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Moda Documenta: Museu, Memória e Design – 2015
ISSN: 2358-5269 Ano II - Nº 1 - Maio de 2015
PANORAMA DA IMPRESSÂO 3D NO DESIGN DE MODA
THE 3D PRINTING’S PANORAMA IN THE FASHION DESIGN
Renato Kuhn (UFSM-RS) Reinilda de Fátima B. Minuzzi (UFSM-RS)
Resumo: Esse artigo traça um panorama das principais produções em Design de Moda utilizando a tecnologia 3D, iniciando por uma introdução às técnicas e materiais, um panorama histórico e, ao fim, um levantamento acerca de criações exibidas nas passarelas nos últimos anos, bem como as perspectivas a partir dessa tecnologia em algumas propostas focadas em inovações tecnológicas. Palavras-chave: Design de Moda, Impressão 3D, Inovação tecnológica.
Abstract: This article provides a panorama of the main productions in the Fashion Design, specifically the 3D printed clothes. Starting with an introduction to this technology and materials, following by a historical overview ending with a research about creations shown on the runways in the last years, and the perspective about this technology in some proposals with focus on technological innovation. Keywords: Fashion Design, 3D Printing, Technological innovation.
Introdução
O avanço tecnológico vem proporcionando novas perspectivas e aplicações no design de moda
sejam por meio da adoção de técnicas mais difundidas como a impressão digital e o corte a laser em
tecidos, bem como, mais recentemente, a impressão 3D para desenvolvimento de peças de vestuário.
Segundo Pires et al: “Inovações tecnológicas podem ser um grande diferencial nos dias de hoje, a toda
instante surgem novos produtos, oriundos de novas tecnologias ou adaptações nas máquinas existentes”
(PIRES et al, 2012, p. 172).
Dessa forma, assim como a tecnologia de impressão digital possibilitou novas perspectivas na
criação de estampas e aplicações em tecidos e abriu novos caminhos ao design de vestuário, Bowles e
Isaac (2009) refere que o uso interdisciplinar de programas de design gráfico, a fotografia digital, os
vídeos e efeitos especiais que fizeram parte da geração dos novos designers influenciaram na formação
de matérias híbridas e originam uma nova moda no design de estamparia de tecidos (BOWLES; ISAAC,
2009).
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Em 2009, a impressão digital era relativamente nova, e devido ao seu alto custo era acessível à
indústria de nível médio e alto, mas mesmo assim essa tecnologia proporcionou um acréscimo à
criatividade do designer devido à rapidez e espontaneidade das ferramentas digitais (BOWLES; ISSAC,
2009).
Ao longo dos anos a impressão digital reduziu seu custo e está cada vez mais difundida,
tornando-se o método principal para a estamparia em tecidos. Com a inserção desta tecnologia houve
um rompimento dos antigos paradigmas das estampas serigráficas, como Bowles e Isaac (2009)
apontam em seu livro Diseño y Estampación Textil Digital, que a estamparia digital teria algumas
vantagens sobre tais processos, como, por exemplo, a possibilidade de um maior uso de tonalidades,
nuances, cores, formas, estampas a partir de fotos com fidelidade às fotografias e imagens digitais, entre
outros.
No entanto, retornando à impressão 3D, segundo a presente pesquisa, possibilitou-se levantar
informações acerca dessa tecnologia relativamente nova no mercado, principalmente pela proporção que
ela vem sendo usada no campo do Design de Moda, muito baixa em comparação à impressão digital em
tecido por exemplo.
Desde o ano de 2013 a apresentação de peças para o vestuário a partir da impressão 3D
apresentou um acréscimo de produções. Atualmente, é possível fazer peças de roupas, sapatos,
acessórios como óculos e relógios, entre outros. Nesse artigo foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica
sobre a tecnologia de impressão 3D, seus materiais, e principalmente as produções apresentadas nas
passarelas de moda, além de possibilidades e inovações a partir da utilização desse processo para a
fabricação de peças de vestuário.
Introdução à Impressão 3D
Segundo 3D Printed Company (2014), a impressão 3D teve sua idealização ainda nos anos 80,
quando o Dr. Hideo Kodama registrou a patente da tecnologia de prototipagem rápida (Rapid Prototyping/
RP).
