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PLUTÃO QUER SER GRANDE

Elias Sperandio

Este livro foi feito inicialmente

para atender ao Estágio do curso de Letras -

Bacharelado em Inglês na USJT -

Universidade São Judas Tadeu, em 2007.

Sendo aqui transcrito em Português.

Editora: Papeis Avulsos Editora

Design: E. Sperandio

Production: E. J. S.

Ilustração: Elias Sperandio

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Plutão acordou todo empolgado para brincar

com seus amigos planetas: o nervosinho do

Marte, o Netuno, o Urano, o grandalhão

Júpiter, a Terra, o Mercúrio, o Saturno com

seus anéis (Plutão era doido pra ter um anel,

dava para brincar de um monte de coisa) e a

Vênus, tão bonita, tão amorosa.

Plutão se espreguiçou e foi logo procurando os

amigos:

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Saturno estava rebolando o corpo,

fazendo seus anéis movimentarem-se. Quando

caíram, Netuno os pegou para brincar.

- Hei, posso brincar? Eu quero, eu quero...

– disse empolgado.

- Não. Você é pequeno demais.

- Mas eu sempre brinquei com vocês!

- Não brinca mais – disse Netuno.

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— Hey Terra vamos brincar? – chegou

Plutão perto dela, todo animado

- É... – ela pareceu sem jeito – é que eu não posso...

- Por que não? – quis saber o Plutão já

desanimado, imaginando que a Mãe da terra

tivesse a deixado de castigo.

- É que daqui a pouco vou ter um eclipse

com a minha lua e vou ficar ocupada com isso.

- Ah tá – disse Plutão triste com a notícia.

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Marte só gostava de provocar

os outros, jogando asteróides nos planetas, mas

Plutão estava tão sozinho que quis chamá-lo para

brincar. Marte até pareceu gostar da idéia, mas...

- Não atrapalha Plutão! – disse furioso o

Planeta.

- O que está fazendo?

- Nada. Já falei pra não atrapalhar.

- Tá bom, desculpa – Plutão respondeu todo sem

jeito, depois saiu dali.

Plutão estava ficando cada vez mais triste, o que

estava acontecendo com todo o universo?

with the whole Universe?

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—Mercúrio, hei mercúrio

– Plutão chegou de mansinho, mas ele não parecia

ouvi-lo - Ô Mercúrio!

- Ah, oi Plutão, o que manda? – ele conti-nuava a dar

suas voltas ao redor do sol.

- Vamos brincar? – o planetinha perguntou com um

medo danado.

- Opa, vamos sim! Vamos ver quem dá mais voltas ao

redor do sol! Um, dois, três e já!

Plutão sabia que não tinha como vencê-lo, afinal

ele era mais rápido, e sua órbita, a mais próxima, mas

Mercúrio era o único que ainda queria brincar

com ele, quando estava se

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— Mercúrio! - Uma

voz ensurdecedora foi ouvida e depois uma

imensa sombra se formou sobre os dois planetinhas – Já

avisei que não é para brincar com o Plutão – era Júpiter,

o gigante do Sistema Solar.

Mercúrio tremeu de medo e Plutão não

soube o que dizer de início.

- Plutão, você é agora um Planeta anão. É uma

outra categoria de corpo celeste, portanto não

pode mais brincar com a gente.

- Mas e daí, eu sempre brinquei com vocês!

- Agora não pode mais, a gente percebeu que você é

pequeno demais para brincar com planetas como

nós – respondeu Júpiter.

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— Acorda Plutão, Planeta brinca

com Planeta, não brinca com satélite – apareceu

friamente Urano.

- Mas...

- Se você ficar enchendo o saco, vou te

mandar lá pro buraco negro e nunca mais vai

voltar.

Um buraco negro é como um bicho-

papão que se esconde no armário para assustar

crianças à noite. Só que em vez de sair, o buraco

negro puxa para dentro. E ninguém nunca

voltou pra contar a história.

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Plutão ficou percorrendo sua

órbita, a mais distante do sol, estava

sozinho, triste e com frio.

