Produção científica brasileira em administração na década de 2000

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    RAE - Revista de Administração de Empresas

    ISSN: 0034-7590

    rae@fgv.br

    Fundação Getulio Vargas

    Brasil

    Bertero, Carlos Osmar; Carvalho de Vasconcelos, Flávio; Pereira Binder, Marcelo; Wood Jr., Thomaz

    PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM ADMINISTRAÇÃO NA DÉCADA DE 2000

    RAE - Revista de Administração de Empresas, vol. 53, núm. 1, enero-febrero, 2013, pp. 12-20Fundação Getulio Vargas

    São Paulo, Brasil

    Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=155125720002

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    ISSN 0034-759012 ©RAE   n   São Paulo n   v. 53 n   n . 1 n   jan/fev. 2013 n   012-020

    PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM ADMINISTRAÇÃO NA DÉCADA DE 2000

    FÓRUM

    GÊNESE DO FÓRUM

    O campo científico da Adminis-

    tração tem crescido com notável vitalidade no Brasil. O número deprogramas de mestrado e doutora-do multiplicou-se nos últimos anos.Os principais eventos do campo,organizados pela Associação Na-cional de Pós-graduação e Pesquisaem Administração (ANPAD), estãoconsolidados, recebem milhares detrabalhos acadêmicos e reúnem umenorme contingente de pesquisado-

    Carlos Osmar Bertero carlos.bertero@fgv.brProfessor da FGV-EAESP

    Flávio Carvalho de Vasconcelos flavio.vasconcelos@fgv.brProfessor da FGV-EBAPE

    Marcelo Pereira Binder marcelo.binder@fgv.brProfessor da FGV-EAESP

    Thomaz Wood Jr. thomaz.wood@fgv.brProfessor da FGV-EAESP

    res. Acompanhando tal movimento,as revistas científicas nacionais vêmcrescendo em número e recebendocada vez mais artigos.

    Por outro lado, embora tam-bém venha aumentando, a presen-ça de artigos de pesquisadores deinstituições brasileiras em revistasinternacionais é ainda pequena enão atingiu, com exceções, os pe-riódicos mais prestigiosos do cam-po. Estudos realizados nas décadasde 1990 e 2000, nas diversas áre-as da Administração, concluíramque a produção local era pouco

    original e reproduzia, com atraso,o que se fazia em centros maisdesenvolvidos, especialmente osEstados Unidos (e.g. V ERGARA e 

    CARVALHO JR, 1995). Além disso,muitos desses estudos mostraramque a produção havia crescidoem quantidade, porém não emqualidade, e que apresentava fra-gilidades teóricas e metodológicas(veja BERTERO, CALDAS, WOOD  JR, 2005a). Suspeita-se que tal rea-lidade não se tenha alterado.

    Há oito anos, a RAE-publica-ções e a Editora Atlas publicaram

     Artigo Convidado

    mailto:carlos.bertero@fgv.brhttp://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-mailto:carlos.bertero@fgv.br

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    Carlos Osmar Bertero Flávio Carvalho de Vasconcelos Marcelo Pereira Binder Thomaz Wood Jr.

    ©RAE   n   São Paulo n   v. 53 n   n. 1 n   jan/fev. 2013 n   012-020 13ISSN 0034-7590

    a coletânea Produção Científicaem Administração no Brasil: o

    Estado da Arte   (BERTERO, CAL-DAS, WOOD JR, 2005b). A obraapresentava um balanço do de-senvolvimento científico do campoda Administração e de suas áreas,predominantemente focado noperíodo 1990-2000.

    Este fórum tem como objetivoatualizar essa avaliação e indicarcaminhos para o fortalecimentodo campo científico da Adminis-tração no Brasil. Propusemos aos

    autores que realizassem um retratoda evolução de suas respectivasáreas na década de 2000, que pre-parassem uma avaliação crítica eque trouxessem propostas para aconstrução do futuro.

    Indicamos, ainda, que os tex-tos fossem norteados pelas seguin-tes questões:

    • Como a pesquisa na área evo-luiu, em termos quantitativos

    e qualitativos?• Quais as forças e fraquezas dostrabalhos em termos teóricos?

    • Quais as forças e fraquezas dostrabalhos em termos metodo-lógicos?

    • Quão alinhados estão os tra-balhos com a realidade local?

    • Quão alinhados estão os traba-lhos com os desenvolvimentosda comunidade científica inter-nacional?

