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7/26/2019 Planeamento Da Manuteno - ESTS
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ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE SETBAL
ENGENHARIA ELECTROMECNICA
4 ANO
PLANEAMENTO
DA
MANUTENO
2 edio (2003)
Filipe DideletJos Carlos Viegas
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Introduo geral
Estes apontamentos da disciplina de Planeamento da Manuteno, leccionada no 4 ano
do curso de Engenharia Electromecnica, no pretendem evitar a consulta de outras
obras relacionadas com os temas abordados na disciplina. Pretendem apenas conter,
numa nica fonte de consulta, todos os sucessivos temas abordados, ordenados segundo
a sequncia de abordagem.
A profundidade com que os diversos assuntos aqui so descritos obviamente
reduzida. Os temas so tratados de forma necessariamente geral, deixando ao cuidadodo leitor, sempre que o trabalho que tenha em mos o imponha, a consulta de obras
mais especficas.
Contudo, para os fins meramente pedaggicos a que se destinam, estes apontamentos
cobrem os temas focados na disciplina e podem ser usados como elementos de estudo e
preparao para as diferentes provas e exames necessrios para a obteno de xito
acadmico.
Os apontamentos esto divididos em 4 captulos, correspondentes s divises
constantes do programa da disciplina.
A opo por cada um destes captulos tem a ver com a integrao desta disciplina no
contedo curricular do curso de Engenharia Electromecnica, nomeadamente no que
naquele contedo se tem de considerar inserido no grupo de disciplinas de
Equipamentos Mecnicos.
Assim, nesta disciplina que, no 2 ciclo de licenciatura, a primeira de um conjunto de
disciplinas relacionadas com os temas da Manuteno, da Fiabilidade e da Gesto de
Equipamentos, pretendeu-se que fossem tratados aqueles assuntos que, embora de
mbito geral, no tinham sido abordados pelas disciplinas do bacharelato, por um lado,
e que no se enquadravam facilmente no conjunto de disciplinas previstas para o 2
ciclo da licenciatura, por outro.
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Todos aqueles assuntos tm, contudo, em comum o facto de serem ferramentas
necessrias a uma gesto avanada da Manuteno nas empresas industriais ou de
servios e de se cruzarem com muitos outros temas tratados de forma mais profunda no
curso como, por exemplo, a Fiabilidade ou a Gesto de Equipamentos.
So, assim, aqui tratados a Manutibilidade, conceito que no abordado no
bacharelato, na disciplina de Manuteno, e o Planeamento da Manuteno, que vai
necessitar, para se implementar, do domnio dos temas que se seguem, a Gesto de
Stocks e o TPM.
De notar que no se pretendeu construir um trabalho original e que, portanto, e
nomeadamente no que ao 3 captulo diz respeito, alguns dos conceitos descritos sepodem encontrar em obras citadas na bibliografia. Exemplo disso o livro, da autoria
do Eng Rui Assis, Manuteno Centrada na Fiabilidade. Daqui a nossa vnia ao
autor.
Esperando que estes apontamentos possam ser teis aos alunos da EST, desejamos a
todos os seus utilizadores os melhores sucessos.
Os autores
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NDICEPag.
Introduo geral 2
ndice 4
1. Manutibilidade e Manuteno 6
1.1 Manutibilidade 6
- Definio- Dimenso matemtica- Manutibilidade e organizao
1.2 Manuteno 12
- Tempo de explorao
2. Planeamento 16
2.1. Introduo e definio 16
2.2. Documentao ( relao de aces por unidades de interveno ) 16
2.3. Dispositivos de planeamento 17
2.4. Plano de cargas 20
2.5. Planeamento de trabalhos e apoio informtico 232.6. Meios de controlo 24
- Oramento de manuteno
- Gesto de manuteno
2.7. Informtica operacional de manuteno 32
Tarefas a informatizar
Caracterizao de informao a tratar
Caractersticas dos meios de tratamento de informao Factores de sucesso e etapas a prever
3. Gesto de stocks 42
3.1 Introduo e definio 42
3.2 Modelos de reposio parastock 43
3.3 Factores a considerar num modelo 45
3.4 Modelos de reviso contnua 51
3.5 Modelos de reviso peridica 52
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Pag.
3.6 Stock de segurana 54
3.7 Modelos probabilsticos para clculo de consumos 59
3.8 Conceito de L C C 63
4. TPM Manuteno Produtiva Total 744.1 Generalidades sobre o TPM 74
4.2 Noo de melhoramento do rendimento das instalaes 76
4.3 Comparao das perdas crnicas e das perdas imprevistas 90
4.4 Princpio para atingir a avaria zero: fazer aparecer os defeitos ocultos 94
4.5 As quatro fases para chegar avaria zero 105
4.6 Programa de melhoramento da mudana de ferramentas 114
Bibliografia 127
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1 MANUTIBILIDADE E MANUTNO
1.1 Manutibilidade
A Manutibilidade uma das dimenses a ter em conta na fase de concepo de um
sistema com o objectivo de conseguir a sua eficcia, isto , a sua aptido geral para
cumprir uma determinada misso.
A Manutibilidade essencialmente uma caracterstica de concepo e de fabricao.
Durante os estudos de manutibilidade, tudo o que seja susceptvel de influenciar a
aptido de um rgo para receber manuteno tido em conta. A manutibilidade
traduz, assim, a capacidade de um sistema ser mantido em boas condies
operacionais, enquanto a manuteno constitui um conjunto de aces empreendidas
com objectivo de repor o sistema falhado nas condies operacionais de como
novo.
A Manutibilidade aparece-nos, assim, como um parmetro do design do sistema e a
manuteno como o resultado desse design.
A manutibilidade, sendo uma caracterstica (ou parmetro) do design do sistema, pode
ser expressa em termos de:
- Frequncia de manuteno (probabilidade de um sistema no necessitar de
manuteno mais do quexvezes num certo perodo, desde que operado em condies
pr- estabelecidas);
- Tempo de manuteno (probabilidade de um sistema ser recuperado dentro de um
certo perodo tempo de calendrio ou horas de trabalho quando a manuteno
realizada em condies preestabelecidas de procedimentos e recursos);
- Custo de manuteno (probabilidade que o custo de manuteno de um sistema no
exceda y escudos num certo perodo, quando operado e mantido em condiespreestabelecidas).
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O tempo de manuteno o indicador mais vulgarmente utilizado.
Hoje em dia, os sistemas (ou produtos) possuem um alto grau de sofisticao e
satisfazem a maioria das expectativas. Contudo, a experincia revela que a fiabilidade muitas vezes marginal e que os sistemas se encontram inoperacionais parte
considervel do tempo, implicando custos no desprezveis.
Dimenso matemtica
A fiabilidade, sendo resultado, por um lado, da concepo e modo de fabricao dosistema e, por outro, das condies ( de carga e ambientais) em que a sua operao se
desenrola, vai determinar a frequncia com que as falhas ocorrem. Contudo, se o
sistema dispuser de boas caractersticas de manutibilidade, as falhas sero fcil e
rapidamente remediadas e as consequncias sero mnimas, talvez mesmo
irrelevantes. Seno, pode acontecer que, paradoxalmente, disponhamos de um sistema
altamente fivel mas que, devido a insuficientes caractersticas de manutibilidade,
sofra falhas de consequncias graves.
Exemplos de cada um dos casos acima expostos so, por um lado, os computadores e
os automveis, com baixa fiabilidade e alta disponibilidade, fruto de uma boa
manutibilidade, e, por outro, alguns equipamentos de transporte que, possuindo
embora uma boa fiabilidade, quando em avaria apresentam tempos de reparao
elevados.
Em termos quantitativos, interessante notar que o tempo mdio entre avarias,
MTBF, um parmetro de fiabilidade e que o tempo mdio de reparao, MTTR,
um parmetro de manutibilidade.
O termo manutibilidade traduz, em concreto, a preocupao em conseguir que um
sistema, durante as intervenes de manuteno, proporcione facilidade de acesso,
condies de segurana, preciso e economia. No mbito desta obra interessa-nos
apenas a ltima.
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Do ponto de vista matemtico, a manutibilidade define-se como a probabilidade de
reparar o sistema e rep-lo nas condies normais de servio no intervalo de tempo
TTR (Time To Repair).
Deste modo, e supondo que os tempos de reparao TTR seguem uma distribuio de
probabilidade exponencial, podemos escrever:
( ) eTTR
TTRf
= (1.1)
Em que:
- n. mdio de operaes de manuteno efectuado por unidade de tempo;
TTR tempo de recuperao;
f(TTR) probabilidade de uma reparao se realizar no tempo TTR.
Mean time to repair (MTTR)
O tempo mdio despendido nas operaes de manuteno, MTTR (Mean Time To
Repair), ser dado por:
MTTR =1/ (1.2)
Ou (1.3) = ii fTTRfMTTR /
Em que:
if - frequncia das operaes de manuteno
iTTR - durao das operaes de manuteno.
A manutibilidade M define-se como sendo a probabilidade de uma operao de
manuteno durar at um certo limite de tempo TTR.
==
TTR
t
dteTTRFM0
)(
(1.4)
TTReM = 1 (1.5)
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Esta expresso, aplicada a um nmero determinado de componentes que avariam,
representa a percentagem de componentes que podem ser reparados no perodo de
tempo TTR. Se a expresso for aplicada a um nico componente, representa a
probabilidade de que a reparao se possa realizar no intervalo de tempo TTR.
Descritores da manutibilidade
A funo f(TTR) pode ser, aproximadamente, descrita por:
- Uma distribuio de probabilidade Normal no caso de equipamento simples que norequer um especialista ou no caso de operaes repetitivas;
- Uma distribuio de probabilidade exponencial negativa no caso de equipamento de
complexidade mdia-alta ou no caso de operaes no repetitivas;
- Uma distribuio de probabilidade lognormal ou gammano caso de equipamentos
complexos ou de muitas operaes elementares.
