Post on 05-Dec-2014
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PLANEJAMENTO DO ENSINO:
(RE)SIGNIFICANDO CONCEITOS,
REPENSANDO A PRÁTICA
“[...] ensinar não é transferir conteúdo a
ninguém, assim como aprender não é
memorizar o perfil do conteúdo transferido
no discurso vertical do professor. Ensinar e
aprender têm que ver com o esforço
metodicamente crítico do professor de
desvelar a compreensão de algo e com
empenho igualmente crítico do aluno ir
entrando como sujeito em aprendizagem,
no processo de desvelamento que o
professor ou professora deve deflagrar”
Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia
Por que planejar o ensino?
Porque... a educação formal requer ação
sistemática, organizada e intencional (o planejamento do ensino é a atividade que prepara, organiza e orienta a ação docente);
através do planejamento, busca-se racionalizar a ação, sintonizar intenções (ou objetivos) com os meios e os resultados pretendidos;
Porque o planejamento...
nos leva a expor e justificar nossas
práticas e, assim, a compreender
melhor o que fazemos.
proporciona segurança para a atuação
do professor, que poderá abordar com
mais confiança aspectos imprevisíveis
que surgem na ação;
potencializa a reflexão sobre a prática docente.
Prática pedagógica: incertezas e
imprevisibilidade
Edgar Morin (1996, p. 284): planejamento como
“estratégia” e não como “programa”.
Programa: cadeia de passos prescritos a serem
seguidos rigorosamente e em sequência.
Estratégia: é a arte de trabalhar com a incerteza,
compondo cenários de ação que podem se
modificar em função de informações,
acontecimentos e imprevistos no curso das ações, em seu conjunto.
Planejamento: programa ou estratégia?
Duas perspectivas do planejamento do ensino
como ação burocrática, que consiste no
preenchimento de fichas/elaboração de
planos a serem entregues à
coordenação pedagógica da escola;
como atividade criativa, que pressupõe
conceber e organizar modos de
intervenção em sala de aula para a
promoção de aprendizagens.
Dois modos de conceber o ensino e seu planejamento:
Ensinar = transmitir saberes:
Planejamento do ensino centrado na organização da fala do professor em aulas expositivas.
Preocupações do professor:
o que dizer sobre o tema aos alunos (que
informações e exemplos selecionar para a aula);
que exercícios de fixação propor;
O planejamento não é neutro; está
necessariamente vinculado a uma concepção de ensino.
Ensinar = assinalar caminhos para a
aprendizagem:
o ensino e seu planejamento são
concebidos para potencializar a ação dos
estudantes como sujeitos da
aprendizagem.
preocupações do professor:
selecionar os conteúdos de
aprendizagem;
elaborar estratégias que favoreçam a interação dos
alunos com os objetos do conhecimento;
identificar o que fazer para mobilizar os
alunos para a aprendizagem em sala de aula;
definir quais situações apresentar como problema
inicial a motivar o estudo do tema;
decidir como recuperar o que os alunos já sabem a
respeito do tema ou outros conhecimentos a ele
relacionados;
estabelecer que recursos utilizar para tornar a aula
mais interessante e motivadora;
escolher situações para introduzir as explicações ou
narrativas da disciplina acerca do tema.
AS SEQUÊNCIAS
DIDÁTICAS COMO
FERRAMENTAS DE
PLANEJAMENTO
PEDAGÓGICO
Para Antoni Zabala, sequências didáticas são
“um conjunto de atividades ordenadas,
estruturadas e articuladas para a realização
de certos objetivos educacionais, que têm
um princípio e um fim conhecidos tanto pelos
professores como pelos alunos”, que “têm a
virtude de manter o caráter unitário e reunir
toda a complexidade da prática, ao mesmo
tempo que (...) permitem incluir as três fases
de toda intervenção reflexiva: planejamento, aplicação e avaliação.” (1998, p.18)
Numa sequência didática devem existir atividades:
Que permitam determinar os
conhecimentos prévios dos
alunos em relação aos novos conteúdos de aprendizagem.
Em que os conteúdos são propostos de
maneira significativa e funcional para os estudantes.
Que devem ser adequadas ao nível de desenvolvimento de cada estudante.
Que representem desafios possíveis para o estudante e que permitam a percepção da zona de desenvolvimento proximal sobre a qual se possa intervir.
Que promovam uma atitude favorável e
que sejam motivadoras em relação à aprendizagem dos novos conceitos.
Que estimulem a autoestima e o
autoconceito do estudante em relação às
aprendizagens, para que ele perceba que
seu esforço vale a pena.
Que facilitem a aquisição de habilidades
ligadas ao aprender a aprender, para que
o estudante se torne cada vez mais autônomo
frente aos processos de aprendizagem.
Sequência Didática – um mapa conceitual
Referências Bibliográficas
AGUIAR Jr. Orlando. Planejamento de
ensino. SEE MG. 2005.
ZABALA, Antoni. A prática pedagógica: como
ensinar. Porto Alegre, Artmed, 1998.