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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL GUAXUPÉ
VINICIUS ROBERTO POLO
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: APLICAÇÃO AS EMPRESAS
CALÇADISTAS
GUAXUPÉ
2008
1
VINICIUS ROBERTO POLO
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: APLICAÇÃO AS EMPRESAS
CALÇADISTAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro
Universitário da Fundação Educacional Guaxupé, como
exigência parcial para obtenção do Bacharelado em
Administração.
Orientador: Prof. Luiz Guilherme Costa Paschoalini
GUAXUPÉ
2009
2
ATA DE APROVAÇÃO
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho inicialmente a Deus, que sempre
esteve ao meu lado, e também os meus pais que sempre
acreditaram no meu potencial e no meu sucesso.
4
AGRADECIMENTOS
Ao Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé, todo o corpo docente do
curso de Administração, e funcionários, pelo apoio durante todo o curso e para a realização
deste.
A Cidade de Guaxupé, e todos seus habitantes por terem gentilmente me acolhido durante
esse longo processo.
Aos Empresários Fransergio Gonçalves e Cláudia Polo, pela assistência durante a realização
deste projeto.
Aos Familiares pelo apoio incondicional em todos os momentos, e por sempre terem
acreditado no meu sucesso.
Aos Amigos que sempre trouxeram diversão, companheirismo, suavizando as dificuldades, e
a saudade do lar.
5
“Se faltar calor a gente esquenta, se ficar pequeno a
gente aumenta, e se não for possível, a gente tenta”
(Humberto Gessinger)
6
RESUMO
POLO, Vinicius Roberto. Planejamento Estratégico: Aplicação as Empresas Calçadistas.
2009, 45 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração) – Centro
Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé, Guaxupé, 2009
O Mercado Global está cada vez mais disputado, exigindo constantemente a evolução das
empresas, que para perpetuarem-se no mercado devem agregar ao seu cotidiano diferenciais
competitivos, os quais gerem um referencial de destaque, podendo utilizar como base para tal
feito o planejamento estratégico, uma ferramenta administrativa que procura através de dados
presentes, projetar o futuro da organização de forma em que todos os objetivos e anseios
sejam atendidos. O presente estudo pretende visualizar o processo estratégico atual de forma
sintética e de fácil compreensão, com foco na analise, implementação, e avaliação estratégica,
objetiva-se também demonstrar o processo através de um estudo de caso, de uma empresa do
ramo calçadista.
Palavras Chave: Planejamento Estratégico, Analise, Implementação, Indústria Calçadista
7
LISTAS DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS
Figura 1: Hierarquia Organizacional e suas respectivas responsabilidades ............................. 13
Quadro 1: Exemplo de Análise “SWOT” ................................................................................. 17
Figura 2: Forças Competitivas de Porter .................................................................................. 19
Quadro 2: Exemplos de objetivos de curto, médio e longo Prazo, por áreas funcionais ......... 22
Quadro 3: Exemplo de Plano de Ação para desdobramento das estratégias ............................ 24
Figura 3: Matriz BCG ............................................................................................................... 26
Figura 4: Ciclo PDCA .............................................................................................................. 27
Quadro 4: Analise SWOT aplicada a empresa Zappa .............................................................. 33
Quadro 5: Estratégias de Curto, Médio e Longo Prazo aplicado a empresa Zappa ................. 35
Quadro 6: Plano de Ação “5 W 2 H” aplicado a empresa Zappa. ............................................ 37
Figura 5: Matriz BCG da empresa Zappa ................................................................................. 39
8
SUMARIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 11
2 PLANEJAMENTO ................................................................................................................ 12
2.1 Tipos de Planejamento ....................................................................................................... 12
2.1.1 Planejamento Estratégico ................................................................................................ 13
2.1.2 Planejamento Tático ........................................................................................................ 13
2.1.3 Planejamento Operacional ............................................................................................... 14
3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO OU ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA .............. 15
3.1 O que realmente é estratégia? ............................................................................................. 15
3.2 Diagnósticos Estratégicos ................................................................................................... 16
3.2.1 Análise SWOT ................................................................................................................. 17
3.2.2 Analise das Forças Competitivas ..................................................................................... 18
3.2.3 Formulação Estratégica ................................................................................................... 20
3.2.4Diretriz Organizacional .................................................................................................... 20
3.2.4.1 Missão Organizacional ................................................................................................. 20
3.2.4.2 Visão da Empresa ......................................................................................................... 21
3.2.4.3 Desenvolvimento dos Objetivos Organizacionais ........................................................ 21
3.3Implementação da Estratégia ............................................................................................... 23
9
3.3.1 Plano de Ação .................................................................................................................. 23
3.3.2 Matriz BCG ..................................................................................................................... 25
3.3.3 Estratégias Genéricas ....................................................................................................... 26
4 Controle e Avaliação Estratégica .......................................................................................... 27
4.1 Ciclo PDCA ........................................................................................................................ 27
4.2 - Balanced Scorecard ........................................................................................................ 28
5 O Gestor estrategista .............................................................................................................. 29
6 Estudo de Caso: Empresa Zappa ........................................................................................... 31
6.1 História da Empresa............................................................................................................ 31
6.2 Planejamento Estratégico ................................................................................................... 32
6.2.1 Analise SWOT ................................................................................................................. 33
6.2.2 Visão ................................................................................................................................ 34
6.2.3 Missão .............................................................................................................................. 34
6.2.4 Definição dos Objetivos de Curto, Médio e Longo Prazo ............................................... 35
6.2.5 Aplicação da estratégias .................................................................................................. 36
6.2.6 Matriz BCG ..................................................................................................................... 38
6.2.7 Estratégias Genéricas ....................................................................................................... 40
10
6.3 GESTOR ESTRATEGISTA ............................................................................................ 400
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 41
8 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 43
9 ANEXOS...............................................................................................................................44
11
1 INTRODUÇÃO
Contemporaneamente, com a globalização e o mercado cada vez mais competitivo as
empresas buscam meios de se destacar das demais, as organizações já adotaram novas
posturas com relação às finanças, passaram a valorizar mais os seus empregados, entraram na
era da tecnologia, mas estes aspectos já se tornaram obrigatórios e não garantem mais
vantagens competitivas. Então é nesse ponto que entra em ação uma das ferramentas mais
importantes da ciência da administração, a qual, muitas empresas não usufruem de seus
benefícios, muitos pelo não conhecimento, e outros por simplesmente julgarem desnecessário.
Essa ferramenta é o planejamento estratégico, e sua ausência é um fator que pode levar muitas
empresas ao fracasso.
A seguir serão demonstrados de forma teórica os principais benefícios desta ferramenta,
e como aplicá-la de modo eficiente de uma forma sintética e rápida, para uma melhor
compreensão as ferramentas também foram aplicadas em uma empresa do ramo calçadista
localizada em Franca no interior de São Paulo, cidade pólo neste segmento, na cidade, os
produtores de calçados têm pouca visão estratégica, muitos não cuidam devidamente das
finanças e geralmente compartilham de uma conformidade com a situação, a empresa foi
escolhida por ser uma empresa que já utilizou muitas vezes o planejamento estratégico, ou
pelo menos alguns aspectos, embora de forma involuntária, isso é o que acontece com a
maioria das empresas, pois trabalhar sem olhar para o futuro é praticamente impossível.
Contudo, o projeto apesar de ter um foco voltado para a empresa calçadista, é de fácil
adaptação para qualquer outro segmento empresarial, o projeto é de caráter experimental, pois
tem como objetivo demonstrar a importância e os benefícios, mas deve ser ressaltado que o
planejamento deve ser continuo, e mudanças súbitas no mercado podem obrigar a
organização, a refazê-lo integralmente.
12
2 PLANEJAMENTO
Planejamento segundo Oliveira (2002) é um processo que considera experiências já
vivenciadas pela empresa, desenvolvidas para o alcance da situação desejada da maneira mais
eficiente, eficaz e efetiva com o melhor aproveitamento dos recursos, ou seja, o planejamento
pode ser visto como um plano de ação elaborado pelo executivo, que procura preparar através
de um processo de tomada decisões a empresa para situações futuras que tendem a ser
diferentes das do passado, essa tomada de decisão deve considerar o “5W2H” (What, Where,
When, Who, Why, How, How many), ou seja, deve envolver um modo de pensar, e de indagar,
com questionamentos do que fazer, como, quando, onde, para quem, por que, por quem e
onde.
