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PROCESSOS SÉPTICOS EM ODONTOLOGIA
FACULDADE DE PINDAMONHANGABA
CIRURGIA
2011
Infecções Odontogênicas
Causas, origem e situação
Causas
As infecções odontogênicas são causadas por bactérias
Aeróbias: Streptococcus spp., Sthaphlylococcus spp., Neisseria spp., Corynebacterium spp., Haemophilus influenzae, Eikenella corrodens.
Anaeróbias: Streptococcus spp., Viollonella spp., Eubacterium spp., Lactobacillus spp., Prevotella, Porphyromonas, Fusobacterium spp.
Origem
Periapical - necrose pulpar e invasão bacteriana subseqüente do tecido periapical
Periodontal - bolsa periodontal profunda, a qual possibilita a instalação das bactérias dos tecidos subjacentes
Localização
A infecção se dissemina através do osso esponjoso até encontrar uma lâmina cortical
Se a lâmina cortical for fina ela perfurará o osso e penetrará os tecidos moles
A espessura do osso que cobre o ápice do dente
Relação do local da perfuração no osso com as inserções musculares da maxila e mandíbula.
Linhas de menor resistência
Localização
Abaixo das inserções dos músculos da Maxila – abscessos vestibulares
M. Bucinador (sup.) – espaço fascial
Acima das inserções dos músculos da Mandíbula – abscessos vestibulares
Progressão das doenças odontogênicas
Localização
1. Depende do dente envolvido
2. Depende da cortical óssea
3. Depende das inserções musculares
4. Depende das defesas do hospedeiro
5. Depende do agente agressor (bactéria)
Infecções Odontogênicas
Princípios da terapia
Determinar a gravidade da infecção
HISTÓRIA COMPLETA DA DOENÇA
EXAME FÍSICO
Determinar a gravidade da infecçãoHISTÓRIA COMPLETA
1- Queixa principal
2- Tempo e progressão da infecção
3- Sinais e Sintomas (dor, edema, calor, rubor e perda da função)
4- Perguntar como o paciente se sente (fatigado, enjoado)
5- Tratamentos médicos e/ou automedicação
http://patofisio.wordpress.com/2010/04/20/inflamacao/
1- Coleta dos sinais vitais (FC, PA, Taixa Respiratória, Temperatura)
2- Exame extra-oral (cabeça e pescoço – áreas de tumefação)
3- Exame intra-oral (busca da causa específica)
4- Exame Radiográfico
5- Celulite x Abscesso
Determinar a gravidade da infecçãoEXAME FÍSICO
CELULITE X ABSCESSO
Característica Celulite Abscesso
Duração Aguda Crônica
DorIntensa e
generalizadaLocalizada
Volume Grande Pequeno
Localização Limites difusos Bem delimitado
PalpaçãoPastosa e endurecida
Flutuante
Presença de pus Não Sim
Grau de gravidade Maior Menos
Bactérias Aeróbios anaeróbios
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-27492004000100027&script=sci_arttext
CELULITE X ABSCESSO
http://lilybernardes.blogspot.com/
Critérios para encaminhamento a um especialista
Infecção de progressão muito rápida Dificuldade de respiração Dificuldade de deglutição Envolvimento dos espaços fasciais Temperatura corporal elevada Aparência tóxica Comprometimento das defesas do
hospedeiro
Tratamento cirúrgico da infecção
Endodôntico Extração Incisão e drenagem
Obs: celulite com tumefação mole, pastosa e difusa não respondem aos procedimentos
de incisão e drenagem.