    •  A produção científica local re-

    flete a amplitude e a profundi-dade do campo?

    CONTRIBUIÇÕES AOFÓRUM

    O produto desse notável esforçocoletivo são os cinco artigos quecompõem este fórum, abrangendo

    as áreas de Comportamento Or-ganizacional, Gestão de Pessoas,Finanças, Gestão de Operações eMarketing. De modo geral, os au-tores apresentam uma perspectivacrítica da evolução da produçãocientífica no Brasil na década de2000. Nossa produção cresceu eevoluiu, porém ainda apresentafragilidades teóricas e metodoló-gicas consideráveis, é pouco rele- vante e ainda dá os primeiros pas-sos para a inserção internacional.

    Filipe Sobral e Juliana Arcover-

    de Mansur analisaram 185 artigosde Comportamento Organizacio-nal. Concluíram que o campodesenvolveu identidade própria,apresentando grande diversidadede temas, com destaque para cultu-ra organizacional e aprendizagemorganizacional. Os autores salien-tam, entretanto, a fragilidade me-todológica e sugerem trilhas paraendereçar a questão. Segundo eles:

    [...] há necessidade de seampliar as pesquisas no que

    diz respeito à escolha epis-

    temológica e utilização de

    métodos e técnicas adequa-

    das a ela, o que garantiria

    maior validade científica e,

    portanto, maior contribuição

    para o campo de Comporta-

    mento Organizacional. Para-

    lelamente, poderia haver uma

    intensificação de estudos no

    nível meso e utilização de

    abordagens multinível, alémdo aumento de estudos in-

    ferenciais, a partir de expe-

    rimentos e testes controla-

    dos. Para a consolidação do

    campo nos próximos anos,

    as pesquisas deveriam ainda

    adotar perspectivas mais am-

    plas em relação a questões

    teórico-metodológicas. Por

    exemplo, expor teorias para

    testes empíricos mais robus-

    tos. (SOBRAL e MANSUR, 

    2013, p. 021-034).

     André Ofenhejm Mascarenhas e Allan Claudius Queiroz Barbosa estudaram 32 artigos de Gestão dePessoas. A análise revelou diversospontos de atenção: dificuldade parasistematizar tendências na literaturaexistente, conexão frágil entre teo-ria e metodologia, detalhamentoinadequado das opões metodoló-gicas e discussão insuficiente dos

    resultados. Segundo os autores:

    Construir o impacto da pro-

    dução brasileira em Admi-

    nistração dependeria de se

    aprofundar o entendimento

    sobre sua relevância. [...]

    Dois caminhos para reflexão

    emergiriam. O primeiro seria

    analisar para quem escreve-

    mos. [...] Frente à tendência

    pela internacionalização, este

    dilema se resumiria à escolhaentre a produção de relevân-

    cia às agendas anglófonas,

    concebida implicitamente

    como agenda internacional,

    mas relevante principalmente

    aos países de língua inglesa,

    e a produção de relevância

    local, que refletiria o modelo

    da universidade comprometi-

    da com a sociedade civil, que

    direciona atenção à proble-

    mática local sem descuidar de

    processos globais subjacen-tes. O segundo caminho seria

    analisar o que escrevemos.

     Aqui valeria a proposição de

    Rousseau, Manning e Denyer 

    (2008), para quem somente a

    síntese de um corpo de evi-

    dências científicas revelaria

    implicações consistentes à

    prática, abrangendo acúmu-

    lo, análise e interpretação de

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    ISSN 0034-759014 ©RAE   n   São Paulo n   v. 53 n   n . 1 n   jan/fev. 2013 n   012-020

    um conjunto de textos. Dado

    o volume atual da produção

    científica nacional, seria de-

    sejável identificar e sistemati-

    zar a contribuição dos textos,

    sintetizar o conhecimento

    sendo acumulado, refletir

    sobre seus limites e desdo-

    bramentos, e indicar cami-

    nhos para desenvolvimento

    futuro. (MASCARENHAS e 

    BARBOSA, 2013, p. 035-045).