Portanto o propósito do planejamento é:
“O propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de
processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam um situação
viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos
objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro de modo mais
rápido, coerente, eficiente e eficaz. Dentro deste raciocínio, pode-se reduzir a
incerteza envolvida no processo decisório e, consequentemente, provocar o aumento
da probabilidade de alcance de objetivos, desafios e metas estabelecidos para a
empresa.” (OLIVEIRA, 2002, p.36)
O planejamento é em linhas gerais, portanto um meio sistemático de decisões presentes
que implicaram em processos futuros, é um processo que deve envolver uma empatia de todas
as áreas da empresa, e onde a eficiência é muito mais importante que a eficácia.
2.1 Tipos de Planejamento
Para facilitar a atividade de planejamento pode se desmembrá-lo em três áreas
principais separadas hierarquicamente nas organizações que são o planejamento estratégico,
tático e operacional, e cada um deles localizados nos respectivos níveis organizacionais,
conforme mostrado a seguir:
13
Figura 1: Hierarquia Organizacional e suas respectivas responsabilidades
Nível Estratégico
Nível Tático
Nível Operacional
Fonte: OLIVEIRA, 2002, p.45
Como visto acima para cada nível organizacional, fica a incumbência da tomada de
decisões, cada qual pertinente a sua realidade, ou seja, as decisões estratégicas são tomadas
pelo nível estratégico, e assim sucessivamente. Tal hierarquia é muito pertinente para evitar
confusões de comando e para que cada indivíduo possa decidir assuntos dos quais esteja
próximo.
2.1.1 Planejamento Estratégico
O Planejamento Estratégico é o principal, pois é o que dá inicio as atividades de
planejamento na organização, geralmente é realizado pelos cargos mais elevados da
organização, é também o norte das atividades da empresa, posteriormente será detalhado esse
processo mais especificamente.
2.1.2 Planejamento Tático
O Planejamento Tático é um processo que objetiva tratar cada área da empresa
especificamente, otimizando assim o resultado de determinada área, ou seja, cabe realizar um
planejamento especifico para cada área da empresa, como, de Marketing, RH, Financeiro,
Produção, assim utiliza mais eficientemente os recursos e auxilia tal departamento a dar sua
máxima contribuição para os objetivos organizacionais.
Decisões
Estratégicas
Planejamento
Estratégico
Decisões
Táticas
Planejamento
Tático
Decisões
Operacionais
Planejamento
Operacional
14
2.1.3 Planejamento Operacional
Este planejamento refere-se a parte mais prática do processo como procedimentos a
serem adotados, recursos a serem utilizados, os prazos estabelecidos, dados através de
documentos formais e metodologias de desenvolvimento e implementação pré-estabelecidas.
Cada planejamento é um complemento do outro, por exemplo, o planejamento tático, é
um complemento do planejamento estratégico, assim como o planejamento operacional é um
auxiliar do tático. Chiavenato e Sapiro justificam tal afirmação:
“O planejamento estratégico está relacionado com os objetivos estratégicos de
médio e longo prazo que afetam a direção ou a viabilidade da empresa. Mas aplicado
isoladamente, é insuficiente, pois não se trabalha com ações imediatas e
operacionais: é preciso que, no processo de planejamento estratégico, sejam
elaborados de maneira integrada e articulada todos os planos táticos e operacionais
da empresa.”
(CHIAVENATO, SAPIRO, 2004, p. 39)
Existem didáticas que discriminam o planejamento por tempo, ou seja, Planejamento
Operacional, com decisões para período de até um ano, Planejamento Tático, com decisões
voltadas para períodos de dois a quatro anos e finalmente o Planejamento Estratégico que
cuida de prazos mais longos, acima de cinco anos, embora essas divisões possam vir a
prejudicar o planejamento.
15
3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO OU ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA
Segundo Wright, Kroll e Parnell (2007), os dois títulos se referem a mesma disciplina,
com a diferença de que o termo administração estratégica é mais abrangente e que aborda o
processo desde os estágios iniciais como determinação da missão e dos objetivos
organizações, embora trataremos ambos como sendo a mesma coisa, já que outras didáticas
não abordam tal diferença, como por exemplo Chiavenato e Sapiro (2004) dizem apenas que
planejamento estratégico consiste no processo de formulação de estratégias organizacionais
que almejam inserir a empresa e sua missão no mercado.
Para Certo e Peter (2005) Planejamento ou Administração Estratégica como área de
estudo surgiu a partir da década de 1950, quando a Fundação Ford e a Carnegie Corporation
patrocinaram uma pesquisa chamada de relatório Gordon-Howell que recomendou que os
cursos de Administração passassem a abordar um curso mais abrangente, ou seja, que
trouxessem para a formação dos estudantes situações mais práticas, e que incluíssem
conhecimentos de finanças, marketing, contabilidade, e economia, surgindo assim uma
disciplina chamada política de negócios, já na década de 1970, o curso passou a ter um
enfoque muito mais abrangente passando incluir também a organização global e seu ambiente,
com essa abordagem mais recente os principais líderes nesta área de estudo nomearam o curso
para administração estratégica.
3.1 O que realmente é estratégia?
A palavra estratégia por ser um termo muito comum no campo da administração deve
ter seu significado bem esclarecido. È um termo de origem grega que era muito usado nas
operações militares, mas que se identificou muito bem com o campo da administração. No
caso da administração Wright, Kroll e Parnell (2007) afirmam que Estratégia refere-se aos
planos da alta administração que visam alcançar resultados coerentes com a missão e os
objetivos gerais da organização e tem imperativo que haja pelo menos três pontos principais
para que se caracterize estratégia que são respectivamente, formulação da estratégia,
implementação e controle estratégico.
Entretanto Administração Estratégica já é um termo bem mais abrangente que trabalha
desde os estágios iniciais como a criação da missão, visão e dos objetivos, analise do
ambiente interno, externo, portanto administração estratégica deve ser vista como uma série
16
de passos a ser dados pela alta administração. Passos estes que serão resumidamente
abordados adiante.
3.2 Diagnósticos Estratégicos
Antes de se começar uma guerra, é imprescindível conhecer o campo de batalha, para
evitar surpresas e poder ter mais informações para um ataque eficiente ou uma defesa segura.
Sun Tzu em sua obra “A Arte da Guerra, Os Treze Capítulos Originais”, cita o que deve ser
levado em conta ao se analisar o ambiente de batalha:
A única forma para prever o resultado de uma guerra é analisar a situação com
base nos cinco fatores:
PRIMEIRO – Tão (caminho)
Varias mentes com um único ideal, o caminho que faz o pensamento do povo estar
em completa harmonia com o de seus governantes, levando-o a segui-los para viver
ou para morrer, sem temer nenhum dos riscos.
SEGUNDO – Clima
É a sombra e a luz, o calor e o frio, o tempo e a sucessão das estações. Aceitar ou
desafiar essas condições determinará a vitória militar.
TERCEIRO – Terra
Referem-se as distancias, dificuldades de travessia; condições e terreno para a
disposições das tropas. A analise da situação da Terra define oportunidades de vida
e morte.
QUARTO – Líder
A Virtude da sabedoria, integridade, disciplina, coragem e humanidade.
QUINTO – Métodos
Impõem eficiência, controle de gastos (tropas), uma cadeira de comando adequada
e suporte logístico. Todos os comandantes que negligenciarem esses cinco fatores
estarão fadados ao fracasso, porém, os que dominarem, conquistarão a vitória.
(TZU, 2007, p. 25-26)
Obviamente esses cinco fatores destacados por Tzu devem ser adaptados para o meio
corporativo, mas essencialmente não sofrem mudanças.
Ou seja, antes de se planejar, ou criar qualquer estratégia é necessário conhecer o
ambiente onde se atua, ou seja, é necessário conhecer o macro e o micro ambiente, o Clima e
a Terra citados por Tzu, isso quer dizer conhecer as forças e fraquezas da empresa e conhecer
17
as oportunidades assim como as ameaças do ambiente externo, que estão fora do controle da
empresa, conhecer também quem são os participantes desta “batalha” como os compradores,
fornecedores, concorrentes, adiante serão apresentados dois modelos que concedem muitas
informações pertinentes ao estrategista.