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— Pobrezinho

do Plutão! – apareceu Vênus, depois o

aconchegou perto de si.

- Ninguém quer brincar comigo – choramingou Plutão.

- Mas o Universo é tão grande, por que você não

procura outros planetas para brincar?

- Não posso sair do sistema solar, minha mãe

não deixa.

- Mas aqui mesmo tem um monte de corpos

celestes pra brincar com você?

- Eu sou um planeta ainda, apesar de ser anão, por

que não posso brincar com eles?

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— Porque eles não querem querido.

- E você, não quer brincar comigo? – fez uma

carinha de coitadinho – só um pouquinho?

- Querido... a questão não é essa...

- Tudo bem então, não precisa falar mais

nada – enfureceu-se Plutão – eu quero mais

é que esse Universo se exploda!

Plutão desapareceu dali nervoso

e Vênus não pôde fazer nada, ele teria que

descobrir sozinho. Depois, voltou à sua órbita.

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Plutão viu todos os planetas

brincando de beisebol.

- Hei, eu quero brincar, eu quero brincar!

Eles pararam de jogar e olharam para ele.

- Não plutão. Você não percebe que...

- Espere... espere – disse Netuno com um brilho malicioso no

olhar – você quer brincar né?

- Eu quero, eu quero!

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Eles pegaram Plutão e o fizeram

de bola. E ficaram-no jogando para todos os

lados, até que Júpiter, com o bastão, bateu tão

forte nele, que Plutão foi parar muito, muito longe,

pra fora da história, lá na página 34...

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— Vocês? – disse Plutão

desanimado.

- Qual é o problema? – perguntou a Lua.

- Vocês não... não são Planetas.

- Você acabou de ser excluído por ser Anão e agora

quer nos excluir porque não somos Planetas

– disse a Europa, lua de Júpiter.

- Eu disse para não chamá-lo – disse Éris.

- Não ligue para a 2003UB313, ela gosta de semear a

discórdia – prosseguiu a Lua.

- Não me chame assim, meu nome agora é Éris – virou-se

para Plutão - E pro seu governo sou tão planeta

quanto você menininho.

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— É plutão, ela e a Ceres

são planetas anões como você, mas isso não é

importante para nós nem o tamanho de cada um aqui

– começou Titã – veja as pequenas: Cordélia, Ophélia,

Bianca, Cressinda, Desdemona, a Belinda e Galatea.

- Oiiiiiii – elas responderam com uma vozinha

aguda.

- Eu sou Titã, de Saturno.

- Venha, é muito mais divertido com a gente, você

vai ver – disse Caronte sua própria lua.

- Você já brincou de pega-pega no meio dos asteróides?

– perguntou Titã.

- Não, dá pra brincar?

Todos riram dele.

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- É claro. Com os

planetas você nunca brincou porque eles

são grandes, todos desengonçados – respondeu a

Lua.

Enfim, Plutão resolveu aceitar que era

pequeno demais para brincar com os outros,

eles mal o enxergavam e raramente estavam

com ele.

- Brincar com os novos amigos era bom demais, não

fiquei com raiva dos outros, mas ficar sozinho e

chorando, nunca mais!

Fim

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E plutão chegou naquela página vazia, e

ali muito triste, ficou chorando, sozinho, sem

ninguém para ouvi-lo. Teria ficado ali por

todo o sempre...

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... se não tivesse ouvido seu nome:

- Plutão – uma voz vinha de longe – vem

brincar com a gente, vem.

Plutão começou a se animar

novamente.

- Estamos aqui na página 28

E Plutão foi.

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“Plutão é tão pequeno que deveria se chamar

apenas Pluto, ou quem sabe até, Plutinho. Mas quis o destino que se chamasse Plutão sendo

tão pequenininho.Plutão acordou todo empolgado para brincar

com seus amigos planetas...” mas alguma coisa tinha mudado. Seus amigos não queriam mais brincar com ele porque tinha se tornado um planeta anão. Será que Plutão vai ficar brincando

sozinho, triste e chorando no espaço vazio?