Post on 20-Oct-2015
Curso de Interpretação de Texto
Apresentação , Professor Marcelo Paiva
Analisando um texto
Não é amontoando os ingredientes que se
prepara uma receita; Assim também não é
superpondo frases que se constrói um texto.
Platão e Fiorin Fazer uso competente da
língua é, em termos
genéricos, a capacidade de
ler e produzir
adequadamente textos
diversos, produzidos em
situações diferentes e sobre diferentes temas.
Pensar em texto é pensar em nossa vida diária. Sempre estamos envolvidos em
leituras, escritas, análise e, mesmo, análise de texto. Quantas vezes decisões
importantes não dependem, única e exclusivamente, de uma boa leitura ou redação
de texto? Ou, observando a questão de um outro ângulo, quantos problemas um
texto mal escrito pode acarretar!
A palavra interpretar vem do latim interpretare e significa explicar, comentar ou
aclarar o sentido dos signos ou símbolos. Tal vocábulo corresponde ao grego
análysis, que tem o sentido de decompor um todo em suas partes, sem decompor
o todo, para compreendê-lo melhor.
Interpretar um texto é penetrá-lo em sua essência, observar qual é a idéia principal,
quais os argumentos que comprovam a idéia, como o texto está escrito e outras
nuanças. Não é tarefa fácil, pois vivemos em um mundo que não privilegia a
compreensão profunda de nossa própria existência. Em suma, procurar interpretar
corretamente um texto é ampliar seus horizontes existenciais.
Saber ler corretamente
Ler adequadamente é mais do que ser capaz de decodificar as palavras ou
combinações linearmente ordenadas em sentenças. O interessado deve aprender a
“enxergar” todo o contexto denotativo e conotativo. É preciso compreender o
assunto principal, suas causas e conseqüências, críticas, argumentações,
polissemias, ambigüidades, ironias, etc.
Ler adequadamente é sempre resultado da consideração de dois tipos de fatores: os
propriamente lingüísticos e os contextuais ou situacionais, que podem ser de
natureza bastante variada. Bom leitor, portanto, é aquele capaz de integrar estes
dois tipos de fatores.
A Unidade
O principal atributo de um texto –
para ele ser considerado como tal
– é a UNIDADE. A unidade de um
texto se define, em princípio, pela
sua completitude sem a qual o
texto não poderá ser reconhecido
em sua totalidade, nem por suas
partes.
Observemos como isso se dá, por
meio de um texto de Tom Jobim e Vinícius de Morais:
Garota de Ipanema
Olha que coisa mais linda Mais cheia de graça É ela menina Que vem e que passa Num doce balanço A caminho do mar. Moça do corpo dourado Do sol de Ipanema O seu balançar é mais que um poema É a coisa mais linda que eu vi passar. Ah! Como o amor é tão lindo Ah!... Será que esse texto tem unidade, ou seja, aborda um tema principal? Veja a
resposta na Vídeo-aula.
Erros de Leitura
Extrapolar
Trata-se de um erro muito comum. Ocorre quando saímos do contexto,
acrescentando-lhe idéias que não estão presentes no texto. A interpretação fica
comprometida, pois passamos a criar sobre aquilo que foi lido. Freqüentemente,
relacionamos fatos que conhecemos, mas que eram realidade em outros contextos e
não naquele que está sendo analisado.
Reduzir
Trata-se de um erro oposto à extrapolação. Ocorre quando damos atenção apenas a
uma parte ou aspecto do texto, esquecendo a totalidade do contexto. Privilegiamos,
desse modo, apenas um fato ou uma relação que podem ser verdadeiros, porém
insuficientes se levarmos em consideração o conjunto das idéias.
Contradizer
É o mais comum dos erros. Ocorre quando chegamos a uma conclusão que se opõe
ao texto. Associamos idéias que, embora no texto, não se relacionam entre si.
Defeitos do Texto
Barbarismo
Consiste em grafar ou pronunciar
uma palavra em desacordo com a
norma culta. Eles acontecem:
1.na grafia: analizar por analisar;
2.na pronúncia: rúbrica por rubrica;
3.na morfologia: deteu por deteve;
4.na semântica: o iminente jurista
por o eminente jurista
5.os estrangeirismos: quando usados desnecessariamente.
Solecismo
Qualquer erro de construção sintática.
1. de concordância: Fazem anos que não o vejo;
2. de regência: Esqueceram de mim;
3. de colocação pronominal: Não amo-te.