Vejamos ainda outra definio de manutibilidade aplicada a sistemas muito
complexos. Nestes sistemas os tempos de reparao podem ser muito diferentes,
conforme a parte que avaria, e a disponibilidade, no momento, dos sobressalentes e
dos tcnicos especializados.
Nestes casos, define-se a manutibilidade como sendo igual ao tempo mdio de
reparao ou, ento, ao tempo de reparao por hora de servio do sistema. Por tempo
mdio de reparao dever entender-se o tempo durante o qual se pode esperar que
seja reparada uma percentagem fixa de avarias.
O tempo de manuteno por hora de servio do sistema representa o nmero
necessrio de horas-homem de manuteno por cada hora de servio do sistema. Por
exemplo, num caso de um helicptero de transporte, em que se privilegia a
fiabilidade, a manutibilidade cerca de uma hora-homem/hora de voo, enquanto no
caso de um helicptero de combate, em que se privilegia o rendimento em vez da
fiabilidade, a manutibilidade cerca de 7 horas-homem/hora de voo.
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Notar que, quando nos referimos a um equipamento, o TTR (Time To Repair)
corresponde ao perodo que medeia entre o momento em que o equipamento falha
(devido a uma qualquer causa) e o momento em que volta a funcionar normalmente.
O TTR de um equipamento inclui, portanto, quer o tempo de reparao propriamente
dito quer os tempos de espera. A tabela seguinte mostra que, por vezes, a soma destespode ser bastante superior.
Tempo total de paragem (TTR)
Mquina
pra
Chamar o
tcnico
Diagnosticar
A causa
Procurar as
peas de
reserva
Reparar a
avaria
Ensaiar a
mquina
Mquina volta
a funcionar
Tempo dereparao
Tabela 1.1
Normas existentes
Existem normas sobre manutibilidade que podero encontrar-se nos Military
Handbooks (MIL-HDBK)de origem norte-americana.
- A MIL-HDBK-472 descreve quatro mtodos que podem ser usados para prever as
duraes de operaes elementares (que compem o MTTR de um sistema),
baseando-se em condies vrias, como, por exemplo, a acessibilidade aos rgos, os
nveis de qualificao dos tcnicos, etc. Estes campos podem servir de apoio ao
planeamento de intervenes de manuteno correctiva ou preventiva de novosequipamentos;
- A MIL-HDBK-471 descreve os procedimentos normalizados para certificaes em
fiabilidade. Esta norma usa o mtodo III da MIL-HDBK-472, aplicado, desta vez,
medio das operaes elementares e no sua previso a partir de planos. A seleco
das actividades a medir podem ser acordadas ou seleccionadas de uma lista de
actividades de manuteno.
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A descrio dos contedos destas e de outras normas, sobre fiabilidade e
manutibilidade, pode ser consultada na INTERNET no seguinte endereo:
http://www.enre.umd.edu//mil.htm.
Manutibilidade e organizao
Muitas empresas industriais desenvolvem actualmente um grande esforo no sentido
de maximizar a flexibilidade dos seus equipamentos de forma a conseguirem oferecer
aos seus clientes prazos curtos de entrega e, simultaneamente, manter nveis destocks
baixos. Este objectivo s possvel alcanar produzindo em lotes pequenos, os quais,
por sua vez, s podem ser viabilizados num equipamento com capacidade totalmentetomada, se os tempos de mudana de srie forem curtos.
Tal como em condies de Formula 1, em que a sorte de uma corrida depende de
mais ou menos segundos passados nas boxes, as empresas procuram organizar os
postos de trabalho de forma a que nada seja deixado ao acaso. Existem instrues de
posto (ou check lists) expondo de forma clara todos os procedimentos necessrios a
desenvolver no momento de um arranque e todo o pessoal (operadores e outros
tcnicos) continuamente treinado, tendo em ateno esses momentos de maior
exigncia de aco. Para alm destas medidas de natureza organizacional, outras, de
natureza tcnica (por exemplo, dispositivos de guiamento e de aperto rpido,
uniformizao da altura das abas das ferramentas), so exaustivamente estudadas e
implementadas.
Toda esta preocupao metodolgica, aplicada a arranques de mquinas, deve ser
estendida s intervenes de manuteno, de forma a maximizar a manutibilidade e
minimizar os custos de paragens.
Quando se verifica a paragem no programada de um equipamento, constatamos a
ocorrncia de dois tipos de perdas econmicas:
- Custos directamente proporcionais frequncia de paragens do equipamento ou
inversamente proporcionais sua fiabilidade;
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16- Custos directamente proporcionais ao tempo de imobilizao do equipamento ou
inversamente proporcionais sua disponibilidade;
Os primeiros devem-se, sobretudo, a:
a) perdas que se originam no momento de paragem, por exemplo: desperdcios dematria prima e/ou componentes em curso de transformao;
b) perdas que se originam no momento de arranque, por exemplo: pr-serie rejeitada
antes da qualidade estabilizar;
c) peas substitudas e materiais de consumo corrente.
Os segundos devem-se, sobretudo, a:
a) produo perdida e, logo, no vendida, originando um custo de oportunidade;b) perdas trmicas para o ambiente, quando necessrio manter temperaturas em
equipamentos trmicos;
c) contratao de tcnicos especializados e/ou aluguer de equipamentos especiais.
Estes custos, frequentemente ocultos, podem atingir montantes insuspeitos e
contrariam o nosso propsito de melhoria da eficcia operacional.
1.2 Manuteno
As intervenes de manuteno podem ser, essencialmente de duas naturezas:
1. Manuteno correctiva, no caso das falhas sbitas e imprevisveis (catastrficas);
2. Manuteno preventiva, no caso de degradao progressiva.
Podemos generalizar e descrever as diferentes formas de manuteno segundo a formailustrada na figura seguinte.
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Fig. 1.1
Formas de Manuteo
Sistemtica Condicionada
Preventiva Correctiva/
Curativa
Planeada
Curativa
No
Planeada
Manuteno
Manuteno curativa
A manuteno curativa efectuada aps a constatao de uma anomalia num rgo,
com o objectivo de restabelecer as condies que lhe permitam cumprir a sua misso.
Se a anomalia se verificar de forma catastrfica, dizemos que ocorreu uma avaria e a
Manuteno tem de intervir de emergncia. Se a anomalia se revelar de forma
progressiva (por exemplo, um rudo crescente) a interveno da Manuteno pode ser
planeada no momento mais oportuno. Quando o restabelecimento das condies de
funcionamento s possvel atravs de alguma alterao ao equipamento ou quando
as condies de manuteno, tendo em vista a melhoria da manutibilidade e/ou da
fiabilidade, recomendam que essas alteraes se faam, diz-se que a manuteno
correctiva.
Manuteno preventiva
A manuteno preventiva sempre planeada, podendo ser sistemtica ou
condicionada.
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Manuteno preventiva sistemtica e por controlo de condio
- As intervenes sistemticas desencadeiam-se periodicamente, com base noconhecimento da lei de degradao aplicvel ao caso do componente particular e de
um risco de falha assumido;
- As intervenes por controlo de condio desencadeiam-se no fim de vida til dos
componentes momento em que possvel prever medindo as tendncias dos
parmetros que reflectem a sua degradao atravs das tcnicas de controlo de
condio (anlises de vibraes, de temperaturas, de contaminantes nos leos, etc.).
O Quadro seguinte resume as particularidades de dois tipos de manuteno.
Tipo de
manuteno
Intervalo de
tempo entre
interven es
Durao Previsvel
(planevel?)
Manuteno
correctiva
Aleatria Aleatria Em parte sim
Manuteno
preventiva
Peridica ou
funo da
degradao real
Em grande parte
predeterminada, em
parte aleatria
Sim
Tabela 1.2
Dada a influncia que a poltica de manuteno tem no custo global, ocupar-nos-emos
daqui em diante com as economias das decises neste mbito.
Tempo de explorao
Quando os equipamentos apresentam caractersticas de degradao pontual nos
perodos de arranque, como o caso de equipamentos trmicos como motores de
combusto interna, turbinas a vapor, etc., precisamos de definir um tempo defuncionamento equivalente que superior ao tempo de funcionamento real.
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O tempo de funcionamento equivalente Te dado pela expresso :
are TnTT += (1.6)
Em que:Tr Tempo de funcionamento real;
n Nmero de arranques durante o perodo de funcionamento;
Ta Tempo de funcionamento equivalente a um arranque (por exemplo, no caso de
uma turbina a vapor usual o valor de 30 horas, independentemente de os arranques
se processarem a frio ou a quente).
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2 Planeamento
2.1 Introduo e Definio
A funo de planeamento consiste na comparao entre as necessidades e os meios,pondo em execuo um programa de trabalho e atribuindo-lhe os meios necessrios.
O planeamento um ponto de recolha de informaes que representa para o gestor de
Manuteno um meio fundamental de controlo de actividade da manuteno.
2.2 Documentao
A documentao de uma unidade de interveno (UI) essencialmente constituda
pelo caderno de mquina e pelo histrico.
O caderno de mquina compe-se de todas as informaes e documentos respeitantes
vida de uma unidade de interveno, contendo:
Os elementos de identificao Listas de documentos classificados
Modificaes pedidas pelo utilizador (fbrica ou servio, por exemplo)
Melhoramentos pedidos pela Manuteno, etc.
Estes documentos organizam-se, classificando a documentao em:
Documentos de criao da U.I.
Encomendas ao exterior Ordens de trabalho (OT) importantes executadas pela manuteno
Relatrios de peritagens
Relatrios de incidentes
Histrico
O histrico classificado em cada caderno de U.I. agrupa as informaes referentes s
intervenes efectuadas: Nmero de O.T.;
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Data de execuo;
Cdigo de urgncia;
Natureza do trabalho;
Designao do trabalho;
Tempo de funcionamento;
Custo da interveno;
Tempo de paragem de produo provocada pela interveno;
Nvel de utilizao de material.
As fichas de O.T. depois de concludas so classificadas de seguinte forma:
As mais importantes e as mais recentes devem ser arquivadas no
histrico.
As outras devero ser arquivadas pelo n. de ordem do trabalho.