    Ricardo Pereira Câmara Leal, 

     Vinício de Almeida e Souza e Patrí-cia Maria Bortolon realizaram umaavaliação bibliográfica quantitativae qualitativa de 461 artigos de Fi-nanças. A análise revela a baixaprodutividade dos pesquisadorese a veiculação dos trabalhos emperiódicos internacionais de baixoimpacto. Os autores argumentamque pouca inovação teórica e me-todológica é a razão por detrás dadificuldade para publicar artigos

    em periódicos de alto impacto.Segundo eles:

     Atualmente, parece haver

    dois mundos: o dos pesquisa-

    dores de Finanças vinculados

    às principais instituições in-

    ternacionais, que competem

    para ver seus artigos publica-

    dos nos melhores periódicos

    científicos mundiais da área,

    e o dos pesquisadores na-

    cionais, que concorrem para

    publicar seus artigos nos me-lhores periódicos científicos

    nacionais, que oferecem qua-

    se que o mesmo número de

    pontos que os primeiros, mas

    que são desconhecidos no

    cenário mundial. O sistema

    de avaliação poderia aproxi-

    mar estes dois mundos, pois,

    observando os resultados ob-

    tidos neste estudo, a produ-

    ção da área no país ainda não

    reflete a amplitude e a profun-

    didade da inovação teórica e

    metodológica que ocorre nos

    países mais desenvolvidos.

    (LEAL, SOUSA, BORTOLON, 

    2013, p. 046-055).

    Ely Laureano Paiva e Luiz Artur Ledur Brito analisaram 39 artigosde Gestão de Operações, com basenos vetores complementares darelevância e do rigor. Os autoresconcluem que há razoável conver-

    gência temática entre a produçãobrasileira e a produção interna-cional no campo. Seu principalalerta refere-se à questão do rigorcientífico e à necessidade de umesforço para inserção internacio-nal. Segundo eles:

    [...] um dos principais desa-

    fios presentes é atentar para

    as mudanças de orientação

    metodológica em curso no

    cenário internacional. Ini-cialmente, tanto as pesquisas

    baseadas em survey  como em

    métodos qualitativos precisam

    se aproximar do nível de ri-

    gor metodológico atual das

    publicações de primeira linha

    internacional. Métodos menos

    utilizados, como experimen-

    tos, uso de dados secundários

    e pesquisa-ação, são também

    oportunidades. Estes métodos

    apresentam como vantagem

    potencial sua proximidadecom o mundo empresarial.

     Ao mesmo tempo, também

    é importante o uso de múlti-

    plas metodologias integradas

    e inseridas em projetos de

    pesquisa abrangentes. Fica o

    desafio para os nossos progra-

    mas de Mestrado e Doutorado

    se inserirem nessa empreitada

    e formar futuros pesquisado-

    res capazes de desenvolver

    pesquisas com estas orienta-

    ções. (PAIVA e BRITO, 2013,

    p. 056-066).

     José Afonso Mazzon e José Mauro da Costa Hernandez reali-zaram análise abrangente de 1.272artigos de Marketing. Os autoresconfirmaram a importância doscongressos para a veiculação daprodução brasileira e identifica-ram o tema do comportamentodo consumidor como aquele que

    mais atrai pesquisadores. De acor-do com os autores, um dos princi-pais pontos de atenção identifica-dos refere-se à relevância:

     Verificamos que a expressiva

    maioria dos trabalhos tem

    inspiração internacional, re-

    tratando aspectos teóricos

    que estão sendo discutidos

    nos países mais desenvolvi-

    dos. Entretanto, quão alinha-

    dos estão esses temas com anossa realidade? Inúmeros

    contextos tipicamente bra-

    sileiros estão sendo pouco

    estudados sob o prisma de

    Marketing, como pobreza e

    consumo, desenvolvimento

    de produtos e serviços para

    a classe baixa e a emergente

    classe média, tipos particu-

    lares de canais (feiras livres,

    padaria, bares, armazéns,

    entrega em domicílio) e mo-

    dalidades de crédito maisfrequentes no Brasil que em

    outros países (prestações,

    cheques pré-datados, fia-

    do). Apelamos aos autores

    de Marketing que passem a

    pelo menos pensar na possi-

    bilidade de dedicar mais de

    seu tempo à investigação de

    contextos tipicamente brasi-

    leiros e que têm sido negli-

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    Carlos Osmar Bertero Flávio Carvalho de Vasconcelos Marcelo Pereira Binder Thomaz Wood Jr.

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    genciados nos últimos anos.

    (MAZZON e HERNANDEZ, 

    2013, p. 067-080).

