palavrasemsentido

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1

PALAVRAS SEM SENTIDO

VÉNUS

2

Lemos para não nos sentirmos sós?

Abrir um livro é entrar num mundo novo e desconhecido, ainda por

desfolhar.

Um mundo mágico, que obedecendo ao ritmo das mãos do leitor, se vai

revelando ao virar de cada página.

3

Dedicado ao meu pai.

4

Não sei se é sonho

ou realidade.

Saio de mim

para não mais voltar.

5

O silêncio ensurdece a boca

do vazio que beija o olhar

que fala do tempo da dor

que esconde o rosto das mãos

que choram o nada.

6

À maré alta

a calmaria.

Nos grãos de areia

a maresia.

Eu e tu

E os nossos dedos.

7

No mar da minha angústia o

sol foge do horizonte para

não doirar as velas da eterna

saudade da agitação das ondas

na areia da praia no prazer

da água à minha beira.

E nada mais.

8

Aberta a mão pede outra mão

E há tantas mãos

Nem uma

Duas em cada Homem

De mãos dadas consigo mesmo.

9

Ante a pequenez sombria da Morte

A mão grandiosa da Vida

Acena à eterna cumplicidade

Entre dedos sequiosos de Liberdade.

10

O corpo na vã esperança de ser amado

mergulha no prazer ilusório

de uma paixão lúdica.

E volta arrependido

à alma fiel ao Amor.

11

Ela navega no alto mar dos múltiplos desejos

rumo à imortalidade.

E ele fica em terra.

12

A mulher-criança

busca a magia perdida

na espiral do tempo.

13

Queria entrar no teu olhar e repousar na tua boca.

Queria descobrir o teu cheiro e invadir o teu corpo.

Queria desafiar o prazer e ser cúmplice no desejo.

Queria voar.

14

Queria ver-te

por um minuto apenas

talvez

a dor de te querer

parasse.

15

Nada sou

Nada fui

Nada serei

Sem ti.

16

Para quê voar

Se não tenho asas?

Para quê sonhar

Se tenho de acordar?

Para quê amar

Se amar é sofrer?

Para quê querer

Se não posso ter?

Para quê mentir

Se conheço a verdade?

Para quê gritar

Se ninguém me ouve?

Para quê morrer

Se quero viver?

17

Quando é que páro de perseguir a perfeição?

Quando já não admirar a lua.

Quando é que páro de sonhar acordada?

Quando já não olhar para o céu.

Quando é que páro de desejar o impossível?

Quando já não ambicionar as estrelas.

Quando é que páro de te amar?

Quando já não viver.

18

Não quero ser Homem

Cala-te

Não quero ser Homem

Cala-te

Não quero ser Homem

Cala-te.

19

Ser livre é viver e deixar viver sem medo

Ser livre é sonhar e partilhar os sonhos sem limites

Ser livre é amar e ser amado sem tabus

Ser livre é ser pela igualdade sem fronteiras

Ser livre é opinar e respeitar opiniões sem barreiras

Ser livre é defender o que se acredita sem desistir

Ser livre é rir de si próprio sem maneiras

Ser livre é construir o amanhã com esperança.

20

Sonho que da guerra brotou paz.

Sonho que da indiferença nasceu solidariedade.

Sonho que da fome se fez pão.

Sonho que do silêncio cresceram vozes.

Sonho que de mim se acendeu a esperança.

21

Dá-me a tua mão.

Vem comigo ver as estrelas

Correr atrás dos sonhos

Vem comigo dançar à luz da lua

Descobrir o segredo do meu corpo

Vem comigo e fica para sempre.

Não digas que não.

Dá-me a tua mão.

22

Não vive quem foge do amor para não sofrer

Não vive quem evita a emoção para escapar à dor

Não vive quem procura a solidão por recear os outros

Não vive quem desiste dos sonhos por não ter esperança

Não vive quem tem medo de ser feliz.

Vive quem elege o amor pelo turbilhão de sentimentos

Vive quem desafia a paixão pelo prazer do desejo

Vive quem partilha o pão por amor ao próximo

Vive quem dá forma aos sonhos por acreditar ser possível

Vive quem corre atrás da felicidade.

23

Faltou-me o sonho para ser poeta

Faltou-me o azul para ser céu

Faltou-me o chão para ser terra

Faltou-me a leveza para ser ar

Faltou-me a sede para ser água

Faltou-me a fome para ser pão

Faltou-me acreditar.

Quase fui poeta quando sonhei acordada

Quase fui céu quando me vesti de azul

Quase fui terra quando pisei o chão

Quase fui ar quando tentei voar

Quase fui água quando derramei lágrimas

Quase fui pão quando saciei a vontade

Quase acreditei.

24

Volto agora ao real

Volto agora à luta

Volto agora aonde não pertenço

Volto à minha vida.