3.2.1 Análise SWOT
A analise SWOT, refere-se as iniciais em inglês de Forças (Strenghts), Fraquezas
(Weaknesses), Oportunidades (Opportunities), Ameaças (Threats), portanto analise SWOT
refere-se as forças e fraquezas no ambiente interno da empresa no entanto são do pleno
controle da empresa podendo essa através do planejamento estratégico exaltar as forças e
eliminar as fraquezas, e Oportunidades e Ameaças são relativas ao ambiente fora dos portões
da empresa, ou seja, que não são do controle da empresa.
Certo e Porter (2005) nos apresenta um tabela com os principais pontos a serem
considerados na Analise “SWOT”.
Quadro 1: Exemplo de Análise “SWOT”
ANÁLISE EXTERNA
Oportunidades Ameaças
Entrar em novos mercados ou segmentos?
Aumentar a linha de produtos?
Diversidade de produtos relacionados?
Incluir produtos complementares?
Integração vertical?
Capacidade de mudar para melhor grupo estratégico?
Complacência com empresas rivais?
Crescimento de mercado rápido?
Outros?
Provável entrada de novos concorrentes?
Aumento das vendas de produtos substitutos?
Crescimento mais lento do mercado?
Política governamental adversa?
Vulnerabilidade à recessão e aos ciclos do negócio?
Crescente poder de barganha dos clientes ou
fornecedores?
Mudança de necessidades e gostos de consumidores?
Mudança demográfica adversa?
Outros?
18
Continuação da Pagina Anterior
ANÁLISE INTERNA
Pontos Fortes Pontos Fracos
Uma fonte de competência distintiva?
Recursos financeiros adequados?
Boa habilidade competitiva?
Considerada pelos compradores?
Líder reconhecido no mercado?
Estratégias de áreas funcionais?
Economias de escala em crescimento?
Isolado (pelo menos um pouco) da forte pressão dos
concorrentes?
Dona da Tecnologia?
Vantagens de custo?
Vantagens competitivas?
Capacidade de Inovação de Produtos? Administração
Competente?
Outros?
Direção estratégica obscura?
Posição competitiva deteriorada?
Instalações obsoletas?
Lucratividade baixa devida a...?
Falta de talento e profundidade administrativa?
Falta de experiência ou competências-chave bem
concebidas?
Controles ruins na Implementação da estratégia?
Contaminado por problemas operacionais internos?
Vulnerável a pressões da concorrência?
Ficando por trás em pesquisa e desenvolvimento?
Linha muito limitada de produtos?
Imagem de mercado fraca?
Desvantagens competitivas?
Experiência de marketing abaixo da média?
Incapaz de financiar as mudanças necessárias na
estratégia?
Outros?
Fonte: CERTO, PETER, p.71, 2005
Na tabela anterior podemos observar que foram colocados todos os itens de forma
interrogativa, pois os pontos a serem abordados variam de empresas para empresas, com itens
a serem adicionados e itens a serem descartados. A análise “SWOT” deve ser realizada com
minúcia e exatidão, pois são as informações retiradas dela que serviram de base para o
trabalho durante todo o processo.
3.2.2 Analise das Forças Competitivas
Seria muito simples elaborar uma estratégia se a empresa estivesse sozinha no mercado,
ou seria muito fácil vencer uma guerra, se não existisse adversário, mas sabemos que não é
assim, e que qualquer estratégia deve levar em conta quem esta no mercado, são as
conhecidas forças competitivas.
19
Figura 2: Forças Competitivas de Porter
Fonte: CERTO, PETER, p.85, 2005
As Forças Competitivas como no modelo anteriormente é um modelo proposto por
Michael E. Porter que retrata fatores que devem ser levados em conta antes de se estabelecer
qualquer diretriz ou objetivo organizacional, como os novos participantes/ concorrentes no
mercado de atuação da empresa (ou mesmo os já existentes) os compradores e fornecedores e
seus respectivos poderes de barganha, e também possíveis produtos substitutos. Portanto deve
ser tão observado como a analise SWOT, pois a empresa não esta sozinha no seu campo de
atuação, deve trabalhar com políticas que não deixem que seus concorrentes se destaquem
trabalhar para que a empresa tenha um poder de barganha através de vantagens competitivas,
entre outros.
Fornecedores
Substitutos
Compradores
Novos
Participantes
Concorrentes
Industriais
Intensidade da
rivalidade
Poder de
Barganha dos
Compradores
Poder de
Barganha dos
Fornecedores
Risco de
Novos
Participantes
Risco de
Substitutos
20
3.2.3 Formulação Estratégica
Tendo conhecido o ambiente com todas as oportunidades, fraquezas, vantagens e
desvantagens e todos os que o cercam como os concorrentes, fornecedores e
compradores/clientes é o momento então de finalmente começar a planejar. Os primeiros e
essenciais passos são os estabelecimentos da Visão e Missão empresariais e dos objetivos
organizacionais, esse processo é mais conhecido como o estabelecimento das Diretrizes
organizacionais, após é então o momento de se formular as estratégias, existem diversas
ferramentas para isso como as estratégias genéricas, as estratégias funcionais, a matriz BCG
entre outros.
3.2.4 Diretriz Organizacional
O estabelecimento das diretrizes organizacionais é um ponto crucial e decisivo no
processo estratégico, pois deve ser respeitado durante todo o tempo, e todos os objetivos e
métodos devem estar pertinentes às diretrizes, as principais diretrizes são a missão
organizacional, visão organizacional e os objetivos de curto, médio e longo prazo.
3.2.4.1 Missão Organizacional
O estabelecimento da missão organizacional é uma etapa importantíssima não só no
processo de estabelecimento das diretrizes como no processo estratégico como um todo.
Segundo Certo e Peter (2005) missão é uma declaração que retrata a razão de a empresa
existir, que em geral apresenta informações como os tipos de produtos e serviços oferecidos,
quem são seus clientes e quais os principais valores, no entanto, Oliveira (2002) defende que a
missão deve ser algo mais objetivo, que além da razão de ser da empresa, deve explicitar a
natureza dos negócios da empresa, e que tipo de atividades a empresa vai se concentrar no
futuro. Portanto Missão organizacional deve apresentar o porquê de a empresa existir,
geralmente nas missões de muitas empresas, é notório observar itens como rentabilidade,
expansão, e responsabilidade sócio-ambiental, mas fica a critério das empresas o que é mais
interessante em cada tipo de negócio, mas para que a missão funcione, todos os objetivos
21
devem estar congruentes com ela, ou seja, a empresa não pode ter metas e objetivos que não
possam ser enxergados na missão.
Para exemplificar usaremos o exemplo da missão organizacional da Petrobras:
Atuar de forma segura e rentável, com responsabilidade social e ambiental, nas
atividades da industria de óleo, gás e energia, nos mercados nacional e
internacional, fornecendo produtos e serviços adequados as necessidades dos seus
clientes e contribuindo para o desenvolvimento dos Brasil e dos países onde atua.
(CERTO, PETER, p. 50, 2005).
3.2.4.2 Visão da Empresa
A Visão da empresa por muitos é confundida com a Missão, a missão refere-se ao
porque da empresa existir, e a visão por sua vez é bem mais superficial, ou seja, refere-se aos
propósitos com relação ao futuro. Oliveira (2002) conceitua Visão de uma forma bem voltada
para o planejamento como sendo os horizontes que os executivos da empresa conseguem
enxergar para a empresa em um período de tempo em longo prazo, portanto o estabelecimento
da visão vem a ser uma ferramenta imperativa para a boa execução do planejamento
estratégico, portanto, podemos conceituar como missão o que a empresa é, e com a visão o
que a empresa quer ser, deve se tomar muito cuidado com a elaboração deste, pois estes
praticamente demonstram todos os valores da empresa. Como exemplo será usada a Visão da
Fundação Nacional de Qualidade (FNQ) que é “Ser um dos principais centros mundiais de
estudo, debate e irradiação de conhecimento sobre excelência em gestão” (FNQ, p.02, 2008).
3.2.4.3 Desenvolvimento dos Objetivos Organizacionais
Uma vez estabelecidos missão e visão, é chegado um dos momentos mais cruciais do
planejamento estratégico, a empresa deve observar, todas suas áreas funcionais, como
Recursos Humanos, Pesquisa e Desenvolvimento, Finanças, Operacional, Mercadologia,
assim como procurar verificar fatores de importância, como responsabilidade sócio-ambiental.
