Post on 11-Mar-2020
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UAECIA
ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ - EAJ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS
POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA PRODUÇÃO DE
ADESIVO PARA COLAGEM DE MADEIRA
JALTIERY BEZERRA DE SOUZA
Macaíba/RN
Fevereiro de 2019
JALTIERY BEZERRA DE SOUZA
POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA PRODUÇÃO DE
ADESIVO PARA COLAGEM DE MADEIRA
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como parte das
exigências para obtenção do título de Mestre em
Ciências Florestais (Área de Concentração em Ciências
Florestais - Linha de Pesquisa: Tecnologia e utilização
de produtos florestais).
Orientadora:
Prof.ª Dr.ª Tatiane Kelly Barbosa de Azevedo
Macaíba/RN
Fevereiro de 2019
I
POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA PRODUÇÃO DE
ADESIVO PARA COLAGEM DE MADEIRA
Jaltiery Bezerra de Souza
Dissertação de Mestrado em Ciências Florestais julgada para obtenção do título de
Mestre em Ciências Florestais (Área de Concentração em Ciências Florestais - Linha de
Pesquisa: Tecnologia e utilização de produtos florestais) apresentada em 27 de Fevereiro de
2019.
Banca Examinadora
Macaíba/RN
Fevereiro de 2019
II
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Rodolfo Helinski - Escola
Agrícola de Jundiaí – EAJ
Souza, Jaltiery Bezerra de.
Potencial de uso dos taninos de Acacia mangium na produção de
adesivo para colagem de madeira / Jaltiery Bezerra de Souza. -
2019.
64f.: il.
Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais). Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Unidade Acadêmica Especializada
em Ciências Agrárias, Programa de pós-graduação em Ciências
Florestais. Macaíba, RN, 2019.
Orientador: Tatiane Kelly Barbosa de Azevedo.
1. Acácia australiana - Dissertação. 2. Tanino - Dissertação.
3. Produção alternativa - Dissertação. 4. Adesão - Dissertação. I.
Azevedo, Tatiane Kelly Barbosa de. II. Título.
RN/UF/BSPRH CDU 582.736
Elaborado por Elaine Paiva de Assunção Araújo - CRB-CRB15/492
III
A todos que contribuíram para realização deste projeto
DEDICO
IV
AGRADECIMENTOS
__________________________________________________________________________
Agradeço em primeiro lugar a Deus pelas oportunidades que me foram dadas, pela
proteção e por ter colocado em minha vida pessoas muito especiais. À minha família por ser
meu porto seguro e me aturar nos momentos difíceis. Minha irmã, Willyane, pelo incentivo
diário entre as viagens. Meu irmão por sempre liberar o computador quando precisava para
escrever o trabalho. À minha mãe, Wilma, pelo apoio e força, por ser meu exemplo. Meu pai,
João Batista, pela preocupação. Aos amigos da Igreja que entenderam a minha ausência, porém
sempre que possível estive presente, em especial Moises Veloso, Lidiane Veloso, Rony Sales,
Geovana Belisa, Geórgia, Davi Justino, Rute Justino, Lucio Brandão. Aos amigos do mestrado:
Elias Costa, Kivia Pontes, Gabriela.
A todos os colegas do Laboratório de Tecnologia da Madeira da EAJ/UFRN pelo
companheirismo, em especial Anderson Carnaval, pelos ensinamentos e ao amigo João Paulo
Gomes pela grande ajuda na metodologia. À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Tatiane Azevedo,
pela orientação, incentivo e preocupação e a todos os demais professores do Programa de Pós-
Graduação de Ciências Florestais da UFRN. Aos funcionários Fatima e Luciana do Laboratório
de Genética. Ao professor Dr. Mauro Pacheco pela disponibilidade do seu laboratório como
também da sua equipe. À CAPES pela concessão de bolsa de estudos. A todos que de maneira
direta e indireta contribuíram para a realização deste trabalho.
V
RESUMO GERAL
_______________________________________________________
POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA PRODUÇÃO DE
ADESIVO PARA COLAGEM DE MADEIRA
Para que se obtenha êxito no processo de colagem de madeiras é necessário estudar e conhecer
as características de cada adesivo utilizado, visando o seu melhor aproveitamento, aumentando
a qualidade da peça e reduzindo os custos. O presente trabalho visou quantificar o teor de
substâncias tânicas presentes na casca da Acacia mangium Willd em função da influência do
preparo do solo e o período de coleta (seco e chuvoso), além de testar sua eficiência na produção
de adesivos para madeiras. As coletas foram realizadas na área experimental florestal da Escola
Agrícola de Jundiaí, Macaíba, Rio Grande do Norte, nos meses de junho de 2017 e janeiro de
2018, respectivamente, período chuvoso e seco. Foram abatidos oito indivíduos arbóreos no
período chuvoso e quatro no período seco para coleta de suas cascas. A quantificação dos
taninos foi realizada utilizando 250g de casca para 250 ml de água destilada. Após esse processo
foram avaliados o teor de sólidos totais, índice de Stiasny e teor de taninos condensados das
cascas da A. mangium coletadas nos dois períodos (seco e chuvoso), como também nas duas
subparcelas (preparo de solo mais intensivo e menos intensivo). Os taninos para produção de
adesivos foram extraídos utilizando 1kg de casca para 10L de água destilada, colocados em
uma autoclave na temperatura de 120°C por 2hs, em seguida foram colocados na casa de
vegetação e mantidos em uma temperatura de 40 ± 45ºC, até a completa evaporação (passando
a ser um material anidro). Após essa etapa foram produzidos os adesivos (Tanino de A.
mangium e Tanino de A. mearnsii) na qual foram misturados 360 g de pó de taninos, 40 g de
paraformaldeido em 400 ml de água destilada, posteriormente foi realizado os testes de
propriedade dos mesmo (pH, viscosidade e tores de sólidos), para realização dos testes de
qualidade (testes físicos e mecânicos dos adesivos) foi necessário a confecção de nove painéis
de Pinus sp. com dimensões de 30 x 30 cm, constituídos por cinco lâminas de Pinus sp., sendo
três paneis colados com adesivos de tanino A. mangium, três com tanino A. mearnsii e três com
o sintético Fenol-formaldeído, totalizando nove painéis. Em seguida conclui-se que o teor de
tanino da casca da espécie Acacia mangium da cidade de Macaíba/RN, na região Nordeste do
Brasil, não foi afetado pelo preparo do solo recebido e que a mesma pode ser classificada como
produtora de tanino no período chuvoso, podendo ser utilizado como adesivo para madeira.
Palavras-chave: Adesão, Acácia australiana, Produção Alternativa.
VI
GENERAL ABSTRACT
__________________________________________________________________________
POTENTIAL FOR THE USE OF TANANS OF Acacia mangium IN THE
PRODUCTION OF ADHESIVE FOR WOOD COLLAGE
For this case, the portfolio selection process is necessary and know the circumstances more and
more, increasing the quality, increasing the quality of the action and reducing the costs. The
present work aims to quantify the chemical content of Acacia mangium Willd bark due to the
influence of the soil and the sample collection period, as well as the analysis of its production
of wood adhesives. The collections were sustained in the experimental area of the Jundiaí
Agricultural School, Macaíba, Rio Grande do Norte, in the months of June 2017 and January
2018, and in the rainy and dry season. Eight individuals were slaughtered in the period and four
in the dry period for collecting their bark. The tannin quantification was performed with the use
of 250g of bark for 250 ml of distilled water, the condensed tannins index of the A. mangium
bark collected in the two periods (dry and rainy). ), as well as in the two subplots (more intensive
and less intensive soil preparation). The tannins for the production of adhesives were extracted
with 1kg of peel to 10L of distilled water, in an autoclave of 121 ° C for 2hs, in washes washed
and dried at a temperature of 40 ± 45ºC, until complete evaporation. Tincture of wood for A.
mearnsii tannins, which were removed in 360g of powder, 40g of paraformaldehyde in 400 ml
of distilled water, even (pH, viscosity and loss of solids), nine panels of Pinus sp. With
dimensions of 30 x 30 cm, consisting of five slides of Pinus sp., Three collectors with adhesives
of A. mangium tannin, three with tannin A. mearnsii and three with the synthetic phenol-
formaldehyde, totaling nine panels. It is concluded that the content of the bark of the species
Acacia mangium of the city of Macaíba / RN, in the Northeast region of Brazil, was not affected
by the preparation of the soil received and that it can be classified as a tannin producer in the
rainy season, It can be used as a wood adhesive.
Keywords: Adhesion, Australian Acacia, Alternative Production
VII
SUMÁRIO
__________________________________________________________________________
Página
1. INTRODUÇÃO GERAL ....................................................................................................... 12
2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................................. 14
2.1. Taninos vegetais ............................................................................................................... 14
2.1.2. Espécies produtoras de tanino .................................................................................... 16
2.1.3. Taninos e sua utilização................................................................................................ 17
2.1.4. Taninos para produção de adesivo .............................................................................. 20
2.1.5. Importância econômica dos taninos vegetais ............................................................. 22
2.1.6. Fatores edafoclimáticos que influenciam na produção de tanino ............................ 23
LITERATURA CITADA ....................................................................................................... 23
3. ARTIGO 1. TEOR DE TANINOS CONDENSADOS NA CASCA DA Acacia mangium
Willd EM RESPOSTA AO PREPARO DO SOLO E ÉPOCA DE AMOSTRAGEM ...... 30
RESUMO ...................................................................................................................... 31
ABSTRACT ................................................................................................................. 32
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 33
MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 35
RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 38
CONCLUSÕES ............................................................................................................ 42
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 42
4. ARTIGO 2. QUALIDADE DOS PAINÉIS COMPENSADOS PRODUZIDOS COM
TANINO DE Acacia mangium Willd. ................................................................................... 46
RESUMO ...................................................................................................................... 47
ABSTRACT ................................................................................................................. 48
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 49
MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 50
RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 53
CONCLUSÕES ............................................................................................................ 60
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 61
ANEXO 1 Normas da Revista Floresta e Ambiente (Artigo 1) .................................. 65
ANEXO 2 Normas da Revista Floresta e Ambiente (Artigo 2) ................................... 68
VIII
LISTA DE FIGURAS
__________________________________________________________________________
REVISÃO DE LITERATURA
Figura 1. Estrutura de taninos hidrolisáveis. ........................................................................ ...14
Figura 2. Estrutura química de taninos condensáveis. ......................................................... ...15
IX
LISTA DE TABELAS
__________________________________________________________________________
REVISÃO DE LITERATURA
Tabela 1. Exportação de taninos e extratos tanantes no ano de
2016...........................................................................................................................................22
ARTIGO 1
Tabela 1. Teor de Sólidos Totais (TST %), índice de Stiasny (I %) e Teor de Taninos Condensados
(TTC %), encontrados na casca da Acacia mangium, plantados com preparo de solo mais intensivo
(A1) e menos intensivo (A0), na região Litorânea do
RN.............................................................................................................................................38
Tabela 2. Teor de Sólidos Totais (TST %), índice de Stiasny (I %) e Teor de Taninos Condensados
(TTC %), na casca da Acacia mangium, em dois períodos de coletas seco e chuvoso, em área sob
tratamento de solo menos intensivo, na região litorânea do
RN.............................................................................................................................................40
ARTIGO 2
Tabela 1. Propriedades do adesivo (Teores sólidos, Viscosidade e pH) dos taninos da A.
mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e o sintético fenol-
formaldeído...............................................................................................................................54
Tabela 2 Propriedades mecânicas (Cisalhamento e Dureza Janka) dos painéis colados com o
adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e o
sintético fenol-formaldeído.......................................................................................................56
Tabela 3. Propriedades mecânicas (Módulo de ruptura e de elasticidade) dos painéis colados
com o adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e
o sintético fenol-formaldeído.....................................................................................................58
Tabela 4. Propriedades físicas (Absorção de água em 2hs e 24hs) dos painéis colados com o
adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e o
sintético fenol-formaldeído.......................................................................................................60
X
LISTA DE ABREVIATURAS
ABIPA – Associação de indústrias de painéis de madeira
ABNT – Associação brasileira de normas técnicas
FF – Fenol – formaldeído
GEFOR – Grupo de estudo em forragicultura.