    UMA PROVOCAÇÃO ÀCOMUNIDADE CIENTÍFICALOCAL

    Conforme indicamos na aberturadesta apresentação, o campo cien-tífico da Administração cresceu

    com vigor no Brasil na última dé-cada. Tal campo se consolidou, noPaís, sob a égide da Capes, capazde exercer influência substantivapor meio de seus processos deavaliação. Esse processo tem sidoalvo de incômodo e críticas da co-munidade científica. Entretanto,ele é influenciado e parcialmentedefinido por esta mesma comuni-dade científica. Pode-se, portanto,afirmar, que os resultados obtidos,

    incluindo sucessos e fracassos,constituem produtos de uma co-letividade de pesquisadores.

    Imaginemos, por um momen-to, que o governo federal decidisseprivilegiar radicalmente algumasáreas de pesquisa, aquelas vistascomo capazes de alavancar o cres-cimento e ajudar a equacionar asgrandes questões nacionais, emdetrimento de outras, vistas comoimprodutivas e frágeis. E que, nes-se segundo grupo, incluísse a área

    da Administração. Imaginemos,ainda, que tal decisão implicas-se o fechamento dos grupos depesquisa e a descontinuidade dasrevistas e dos eventos científicos.Pergunta-se: seriam as consequên-cias de tal decisão danosas para oPaís? Seriam as decorrências da me-dida percebidas pela comunidadecientífica internacional? Perderiamas empresas e outras organizações

    locais uma fonte valiosa de refle-xão e explicação de fenômenosrelevantes?

    Se o leitor responder “não”às questões acima, ou ao menosfor assaltado por dúvidas, talvez valha a pena dedicarmos algumaenergia e algum esforço a pensaro que poderíamos fazer diferente.Então, a questão que se coloca éa seguinte: o que nos ajudaria aconsolidar o campo científico da Administração e torná-lo valioso,talvez imprescindível?

    COMO CONSTRUIR TEORIAS TROPICAIS

    Parte essencial da missão de qual-quer comunidade científica é aconstrução de teorias, ou seja, aidentificação de fenômenos rele- vantes e a busca de explicações so-bre por que ocorrem, como ocor-

    rem e quais são suas consequên-cias (veja VEN, 1989;  WHETTEN, 2003). E, como se sabe, “não hánada mais prático do que uma boateoria” (KURT LEWIN, 1892-1947).

     A ecologia organizacional bra-sileira é complexa, apoiando-sesobre uma economia diversificadae uma textura sociocultural rica emultifacetada. Tal contexto ofere-ce, aos pesquisadores, enormesoportunidades para contribuírempara o desenvolvimento da teoria e

    para o aperfeiçoamento da práticaadministrativa.

    Considerando o histórico daprodução científica no Brasil, in-cluindo as reflexões abrangidaspor este fórum, acreditamos que odesenvolvimento futuro de teoriasdeverá apoiar-se em três vetores:o uso de teorias desenvolvidas emoutros países para explicar fenô-menos locais; o desenvolvimento

    de teorias locais, com base emconhecimento local, voltadas paraexplicar fenômenos específicoslocais; e a busca de rigor na pes-quisa científica. Vejamos cada umdesses vetores.

    O primeiro vetor vem carac-terizando a produção local, nos vários campos da Administração.Os pesquisadores brasileiros vêmsistematicamente se apropriandode teorias originadas fora do País,especialmente aquelas produzidasnos países anglo-saxões, e aplican-

    do-as ao contexto local. Tal modusoperandi abrange todo o espectroparadigmático, do neopositivismoàs teorias críticas, incluindo asabordagens pós-modernas.

    Há, naturalmente, valor emrealizar tal apropriação e tal aplica-ção. Pode-se, por meio desse pro-cesso, ter acesso às mais modernasteorias para explicar fenômenoslocais. Pode-se, também, contribuirpara o avanço do conhecimento

    teórico, comprovando ou negandosua validade em contextos diferen-tes daqueles em que tais teoriasforam geradas.

    No entanto, mirando o futuro,para que tal processo seja robustoe gere contribuições significativas,é preciso que ocorra uma escolhaesclarecida e estratégica das teoriasa serem apropriadas e uma apli-cação consistente com a realidadelocal. Para isso, é preciso romper aapropriação superficial de teorias,

    praticada nos trópicos, e aprofun-dar efetivamente o conhecimentosobre os corpos teóricos originadosem outros contextos.

    O segundo vetor foi menosproeminente na produção local,porém marcou diversas iniciati- vas de desenvolvimento teórico,tais como aquelas voltadas paraa compreensão de fenômenos or-ganizacionais com base em traços

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    FÓRUM  PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM ADMINISTRAÇÃO NA DÉCADA DE 2000

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    culturais brasileiros e aquelas foca-das em analisar o comportamentodo consumidor de baixa renda oua internacionalização de empresasbrasileiras.