Para tanto se deve elaborar um projeto simples que discrimine todas as áreas da empresa que
carecem de melhorias, e define o que a empresa buscará em curto, médio e longo prazo,
observando que todos estes objetivos devem estar em congruência com a Missão e a Visão da
empresa, segundo Oliveira (2002), a empresa deve estar ciente do que deseja se deseja obter
algo além do que já tem, ou se deseja somente manter-se no patamar em que está, é
22
interessante também que a empresa tenha uma justificativa embasada para a elaboração dos
objetivos, é importante também definir os objetivos de forma determinística, que significa a
estipulação de uma meta precisa, como por exemplo, aumentar as receitas em 10%, de forma
probabilística, reza que os objetivos são definidos com base em situações prováveis de
acontecer, outra forma de estabelecer objetivos é de forma qualitativa, como por exemplo,
melhorar a imagem da empresa perante o mercado, e por ultimo de forma logística, como
adquirir o controle acionário do principal concorrente. O Gestor estrategista pode optar por
definir seus objetivos utilizando o Maximo de ferramentas e informações que lhe estiverem
disponíveis, abaixo será apresentado um modelo de elaboração de objetivos, modelo estes
modelo apresenta todos os tipos de ferramentas de definição de objetivos.
Quadro 2: Exemplos de objetivos de curto, médio e longo Prazo, por áreas funcionais
Áreas Funcionais Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
Recursos
Humanos
Compra de E.P.I
para todos
funcionários
Redução de 50%
dos acidentes de
trabalho
Redução de 100%
dos acidentes de
trabalho
Pesquisa e
Desenvolvimento
Antecipar-se aos
concorrentes em
novas tendencias
Desenvolver
técnicas que custo
menor, sem perder
qualidade
Elaborar um novo
segmento, obtendo
exclusividade, e
maior credibilidade
Finanças Reduzir 10% custos
operacionais
Aumentar o
faturamento médio
em 20%
Aumentar o
faturamento em
50%
Operacional Eliminar
retrabalhos,
Eliminar Gargalos
Reduzir tempo de
produção
Obter controle
acionário do
principal
fornecedor
Mercadologia Expandir
divulgação em
mídias de massa
Criar campanhas e
promoções para o
ponto de venda
Contratação de
ícone artístico para
divulgação
Responsabilidade
Social
Educar funcionários
sobre o tema
Fazer doações
beneficentes
Destinar parte da
renda a causa
Fonte: Autor
23
Os exemplos acima, obviamente são hipotéticos, cabe a cada organização identificar
as áreas a serem trabalhadas e os objetivos mais adequados, podendo ser mas que um. Uma
vez finalizado este processo deve ser feito um plano de ação especifico para cada objetivo.
3.3 Implementação da Estratégia
Após todo o processo de formulação estratégica chega então finalmente o momento de
implementar a estratégia, ou seja, o momento de se trabalhar com os olhos voltados para o
futuro, essa implementação da estratégia, começa com planos de ação de curto, médio e longo
prazo, planos de ação para os concorrentes industriais, estratégias funcionais, matriz BCG,
que são estratégias voltadas para os produtos e finalmente a escolha de uma estratégia
norteadora para a empresa, mais conhecida como estratégia genérica.
3.3.1 Plano de Ação
O plano de ação é constituído pelos meios usados para obtenção dos objetivos, ou seja,
è todo o processo que esta entre a constituição dos objetivos, e sua respectiva obtenção,
existem diversas ferramentas que podem ser usadas para a execução deste, a mais eficiente é a
do “5 W 2 H”.
Planos de ação representam técnicas de planejamento e acompanhamento de tudo
aquilo que precisa ser feito – ações – para que as estratégias sejam bem-sucedidas.
Os planos de ação são baseados em questões auxiliares que definem as etapas
necessárias para o planejamento e acompanhamento das ações para a implementação
das estratégias.
Usualmente as letras no nome das ferramentas são as iniciais de cada uma destas
etapas (4Q 1 POC; 5W 2H):
• Que fazer (What). As ações necessárias para a implementação de cada estratégia.
• Quem vai fazer (Who). O responsável pelas ações.
• Quando vai fazer (When). O prazo concedido para a implementação das ações.
• Quanto vai custar (How much). O custo ou os recursos necessários.
• Porque vai fazer (Why). Explicação para o entendimento do porque e como fazer.
• Onde vai fazer (Where). O local onde a ação será implementada.
• Como vai fazer (How). O método a ser empregado para a implementação da ação.
(FNQ, p.15, 2008)
È conveniente que sempre que for elaborado um plano de ação este seja feito no
formato de uma tabela. Como no exemplo a seguir:
24
Quadro 3: Exemplo de Plano de Ação para desdobramento das estratégias
Ações Responsável Prazo Custo Local Método/Como Porque
Identificar
organizações
japonesas
para parceria.
Diretor
Comercial
20/01/07 a
28/02/07
R$45.000,00 No mercado
local
e do Japão
Pesquisa nas
embaixadas,
associações
comerciais e
câmaras de
comércio
Brasil e
Japão.
Para definir
um parceiro
japonês para
a
organização
Estabelecer
contato
com
organização
identificada
e discutir as
bases
para o contrato
de
parceria.
Diretor
Presidente
Diretor
Comercial
01/03/07 a
30/03/07
R$5.000,00 Instalações
do
futuro
parceiro
Reuniões com
a Alta
Direção da
organização
identificada.
Para
identificar o
interesse
da
organização
e
discutir as
bases para a
parceria.
Elaborar o
contrato
para parceria.
Gerente
Jurídico
01/04/07 a
10/05/07
Não
aplicável
Depto.
Jurídico
Já
estabelecido
no Depto.
Jurídico.
Para
estabelecer o
contrato
de parceria.
Apresentar
contrato
para aprovação
da Presidência.
Diretor
Presidente
Gerente
Jurídico
11/05/07 Não
aplicável
Presidência.
Análise do
contrato
pelo Diretor
Presidente
com apoio do
Gerente
Jurídico
Revisar e
aprovar o
contrato no
âmbito da
organização
Apresentar e
aprovar o
contrato
na organização
parceira.
Diretor
Presidente
Diretor
Comercial
Gerente
Jurídico.
20/05/07 R$10.000,00 Presidência
da
organização
parceira.
Apresentação
do
contrato pelo
Diretor
Presidente,
análise com
a organização
parceira e
aprovação
pelas partes.
Para revisar,
formalizar
e aprovar o
contrato
junto à
organização
parceira.
Registrar o
contrato
de parceria na
Junta
Comercial.
Gerente
Jurídico.
25/07/07 R$5.000,00 Junta
Comercial
Processo de
registro
padrão
da Junta
Comercial
Para registrar
o contrato
de parceria.
Preparar plano
de ação para a
implementação
do contrato de
parceria.
Diretor
Comercial
Diretor
Técnico
30/07/07 Não
aplicável
Área
Comercial
Metodologia
para
elaboração
de planos de
ação.
Para
implementar
o
contrato de
parceria na
organização.
Fonte: FNQ, p.16, 2008
25
O plano de ação jamais deve entrar em conflito com a missão ou visão da empresa, e é
uma importante ferramenta de gestão, pois permite uma visualização rápida e sintética de boa
parte do processo estratégico.
3.3.2 Matriz BCG
A Matriz BCG, ou Matriz de crescimento da participação foi elaborada pela Boston
Consulting Group, que leva suas iniciais, uma grande empresa de consultoria em
administração.
Eles elaboraram quatro situações que os produtos da empresa podem ser inseridos:
Vacas Leiteiras ou Geradores de Caixa: São os produtos da empresa que tem uma
participação confortável no mercado, que portanto não necessitam de investimentos;
Estrelas: São produtos da empresa que tem boa participação no mercado, porém não
estão muito sedimentados no mercado, então necessitam de investimentos para que
progridam para uma situação de geração de caixa, ou podem vir a regredir;
Pontos de Interrogação ou Oportunidades: Estes são produtos geralmente recém-
lançados, que ainda não detém participação significativa no mercado, portanto
carecem de investimento para que possam aumentar sua participação em relação aos
concorrentes; e
Abacaxis: São aqueles produtos que “não decolaram”, portanto não é aconselhável
que a empresa invista neste, geralmente esse tipo de produto é retirado do mercado, o
que também chamado de desinvestimento, ou seja, deixar de investir naquele projeto,
que provavelmente não está correspondendo com as expectativas de vendas e de
participação no mercado.