IBGE – Instituto brasileiro de geografia e estatística
I – Índice de stiasny
MDF - Fibras de média densidade
MSC – Massa seca do colmo
MOE – Modulo de elasticidade
MOR – Modulo de ruptura
OSB - Oriented Strand Board
SNIF – Sistema nacional de informação florestal
TC – Taninos condensados
TTC – Teor de taninos condensados
TST – Teor de sólidos totais
UF - Ureia formaldeído
12
1. INTRODUÇÃO GERAL
__________________________________________________________________________
Acacia mangium Willd é uma espécie arbórea de rápido crescimento, rústica e tolerante
a várias condições edafoclimáticas (NEWAZ; MUSTAFA, 2004). No Brasil, essa espécie é
popularmente conhecida como acácia, sendo sua madeira usualmente empregada na produção
de celulose, papel, chapa de partículas e aglomerados. Apresenta também grande potencial de
uso como lenha e carvão, em função do seu poder calorífico, entre 4800-900 Kcal.Kg-1, e para
produção de madeira serrada, ligas e móveis (KRISNAWATI; KALLIO; KANNINEN, 2011),
além da serragem que fornece substrato de boa qualidade para cogumelos comestíveis (LIM et
al., 2003).
Essa espécie tem sido utilizada para recuperação de solo (GONÇALVES e LELIS, 2012)
e para o plantio de sistemas agroflorestais (OLIVEIRA et al., 2017), possuindo uma importância
na produção de mel e taninos (HOONG et al.,2009). Os taninos vegetais são constituídos por
polifenóis classificados em hidrolisáveis e condensados.
Os taninos hidrolisáveis são poliésteres da glicose, sendo classificados (taninos gálicos
ou taninos elágicos) a partir do ácido formado de sua hidrólise; já os condensados são
constituídos principalmente por monômeros do tipo catequina e conhecidos por flavonoides
(PIZZI, 1993).
Os taninos são de interesse econômico e ecológico (MONTEIRO et al., 2006), podem
ser utilizados como matéria-prima de produção de adesivo para colagem de madeira
(MENDOZA et al., 2017). A qualidade dessa colagem é verificada pela linha de cola, a qual
serve para predizer o desempenho do adesivo, quando submetido à aplicação de esforços. Para
tanto, é necessário estudar e conhecer bem as características de cada adesivo utilizado no
processo de colagem visando ao seu melhor aproveitamento, o aumento de qualidade da peça e
a redução de custos.
Nos países em desenvolvimento, o custo do adesivo é muito alto em relação ao custo
total das chapas. Isso porque quase todas as matérias-primas para fabricação de adesivos são
feitas à base de produtos derivados do petróleo. Com a crise do petróleo no início da década de
setenta, houve um grande estímulo para se pesquisar a viabilidade do uso de matérias-primas
naturais para a produção de adesivos (PIZZI, 1994).
Devido à importância de novas tecnologias na produção de adesivo renovável para
colagem de madeira, faz-se necessário estudar a utilização dos taninos de A. mangium na região
Nordeste do Brasil para produção do mesmo, visto que a espécie tem capacidade de se adaptar
13
a qualquer região, surgindo como uma alternativa para essa produção.
Diante disto essa dissertação está dividida em dois capítulos, os quais compõem artigos
científicos produzidos através de trabalhos realizados com a espécie acácia (Acacia mangium
Willd).
O primeiro capítulo intitulado “Teor de tanino condensado na casca da Acacia mangium
Willd em resposta ao preparo do solo e época de amostragem” aborda o comportamento dos
níveis de teor de taninos condensados na casca da acácia (Acacia mangium Willd), no período
seco e chuvoso, como também sua resposta ao preparo do solo.
O segundo capítulo “Qualidade do adesivo produzido com o tanino da casca de A.
mangium Willd” teve como objetivo produzir e testar adesivo natural de tanino de A. mangium
comparando com os utilizados comercialmente.
O objetivo do presente trabalho foi analisar se os fatores externos (período de coleta e
preparo do solo) interferem na quantidade de taninos na casca da acácia, como também realizar
a extração dos mesmos para a produção de adesivo e verificar se tem utilidade para produção
de adesivo para colagem de madeira.
14
2. REVISÃO DE LITERATURA
__________________________________________________________________________
2.1. TANINOS VEGETAIS
Os taninos são substâncias com sabor adstringente, amplamente distribuído entre as
plantas, favorecendo a sua proteção contra ataques de fungos, bactérias, vírus e ainda contra
herbívoros em geral, contem odor repulsivo e possui uma alta capacidade de causar intoxicações
em animais (POYER; SCHAEFER, 2014). Segundo Pizzi (1993), os taninos são constituídos
por polifenóis podendo ser classificados em dois grupos, sendo eles hidrolisáveis e
condensados.
Os taninos hidrolisáveis (Figura 1) consistem de ésteres de ácidos gálicos e ácidos
elágicos glicosilados formados a partir do chiquimato, nos quais os grupos hidroxila do açúcar
são esterificados com os ácidos fenólicos (MONTEIRO et al., 2005), Zucker (1983) relata que
a principal função dos taninos hidrolisáveis é a defesa das plantas contra os herbívoros.
Figura 1: Estrutura de taninos hidrolisáveis
Fonte: Nakamura, Tsuji e Tonogai (2003)
Já os taninos condensáveis (Figura 2) são polímeros de flavan-3-ol e/ou flavan-3,4-diol,
produtos do metabolismo do fenilpropanol (MONTEIRO et al., 2005), onde esses polímeros de 2 a
50 (ou mais) unidades de flavonoides, unidas por ligações carbono-carbono, são difíceis de
serem quebradas por hidrólises (ASHOK; UPADHYAYA, 2012). São comumente encontrados
em folhas, galhos, cascas, frutos, madeiras de várias árvores (BATTESTIN et al., 2004) e,
principalmente, nas cascas das árvores (AZEVEDO et al., 2017). Os taninos desse tipo também são
chamados de proantocianidinas, provavelmente pelo fato de apresentarem pigmentos
avermelhados da classe das antocianidinas, como cianidina e delfinidina, e esses taninos
também apresentam uma diversidade estrutural, resultante de padrões de substituições entre
15
unidades flavânicas, diversidade de posições entre suas ligações e a estéreo-química de seus
compostos (SANTOS; MELLO, 1999).
Figura 2: Estrutura química de taninos condensados
Fonte: Lekha e Lonsane (1997).
Os taninos condensados são conhecidos por haver uma larga distribuição na natureza e
particularmente pela expressiva concentração encontrada tanto na madeira quanto na casca de
várias espécies (PIZZI, 1993). A ocorrência desses compostos é comum em angiospermas e
gimnospermas, principalmente em plantas lenhosas (SANTOS; MELLO, 1999). Os taninos
condensáveis têm função de assegurar a defesa contra microrganismos patogênicos (ZUCKER,
1983).
Ashok e Upadhyaya (2012) salientam que os taninos também são encontrados no cerne
de coníferas e podem desempenhar um papel na inibição da atividade microbiana, resultando,
assim, na durabilidade natural da madeira. Os taninos são uma subclasse de polifenóis vegetais,
que se distinguem de outros polifenóis pela sua capacidade de formar complexos e precipitar
proteínas (HAGERMAN, 2012), sendo também definidos como polímeros fenólicos solúveis
em água que precipitam proteínas. Apresentam um peso molecular alto e contêm grupos
hidroxilas fenólicos em quantidade suficiente para haver a formação de ligações cruzadas com
proteínas (BATTESTIN et al., 2004).
Os teores de taninos nas plantas variam em função de diferentes fatores, como idade da
árvore e posição da amostra; podendo ainda receber influência da temperatura, solo e
pluviosidade (SILVA, 2001); variando de acordo com a espécie vegetal, como também de uma
parte para outra no mesmo indivíduo (BASTTESTIN et al., 2004).
16
2.1.2. ESPÉCIES PRODUTORAS DE TANINOS
No Brasil há várias plantas produtoras de tanino, destacando-se o barbatimão (BORGES
FILHO; FELFILI, 2003), acácia-negra (Acacia mearnsii) e o cerne do quebracho (Schinopsis
sp.).
Mousinho et al. (2018), em um levantamento bibliográfico, chegaram à conclusão que
de espécies com potencial produção de taninos, onde destacou-se as seguintes espécies: angico
vermelho (Anadenanthera colubrina); cajueiro (Anacardium occidentale); castanhola
(Terminalia catappa); goiabeira (Psidium guajava); jacarandá-mineiro (Jacaranda
cuspidifolia); jurema-preta (Mimosa tenuiflora); jurema-vermelha (Mimosa arenosa);
marmeleiro (Croton sonderianus Muell.Arg.); pau-pereira (Platycyamus regnellii); sucupira
(Pterodon emarginatus); algaroba (Prosopis juliflora). Sendo essa última exótica, mas todas
são encontradas na região semiárida (DINIZ et al., 2003). As espécies supracitadas foram
avaliadas realizando estudos para identificar a presença de taninos condensados em diversas
partes das plantas, como casca, folha, frutos com sementes, frutos sem sementes, casca da raiz
e cerne.
No levantamento bibliográfico realizado por Mousinho et al. (2018), a espécie que teve
maior destaque foi a Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan. var. cebil (Gris.) Alts. porque
apresentou tanino em todas as partes do vegetal (PAES et al., 2006b), em que o teor de taninos
condensados encontrado nos frutos é indicado pelos autores como a parte do vegetal com
potencial para exploração, sendo necessários estudos que verificassem a eficiência dos mesmos
no curtimento de peles, o que certamente reduziria a exploração predatória dessa espécie.
Atualmente, no Brasil, a espécie mais utilizada para produção de tanino é a Acacia
mearnsii, sendo então empregada pelas grandes empresas comerciais de taninos, como TANAC
e SETA, impulsionando, assim, a cultura da acácia-negra no país (MORA et al., 2002).
Para Hoong et al. (2009), a espécie Acacia mangium localizada na Malásia apresenta
um alto teor de taninos. Essa espécie é conhecida popularmente por acácia australiana, é uma
espécie arbórea pertencente à família Fabaceae, que ocorre naturalmente no Nordeste da
Austrália, Papua Nova Guiné, Papua Ocidental e Ilhas Molucas, e foi introduzida na América
do Sul, América Central, África e Ásia (RICHARDSON et al., 2011).
Uma característica significante da acácia é seu rápido crescimento em condições
desfavoráveis, como durante a seca ou em solos com baixa fertilidade, com pH entre 4,5 e 6,5
(SOUZA et al., 2010; BROICH et al., 2013; RAMDANI; HINO, 2013). Porém, pouco adaptada
a ambientes úmidos, com precipitação média anual entre 1000 mm e 4500 mm, temperatura
mínima de 12ºC e máxima de 34ºC.
17
No Brasil, as espécies arbóreas apresentam algumas vantagens, como rápido
crescimento em virtude das condições edafoclimáticas favoráveis e devido ao melhoramento
genético utilizado no país, colaborando para suprir a demanda internacional e tornando-se um
grande exportador de produtos florestais (TIBURCIO et al., 2012). Diante disso, a acácia vem
despertando a atenção dos pesquisadores pela rusticidade e rápido crescimento (VEIGA;
CARVALHO; BRASIL, 2000).
A Acácia Australiana apresenta um bom potencial silvicultural no Brasil, sendo muito
utilizada em recuperação de áreas antropizadas, porém ainda pouco estudada no que se refere às
propriedades tecnológicas de sua madeira, sobretudo em árvores mais jovens (GONÇALVES;
LELIS, 2012). Recentemente, começou a ser utilizada em programas de reflorestamento como
planta sequestradora de carbono (HERIANSYAH et al. 2007, TONINI; HALFELD-VIERA;
SILVA, 2010).
Sua madeira pode ser aproveitada para produção de móveis maciços, construção pesada
e leve, chapas e embalagens, na produção de lenha e carvão com alto poder calorífico (entre
4800 e 4900 Kcal.Kg-1), também no processamento da celulose (SOUZA et al., 2010) e em outros
produtos, como chapas de fibras de média densidade (MDF), aglomerados e compensados
(SCHIAVO; MARTINS, 2003), e para produção de tanino. Para Hoong et al. (2011), os extratos
tânicos obtidos da casca da A. mangium para produção de adesivo encontram-se ricos em
compostos fenólicos e têm potencial de substituir o adesivo convencional de fenol-formaldeído
(FF) usado na indústria para colagem de madeira.
