Post on 29-Mar-2016
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Almoço dos AgRônomosFesta reuniu profissionais e familiares na AEAARP
O futuro está aquio etanol pauta a política externa brasileira e os
principais avanços nas pesquisas acontecem aqui. A semana Agronômica marcos Vilela lemos traz
para o público as novidades do setor.
painelAno XII nº 176 novembro/2009 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
A E A A R PASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA DE RIBEIRÃO PRETO
lEgIslAçãoAEAARP trabalha pela lei da Assistência Técnica gratuita
Eng. civilRoberto Maestrello
Editorial
A combinação poder público e sociedade civil tem pautado debates acalorados. Esse movimento caminha sobre uma linha tênue. A sociedade não tem poder de decisão sobre as políticas desenvolvidas pelos órgãos oficiais que, por seu lado, podem ouvir e respeitar as posições e opiniões expressadas democraticamente. A fragilidade reside na capacidade da primeira em aceitar e respeitar as decisões e da segunda em aceitar as discordâncias, ouvir mais e assumir que está a serviço da primeira. Infelizmente, no Brasil, ultimamente, a democracia só tem chegado até as eleições. Depois de eleitos, os ilustres representantes do povo se tornam donos do poder e trabalham quase que unicamente em proveito próprio, dos seus partidos e do seu grupo. Precisam aprender que, na condição da investidura de um cargo, há que se lutar pela maioria e não do grupo que detém o poder de turno.
Neste exato momento nos empenhamos em uma discussão que pode mudar a vida de centenas de famílias. Batizada de Lei do Puxadinho, a proposta já gerou acaloradas discussões no Legislativo municipal, das quais participamos. Divulgamos uma carta alertando os governantes e legisladores locais sobre os problemas na proposta de lei. No estágio atual, o Comur, o qual integramos, encaminhou sugestão à prefeitura para que, entre outros tópicos, providenciasse, dentro de um determinado prazo, um levantamento detalhado, inclusive com visita in loco pelos técnicos da Secretaria do Planejamento, das propriedades que precisam se adequar à legislação municipal e que, portanto, carecem desse “arranjo” para se legalizarem.
Essa é a decisão acertada. Diagnosticar, planejar e executar. Assim também deveriam ser todas as políticas públicas. A sugestão do Comur deveria ser uma prática dos pode-res executivos. Ouvir a sociedade civil organizada, acatar e executar. Foi dessa forma, por exemplo, que surgiu a Lei Federal 11.888/2009, que trata da assistência técnica gratuita para moradias de interesse social, elaborada com importantes colaborações do CONFEA. Nos reunimos com o líder do governo na Câmara, o vereador Marcelo Pa-linkas (DEM), e expusemos a necessidade de regulamentar a lei em nossa cidade.
Em todas as edições da Painel, inclusive nesta, relatamos importantes contribui-ções que a AEAARP deu e dá a absolutamente todos os governos municipais nas últimas seis décadas. Na Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos e no Almoço dos Agrônomos, que aconteceram em outubro, recebemos a prefeita Dárcy Vera (DEM) em nossa sede pela primeira vez depois de dez meses de sua posse. De nossa parte, apreciamos o gesto da prefeita e acreditamos que, a partir desse marco, teremos grandes intercâmbios proveitosos para a cidade. Nossa porta sempre esteve aberta e assim continuará. É um dever nosso colaborar com a cidade, sem distinguir credo, cor, classe social ou partido político.
Fizemos isso nos anos de 1970, nas primeiras discussões do Plano Diretor, em 2006 com as Leis Complementares, nos anos subsequentes com reiteradas cobranças pela aprovação da peça que trata do mobiliário urbano e seguiremos nesse caminho em defesa do exercício profissional, do respeito ao conhecimento e pelo bem da nossa cidade.