Na tabela abaixo podemos ver como os produtos são dispostos para analise na Matriz
BCG.
26
Figura 3: Matriz BCG
>1
0Estrelas Pontos de Interrogação
<1
0
Vacas Leiteiras Abacaxis
>1x <1x
Taxa d
e C
rescim
en
to d
o m
erc
ad
o (
po
rcen
tua
l)
Participação relativa do mercado
Fonte: CERTO, PETER, 2005
Os círculos que constam na figura representam os produtos da empresa, sua posição
representa a exata participação no mercado que detém, e sua taxa de participação no mercado.
3.3.3 Estratégias Genéricas
São três:
Diferenciação
Enfoque
Liderança em custos
Pode-se dizer que esta é a estratégia principal da empresa, pois optando-se por uma
destas todas as outras da atividades da empresa devem estar voltadas para tal.
A primeira delas, Diferenciação busca sempre a inovação, como diferencial
competitivo; Enfoque é quando a empresa trabalha trabalhar apenas com um produto o
serviço, buscando a especialização como vantagem competitiva; Liderança em Custos, a
empresa que opta por tal estratégia busca sempre o menor custo, procurando sempre usar o
preço menor para competir no mercado.
Antes de optar por uma destas a empresa deve verificar seu ambiente e se esta tomando
a melhor decisão, outro aspecto esta na vida útil de uma decisão deste porte, uma estratégia
27
deste tipo, como envolve toda a empresa deve ser sempre avaliada para saber se continua
sendo a melhor opção para a empresa.
4 Controle e Avaliação Estratégica
O Controle e avaliação das estratégias é um passo fundamental para que possa-se ter um
administração estratégica eficiente, existem diversos métodos, que cumprem esta função,
porém falaremos apenas dos dois mais importantes, que são Ciclo PDCA, e Balanced
ScoreCard.
4.1 Ciclo PDCA
O Ciclo PDCA, é uma ferramenta administrativa, usada não somente na área
estratégica, mas também na produção, finanças, enfim todas os setores da organização, a
nomenclatura foi dada a partir das iniciais em inglês de Plan (Planejar), Do (Fazer), Check
(Checar, Verificar) e Action, Agir).
Figura 4: Ciclo PDCA
Fonte: Portal da administração
28
O Processo PDCA, compreende um processo cíclico e continuo, como o planejamento,
que jamais deve ser interrompido, começa com o planejamento, uma vez planejado, chega o
momento de se fazer, no caso, as mudanças necessárias para se atingir o objetivo, depois é o
momento de checar, ou verificar para saber se tudo o que foi feito até então esta surtindo
efeito, e assim finalmente agir e trabalhar com os resultados, para que o processo tenha
continuidade.
4.2 - Balanced Scorecard
O Balanced Scorecard (BSC) ou também conhecido como painel equilibrado de
indicadores é um modelo proposto pelo professor Robert Kaplan e pelo executivo David
Norton, que verificando a incapacidade dos modelos financeiros então existentes de fornecer
um parecer integralmente confiável sobre a situação da empresa, pois não podiam mensurar as
atividades criadoras de valor, ou seja, pode se definir o BSC como um sistema capaz de
traduzir missão, visão entre outros em objetivos tangíveis e mensuráveis. O BSC busca
mensurar objetivos, como satisfação dos clientes, processos internos, aprendizado e
desenvolvimento dos funcionários. Segundo Lebreiro (2002) o método BSC foi aplicado
inicialmente na década de 1950 na General Eletric com o objetivo de se levantar informações,
com as quais pudessem avaliar suas mais de 150 filiais, na ocasião foram levantados oito
indicadores, sendo estes Lucratividade a curto prazo, Market share, Produtividade, Liderança
de mercado, Responsabilidade social, Desenvolvimento de pessoal, atitudes de trabalho,
Balanceamento dos objetivos de curto prazo com os de longo prazo. Mas o ápice do sistema
BSC foi à década de 1980 na empresa japonesa Baldrige Award, onde elegeram outros
indicadores, como Lucro por Empregado, Ciclo de lançamento de produtos, Porcentagem de
defeitos de fabricação, Porcentagem de erros ocorridos, Horas de fabricação, Tempo entre o
processo de encomenda e fabricação, Entregas atrasadas, Rejeição de produtos, Treinamento
por empregado, Motivação dos empregados. Até que em meados de 1990 0 modelo atual foi
proposto por Kaplan e Norton.
O funcionamento do Balanced Scorecard se faz em três passos, iniciando-se com a
formulação das estratégias, o segundo passo é feito com base em quatro perspectivas, a
financeira, a do cliente, a dos processos internos e a inovação, e para cada uma destas devem
se estabelecer metas de negócio e indicadores que verificam se as metas estão sendo atingido
ou não, e finalmente estabelecimento da periodicidade de acompanhamento de cada indicador.
29
A relação de acompanhamento de resultados no Balanced Scorecard pode ser vista de
forma sistêmica:
Essas perspectivas seguem uma linha de causa e efeito. O desempenho da operação
da empresa é influenciado pela satisfação dos funcionários, e pela capacitação
destes em desenvolver novas tecnologias de processos e produtos, presentes na
perspectiva aprendizado e crescimento e monitorado pela perspectiva dos processos
internos. Isso impacta o desempenho da entrega de produtos e serviços de valor aos
clientes, assim como o relacionamento com os mesmos presentes na perspectiva dos
clientes. Isto gera maior ou menor retorno financeiro à empresa, pela variação da
receita, dos custos, produtividade, utilização dos ativos e grau de risco, este
desempenho é visto na perspectiva financeira. (RENÓ, s. d.)
A empresa tem assim uma importante ferramenta no controle e avaliação da estratégias,
pode observar de forma mensurada se o que planejou esta sendo perfeitamente executado e se
esta gerando valor para a empresa.
5 O Gestor estrategista
De nada adianta todo o processo de administração estratégica, se não houver uma ou
mais pessoas com a capacidade de tomar as decisões que precisem ser tomadas, pois o gestor
competente pode fazer a diferença na organização como reza Sun Tzu:
“O comandante habilidoso submete seu inimigo sem partir para a batalha; derrota
seu reinado sem operações de campo muito extensas. Com as forças intactas, disputa
o domínio do império. Dessa maneira, suas armas não sofrerão desgastes e, sem
perder um soldado, sua vitória será completa.”
(Tzu, 2007, p. 42)
Na maioria das vezes o gestor estrategista é segundo Chiavenato e Sapiro (2004) o
Presidente ou CEO (Chief Executive Officer), pois como toda estratégia implica em
mudanças, o Presidente é o principal agente da mudança, claro que este não formula a
estratégia sozinho, mas é que toma a decisão final e assume a responsabilidade por sua
implementação e sucesso. Chiavenato e Sapiro citam as competências que o gestor
estrategista precisa ter:
“[...] comprometimento, empolgação, espírito missionário e visionario, foco nos
objetivos, senso de oportunismo e por extensão, ênfase na participação, na
dedicação, impulso, orientação, reforço, retroação, motivação e foco no aprendizado
das pessoas.”
(Chiavenato, Sapiro, 2004, p. 335)
30
Chiavenato e Sapiro (2004) dizem ainda que líder nenhum pode trabalhar sozinho, mas
com uma indispensável equipe liderada por ele, e seu sucesso dependerá desta equipe, por
isso deverá ter cuidado ao selecioná-la, prepará-la, liderá-la, impulsioná-la, incentivá-la e
dirigi-la.
31
6 Estudo de Caso: Empresa Zappa
A empresa Zappa, uma empresa localizada na cidade de Franca/SP e
está em atividade a mais de 10 anos, foi escolhida para o estudo de caso, por ser uma empresa
muito dinâmica, e antenada ao mercado.
6.1 História da Empresa
A Empresa Zappa Artefatos de Couro iniciou suas atividades no começo do ano de
1998, quando Fransergio Gonçalves, proprietário, em parceria com seu pai, que então
produzia calçados no estilo mocassim para a marca Pizatto, incluiu na linha de produção a
primeira linha com a marca por ele recém criada, nomeada Zappa Boreal, um calçado
confeccionado na construção assandalhado (costurado vira na pontiadeira), quando no meio
do ano de 1998, as empresas se separaram ficando uma focada no mocassim e outra na linha
Zappa Boreal, surgindo assim de fato a Empresa Zappa.