2.1.3. TANINOS E SUA UTILIZAÇÃO
Os taninos condensados constituem de 90% da produção mundial (ARBENZ;
AVÉROUS, 2015; GRASEL; FERRÃO; WOLF, 2016) e são muito empregados na indústria
vinícola (MANFROI et al, 2010).
No Brasil, a empresa TANAC S. A., em Montenegro, no Rio Grande do Sul, exporta
aproximadamente 85% da sua produção para mais de 70 países, cerca de 30.000 toneladas
anuais de extratos, colocando o país entre os maiores exportadores tânicos do mundo (TANAC,
2013), produzindo o mesmo para diversas utilidades, como indústria farmacêutica, bebidas, na
fabricação de plásticos, fungicidas, confecção de adesivos e como floculantes ou coagulantes
(SIMÕES et al., 2010). Já na região Nordeste do Brasil, o seu uso é no curtimento de pele
animal (SIMÕES et al., 2010). Por outro lado, o uso de tanantes comerciais, produzidos em
escala e com alto nível tecnológico, parece ser cada vez mais comum em grandes curtumes
(MEUNIER; FERREIRA, 2015).
18
Além disso, de acordo com Özbay e Ayrilmis (2015), ao longo das últimas décadas, as
questões ambientais e de sustentabilidade tornaram-se os principais motores de pesquisa para a
produção de materiais ecológicos desenvolvidos a partir de recursos renováveis, visto que a
maioria dos adesivos produzidos é oriunda da indústria petrolífera, os adesivos tânicos surgem
como uma alternativa ambiental (ABDULLAH et al., 2013; ZHOU et al., 2013; ZHOU; PIZZI,
2014; CARVALHO et al., 2014).
O setor de curtimento de couro é um segmento industrial que utiliza bastante os taninos
vegetais, ocupando um papel de destaque na utilização dessa matéria-prima (GONÇALVES;
LELIS, 2001). De acordo com Gonçalves e Lelis (2001), a associação da palavra tanino com o
curtimento de pele animal vem de uma longa data. Os autores destacam que as substâncias
tânicas têm o poder de transformar a pele do animal em couro devido a sua ação adstringente
de retirar a água dos interstícios das fibras, contrair tecidos orgânicos moles e transformá-la em
material não putrescível.
Vários curtumes tradicionais da região Nordeste do Brasil utilizam os taninos vegetais
e mesmo com as diversas espécies arbóreas encontradas na região a única fonte utilizada é o
angico-vermelho (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. cebil (Gris.) Alts.) (DINIZ et
al., 2003). Outra espécie que tem potencial para produção de taninos é a jurema-preta (Mimosa
tenuiflora), a mesma possui crescimento rápido e ocorre em praticamente toda a região
Nordeste do Brasil e estudos apontam melhorias de sua aplicação no processo de curtimento de
couro (PAES et al. 2006a).
Os taninos são coagulantes vegetais efetivos, que estão em uma ampla faixa de pH, e
seu uso torna desnecessário o uso de alcalinizantes, como soda ou cal, além de não acrescentar
metais ao processo e proporcionar uma redução no volume de iodo a ser descartado devido a
sua composição orgânica, podendo ser biologicamente degradado ou eliminado termicamente
(SILVA, 2004). Com isso, os taninos são uma das possibilidades no tratamento de água para
abastecimento, sendo uma alternativa com grandes benefícios, se comparados aos coagulantes
químicos que normalmente são utilizados (STRÖHER et al., 2013).
Os taninos vegetais são importantes na produção de resinas e dispersantes para controlar
a viscosidade dos poços na indústria petrolífera. Essas resinas apresentam características de
ligação interna, tempo de formação de géis e viscosidade semelhantes às das resinas de uso
comercial (BATTESTIN, MATSUDA; MACEDO, 2004). A corrosão por dióxido de carbono
(CO2) é uma falha frequente na indústria de petróleo e gás, ocorrendo em todas as fases da
produção, então inibidores de corrosão naturais, não tóxicos e biodegradáveis, são utilizados
19
para o controle da corrosão em sistemas de produção e transportes de produtos petrolíferos
(MARCOLINO et al., 2014).
Os taninos condensados têm determinados efeitos benéficos no metabolismo animal,
como aumento na absorção de aminoácidos e redução da população de parasitas no intestino
(NOVOBILSKÝ; MUELLER-HARVEY; THAMSBORG, 2011), o aumento na síntese de
proteína microbiana (MAKKAR, 2003) e redução da produção de CH4 ruminal, e
posteriormente sua eliminação para a atmosfera (GOEL; MAKKAR, 2012).
Puchala et al. (2012) avaliaram que caprinos alimentados com Sericea lespedeza
(leguminosa com 20% de taninos condensados em sua composição), sorgo forrageiro (Sorghum
bicolor) e alfafa (Medicago sativa) constaram uma menor produção de CH4 por massa seca de
colmo (MSC). Os autores relatam que, embora a presença de taninos condensados na dieta
tenha prejudicado sua digestibilidade, isso foi compensado por um aumento no consumo de
matéria seca da forragem, além de contribuírem para menores taxas de emissão de CH4.
Portanto, o uso de taninos em países como o Brasil cuja a base da dieta usada na
alimentação de ruminantes provém principalmente de pastagem apresenta perspectivas
favoráveis para o controle da emissão de CH4, sendo uma importante alternativa natural de
regulação do metabolismo e a fermentação ruminal, bem como do aquecimento global
(CAREGA; DANTAS, 2017). Entretanto, mais estudos são necessários para a incorporação
dessas forragens nos sistemas de alimentação de animais ruminantes (CAREGA; DANTAS,
2017).
O Barbatimão possui um alto teor de taninos condensado (de 20 a 30%) em suas cascas
do caule, o que provavelmente explica a atividade cicatrizante de feridas e úlceras. Os taninos
são substâncias polifenólicas de sabor adstringente, encontrados no interior dos vacúolos
vegetais, derivam de um intermediário biossintético comum, a fenilalanina, ou de seu precursor,
o ácido chiquímico, sintetizados através da Rota do Chiquimato. Estes precipitam as proteínas
dos tecidos lesados, formando um revestimento protetor que favorece a sua regeneração
(ARDISSON et al., 2002; CASTRO, 2009; JACOBSON et al., 2005).
A partir das técnicas de extração dos taninos da casca do barbatimão, foi possível
constatar que a planta em questão, bem como essas substâncias contidas na mesma, apresenta
propriedades satisfatórias na cicatrização de feridas e, posteriormente, as mesmas também se
adéquam aos métodos de formulação de cremes cicatrizantes (SILVA; ROSA, 2016).
Araujo et al. (2018) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a atividade
antibacteriana contra bactérias com relevância cariogênica, ou seja, elemento com capacidade
de auxiliar bactérias, localizadas na boca, a se metabolizarem com o mesmo, formando, assim,
20
ácido que gera as cáries. Dessa maneira, avaliou-se o potencial tóxico e genotóxico das plantas
Anacardium occidentale L. e Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Bernam através do extrato
obtido das mesmas.
Araújo et al. (2018) concluíram que os extratos tânicos obtidos da A. occidentale têm
potencial como agente antimicrobiano com baixa toxicidade de células eucarióticas ou
atividade mutagênica (ocorrer mutação). Com realação ao extrato da A. macrocarpa, embora
ausente da atividade antibacteriana, também pode ser uma alternativa fitoterápica segura e
eficaz (ARAÚJO et al., 2018).
2.1.4. TANINOS PARA PRODUÇÃO DE ADESIVO
Os principais componentes em uma ligação adesiva são: adesivo, adesão e aderentes.
Industrialmente, os adesivos têm sido utilizados para produzir uma variedade de produtos de
madeira de alto valor, tais como vigas laminadas, compensados, Oriented Strand Board (OSB)
e aglomerados (SINGH et al., 2008). A função de um adesivo, além de aderir dois substratos, é
fluir e preencher espaços vazios entre as juntas a serem coladas, diminuindo, assim, a distância
entre elas, gerando interações entre o próprio adesivo e o substrato (PIZZI, 1994).
A adesão (fenômeno interfacial ou a energia de separação de dois substratos) entre a
madeira e o adesivo depende de uma série de fatores, como as características inerentes à própria
madeira (anatomia, química e física), características do adesivo (químicas e físicas) e do
processo adotado durante a colagem propriamente dita. Os mecanismos envolvidos no processo
de adesão podem ser explicados pelas teorias mecânicas, difusão de polímeros e adesão química
(MARRA, 1992).
Os adesivos sintéticos ureia-formaldeído e fenol-formaldeído são os mais utilizados na
colagem de madeira e seus subprodutos. Uma das vantagens do adesivo fenólico decorre da sua
resistência à ação da umidade, sendo, portanto, recomendado para a colagem de produtos
expostos ao ambiente (SILVA et al., 2012). O adesivo ureico, por sua vez, tem custo mais baixo,
porém apresenta baixa resistência à umidade, sendo mais indicado para uso interior (MELO et
al., 2010). Nos países em desenvolvimento, o custo do adesivo é muito alto em relação ao custo
total dos painéis, o que se deve ao fato de que quase todas as matérias-primas para fabricação
de adesivos são feitas à base de produtos derivados do petróleo. Dessa forma, várias pesquisas
têm sido realizadas buscando-se matérias-primas alternativas para a produção de adesivos.
Nesse esforço, estão em primeiro plano os adesivos obtidos de matérias-primas naturais, como
os taninos (SILVA et al., 2012).
Azevedo et al. (2015) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a qualidade dos
21
taninos da jurema-preta obtidos da casca para a produção de adesivo formaldeído observando
o período de coleta (Chuvoso e Seco). Assim sendo, o estudo demonstrou que o adesivo
produzido com os taninos daquela planta apresentou o valor de teor sólido semelhante ao da
acácia negra (Acacia mearnsii), que é a espécie mais utilizada comercialmente para produção
de tanino (PAES et al.,2006b). O estudo mostrou também que não houve diferença significativa
entre os períodos de coleta para o teor sólido e tempo de gelatinização dos adesivos, porém o
período de coleta influenciou o pH e a viscosidade dos adesivos, obtendo-se viscosidade
elevada (AZEVEDO et al., 2015).
Carvalho et al. (2015) realizaram um trabalho para avaliar as propriedades físicas e
mecânicas de painéis do tipo Oriented Strand Board (OSB) produzidos com adesivos
comerciais de uréia-formaldeído (UF), fenol formaldeído (FF) e os taninos da Acacia mearnsii
e tânico de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville. que apresentam potencial tanífero,
espécie conhecida popularmente como barbatimão (ALMEIDA et al., 2008).
Neste estudo, observou-se que em todas as propriedades avaliadas o desempenho dos
painéis produzidos com adesivo tânico de barbatimão foi melhor quando comparado com o dos
painéis produzidos com o adesivo tânico de acácia (CARVALHO et al., 2015). Os painéis
produzidos com os adesivos UF, FF e tânico de barbatimão atenderam a todos os pré-requisitos
estipulados pela norma de comercialização, tal fato demonstra grande potencial de utilização
dos taninos de barbatimão para produção de painéis OSB (CARVALHO et al., 2015).
Goulart et al. (2012) realizaram um trabalho com a finalidade de verificar a resistência
ao cisalhamento de painéis compensados produzidos com adesivo à base de taninos da espécie
Stryphnodendron adstringens (barbatimão). Neste trabalho, o adesivo de casca de barbatimão
apresentou a mesma resistência ao cisalhamento que o adesivo comercial de tanino de casca de
acácia-negra, mostrando-se, contudo, com menor resistência do que os painéis produzidos com
o adesivo fenol-formaldeído comercial. O adesivo à base de tanino da folha de barbatimão
apresentou possibilidade de aplicação apenas em associação com outros tipos de taninos.
Albino, Mori e Mendes (2010) avaliaram a interface madeira-adesivo por meio de
fotomicrografias, mensuração da espessura da linha de cola principal, teste de resistência ao
cisalhamento e percentagem de falhas na madeira utilizando juntas coladas provenientes das
posições radial e longitudinal da madeira de Eucalyptus grandis.
Durante o estudo, verificou-se que foi possível visualizar a linha de cola produzida pela
ligação entre o adesivo e a madeira, na qual se verificou a penetrabilidade do adesivo na
estrutura anatômica da madeira. Tanto os valores médios da espessura da linha de cola principal
quanto os valores médios da resistência ao cisalhamento, densidade básica e percentagem de
22
falhas na madeira variaram no sentido radial da tora.