    Tal vetor constitui uma duplaoportunidade para a comunidadecientífica local, de gerar contribui-ções originais para o desenvolvi-mento teórico, no âmbito da comu-nidade científica internacional, e degerar contribuições para a compre-ensão (e, eventualmente, a ação)sobre questões e problemas locais.

     Acreditamos que alocar esforços erecursos nesse sentido poderá re-sultar em um salto qualitativo paraa produção científica local.

    O terceiro vetor perpassa os ve-tores anteriores, constituindo condi-ção necessária para a realização decontribuições teóricas relevantes. Origor refere-se à competência parautilizar métodos de pesquisa, sejamde abordagens qualitativas ou quan-titativas, e também à competência

    de construção teórica. Esse últimoitem envolve o domínio do estadoda arte no campo e a capacidadede desenvolver teorias para explicarfenômenos relevantes.

    Evoluir, em termos de rigor,constitui um grande desafio para ospesquisadores brasileiros, mesmoconsiderando o desenvolvimentoocorrido nos últimos anos. Confor-me observado anteriormente, nossacomunidade tem praticado formasacríticas de mimetismo, reprodu-

    zindo com atraso teorias originadasem outros países (veja BERTERO, CALDAS, WOOD JR, 2005b).

    OITO PROPOSTAS PARA OPRESENTE MILÊNIO

    Têm surgido, no âmbito da comu-nidade científica local, diversos

    textos críticos sobre o chamado“produtivismo acadêmico” (e.g, ALCADIPANI, 2011; FARIA, 2011;FREITAS, 2011; GODOI e XAVIER, 2012; MACHADO e BIANCHETTI, 2011; MATTOS, 2012). Tais textos,de modo geral, ecoam críticas dacomunidade local ao caráter quan-titativo fomentado pelo sistema demensuração e avaliação de resulta-do da Capes. Esse sistema estarialevando nossos pesquisadores aprivilegiarem a quantidade em fa- vor da qualidade e a favorecerem

    a publicação em favor do impac-to, adotando, assim, uma lógica deprodução em série, própria das li-nhas de produção fordistas.

     As críticas têm méritos, poischamam a atenção para desviossubstantivos da atividade científi-ca. De fato, o produtivismo podetambém ser visto como mimetismode uma atitude que se desenvolveuno mundo acadêmico dos paísesdesenvolvidos, lá também encon-

    trando os seus críticos. No entanto,a mentalidade produtivista, hojepresente na academia brasileira,é mais do que o reflexo atitudinale comportamental de cientistas,provocado por um modelo demedição da produção. Trata-se, na verdade, de um sistema construídoao longo do tempo e sustentadopor seus diversos agentes: os pro-gramas de mestrado e doutorado,os eventos científicos, as revistascientíficas, os agentes reguladores

    e o próprio corpo de pesquisado-res. Tal sistema sustenta um modopróprio de geração e disseminaçãode conhecimento. Além disso,ajuda a promover certos valores epráticas, fomentando uma culturapeculiar de pesquisa.

    Considerando tais críticas e asreflexões trazidas pelos autores dopresente fórum, acreditamos que acomunidade científica de Adminis-

    tração no Brasil poderia beneficiar--se de um diálogo norteado portemas específicos de mudança.Para isso, listamos a seguir oitopropostas para reflexão.

    Focar o Brasil As revistas científicas brasi leirasdeveriam ter um papel mais ativoe estabelecer linhas editoriais queprivilegiem o desenvolvimentode conhecimento e teorias sobretemas, objetos e fenômenos bra-

    sileiros. Deveriam, também, apro-fundar a segmentação por campoe por orientação ontológica. Hoje,nossas principais revistas, salvoexceções, aceitam artigos oriun-dos de todos os campos da Admi-nistração e de qualquer orienta-ção ontológica. Tal condição criaenorme desafio para os editores ecorpos de avaliadores, levando aprocessos longos e inadequados derevisão. Algumas delas começam a

    aceitar artigos internacionais, even-tualmente sobre temas distantes darealidade brasileira. Pensamos querevistas científicas locais, focadasna realidade local e segmentadaspor campo, trariam uma contribui-ção mais efetiva para o desenvolvi-mento do campo da Administraçãono Brasil. Além disso, a comunida-de acadêmica internacional prova- velmente teria interesse maior emler e aprender sobre o Brasil pormeio de pesquisadores brasileiros

    do que vê-los mimetizando e re-produzindo teorias desenvolvidasnos países centrais.