Esse processo inicialmente fora idealizado para a criação rápida de protótipos de produtos
desenvolvidos industrialmente. Porém, devido a problemas ocorridos, o registro da patente não foi
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efetuado. Somente no ano de 1986 é que foi registrada a tecnologia Stereolithography Apparatus (SLA).
Essa patente pertence a Charles Hull, que inventou a máquina SLA no ano de 1983. Hull co-fundou a
empresa 3D Systems Corporation, que atualmente é uma das maiores no setor de tecnologia de
impressão 3D.
Nos anos 90 esse processo prototípico passa por variações tecnológicas e são desenvolvidos
outros sistemas além do SLA, com destaque para o Selective Laser Sintering (SLS), e o Fused Deposition
Modelling (FDM). A tecnologia FDM foi registrada pela empresa Stratasys, que atualmente mantém com
destaque no setor de impressão.
Nos anos 2000 essa tecnologia vai passando por modificações e alterações e, em 2010, destaca-
se o início de um declínio nos custos, marcado com a introdução de um aparelho no mercado abaixo de
mil dólares. A partir de 2012, processos alternativos de impressão 3D foram abertos ao mercado.
Produção de peças e acessórios para o vestuário a partir da Impressão 3D
Com a introdução da tecnologia de impressão 3D mais eficaz no mercado, e também com a
redução de custos desse sistema, passou a ser mais acessível e desde então inúmeras produções vem
sendo projetadas com sua utilização, por exemplo, estruturas como próteses para o uso médico, peças
artísticas e projetos diferenciados para produtos, e também peças de vestuário, as quais foram estudadas
nessa pesquisa.
Atualmente, pode-se observar que a impressão 3D abriu novas fronteiras para criações no setor
do Fashion Design, visto que essa tecnologia permite uma nova transgressão de limites técnicos
anteriormente indisponíveis.
Peças de vestuário, acessórios, óculos, relógios, e muito mais podem ser criados a partir do CAD
(Computer Aided Design – desenho assistido por computador ), que possibilita a modelagem em 3D
(UDALE, 2009). A partir disso o projeto é impresso no material mais adequado para a sua utilização.
Empresas como a Stratasys (2014) dispõem de variados materiais para serem utilizados em
suas máquinas como: (a) Termoplásticos: material de alto desempenho e durabilidade; (b)
Fotopolímeros: para acabamentos finos e realismo na impressão final, com capacidade camaleônica
para materiais claros, flexíveis e que também são biocompatíveis; (c) Truecast: material com acabamento
semelhante à cera, que pode ser utilizado para próteses dentárias.
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Oferecendo serviços de impressão 3D em diversos tipos de materiais com entrega para qualquer
lugar do mundo, a empresa Shapeways (2015) utiliza uma tecnologia de impressão a partir do uso de
lasers e solidificação de pó, e outros processos elaborados com uso de moldes, os quais, como resultado
final, possibilitam a impressão de peças com acabamento em alumínio, bronze, ouro e outros materiais.
Figura 1: 3D Printed Gold, projeto de Gotham Smith, 2014.
Fonte: http://www.shapeways.com/materials/gold
A sustentabilidade igualmente é uma das preocupações de designers nos dias de hoje. Neste
sentido, pesquisas são bem vindas, como a de um engenheiro da Rzeszow University of Technology que
desenvolveu um material capaz de sintetizar uma superfície semelhante à madeira.
. Figura 2: Relógios JELWEK, 2014.
Fonte: https://www.indiegogo.com/projects/jelwek-watch
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De fato, a tecnologia 3D vem evoluindo a grandes passos nos últimos anos, possibilitando uma
grande gama de opções para o produto final. Assim, sua utilização na criação de peças de moda também
acompanhou a evolução dos processos tecnológicos dos sistemas e dos materiais.
A primeira peça vestível confeccionada a partir dessa técnica foi o Black Drape Dress, em 2000,
o qual foi desenvolvido pelo engenheiro industrial Jiri Evenhuis em coloboração com o designer industrial
holandês Janne Kyttanen. No próprio site é possível obter informações sobre a criação do que seria o
‘primeiro vestido impresso em 3d totalmente funcional’, sendo que eles utilizaram a tecnologia SLS
(selective laser sintering), processo que usa lasers para fundir um pó fino em formas 3D (KYTTANEN,
2015).