No sentido longitudinal, tanto os valores médios da espessura da linha de cola quanto
os valores médios da resistência ao cisalhamento e da percentagem de falhas na madeira
variaram de uma extremidade a outra da tora. Em relação à densidade básica da madeira, esta
apresentou valores médios iguais no sentido longitudinal da tora. Dessa forma, é necessário
mais estudo sobre uso de tanino para produção de adesivo.
2.1.5. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DOS TANINOS VEGETAIS
Uma economia extrativista baseada na exploração do Quebracho (Schinopsis spp),
árvore que produz tanino, desenvolveu-se na fronteira meridional de Mato Grosso por volta dos
anos 30 aos 50 do século XX (CORREA; CORREA, 2009). Essa atividade surgiu na região da
bacia do Prata, articulada à pecuária e aos seus subprodutos, em especial couros bovinos e peles
de animais silvestres. Isso porque o tanino foi o principal insumo no processo de beneficiamento
de couros, largamente utilizado por curtumes platinos e destinou-se também aos
estabelecimentos do Rio Grande do Sul e de outras praças nacionais e estrangeiras (CORREA;
CORREA, 2009).
Dessa maneira, pode-se ver que o tanino é extraído desde o século passado (CORREA
e CORREA, 2009), continuando ainda sendo explorado nos dias atuais. De acordo com os
dados do Sistema Nacional de Informações Florestais-SNIF (BRASIL, 2016), o Brasil exportou
taninos e extratos tanantes (Tabela 1).
Tabela 1: Exportação de taninos e extratos tanantes no Brasil no ano de 2016
Produto Quantidade (t) Valor US$
Extrato tanantes 4 31.278
Taninos 64 1.653.593
Total 68 1.684.871
Fonte: SNIF, *(t) tonelada.
É importante frisar a preocupação da região Sul do Brasil quanto à sustentabilidade
desse recurso florestal, com atuação de duas empresas a fim de gerar produtos oriundos da
extração de tanino. Diante desse cenário fica clara a grande importância de estudar o tanino
vegetal com expressiva geração de emprego e renda (MOURA, 2016).
23
2.1.6. FATORES EDAFOCLIMÁTICOS QUE INFLUENCIAM NA PRODUÇÃO DE
TANINO
De acordo com Jacobson et al. (2005), ao realizarem um estudo em duas espécies de
barbatimão, Stryphnodendron adstringens e S. polyphyllum, encontraram valores maiores nas
produções de fenóis totais e taninos na época chuvosa do ano. O mesmo padrão foi observado
por Azevedo et al. (2017), que analisaram a melhor época de coleta da casca da jurema-preta
para extração de tanino e fizeram quatro coletas: agosto de 2008 (início do período seco),
dezembro de 2008 (fim do período seco), abril de 2009 (início do período chuvoso) e agosto de
2009 (fim do período chuvoso), sendo constatado que o período chuvoso diferiu
estatisticamente dos demais períodos.
Em geral, solos de baixa fertilidade proporcionam maiores níveis de fenóis totais e
taninos, nas duas espécies estudadas (JACOBSON et al., 2005). Chini et al. (2013) ao analisar
a relação do pH no solo e a quantidade de taninos, destacou que o teor de tanino condensado
(TC) no interior da planta é afetado pelo pH do solo, possuindo maior concentração TC em
cultivares que estavam localizadas em solos ácidos.
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30
ARTIGO 1
________________________________________________________________________
TEOR DE TANINOS CONDENSADOS NA CASCA DA Acacia mangium Willd EM
RESPOSTA AO PREPARO DO SOLO E ÉPOCA DE AMOSTRAGEM
31
TEOR DE TANINOS CONDENSADOS NA CASCA DA Acacia mangium WIlld EM
RESPOSTA AO PREPARO DO SOLO E ÉPOCA DE AMOSTRAGEM
RESUMO: Os taninos vegetais são conhecidos por apresentarem potencial econômico,
ecológico e social, porém carece de informações sobre a interferência de fatores externos na
sua concentração no interior das plantas. O objetivo deste estudo foi analisar a influência do
período de coleta (chuvoso e seco) e do preparo do solo (mais e menos intensivo), no teor de
taninos condensados presentes na casca da Acacia mangium Willd., localizada na área
experimental de Macaíba/RN, sendo analisadas 4 árvores por período, coletadas em preparo do
solo diferente. Realizou-se extração e quantificação de taninos, constatando-se que a coleta no
período chuvoso apresentou TTC de 12,41%, enquanto no seco 6,81%. Já o preparo de solo
mais intensivo não apresentou diferença estatística. Conclui-se que o período de coleta (seco
ou chuvoso) influencia o TTC presente nas cascas da árvore A. mangium, sendo o chuvoso o
período que apresentou o maior TTC.
Palavras-chave: Acácia australiana; Tratos culturais do solo; Período de coletas.
32
CONTENT OF CONDENSED TANNINS FROM Acacia mangium Willd BARK IN
RESPONSE TO SOIL PREPARATION AND SAMPLING PERIOD
ABSTRACT: Plant tannins are known to have economic, ecological and social potential, but
lack information on the interference of external factors in their concentration inside the plants.
The objective of this study was to analyze the influence of the collection period (rainy and dry)
and soil preparation (more and less intensive), in the content of condensed tannins present in
the bark of Acacia mangium Willd., Located in the experimental area of Macaíba / RN, 4 trees
per period were analyzed, collected in different soil preparation. Tannin extraction and
quantification was carried out, showing that the collection in the rainy season presented TTC
of 12.41%, while in the dry season 6.81%. The most intensive soil preparation did not present
statistical difference. It is concluded that the collection period (dry or rainy) influences the TTC
present in the bark of the A. mangium tree, with rainfall being the period that presented the
highest TTC
Keywords: Acacia australiana, cultural treatments, collection period
33
1. INTRODUÇÃO
A Acacia mangium Willd pertencente à família Fabaceae, é conhecida popularmente
como acácia australiana e ocorre naturalmente no nordeste da Austrália (Richardson et al.,
2011). É uma espécie natural de florestas tropicais com precipitação média variando de 1500 a
3000 mm por ano (Perrineau et al., 2011).
Apresenta importância ecológica, destacando o seu rápido crescimento, inclusive sob
condições desfavoráveis, como em períodos secos ou em solos com baixa fertilidade,
desenvolvendo-se em ambientes com pH entre 4,5 e 6,5 (Souza et al., 2010, Broich et al., 2013;
Ramdani & Hino, 2013). Também apresenta um bom potencial silvicultural no Brasil devido à
sua boa adaptação, sendo utilizada em recuperação de áreas (Gonçalves & Lelis, 2012), para o
plantio de sistemas agroflorestais (Oliveira, 2017), possuindo uma importância na produção de
mel (Cordeiro et al., 2015).
Para fins tecnológicos, sua madeira pode ser aproveitada para produção de móveis
maciços, construção pesada e leve, chapas e embalagens, na produção de lenha e carvão de alto
poder calorífico (entre 4800 e 4900 Kcal.Kg-1), como também no processamento da celulose
(Souza et al., 2010). Hoong et al. (2011) identificaram que o extrato tânico obtido da casca da
A. mangium tem potencial para produção de adesivos utilizados nas indústrias de compensados.
Na planta, os taninos têm a função de protegê-las contra ataques de fungos, bactérias,
vírus e herbívoros (Poyer et al., 2015). De acordo com Pizzi (1993), podem ser classificados
como hidrolisáveis e condensados, sendo que os condensados representam 90% da produção
mundial (Duval et al., 2017).
Os taninos são bastante usados na região Nordeste do Brasil, sendo seu uso principal no
curtimento de pele animal (Gonçalves & Lelis, 2001), porém apresentam outras formas de
utilização, por exemplo, na indústria farmacêutica (Gozales et al., 1990, Carvalho et al., 2018),
na fabricação de plásticos (Raygorodsky, 2005), fungicidas (Simões et al., 2010), na indústria
34
petrolífera como agentes dispersantes que controlam a viscosidade de argilas na perfuração de
poços (Tanac, 2013), tratamento de água (Pelegrino, 2011, Klumb & Faria, 2012, Tanac, 2013,
Nepomuceno et al., 2018), na fabricação de tintas e adesivos para madeira (Trugilho et al.,
1997), além disso são utilizados contra organismos xilófagos (Vital et al., 2001, Trugilho et al.,
2003, Colli et al., 2007) e tratamento de cárie (Araujo et al., 2018).
No Brasil existem algumas plantas que se destacam com potencial produção de taninos
vegetais, como o barbatimão (Borges Filho & Felfili, 2003) e acácia-negra (Acacia mearnsii),
cerne do quebracho (Schinopsis sp.). No Nordeste, o cajueiro (Anacardium occidentale),
jurema-preta (Mimosa tenuiflora), jurema-vermelha (Mimosa arenosa), sabiá (Mimosa
caesalpiniaefolia) e o angico-vermelho (Anadenanthera colubrina) (Diniz et al., 2003), essa
última tem o uso exclusivo no curtimento de pele animal, todavia encontra-se ameaçada de
extinção (Paes et al., 2006a). Já a espécie A. mangium por apresentar elevado teor de taninos
(Hoong et al., 2009), ser eficiente para produção de adesivos (Hoong et al., 2011) e se adaptar
bem à região Nordeste do Brasil (Silva et al., 2018) vem se destacando como uma alternativa
silvicultural para tal produção.
Quanto à fertilidade do solo, sabe-se que a mesma interfere na produtividade agrícola
(Taiz & Zeiger, 2009), como também pode afetar na qualidade do carvão (Assis et al.,2018), no
rendimento pirolenhoso (Assis et al.,2018) e na biomassa (Silva et al.,2018), sendo interessante
estudar o seu efeito na concentração de substancias tânicas. Azevedo et al. (2017) relataram
que o período de coleta afeta significativamente a concentração de taninos na casca de jurema-
preta (Mimosa tenuiflora).
Diante da importância da espécie estudada, este trabalho objetivou avaliar a influência
do preparo do solo na quantidade de taninos presentes na casca da A. mangium, como também
determinar a melhor época de coleta de casca para o maior rendimento de tanino na espécie.
35
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Área experimental
O trabalho foi conduzido na Área de Experimentação Florestal, em um plantio de Acacia
mangium, com espaçamento entre plantas de 3 m x 3 m, com 4 anos de idade, localizado no município
de Macaíba, Rio Grande do Norte, Brasil. De acordo com a classificação de Köppen, o clima
local é caracterizado como tropical chuvoso (transição entre os tipos As e BSw), apresentando
estação chuvosa de outono e inverno, com temperatura média de 27°C, sendo a máxima de 32°C
e a mínima de 21°C, umidade relativa média anual de 76% e precipitação pluviométrica variando
entre 863,7 e 1.070,7 mm (Idema, 2013).
O solo da área é classificado como Latossolo Amarelo, textura arenosa e topografia
plana (Beltrão et al., 1975), com pH variando de 5,06 a 5,32 (Silva, 2018) que recebeu dois
processos de adubação do solo na fase de implantação, onde a área foi dividida em duas
subparcelas (1 e 2), as quais tiveram preparo do solo diferentes. Na subparcela 1 (preparo mais
intensivo) foram abertos sulcos com 40,0 cm de profundidade e 70,0 cm de largura. Após
realizou-se uma adubação de fundação com esterco bovino e superfosfato triplo. Em seguida
os sulcos foram fechados, posteriormente abetas covas com 20 cm de profundidade e 5 cm de
largura nas duas subparcelas (1 e 2) para realização do plantio das mudas.
Após o plantio das mudas, foram aplicados 100,0 g/planta de NPK na proporção 6-30-
6 em duas covetas laterais com 10 cm de profundidade e 15,0 cm de diâmetro, situadas a 15,0
cm da planta cada. Dois meses após o plantio, realizou-se a correção do solo com a aplicação
de calcário (2,0 t) no A1. O calcário foi utilizado para suprir a demanda de cálcio e magnésio
da cultura, considerando que a disponibilidade no solo estava abaixo do nível crítico (Alvarez
et al., 1999).