     Aproximar teoria e prática As inst ituições de ensino deve-riam buscar maior proximidadeentre desenvolvimento teórico eprática organizacional. A Admi-nistração, como se sabe, é uma

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    Carlos Osmar Bertero Flávio Carvalho de Vasconcelos Marcelo Pereira Binder Thomaz Wood Jr.

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    ciência aplicada. Isso não signifi-ca, obviamente, que a agenda deseus pesquisadores deva ser bali-zada pelas preocupações de mo-mento de empresários e executi- vos. Tampouco significa que seuspesquisadores possam se isolar domundo da prática. O desafio é ge-renciar a relação entre esses doismundos. Hoje, muitos pesquisa-dores das instituições brasileirasatuam distantes das organizações.É preciso estabelecer fóruns dediálogo e cooperação, que per-

    mitam a aproximação entre pes-quisadores e gestores, de modoa construir agendas de pesquisaque possam tanto fazer avançara teoria sobre fenômenos locaisquanto contribuir para a reflexãosobre as práticas administrativas eseu aperfeiçoamento. A Adminis-tração é considerada igualmenteuma área social aplicada. Ora, oPaís está longe de ser bem admi-nistrado. Isso é válido tanto para

    a área pública como para a áreaempresarial. Basta observar a máadministração de recursos, a máqualidade dos serviços e a mágestão de projetos, que acarre-tam imenso prejuízo para toda asociedade. Há diversas razões paraa existência desse tipo de proble-ma, mas certamente a baixa quali-dade da gestão arca com parte daresponsabilidade. Contribuir parauma melhoria da prática adminis-trativa é missão importante da área.

    Criar planos de pesquisaOs programas de mestrado e dou-torado deveriam desenvolver pla-nos de pesquisa. Hoje, diversosprogramas estabelecem metasatreladas ao sistema de avaliaçãoCapes, buscando evoluir em ter-mos de classificação geral. Tal sis-tema, como se sabe, utiliza uma

    série de critérios, entre os quaisse encontra a pontuação atingidapelos professores pesquisadores,por meio de publicações em pe-riódicos. Para gerar conhecimentoe melhores teorias, os programasdeveriam ir além das metas nu-méricas, estabelecendo diretrizesde pesquisa voltadas para a cons-trução de conhecimento em tornode determinados temas, objetos efenômenos. Tais escolhas deveriamser coerentes com a história dasinstituições de ensino, as compe-

    tências já estabelecidas e sua inser-ção local, regional e internacional.Naturalmente, tais diretrizes deve-riam também preservar a liberdadeacadêmica, pedra fundamental dodesenvolvimento científico, garan-tindo espaço para a diversidadede perspectivas e abordagens quecaracterizam o campo.

    Fomentar o rigor 

    Os gatekeepers , especialmente oseditores de revistas  científicas ecoordenadores de áreas de even-tos científicos, deveriam atuar commaior rigor. Hoje, os eventos e re- vistas são frequentemente vistoscomo “escoadouros” para a pro-dução científica. Parece haver umapremissa tácita de que tudo que éproduzido com um mínimo de qua-lidade deveria ser veiculado. Talcondição infla as pontuações dosprogramas, facilitando o cumpri-

    mento de suas metas de produçãocientífica. Entretanto, torna nossosoutlets vitrines de trabalhos de bai-xo rigor e baixa qualidade. Pensa-mos que uma atuação mais crite-riosa e restritiva dos gatekeeperscontribuiria para o aumento daqualidade da produção local, bar-rando os trabalhos de menor rele- vância e estimulando aqueles demaior potencial, para que se trans-

    formem em contribuições científi-cas realmente importantes.

    Focar o impacto da produçãoO sistema nacional de avaliaçãodeveria deslocar seu foco da pro-dução para o impacto. Conformeindicamos anteriormente, tal sis-tema utiliza uma série de critérios,entre os quais a pontuação atingi-da pelos professores pesquisado-res, por meio de publicações emperiódicos, locais e estrangeiros.