Atualmente, o Black Drape Dress faz parte do acervo do MoMA (Museum of Modern Art), porém
cópias já puderam ser adquiridas em alguns sites por dois mil dólares. Visto que a tecnologia permite
criar peças únicas, mas também podem ser reimpressas (KYTTANEN, 2015).
Figura 3: Black Drape Dress; Algumas variações de têxteis impressos pela Freedom of Creation.
Fonte: http://www.freedomofcreation.com/home/foc-textiles-to-permanent-collection-at-moma
Em 2005, Janne Kyttanen inicia a Freedom of Creation, um grupo especializado em design e
pesquisas com tecnologias de impressão 3D, onde desenvolve o White Drape Dress, que atualmente faz
parte do acervo do Museum of Fashion institute of Technology em Nova Iorque. E, atualmente Kyttanen
é diretor criativo da 3D Systems, a maior companhia especializada em impressão 3D do mundo
(KYTTANEN, 2015).
Fashion 3D: Iris Van Herpen e a chegada às passarelas
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Iris Van Herpen é uma designer de moda de naturalidade holandesa, graduada no Artez Institute
of Arts, em Arhem, em 2006, mesmo ano que iniciou um estágio com o falecido grande estilista Alexander
McQueen; e, no ano de 2007, lançou a marca que leva seu próprio nome (HERPEN, 2015).
Herpen foi a primeira estilista a apresentar uma peça impressa em 3D nas passarelas. Isso
aconteceu no ano de 2010 no Amsterdam Fashion Week, com sua coleção Crystallization, a qual incluía
uma peça impressa em 3D (Figura 4). Em janeiro de 2011, Iris Van Herpen introduz a impressão 3D nas
passarelas de Paris na Paris Haute Couture Week, onde dos doze looks apresentados, quatro foram
impressos em 3D.
Figura 4: Peça da coleção Crystallization, 2010.
Fonte: http://www.irisvanherpen.com/haute-couture
Figura 5: Quatro peças da coleção Escapism, apresentadas no Paris Haute Couture Week 2011.
Fonte: http://www.irisvanherpen.com/haute-couture
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Essas peças impressas caracterizaram-se pela variação da matéria comparada à apresentada
no ano anterior. Nessa coleção as superfícies são compostas por fios finos, como se fossem fibras,
compondo as peças e atribuindo leveza para proporcionar maior flexibilidade (HERPEN, 2015).
Em julho de 2011, Iris Van Herpen apresenta a Coleção Capríole na Paris Haute Couture Week,
com uma nova peça impressa, o vestido Skeleton. Nessa peça 3D não há muita variação no material
utilizado, destacando-se apenas os detalhes e formas estruturais de um esqueleto.
Em janeiro, na Paris Haute Couture Week 2012, a estilista apresenta a coleção MICRO, com
destaque para a peça em 3D, “Cathedral”, impressa a partir da tecnologia SLS em poliamida e com
detalhes esculturais.
Figura 6: Skeleton Dress 2011, Cathedral Dress 2012 com detalhes, Liquid Dress 2012
Fonte: http://www.irisvanherpen.com/haute-couture
Nesse mesmo ano de 2012, ela apresenta em julho na Paris Haute Couture Week sua coleção
HIBRID HOLISM, com peças onde há a introdução da técnica ‘Mammoth Stereo lithography’ que consiste
num método de impressão 3D onde se imprime a peça de baixo pra cima, num recipiente com polímeros
que enrijecem quando atingidos pelo laser. Essa máquina desenvolvida pela Materialise permite
impressão de grandes peças, até 2,1 x 0,7 x 0,8 metros (HERPEN, 2015). A combinação da tecnologia
Mammoth com o material utilizado permitiu a criação da peça 3D exibida na semana de alta costura de
Paris, que apresentava uma aparência liquida, transparente, com certa similaridade ao mel.
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Figura 7: Detalhe da peça registrado no Backstage da Paris Haute Couture Week 2012
Fonte: http://www.irisvanherpen.com/haute-couture
Em sua coleção de 2013, denominada Voltage, Iris Van Herpen apresenta o primeiro vestido
impresso flexível, em colaboração com o MIT Media Lab, onde se desenvolveu uma textura diferenciada,
incorporando um material duro e outro macio, capaz de atribuir uma maior maciez e elasticidade.