Arcaísmo
Emprego de palavras ou construções antigas, que já caíram em desuso.
Antanho por no passado.
Preciosismo
Exagero na linguagem, em prejuízo da naturalidade e clareza da frase.
Isso é colóquio flácido para acalentar bovino.
Cacofonia
Qualquer seqüência silábica que provoque som desagradável.
Vou-me já!
Polícia Federal confisca gado no Paraná.
Ambigüidade ou Anfibologia
Duplo sentido decorrente de construção defeituosa da frase.
O cachorro do meu vizinho morreu.
Redundância, Pleonasmo Vicioso ou Tautologia
Repetição desnecessária de informação.
Ele detém o monopólio exclusivo dos refrigerantes.
Todos foram unânimes.
Interpretando o conteúdo do texto
Idéias explícitas e implícitas
Alguns textos apresentam suas idéias de forma direta e
objetiva, permitindo interpretação rápida por parte do
leitor. Outros expõem suas idéias de forma indireta e
subjetiva, exigindo maior atenção do receptor.
Texto com idéia explícita
Os textos apresentam suas idéias de forma direta e objetiva, permitindo
interpretação rápida por parte do leitor.
Exemplo
A questão exige do candidato a capacidade de reescrever o texto, observando a
manutenção ou não do sentido original.
“Os fatos desta vez deram razão a Monteiro Lobato.”; a(s) forma(s)
INADEQUADA(S) de reescrever-se esse mesmo período, mantendo-se o sentido
original, é(são):
I -A Monteiro Lobato foi dada razão pelos fatos, desta vez;
II- A Monteiro Lobato deram razão, desta vez, os fatos;
I - A Monteiro Lobato, foi-lhe dada razão pelos fatos, desta vez.
(A) nenhuma;
(B) III
(C) I-III
(D) II
(E) II-III
Gabarito: A
Texto com idéia implícita
No texto implícito, as idéias são expostas de forma indireta e subjetiva, exigindo
maior atenção do receptor.
Exemplo
“No íntimo, estamos inclinados à simplicidade da manjedoura. O mal-estar decorre
do fato de nos sentirmos mais próximos dos salões de Herodes” Essas frases
significam que:
a)a manjedoura simboliza a simplicidade do Menino-Deus;
b)somos atraídos pelas festas dos “salões de Herodes”;
c) a simplicidade da manjedoura vale mais que o luxo dos “salões de Herodes”;
d)no Natal acabamos por contrariar nossos sentimentos mais profundos;
e)entre a simplicidade e o luxo, a nossa tendência é escolher o luxo.
Gabarito:D
Assuntos relacionados à interpretação de um texto
Denotação/Conotação
Sentido denotativo é o uso da palavra em seu aspecto
real.
Exemplo: O moça está usando uma jóia muito
preciosa.
Sentido conotativo é o uso da palavra em seu aspecto
figurado.
Exemplo: Aquela moça é jóia.
Exemplo
Informe se nas frases abaixo as palavras destacadas estão empregadas em sentido
denotativo ou conotativo.
a) Nas ruas, as pessoas andavam apressadas.
b) As ruas eram cheias de pernas apressadas. )
c)Temos amargas lembranças daquele período de autoritarismo político.
d)Era uma pessoa de expressão dura e coração mole.
e)Os galhos da imensa árvore sustentavam os frutos maduros.
f)Os galhos namoravam os frutos maduros que sustentavam.
Gabarito:
a - denotativo
b - conotativo
c - conotativo
d - conotativo
e - denotativo
Coerência
O texto coerente é lógico e organizado em suas idéias. É importante não confundir
coerência e relação semântica com o texto. Algumas vezes, surgem questões
reescrevendo o texto alterando o sentido sem necessariamente quebrar a lógica da
idéia.
Assuntos relacionados à interpretação de um texto
Coesão
A coesão é assunto bem abrangente. Em
concurso, observamos sua relação com termos,
expressões ou idéias, que podem estar antes ou
após o elemento coesivo.
Paráfrase
Paráfrase é reescrever o texto sem alterar a idéia do que foi escrito originalmente. É
comum em provas do Cespe aparecer também com o nome de “relações
semânticas”.
Relações sintáticas
Este assunto relaciona-se com a correção gramatical em todos os seus aspectos. Em
algumas questões, observamos que a banca sugere alguma mudança de ordem na
construção, inclusão ou retirada de algum termo, perguntando sobre um possível
erro gramatical. É importante perceber se o comando da questão solicita apenas
compreensão gramatical ou também alteração de sentido.