Estas fichas contm os relatrios finais dos trabalhos efectuados.
Na constituio da documentao, preciso ter sempre em conta que:
a) No se dever escolher ferramentas (procedimentos) excessivamente caras e
perfeitas para resolver problemas de manuteno que no estejam na mesmaproporo de importncia e valor.
b) Dever-se- seleccionar a informao. No se deve tratar todos os materiais e todos
os problemas em p de igualdade; com efeito, nestes como noutros casos aplica-se
a lei de classificao A,B,C, ou lei de Pareto, visando, por exemplo, os custos de
manuteno, ficando claro que aproximadamente 20% dos U.I. provocam 80%
dos custos totais da manuteno.
2.3 Dispositivos de planeamento
A execuo de um plano previsional de trabalho e a ordem de execuo dos trabalhos
pedidos faz-se tendo em conta:
Prazos pedidos e prioridades definidas pela produo.
Prazos de aquisio ou de entrega para:
Suplentes
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Subcontratos
Ferramentas ou meios de manuteno especiais.
Fornecimento de servios ou condies exteriores manuteno tais como
paragem de fabrico, meios de segurana, etc..
Capacidade de realizao do pessoal da manuteno.
Esta capacidade deve ser calculada por um lado em funo do pessoal de
servio de Manuteno, e pelo outro em funo da capacidade de
subcontratao.
Os meios materiais inerentes ao planeamento so: Registo de pedidos e O.T. emitidas que originaram;
Dispositivo de emisso de O.T. preventivas;
Plano de carga, com representao grfica da carga prevista.
Ficheiros dosstocks de materiais de manuteno.
Dispositivos de desencadeamento, fiscalizao e acompanhamento das
encomendas ao exterior.
A classificao das O.T. obriga a que todos os trabalhos pedidos pelos vrios sectores
sejam classificados:
Por sector de fabrico, a fim de facilitar as ligaes entre a Manuteno e o
Fabrico;
Por natureza de trabalho, para melhor controlar a actividade do servio de
manuteno;Manuteno curativa
Manuteno preventiva
Manuteno correctiva
Melhoramento e modificaes para o fabrico
Novos trabalhos, etc.
Por nveis de urgncia ou graus de prioridade (GP):
GP1
Trabalhos a executar imediatamente devido a :
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Perigo iminente de segurana pessoal;
Paragem da produo (ou diminuio sensvel);
Defeito de fabrico.
GP 2
Trabalhos urgentes a executar no prazo de alguns dias.
GP 3
Trabalhos programveis
Trabalhos com data ou perodo de execuo definido.
GP 4
Trabalhos a efectuar com a disponibilidade da manuteno.
Os vrios estados em que se encontra uma ordem de trabalho (O.T.) podem-se
classificar em:
O.T. a aguardar estudo;
O.T. a aguardar deciso;
O.T. a aguardar previso de oramento;
O.T. a aguardar preparao;
O.T. em preparao;
O.T. preparada em espera de paragem de produo;
O.T. preparada em espera de aprovisionamento;
O.T. preparada disponvel ;
O.T. subcontratada.
A classificao das fichas de O.T. faz-se por intermdio de sinalizaes nos planos de
carga utilizada:Um sinal por sector de fabrico
Um sinal por estado de avano de trabalho
Em cada ficha de O.T. deve-se visualizar:A natureza do trabalho;
A urgncia;
O perodo de execuo.
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2.4 Plano de cargas
A execuo de um plano de cargas dever ter em conta os seguintes princpios de
funcionamento:a) Definir o n. de meses sobre que recai a carga previsional (habitualmente 4 a 8
meses, conforme o tipo de indstria).
b) Clculo da capacidade terica de realizao mensal, por especialidade profissional
do pessoal da manuteno. Este potencial poder ser representado sob a forma
grfica.
c) Definio do perodo de programao: semanal, quinzenal, mensal.
d) Calculo estatstico das horas gastas em imprevistos por especialidade profissional,de acordo com a formula:
imprevistos=U1+U2+AI+FS+t(U3+U4)+OPT (2.1)
em que:
U1= urgncias correspondentes a GP 1
U2= urgncias correspondentes a GP 2
AI = ausncias imprevistas
FS= fases suplementares
t(U3+U4)= desvios entre tempos previstos e realizados em urgncias
correspondentes a GP 3 e GP 4.
OPT= ordens de pequenos trabalhos ( trabalhos que por serem muito
pequenos no fazem parte de ordens de trabalho OT )
Logo que a organizao da manuteno e da fabricao esto estabilizadas, os
imprevistos mensais por especialidade profissional tendem a tornar-se constantes
sendo importante:
e) A visualizao das cargas de imprevistos sobre a forma grfica
f) Clculo das horas de abstencionismo previstas por perodo de programao,
tambm sobre a forma grfica.
g) A diferena por especialidade profissional e por perodo de planeamento entre:
Horas tericas - ( carga de imprevistos + previso da absteno ) =
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Carga programvel
h) Uma vez por dia as horas correspondentes s O.Ts preparadas ou estimadas em
U3 e U4 que so carregados em funo de:
Dos prazos solicitadosDos prazos de aprovisionamento, ou de entrega
Dos meios necessrios
Das disponibilidades de carga
Na carga programada devem-se utilizar diferentes cores na representao grfica:
O verde para as O.T preparadas e disponveis
O vermelho para as O.T preparadas e bloqueadas
O amarelo, ou outra cor, para a carga estimada.
As reas disponveis por especialidade e por perodo informam sobre as capacidades
de execuo.
i) Logo que o chefe da Manuteno receber um pedido de trabalho, dever consultar
o quadro de cargas e se no for possvel respeitar o prazo pedido dever:
Ver com a entidade que solicitou o trabalho se o prazo pode ser alterado.
Caso contrrio faz-lo definir prioridades e decolar outros trabalhos de outros
clientes.
Ou subcontratar ou aumentar a capacidade de execuo.
j) Uns dias antes de cada perodo de programao, o Planeamento d oficina as
fichas das O.T. preparadas e disponveis, correspondendo ao perodo. O chefe da
manuteno dever certificar-se, no quadro de carga, que a carga programada no
perodo corresponde capacidade real de realizao para o seu efectivo de pessoalnesse mesmo perodo.
k) Todos os dias o planeamento dever descarregar as horas previstas por
especialidade e por perodo dos trabalhos realizados na vspera.
l) Uma vez por ms, desde que o quadro de carga esteja a funcionar normalmente, e
por cada perodo de programao, pelo menos nos primeiros 6 meses de colocaoem servio do sistema, faz-se:
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Controlo total da carga representada graficamente
As modificaes ao programa necessrias.
As modificaes ao programas podem ser efectuadas diariamente ou aquando das
reunies manuteno - produo.
Objectivos do quadro de carga
O quadro de carga constitui para o gestor de manuteno a principal ferramenta de
controlo do seu servio, permitindo:
Determinar o efectivo da manuteno mais adequado (econmico) por
especialidade profissionalDefinir melhor a relao necessidades e meios
Controlar a participao e utilizao do pessoal por especialidade.
Prever a necessidade de subcontratao, ou esforos temporrios necessrios
Cumprir prazos
Seguir a evoluo do programa de trabalhos por especialidade profissional
O quadro de carga uma ferramenta de gesto e um meio de reduo de custos de
manuteno.
Pode ser implementado logo que os trabalhos controlados (estimados ou preparados)
representem pelo menos 40 a 50% das horas totais de manuteno.
Os trabalhos de melhoramento sero os ltimos a terem prioridade no quadro de
planeamento
O planeamento dos materiais
Para planear os trabalhos preciso dispor, ou pelo menos ter conhecimento preciso,
dos prazos de entrega dos materiais e subcontratos.
O planeamento do servio de manuteno dever portanto ter a responsabilidade do
armazm de materiais para a manuteno.
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Para trabalhos importantes ou a executar durante uma paragem de produo, preciso
com antecedncia reservar os materiais e as peas sobresselentes necessrias. Se os
prazos de entrega forem incompatveis, deve-se ento propor o atraso do incio dos
trabalhos.
Uma boa execuo do programado depender tambm do respeito pelos prazos de
aprovisionamento tanto para materiais como para servios.
O planeamento tem uma funo de seguimento de encomendas ao exterior, que lhe
permite relanar as compras ou os fornecedores, a ttulo preventivo, para todos os
trabalhos que provoquem o bloqueamento de uma ordem de trabalho.
2.5 Planeamento de trabalhos e apoio informtico
O planeamento dos trabalhos faz-se, como na preparao de trabalhos, em rea grfica
destinada funo.
Este planeamento permite:
Ter em dia as O.T. em carteira, at ao seu encerramento.
Efectuar automaticamente as classificaes previstas para as O.T. em carteira.
Comparar a carga programvel com a carga prevista dos trabalhos a executar (U3
e U4), por especialidade profissional e por perodo de programao (em princpio
semanal).
Ter em dia por especialidade profissional e por semana, o plano de carga (para 6
meses ou mais) com:
A capacidade terica de realizao
A capacidade efectiva de realizao (potencial terico - absteno previsto)
A carga reservada a imprevistos
A carga programada
A carga disponvel
Efectuar para cada O.T., em funo das informaes do planeamento, uma
proposta de agendamento a aprovar pelo utilizador.
Assinalar as incompatibilidades de durao e prazos bem como de sobrecargas.
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Simular um novo plano de cargas, sempre que haja modificao, efectuada pelo
utilizador, de um ou mais parmetros.
Efectuar actualizaes do plano de cargas descarregando diariamente as horas
previstas das fases de trabalho terminadas.
A informtica actua de forma a:
Diminuir a carga de pessoal do planeamento.
Suprimir os suportes materiais de classificao e visualizao (ficheiros, quadros
de planeamento, etc.) das fichas de O.T., sendo os documentos editados s
quando necessrio.