Eng. civil Roberto MaestrelloPresidente da AEAARP
Semana agronômica 05Semana agronômica discute o futuro dos biocombustíveis
artigo 14agroenergia, alimentos e meio ambiente
acúStica 15manual de acústica já está na internet
Política 16aeaarP trabalha pela lei de assistência técnica gratuita
ProfiSSionaiS do ano 1730º Prêmio Profissionais do Ano
oPinião 18o tesouro da superfície
entreviSta 20consultor receita mais emoção para mentes cartesianas
crea 22Começa a fiscalização da Lei de Acessibilidade
Segurança do trabalho 23empresas devem apresentar projeto elaborado por engenheiro de segurança do trabalho
notaS 24
Perfil 26henrique Puppo – 79 anos de vida, 54 anos de engenharia
AssociAçãode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto
Índice
Expediente Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700Fax: (16) 2102.1700 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br
Roberto Maestrello Geraldo Geraldi Junior Presidente Vice-presidente
DIRETORIA OPERACIONALDiretor Administrativo: Hugo Sérgio Barros RiccioppoDiretor Financeiro: Ronaldo Martins TrigoDiretor Financeiro Adjunto: Luis Carlos Bettoni NogueiraDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: José Anibal Laguna
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DIRETORIA TÉCNICAEngenharia Agrimensura e afins: José Mario SarilhoAgronomia, Alimentos e afins: Kallil João FilhoArquitetura, Urbanismo e afins: Luis César BarillariEngenharia Civil, Saneamento e afins: Edison Pereira RodriguesEngenharia Elétrica, Eletrônica e afins: Tapyr Sandroni JorgeGeologia, Engenharia de Minas e afins: Caetano Dallora NetoEngenharia Mecânica, Mecatrônica, Ind. de Produção e afins: Giulio Roberto Azevedo PradoEngenharia Química e afins: Paulo Henrique SinelliEngenharia de Segurança e afins: Luci Aparecida SilvaComputação, Sistemas de Tecnologia da Informação e afins: Orlean de Lima Rodrigues JuniorEngenharia de Meio Ambiente, Gestão Ambiental e afins: Gustavo Barros Sicchieri
DIRETORIA ESPECIALUniversitária: Hirilandes AlvesDa Mulher: Nadia Cosac FraguasDe Ouvidoria: Arlindo Antonio Sicchieri Filho
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discute o futuro dos biocombustíveis
Semana Agronômica
semana agronômica
Revista Painel 5
Biocombustíveis no Brasil e no mundo
Décio Luis Gazzoni Embrapa e Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República
As perspectivas de expansão da utiliza-ção da biomassa energética como uma forma de substituição do petróleo estão evidentes e mostram que o Brasil será uma das principais potências energéti-cas das próximas duas décadas, defende Gazzoni, que enumera as vantagens dos biocombustíveis:
Econômica: valor equivalenteNegocial: em linha com o mundoAmbiental: emissões evitadas de 43
a Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos-2009 aconteceu de 20 a 23 de outubro e, no sábado, 24, foi comemorado o dia do engenheiro agrônomo, com um almoço festivo. veja, a seguir, um resumo das palestras da semana.
bilhões de toneladas de CO2Empregos: 152 vezes mais mão-de-
obra do que o petróleoRenda: democrática, distribuída, in-
teriorizadaAlimentos: produção intercalar ou na
renovaçãoRenovável: continua produzindo quan-
do o pré-sal se esgotarO engenheiro agrônomo defende uma
consciência cívica frente aos desafios da busca por energias renováveis. O Brasil é um dos poucos países entre os gigantes que possui uma matriz limpa. “A energia fóssil não é democrática nem equilibrada. Ela não está nos locais onde o consumo é necessário”, afirma. E faz uma aposta: “Vamos terminar este século com grande uso da energia solar, ocupando muito mais espaço que o petróleo”.
“Com um parque industrial mais amplo
21/10
Scarpellini faz a abertura da Semana.
Produtos biocompatíveis para o controle de doenças em plantas
Wagner BettiolEmbrapa Meio Ambiente
O que tem elevado o aumento do uso de agrotóxico, apesar da evolução dos produtos? Wagner Bettiol alerta para o recorde no comércio de agrotóxicos no Brasil, constatado em 2008. Segundo ele, é preciso redesenhar os sistemas de produção, melhorando a eficiência e substituindo os insumos.
20/10
6 AEAARP
e distribuído, toda a sociedade poderá colher os frutos dessa política de de-senvolvimento, uma vez que a renda per capita dará um salto de mais de 100% nos próximos 20 anos. A demanda por uma matriz energética com menor impacto ambiental e a posição favorável do Bra-sil com relação ao restante dos países certamente o deixará em uma situação de destaque”, completa.
Girassol para produção de biodiesel
Amadeu Regitano Neto APTA/IAC
Após atrair notoriedade em meados de 1900, o girassol ganhou espaço na produção de óleo doméstico ao auxiliar a prevenção de doenças car-diovasculares, apresentar alta qualidade para o consumo, além da cor clara e sabor suave. O desafio agora é tornar viável a produção e, consequentemente, comercialização do biodiesel a partir do vegetal.