Estilística e boa redação
A estilística preocupa-se com a correção
gramatical, clareza, objetividade e elegância.
Exemplo
O período cuja redação está inteiramente clara
e correta é:
(A) Um humorista já lembrou que na
democracia os cidadãos a vêem como um
regime no qual não se nega a ninguém o direito de concordar com eles.
(B) De acordo com um humorista, muitos democratas aplaudem esse regime porque
julgam que, nele, todos têm o direito de concordar consigo.
(C) A democracia (segundo um humorista) é o regime no qual cada cidadão não
nega a ninguém o direito de com ele concordar.
(D) Disse um humorista que muitos definem a democracia como o regime que se
preserva o direito de todos os cidadãos com eles concordarem.
(E) A democracia definiu um humorista é aquele regime que as pessoas não negam
o direito do próximo, que é o de concordarem com elas.
Gabarito: C
Vocabulário
Trabalha-se neste assunto a capacidade de compreensão de termos ou
expressões no contexto apresentado na prova. Alguns itens sugerem troca
de um termo; outros, o sentido contrário; outros ainda apenas o sentido da
palavra.
Exemplo
Patrocinar um concurso para estudantes costuma ser bom negócio para uma
empresa. É uma estratégia eficaz para reforçar a imagem diante do mercado – e
dos profissionais que atuarão nele – a um custo baixo. Os gastos se limitam à
divulgação e aos prêmios. (...) Para algumas companhias, provocar a criatividade
dos estudantes traz ganhos ainda mais práticos.
O trecho acima permaneceria correto e manteria o sentido original, caso os termos
nele sublinhados fossem substituídos, respectivamente, por:
a) Bancar, útil, de pouca envergadura, cerceiam e formandos.
b) Propiciar, bom, insignificantes, reduzem e acadêmicos.
c) Provocar, mercadológico, mínimo, têm pouca importância e profissionais.
d) Produzir, favorável, econômica, conforma e formandos.
e)Promover, eficiente, reduzido, resumem e universitários.
Gabarito: E
Figuras de linguagem
São recursos lingüísticos estudados por diversas áreas da
lingüística.
METÁFORA: é o emprego de palavra fora de seu sentido
normal, tomando-se por base a analogia.
Esse homem é uma fera.
METONÍMIA: é a substituição de um nome por outro em virtude de haver entre
eles alguma relação lógica.
Ler Machado de Assis.
Beber dois copos de leite.
Pedir a mão em casamento.
CATACRESE: é o emprego de palavras de relacionamento inadequado, por
esquecimento ou desconhecimento da palavra adequada.
O presidente do Banco Central será sabatinado na próxima terça-feira.
Prateleira de livro.
Marmelada de chuchu.
ANTONOMÁSIA: é a substituição de um nome por outro por expressão que
facilmente o identifique.
O rei das selvas (Leão)
O Corso (Napoleão Bonaparte)
ELIPSE: é a omissão de uma palavra ou de uma expressão facilmente
subentendida.
Bebi uma garrafa de champanha. (vinho de)
O jogo foi no Morumbi.
ZEUGMA: uma espécie de elipse que consiste na supressão de um termo já
expresso no contexto.
Os homens estavam calmos; as mulheres, nervosas.
PLEONASMO: é o emprego de termos desnecessários, com o objetivo de realçar ou
enfatizar o pensamento.
A mim ninguém me engana.
O que você pensa, isso não me interessa.
AULA 9
Figuras de linguagem ANACOLUTO: é a falta de nexo sintático ou
lógico entre o princípio da frase e o seu fim. É
uma interrupção do pensamento.
Essa asneira quem disse que vamos fazer uma
coisa dessas?
Eu parece-me que vou desmaiar.
Morrer, todos haveremos de morrer.
HIPÉRBATO: recebe também o nome de inversão. É a alteração da ordem direta
dos termos na oração.
Morreu o presidente.
O hipérbato designa genericamente qualquer tipo de inversão, simples ou
complexa. Compreende também:
1. a prolepse (A Suíça dizem que é muito bonita) busca enfatizar o termo;
2. a anástrofe (Ela tão bela dos seus anos na flor) antepõe um termo
preposicionado;
3. a sínquise (Um cãozinho tinha o Paulo fofinho) provoca ambigüidade.