A partir de 1999 com a expansão das atividades a empresa mudou de lugar,
transferindo-se para um galpão maior. Em 2001, surgiu a segunda linha Zappa Boreal, uma
sapatilha costurada a mão, que marcou o inicio de um progresso maciço da empresa Zappa e
da marca Zappa Boreal.
A partir de 2002, surgiram os primeiros calçados montados, que requereram um grande
investimento em maquinas e equipamentos. Em 2003, surge a linha que foi um divisor de
águas para a empresa, a linha Garra que foi a grande vedete da empresa, criando a identidade
da marca Zappa Boreal como uma Marca de Sapatênis, e o fato de a empresa ter sido uma das
pioneiras neste novo segmento contribuíram muito para isso.
A empresa então resolveu entrar focada neste projeto lançando em 2004 as linhas Cross
e Square, duas linhas que como a linha Garra tiveram sucesso com vendas significativas
fortalecendo assim a empresa. O ano de 2005 representou o ano de maior expansão, que se
deu pelo fato da empresa participar das duas maiores feiras do segmento calçadista do país, a
Couromoda e a Francal, ambas na cidade de São Paulo.
No mesmo ano com a explosão do segmento no país muitas empresas começaram a
produzir esse até então novo estilo, a marca Zappa Boreal, como não estava tão sedimentada
no mercado, sentiu reflexos em suas vendas, enfraquecendo suas vendas e diminuindo seu
desenvolvimento. Esta concorrência que chegou com produtos e preços variados diminuindo.
32
Isso influenciou muito o mercado, que devido à alta oferta de produtos concorrentes no
mercado, o poder de barganha dos compradores, no caso os lojistas, que passaram a exigir
produtos novos a cada três meses, o que veio a encarecer demasiadamente o custo com
desenvolvimento nas empresas.
Entre 2005 e 2006 para não entrar em uma guerra de preços baixos a empresa decidiu
por diminuir sua estrutura fabril e consequentemente a produção.
Em busca de novos rumos para uma reestruturação nas vendas em maio de 2007 a
empresa Zappa Artefatos de Couro Ltda, conseguiu se licenciar e começar a produzir para a
marca Sândalo, uma importante marca no mercado nacional com 44 anos de história, o que
fez que a empresa não apresentasse prejuízos e então passou a produzir paralelamente as
marcas Sândalo e Zappa Boreal até o final do ano de 2007. A partir daí o mercado de
sapatênis começou a entrar em franca decadência e estrategicamente, a fim de preservá-la, no
fim de 2007 retirou a marca Zappa Boreal do mercado.
Com o congelamento da marca Zappa Boreal, a empresa Zappa iniciou em agosto de
2007 conversas com outras duas empresas e consequentemente em novembro firmaram uma
parceria e fundaram a marca Youth. A sociedade ficou restrita a marca e cada empresa
permaneu com seus processos independentes.
E com o fim da produção da Zappa Boreal e o inicio da produção Youth, a marca
Sândalo foi a que garantiu a sobrevivência à empresa, a marca Youth detinha apenas 5% da
produção, cabendo o restante a marca Sândalo, atualmente esse quadro representa 20% de
produção Youth e 80% na produção Sândalo.
Em 2009 com a crise mundial, a empresa não padeceu tanto quanto outras do setor que
conseguiu manter a quantidade evitando dispensas, porém, foi obrigada a sacrificar um pouco
seus preços para conseguir fechar as negociações, diminuindo assim a rentabilidade.
6.2 Planejamento Estratégico
A empresa Zappa Boreal como visto acima, conseguiu superar diversas dificuldades
sem um planejamento estratégico, segundo Fransergio Gonçalves, proprietário, a empresa até
conta com missão e visão, mas o desuso foi tanto que ele nem se lembra, então pode-se
indagar se realmente é necessário o uso de um processo tão complexo quanto o planejamento
estratégico, sim, pois as empresas as vezes padecem por falta de informações, tomam decisões
muitas vezes equivocadas, por falta desta, ou precisam tomar decisões em caráter urgente e
33
emergencial, o que faz que estas possam não ser as mais corretas, ou que resolvam problemas
somente a curto prazo.
6.2.1 Analise SWOT
A analise SWOT da empresa Zappa, foi realizada no mês de Julho de 2009, através dos
relatos do proprietário Fransergio Gonçalves.
Quadro 4: Analise SWOT aplicada a empresa Zappa
ANÁLISE EXTERNA
Oportunidades Ameaças
Entrar em novos mercados ou segmentos
Aumentar a linha de produtos
Criar loja própria
Versatilidade do segmento calçadista como um
todo para se adaptar as mudanças
Possibilidade de associação com outras empresas e
formação de clusters
Baixo poder de barganha dos fornecedores
Baixo risco da entrada de produtos substitutos
Crescimento lento do mercado
Alto poder de barganha dos compradores
Alto risco da entrada de novos participantes
Diminuição do valor do Dólar
Produtos Importados
ANÁLISE INTERNA
Pontos Fortes Pontos Fracos
Uma estrutura enxuta com resultados satisfatórios,
dinamismo e qualidade
Resultados Financeiros adequados
Boa habilidade competitiva e experiência no
mercado
Marcas com boa aceitação no mercado
Produtos com muitos diferenciais por um preço
competitivo
Alta qualidade dos produtos
Alta capacidade de Inovação
Resistente a pressões da concorrência
Consciência de melhoria continua
Ampla linha de produtos
Lucratividade baixa devida ao alto poder de
barganha dos compradores
Uma das Marcas (Youth) ainda fraca
Encarecimento da produção, devido a alta
qualidade
Incapaz de financiar as mudanças necessárias na
estratégia de longo prazo com recursos próprios
Turnover alto
Fonte: Autor
34
A analise SWOT nos mostra uma empresa com ambições de crescimento e
adaptabilidade a mudanças, mas com dificuldades no mercado, muito competitivo, onde
compradores possuem um poder de barganha demasiadamente alto, no entanto, que já se
adaptou a esse mercado, possui ampla e excelente linha de produtos, possui um controle
financeiro adequado e resultados que honram com os compromissos, mas que não podem
patrocinar mudanças necessárias de longo prazo.
6.2.2 Visão
A Visão de uma empresa como visto anteriormente é o que esta quer ser, ou seja, deve
mesclar a essência de todos os objetivos da empresa, e mesclá-los, a fim de forma sintética e
objetiva, demonstrar onde se pretende chegar com a empresa. Os objetivos principais da
empresa Zappa são de aumentar a produção para que conseguir maximizar os lucros através
do fator quantidade, de ter reconhecimento de suas marcas (Youth e Zappa Boreal), manter-se
competitiva e produtiva. Portanto a Visão da empresa Zappa pode ser:
“Ser uma das principais indústrias calçadistas do país, sendo referência do ramo
calçadista no Brasil e em todos os países que atuar”.
6.2.3 Missão
A empresa Zappa tinha já uma Missão documentada, assim como a visão, porém que
devido a diversas mudanças que se sucederam acabou ficando de lado, tanto que nem foi
lembrada pelo proprietário. Portanto como a visão também será elaborada e proposta uma
nova missão.
“Produzir calçados de forma produtiva e rentável, buscando sempre o crescimento, a
competitividade e a inovação, com parcerias fortalecidas, clientes e funcionários totalmente
satisfeitos, com princípios éticos e responsabilidade sócio-ambiental”.
35
6.2.4 Definição dos Objetivos de Curto, Médio e Longo Prazo
Os objetivos da empresa Zappa, segundo o proprietário têm um foco mais voltado para
a objetividade, ou seja, a empresa se preocupa inicialmente em produzir e vender, pois o
mercado de calçados é um mercado diferente dos demais, existe um excesso de oferta, o que
faz com que os compradores tenham um enorme poder de barganha, ou seja, para atuar de
forma competitiva, é necessário que se tenha o melhor e mais bonito produto, aliado ao menor
custo possível, para que possa-se ter um preço competitivo sem ter que sacrificar
demasiadamente o lucro. Na tabela abaixo serão apresentados alguns objetivos relatados pelo
proprietário, e também alguns propostos.
Quadro 5: Estratégias de Curto, Médio e Longo Prazo aplicado a empresa Zappa
Áreas Funcionais Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
Recursos
Humanos
Diminuir 50% da
rotatividade de
pessoal
Eliminar contratos de
prazo determinado
Rotatividade de
apenas 10%
Pesquisa e
Desenvolvimento
Antecipar-se aos
concorrentes em
novas tendências,
pesquisar materiais
alternativos.