Para Regitano, o girassol apresenta características adequadas e suficientes para a produção de biodiesel de ótima qualidade, devido ao alto teor de óleo e boa composição de ácidos graxos. As limitações são o baixo rendimento de grãos e de óleo, o baixo conhecimento da cultura pelos agricultores, o crescimento desordenado da área de plantio e o valor e uso dos coprodutos.
Pinhão-manso e agroenergia
Lília Sichmann Heiffig-del Aguila APTA/IAC
Utilizado durante a II Guerra Mundial em motores de ciclo-diesel, o pinhão-manso atende algumas das premissas básicas do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), entre elas: balanço energético favorável, aproveitamento eficiente do solo, geração de empregos, inclusão social e a qualidade de vida.
Conhecido popularmente como pinhão-
de-purga, pinhão-de-cerca, manduigaçu, figo-do-inferno, grão-de-maluco e tarta-go, cada fruto contém três sementes, que contém, em média, 66% de cascas e 50% de óleo. No Brasil vem sendo cul-tivado e pesquisado para a produção de biodiesel e ração animal, constituindo uma promissora alternativa.
Produção de alimentos e energia e o exercício profissional
Adilma Scamparini CREA
O preço do açúcar e etanol deverá sofrer pressão nos próximos meses. E o déficit global de açúcar será de sete milhões de toneladas até 2010. Esses foram os números apresentados pela engenheira de alimentos, Adilma Scam-parini, que não vê vantagem na produção de biodiesel no Brasil, pois o país se prepara para o pré-sal.
A expectativa da produção de soja do Brasil alcançará um recorde de 64,3 milhões de toneladas em 2008/09, ante 60,1 milhões no ano-safra anterior. Até 2017, o Brasil será responsável por 34% da produção mundial e praticamente me-tade das exportações (46,5%) contra os 27% de produção e 25% de exportações observadas atualmente.
A produção de milho deve crescer 1,2%, para 34 milhões de toneladas, pois, ao contrário do que aconteceu em 2008/2009, a tendência é de clima favorável. “Mais uma vez a sustenta-ção dos preços internos dependerá do escoamento do excedente. Este ano as exportações não deslancharam e, com o mercado sem liquidez, os preços inter-nos ficaram pressionados”, avalia. Com a entrada da safra americana e o câmbio desfavorável, as chances de reversão nos próximos meses são pequenas.
“Mas para 2010 o cenário pode ser diferente. A recuperação da economia e um possível aumento da demanda por milho para etanol nos EUA podem sustentar os preços internacionais do grão e abrir caminho para as exportações brasileiras”, afirma.
Manejo bioenergético para produção integrada de alimentos, fibras e energia
José Roberto de Menezesconsultor
Agroenergia, etanol e óleo vegetal com os excedentes de grãos - segundo o palestrante - são:
• direito do agricultor• demanda da sociedade• exigência da natureza• obrigação do governo “O desperdício é maior que a produção
comercializada”. O engenheiro agrôno-mo José Roberto de Menezes faz críticas ao que ele chama de parafernália de insumos modernos, entre eles, impostos, fertilizantes, agrotóxicos, combustíveis, máquinas, logística, juros, taxas e mul-tas. E aposta em uma nova maneira de utilizar tecnologias conhecidas para a produção integrada de alimentos, fibras e agroenergia.
Potencial de variedades de amendoim para o biodiesel
Ignácio J. de Godoy APTA/IAC
Por enquanto, o brasileiro vai continuar consumindo o amendoim apenas como aperitivo. É o que garante o engenheiro agrônomo Ignácio de Godoy. Segundo o especialista, a produção de biodiesel enfrentaria um grande concorrente: o mercado de óleo comestível. O óleo de amendoim tem qualidade e é tão valori-zado quanto os nobres das prateleiras dos supermercados, porém, o alto custo inviabiliza a produção.
“É preciso harmonizar a industria-lização do amendoim para óleo e o amendoim que se destina a confeitaria”, defendeu Godoy. “Já para a produção de biodiesel, tudo dependerá do futuro dessa agroindústria, da qualidade das matérias-primas e das questões políticas
semana agronômica
e ambientais”, resumiu.Atualmente 90% de toda a produção
nacional de amendoim se concentram no estado de São Paulo e são destina-dos à indústria de confeitaria. O enge-nheiro afirmou também que a oferta irregular em pequena quantidade e a matéria-prima de baixa qualidade para a produção do farelo são fatores que não tornam compensatórios produzir o óleo de amendoim.
