Produção de novilho precoce no Brasil

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Universidade Federal de Santa Catarina

Curso de Graduação em Zootecnia

PRODUÇÃO DE NOVILHO PRECOCE NO BRASIL

Alice Melo Cândido, Alisson Luiz

INTRODUÇÃO

Pecuária Brasileira: Rusticidade e fertilidade Zebuínas • Médias Zootécnicas Baixas Baixos índices de natalidade (50 a 60% ao ano) Elevada mortalidade (10 a 15% ao ano) Baixa taxa de desfrute (20%) Idade de abate (3,5 a 4 anos)

• Comportamento dos pecuaristas: Falta de incentivo à qualidade: Remuneração -> PCQ

•Características do Rebanho: Pasto/sem suplementação Pouca gordura de cobertura; Desenvolvimento do dianteiro Carne escura e dura Marmorização ausente/escassa

Características Quantitativas/Qualitativas

Rendimento Traseiro

Acabamento

Cor

Maciez

Marmoreio

Suculência

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Competitividade com outras fontes de proteína;

Qualidade

Eficiência

Esforços para produtividade: Tecnologias: Produtividade e eficiência econômica Competição do setor pecuário Intensificação: Novas áreas

Motor da reestruturação

INTRODUÇÃO

Comprometimento Segmentos de mercado

Certificação de Origem;

Conformidade;

Qualidade Preços diferenciados

Consumidor Constância

INTRODUÇÃO

Pesquisas Hoje: Peso, Acabamento, Idade Abate Objetivo: Principais Cenários; Discutir Fatores;

Exigência para Qualidade

e Economicidade

CENARIOS DA PECUÁRIA DE CORTE NO BRASIL

Bovinocultura Brasileira: Maior rebanho comercial do mundo (198,5 mi cabeças e 9 mi t de E.C.); 2,2 milhões exportados U$$ 3,52 bi (2006); Balança comercial positiva.

Baixos índices de produtividade (taxa de abate 22%)

CENARIOS DA PECUÁRIA DE CORTE NO BRASIL

Principais Dados da Bovinocultura de corte no Brasil.

Característica 1998 2000 2002 2004 2006**

População (milhões de hab.) 161,9 169,8 174,9 180,0 185,2

Rebanho Bovino (milhões) 157,8 164,3 179,2 192,5 198,5

Taxa de abate (%) 19,14 19,8 19,82 21,51 22,35

Abate (milhões) 30,2 32,5 35,5 41,4 44,4

Prod. Carne (mil ton. Eq. Carc.)

6.040,0 6650,0 7300,0 8350,0 9000,0

Consumo per capita (kg eq. Carc.)

35,8 36,3 36,6 36,4 37,0

Consumo interno (mil ton. Eq. Carc.)

5797,4 6158,0 6394,7 6548,9 6860,0

Exportação (mil ton. Eq. Carc.)

377,6 591,9 1006,0 1854,4 2200,0

Importação (mil ton. Eq. Carc.)

135,1 99,9 100,7 53,3 60,0

Exportação (U$$ milhões) 588,5 786,3 1107,3 2457,3 3520,0

Importação (U$$ milhões) 220 128,3 84,0 72,2 81,3

Fonte: SRF/MF, SECEX/MDIC, M.A., EMBRAPA, IBGE, CNPC, FNPPC/CNA, SEA, ABIEC

CENARIOS DA PECUÁRIA DE CORTE NO BRASIL

Principais Dados da Bovinocultura de corte no Brasil.

Característica 1998 2000 2002 2004 2006**

População (milhões de hab.) 161,9 169,8 174,9 180,0 185,2

Rebanho Bovino (milhões) 157,8 164,3 179,2 192,5 198,5

Taxa de abate (%) 19,14 19,8 19,82 21,51 22,35

Abate (milhões) 30,2 32,5 35,5 41,4 44,4

Prod. Carne (mil ton. Eq. Carc.)

6.040,0 6650,0 7300,0 8350,0 9000,0

Consumo per capita (kg eq. Carc.)

35,8 36,3 36,6 36,4 37,0

Consumo interno (mil ton. Eq. Carc.)

5797,4 6158,0 6394,7 6548,9 6860,0

Exportação (mil ton. Eq. Carc.)

377,6 591,9 1006,0 1854,4 2200,0

Importação (mil ton. Eq. Carc.)