Desenvolver técnicas
que reduzam o custo,
sem que se perca
qualidade
Elaborar um novo
segmento, obtendo
exclusividade, e
maior credibilidade,
com uso de
biomateriais
Finanças Ratear custos fixos
por unidade
Reduzir 50%
despesas
administrativas,
reduzir 5% do custo
Reduzir 10% das
despesas fixas
Operacional Eliminar
retrabalhos,
Eliminar Gargalos
Produzir 35% de
marcas próprias
Produzir 60% de
marcas próprias
Mercadologia Expandir
divulgação em
mídias de massa
Criar campanhas e
promoções para o
ponto de venda
Abrir Loja propria
Fonte: Autor
36
Na tabela acima, existem alguns objetivos que dependem de duas ou mais áreas
funcionais, para serem concretizados, mas a divisão é hipotética, para facilitar a compreensão,
e demonstra também de como o planejamento estratégico deve ter uma visão sistêmica para
que possa funcionar em sua totalidade. Com os objetivos já traçados, agora chega finalmente
o momento de agir, a seguir serão elaboradas possíveis ações para que os objetivos acima se
concretizem.
6.2.5 Aplicação da estratégias
Com os objetivos claramente estabelecidos, chega o momento de se definir prioridades,
elaborar planos de ação, e colocar a estratégia em funcionamento, no caso da empresa Zappa
vemos que é imperativo, antes de qualquer outra coisa, manter e aumentar a competitividade
da empresa, como no mercado calçadista, inovação deve estar atrelada a baixo custo,
trataremos inicialmente o foco em duas áreas funcionais especificamente, para que com estes
dois aspectos em ordem, seja possível focar nas outras áreas funcionais. Então as prioridades
serão respectivamente:
Finanças;
P&D (Pesquisa e desenvolvimento);
RH (Recursos Humanos ou Relacionamento Humano);
Marketing (mercadologia)
Operacional
Com as prioridades definidas e a empresa tendo bem em claro o que quer com estes
objetivos, os gestores então definir quem deve realizar a mudanças, onde deverão acontecer,
quanto irão custar, quando serão feitas e como serão feitas.
No caso da Empresa Zappa, o custo para obtenção dos objetivos de curto e médio
prazo, salvo a área de responsabilidade socioambiental, não oneram ou oneram muito pouco o
caixa da empresa, ou seja, não requerem nenhum investimento. Onde é necessário apenas
alterar-se apenas as formas de gestão, abaixo será elaborado um exemplo com as áreas
funcionais no curto, médio e longo prazo, pois isso é um processo que a cada tomada de
decisão deve ser revisto e atualizado.
O modelo de plano de ação proposto será o que foi apresentado anteriormente, o
modelo “5 W 2 H”, um modelo simples e dinâmico e que se enquadra perfeitamente as
necessidades da empresa, nele será discriminado objetivo por objetivo separadamente, a
37
estratégia proposta, o método, os responsáveis, se tais recursos estão disponíveis ou não e
qual o tempo previsto para a realização das mudanças, em curto, médio e longo prazo em
alguns casos o tempo pode diminuir ou aumentar conforme oscilações que possam vir a
acontecer no mercado, e dificilmente irão acontecer imediatamente após a implementação das
mudanças.
Quadro 6: Plano de Ação “5 W 2 H” aplicado a empresa Zappa.
Ações Responsável Prazo Custo Local Método/Como Por quê
Conhecer melhor
os empregados
Gerente de
Recursos
Humanos
Gerente Geral
30 dias Não
Aplicável
Depto. de
Recursos
Humanos
Criar um canal direto
de comunicação entre
direção e funcionários
Diminuir 50% da
rotatividade de
pessoal,
diminuindo custos
recisórios
Pesquisar materiais
alternativos, Conectar-se, a
mídias de moda, e
grifes exteriores
Designer, e
modelista
15 dias Não
Aplicável
Modelagem Utilizar
internet,revistas especificas e
ferramentas como
benchmark.
Antecipar-se aos
concorrentes em novas tendências.
Ratear custos fixos
por unidade
Gerente
Financeiro
30 dias Não
Aplicável
Depto
Financeiro
Modificando a planilha
de custos
Obter maior
controle dos
custos
Criar mini-cursos
internos de
capacitação em qualidade
Gerente
Operacional
3 meses R$ 30,00 por
curso
(R$ 2000,00 projetor –
opcional)
Refeitório Elaborar apostilas e
slides sobre
desperdício, retrabalhos, etc.
Eliminar
retrabalhos,
desperdícios e aumentar a
qualidade
Aumentar a
visibilidade da marca e da empresa
Gerente de
Vendas
6 meses R$ 5000,00 Depto de
Marketing
Expandir divulgação
em mídias de massa
Aumentar o valor
da marca e da empresa
Adaptar a produção
a quantidade de funcionários
Gerente de
Recurso Humanos e Operacional
6 meses Não
Aplicável
Depto.
Operacional
Diminuir contratos de
prazo determinado
Aumentar a
fidelidade dos funcionários
Desenvolver com
menos adereços
Modelista,
designer
6 meses Não
Aplicável
Modelagem Pesquisar tendências
de calçados mais
simples, porém com valor agregado
Diminuir o custo
variável unitário
Diminuir custos
com papel, tinta p/ impressora
Gerente
Financeiro
1 ano R$ 5000,00 Área
Administrativa
Utilizar sistema ERP Reduzir 50% das
despesas administrativas
Aumentar a
qualidade aliada ao
menor custo operacional, afim
de aumentar as vendas
Gerente
Operacional
Gerente de Vendas
1 ano Não
Aplicável
Depto
Operacional,
de Vendas
Maior divulgação, e
preparação da
produção para aumento de produção
Produzir 35% de
marcas próprias
Criar campanhas de
impacto
Gerente de
Vendas
1 ano e
seis
meses
R$ 15000,00 Depto de
Marketing
Criar folders, mini-
racks, luminosos para
os principais pontos de
venda
Influenciar o
cliente final no
momento da compra
Criar políticas de
Valorização do
funcionário
Gerente de
Recursos
Humanos
1 ano Não
Aplicável
Refeitório Realizar mensalmente
reuniões motivacionais
e comemorativas
(aniversários)
Melhorar a
relação com o
funcionário e diminuir a
rotatividade
Pesquisar uso de Bio-Materiais
Modelista, designer
2 anos R$ 5000,00 Modelagem Fazer experiências e
aplicá-los
gradativamente
Obter exclusividade
neste segmento,
conseguindo diferencial
competitivo
38
Continuação da pagina anterior
Investir em compra de maquinário
próprio
Depto. Financeiro 2 anos A verificar Depto Operacional
Levantar Capital e
Comprar
gradativamente
Modenizar as maquinas e
reduzir custos
com aluguel
Aumentar a qualidade aliada ao
menor custo
operacional, afim de aumentar as
vendas
Gerente Operacional
Gerente de
Vendas
2 anos Não Aplicável
Depto Operacional,
de Vendas
Maior divulgação, e preparação da
produção para aumento
de produção
Produzir 60% de marcas próprias
Abrir Lojas
Próprias
Gerente de
Vendas, Gerente Financeiro
3 anos A verificar Cidades
importantes, e de boas vendas
Através de Pesquisas
de mercado, e
levantamento de custos
Solidificar as
marcas no mercado nacional,
e agregar avalor
Fonte: Autor, baseado em FNQ, 2008
As sugestões de ação da empresa Zappa foram pautadas nos objetivos da empresa, e na
missão, entretanto, a missão reza por objetivos sócio-ambientais, dos quais não foram
traçados metas e nem plano de ação, pois antes da empresa pensar com esse foco ainda
precisa se sedimentar no mercado, portanto a empresa Zappa retardará ações de cunho sócio-
ambiental, para um momento mais propício. Outro aspecto no plano de ações que deve ser
ressalvado são as ações de marketing e vendas, pois no caso da marca Youth, como outras
duas empresas a produzem, as ações devem ser apresentadas e o investimento dividido entre
as tais.