Soja como fonte de óleo para biodiesel
Luciana A. Carlini Garcia APTA/IAC
O Brasil pode se tornar o primeiro produtor mundial de soja até 2012. Essa é a previsão do setor para o grão, que não para de crescer em áreas cultiváveis brasileiras e projeta um aumento na produção de farelo e óleo. A soja apresenta diversos fatores que impulsionam a produção de biodiesel, entre eles, a moderna tecnologia de produção e a ampla pesquisa para de-senvolvimento de tecnologia. Mais de 80% do biodiesel produzido atualmente provêm da soja, composta por até 25% de óleo em sua semente.
“A taxa de crescimento da produção brasileira de biodiesel é crescente e saltou 500% desde 2007. As principais usinas brasileiras estão concentradas no Centro-oeste, Sudeste e Sul e a maior parte possui selo de biocombustível”, explica Luciana Garcia. Segundo ela, o governo federal prevê implantar um programa sustentável para garantir preços competitivos no mercado. Em 2009, a produção total deverá alcançar 1,6 bilhões de litros.
Mamona como fonte de óleo para biodiesel
Tammy A. Kiihl APTA/IAC
Para tornar viável a produção de biodiesel a partir do óleo de mamona, o principal desafio está no aperfeiçoamento da técnica de pro-
dução. Mesmo recebendo incentivos fiscais do governo federal, com 100% de isenção de impostos, a mamona ainda é pouco ou mal utilizada. Concentrada no Nordeste do país, com cerca de 140 mil hectares, de um total de 150, a Bahia é o principal produtor.
O óleo da mamona é utilizado na fabricação de mais de 600 derivados, como lubrificantes, próteses, plásticos, graxas, cosméticos e o biodiesel. “A indústria processadora de óleo de ma-mona trabalha com elevada ociosidade, por falta de matéria-prima. 14 unidades brasileiras têm capacidade para produzir 500 mil toneladas por ano, mas a última safra produziu apenas 90 mil tonela-das”, explica a pesquisadora. Enquanto o barril de petróleo chega a custar 72 dólares, o derivado da mamona alcança 178 dólares. “É um óleo extremamente valorizado no mercado internacional, por ser uma cultura que não concorre com a produção alimentícia, já que o óleo não é comestível”, conclui.
Desafios apontados pela pesquisa-dora:
• adequação das técnicas de produção• zoneamento agroclimático• modernização da pós-colheita• modernização de equipamentos• desenvolvimento de políticas
agrícolas mais sólidas• consolidação da agricultura familiar
na cadeia produtiva• otimização da produção agrícola
com sustentabilidade ambiental• regularidade no abastecimento
interno do país
“O constante aumento na produção de alimentos em
grande escala é responsável pela diminuição dos custos com a alimentação, mas o retorno para o agricultor é
inversamente proporcional. É preciso pensar na manutenção
da sustentabilidade do agronegócio.”
Wagner Bettiol (Embrapa)
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AEAARP8
22/10Controle biológico de pragas em cana-de-açúcar
Terezinha Cividanes APTA Centro Leste
A previsão da safra 2009/2010 de cana-de-açúcar no Brasil é de 36,7 milhões de toneladas de açú-car e 27,9 milhões de litros de álcool, o que representa um crescimento de 16% em relação a 2008. O desafio, segundo a especialista, é otimizar e aumentar a produção de álcool. “A ciência colabora por meio do melhoramento genético e novas tecnologias de extração do ál-cool da cana. E o Brasil possui um dos mais eficientes controles biológicos de praga e é exemplo para outros países”, ressalta.
Alguns dados são indispensáveis nesse controle: priorizar a qualidade do inimigo natural, respeitar a quantidade indicada, observar a concentração do fungo, forma e horário de liberação e monitorar todo o processo. No Brasil, estima-se que 1,7 milhões de hectares recebam a cotesia, o parasitóide mais utilizado no controle da broca. Neste sistema, a economia estimada todos os anos pelo setor ca-navieiro chega a US$ 80 milhões apenas no Brasil.