Permitir a difuso instantnea do plano a todos os interessados
No aconselhvel na funo manuteno, por razes de complexidade e
rentabilidade, uma informatizao mais potente, que contemplaria aspectos como:
Prever as diferentes simulaes possveis em funo dos diferentes parmetros
Estabelecer a optimizao do plano de carga
Propor modificaes de certos parmetros quando haja incompatibilidades
De facto, mesmo com os enormes avanos que se tm registado na informatizao, s
para organizaes j de algum porte aconselhamos a que se contemplem os ltimos
pontos acima focados.
2.6 Meios de controlo
A fim de assumir as responsabilidades do servio de Manuteno, necessrio que o
seu responsvel tenha meios de controlo. Esses meios devero permitir avaliar a
situao e a sua evoluo de forma a permitir tomar decises no sentido do
melhoramento continuo da gesto, e consequente minimizao dos custos de
manuteno.
Para alm dos controlos por amostragem, que podero ser sempre feitos, utiliza-se
essencialmente trs tipos de controlo:
Atravs das ferramentas de gesto e controlo dos Mtodos e Ordens de trabalho
realizados.
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Atravs da oramentao prevista para a rea da manuteno, controlando as despesas
previstas e realizadas para os vrios itens.
Atravs do acompanhamento e controlo dos vrios racios de gesto criados.
A ajuda informtica essencial para o estabelecimento e seguimento das verbas doprograma de manuteno, para a anlise tcnica dos custos, para o clculo dos racios e
para a actualizao permanente do planeamento.
Este tipo de assistncia torna-se indispensvel se se pretende dispor de uma
informao completa das despesas, em materiais e mo-de-obra, bem como da
facturao.
O oramento de manuteno
A organizao descrita deve permitir estabelecer um oramento a partir do programa
previsional de manuteno.
Este oramento de manuteno tem como objectivos:
a) Fazer participar os agentes de mtodos bem como os executantes, num trabalho
analtico de estabelecimento do oramento, e consequente corresponsabilizao no
controlo de despesas, dando-lhe meios para corrigir a sua aco quando
necessrio.
b) Fazer comparaes detalhadas entre despesas e previses de forma a permitir
detectar facilmente as causas dos desvios e proceder sua correco, o que obriga
a ter um servio que siga in time todas as despesas de manuteno. ento
possvel muitas vezes encontrar uma justificao tcnica para os desvios
encontrados.
Um acompanhamento deste tipo s se justifica tendo apoios informticos para a
gesto da manuteno e nos casos em que os custos da manuteno tenham um
significado importante no valor acrescentado da firma.
Na maior parte dos casos a aco de controlo limita-se a:
a) Registar as grandes despesas referentes s grandes operaes de manuteno.
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b) Seguir as despesas previstas e realizadas e seus desvios, por centros de custos ou
oficinas. Estes desvios no so inicialmente significativos e s servem para um
controlo global ao nvel de grandes centros de custo.
c) Fazer a correspondncia entre os custos de manuteno e actividade de produo.
d) Dar chefia de manuteno um meio que lhe permita responder s solicitaes dereduo de despesas por parte da direco, bem como avaliar os eventuais riscos
da resultantes.
O estabelecimento de um oramento necessita de uma boa organizao na rea da
manuteno, implicando:
A responsabilizao sobre a gesto da manuteno de todo o equipamento.
A possibilidade de distino das despesas de manuteno. Estabelecimento de cdigos para os objectos de manuteno (equipamentos).
A existncia de um plano de manuteno preventiva.
A existncia de um histrico, bem como de ferramentas de anlise desse histrico
de forma a poder estabelecer a relao entre despesas de manuteno
preventiva/correctiva.
Ter disposio dados estatsticos sobre tempos e custos das intervenes da
manuteno.
Sendo conhecidos os dados anteriores, vamos agrup-los por unidades de interveno
e por ms, tendo em conta a actividade de fabricao e as intervenes de manuteno
preventiva para o perodo.
A cada tipo de interveno de manuteno corresponde um tempo e um custo que so
a norma da interveno; calculam-se seguidamente as despesas de manuteno
preventiva e de manuteno correctiva, que so proporcionais, repartindo-se por
meses, tendo em conta a actividade da produo. Finalmente faz-se um sumrio das
previses das despesas por ms:
por unidade de interveno
por tipo de manuteno
por fbrica ou centro de custo
por sector e oficina.
Obtm-se assim o oramento programa de manuteno estabelecido.
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O quadro de controlo da manuteno
Os principais aspectos da manuteno tm necessidade de ser controlados atravs de
um quadro de controlo, e so:
custo directo da manuteno do equipamento.
a gesto e actividade do servio de manuteno
respeito pelos prazos estabelecidos.
a qualidade do servio prestado.
a produtividade do pessoal
a gesto destocks de manuteno.
a gesto de pessoal de manuteno
Cada um destes aspectos controlado com a ajuda de um ou mais racios e de
informaes que iremos referir adiante. Os elementos que permitem estabelecer estes
racios so fornecidos pela Contabilidade, pelo Servio de Pessoal, pela Produo,
pelas Compras e pela Manuteno.
Podemos tambm listar as informaes necessrias ao controlo:
a) Custo directo da manuteno do equipamento
oramento e despesas de manuteno
para o conjunto da fbrica mensal
por sector acumulado
decomposio das despesas de manuteno (em percentagem e em valor).
por natureza das despesasmo-de-obra directa
peas (sadas de armazm; compras directas)
subcontratos (cedncia de mo-de-obra e outros)
por natureza da manuteno
manuteno preventiva
manuteno curativamanuteno correctiva
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por cliente ou sector produtivo
b) Custo da manuteno
em % do valor acrescentadoem % do preo
em % do valor actualizado do equipamento
por unidade produzida (tonelada, metro cbico, hora, quilometro, etc.).
c) Gesto e funes da manuteno
Estabelecer o oramento de explorao para a manuteno (preo/hora standard;preo/hora real).
Decompor a verba oramentada para a manuteno em percentagem e em valor
por natureza de trabalho
manuteno preventiva
manuteno correctiva
manuteno de melhoria
alteraes nos equipamentos de fabrico
novos trabalhos
trabalhos na rea da segurana
Decompor o nmero de horas gastas (em percentagem e em quantidade)
por natureza do trabalho
por grau de urgncia
Decompor o nmero de intervenes efectuadas (em percentagens e em
quantidade)
por natureza do trabalho
por grau de urgncia
Determinar o tempo mdio por interveno
d) Controlo de atrasos
O controlo de atrasos pode ser estimado pelos racios seguintes:
Carga reservada a Imprevistos
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Trabalhos (U3+U4) em tempo previstoTrabalhos (U3+U4) em tempo gasto
Tempo previsto (U2+U3+U4)Tempo gasto (U2+U3+U4)
(2.2)
Controlo do nmero de OT em curso
por cliente
por natureza do trabalho
por estado de progresso
Controlo do nmero de Ordens de Trabalhos pendentes
por cliente
por estado (reserva; urgente; bloqueado ou suspenso)
tendo em conta a variao do nmero de trabalhos em curso
contabilizando o atraso mdio de uma OT GP3
e) Qualidade do servio prestado
A qualidade do servio prestado mede-se pela diminuio do nmero de avarias,
dos imprevistos e das perdas por defeitos de qualidade e consequentemente peladiminuio dos custos indirectos.
A partir de um certo limite (ponto de optimizao entre custo directo/custo
indirecto) haver uma situao de sobre-qualidade que ser acompanhada de um
sobre-custo.
f) Custo indirecto por rea de fabrico
Horas de paragem do equipamento para manuteno x 100 (2.3)Horas tericas totais
As horas tericas totais correspondem soma das horas de funcionamento com as
horas de paragem por qualquer motivo. Este racio ser seguido para os equipamentos
chave do fabrico.
Horas gastas em U1_______ em % (2.4)Horas totais de manuteno
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Horas de manuteno preventiva em % (2.5)Horas totais de manuteno
Horas de manuteno de melhoria em% (2.6)Horas totais de manuteno
g) Produtividade do pessoal
A produtividade do pessoal, pode avaliar-se atravs de:
resultados de observaes pontuais
controlo de tempo gasto em trabalhos, tipo e frequentes (constituindo
um tempo mdio)
tempo mdio por interveno
tempos previstos / tempos realizados.
h) Gesto dos Stocks de Manuteno
A gesto dos stocks de manuteno pode avaliar-se atravs da anlise de vrios racios
e parmetros seguintes:
Taxa de rotao = valor anual de sadasValor do stock(2.7)
Ou atravs do ndice de cobertura ou do nmero de meses em stock, globalmente e
por famlias de artigos.
valor do stock global e por famlias de artigos
valor das sadas globais e por famlias de artigos
nmero de artigos em stocknmero de novos artigos
nmero de artigos suprimidos
valor mdio de um artigo em stock
______Valor do stock__________ x 100 (2.8)Valor actualizado do equipamento
taxa de ruptura dostock, global e por famlias de artigos.
i) Gesto do pessoal de manuteno
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A gesto de pessoal pode avaliar-se atravs da anlise de vrios indicadores e
parmetros que se seguem:
organigrama do servio, actual e previsto para os prximos anos
repartio dos efectivospor categoria
por funo
por especialidade profissional
ndice de tenacidade do pessoal
nmero e gravidade dos acidentes (total; por especialidade; por equipa)
horas suplementares (total; por especialidade; por equipa) horas de absentismo (total; por especialidade; por equipa)
valor do material aplicado
por agente de mtodos
por encarregado
oramento de manuteno
por agente de mtodos
por encarregado custos de manuteno
por agente de mtodos
por encarregado
horas gastas (pessoal interno + subcontratados) por agente de mtodos e por
encarregado.
nmero de entradas em armazm por fiel de armazm.
nmero de movimentos por operador.
Dever-se- sobretudo ter em ateno que:
O quadro de controlo da manuteno, no dever nunca ser considerado como um
depsito volumoso de informaes; mas sim uma ferramenta de controlo dinmica
virada para a aco. Devendo-se seleccionar, aps a anlise s os racios e outras
informaes significativas.