    Esse sistema, como se sabe, temprovocado distorções, pois vemestimulando pesquisadores a “mul-tiplicar” publicações para garan-tir maior pontuação. Com isso, aquantidade frequentemente avançaem detrimento da qualidade. Al-guns programas de pós-graduaçãochegam a induzir expedientes con-denáveis para inflar seus números.Indicadores de impacto, por sua vez, deslocam o foco da produção

    para a utilização do conhecimento.Exigem, naturalmente, uma apura-ção mais sofisticada.

    Privilegiar periódicos

    internacionais de alto nívelOs sistemas de incentivo deve-riam privilegiar a veiculação emperiódicos de alto nível. Algumasinstituições de ensino implemen-taram sistemas de incentivo, fre-quentemente visando fomentar a

    internacionalização da pesquisa,estimulando seus pesquisadoresa participarem de redes científi-cas internacionais, desenvolveremprojetos em parceria com colegasde instituições no exterior e pu-blicarem artigos em periódicosestrangeiros. Consideramos dese-jável haver um reconhecimentoespecial para artigos veiculadosnos principais periódicos interna-

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    FÓRUM  PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM ADMINISTRAÇÃO NA DÉCADA DE 2000

    ISSN 0034-759018 ©RAE   n   São Paulo n   v. 53 n   n . 1 n   jan/fev. 2013 n   012-020

    cionais, aqueles com maior fator deimpacto, de ampla visibilidade nacomunidade internacional. Hoje,a pressão por publicações inter-nacionais, contraposta à limitadatradição brasileira em pesquisa,tem levado muitos pesquisadoreslocais a buscar revistas internacio-nais de baixo fator de impacto. Talcondição limita nossa audiência enão contribui para o aumento dorigor e da qualidade da pesqui-sa. A experiência de publicar nosprincipais periódicos, por outro

    lado, exigiria o desenvolvimentode competências específicas, emtermos de desenvolvimento teóricoe métodos, que poderia irradiar-sedos autores para seus programas. Além disso, a veiculação de tra-balhos nesses periódicos poderiadar visibilidade internacional paraa produção local e contribuir parao desenvolvimento de teorias maisrobustas, validadas (ou não) emum país emergente.

    Reformar os programas de

    pós-graduação As instituições de ensino deveriamtomar medidas mais firmes paragarantir a qualidade da formaçãode futuros pesquisadores. Hoje, háum incentivo ao crescimento dosprogramas, visando aumentar onúmero de mestres e doutores. Talobjetivo é coerente com o objetivomaior de sustentar o crescimento

    da atividade de pesquisa no País.Na prática, entretanto, o que seobserva é um descolamento entreaspiração e realidade, pois muitosegressos não têm perfil científicoe de pesquisador, e não seguirãocarreira acadêmica. Programas dedoutorado mais restritos e exigen-tes, com forte incentivo para arealização de períodos de estudoe pesquisa no exterior, provavel-

    mente apresentariam uma relaçãomais favorável entre os recursosinvestidos e os resultados obti-dos. Em paralelo, os programasde mestrado poderiam continuara ser ampliados, com maior focona formação de docentes e consi-derando que uma parcela restrita,porém representativa, de egressos viria a cursar o doutorado.

    Reconhecer pesquisadores e pesquisas exemplares

     As instituições deveriam celebrarpesquisadores e pesquisas exem-plares. O sistema de pesquisa em Administração implementado noBrasil está formando geraçõesde pesquisadores dentro de umalógica burocrática de produçãointelectual. É certo que a ciênciamoderna precisa lidar com desa-fios relacionados ao planejamento,à alocação e à gestão de recursos.Entretanto, é preciso estar alerta

    aos excessos. Nossos doutorandose jovens doutores preocupam-secada vez mais com suas publi-cações e pontuações e cada vezmenos com a construção sólidade conhecimento e com o de-senvolvimento de contribuiçõescientíficas consistentes. Pensamosque nossas instituições deveriamcelebrar pesquisadores que, porseu idealismo e conduta coeren-te, tivessem trazido contribuiçõesnotáveis ao desenvolvimento do

    campo. Deveriam, também, pre-miar trabalhos excepcionais depesquisa, que representassemmarcos para a construção do co-nhecimento. Acreditamos que épreciso recuperar o “ethos docientista”, que perdeu força nosúltimos anos na academia brasi-leira, em detrimento da ascensãodos burocratas da pesquisa e dosarticuladores políticos. De fato,

    essas observações podem ser es-tendidas à comunidade acadêmicainternacional. Significativamente,boa parte dos textos que hoje le-mos como clássicos e usamos notreinamento de mestres e douto-res foi produzida por acadêmicosdistantes da lógica do produtivis-mo. Produziram menor quantida-de, porém com melhor qualidadee, especialmente, com maior re-levância.

