Página 1 DIARlü - DIARlü - 28 - 12-05-01 / Chapa Preto

DIÁRIO DE NOTíCIAS-MADEIRA

CENTENAS EM TERRA

Aeroporto fechadoCentenas de passagei-

ros ficaram ontem re-tidos no Aeroporto doFunchal, devido ao nevoei-ro e às más condições cli-matéricas em geral quese fizeram sentir naquelazona, a partir do início datarde.

Segundo informaçõeschegadas até nós, no final

do dia, o mau tempo afec-tou, pelo menos, cinco li-gações aéreas durante atarde, obrigando a que vá-rias centenas de passagei-ros tivessem ficado reti-das.

Para hoje prevê-se umamelhoria das condições, oque permitirá regularizartoda a situação.

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DIARIONotícias

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p p DIZ QUE o DESENVOLVIMENTO FALHOU

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FUNCHAL, 12 DE MAIO DE 2001

8 concelhos daentre os mais pobres

• Um estudo do INE revela que oito dos onze concelhosda Madeira estão entre os 50 com menos poder decompra do País. Os Açores têm cinco concelhos nasmesmas condições.

índice de Poder de compra per capita Madeira - 2000

o

Calheta (Madeira)

Câmara de Lobos

Funchal

Machico

Ponta do Sol

Porto Moniz

Ribeira Brava

Santa Cruz

Santana

Sâo Vicente

Porto Santo

Fonte: GEPE com base no INE

Umestudo, do Insti-tuto Nacional deEstatística, sobre

o poder de compra conce-lhio, que englobou Portu-gal continental e as re-giões autónomas, colocaoito dos onze concelhosda Madeira entre os 50mais pobres do País, ten-do como base o poder decompra.

O estudo foi avançado,ao DIÁRIO, pelo líder doPp, José Manuel Rodri-gues, que diz ser esta aprova de que o modelo dedesenvolvimento escolhi-do para a Madeira falhou.

Relativamente ao estu-do, refira-se que ele temem conta diversas varian-tes, nomeadamente o índi-ce per capita, número índi-ce que compara o poderde compra regularmentemanifestado nos diferen-tes concelhos e regiões,em termos per capita,com o poder de compramédio do País, ao qual foiatribuído o valor 100.

Sendo assim, concluiuo estudo que «o primeirofacto saliente quanto à dis-tribuição do poder de com-pra, em termos per capi-ta, é que as Regiões Autó-

20 40 60

Madeira: 72

nomas da Madeira e Aço-res são bem menos benefi-ciadas por este indicadordo que é o continente».

Ou seja, no continenteo indicador per capita as-cende a 101,6, enquantoesse índice regista somen-te o valor de 72,5 na Re-gião Autónoma da Madei-ra, e fica-se pelos 65,5 nosAçores, respectivamentemenos 27,5% e 34,5% quea média nacional.

Apesar do cenário pou-co favorável nas ilhas, oestudo regista como sen-do digno de nota o factoda Madeira ultrapassar oAlentejo no seu registo deindicador per capita, oque nunca se tinha verifi-cado em anteriores ver-sões do estudo.

Quanto ao fraco desem-penho das regiões autóno-mas, é salientado que al-guns factores devem ser ti-dos em linha de conta, co-mo é o caso da maior ju-ventude da população in-sular.

Segundo o estudo, umapresença muito importan-te no grupo dos 50 conce-lhos mais pobres, além de28 concelhos da RegiãoNorte do País, é a das re-

+

80 100 120

108

Portugal = 100

giões autónomas, especial-mente a Madeira, que in-clui oito dos seus onzeconcelhos, ficando apenasde fora os concelhos doFunchal, Porto Santo eSanta Cruz. Enquanto is-so, os Açores têm 5 conce-lhos na tabela dos 50 maispobres. Aliás, refira-seque, em relação à Madei-ra, a Calheta é mesmo oconcelho com menos po-der de compra do País. E,como demonstra o quadroacima, o Funchal é o úni-co concelho que ultrapas-sa o índice 100 atribuído aPortugal no seu todo.

Em declarações ao DIÁ-RIO, a propósito deste es-tudo, José Manuel Rodri-gues, líder do PP-M, dizque o mesmo revela o fra-casso do modelo de desen-volvimento que tem vindoa ser aplicado pelo PSDhá 25 anos, e que assenta,sobretudo, em obras e in-vestimento públicos.

«É preciso um novo mo-delo, porque nós não nosestamos a aproximar damédia comunitária ao ní-vel do poder de compra, etemos oito dos nossos on-ze concelhos a menos de50% do poder de compra

de todo o Portugal», vin-cou.

José Manuel Rodriguesrefere, também, que daanálise dos números se ve-rifica uma grande desi-gualdade de desenvolvi-mento entre o litoral e oNorte e interior da Madei-ra, que estão a perder po-pulação, sendo a Calhetao concelho mais pobre doPaís. «As desigualdadesde desenvolvimento entreo Funchal e o campo têmvindo a acentuar-se. Oque revela que para alémde uma Madeira de suces-so que só chegou a al-guns, precisamente àque-les que têm carros topo degama e que enriqueceramfacilmente, existe tambémuma Madeira real, que épobre, de pequenos e mé-dios comerciantes com di-ficuldades, de agriculto-res, pescadores e borda-deiras que cada vez per-dem mais rendimento, ede jovens com qualifica-ção que não encontramemprego», realçou, desta-cando que os números des-mentem a Madeira de su-cesso do PSD.

Em seu entender, sãonúmeros que sobretudoprovam que é necessárioum novo modelo de desen-volvimento, mais equilibra-do, que abranja toda a Re-gião, e que não concentreo investimento no Fun-chal. «Estes números vêmmesmo dar razão ao CDS/PP, que defende um regi-me fiscal diferenciado ede segurança social paraos concelhos fora do Fun-chal», vincou. E isto por-que apesar das centenasde milhões da UE, a Ma-deira continua a ter osconcelhos mais pobres dePortugal.

Como nota de reporta-gem, convém salientarque este estudo sobre opoder de compra conce-lhio teve em conta um to-tal de 18 variáveis, nasquais se incluiu o impostosobre veículo contabiliza-do pelas autarquias, o con-sumo doméstico de electri-cidade, o número de telefo-nes fixos, o número de pes-soas ao serviço de empre-sas, o valor dos prédios ur-banos transaccionadosem propriedade horizon-tal, o valor dos depósitosà ordem, os valores dos le-vantamentos nas caixasde multibanco, o IRS liqui-dado, etc.

RAQUEL GONÇALVESrg oncalves@dnoticias.pt

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