílias – se apropriem dos resultados produzidos pelas
avaliações, incorporando-os às suas reflexões sobre as dinâmicas de funcionamento
da escola.
Apresentamos um roteiro no encarte de divulgação dos resultados da escola,
com orientações para uma leitura efetiva dos resultados produzidos pelas avaliações
do SADEAM. Esse roteiro deve ser usado para analisar os resultados divulgados no
Portal da Avaliação www.sadeam.caedufjf.net e no encarte impresso.
Essa é uma tarefa a ser realizada, coletivamente, por todos os agentes envolvi-
dos: gestores, professores e equipe pedagógica. A fim de otimizar o que estamos
propondo, sugerimos, nesse encarte, um passo a passo com as diferentes etapas do
processo de leitura, interpretação e apropriação dos resultados.
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SADEAM 2015 | PRODUÇÃO DE TEXTO
OS RESULTADOS DESTA ESCOLA
Nota média
Apresenta a nota média desta escola. Você pode comparar essa nota com aquelas obtidas pela sua Coordenadoria e
pelo estado. O objetivo é proporcionar uma visão das notas médias e posicionar sua escola em relação a elas.
Participação
Informa o número estimado de alunos para a realização do teste e quantos, efetivamente, participaram da avaliação no
estado, na sua Coordenadoria e na sua escola.
Percentual de alunos por nível de desempenho
Permite que você acompanhe o percentual de alunos distribuídos por níveis de desempenho na avaliação realizada
pelo estado.
Percentual de alunos por nível de desempenho em cada competência
Apresenta a distribuição dos alunos ao longo dos níveis de desempenho no estado, na sua Coordenadoria e na sua
escola.
As tabelas permitem que você identifique o percentual de alunos para cada nível de desempenho, em cada uma das
competências. Isso será fundamental para planejar intervenções pedagógicas voltadas à melhoria do processo de ensino
e promoção da equidade escolar.
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PRODUÇÃO DE TEXTO | SADEAM 2015
Reitor da Universidade Federal de Juiz de ForaMarcus Vinicius David
Coordenação Geral do CAEdLina Kátia Mesquita de Oliveira
Coordenação da Unidade de PesquisaTufi Machado Soares
Coordenação de Análises e PublicaçõesWagner Silveira Rezende
Coordenação de Design da ComunicaçãoRômulo Oliveira de Farias
Coordenação de Gestão da InformaçãoRoberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo
Coordenação de Instrumentos de AvaliaçãoRenato Carnaúba Macedo
Coordenação de Medidas EducacionaisWellington Silva
Coordenação de Monitoramento e IndicadoresLeonardo Augusto Campos
Coordenação de Operações de AvaliaçãoRafael de Oliveira
Coordenação de Processamento de DocumentosBenito Delage
Reitor da Universidade Federal de Juiz de ForaMarcus Vinicius David
Coordenação Geral do CAEdLina Kátia Mesquita de Oliveira
Coordenação da Unidade de PesquisaTufi Machado Soares
Coordenação de Análises e PublicaçõesWagner Silveira Rezende
Coordenação de Design da ComunicaçãoRômulo Oliveira de Farias
Coordenação de Gestão da InformaçãoRoberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo
Coordenação de Instrumentos de AvaliaçãoRenato Carnaúba Macedo
Coordenação de Medidas EducacionaisWellington Silva
Coordenação de Monitoramento e IndicadoresLeonardo Augusto Campos
Coordenação de Operações de AvaliaçãoRafael de Oliveira
Coordenação de Processamento de DocumentosBenito Delage
Ficha catalográfica
AMAZONAS. SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO E QUALIDADE DO ENSINO.
SADEAM – 2015/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.
v. 1 ( jan./dez. 2015), Juiz de Fora, 2015 – Anual.
Conteúdo: Revista Pedagógica - Produção de Texto.
ISSN 2238-0264
CDU 373.3+373.5:371.26(05)