Manejo de nematóides na cultura da cana-de-açúcar
Leila L. Dinardo MirandaAPTA/IAC
Os nematóides são importantes para-sitos da cana-de-açúcar por atacar seu sistema radicular e, em função disso, dificultar a absorção de água e nutrintes e reduzir a produtividade. Em campo, os sintomas de ataque de nematóides são reboleiras de plantas menores e cloróticas, com “fome de minerais”, murchas nas horas mais quentes do dia e menos produtivas, entre outras de porte e coloração aparentemente normais. A grandeza dos danos causados por ne-matóides varia em função das espécies ocorrentes, do nível populacional, do tipo
de solo e da variedade cultivada, entre outros fatores, mas podem chegar a 50% da produtividade. Para reduzir os prejuízos causados por esses parasitos, são necessários levan-tamentos populacionais para identificar áreas com problemas e a adoção de medidas de controle, que envolvem geralmente o uso de nematicidas quí-micos, associados ou não ao uso de matéria orgânica. A rotação de culturas também pode auxiliar no manejo, mas, de uma maneira geral, não dispensa nematicidas.
Minidestilarias
Ingobert PiskeInstituto Brasileiro de Bioenergia
As mini-destilarias são concebidas para oferecer aos peque-
nos, médios e grandes agricultores a possibilidade de agregar valor ao seu negócio, integrando-os à cadeia pro-dutiva do etanol, maximizando seus resultados, com atrativa taxa de retorno do investimento. Veja as áreas de inte-resse para cooperação e transferência de tecnologia:
Área agrícola: • aumento da produtividade da cana-de-açúcar.Área industrial: • aumento do rendimento alcoólico
no processo de fermentação, • produção de etanol celulósico a
partir da biomassa e • produção de etanol a partir do
bagaço e palha da cana-de-açúcar.
Manejo de doenças em cana-de-açúcar
Álvaro Sanguinoconsultor
Como as variedades de cana-de-açúcar reagirão nas novas fronteiras agrícolas? O consultor apresentou as principais doenças que invadem a planta e o perigo potencial de cada uma, como a ferrugem alaranjada, fiji e outras.
Sistema de plantio direto e sustentabilidade
Isabella Clerici de Maria APTA/IAC
A sustentabilidade deve atender neces-sidades do presente sem comprometer as necessidades do futuro. Assim a Organização das Nações Unidades (ONU) pontua o debate para orientar todo empreendimento sustentável. Na agricultura, o conceito expande para a conservação do meio ambiente, uni-dades agrícolas lucrativas e criação de comunidades agrícolas prósperas.
Segundo Isabella de Maria, a palha utilizada no sistema de plantio direto requer três cuidados: mínima mobiliza-ção da superfície, manutenção da co-bertura morta (palha) e manutenção da cobertura vegetal (sucessão e rotação de culturas). “Seguindo esses princípios, o sistema de plantio direto pode ser usado em qualquer cultura. Ele conserva o solo, tem um custo de produção mais baixo e torna a operação de cultivo mais fácil”.
Fisiologia de plantas bioenergéticas
Roberto Botelho Ferraz Branco APTA Centro Leste
Uma das causas pelas quais o Brasil se destaca na produção de bioenergia é o favorecimento climático que propicia manejo adequado e eficaz da cana-de-açúcar. Nas variedades que são capazes de produzir energia destacam as gramí-neas e a cana-de-açúcar ocupa o topo dessa lista. Concorrendo diretamente com o milho, que possui alta produti-vidade energética, a cana-de-açúcar se destaca pela produtividade por hectare.
Segundo Branco, com o crescente aumento populacional mundial e a necessidade de produção energética, a cana-de-açúcar tende a se destacar cada vez mais junto aos meios de produção de bioenergia, que futuramente serão as principais fontes de energia, o que dará sem duvida significativa vantagem ao
semana agronômica
Revista Painel 21
Brasil no contexto mundial de demanda energética.
Sistema de produ-ção sustentável
Fernando Penteado Cardoso Fundação Agrisus
O sistema de produ-ção sustentável merece destaque em todas as práticas agrícolas. O uso de tecnologias de ponta para preparo e cultivo do solo são os diferenciais que fazem do Brasil uma potência quando o assunto é cana-de-açúcar, e faz dessa matéria-prima uma das principais forças da economia nacional.
O aprimoramento tecnológico, a pre-ocupação com o bem-estar social dos trabalhadores e comunidades envolvidas no ciclo de produção são fatores essen-ciais para o sucesso desse mercado.
Continuar desenvolvendo tecnologias de manutenção e preservação do meio
ambiente em meio às crises ambientais dará credibilidade e valorizará ainda mais o mercado que já vem recebendo créditos pela produção de biocombustí-vel. Inovação, preservação, desenvolvi-mento e responsabilidade começam a ser indispensáveis para a realidade do setor canavieiro brasileiro.