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absolutamente necessria uma reunio mensal do chefe de manuteno com os seus
principais colaboradores, devendo ter como objectivo analisar as evolues dos racios
e outras informaes que permitam tomadas de deciso ou anlises mais detalhadas
em relao a certos sectores da manuteno.
O chefe da manuteno dever fazer todos os meses um pequeno relatrio
administrao que contemplar a situao e evoluo do servio de manuteno,
suportada por racios, bem como outras informaes importantes referentes a aces
tomadas e problemas surgidos no perodo.
2.7 Informtica Operacional de Manuteno
A informtica foi durante muito tempo o monoplio dos informticos que se
preocupavam em exclusivo com os sectores da Contabilidade e Administrao das
empresas.
A informtica encontra-se hoje desmistificada e os utilizadores, conscientes das suas
potencialidades no apoio gesto, utilizam-na massiamente.
preciso evitar no entanto alguns contratempos na sua aplicao: alguns utilizadores
podem ser tentados a utilizar meios informticos (PC) para tratar dos seus problemas
de uma forma independente dos restantes sectores da empresa. Esta ser uma soluo
que conduzir falta de normalizao do material informtico com o correspondente
encarecimento da sua manuteno; outro aspecto, no menos grave, o facto dos
dados tratados interessarem seguramente a outros utilizadores, que vem assim
dificultado o acesso aos dados, encarecendo a sua utilizao e gerando uma certa
anarquia de fontes de dados.
Alguns informticos tm dificuldade em entender que a sua funo consiste em apoiar
os utilizadores e no em ignorar as suas necessidades, opondo-se sistematicamente a
toda a inovao; esta atitude trava o desenvolvimento do apoio informtico
conduzindo a uma descentralizao dos meios informticos.
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portanto importante que as direces das empresas definam um plano informtico
que contemple todas as necessidades, defina prioridades, orientaes, meios
disponveis e planos de implementao.
A utilizao de meios informticos apresenta as seguintes vantagens:a) Dar aos responsveis bem como aos restantes elementos da manuteno,
informaes detalhadas, seleccionadas, apresentadas de forma operacional, nos
prazos desejados (tempo real se necessrio for), tendo como objectivo a melhoria
do servio e reduo de custos.
b) Descentralizar o acesso informao, em relao a todos os possveis utilizadores
do sistema, diminuindo tempos de deslocao entre seces, procura e
classificao, permitindo o aumento da eficincia do pessoal envolvido.c) Mecanizar certas tarefas manuais e, consequentemente, diminuir os custos
estruturais correspondentes (em particular na gesto destocksde fornecimentos e
peas suplementares).
d) Resolver problemas de soluo manual difcil ou cara, tais como seguir um PERT,
simular ou optimizar parmetros.
e) Aligeirar o sistema administrativo, suprimindo a grande maioria dos documentos
referentes organizao da manuteno.
f) Garantir o respeito dos procedimentos definidos, incluindo os procedimentos de
segurana.
g) Facilitar melhoramentos de estrutura e organizao em particular:
Descentralizar de certos meios de manuteno
Transferncia de operaes de manuteno para a produo
h) Permitir aos outros servios dispor das informaes necessrias, especialmente
aos servios que iro utilizar os dados para executar estudos de fiabilidade ou
outros.
O conjunto destas vantagens concorre para um objectivo fundamental, aumentar a
produtividade da manuteno e reduzir o custo global.
Constata-se na prtica que a informatizao da manuteno contribui para criar um
estado dinmico tendente introduo de inovaes de estrutura , organizao e
gesto da manuteno.
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Dever-se- ter sempre presente, quando se informatiza, que o tratamento e difuso da
informao constitui um meio e no um objectivo, devendo este meio ser ajustado s
necessidades.
Tarefas a informatizar
Vamos enumerar as operaes em manuteno que se podem informatizar:
1. Edio, actualizao e consulta dos cdigos dos equipamentos
2. Na documentao tcnica.
Fichas tcnicas de subconjuntos e rgos.
Cdigos de fornecimentos e peas suplentes por subconjunto ou rgo.
Esquemas sinpticos e check-list de desempanagem.Listas de ferramentas especiais de reparao.
3. Histrico do equipamento.
4. Evoluo e anlise tcnica de custos
Por mquina, linha ou fbrica
Por tipo de mquina.
Por natureza de trabalhos
Por tipo de interveno tcnica.Por tipo de avaria (por tipo de rgo ou por causa da avaria).
Anlise e resoluo de avarias.
5. Preparao de trabalhos.
6. Edio da tabela de tempos para operaes standard.
7. Execuo e acompanhamento do planeamento (PERT ou MOSEC) para obras de
importncia.
8. Plano de manuteno preventiva e de lubrificao.Controlo de utilizao dos equipamentos;
Desencadeamento do programa de visitas em operaes de manuteno
preventiva e de lubrificao;
Edio de visitas-tipo a executar.
10. Ordenamento e controlo das OT.
11. Edio de grficos com carga previsional de mo de obra.
12. Gesto destocksde suplentes.
Edio e actualizao do catlogo do armazm.
Valorizao destocks e movimentos.
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Escolha do mtodo de gesto.
Desencadeamento e controlo dos aprovisionamentos.
Posio dosstockse aprovisionamento.
Estabelecimento de estatsticas para anlise e melhoria da gesto.
13. Quadro de distribuio de trabalho.14. Edio das horas de servio prestados.
15. Estabelecimento de normas de manuteno (tempos e custos standard).
16. Oramento de manuteno, previsto realizado e desvios; bem como a flexibilidade
do oramento em relao actividade produtiva.
17. Quadro de controlo
Estabelecimento e controlo de racios e informaes.
Edio do quadro guia de manuteno.18. Transmisso directa e automtica de dados aos outros servios..
Caracterizao da informao a tratar
Temos vindo a constatar que uma boa gesto de manuteno necessita de tratar
numerosas informaes, de natureza e formas diversas; conveniente classifica-las
segundo critrios que permitam conceber melhor o sistema e escolher os meios
apropriados.
Vamos seguidamente considerar trs critrios de caracterizao da informao:
Natureza
Qualidade
Tempo de vida
Natureza da Informao
Gesto: custos directos, custos indirectos, custos de stocks, elementos de gesto da
manuteno, quadro de controlo de manuteno, elementos estatsticos.
Documentao: cdigos e estrutura do equipamento, documentao tcnica, catlogo
do armazm fornecedor de peas de reserva , etc.
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Aco: desencadeamento e controlo dos trabalhos em todos os estados de avano,
incluindo a execuo, informaes sobrestocks, etc.
Qualidade da Informao
Rapidez de transmisso: avaria, disponibilidade de suplentes, etc.
Fcil acessibilidade: cdigos de equipamentos, documentao tcnica, catlogo de
suplentes, etc.
Fiabilidade: custos, nvel destocks, etc.
Selectividade: custos directos e indirectos, etc.
Tempo de vida da Informao
Efmera: trabalhos sucessivos, reservas, etc.
Durvel: histrico, etc.
Lembremos que necessrio inventariar e classificar o conjunto de necessidades de
informao respeitante ao servio de manuteno de forma a permitir que execute a
sua funo.
Os trabalhos de inventariao e classificao constituem a fase mais importante da
informatizao operacional da manuteno, que deve ser feita em equipa entre os
diferentes utilizadores. Nunca esquecendo que s preciso informatizar o necessrio esuficiente, e no aquilo que poder ser interessante ou desejvel.
Caractersticas dos meios de tratamento de informao
Quando necessrio fazer o tratamento informtico de dados, duas caractersticas
principais orientaram a escolha dos meios de tratamento:
A natureza do tratamento
O tempo de resposta.
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Vejamos de seguida a natureza do tratamento
As operaes elementares que geram informao podem ter trs naturezas diferentes:
a) Transmisso de informao, que utiliza diferentes meios, de acordo com adistoro tolervel, podendo-se classificar em:
Transmisso oral, associada a uma distoro elevada, utilizada para informaesde aco;Transmisso escrita, com uma menor distoro que a transmisso oral, utilizada
para informaes de todo o tipo.
b) Armazenamento de informaes em que os critrios de qualidade so a
conservao e acessibilidade:Memria humana, limitada, pouco fivel, de acessibilidade difcil e selectividade
varivel.
Cadernos e ficheiros, de acessibilidade e qualidade medianas, relacionadas com o
tempo mdio de utilizao.
Memria mquina, de acessibilidade cmoda e com melhor segurana de
conservao.
c) Transformao de informaes. Consiste essencialmente em efectuaragrupamentos, triagens e clculos sobre os dados existentes. Deve ser fivel e os
meios a utilizar devero estar de acordo com o volume de informao a tratar.
Podemos utilizar:
Meios manuais, que so lentos, limitados mas fceis de executar.
Meios informticos, que so poderosos, rpidos mas mais exigentes em mo-de-obra.
Vamos agora debruar-nos sobre os tempos de resposta.
Os tempos de resposta condicionam consideravelmente a escolha dos meios,
verificando-se que a sua diminuio aumenta os custos de operao.
Podem-se distinguir trs tipos de tempos de resposta:
Tempo diferido ou de tratamento por loteA recolha, tratamento e a sada de informao so efectuadas de forma peridica;
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Tempo real parcial
A recolha e tratamento da informao so efectuados de forma peridica, como nainformao de tempo diferido; no entanto a consulta realizada de forma instantnea.
Tempo real
A recolha, tratamento e sada de informao so efectuados instantaneamente.
Face ao acima exposto, analisamos em seguida a orientao preconizada.
A orientao preconizada ser a mais adequada soluo, logo a mais econmica,
entre as caractersticas de informao a tratar e as necessidades da manuteno, tendo
em conta as caractersticas dos meios de tratamento.
As necessidades em informao de manuteno podem estar agrupadas por nvel de
importncia da seguinte maneira:
Gesto de patrocnios, peas suplentes e ferramentas.
Gesto da manuteno decomposta em:
Gesto tcnica (nomenclatura e estrutura do equipamento, documentao tcnica e
histrica).