36
2.2 Delineamento Experimental e Análise estatística.
Utilizou-se o delineamento experimental casualizado retirando as cascas do fuste em
dois preparo de solo (A0 e A1), como também em dois períodos (Chuvoso e Seco), com a
finalidade de compreender se esses fatores exerciam influencia na produção de taninos na casca
da A. mangium. Foram abatidas 08 árvores na primeira coleta, sendo 4 árvores no solo A0 e 04
no solo A1 e mais 04 árvores foram abatidas na segunda coleta, correspondendo o período seco
sedo essas retiradas da subparcela menos intensiva.
Para a análise estatística, os valores de Teor de Sólidos Totais (TST %), índice de Stiasny
(I %) e Teor de Taninos Condensados (TTC %), foram transformados em arcsen [raiz (TTC/100].
Essa transformação dos dados, sugerida por Steel & Torrie (1980), foi necessária para
homogeneizar as variâncias, com médias comparadas pelo teste de T (p ≥ 0,05). As análises
foram realizadas no infostat.
2.3 Seleção do material
Após o abate das árvores, as cascas foram separadas do fuste. Em seguida, foram
transportadas para o Laboratório de Tecnologia da Madeira da Unidade Acadêmica
Especializada em Ciências Agrárias-UFRN, Macaíba, RN.
As cascas foram secas ao ar até ser observado que estavam totalmente secas, para em
seguida serem moídas em um triturador forrageiro CID 105 LD 1,5CV Bivolt, objetivando obter
um material de menor granulometria. O material moído foi classificado, sendo utilizado o que
passou por uma peneira de malha de 2 x 2 cm.
Após essa operação foram retiradas amostras representativas de cascas da espécie a fim
de avaliar o teor de umidade (base seca) das cascas. Os materiais destinados à quantificação das
substâncias tânicas presentes na espécie foram moídos em um moinho do tipo Willey para
obtenção de uma menor granulometria.
As cascas foram classificadas e utilizada a porção que passou pela peneira de 35 “mesh”
37
e ficou retida na de 60 “mesh”; em seguida, foi homogeneizada, pesada e conduzida à estufa de
ventilação forçada com temperatura de 60ºC para a determinação do teor de umidade do
material.
2.4 Extração e quantificação das substâncias tânicas
Para a extração, foram utilizadas 3 repetições de 25g do material seco, que foi posto em
um balão de 1000 mL e adicionados 250 mL de água destilada (relação 10:1), sendo mantido em
temperatura de ebulição da água por duas horas. Cada amostra foi submetida a duas sequências
de extrações a fim de se retirar o máximo de quantidade de extrativos presentes.
Após cada extração, o material foi coado em uma peneira de 60 mesh, passado em tecido
de flanela, para a retenção de partículas de serragem, homogeneizado e filtrado em cadinho de
vidro sinterizado de porosidade 2; em seguida, o extrato tânico foi completado para 500 mL,
utilizando água destilada. Após essa etapa foram retiradas três alíquotas de 50 mL de cada
extrato. Duas alíquotas foram utilizadas para a determinação do teor de taninos condensados
(TTC) e uma evaporada em estufa a 103 ± 2 por 48 horas para a determinação da porcentagem
de teor de sólidos totais (TST). Para as determinações do TST de cada amostra foi empregado
a Equação 1.
𝑇𝑆𝑇(%) =𝑀1−𝑀2
𝑀2𝑥100 (Equação 1).
Em que: TST = Teor de sólidos totais (%); M1 = Massa inicial (g); M2 = Massa final (g).
Para determinação do teor de taninos condensados (TTC) presente em cada amostra foi
empregado o método de Stiasny, descrito por Guangcheng et al. (1991), com algumas
modificações. Para tanto, aos 50 mL do extrato bruto foram adicionados 4 mL de formaldeído
(37% m/m) e 1 mL de ácido clorídrico concentrado.
Cada mistura foi submetida à fervura sob refluxo por 30 minutos. Nessas condições, os
taninos formaram complexos insolúveis que foram separados por filtração simples; em seguida
foi utilizado filtro de papel posto em funil de Büchner de 10 cm de diâmetro e 4 cm de
38
profundidade. O material retido no filtro foi seco em estufa a 60 ± 2ºC por 48 horas e, em
seguida, calculado o índice de Stiasny (Equação 2).
𝐼(%) = (𝑀2
𝑀1) 𝑥100 Guangcheng et al. (1991) (Equação 2).
Em que: I = Índice de Stiasny (%); M1 = Massa de sólidos em 50 mL de extrato; M2 = Massa
do precipitado taninos – formaldeído.
Após a obtenção do Índice de Stiasny, calculou-se o teor de taninos condensados (TTC),
conforme a Equação 3.
𝑇𝑇𝐶 (%) =𝑇𝑆𝑇 𝑋 𝐼
100 (Equação 3).
Em que: TTC = Teor de taninos condensados (%); TST = Teor de sólidos totais (Equação 1); I
= Índice de Stiasny (Equação 2).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme pode ser observado (Tabela 1), o preparo do solo menos intensivo (A0)
apresentou TST de 14,80% e o mais intensivo (A1) 15,33%; já o I apresentou 83,89% para o
preparo do solo menos intensivo e 95,26% para o preparo do solo mais intensivo. E tratando-
se do teor de taninos condensados, observa-se que na Tabela 1 o preparo de solo A0 apresentou
12,41% e o preparo de solo A1 14,60%, cujo os dados não diferenciaram estatisticamente.
Tabela 1. Teor de Sólidos Totais (TST %), índice de Stiasny (I %) e Teor de Taninos Condensados
(TTC %), encontrados na casca da Acacia mangium, plantados com preparo de solo mais intensivo
(A1) e menos intensivo (A0), na região Litorânea do RN.
Table 1. Total Solids content (TST %), Stiasny index (I %) and Condensed Tannin content
(TTC %), found in the bark of Acacia mangium, planted with more intensive (A1) and less
intensive (A0) soil preparation, in the coastal region of RN.
Preparo de solo TST (%) I (%) TTC (%)
Menos Intensivo (A0) 14,80 a 83,89 a 12,41 a
39
Mais Intensivo (A1) 15,33 a 95,26 a 14,60 a
Valores com a mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre si pelo teste T ao
nível de 5%.
De acordo com Santos et al., (2012) solos ácidos diminui a disponibilidade de nutrientes
para a planta, a área estudada apresentou um pH variando de 5,06 a 5,32 (Silva,2018)
considerado ácido.
O preparo de solo A1 recebeu calcário, que tem por objetivo reduzir a acidez do solo
(Prezotti, 2018), já o preparo de solo A0 não. Diante disto esperava-se que o preparo de solo
menos intensivo (A0) que não teve correção de acidez, apresentasse maior concentração de teor
de taninos condensados (TTC) na casca, pelo motivo da planta não está com a disponibilidade
de nutrientes adequada, esperava-se que a mesma aumentasse seu mecanismo de defesa que é
a produção de tanino, responsáveis por protegê-la contra ataques (Poyer et al., 2015), fato que
não ocorreu na espécie estudada.
Entende-se que o método de preparo do solo (Adubação) não influenciou na quantidade
TTC na casca da planta (Tabela 1). A literatura não apresenta valores com a relação quantidade
de tanino e a nutrição mineral, contudo a mesma menciona estudos comparando a quantidade
de tanino na planta e os tipos de classificação de solo.
Sturion et al. (2004), ao analisarem o controle genético dos teores de polifenóis totais,
taninos e cafeína em progênies de erva-mate (Ilex paraguariensis st. hil.) cultivadas em três
classes de solos (Nitossolo haplico, Latossolo bruno, Cambissolo húmico), observaram que a
quantidade de taninos na erva-mate não foi influenciada por esse fator, já que o mesmo não
diferiu significativamente entre os locais estudados.
Chavarria et al. (2011), ao estudar sobre relações hídricas, rendimento e compostos
fenólicos de uvas em três tipos de solo (Argissolo Bruno-acizentado, Planossolo Háplico e
Neossolo Regolítico), observou que os mesmos apresentaram diferenças significativas, sendo
40
que o Neossolo apresentou maiores valores na quantidade de taninos presentes nas sementes
(8,94 %) e na película (1,60 %) da uva. Essa diferença pode estar relacionada ao efeito de que
no período do estudo, ocorreram diversos eventos de chuva ao longo da maturação nessa área.
De acordo com Silva et al. (2011), os maiores valores de número de dias de chuva em
grande parte da região Nordeste do Brasil ocorrem no primeiro semestre do ano. Esse fato
confirma-se com os dados pluviométricos da cidade de Macaíba/RN coletados no pluviômetro
do Grupo de Estudo em Forragicultuta (GEFOR).
Onde no período da primeira coleta da casca da acácia em julho de 2017, denominado
período chuvoso, foi o mês que atingiu maior índice pluviométrico, registrando 357,8 mm, e o
menor índice ocorreu em outubro e novembro de 2017 com 0,0 mm, respectivamente, sendo a
segunda coleta realizada em janeiro de 2018 com 19,4 mm, denominado fim do período seco.
Em consonância com o período chuvoso e seco, foram realizadas as análises, conforme
observa-se na Tabela 2, em que o teor dos sólidos totais não deferiu estatisticamente,
apresentando os valores de 14,80% (Chuvoso) e 13,84% (Seco).
Observa-se que o índice de Stiasny foi de 83,89% para o período chuvoso, valor esse
quase o dobro do período seco que foi de 49,26%, diferindo estatisticamente. Da mesma
maneira foi observado no TTC, em que na coleta realizada no período chuvoso apresentou
valores de 12,41% e no período seco 6,81% (Tabela 2).
Tabela 2. Teor de Sólidos Totais (TST %), índice de Stiasny (I %) e Teor de Taninos Condensados
(TTC %), na casca da Acacia mangium, em dois períodos de coletas seco e chuvoso, em área sob
tratamento de solo menos intensivo, na região litorânea do RN.
Table 2. Total Solids Content (TST%), Stiasny index (I%) and Condensed Tannin content
(TTC%), in the Acacia mangium bark, in two dry and rainy periods, in soil treated area less
intensive, in the coastal region of the RN.
Períodos de coletas TST (%) I (%) TTC (%)
41
Chuvoso (A0) 14,80 a 83,89 a 12,41 a
Seco (A0) 13,84 a 49,26 b 6,81 b
Valores com a mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre si pelo teste T ao
nível de 5%.
Azevedo et al. (2017) ao analisarem a melhor época de coleta (Chuvoso e Seco) da casca
da jurema-preta para extração de tanino, observaram que no fim do período seco e início do
período chuvoso as medias de TST não deferiram estatisticamente, porém ao analisarem TTC
relataram que no período chuvoso apresentou maior concentração de TCC em relação ao
período seco.
Jacobson et al. (2005), ao realizarem um estudo em duas espécies de barbatimão,
Stryphnodendron adstringens e S. polyphyllum, encontraram valores maiores nas produções de
fenóis totais e taninos na época chuvosa do ano. Esses mesmos comportamentos supracitados
aconteceram para a espécie do presente estudo (Tabela 2).
Sabe-se que as fenofases de floração e frutificação da acácia diferem de acordo com a
localização geográfica, podendo florescer e frutificar durante todo o ano (Sedgley et al.,1992).
A segunda coleta (Período seco) foi realizada quando a acácia apresentava folhas e frutos, nesse
período apresentou o menor TTC na casca (Tabela 2). Vital et al. (2001) acreditam que a planta
se utiliza de uma estratégia para proteger os frutos, em que ela direciona os taninos da casca
para os frutos, evitando, assim, o ataque de predadores.
Segundo Paes et al. (2010), espécies com percentual superior a 10% de TTC apresentam
potencial para serem exploradas economicamente, valor esse que pode ser encontrado na
espécie A. mangium plantada na cidade de Macaíba/RN, região Nordeste do Brasil, desde que
seja coletada no período chuvoso.
42
4. CONCLUSÃO
O teor de taninos presente nas cascas da Acacia mangium Willd, não foi afetado pelo
tratamento de solo recebido.
A espécie Acacia mangium Willd localizada em um plantio na cidade de Macaíba/RN,
na região do Nordeste do Brasil, pode ser classificada como produtora de tanino para fins
comercias no período chuvoso, sendo a melhor época de coleta da casca para extração de tanino.
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46
ARTIGO 2
________________________________________________________________________
QUALIDADE DOS PAINÉIS COMPENSADOS PRODUZIDOS COM ADESIVO À
BASE DE TANINO DE Acacia magium Willd.
47
QUALIDADE DOS PAINÉIS COMPENSADOS PRODUZIDOS COM ADESIVOS À
BASE DE TANINO DE Acacia magium Willd.