Antibióticos
ESCOLHA
PRESCRIÇÃO
ADMINISTRAÇÃO
AntibióticosINDICAÇÕES PARA O USO
Aumento de volume de evolução rápida Tumefação difusa Trismo Temperaturas acima de 38ºC Comprometimento das defesas do
hospedeiro Pericoronite grave Osteomielite
AntibióticosSITUAÇÕES DESNECESSÁRIAS
Abscesso crônico bem localizado
Abscessos reduzidos situados do lado vestibular
Alvéolo seco
Pericoronite branda
AntibióticosEFICAZES CONTRA AS INFECÇÕES
Penicilina (1ª escolha) Clindamicina / Eritromicina (alérgicos à
penicilina) Cefalosporina (largo espectro) Metronidazol (bactérias anaeróbias) Tetraciclinas
Antibióticos
A administração do medicamento deve ser nas doses e intervalos apropriados
Geralmente em doses maciças, por um curto período de tempo
O paciente não deve descartar os comprimidos ou cápsulas restantes
Avaliar freqüentemente o paciente
Retorno do paciente 2 dias após o tratamento original
Redução da tumefação e da dor. Avaliar o local da incisão e drenagem para
determinar se o dreno deve ser retirado nessa ocasião.
Averiguar também outros parâmetros, como temperatura, trismo, tumefação e sensações subjetivas de melhoras do paciente.
Infecções Odontogênicas
Propagação
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS
São áreas revestidas pelas fáscias que podem ser perfuradas ou distendidas pelo
exsudato purulento. Essas áreas são espaços potenciais que não existem em pessoas saudáveis, mas que se tornam
cheios durantes as infecções
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS
Os principais espaços fasciais são:
MAXILARES – espaços canino, bucal e infratemporal.
MANDIBULARES – espaços submentoniano, bucal, submandibular e sublingual.
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS MAXILARES
ESPAÇO CANINO
Localização: entre o músculo elevador do ângulo da boca e elevador do lábio superior.
Quando esse espaço é infectado, há um aumento de volume na região anterior da face, que oblitera o sulco nasolabial
Sua drenagem geralmente ocorre no canto interno do olho.
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS MAXILARES
ESPAÇO BUCAL Localização: Envolve os dentes
maxilares,limitado pela pele da face no seu aspecto lateral e pelo músculo bucinador no seu aspecto medial.
A maioria das infecções do bucal são causadas pelos dentes maxilares, principalmente molares.
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS MAXILARES
ESPAÇO BUCAL
Geralmente,o envolvimento do espaço bucal resulta em aumento do volume
abaixo do arco zigomatico e acima do
bordo inferior da mandíbula.
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS MAXILARES
ESPAÇO INFRATEMPORAL
Localização: se situa posteriormente a mandíbula, sendo limitado medialmente pela lamina lateral do processo pterigóide do osso esfenóide.
Quando infectado, a causa geralmente é o terceiro molar maxilar.
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS MAXILARES
As infecções maxilares também podem causar celulites orbitária e periorbitaria ou trombose do seio cavernoso.
Essas infecções são serias e requerem tratamento medico agressivo e intervenção cirúrgica, pois apresentam alta taxa de mortalidade.
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS MANDIBULARES
Localização: entre os ventres anteriores do músculo digástrico e entre o músculo milo-hiódeo e a pele suprejacente
É infectado primariamente pelos incisivos inferiores, e propaga-se abaixo do bordo inferior da mandíbula.
ESPAÇO SUBMENTONIANO
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS MANDIBULARES
Se limitam lateralmente pelo bordo interno da mandíbula.
São envolvidos primariamente pela perfuração lingual da infecção a partir dos molares inferiores, podendo ser a partir dos pré-molares inferiores também.
ESPAÇO SUBLINGUAL E SUBMANDIBULAR
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS MANDIBULARES
O fator que determina se uma infecção é submandibular ou
sublingual é a inserção do músculo milo-hióideo na face
interna da mandíbula.
Espaço sublingual: a infecção perfura a cortical acima da linha milo-hióide.
Espaço submandibular: infecção rompe a tábua óssea interna da mandíbula, abaixo da linha milo-hióide.
ESPAÇO SUBLINGUAL E SUBMANDIBULAR
http://www.fosjc.unesp.br/anatomia/musculos/milo2.htm
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS MANDIBULARES
Localização: entre a mucosa oral do assoalho da boca e o músculo milo-hióideo
Há grande aumento de volume intra-oral do assoalho da boca do lado da infecção.