SILEPSE: é a concordância com a idéia, e não com a palavra escrita.
São Paulo é bonita. (gênero)
A criançada chegou cedo e, à noite, já estavam brincando. (número)
A gente vamos. (pessoa)
ALITERAÇÃO: é a repetição de consoantes ou de sílabas.
O rei reza e rasga a raiva realmente.
SINESTESIA: é o cruzamento de duas ou mais sensações distintas ou, então, a
atribuição a uma coisa qualidade que lhe é incompatível, aceita apenas no plano
figurado.
Grito áspero.
Nossos olhos trocaram pensamentos.
POLISSÍNDETO: é o uso repetido da conjunção “e”.
E o menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita.
ASSÍNDETO: é a omissão das conjunções coordenativas aditivas.
Não sopra o vento; não gemem os ventos.
AULA 10
Figuras de linguagem ANÁFORA: é a repetição da mesma palavra ou expressão no início de membros da
frase.
Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo acaba.
HIPÉRBOLE: é o exagero na afirmação.
Já lhe disse um milhão de vezes.
EUFEMISMO: é o emprego de palavras ou expressões agradáveis, em substituição
às que têm sentido grosseiro ou desagradável.
Dar o último suspiro.
Faltar à verdade.
IRONIA: é sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que as palavras ou as
frases exprimem.
Agiu sutil como um elefante.
PROSOPOPÉIA (PERSONIFICAÇÃO): é atribuir a seres inanimados qualidades e
sentimentos humanos.
As árvores são inteligentes e felizes.
ANTÍTESE: é o emprego de palavras ou expressões contastantes.
Cada um leva consigo uma alma de covarde e uma alma de herói.
PARADOXO: é uma associação de idéias contraditórias.
Voz do silêncio.
Viver só na multidão.
GRADAÇÃO: é a apresentação de uma série de idéias em progressão de clímax ou
anticlímax.
Talvez eu fosse um padre, um bispo, um papa.
Eu era pobre, um subalterno, um nada.
Tipos de discursos
Direto: o narrador reproduz a fala da
personagem por meio das próprias
palavras dela.
Ele afirmou: “Não sei se conseguirei!”
Indireto: o narrador usa suas palavras para reproduzir uma fala de outrem.
Ele afirmou que não sabe se conseguirá.
Indireto-livre: O narrador produz um texto em que retira propositadamente
o conectivo, provocando um elo psicológico no discurso. A fala da
personagem (que seria um discurso direto e mantém suas características
diretas) é desenvolvida como parte do texto narrativo do narrador e não da
própria personagem.
Ele afirmou que não era cachorro. Quem ele pensa que é? Quem ele pensa
que sou?
Exemplo 1
Indique se houve discurso direto, indireto ou indireto-livre.
1.“É preciso agir com muito tato” – afirmou a senhora.
2. Capitu respondeu que não, mas o vereador não acreditou.
3. Morda a língua – pensou a menina.
4. Tinha medo e repetia que estava em perigo, mas isto lhe pareceu tão
absurdo que se pôs a rir. Medo daquilo?
Gabarito:
1. direto
2. indireto
3. não há discurso, mas sim monólogo interior.
4. indireto-livre
Tipologia textual
Os textos podem ser classificados, segundo sua
tipologia textual, em dissertação, narração ou
descrição.
Dissertação
Dissertar é apresentar uma idéia a partir de um ponto de vista sobre determinado
assunto. O texto dissertativo estrutura-se em conhecimento, informações,
argumentação, opinião. A dissertação geralmente é organizada em tese-
argumentação-conclusão. Encontramos, em concursos, algumas variantes do
modelo tradicional, porém, basicamente, a dissertação estrutura-se em exposição
de idéias e argumentação.
Exemplo de texto dissertativo:
“Nos últimos 110 anos, poucas economias tiveram um desempenho tão formidável
como a brasileira. O que chama a atenção, no país, é a sua capacidade de se
desenvolver e, simultaneamente, sua incapacidade de promover um destino melhor
aos seus desamparados.
Mais do que isso: o Brasil, ao longo das últimas décadas, só tem conseguido crescer
produzindo um número cada vez maior de miseráveis.”
(Veja, 19 dezembro de 2001.)
Narração
O texto narrativo relaciona-se a mudança de tempo e ocorrência de ações. Narrar é
relatar acontecimentos vividos por personagens e ordenados em uma lógica. Não há
necessariamente preocupação com a idéia como ocorre no texto dissertativo. A
narrar, conta-se uma história para o leitor.