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi analisar a qualidade de painéis compensados
produzidos com adesivos de taninos da casca de Acacia mangium e compará-los com adesivos
comerciais. Realizando os testes de propriedade (pH, viscosidade e tores de sólidos) e de
qualidade (testes físicos e mecânicos dos adesivos) dos mesmos. Foram confeccionados 9
painéis de Pinus sp. sendo três para cada tratamento (A. mangium, A. mearnsii e Fenol-
formaldeído). Durante o estudo observou-se que a viscosidade do adesivo da A. mangium foi
de 2.168,84 cP, apresentado característica favoráveis a sua aplicação. No teste de flexão estática
os adesivos de tanino A. mangium apresentou valores superiores comparado com os outros
adesivos. Já para o teste de cisalhamento todos comportaram-se com valores acima de exigido
pela norma. Desta forma conclui-se que os taninos da A. magium apresentam potencial para
ser empregado na produção de adesivos para a indústria de painéis compensados.
Palavras-chave: Acácia Australiana; Taninos Condensados; Produção Alternativa, Casca.
48
QUALITY OF COMPENSATED PANELS PRODUCED WITH ADHESIVES BASED
ON TANIUM OF Acacia magium Willd.
.
ABSTRACT: The objective of this work was to analyze the quality of the compensated panels
produced with adhesives of tannins of the bark of Acacia mangium and to compare them with
commercial adhesives. Conducting the property tests (pH, viscosity and solids) and quality
(physical and mechanical tests of adhesives) of the same. 9 panels of Pinus sp. being three for
each treatment (A. mangium, A. mearnsii and Phenol-formaldehyde). During the study it was
observed that the viscosity of the A. mangium adhesive was 2,168.84 cP, presented
characteristic favorable to its application. In the static bending test the A. mangium tannin
adhesives presented higher values compared to the other adhesives. Already for the shear test
all behaved with values above required by the standard. In this way, it can be concluded that A.
magium tannins have the potential to be used in the production of adhesives for the compensated
panel industry.
Keywords: Australian acacia, condensed tannin, alternative production, bark.
49
1. INTRODUÇÃO
O mercado nacional de produtos de madeira vem tendo um avanço significativo, por
causa da instalação de novas unidades produtoras, da modernização do parque industrial e da
busca de novas pesquisas para desenvolver a tecnologia de produção (Roque, 1998).
Ao longo das últimas décadas, as questões ambientais e de sustentabilidade tornaram-
se os principais motores de pesquisa para a produção de materiais ecológicos desenvolvidos a
partir de recursos renováveis (Özbay & Ayrilmis ,2015), dentro dessa busca pela
sustentabilidade, os adesivos produzidos com taninos surgem como uma alternativa ambiental,
visto que a maioria dos adesivos produzidos é oriunda da indústria petrolífera (Abdullah et al.,
2013; Zhou et al., 2013; Zhou; Pizzi, 2014; Carvalho et al., 2014).
Os taninos são constituídos por polifenóis, sendo classificados em hidrolisáveis e
condensados (Pizzi, 1993), em que os condensados representam 90% da produção mundial
(Duval et al., 2017). Os taninos condensados são utilizados em diversas aplicações industriais,
como curtimento de peles de animais (Gonçalves & Lelis, 2001), na indústria farmacêutica
(Carvalho et al., 2018), na fabricação de plásticos (Raygorodsky, 2005), na indústria petrolífera
(Tanac, 2013), no tratamento de água (Nepomuceno et al., 2018), no processo de fabricação de
tintas (Trugilho et al., 1997), no tratamento de cárie (Araujo et al., 2018) e ainda como
fungicidas (Simões et al., 2010) e adesivos de madeiras (Hoong et al., 2011).
Os adesivos produzidos com os taninos têm a capacidade de substituir os adesivos
sintéticos, destacando-se no Brasil o gênero da Acacia mearnsii, sendo o mais utilizado
atualmente para produção de adesivo, sendo a região Sul a maior produtora (Hillig et al., 2002).
O mercado mundial de taninos vegetais produz cerca de 160 mil t/ano, onde 100 mil toneladas
são provenientes de plantios de acácia localizados no Brasil e África do Sul (Química, 2004).
50
A espécie Acacia mangium oriunda da Malásia apresenta alto teor de taninos (Hoong et
al., 2009), com capacidade de produzir adesivos tânicos, resultados obtidos após a realização
de testes em lâminas de Mepisang (Goniothalamus), onde identificou que o adesivo tânico desta
espécie se comportou de forma positiva para colagem de madeira (Hoong et al., 2011).
Portanto, o presente trabalho objetivou avaliar a qualidade de painéis compensados
produzidos com adesivo à base de taninos de A. magium de um plantio localizado na região
Nordeste do Brasil, e compará-los com adesivos utilizados comercialmente.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Área experimental
A área experimental com o plantio de Acacia mangium aos 4 anos de idade está
localizada no município de Macaíba, Rio Grande do Norte, Brasil. A classificação de Köppen
caracteriza o local como sendo tropical chuvoso (transição entre os tipos As e BSw), no período
de outono e inverno apresenta-se a estação chuvosa, com temperatura média de 27 °C, sendo a
máxima de 32°C e a mínima de 21 °C, umidade relativa média anual de 76% e precipitação
pluviométrica variando entre 863,7 e 1.070,7 mm (Idema, 2013).
2.2 Seleção do material.
Foram abatidas 08 árvores no período chuvoso, sendo selecionadas em função do seu
vigor, escolhidas aquelas que apresentavam boas condições fitossanitárias (sem ataque de
fungos/pragas ou indício de doença). Logo após do abate das árvores, as cascas foram retiradas
do fuste, realizada a pesagem das mesmas para determinação da umidade inicial e
acondicionadas em sacos plásticos com a finalidade de não ter perda de umidade; em seguida,
foram transportadas para o laboratório de tecnologia da madeira da Unidade Acadêmica
Especializada em Ciências Agrarias da UFRN, Macaíba/RN. O material foi passado em um
triturador forrageiro elétrico bivolt para obter um material de menor granulometria. O material
moído foi peneirado e utilizado, passando por uma peneira de malha de 2 x 2 cm. Após essa
51
operação, o material foi homogeneizado a fim de retirar amostras representativas da casca da
espécie, com o intuito de avaliar o teor de umidade (base seca) das cascas, utilizando uma estufa
com uma temperatura de 60ºC.
2.4. Extração de substâncias tânicas para a produção de adesivo.
Para as extrações de substâncias tânicas foram utilizados 1,0 kg de casca e 10 L de água
destilada (relação 1:10), colocados em um recipiente cilíndrico, confeccionado em aço inox,
sendo posto em uma autoclave com capacidade de 48 L com uma temperatura de 121°C.
As amostras de cascas foram submetidas a dois ciclos, totalizando duas horas de
extração. Após a primeira etapa, o extrato foi retirado e a casca foi submetida a mais duas horas
de extração em autoclave com a finalidade de se retirar a máxima quantidade de extratos
tânicos. Dessa maneira, a relação final da casca:solução foi de 1:20.
Após cada extração, o material foi passado em flanela e filtrado em uma peneira de 60
mesh para a retenção de partículas finas. O extrato obtido foi homogeneizado e transportado
para bandejas de alumínio, e posto para secar em estufa solar, até a sua completa evaporação.
O material anidro foi moído com auxílio de um almofariz e pistilo em porcelana; em seguida,
classificado utilizando o material que passou em peneira de 60 mesh para posterior produção
do adesivo.
2.5. Produção de adesivo tanino folmaldeído
Os adesivos foram produzidos no Laboratório de Anatomia da Madeira e Painéis de
Madeira da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras/MG. A produção foi realizada com
o auxílio de um bastão de vidro e de um agitador magnético de aquecimento SL-91 a uma
temperatura constante de 50 °C, na qual foram misturados 360 g de pó de taninos, 40 g de
paraformaldeído e 400 ml de água destilada.
2.6. Propriedades do adesivo produzido
52
Foram determinadas as propriedades de viscosidade, teor de sólidos e pH dos adesivos,
cada propriedade foi realizada em triplicatas. A viscosidade foi determinada utilizando um
viscosímetro do tipo Copo Ford n° 5 e seguindo a Norma ASTM D-1200. Para determinar o pH
do adesivo, utilizou-se um pHmetro, de marca Tecnal.
O teor de sólidos dos adesivos foi calculado de acordo com Moslemi (1974), ao evaporar
a água das amostras, contendo 3 g de adesivo, que foram levados à estufa, com temperatura de
103 ± 2 °C, até atingirem massa constante.
2.7 Obtenção das lâminas e Confecção dos painéis compensados
Na confecção dos painéis compensados foram utilizadas lâminas de Pinus sp. com
espessura média de 2 mm e umidade de 8%, selecionando-se aquelas sem rachaduras e nós.
Foram produzidos painéis com dimensões de 30 x 30 cm, constituídos por cinco lâminas
de Pinus sp. colados com adesivos de tanino de A. mangium e os comerciais tanino A. mearnsii
e Fenol-formaldeído (linha simples). Sendo que para cada tratamento foram produzidos
três painéis, totalizando nove painéis. Para colagem foram utilizados 320 g.m² de
gramatura de adesivo espalhados de maneira uniforme com o uso da espátula. Após montagem
das lâminas, estas foram sobrepostas alternadamente e deixadas no tempo de assemblage de 15
minutos. Para o ciclo de prensagem dos painéis foi utilizado uma prensa hidráulica, de pratos
planos horizontais e aquecimento elétrico, com o tempo de fechamento de 35 segundos,
colocando uma pressão especifica de 10 kgf/cm², sendo que o tempo de prensagem durou 10
minutos em uma temperatura de 150 ºC
Após a prensagem dos compensados os mesmos foram aclimatados a 20 ± 2°C e
umidade relativa de 65 ± 5% e posteriormente esquadrejados, sendo retirados os corpos de
prova, segundo as especificações da norma da ABNT 31:000.05-001/2. Esses corpos de prova
foram adicionados a uma temperatura e umidade relativa constante, sendo 20ºC e 65%.
2.7.1 Avaliação das propriedades físicas dos painéis
53
2.7.2 Absorção em água
Os corpos de prova foram pesados e imersos em água por duas horas, sendo, a seguir,
retirados e pesados novamente. Após a pesagem, os corpos de prova foram novamente imersos
em água por 24 horas e procedeu-se à nova pesagem. A absorção em água após duas e 24 horas
foi realizada segundo a norma ABNT. NBR- 9486 (ABNT, 1986b).
2.8 Avaliação das propriedades mecânicas dos painéis
2.8.1 Ensaio de cisalhamento na linha de cola, dureza Janka e Flexão estática (MOR e
MOE).
Os ensaios de resistência da linha de cola aos esforços de cisalhamento foram realizados
de acordo com a norma ABNT NBR 9534 (ABNT, 1986c), a dureza Janka foi de acordo com
a norma NBR 14810-3 (ABNT, 2006c). Já a determinação do Módulo de elasticidade (MOE)
e Módulo de Ruptura (MOR) à flexão estática foi baseada na norma ABNT NBR 9433/86
(ABNT, 1986a).
2.9. Análise estatística dos dados
Primeiramente, com o intuito de verificar a normalidade e homogeneidade dos dados,
foram realizados, respectivamente, os testes Shapiro-Wilk e por apresentarem valores não
paramétricos foi necessária a utilização do teste de Kruskall-Wallis. Em todos os outros casos,
a análise estatística das médias obtidas foi comparada pelo teste de T (p ≥ 0,05). As análises
foram realizadas no Biostat.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Propriedades dos adesivos
O teor de sólidos dos adesivos de tanino A. mangium foi de 47,26%, já para o tanino A.
mearnsii e fenol-formaldeído foram 46,0% e 52,63%, respectivamente, em que esses
valores diferiram estatisticamente (Tabela 1).
54
Tabela 1: Propriedades do adesivo (Teores sólidos, Viscosidade e pH) dos taninos da A.
mangium comparado com os comerciais tanino A. mearnsii e o sintético fenol-formaldeído.
Table 1: Adhesive properties (Solids, Viscosity and pH) of A. mangium tannins compared to
commercial ones tanino A. mearnsii and the synthetic phenol-formaldehyde.