135,1 99,9 100,7 53,3 60,0

Exportação (U$$ milhões) 588,5 786,3 1107,3 2457,3 3520,0

Importação (U$$ milhões) 220 128,3 84,0 72,2 81,3

Fonte: SRF/MF, SECEX/MDIC, M.A., EMBRAPA, IBGE, CNPC, FNPPC/CNA, SEA, ABIEC

24%

36%

33%

CENARIOS DA PECUÁRIA DE CORTE NO BRASIL

Brasil: Pecuária: 21% Território é pastagem 2001 a 2004: 7,5 mi há transformou-se em lavoura Rebanho aumentando, Produção Aumentando

Incorporação de Tecnologias Índices Zootécnicos

Pecuária: Migrando Fronteira

Redução de custos de produção Disponibilidade de Terras

Aumento do rebanho no norte em 148,3%

CENARIOS DA PECUÁRIA DE CORTE NO BRASIL

Apesar da Evolução da Produtividade: Intensificação

Caráter Extensivo: Pasto

Idade ao abate: 3,5 Anos

Coordenação da cadeia produtiva: Inferior a suína e avícola; Características biológicas do bovino; Maior Volume; Ciclo de vida;

Intempéries

CENARIOS DA PECUÁRIA DE CORTE NO BRASIL

Grandes Propriedades: Cultura Patrimonialista Empresas Heterogêneas:

Incapacidade de diferenciar suas marcas e agregar valor ao produto

Perda de competitividade

Indústria frigorífica sofreu reestruturação: desativação/paralisação de setores Aumento da ociosidade

CENARIOS DA PECUÁRIA DE CORTE NO BRASIL

Mudança: Regime Cambial Rentabilidade das exportações melhoria dos padrões produtivos Processamento de derivados (Sabão, Couro, Rações) Produtos cárneos especiais

Produtor Rural: Modernização das práticas produtivas; Aumento de produtividade; Confinamento/ suplementação alimentar; Genética;(Nelore x Europeu) Precocidade reprodutiva/redução idade de abate Crescimento Vertiginoso

SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Divididos em: ○ Sistema superprecoce ○ Sistema precoce ○ Sistema tardio

Alta tecnologia Abate até 18 meses

Variada tecnologia Abate até 24/30 meses

Abate após 30 meses

Processos produtivos: cria, recria e engorda

NOVILHO PRECOCE - Tipos biológicos - Eficiência no crescimento - Peso ideal de abate - Acabamento ideal ao abate para diferentes mercados

A Associação Brasileira de Novilho Precoce (ABNP) define o novilho precoce utilizando três características:

a) Peso da carcaça: superior a 200 kg para novilhos e machos sem castrar e maior ou igual a 180 kg para fêmeas. b) Idade do animal: até 30 meses ou dois dentes definitivos para novilhos e novilhas e zero dentes (dentição de leite) para machos sem castrar. c) Acabamento: 3 a 10 mm de espessura na camada de gordura medida na altura da 12 costela.

NOVILHO PRECOCE Tipos Biológicos

Potencial genético Manejo

Desempenho Eficiência Nutricional Qualidade da carcaça Qualidade da carne

Raças Tamanho na maturidade (frame size) Grau de musculatura

NOVILHO PRECOCE Tipos Biológicos

Fonte da figura: Boyles, Flakoll e Ringwall, The Feeder Calf Grading System. Disponível em http://goo.gl/LPMzSn

NOVILHO PRECOCE Eficiência no crescimento

Potencial genético Manejo

NOVILHO PRECOCE Eficiência no crescimento

0 10 15 20 30 35 65

Nasc.

Desm.

Puberdade

Idade em meses

Relativo (GDP/dia/PV)

Acumulado (peso por idade) Absoluto (GDP/dia)

20

40

60

80

100

Peso, ganho, taxa, %

NOVILHO PRECOCE Eficiência no crescimento

90 180

Gordura Ossos

Músculo

Peso vivo (kg) 272 362 455 545

20

40

60

70

%

A composição do ganho é diferente em razão das fases de crescimento do animal.

proteína:gordura

água:gordura

NOVILHO PRECOCE Eficiência no crescimento

90 180

+ Músculo - Gordura

Peso vivo (kg) 272 362 455 545

• Ingestão limitada = taxa de ganho reduzida = composição praticamente de proteína com consequente deposição de água. • Ingestão aumenta = ganho de peso aumenta = proteína diminui e gordura aumenta.

- Músculo + Gordura

NOVILHO PRECOCE Eficiência no crescimento

90 180

+ Músculo - Gordura

Peso vivo (kg) 272 362 455 545

- Músculo + Gordura

Animais jovens, ideal - dietas com baixa densidade energética (volumoso).

- Dietas com alta densidade energética (ração de terminação) durante a fase de crescimento: antecipação do ponto de acabamento, sem ter expresso o potencial de ganho de proteína. - Dietas com baixa densidade energética pode resultar no máximo ganho de proteína, mas num maior período de alimentação para se obter um acabamento desejável.

- Combinação dos dois - quantidade desejável de energia/proteína para prover taxa de ganho durante o período de crescimento que maximize a deposição de músculo na carcaça, seguido de fornecimento extra de energia para prover rápido acabamento.