A infecção geralmente torna-se bilateral e a língua fica elevada.
ESPAÇO SUBLINGUAL
http://www.ident.com.br/rubemaraujo/caso-clinico/1688-angina-de-ludwig-relato-de-caso
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS MANDIBULARES
Localização: entre o músculo milo-hióideo e pele suprajacente e a fáscia superficial.
Causa aumento de volume que se inicia na borda inferior da mandíbula e se estende medialmente ao músculo digástrico e posteriormente ao osso hióide
ESPAÇO SUBMANDIBULAR
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS SECUNDÁRIOS
Espaço massetérico Espaço pterigomandibular
Se não for administrado o tratamento adequado para as infecções dos espaços primários, estas podem disseminar-se posteriormente e envolver os espaços secundários.
Infecções mais graves Difícil tratamento (impossibilidade de intervenção
cirúrgica para drenar o exsudato purulento).
Espaço temporal
Propagação das infecçõesESPAÇOS FASCIAIS CERVICAIS
A disseminação para os espaços cervicais profundos podem ter seqüelas sérias as quais podem ser
resultados de complicações localmente induzidos, tal como obstrução das vias aéreas ou mediastinite
ou até à morte
Espaços fasciaisMANEJO DAS INFECÇÕES
O manejo das infecções graves tem as seguintes metas gerais:
suporte médico do paciente, com atenção especial à correção das defesas comprometidas do paciente;
administração de antibióticos adequados nas doses corretas;
remoção da fonte de infecção o mais precoce possível; drenagem cirúrgica da infecção com a colocação de
drenos adequados; reavaliação constante da resolução
Espaços fasciaisMANEJO DAS INFECÇÕES
É um processo inflamatório agudo ou crônico do tecido ósseo, produzido por bactérias piogênicas (produtoras de pus).
A bactéria responsável varia de acordo com a idade do paciente e o mecanismo da infecção.
OSTEOMILITE
Espaços fasciaisMANEJO DAS INFECÇÕES
Características Clínicas: dor intensa, linfadenite regional, febre.
Acomete qualquer idade. Características Radiográficas:
não se observa nenhuma manifestação radiográfica. Porém, após 10 dias de seu surgimento (estágio latente), as trabéculas começam a perder densidade mostrando contornos difusos – quando ainda está no primeiro estágio.
Diagnóstico Diferencial: abscesso periapical crônico reagudizado, abscesso periapical agudo.
Tratamento: estabelecimento de vias de drenagem, remoção do fator causal, antibioticoterapia, antiinflamatórios, analgésicos.
OSTEOMILITE SUPURATIVA AGUDA
Espaços fasciaisMANEJO DAS INFECÇÕES
Características Clínicas: Presença de linfoadenopatia regional, leucocitose, "febrícula", presença de fístula extra ou intra-oral. Ocorre, com maior frequência, em região retromandibular.
Características Radiográficas: Destruição óssea irregular, com aparência de “comida por traças”, que se estende da região de pré-molares esquerdos até o ramo. Observa-se uma ou várias áreas radiolúcidas de tamanho variável, de aspecto irregular e bordos mal definidos.
Visualizam-se áreas de seqüestro ósseo que correspondem a regiões mais densas e bordos mais definidos que o osso normal adjacente. Perda de trabeculado, radiopacidades misturadas, aparência dupla de reabsorção óssea e formação óssea osteoesclerótica. Em caso de fratura óssea, é possível observar uma linha radiolúcida que atravessa o corpo da mandíbula e perfura a placa cortical.
OSTEOMILITE SUPURATIVA CRÔNICA
Espaços fasciaisMANEJO DAS INFECÇÕES
Diagnóstico Diferencial:
- Carcinoma gengival;
- Carcinoma de células escamosas;
- Osteorradionecrose.
Tratamento:
- Remoção do fator causal;
- Cirurgia para remoção dos seqüestros ósseos;
- Antibioticoterapia.