(HERPEN, 2015).
Figura 8: Peça da coleção Voltage, de Iris Van Herpen, 2013.
Fonte: http://www.irisvanherpen.com/haute-couture
A impressão 3D passou pelas passarelas do Victoria Secret Fashion Show 2013, com a
apresentação da peça Snow Queen, projetada pelo arquiteto Bradley Rothenberg, e impressa em nylon
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pela Shapeways, utilizando a tecnologia Selective Laser Sintering, e com milhares de cristais Swarovski.
(SHAPEWAYS, 2015).
Figura 9: Snow Queen, Victoria Secret.
Fonte: http://www.shapeways.com
Em março de 2014, na coleção Biopiracy de Iris Van Herpen, a impressão 3D ganha ainda mais
flexibilidade e movimentos com a adição de novos materiais, sendo o primeiro vestido impresso num
material flexivel. Após, em setembro de 2014, Iris Van Herpen apresenta sua coleção denominada
Magnetic Motion, contendo uma peça impressa em 3D num material transparente com formações
cristalinas.
Figura 10: Peça da coleção Biopiracy. Peça da coleção Magnetic Motion.
Fonte: http://www.irisvanherpen.com/haute-couture
No ano de 2014, a Vogue Itália postou em seu site uma matéria intitulada “The Fashion Life
Scientific”, aonde comenta sobre a Paris Fashion Week: “a ciência agora faz sua parte com designers
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com visão de futuro - e está mudando a cara da moda com materiais experimentais e exemplos
extraordinários de roupas que vão desde o laboratório até o guarda-roupa” (VOGUE, 2014, s.p).
Novamente, o nome que se destaca nessa matéria da Vogue, é Iris Van Herpen. Segundo a
editoria da revista, a habilidade de Van Herpen é a de transformar explorações científicas para a realidade
das roupas vestíveis (VOGUE, 2014). Além disso, a designer não se destaca apenas por ter sido a
primeira estilista a levar às passarelas a impressão 3D em peças de vestuário, mas também pela sua
constante pesquisa, criatividade e inovação que apresenta em suas criações.
Peças vestíveis com tecnologias diferenciais integradas
A impressão 3D, no contexto das inovações tecnológicas, além de proporcionar novas
perspectivas estéticas em design de vestuário, vem sendo utilizada com propósito de criar peças
‘inteligentes’. Segundo Udale “roupas interativas incorporam materiais inteligentes que respondem a
mudanças no ambiente ou corpo humano” (UDALE, 2009, p. 39). Um exemplo é a peça desenvolvida
por Anouk Wipprecht, denomidada Spider Dress 2.0. Consiste num sistema mecatrônico impresso em
3D, com sensores que respondem a presença e movimentos ao redor que quem o veste. A peça é
inspirada nos instintos de uma aranha brasileira encontrada na Floresta Amazônica (WIPPRECHT,2015).
Figura 11: Spider Dress 2.0
Fonte: http://www.anoukwipprecht.nl/
Outro exemplo é o projeto que começou a ser desenvolvido pela designer holandesa Maartje
Dijkstra, no ano de 2014, intitulado “Hard Core Vein 2.0”. Foi utilizada a tecnologia 3D, explorando
características e formas inspiradas no organismo humano.
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Figura 12: Hard Core Vein 2.0 de Maartje Djikstra
Fonte: http://www.3dprintingindustry.com/
Segundo Molitch-Hou (2014) essa peça é um protótipo que apresenta uma sensação de
organismo vivo a quem o usa, pois o material impresso em 3D também contém uma substância que
circula por esses vasos, como se fossem veias.
Outra criação que se destaca nesse quesito são as peças de Neri Oxman e de um grupo de
pesquisadores do MIT Mediated Matter Group e outros, os quais desenvolveram uma tecnologia que
possibilita a criação de peças digitalmente, utilizando um multimaterial, intitulado “Wanderes: wearables
for interplanetary pilgrims”. Tais peças possuem estruturas vasculares e cavidades internas que
possibilitariam a aplicação de uma bactéria modificada com fins de transformar oxigênio, ou gerar
biomassa, biocombustíveis e cálcio, entre outros.
Figura 13: Peça da Wearables for interplanetary pulgrims.