Uma vez definida a qualidade da carne desejada pelo consumidor, o peso de abate ideal deve ser definido, de acordo com cada genótipo, levanto em conta a composição química da carcaça conforme o sistema de produção utilizado.

NOVILHO PRECOCE Peso ideal de abate

Alterar o período de alimentação – aumentando o peso de abate.

NOVILHO PRECOCE Peso ideal de abate

Frame size – projeção do futuro do animal: É possível definir as necessidades nutricionais, o tamanho adulto e a composição do peso final

NOVILHO PRECOCE Peso ideal de abate

Tabela 2

Tabela 3

NOVILHO PRECOCE Peso ideal de abate

Rendimento de carcaça e dos cortes comerciais, e peso

da carcaça

Medidas de interesse dos frigoríficos para

avaliar o valor do produto e da operação

225 kg + O ponto mais crítico é o grau de gordura de cobertura (acabamento) da carcaça: 3,0 a 10 mm

NOVILHO PRECOCE Peso ideal de abate

NOVILHO PRECOCE Acabamento ideal ao abate para diferentes mercados

Diferentes padrões de distribução de gordura na carcaça podem alterar a precocidade do animal.

WagyuJapão

AngusEUA

NeloreBrasil

Imagem: http://goo.gl/xauL4n/

Peso ideal ao abate

Demais parâmetros

Ponto de acabamento

ideal

NOVILHO PRECOCE Acabamento ideal ao abate para diferentes mercados

Frigorífico – 15 @, na prática – 17/18 @ Incentivo ao produtor

SISTEMAS DE PRODUÇÃO PRECOCE

Reflexos na eficiência e economicidade do sistema: - Sistemas alternativos de redução da idade ao abate

SISTEMAS DE PRODUÇÃO PRECOCE

Reflexos na eficiência e economicidade do sistema

Pressão social, econômica, política, ambiental – busca por eficiência: - Eficiência reproduvita - Redução da idade ao abate - Redução da idade de primeira cria - Melhor adequação genótipo/ambiente

Maior precocidade produtiva Rapidez de acabamento e pouca idade reprodutiva

R$

SISTEMAS DE PRODUÇÃO PRECOCE

Reflexos na eficiência e economicidade do sistema

Idade de abate, de 42 para 26 meses de idade + Idade na 1ª parição de 4 para 3 anos =

25 % desfrute

SISTEMAS DE PRODUÇÃO PRECOCE

Sistemas alternativos de redução da idade ao abate

As alternativas para a redução da idade ao abate de bovinos criados em sistemas de pastejo baseiam-se na escolha e manutenção de forrageiras produtivas de boa qualidade, usando suplementação durante o período seco do ano. -> Combinações que envolvam: Forrageira de inverno, pastagens (leg. ou gram.), creep-feeding (suplementação durante aleitamento), suplementação a pasto e confinamento. Tudo combinado com o potencial genético. Economicidade deve ser avaliada – peso a desmama, GDP desejado, peso ao abate e mê de abate.

SISTEMAS DE PRODUÇÃO PRECOCE

Sistemas alternativos de redução da idade ao abate

1 – Definir tipo biológico

2 – Definir planos de manejo

3 – Definir peso a desmama

4 – Definir GDP pós-desmama

- Suplementação à pasto no período seco

- Pastagem de boa qualidade no período chuvoso - Adoção de confinamento

Suplementação na primeira seca: confinamento

Primeira seca: abril/maio a setembro/outubro

Peso na desmama de 150 kg GDP na seca -> 100 g/dia GDP nas águas -> 500 g/dia Peso ao abate de 480 kg Idade ao abate de 42 meses

Bom manejo de pastagem

Para um abate precoce, com mesmo peso na desmama : • suplementar na 1ª seca -> GDP de 450 g/dia • confinar na 2ª seca (120 dias) -> GDP de 1250 g/dia

Custos do confinamento – animais e alimentação

Suplementação na primeira e na segunda seca

Obter maior peso na desmama -> suplementação na 1ª e 2ª seca, com GDP de 450 g/dia dos 2 períodos.

Pastagem de aprox. 2500 kg MS Concentrado 0,8 a 1,0% do PV – econômico Euclides et al., 2001

Suplementação na primeira seca: confinamento

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Adoção de tecnologias: Crescente;

Desafio da cadeia: Qualidade e Preço acessível;

Aumentar consumo global de carne;

Padronizar qualidade do produto final;

Confiança do consumidor;

Valor agregado.

Produtor:

Profissionalização da atividade;

Genética/Suplementação/Confinamento

Animais Precoces/ Melhor Acabamento carcaça

Mudanças na remuneração (qualidade);

Rentabilidade (produção competitiva)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

OBRIGADO!