OSTEOMILITE SUPURATIVA CRÔNICA
Espaços fasciaisMANEJO DAS INFECÇÕES
Para a doença ocorrer, é necessário que exista um traumatismo penetrante ou contundente
Diagnóstico diferencial: lesão cervico-facial
Tratamento: penicilina G intravenosa ou ampicilina em altas dosagens durante 4 a 6 semanas, seguida de altas doses de penicilina oral, amoxicilina, clindamincina, eritromicina, ou tetraciclina (6 a 12 meses).Pode ser necessário realizar drenagem cirúrgica.
ACTINOMICOSE
Infecções Odontogênicas
Vias de drenagem
Vias de drenagem
Canal radicular
Intra-oral
Extra-oral
http://www.fo.usp.br/lido/patoartegeral/patoarteinfl9.htm
http://eecampinas.blogspot.com/2010/06/drenagem-de-abscesso-uso-de-drenos.html
http://ligadaendodontia.blogspot.com/
Infecções Odontogênicas
Tratamento cirúrgico
Tratamento cirúrgicoRAZÕES PARA O FRACASSO
Cirurgia inadequada Comprometimento das defesas do
hospedeiro Presença de corpo estranho Problema com o antibiótico
Falta de colaboração do paciente O medicamento não alcança o local Dosagem muito baixa Diagnóstico bacteriano errado Antibiótico errado
Tratamento cirúrgicoANGINA DE LUDWIG
Acomete os espaços sublingual, submentoniano e submandibular bilateralmente
Sinais e sintomas: tumefação dura, difusa, dolorosa http://bucomaxilofacial.blogspot.com/2007/09/angina-de-ludwig-reviso-de-literatura-e.html
Tratamento cirúrgicoANGINA DE LUDWIG
Etiologia: dentária, corpos estranhos na cavidade oral, laceração na mucosa, fratura mandibular, cirurgias contaminadas, traumas penetrantes no assoalho bucal, amigdalites e até causas idiopáticas.
http://bucomaxilofacial.blogspot.com/2007/09/angina-de-ludwig-reviso-de-literatura-e.html
Tratamento cirúrgicoANGINA DE LUDWIG
http://bucomaxilofacial.blogspot.com/2007/09/angina-de-ludwig-reviso-de-literatura-e.html
Tratamento cirúrgicoANGINA DE LUDWIG
Complicações: seqüelas estéticas, edema de glote, paralisia do nervo recorrente, osteomielites da mandíbula, mediastinite, meningite, septicemia, pneumonia aspirativa, abscesso pulmonar, pleurite, abscesso subfrênico, infecção e ruptura da artéria carótida, morte. http://bucomaxilofacial.blogspot.com/2007/09/angina-de-ludwig-reviso-de-literatura-e.html
ADRIANO WILSON GUIMARÃES
ALAN MAIKO TEIXEIRA BASSO
ANNE ELLEN SABRINA RANGEL
MILAN JULIANA MONTEIRO
GADIOLI KAREN KEYKO TANIDE LUCIANO DOS REIS RIBEIRO RAFAEL OSWALDO
PEDROSO RODRIGO CAVALCA
TEIXEIRA URION BITTENCOURT DA
SILVA
REFERENCIAS PETERSON, L.J. et al. Cirurgia Oral e Maxilo-Facial Contemporânea. 3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2000. DIB, J.E. et al. Angina de Luwing: Revisão de literatura e relato de caso. Rev do Curso de Odontologia da
Uni-Evangélica, 2007 Jan-Jun 2007 [citado em 14-Set-2007]; 9(1). Disponível em:
URL: http://bucomaxilofacial.blogspot.com/2007/09/angina-de-ludwig-reviso-de-literatura-e.html http://www.odontologiamt.com.br/procedimentos/item.asp?id=43 www.anatomiafacial.com/dissem_infec.htm www.sbtd.org.br/artigos_sbtd_detalhes.asp?IdArtigo=7 http://www.revistacirurgiabmf.com/2002/v2n1/pdf%20v2n1/v2n1.4.pdf http://oftalmoblogpalpebras.blogspot.com/ http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1999000400017