Fonte: http://www.materialecology.com/
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Considerações finais
A inovação tecnológica é uma das importantes suplementações para projetos inovadores, pois
aliada à criatividade pode proporcionar inovações estéticas diferenciadas, bem como novos materiais
para utilização cotidiana. O design de vestuário é um setor que está sempre atento a tais inovações, o
que podem possibilitar o desenho de um produto final com diferencial, maior qualidade, sustentabilidade
e tantos outros fatores que podem agregar valor à criação. Nos últimos anos, observa-se a
implementação do uso de tecnologias na indústria de vestuário e de acessórios, como a impressão digital
e a tecnologia de corte laser para peças e produtos derivados deste segmento.
Assim, como a impressão digital propagou-se industrialmente, e está cada vez mais acessível e
presente na estampagem de tecidos, estabelecendo, da mesma forma, novas possibilidades na
aplicação de estampas distintas das padronagens serigráficas, a impressão 3D pode vir a possibilitar
novas possibilidades na criação de peças para o design de vestuário, em roupas e acessórios como
bolsas, sapatos, entre outros.
As roupas impressas em 3D ao longo dos anos passaram por várias variações desde o Black
Drape Dress no ano de 2000, que seria o primeiro vestido impresso em 3D funcional. Até as criações
mais recentes, com destaque às produções de Iris Van Herpen, aliadas às companhias de tecnologia e
pesquisa em impressão 3D (Materialise, entre outras), nota-se uma maior variedade de pesquisa nos
materiais impressos. Em decorrência disto, podem-se gerar inovações tecnológicas que possibilitam
novas aplicações e possibilidades para o vestuário, atribuindo características como maior flexibilidade,
movimento, diferencial tátil ou visual da peça final.
Sendo assim, pode-se observar que a tecnologia de impressão 3D ainda está em crescente
aplicação no design de moda, proporcionando resultados diferenciados em relação aos demais
processos que vinham sendo usados. Vale lembrar que, como a impressão digital obteve crescimento e
maior aplicação ao longo dos anos, assim também a tecnologia de impressão 3D tende a se difundir,
com a possiblidade de redução de custos e maior alcance da tecnologia, tornando-se uma ferramenta a
mais para os designers na criação de peças inovadoras.
Referências
Moda Documenta: Museu, Memória e Design – 2015
ISSN: 2358-5269 Ano II - Nº 1 - Maio de 2015
Livros:
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CLARKE, Sarah; O’MAHONY, Marie. Techno Textiles 2: Revolutionary fabrics for fashion and design.
Nova Iorque. Thames & Hudson, 2007.
COLCHESTER, Chloë. Textiles: tendências actuales y tradiciones. Barcelona: Blume, 2008.
PIRES, Beatriz; AVELAR, Suzana; SANCHES; Regina. Corpo Têxtil: Malharia 3D e Design Biológico.
Anais do Congresso Internacional de Moda e Design 2012. Guimarães, Portugal. Livro de
Resumos. Portugal. Escola de Engenharia Universidade do Minho, Guimarães, 2012.
UDALE, Jenny. Tecidos e moda. Porto Alegre: Bookman, 2009.
Sites:
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http://3dprintingindustry.com> Acesso em 18 nov 2014.
HERPEN, Iris V. Iris Van Herpen Womenswear. Paris, 2015. Disponível em
<http:/http://www.irisvanherpen.com/> Acessso em 15 jan 2015
KYTTANEN, Janne. Janne Kyttanen. Amsterdam, 2015. Disponível em: < http://www.
http://jannekyttanen.com/> Acesso em 18 jan 2015.
MOLITCH-HOU, Michael. Maartje Dijkstra’s 3D Printed Ensemble Pumps to the Beat of a Different
Drum. Nova Iorque, 2014. Disponível em < http://3dprintingindustry.com/2014/11/11/maartje-dijkstras-
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SHAPEWAYS. 3D Printing Service and Marketplace. Nova Iorque, 2015. Disponível em: <
http://www.shapeways.com> Acesso em 17 jan 2015.
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VOGUE. Vogue Italia. ITA, 2015. Disponível em: < http://www.vogue.it/> Acesso em 19 nov 2014.
WIPPRECHT, Anouk. Spider Dress 2.0. São Francisco, EUA. 2015. Disponível em <
http://www.anoukwipprecht. Acesso em: 13 jan 2015.