6.2.6 Matriz BCG
No caso de empresas calçadistas não se pode usar para a Matriz BCG, todas as linhas de
produto, por geralmente existirem muitas linhas e cada linha com uma série de modelos
diferentes, fazendo que a analise da matriz torne-se muito complicada, portanto na Matriz de
crescimento da participação da empresa Zappa serão usadas apenas as marcas, que a empresa
trabalha.
39
Figura 5: Matriz BCG da empresa Zappa
Estrelas Pontos de Interrogação>
10
Youth
Vacas Leiteiras Abacaxis
<1
0
Sândalo Zappa Boreal
>1x <1x
Participação relativa do mercado
Tx
. C
resc
ime
nto
do
me
rcad
o (
po
rcen
tua
l)
Fonte: Autor
No caso da empresa Zappa como verificado a figura anterior, ela conta atualmente com
três marcas em seu portfólio, que são respectivamente Sândalo, Youth e Zappa Boreal, a
primeira atualmente é a que gera maior caixa para a empresa, a empresa Zappa, é licenciada
para produzir esta marca que é uma das lideres no mercado calçadista brasileiro, e se encontra
no quadrante de “Vacas Leiteiras”, pois apesar de ter boa participação no mercado, não tem
um crescimento acentuado, a marca Youth se encontra no quadrante de “Ponto de
Interrogação”, chamado também de oportunidade, por ser uma marca nova, e que de inicio
obteve ótima aceitação no mercado, tanto é que segundo relato do proprietário da empresa,
todos os clientes que compraram a marca mais que uma vez, e no quadrante “Abacaxis”
encontra-se a marca Zappa Boreal, onde a empresa optou por retira-la do mercado,
caracterizando um desinvestimento, contudo a empresa ainda conta com os direitos desta
marca e não pretende dispor destes, pois apesar de hoje a marca estar “congelada”, era uma
marca forte, e o proprietário tem projetos a longo prazo para ela.
Como a empresa tem apenas três marcas o quadrante “Estrelas” ficou sem quem o
representasse, o que é importante ressaltar é que a matriz BCG é uma ferramenta importante,
e que necessita ser atualizada constantemente, por isso as marcas podem eventualmente
mudar de quadrante.
40
6.2.7 Estratégias Genéricas
A Indústria calçadista é um segmento diferente dos outros, pois, os clientes tem um
poder de barganha incrivelmente alto, devido ao leque de opções que estes têm então uma
empresa calçadista para que possa obter vantagem competitiva deve ter o melhor produto,
com o menor preço, com isso fica complicado estabelecer apenas uma entre as três estratégias
genéricas, então, no caso exclusivo da indústria calçadista, ou melhor, da empresa Zappa,
serão estabelecidas duas estratégias genéricas, as que mais se encaixam no esquema de
melhor produto, e menor preço, que são respectivamente, Estratégia Genérica de
Diferenciação, e Liderança em Custos.
No Ramo da moda, cuja indústria calçadista esta inserida, o cliente está sempre está
atrás de produtos novos, pois a moda é muito volátil, e novas tendências surgem a todo o
momento, mas no caso especial da indústria calçadista como a concorrência é muito acirrada,
o cliente tem o privilégio de além exigir somente produtos novos, de escolher o que lhe traga
o menor, custo/benefício.
A empresa Zappa, principalmente com a marca Youth, já está se adaptando a usar estas
duas estratégias genéricas juntas, pois esta produzindo atualmente produtos com alto valor
agregado (Solados de Couro, metais, couros requintados), e vendendo, com o mesmo valor de
um calçado convencional das grandes marcas. Assim consegue retirar um pouco das
vantagens competitivas das marcas famosas.
6.3 Gestor Estrategista
A empresa Zappa, conta na sua direção e gerencia profissionais altamente capacitados,
com conhecimento do mercado, com conhecimento aprofundado de produção calçadista, e
métodos para a obtenção da qualidade total, e também com um com um conheciemto
financeiro aprofundado, contudo com pouco compromisso estratégico, é interessante para a
Zappa a contratação de um profissional especializado, ou então o treinamento de sua gerencia
em assuntos relativos a liderança e planejamento estratégico.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse projeto foi elaborado com base unicamente com o propósito de demonstrar os
benefícios que o planejamento estratégico pode trazer para o setor calçadista, pois é um setor
diferenciado e necessita de muita atenção, por um setor muito importante para a economia
nacional, infelizmente no estudo de caso não pode ser demonstrado um modelo de controle e
avaliação estratégica como na parte teórica, pois isso deve ser posterior ao planejamento, que
ainda será proposto a empresa.
Infelizmente o planejamento estratégico unicamente não pode solucionar todos os
problemas destas empresas espalhadas pelo País, pois muitas vezes fatores da macroeconomia
causam problemas nas empresas, por exemplo, quando houve o reconhecimento da China
como economia de mercado pelo Brasil, onde o país para facilitar a entrada de produtos
agropecuários lá, de certa forma atrapalhou muitas empresas nacionais, pois eles também
ficaram mais livres para exportar seus produtos mais baratos, e podemos citar os calçados
brasileiros que tem como principio a qualidade sofrem uma concorrência desleal dos produtos
chineses que chegavam a ser até 60% mais baratos, pois tem materiais sem qualidade como,
por exemplo, o couro sintético, mas nem tudo são noticias negativas, pois recentemente foi
imposta uma taxa de aproximadamente doze dólares para os calçados chineses que entram no
mercado brasileiro, que foi um fato muito comemorado na cidade de Franca.
Para a empresa Zappa, é importante ressalvar a gratidão por ter concedido todas as
informações pertinentes e acima de tudo ter autorizado o estudo, que poderá trazer benefícios
incomensuráveis para a empresa, como o estudo é uma simulação consultoria, será dado as
seguintes recomendações para a empresa:
Avaliar as sugestões de missão e visão, implantá-las, e divulgá-la para todos
clientes, fornecedores e colaboradores;
Aplicar o plano de ação, conscientizar os responsáveis diretos quanto às ações, o
tempo previsto, e os benefícios almejados;
Com base na Matriz BCG, deve se focar no objetivo de aumentar a produção da
marca Youth, sem que se diminua a produção da marca Sândalo, consequentemente,
aumentando a produção como um todo;
Dar prioridade para as estratégias genéricas selecionadas, que aliadas podem garantir
diferenciais competitivos para a empresa;
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Após a implementação das estratégias iniciais colocar em pratica se possível ambos
sistemas de controle estratégico, o ciclo PDCA, e o BSC (Balanced Scorecard), o
ultimo principalmente, já que possibilita mensurar os benefícios alcançados; e
Após o primeiro período, com a empresa mais estruturada, estabelecer objetivos de
responsabilidade sócio-ambiental.
Portanto o planejamento estratégico e suas respectivas ferramentas aqui apresentadas
podem sem duvida nenhuma resolver a maioria dos problemas da empresa, mas deve ser
acompanhada de uma boa liderança, de controle das finanças adequado, além de procurar se
adaptar aos cenários propostos pela macroeconomia.
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8 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Implementação da Estratégia. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2006.
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Aplicações, da intenção aos resultados. São Paulo: Campus/Elsevier, 2004.
FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Cadernos Rumo a Excelência: Estratégias e
Planos. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2008
LEBREIRO, Mariana Clarkson; Balanced Scorecard, 2002, [S.l.] IBMEC
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebolças de; Planejamento Estratégico: Conceitos,
Metodologias, Praticas. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
PORTAL DA ADMINISTRAÇÃO. Sítio eletrônico do Portal da Administração. Ciclo
PDCA. >www.portaldaadministracao.org/tag/ciclo+pdca< acessado em 10/11/2009
RENÓ, Maria Luiza Grillo; ABC E BSC: Ferramentas Importantes na Elaboração de
Estratégia Empresarial. s. d. 13 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em
Engenharia de Produção). Instituto de Engenharia de Produção e Gestão, Universidade
Federal de Itajubá, Itajubá, s. d.
TZU, Sun; A arte da Guerra: Os Treze capítulos originais. São Paulo: Jardim dos Livros,
2007.
WRIGHT, Peter; KROLL, Mark J; PARNEL, Jonh; Administração Estratégica: Conceitos.
São Paulo: Atlas, 2007.
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9 ANEXOS
Imagem 1: Linha de montagem
Fonte: Autor
Imagem 2: Apontamento de Sola (Colação)
Fonte: Autor
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Imagem 3: Vista panorâmica do Estoque
Fonte: Autor
Imagem 4: Área de Corte
Fonte: Autor