Exemplo:
Geraldo, servidor público, 42 anos, conheceu Samanta em um beco em bairro de
prostituição. A própria vivia de seus passeios alegrando homens solitários e com
dinheiro para o prazer. Geraldo a tirou dessa vida e lhe deu tudo de melhor: alugou
um quarto em bairro decente, pagou médico, dentista, manicura… Dava tudo
quanto ela queria.
Quando Samanta ficou bonita e com aparência de gente de sociedade, arranjou logo
um namorado e abandonou Geraldo.
Descrição
O texto descritivo tem como características de detalhes, aspectos físicos e/ou
psicológicos. O texto traz em si a capacidade de estimular imagens ou impressões a
partir da organização das idéias apresentadas pelo autor. Alguns gramáticos
definem o texto dissertativo como a fotografia formada por palavras. A descrição
pode ser assim sintetizada: é a recriação de imagens sensoriais na mente do leitor.
Exemplo de texto descritivo:
“Fui também recomendado ao Sanches. Achei-o supinamente antipático: cara
extensa, olhos rasos, mortos, de um pardo transparente, lábios úmidos, porejando
baba, meiguice viscosa de crápula antigo. Primeiro que fosse do coro dos anjos, no
meu conceito era a derradeira das criaturas.”
Raul Pompéia.
Interpretação e gramática
Algumas questões surpreendem os candidatos pela habilidade com que algumas
bancas exigem, em um mesmo item da prova, interpretação e gramática. Muita
calma quando isso ocorrer.
Exemplo
Para que o enunciado apresentado na questão seguinte se reduza a uma só frase,
algumas adaptações e correções devem ser feitas.
Assinale a opção adequada conforme o enunciado anterior.
I – A raposa lembra os despeitados. (idéia principal)
II – Atributo dos despeitados: fingem-se superiores a tudo.
III – A raposa desdenha das uvas. (oração com valor de adjetivo)
IV – Causa do desdenho: não poder alcançar as uvas.
a) Porque não pode alcançar as uvas de que ela desdenha, a raposa, fingindo-se
superior a tudo, lembra os despeitados.
b) A raposa, desdenhando das uvas que não se podem alcançar, lembra os
despeitados que se fingem superiores a tudo.
c) A raposa, que desdenha as uvas porque não pode alcançá-las, lembra os
despeitados, que se fingem superiores a tudo.
d) Como não pode alcançar as uvas, a raposa que se finge superior a tudo e as
desdenha, lembra os despeitados.
e) Fingindo-se superior a tudo, a raposa que desdenha das uvas porque não as pode
alcançar, lembra dos despeitados.
EXERCÍCIOS
1.Coloque 1 para descrição, 2 para narração, 3 para dissertação, e assinale a alternativa com a seqüência correta.
( ) Marta entrou no salão e não entendeu como aquele bilhete poderia mudar completamente sua vida. Teria duas horas para arrumar a mala e embarcar de avião para muito longe. ( ) A Terra é uma grande nave. Nós, tripulantes suicidas, agredimos constantemente a natureza, poluindo nosso reservatório de água potável sem nos preocuparmos com o dia de amanhã. ( ) A manhã abria as portas para a entrada do sol, e os pássaros se espreguiçavam na laranjeira que lhes esticava seus ramos floridos. O céu, aos poucos, ia adquirindo um azul mais vivo e intenso. a) 2-3-1 b) 1-3-2 c) 3-1-2 d) 1-2-3 gabarito: A 2) Desde o momento em que o homem, nos vôos de sua inteligência, se eleva acima das circunstâncias ordinárias da vida, desde que o seu pensamento se lança no espaço, possuído desse desejo ardente, dessa inspiração insaciável de atingir ao sublime, não é possível marcar-lhe um dique, ponto que lhe sirva de marco. Conclui-se do texto que: a) o homem, em vez de procurar conhecer os mistérios do Universo, devia preocupar-se com seus problemas terrenos. b) as circunstâncias da vida impelem o homem a altos vôos de inteligência. c) a tendência do homem ao sublime é a razão de ser de seu espírito religioso. d) o homem se debate entre a mediocridade da vida cotidiana e a sublimidade do espírito. e) o anseio de conhecimento e de perfeição do homem não admite que se tente impor-lhe limites. Gabarito: E