Adesivos Propriedades dos adesivos
Teores sólidos (%) Viscosidade(cP) pH
Tanino A. mangium 47,26 b 2.168,84 b 4,18 c
Tanino A. mearnsii 46,00 c 662,94 c 5,60 b
Fenol-formaldeído 52,63 a 5.456,01 a 12,20 a
Em que: Médias seguidas por letras minúsculas diferentes, na mesma coluna, diferem entre si
(Tukey, P > 0,05).
Carvalho (2016), utilizando a mesma metodologia realizada neste trabalho, encontrou o
teor de sólidos de 47,9% para o adesivo produzido com os taninos de A. mangium, semelhante
ao encontrado neste trabalho. Já para Acacia mearnsii, Teodoro & Lelis (2005) observaram um
teor sólido de 45,87%, valor inferior aos dados da A. mangium.
O teor de sólidos está relacionado com a percentagem de pontos reativos com o agente
ligante; quando se encontra um teor de sólido alto, aumenta-se a viscosidade do adesivo, isso
prejudica seu espalhamento e penetração na madeira (Carvalho et al., 2016). O maior valor de
viscosidade foi para o fenol-formaldeído, que também apresentou uma maior porcentagem
de teor de sólidos, corroborando a existência de uma relação positiva entre essas variáveis
analisadas.
A viscosidade do adesivo da A. mangium, A. mearnsii e fenol-formaldeído foi,
respectivamente, 2.168,84 cP, 662,94 cP e 5.456,01 cP., valores esses que diferiram
estatisticamente entre si (Tabela 1). Porém, Mori et al. (2001) relataram que uma viscosidade
elevada (> 6.000 cP) faz com o que os adesivos à base de taninos fiquem inadequados, visto
55
que afeta diretamente a formulação, a sua aplicação e a resistência da linha de cola, fator esse
que não foi encontrado para os adesivos analisados.
Por se tratar de adesivos já utilizados comercialmente, A. mearnsii e fenol-formaldeído,
já eram esperados resultados positivos, enquanto a A. mangium se destacou por apresentar
características físicas positivas quanto às propriedades do adesivo, onde não precisou ser feita
nem uma diluição e nem sulfitação para redução de sua viscosidade.
Os adesivos de taninos da A. mangium e o da A. mearnsii apresentaram valores de pH,
respectivamente, 4,18 e 5,60; já o fenol-formaldeído apresentou 12,20 (Tabela 1). Iwakiri
(2005) afirma que os adesivos devem manter o pH em uma faixa de 2,5 a 11, uma vez que
valores superiores a esse limite podem causar a degradação das fibras de madeira e um pH com
um valor menor tem a capacidade de provocar uma alta formação de espuma na mistura,
prejudicando a sua aplicação. Diante disso, observa-se que os adesivos de taninos da A.
mangium e o da A. mearnsii e encontraram valores de pH na faixa estabelecida por Iwakiri
(2005), enquanto o fenol-formaldeído (utilizado comercialmente) apresentou um valor superior.
Teodoro & Lelis (2005), ao realizarem um trabalho sobre a colagem de madeira
sólida com adesivo natural à base de tanino, observaram um pH de 4,61 para A. mearnsii,
valor um pouco superior do que A. mangium deste trabalho.
3.2 Propriedades mecânicas dos painéis
De acordo com Guimarães Junior (2008), o cisalhamento tem como objetivo analisar a
qualidade da colagem. Diante disso, na Tabela 2, apresentam-se os resultados dos ensaios de
resistência do cisalhamento na linha de cola.
Percebe-se na Tabela 2 que não houve diferença estatística entre os tratamentos
produzidos com os taninos de A. mangium, A. mearnsii e o sintético Fenol-formaldeído, que,
respectivamente, apresentaram os seguintes valores: 1,02 MPa, 1,01 MPa e 1,44
MPa.
56
Tabela 2: Propriedades mecânicas (Cisalhamento e Dureza Janka) dos painéis colados com o
adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais tanino A. mearnsii e o
sintético fenol-formaldeído.
Table 2: Mechanical properties (Shear and Janka hardness) of the panels glued with the A.
mangium tannin adhesive compared to the commercial tanino A. mearnsii and the synthetic
phenol-formaldehyde.
Adesivos Propriedades mecânicas dos painéis
Cisalhamento (MPa) Dureza Janka (MPa)
Tanino A. mangium 1,02 a 51,23 a
Tanino A. mearnsii 1,01 a 35,45 a
Fenol-formaldeído 1,44 a 53,77 a
Em que: Médias seguidas por letras minúsculas iguais, na mesma coluna, não diferem entre si
(Tukey, P > 0,05).
Os dados (Tabela 2) mostram que o valor médio de resistência ao cisalhamento foi maior
para o painel colado com o adesivo Fenol-formaldeído, porém não deferindo
estatisticamente dos demais adesivos, fato que demonstra que a interação entre cola e
madeira foi positiva para todos os adesivos.
Silva et al. (2012), ao realizarem a mesma metodologia para teste de compensados de
três lâminas, fabricados com madeira de Pinus taeda e adesivos à base de taninos de Pinus
oocarpa, obtiveram 1,72 MPa para o valor médio de cisalhamento na linha de cola. Resultado
este superior ao encontrado neste trabalho para o Tanino A. mangium.
Já Goulart et al. (2012) observaram que os adesivos produzidos com os taninos da
Acacia mearnsii apresentaram resistência ao cisalhamento de 2,02 MPa. Hoong et al. (2009)
realizaram um trabalho associando os taninos da A. mangium e fenol-formaldeído, nas seguintes
57
proporções: 90:10 e 80:20, respectivamente, com 90% dos taninos da acácia observou a
resistência ao cisalhamento de 1,86 MPa e quando adicionou 20% do fenol-formaldeído
observou 2,01 MPa. Essa diferença de valores entre os autores supracitados pode estar atrelada
ao tempo de cura e à pressão da colagem (Nascimento et al., 2013), como também ao tempo de
assemblagem (Lima et al., 2011), em que esses fatores podem exercer uma influência na
colagem e, consequentemente, no cisalhamento.
Todos os tratamentos apresentaram-se coerentes em relação aos dados encontrados na
literatura e obtiveram valores superiores a 1 MPa, que é o valor mínimo requerido pela norma
europeia EN 314-2 (1993b), sem a exigência de avaliar a porcentagem de falha na madeira.
A Dureza Janka é descrita como sendo a resistência à penetração de uma semiesfera de
metal de 1 cm², sendo essa análise importante para que se possa entender a aplicabilidade do
material (Ribeiro, 2017). Os valores de Dureza Janka para os painéis colados com os adesivos
de tanino da A. mangium, tanino de Acacia mearnsii e fenol-formaldeído expressaram o valor
de 51,23 MPa 35, 45 MPa e 53,77 MPa, respectivamente.
Uma das matérias-primas mais utilizadas no setor moveleiro no Brasil são os painéis
produzidos de madeira aglomerada (Associação de Indústrias de Painéis de Madeiras – ABIPA,
2015). Soratto et al. (2013), ao realizarem teste de dureza Janka em painéis aglomerados
produzidos 100% com matérias de madeira, encontraram uma dureza de 40,65 MPa, valor
semelhante ao encontrado neste trabalho, já que não houve diferença estatística entre os
tratamentos.
Os painéis feitos com adesivo tânico de A. mangium se comportou estatisticamente
diferente aos demais adesivos comercias (Tanino A. mearnsii e Fenol-formaldeído) para a
propriedade mecânica de módulo de elasticidade (MOE) paralelo e para o módulo de ruptura
(MOR) paralelo o mesmo se comportou igual aos adesivos comerciais. Já para os testes de flexão
realizados de forma perpendicular (MOE e MOR) o adesivo tânico de A. mangium diferenciou do
58
Tanino A. mearnsii, porém não diferenciou do sintético Fenol-formaldeído. Desta forma
evidenciando que os painéis colados com os adesivos de Tanino A. mangium apresenta maior
Módulo de elasticidade, tornando mais rígido e menos elástico (Tabela 3).
Tabela 3: Propriedades mecânicas (Módulo de ruptura e de elasticidade) dos painéis colados
com o adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais tanino A. mearnsii e o
sintético fenol-formaldeído.
Table 3: Mechanical properties (Modulus of rupture and elasticity) of the panels bonded with
the A. mangium tannin adhesive compared to the commercial tanino A. mearnsii and the
synthetic phenol-formaldehyde.
MÓDULO DE ELASTICIDADE MÓDULO DE RUPTURA
Adesivos MOE (MPa) MOR (MPa)
Perpendicular Paralelo Perpendicular Paralelo
Tanino A. mangium 1835,99 a 6538,53 a 32,74 a 59,35 a
Tanino A. mearnsii 1233,79 b 3038,29 b 20,02 b 37,44 a
Fenol-formaldeído 1361,53 ab 3777,41 ab 25,26 ab 39,91 a
Em que: Médias seguidas por letras minúsculas iguais, na mesma coluna, não diferem entre si
(Tukey, P > 0,05).
Em um estudo realizado por Carvalho et al. (2016) que teve como objetivo avaliar a
influência dos adesivos naturais e sintéticos em painéis compensados de Pinus oocarpa.
Observaram que os valores médios para MOR paralelo e perpendicular para os Painéis colados
com adesivos de tanino de A. mangium foram respectivamente 38,17 MPa e 20,91 MPa. Já para
MOE os autores mencionados anteriormente observaram 3819,34 MPa (Paralelo) e 1388,97
MPa (perpendicular), valores inferiores ao encontrado neste trabalho (Tabela 3).
No mesmo estudo ainda foi avaliado os painéis colados com adesivos da
Stryphnodendron adstringens onde obtiveram para o MOR paralelo o valor de 46,03 MPa,
59
comportando-se menor que o adesivo de Tanino A. mangium, maior que o de Tanino A.
mearnsii e aproximado ao Fenol-formaldeído para o mesmo teste realizado (Tabela 3).
E para o MOR perpendicular o valor encontrado foi de 29,25 MPa (Carvalho et al.
2016), sendo menor que Tanino A. mangium e maior que os comerciais, Tanino A. mearnsii e
Fenol-formaldeído (Tabela 3).
Iwakiri et al. (2012) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a qualidade de
painéis compensados de Pinus oocarpa colados com o adesivo sintético fenol-formaldeído onde
encontrou-se valores médios de MOE e MOR paralelo que foram respectivamente 7079 Mpa
e 61,68 MPa, já para analise perpendicular observou-se 3674 MPa (MOE) e 47,35 MPa
(MOR), valores superiores ao encontrado neste trabalho (Tabela 3) para realização dos mesmo
teste com o fenol-formaldeído, fato esse que pode ser atribuído a estrutura do painel a qual foi
constituídos de formas diferentes.
3.3 Propriedades física dos painéis
Para realizar o teste de propriedades físicas dos painéis, utiliza-se a absorção de água
em que os valores médios estão apresentados na Tabela 4, tanto após duas horas quanto após
24 horas.
Tabela 4: Propriedades físicas (Absorção de água em 2hs e 24hs) dos painéis colados com o
adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e o
sintético fenol-formaldeído.
Table 4: Physical properties (Absorption of water in 2hs and 24hs) of the panels adhered with
the A. mangium tannin adhesive compared to the commercial Tanino A. mearnsii and the
synthetic phenol-formaldehyde.
Tratamento Teste de absorção de água
2hs (%) 24hs (%)
Tanino A. mangium 59,64 a 83,14 a
60
Tanino A. mearnsi 52,22 a 79,28 a
Fenol-formaldeído 45,41 a 58,42 a
Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si pelo teste de Kruskall-Wallis ao nível de
confiança 95%.
No período de 2 e 24hs de imersão, os painéis fabricados com os adesivos apresentaram
a tendência relacionado a absorção, em que o fenol-formaldeído apresentou menor valor,
seguido do adesivo de tanino da A. mearnsii, e por fim A. mangium. Apesar dessa tendência, os
valores não apresentaram diferença significativa. Os maiores valores de absorção encontrados
para os taninos ocorrem pela presença dos grupos de hidroxila da molécula tânica, que a torna
hidrofílica fazendo com o que o adesivo tânico não resista à umidade (Carneiro et al., 2009).
Carvalho et al. (2014), ao realizarem testes de absorção de água nos painéis produzidos
e colados com o adesivo da A. mearnsii, observaram que no período de 2hs apresentaram um
valor de 91,4%, valor superior ao encontrado para o adesivo da A. mangium deste estudo. Diante
disso, conclui-se que os valores encontrados para absorção de água estão coerentes com os
valores encontrados na literatura.