Gesto de actividades ou dos trabalhos (desencadeamento e acompanhamento dos
trabalhos)
Gesto dos custos (oramentos e despesas de manuteno do equipamento, despesas
do servio de manuteno, anlises estatsticas, etc.)
Os factos tcnicos particulares, tais como a telemanuteno, recorrncia ediagnsticos, etc.
O quadro que se segue d uma orientao geral sobre o que so as exigncias de uma
informao de manuteno operacional.
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DOMINIO TEMPO DIFERIDO TEMPO REAL
PARCIAL
TEMPO REAL
Gesto de patrimnio,
suplentes e ferramenta
Valorizao
Quadro de controlo Estudos estatsticos Estudos matemticos Reaprovisionamento
Catalogo posio dos stocks
reservas reparaes
Gesto de manuteno:Gesto tcnica
histricos estudos estatisticos fiabilidade
Nomenclatura equip Estrutura equip. Doc. Tcnica histricos
Gesto da actividadeou dos trabalhos
Desencadeamento damanuteno preventiva
AcompanhamentoPERT
Dossier trabalhos: preparao programao
distribuio relatrio realizao
Gesto de custos oramento e despesasde manuteno doequipamento
despesas servios custos indirectos anlises estatsticas quadro controlo W
Oramento e despesasde manuteno doequipamento comcontrolo, no contrato,na realizao e na
preparao
Aspectos tcnicos
particulares
Recorrncia a
diagnostico Telemanuteno
Tabela 2.1
Factores de sucesso e etapas a prever na informatizao
Numa conjuntura difcil, em que todos os intervenientes se devem esforar por
melhorar a produtividade, h quem possa pensar que a informatizao da manuteno
ir resolver todos os problemas.
Para melhorar a produtividade atravs da manuteno preciso comear por verificar
se a estrutura, organizao e gesto esto adaptadas s necessidades da produo e
funcionam eficazmente com pessoal competente e motivado.
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Em contrapartida, verifica-se que uma aco de informatizao da manuteno
contribui frequentemente para criar alteraes aos procedimentos existentes.
Embora a informao favorea uma melhoria constante da organizao, no deve ser
considerada como meio de mudana.
Por outro lado evidente que se considera indispensvel organizar especialmente
durante ou depois da informatizao, mas nunca antes, uma vez que a informatizao
faz parte da organizao e deve ser considerada como um meio a ter em conta.
As diferentes etapas a prever no processo de informatizao so as seguintes:
a) Definio das grandes orientaes no domnio da informatizao logo na fase de
anteprojecto.
b) Estudo de concepo que corresponda definio e necessidades dos utilizadores
considerando:
As funcionalidades do sistema (definio das informaes a introduzir, a
transformar e a fornecer bem como as suas ligaes);
As interfaces a prever com as outras aplicaes da empresa;
O projecto de configurao com a implantao dos perifricos e uma primeira
anlise do volume da informao a tratar;
As condies preliminares que sero as aces de melhoramento da
organizao e formao do pessoal;
O clculo de rentabilidade com estimativas dos investimentos e despesas de
explorao, vantagens e resultados previstos;
A participao de representantes de todos os utilizadores potenciais do
sistema, incluindo a informtica, sobre a coordenao de algum que conhea
bem a funo de manuteno.
c) Deciso e Planeamento de realizao que uma funo da Direco da empresa.
d) Anlise funcional do sistema escolhido, que vai definir as articulaes de
transaes, cdigos das informaes introduzidas, os desenhos de todos os
fluxogramas e estados de sada previstos, procedimentos de utilizao, etc.
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e) A preparao, que a fase em que a informtica realiza fluxograma ou adapta
fluxograma preexistente o que implica:
Aprovisionamento de material;
Anlise orgnica (traduo em linguagem informtica da anlise
detalhada)Programao.
Nesta fase os utilizadores, que neste caso so essencialmente os Servios de
Manuteno, devero:
Efectuar as modificaes organizacionais necessrias.
Preparar as informaes necessrias constituio de ficheiros de base bem
como os processos de actualizao da informao;
Preparar as simulaes para testar o sistema;Prever a recepo dos programas.
f) A colocao em servio. Faz-se habitualmente de forma progressiva e
necessitando de:
Formao de utilizao
Criao do manual de utilizao
Rodagem
O conjunto das vrias etapas de implementao do sistema de informatizao
necessitam de um prazo habitualmente longo, aps o estabelecimento do plano
director, havendo todo o interesse em, paralelamente informatizao da manuteno,
proceder a melhoramentos na estrutura, na organizao e na gesto.
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Os rgos que so mantidos emstock, aguardando a oportunidade de substiturem os
seus homlogos avariados (durante aces de reparao) ou prximos da degradao
(durante aces preventivas) so conhecidos como sobressalentes, peas de
reserva ou, ainda, peas de substituio.
Designam-se frequentemente como sobressalentes os rgos de maior
complexidade (um motor elctrico, uma caixa de velocidades, uma bomba hidrulica,
etc.) que podem ser reparados, enquanto que as peas de reserva so componentes
de menor complexidade e, frequentemente, no reparveis (rolamentos, resistncias
elctricas, componentes electrnicos, etc.). Daqui por diante designaremos ambos,
indistintamente, como sobressalentes.
Durante uma aco de manuteno, para alm dos sobressalentes e das peas de
reserva, sempre necessria uma grande quantidade de materiais diversos
vulgarmente designados por materiais de consumo corrente tais como, parafusos,
porcas, anilhas, leos, massas lubrificantes, tintas, diluentes, lixas, rebites, solda, cola,
desperdcio, ferramentas de desgaste rpido (brocas, limas, fresas, etc.) e muitos
outros.
Os materiais de consumo corrente so tambm gerveis atravs de modelos de
reposio destock.
Temos, ento, resumidamente, que gerir trs naturezas de itens:
a) Materiais de consumo corrente;
b) Peas de substituio
c) Sobressalentes.
De forma a garantir a existncia de todos os materiais necessrios a cada interveno,
necessrio implementar um modelo de gesto que realize as seguintes actividades:
a) Monitorar continuamente a quantidade existente disponvel e alertar para os
itens que atingem uma determinada condio limite;
b) Monitorar continuamente as encomendas colocadas aos fornecedores e ainda
pendentes da entrega;
c) Avisar quando uma nova encomenda deve ser colocada;
d) Informar quantas unidades devem ser encomendadas.
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Estas actividades levantam a questo fundamental de um modelo de gesto de stocks,
isto , o qu, quando e quanto encomendar de cada vez.
Uma gesto destockseficaz pressupe uma classificao dosstocksde acordo com ocritrio de destino ( assim que surgem as peas de reserva para manuteno) e com o
critrio de valor.
Tambm muito utilizada a classificao ABC ou de Pareto. A classificao ABC
consiste em diferenciar os artigos consoante o volume das sadas anuais ou os valores
em stock. Baseia-se no princpio de que 20% dos artigos representa 80% das sadas ou
do valor. Para proceder classificao, colocamos os artigos por ordem decrescente
das sadas ou do valor e calculamos as percentagens em relao aos respectivos totais.
Se representarmos graficamente, em abcissas, os artigos e, em ordenadas, as sadas ou
os valores, obtemos curvas ABC.
3.2 Modelos de reposio para stock
Conforme dissemos acima, estes modelos so usados quer na gesto de materiais de
consumo corrente quer em rgos que possam avariar intempestivamente.
Existem vrios modelos de gesto aplicveis na prtica de manuteno de
equipamentos e de instalaes. Contudo, h dois modelos bsicos dos quais outros
derivam com alguns ajustamentos para conformar objectivos particulares. Esses dois
modelos bsicos so os seguintes:
a) Modelo de reviso contnua, ou modelo Q.
Encomendamos uma quantidade fixa Q logo que o stock atinja um nvel
determinado (Ponto de Encomenda PE);
b) Modelo de reviso peridica, ou modelo P.
Encomendamos uma quantidade varivel com uma periodicidade fixa P, de
forma a repor ostocka um nvel mximo (Nvel Objectivo NO);
c) Modelo de reviso contnua ajustado.
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Encomendamos exactamente a quantidade em falta de forma a manter um nvel
destockmximo constante, todas as vezes que ocorram avarias;
d) Modelo de reviso peridica ajustado.
Igual ao anterior mas s encomendamos se o stock tiver atingido um nvel
mnimo.
Os dois primeiros modelos so os mais comuns e a eles voltaremos mais adiante.
Existem ainda outras hipteses, tais como:
a) No manter qualquer stock e mandar vir a quantidade estritamente
necessria em cada interveno (atravs de correio especial, EMS, DHL,
etc.);b) No manter qualquer stock e chamar a equipa de manuteno do
fabricante do equipamento (quando existe um contrato para tal);
No estudo destes modelos, sempre que nos referimos a Situao do Stock, ou
simplesmente Stock,queremos dizer:
Situao do stock = Quantidade fsica existente Quantidade cativa
(reservada)+Quantidade encomendada a fornecedores e ainda no recebida
Quantidade pedida internamente e ainda no satisfeita.
3.3 Factores a considerar num modelo
Um modelo representativo de um sistema real pode comportar um conjunto de
variveis que interagem entre si e que explicam simbolicamente o comportamento do
sistema.