    CONCLUSÃO

    Em um editorial sobre a evoluçãode estudos organizacionais na Chi-na, Tsui argumenta:

    Nas duas últimas décadas, a

    pesquisa sobre gestão chine-

    sa utilizou questões, teorias,

    construtos e métodos desen-

     volvidos no contexto ociden-

    tal. Estão faltando estudosexploratórios que tratem de

    questões relevantes para as

    empresas chinesas e o de-

    senvolvimento de teorias que

    ofereçam explicações signifi-

    cativas sobre os fenômenos

    chineses. (TSUI, 2009, p. 1).

     As similaridades entre a situa-ção chinesa e a situação brasileirapodem ser mais do que merascoincidências. Os dois países emer-

    gentes têm aspirações internacio-nais, porém correm o risco de, aotentar aderir ao sistema internacio-nal de geração de conhecimento,entrar pela porta dos fundos eperder o foco na própria realidade,rica e em rápida mutação.

    Em um outro editorial, sobredesenvolvimento teórico, Suddaby, Hardy e Huy (2011) realizam umareflexão crítica incomum sobre o

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    Carlos Osmar Bertero Flávio Carvalho de Vasconcelos Marcelo Pereira Binder Thomaz Wood Jr.

    ©RAE   n   São Paulo n   v. 53 n   n. 1 n   jan/fev. 2013 n   012-020 19ISSN 0034-7590

    desenvolvimento de novas teoriassobre organizações na academiainternacional. Os organizadoresindicam que, significativamente,não receberam para a organizaçãode seu fórum artigos com novasteorias, porém receberam váriostextos com autocríticas e sugestõespara desenvolver novas teorias.Observam, ainda, que as teoriasatualmente usadas por autores epesquisadores referem-se a desen- volvimentos teóricos ocorridos atéa década de 1970. Suddaby, Hardy  

    e Huy  apontam o reducionismo eo conservadorismo da pesquisa nocampo, e o distanciamento entreteoria e prática. Tal constataçãopode ser complementada pela crí-tica realizada por Gabriel (2010),que argumenta que as publicaçõesacadêmicas se transformaram emlugares burocráticos e políticos eque a ciência normal foi substituídapor uma proliferação de teorias e vozes que se tornaram incompre-

    ensíveis e irrelevantes para a prá-tica administrativa.Tais considerações, sobre a

    academia chinesa e sobre a aca-demia internacional, reforçam anoção de que a academia brasileirado campo da Administração viveum bom momento para realizar es-colhas estratégicas e implementarmudanças. Os méritos e deméritosde nossa academia são há muitotempo conhecidos e discutidos.Sempre que uma reflexão crítica

    é estimulada, como no caso destefórum, geram-se conclusões simi-lares. O País e suas organizaçõesbem mereceriam uma academiamais “extrovertida”, capaz de te-orizar sobre os fenômenos locaise de interagir de igual para igualcom seus pares internacionais.Cabe, portanto, neste ponto destetexto de apresentação, uma per-gunta final: será possível reformar

    nossa academia, para que respon-da de maneira mais efetiva a taisaspirações?

    Os mais otimistas provavel-mente argumentarão que o norteestá definido, que as trilhas geraisestão traçadas e que, mais cedo oumais tarde, chegaremos lá. Quiçájustifiquem sua posição mostrandoa sensível evolução ocorrida nosúltimos anos, em termos de pro-dução científica, veiculada no Bra-sil e no exterior. Acreditamos, noentanto, que o sistema, fortemente

    inercial, demanda ajustes substan-tivos, como os sugeridos acima.Sem tais ajustes, nossa comunidadecientífica permanecerá como umatorre de marfim, erigida em umailha tropical, tenuemente ligadaao contexto local e ao mundo ex-terior. Se os agentes com poderde influência não se mobilizarempara a mudança, então um futurofórum sobre a produção científicaem Administração no Brasil, rea-

    lizado daqui a 10 anos, chegaráa conclusões similares às destefórum e a outras reflexões realiza-das anteriormente (e.g, BERTERO, CALDAS, WOOD JR, 2005b). Dese-jamos que isso não ocorra.

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bape/article/view/5239http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5239http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5239http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5239http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5240http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5240http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5240http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5240http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-

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