4. CONCLUSÃO
A utilização do adesivo produzido com tanino da A. mangium, localizado na cidade de
Macaíba/RN, situado na região Nordeste do Brasil, apresentou boas características, sendo
eficientes na produção de adesivo para madeira, em relação aos adesivos comercialmente
utilizados na atualidade. Devido a essas características, ele surgi como uma alternativa social,
econômica e ambiental, promovendo assim um desenvolvimento sustentável.
As propriedades do adesivo de tanino da A. mangium, foram adequadas para aplicação,
característica essa sendo essa expressa na sua boa viscosidade.
61
Os painéis produzidos com lâminas de Pinus sp. e colados com o adesivo de tanino da
A. mangium apresentaram comportamento mecânico superior aos adesivos comerciais, para os
testes físicos os indicaram a utilização desse adesivo para produtos de uso interno.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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of phenol-formaldehyde and bio-oil. Industrial Crops and Products 2015; 66: 68-72.
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determinação dos módulos de elasticidade em resistência à flexão. Rio de Janeiro; 1986a.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-9486: painéis de madeira compensada -
determinação da absorção de água. Rio de Janeiro; 1986b.
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65
ANEXO 1 – Normas da Revista Floresta e Ambiente (Artigo 1)
__________________________________________________________________________
Formatação: Os textos (incluindo o Resumo) devem ser editados em Word, em papel tamanho
A4 com todas as margens com 2,5 cm, fonte Times New Roman, tamanho 12 e com
espaçamento duplo. As páginas e as linhas não devem ser numeradas. Figuras, tabelas e
ilustrações devem estar inseridas no corpo do texto. No item “REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS” (ver item Referências) o texto deve conter espaçamento simples.
-Página inicial: Para os artigos submetidos em PORTUGUÊS e ESPANHOL - os artigos
devem conter, nesta ordem: Titulo, Resumo, Palavras-Chave, Título em Inglês (Title), Resumo
em Inglês (Abstract), e Palavras-Chave em Inglês (Keywords).
Para os artigos submetidos em INGLÊS - os artigos devem conter, nesta ordem: Título, Resumo
e Palavras-Chave.
Título: Objetivo e sucinto, evitando expressões como “Estudos sobre; Contribuição ao; sobre
um; Levantamento de; Investigação de, etc.”. Deve ser centralizado e conter no máximo 20
palavras. Nome científico deve estar em itálico e somente use nome vulgar caso a espécie seja
amplamente conhecida e inequívoca.
Resumo: Deve conter no mínimo 40 e no máximo 150 palavras.
Palavras-chave: Inserir de três a cinco palavras-chave. Palavras presentes no Título do artigo
não devem ser usadas.
Corpo do texto: O artigo deve ser estruturado com os seguintes Itens: INTRODUÇÃO;
MATERIAL E MÉTODOS; RESULTADOS E DISCUSSÃO (podendo ser em itens separados);
CONCLUSÕES; e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
Introdução: Deve ser breve, esclarecer o problema estudado, citar literaturas relevantes sobre
o tema e concluir com o objetivo do estudo.
OBSERVAÇÕES: Não colocar nomes dos autores, filiação, endereço de e-mail,
agradecimentos e fonte de financiamento. Essas informações serão prestadas durante a
submissão do artigo através do sistema de submissão. O nome do arquivo Word não deve conter
os nomes dos autores.
Figuras, tabelas, equações e unidades de medidas
Figuras: Devem ser apresentadas com resolução acima de 300 dpi e ter alinhamento justificado.
O título das Figuras deve ser autoexplicativo, numerado em algarismo arábico, alinhado na
margem esquerda, sem recuo e posicionado logo abaixo da figura. Aqui incluem-se gráficos,
fotografias (nítidas e com contraste), desenhos, etc. Todas as figuras devem estar citadas no
texto. Artigos submetidos em Português/Espanhol deverão apresentar os títulos das Figuras em
Português/Espanhol e também em Inglês.
Tabelas: Devem suplementar e não duplicar o texto. Devem ser numeradas em algarismos
arábicos, enviadas em formato editável e ter o alinhamento justificado. O título deve ser
autoexplicativo, alinhado na margem esquerda, sem recuo e posicionado acima da tabela. Todas
as tabelas devem estar citadas no texto. Artigos submetidos em Português/Espanhol deverão
apresentar os títulos das Tabelas em Português/Espanhol e também em Inglês.
66
Equações: Devem ser numeradas e citadas no texto.
Unidades de medidas: Devem ser apresentadas conforme o Sistema Internacional de Unidades
(SI).
Citações: Devem ser apresentadas conforme sistema autor-data
- Um autor: Gottlieb (1996) ou (Gottlieb, 1996)
- Dois autores: Stell & Torres (1989) ou (Stell & Torres, 1989)
- Mais de dois autores: Valle et al. (1998) ou (Valle et al., 1998) Referências bibliográficas: As referências devem ser apresentadas em ordem alfabética. Cada
referência deverá ser apresentada em parágrafo próprio, sem recuo e com espaçamento simples
(1.0). Os parágrafos das referências deverão ser separados entre si por um parágrafo adicional
(uma linha vazia).
Atenção: 1) Referências com mais de 10 anos de publicação devem ser evitadas e estão
limitadas a, no máximo, 50% de todas as citações do artigo.
Os exemplos de referências:
Livros e folhetos Harborne JB. Introduction to ecological biochemistry. 3rd ed. London: Academic Press;
1988.
Capítulo de livro Kuiters AT, van Beckhoven K, Ernst WHO. Chemical influences of tree litters on herbaceous
vegetation. In: Fanta J, editor. Forest dynamics research in Western and Central Europe.
Wageningen: Pudoc; 1986.
Artigos publicados em revistas científicas
Latorraca JVF, Albuquerque CEC. Efeito do rápido crescimento sobre as propriedades da
madeira. Floresta e Ambiente, 2000; 7(1): 279-291.
Artigos aceitos para publicação Almeida MV. Qualidade da madeira de E. urophylla da região de Seropédica – RJ. Floresta e
Ambiente. In press.
Santana R. Effect of the fost growth on the wood. Floresta e Ambiente. In press.
Referências legislativas
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Portaria n. 187, de 16 de setembro de 1998.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF (1998 set. 24); Sec. 2: 8301-
8302.
Normas técnicas
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-6023: informação e documentação –
referências – elaboração. Rio de Janeiro; 2000.
Patentes Nogueira MM. Branqueamento de celulose kraft através de oxigênio. BR. n. MT023467.
1978 maio 31.
Casa Erlan Ltda, Silva MA. Embalagens especiais. BR n. DT456345. 1990 out. 12.
67
Traduções
Willeitner H. Proteção florestal. Trad. M Peixoto. São Paulo: Nova; 1985. Original em inglês.
68
ANEXO 2 – Normas da Revista Floresta e Ambiente (Artigo 2)
__________________________________________________________________________
Formatação: Os textos (incluindo o Resumo) devem ser editados em Word, em papel tamanho
A4 com todas as margens com 2,5 cm, fonte Times New Roman, tamanho 12 e com
espaçamento duplo. As páginas e as linhas não devem ser numeradas. Figuras, tabelas e
ilustrações devem estar inseridas no corpo do texto. No item “REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS” (ver item Referências) o texto deve conter espaçamento simples.
-Página inicial: Para os artigos submetidos em PORTUGUÊS e ESPANHOL - os artigos
devem conter, nesta ordem: Titulo, Resumo, Palavras-Chave, Título em Inglês (Title), Resumo
em Inglês (Abstract), e Palavras-Chave em Inglês (Keywords).
Para os artigos submetidos em INGLÊS - os artigos devem conter, nesta ordem: Título, Resumo
e Palavras-Chave.
Título: Objetivo e sucinto, evitando expressões como “Estudos sobre; Contribuição ao; sobre
um; Levantamento de; Investigação de, etc.”. Deve ser centralizado e conter no máximo 20
palavras. Nome científico deve estar em itálico e somente use nome vulgar caso a espécie seja
amplamente conhecida e inequívoca.
Resumo: Deve conter no mínimo 40 e no máximo 150 palavras.
Palavras-chave: Inserir de três a cinco palavras-chave. Palavras presentes no Título do artigo
não devem ser usadas.
Corpo do texto: O artigo deve ser estruturado com os seguintes Itens: INTRODUÇÃO;
MATERIAL E MÉTODOS; RESULTADOS E DISCUSSÃO (podendo ser em itens separados);
CONCLUSÕES; e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
Introdução: Deve ser breve, esclarecer o problema estudado, citar literaturas relevantes sobre
o tema e concluir com o objetivo do estudo.
OBSERVAÇÕES: Não colocar nomes dos autores, filiação, endereço de e-mail,
agradecimentos e fonte de financiamento. Essas informações serão prestadas durante a
submissão do artigo através do sistema de submissão. O nome do arquivo Word não deve conter
os nomes dos autores.
Figuras, tabelas, equações e unidades de medidas
Figuras: Devem ser apresentadas com resolução acima de 300 dpi e ter alinhamento justificado.
O título das Figuras deve ser autoexplicativo, numerado em algarismo arábico, alinhado na
margem esquerda, sem recuo e posicionado logo abaixo da figura. Aqui incluem-se gráficos,
fotografias (nítidas e com contraste), desenhos, etc. Todas as figuras devem estar citadas no
texto. Artigos submetidos em Português/Espanhol deverão apresentar os títulos das Figuras em
Português/Espanhol e também em Inglês.
Tabelas: Devem suplementar e não duplicar o texto. Devem ser numeradas em algarismos
arábicos, enviadas em formato editável e ter o alinhamento justificado. O título deve ser
autoexplicativo, alinhado na margem esquerda, sem recuo e posicionado acima da tabela. Todas
as tabelas devem estar citadas no texto. Artigos submetidos em Português/Espanhol deverão
apresentar os títulos das Tabelas em Português/Espanhol e também em Inglês.
69
Equações: Devem ser numeradas e citadas no texto.
Unidades de medidas: Devem ser apresentadas conforme o Sistema Internacional de Unidades
(SI).
Citações: Devem ser apresentadas conforme sistema autor-data
- Um autor: Gottlieb (1996) ou (Gottlieb, 1996)
- Dois autores: Stell & Torres (1989) ou (Stell & Torres, 1989)
- Mais de dois autores: Valle et al. (1998) ou (Valle et al., 1998) Referências bibliográficas: As referências devem ser apresentadas em ordem alfabética. Cada
referência deverá ser apresentada em parágrafo próprio, sem recuo e com espaçamento simples
(1.0). Os parágrafos das referências deverão ser separados entre si por um parágrafo adicional
(uma linha vazia).
Atenção: 1) Referências com mais de 10 anos de publicação devem ser evitadas e estão
limitadas a, no máximo, 50% de todas as citações do artigo.
Os exemplos de referências:
Livros e folhetos Harborne JB. Introduction to ecological biochemistry. 3rd ed. London: Academic Press;
1988.
Capítulo de livro Kuiters AT, van Beckhoven K, Ernst WHO. Chemical influences of tree litters on herbaceous
vegetation. In: Fanta J, editor. Forest dynamics research in Western and Central Europe.
Wageningen: Pudoc; 1986.
Artigos publicados em revistas científicas
Latorraca JVF, Albuquerque CEC. Efeito do rápido crescimento sobre as propriedades da
madeira. Floresta e Ambiente, 2000; 7(1): 279-291.
Artigos aceitos para publicação Almeida MV. Qualidade da madeira de E. urophylla da região de Seropédica – RJ. Floresta e
Ambiente. In press.
Santana R. Effect of the fost growth on the wood. Floresta e Ambiente. In press.
Referências legislativas
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Portaria n. 187, de 16 de setembro de 1998.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF (1998 set. 24); Sec. 2: 8301-
8302.
Normas técnicas
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-6023: informação e documentação –
referências – elaboração. Rio de Janeiro; 2000.
Patentes Nogueira MM. Branqueamento de celulose kraft através de oxigênio. BR. n. MT023467.
1978 maio 31.
Casa Erlan Ltda, Silva MA. Embalagens especiais. BR n. DT456345. 1990 out. 12.
70
Traduções
Willeitner H. Proteção florestal. Trad. M Peixoto. São Paulo: Nova; 1985. Original em inglês.