Em gesto destocks, estas variveis podem agrupar-se em trs categorias: a procura,
os custos e os prazos.
a) A procura
O padro de procura pode ser tipificado para cada natureza de itens da seguinte forma:
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Materiais de consumo corrente. A procura regular, repetitiva e da ordem de
algumas unidades todos os dias, semanas ou pelo menos, todos os meses. As
quantidades so facilmente previsveis com modelos de sries temporais, no se
verificando grandes desvios;
Peas de substituio. A procura bastante irregular e da ordem de algumasunidades por ano. As quantidades so calculveis por modelos probabilsticos.
b) Taxa de falhas e procura
Para prever a procura de peas de substituio e sobressalentes possvel que
disponhamos de informao sobre os resultados de um programa de testes de
fiabilidade, informado pelo fabricante ou realizado por ns prprios. Devemos,
contudo, ter em conta que, sobretudo no caso de peas de substituio, os dadosproporcionados por um tal teste permitam apenas estimar a taxa de falhas, a qual pode
no coincidir com a taxa de substituio (procura). Existem vrias razes para esta
diferena:
Quebra ou dano. Alguns componentes esto sujeitos a danificar-se ou, mesmo,
partir durante as operaes de manuteno, particularmente no caso de terem de
ser removidos para ganhar acesso a um outro componente que requer ateno
frequente;
Reaco em cadeia. Por vezes acontece que a falha de um componente arrasta
consigo a falha de outro componente. Embora, num sistema bem concebido, isto
no deva acontecer entre componentes funcionalmente relacionados, a taxa de
substituio de um fusvel, por exemplo, com certeza muito superior sua taxa
de falhas intrnseca;
Componentes associados. Por vezes, quando um componente falha, pode ser mais
econmico substituir outro componente com o qual haja um funcionamento
interdependente (por exemplo, um rolamento e o vedante de um bucim). Outras
vezes, recomendvel substituir simultaneamente dois ou mais componentes que
apresentam desgaste devido a movimentos relativos entre si (por exemplo, rodas
de engrenagem, uma vlvula e respectiva sede, etc.). Outras vezes, ainda,
devemos substituir componentes que funcionam interligados num conjunto, de
forma a evitar vibraes resultantes de assimetrias de desgaste e consequente
acelerao deste (por exemplo, rolamentos do veio de um motor elctrico, pares
de pneus esquerdo e direito de uma viatura, etc.);
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Diagnostico incorrecto. Por vezes, os tcnicos mais experientes cometem erros de
diagnostico e substituem componentes sos;
Mortalidade infantil. Alguns componentes apresentam uma maior probabilidade
de falha quando so novos, a qual diminui com o tempo e acaba por estabilizar;
Alteraes nas condies de funcionamento. A taxa de falhas num equipamentopode revelar-se superior ao previsto se este for usado em condies (velocidade,
carga, ambiente, etc.) fora dos limites para os quais foi concebido;
Qualidade dos componentes. Os componentes apresentam frequentemente
variaes de qualidade originando falhas imprevisveis.
Finalmente, devemos ter em conta que muitos componentes apresentam mais que
um modo de falha, devendo todos estes ser considerados no clculo da procura.
c) Os custos
Consideremos o modelo de reposio parastockrepresentado na figura 3.1. Neste
modelo (terico e simplificado), consideramos como pressupostos que a procura
satisfeita constante, que a quantidade por encomenda constante e igual a Q,
que a reposio instantnea e que se verifica a chegada de cada encomenda com
a periodicidade P, no preciso momento em que ostockdisponvel atinge o limitemnimo (stock de segurana).
Figura 3.1 Modelo terico de reposio parastock
Neste modelo de reposio, dispomos de uma margem grande de opes entre
dois extremos, encomendar pequenas quantidades muito frequentemente ou
encomendar grandes quantidades pouco frequentemente. No primeiro caso, o
capital investido em stock baixo e a frequncia de encomendas alta. Nosegundo caso, verificamos exactamente o oposto.
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Teremos, assim, dois grandes tipos de custo.
a) O primeiro proporcional ao valor do stock; o custo de posse. Para
diminuir necessrio encomendar pequenas quantidades;
b) O segundo proporcional ao nmero de encomendas colocadas; o custo deaprovisionamento. Para o diminuir necessrio encomendar grandes
quantidades.
Como estes custos evoluem em sentidos opostos, teremos que concili-los por
compromisso. Em anlise econmica, esse compromisso encontrado a partir dos
custos marginais (ou incrementais) pertinentes. Vejamos quais os mais
importantes.
O custo de posse igual soma das seguintes parcelas:
a) Custo do capital imobilizado
b) Prmio de seguro (se for proporcional ao capital imobilizado);
c) Rendas (se o espao for alugado), etc.
Custo do capital imobilizado
O custo do capital imobilizado (a maior fatia) representa um custo de
oportunidade, isto , o rendimento que se poderia obter em aplicaes alternativas
(rentveis) e que assim se perde. Conforme o critrio da empresa, este custo pode
ser igual taxa de rentabilidade dos capitais prprios ou taxa de rentabilidade
que a empresa poderia obter num investimento alternativo, dentro da classe de
risco correspondente normalmente baixo, pois o stockpossui um grau alto de
liquidez (converso rpida em dinheiro).
Taxa de posse
O custo de posse pode ser expresso por uma taxa (ou percentagem) do valor do
material em stock. Assim, se este totalizar 30% ao ano, significa que o custo de
armazenar um artigo de valor unitrio 1 000$ durante um ano 300$.
O custo de aprovisionamento igual soma das seguintes actividades:
a) Consulta aos fornecedores para confirmar preos e prazos;
b) Preenchimento e envio de encomenda;
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c) Recepo de encomendas (transporte e seguros);
d) Controlo de conformidade (qualidade e quantidade);
e) Arrumao no armazm;
f) Registo no sistema de controlo;
g) Controlo da factura e respectivo pagamento.
Estes custos so independentes do valor da encomenda passada e variam
proporcionalmente com a frequncia anual de encomendas.
Custo total
A expresso que traduz matematicamente o custo total (soma do custo de posse e
do custo de aprovisionamento) pode ser deduzida a partir da fig. 3.1 e encontra-serepresentada graficamente na fig. 3.2.
( ) QDCSSQctCT a /.2/.. ++= (3.1)
Em que: D procura anual
Q quantidade de unidades de uma encomenda
Ca custo de aprovisionamentot Taxa anual de custo de posse
c Custo unitrio de compra
SS Stockde segurana
Nesta expresso, o primeiro membro representa o custo de posse e o segundo
membro representa o custo de aprovisionamento anuais.
Quantidade econmica de encomenda Qee
O melhor compromisso econmico consiste em seleccionar uma dimenso de
encomenda Q que minimize o custo total CT. Esta dimenso designa-se por
quantidade ptima econmica ou, simplesmente, quantidade econmica de
encomenda, Qee.
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Fig. 3.2 Determinao da quantidade ptima econmica de encomenda Qee
A curva do custo total apresenta um ponto mnimo, o qual define:No eixo das ordenadas, o custo anual total mnimo, CT*;
No eixo das abcissas, a quantidade econmica de encomenda, Qee
A quantidade econmica de encomenda, Qee, calculada a partir da expresso
anterior, igualando a primeira derivada a zero e resolvendo em ordem a Q,
obtendo-se a conhecida frmula de Wilson.
( )ctCDQee a ./..2= (3.2)
(frmula de Wilson)
Podemos definir uma periodicidade ptima econmica de encomenda , Pee, a
qual pode ser calculada por:
DQP eeee /= (3.3)
Acontece, com alguma frequncia, que a Qee no pode ser adoptada, pois, por
exemplo, no coincide com um mltiplo do contedo de uma embalagem, fica um
pouco aqum de uma quantidade desejvel para aproveitar um desconto de
quantidade ou ultrapassa uma quantidade que poderia aproveitar um espao
limitado num transporte, etc. Nestas circunstncias, teremos de optar por outra
quantidade, o mais prximo possvel da Qee. Esta deciso comporta, quase
sempre, incrementos muito reduzidos do custo total, CT, como veremos.
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De facto, se atentarmos na Fig. 3.2, podemos constatar que a curva do CT
bastante achatada na vizinhana da Qee. Isto significa que desvios apreciveis da
Qee (para mais ou para menos) tero um impacto reduzido nos custos relevantes.
Se representarmos por q o acrscimo (ou decrscimo) relativo da quantidadeeconmica de encomenda Qee, o incremento ct do custo total CT ser dado por:
( )[ ]qqct += 1/.5,0 2 (3.4)
Esta funo encontra-se graficamente representada na figura seguinte.
Fig. 3.3 Penalizao do custo CT quando usamos uma quantidade QQee
O tempo de disponibilidade de uma encomenda composto pelos seguintes tempos
parciais:
a) Tempo com trabalhos administrativos de preparao da encomenda, tais como,
preencher documentos, actualizar ficheiros, etc.;
b) Tempo em transito da encomenda (desprezvel se for executvel por telefone, fax
ou computador);
c) Tempo de aviamento do fornecedor (pode ser a componente mais longa e varivel,pois depende dostockdo fornecedor na ocasio);
d) Tempo em transito da mercadoria, o qual depende do meio de transporte utilizado;
e) Tempo de disponibilidade interna, o qual depende dos procedimentos de controlo
de qualidade, contagem, registo e arrumao.
Quando Ca 0, Qee 1
Nos ambientes just-in-time de hoje, o tempo constitui um parmetro que tende
a diminuir e a fixar-se em valores acordados em contratos. Por outro lado, as
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base gesto, ou sejam, a quantidade a encomendar de cada vez e o ponto de
encomenda.
3.5 Modelos de reviso peridica
O principio deste modelo consiste em encomendar com a Periodicidade P a
quantidade procurada Qn durante o ultimo perodo. Esta quantidade varivel , assim,
igual diferena entre o nvel objectivo NO (ou nvel mximo) e o stockdisponvel
no momento da reviso.
Fig. 3.5 Modelo de reviso peridica (modelo P)
O suporte administrativo deste modelo tambm muito simples. Vejamos um
exemplo de um artigo gerido pelas seguintes regras:
Referncia do artigo: TS 132
Perodo de reviso: 5 dias
Nvel Objectivo: 350 unidades
Procura mdia: 50 unidades/dia
Prazo de aprovisionamento: 2 dias
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Fig. 3.7 - Ruptura ocasionada por um aumento do prazo de aprovisionamento
Conforme podemos ver nas figuras 3.6 e 3.7, basta que a procura ou o prazo de
aprovisionamento (ou ambas simultaneamente) ultrapassem os respectivos valoresmdios Dm e Lm, para que ocorra uma ruptura do stock. Em consequncia, um
equipamento fica inactivo aguardando a chegada do item em causa.
A presena de um stockde segurana implica um aumento do custo de posse. Este
custo adicional pode, no entanto, ser compensado pela economia de custos de
oportunidade (pela no ocorrncia roturas).
A justa dimenso de um stock de segurana pode ser encontrada atravs de uma
ponderao econmica entre aqueles dois custos ou, simplesmente, fixando um nvel
de servio desejado
Uma forma de contornar a dificuldade de clculo do custo de oportunidade originado
pela rotura de stock, que compreende muitas vezes factores de natureza intangvel,
consiste em fixar um limite mximo da procura insatisfeita. Isto significa admitiruma reduo de qualidade do servio prestado pelo sistema de gesto.
Podemos definir qualidade de servio da seguinte forma:
A qualidade de servio de um sistema de gesto de stocksdepende de uma poltica
que minimize os custos combinados de aprovisionamento e de posse, sujeita
restrio de servir uma percentagem predefinida da procura
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Assim, e no que se segue, representamos quer o nvel de servio (limite mximo da
procura satisfeita) quer o nvel de ruptura (limite mximo da procura insatisfeita)
por uma percentagem. Por exemplo, 95% e 5%, respectivamente.
O nvel de servio pode ser calculado de diferentes maneiras, dependendo dapreferncia de cada empresa. Eis, apenas, um exemplo:
Nvel de servio = Quantidade de pedidos satisfeitos (ou prazos acordados)
Quantidade de pedidos recebidos
(3.7)
O nvel de servio a fixar na gesto de cada item, deve traduzir o seu grau de
criticidade, ou, por outras palavras, a sua importncia para manter o(s)
equipamento(s) aos quais pertence em condies normais de funcionamento.
Apresentam-se de seguida as definies dos quatro graus de criticidade habitualmente
considerados e numerados de 1 a 4.
1 Desastre com consequncias mais ou menos graves;
2 Indisponibilidade do equipamento mais ou menos longa;
3 Degradao da qualidade de operao;
4 Sem consequncias imediatas.
Esta classificao proporciona uma base para a tomada de decises quanto
poltica de localizao de uma pea de substituio, devendo encontrar-se junto do
equipamento (pronto a ser instalado) ou podendo encontrar-se num armazm
centralizado.
Constitui uma boa prtica dispor dos componentes classificados nos pontos 1 e 2
com antecedncia, em relao ao momento de instalao e entrada em servio de
um novo equipamento.
O grau de criticidade de uma pea deve ser, tambm, ponderado pela menor ou
maior dificuldade da sua obteno. Assim, a uma pea disponvel em vrios
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fornecedores, podemos atribuir-lhe um risco de ruptura mais elevado que a uma
pea disponvel num nico fornecedor.
Os valores concretos praticados dependem muito da sensibilidade do gestor. ,
contudo, frequente encontrar valores de risco de rotura entre 1 e 10 %.
Stock de segurana quando D varivel e L fixo
Para abordar esta situao, necessrio definir primeiramente o que se entende por
intervalo de proteco.
Assim, deve entender-se por intervalo de proteco o perodo durante o qual o
stock de segurana deve oferecer proteco contra as variaes da procura e doprazo de aprovisionamento.
Comecemos por considerar apenas a procura varivel e aleatria, mantendo-se o
prazo de aprovisionamento fixo (ou constante).
Este facto justifica o que afirmmos atrs, a propsito das condies de opo pelo
modelo P preo de custo baixo pois que, sendo o stock de segurana mais alto
no modelo P quando comparado com o modelo Q, tambm o nvel destock mdio
ser mais alto e, consequentemente, tambm o custo de posse.
Stock de segurana quando D e L so variveis
Vimos atrs que ostockse segurana, para um certo nvel de servio, era determinado
atravs da distribuio da procura durante o intervalo de proteco: L no modelo Q e
(L+P) no modelo P. Porm, quando o prazo de aprovisionamento tambm varivel,
a anlise torna-se mais complexa pois temos de ter em conta, no s a influncia da
distribuio de probabilidades da procura no prazo de aprovisionamento mas tambm
o oposto.
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Este processo, que estuda a probabilidade conjunta formada pelo inter-relacionamento
entre duas ou mais distribuies de probabilidade, designa-se em estatstica por
convoluo. O desenvolvimento deste assunto no cabe no mbito desta obra.
Apresentamos somente a frmula aplicvel.
A distribuio de probabilidade conjunta entre a distribuio da procura (uma Normal
de parmetros Dm d) e a distribuio do prazo de aprovisionamento (qualquer de
parmetro Lm e L) , tambm uma Normal de parmetros calculveis pelas
expresses:
(3.9)mmLD .=
( )22 . LmDm DL += (3.10)
Em que SS Stockde segurana
Z Varivel Normal reduzida
Dm Procura mdia
D Desvio padro de procuraLm Prazo mdio de aprovisionamento
L Desvio padro do prazo de aprovisionamento
No caso do modelo P, usamos as mesmas frmulas (V.9) e (V.10), apenas com uma
alterao: em lugar de Lm deve usar-se (Lm+P).
3.7 Modelos probabilsticos para clculo de consumos
Enquanto que, para os materiais de consumo corrente e para algumas peas de
reservas mais comuns, possvel caracterizar padres de procura (por exemplo,
unidades/semana, caixa/ms, etc.) com base na anlise das respectivas sries
cronolgicas, o mesmo no acontece com a maioria das peas de reserva e
sobressalentes. Com efeito, as necessidades destes ltimos so determinadas quer pelonmero de horas acumuladas do equipamento que os integram, quer pelas
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distribuies de frequncia de falhas que ocorrem aleatoriamente e que podem ser
tipificadas.
Recordemos, tambm, que, no caso das peas de reserva e sobressalentes, o modelo
de gesto geralmente adoptado o modelo Q ou de reviso contnua. Vejamos entocomo abordar esta tipologia de casos
Os factores relevantes a considerar na determinao das necessidades de
sobressalentes so os seguintes:
a) Fiabilidade do item a manter como reserva;
b) Quantidade dos itens existentes (instalados em equipamentos);
c) Probabilidade de uma pea estar disponvel quando for necessria;d) Criticidade da disponibilidade da pea para o sucesso da misso do equipamento
onde se integra;
e) Custo.
Probabilidade de cumprimento de uma misso
O objectivo nesta natureza de problemas, consiste, quase sempre, em determinar a
probabilidade de que ocorram x falhas numa pea de um sistema durante t horas,
sendo cada falha imediatamente corrigida (substituindo a pea por outra sobressalente
num tempo desprezvel).
Quando existem k peas (activas) no sistema e quando as falhas ocorrem de forma
perfeitamente aleatria e so independentes umas das outras, ento, a probabilidade p
(x) de que x falhas ocorram em t horas, descrita pela funo discreta (de massa) de
Poisson.
( ) !/.)( xetkxp tkx = (3.11)
A sua representao grfica pode ser vista na figura 3.8.
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Vejamos como abordar este tema atravs dos exemplos de aplicao que descrevemos
a seguir. Estes exemplos ilustram os clculos necessrios para determinar a
probabilidade de sucesso de um sistema dispondo (ou no) de reservas, em situaes
particulares.
Clculo da quantidade de sobressalentes
Lembremos que, no modelo Q, o ponto de encomenda PE igual soma da
quantidade que ser, eventualmente, procurada durante o prazo de aprovisionamento
L mais ostockde segurana SS. A quantidade necessria de sobressalentes que nos
interessa determinar corresponde, pois, quela primeira parcela.
Fig. (3.9) A falta de um item provoca a rotura destock. Espervamos que a
procura fosse de 5 unidades durante o prazo de entrega e, afinal, foi de 6.
Nestes casos, o prazo de aprovisionamento corresponde misso que o modelo de
gesto deve desempenhar, admitindo uma certa probabilidade de falha (ruptura destockantes da chegada da primeira encomenda em curso).
A quantidade necessria de um determinado sobressalente depende dos seguintes
factores:
a) Probabilidade de dispormos de uma unidade quando se tornar necessrio;
b) Fiabilidade do rgo em questo;
c) Quantidade de rgos iguais que integram o sistema;
d) Prazo de aprovisionamento
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Os Custos Mdios Anuais de Manuteno CMA, para um dado equipamento,
permitem detectar de forma simples a durao ptima de explorao de um
equipamento, ou seja, o momento de suspender as aces de manuteno preventiva
para optar pela substituio do equipamento.
Custos Mdios Anuais de
Manuteno
1 2 3 4 5 6 7
Com efeito, e como se pode visualizar no esquema que se segue, a curva CMA=f(t)
passa por um mnimo, correspondente durao de vida econmica.
Esse mnimo corresponde ao do tempo ptimo de proceder substituio equipamento,
por se verificar que a manuteno comea a ficar cada vez mais cara, deixando de ser
uma alternativa economicamente favorvel.
Calculo dos Cma
Em qualquer altura um equipamento possui:
Um valor de investimento de valores de aquisio (estudo+compra+aquisio)
Um somatrio de custos de avaria CD
Um valor eventual de revenda
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Nesta base, o custo mdio anual, no ano n, dado por:
n
RVCDVA
nCma
n
l
+=)(
Onde, recordamos:
VA Valor de aquisio
CD Custos de avarias
RV Preo de revenda
n nmero de ordem do ano
Se o material foi renovado, a expresso escreve-se:
n
vendaCrenovaoAcomuladaManutPcompranCma
Re.)(
++=
Custo Mdio Anual de funcionamento ( Cmf )
O custo mdio anual de funcionamento Cmf, para alem dos custos j considerados
nos custos mdios anuais de manuteno Cma, compreende ainda o somatrio das
despesas de explorao, sendo representados pela expresso:
n
RVDFCDVA
n
n
l
n
l
mfC ++
=)(
onde DF representa as despesas de funcionamento e explorao, como sejam os custos
com a energia consumida e outros.
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Neste caso, se Sorepresenta uma soma disponvel hoje, ao fim de n anos ela valer:
KSS
o
n=
Com base n