A pedologia como ferramenta para caracterização de ambientes de produção
Júlio Cesar GarciaCentro Cana IAC
Garcia apresentou as vantagens da ca-racterização de ambientes de produção:• escolha racional de áreas de arren-
damento,• alocação correta das variedades,• correta época de corte e• economia com análise de argila.
“Cana, cereais, óleos vegetais, resíduos, pastagens, resíduos da cana. Mas após 2050, de onde vamos tirar? Precisaremos de uma matéria-prima de alta densidade energética.”
Décio Luis Gazzoni (Embrapa)
Manejo de plantas daninhas em cana-de-açúcar
Carlos AzaniaAPTA/IAC
A reforma do canavial é a oportunidade para se iniciar o manejo de plantas da-ninhas de difícil controle. As operações agrícolas do plantio interferem no manejo das plantas daninhas, durante o revol-vimento de solo, por meio do banco de sementes e a dinâmica dos herbicidas.
10 AEAARP
23/10
Controle de doenças em hortaliças
Érika Auxiliadora Giacheto Scaloppi APTA Centro Leste
O desafio das produ-ções de horticulturas está em produzir alimentos com qualidade. A combinação de três fatores pode culminar nas inde-sejáveis doenças que agridem a planta: patógeno, hospedeiro e ambiente. Para evitar os danos permanentes nas produ-ções, a especialista dá dicas:
Exclusão: a semente ou muda que será plantada deve ser sadia, pois pode car-regar várias doenças, entre elas, viroses, bactérias, antracnoses.
Erradicação: o produtor deve eliminar fontes de inóculos, com a rotação de cultura, eliminação de plantas doentes e hospedeiros, tratamento de sementes e tratamento de solo.
Proteção: cuidados para proteger a cultura.
Imunização: proteção cruzadaTerapia: utilizada principalmente na
horticultura, por meio da cirurgia, fungi-cidas curativos e tratamento térmico.
Qualidade da água e métodos de irrigação em hortaliças
Flávio Bussmeyer Arruda IAC/APTA
Todas as pessoas têm direito ao consu-mo de água, porém, esse bem, embora seja renovável, é finito. Segundo o en-genheiro agrônomo Flávio Bussmeyer Arruda, as piores formas de redução da água acontecem por meio da poluição, contaminação e assoreamento. “O au-mento no consumo combinado com a re-dução na oferta da água já está limitando a expansão econômica”, alerta.
Algumas ações práticas são apontadas para auxiliar a horticultura e reduzir a carga poluidora da água:
A Semana Agronômica contou, também, com o 4º Seminário de Agregação de Valor em Horticultura, que aconteceu na AEAARP, no dia 23 de outubro.
Veja o resumo das palestras.
• filtro lento de areia, • filtros de tela, disco ou manta, • várzeas construídas ou canais vegetados e • leito cultivado.
O especialista também alerta para ou-tros cuidados que devem ser tomados, entre eles: reduzir o uso de água evitando perdas, irrigação mais eficiente, lagoas de sedimentação e oxidação, filtragem, desinfecção para verduras e irrigação por sulco ou localizada.
Cultivo consorciado de hortaliças
Arthur Bernardes Cecílio Filho UNESP
A consorciação de culturas é o sis-tema de cultivo no qual duas ou mais espécies são cultivadas em um mesmo terreno, simultaneamente, ainda que não necessariamente sejam semeadas ou plantadas na mesma época e co-habitem o local por mesmo período. A grande preocupação desses produtores é o aproveitamento de área, geralmente pequenas chácaras.
Veja as vantagens nessa produção:• diversidade biológica e menor impacto ambiental
• melhor aproveitamento do solo• melhor aproveitamento de insumos• diminuição do custo de produção• possibilidade de maior retorno econômico
• maior cobertura e proteção do solo• maior bem-estar do trabalhador rural
Mini-hortaliças
Luis Felipe Villani Purquerio IAC/APTA
As hortaliças geneticamente miniaturi-zadas chegam a custar 97% mais caras. Esse filão, ainda pouco explorado por produtores brasileiros, pode ser obtido através de artifícios como manejo, res-
trição de crescimento, colheita antes do tempo e processamento. “É um produto diferenciado com agregação de valor e, por isso mesmo, requer investimento inicial alto. Porém, o grão do mini-milho chega a custar seis vezes mais do que o convencional, por exemplo”, explica Luis Purquerio.
Compostos da matéria orgânica úteis na fertilização de hortaliças
Giovani BellicantaTechnes Agrícola
Os compostos da matéria-prima pra produzir o húmus (material orgânico) foram destaque durante o evento. Os res-tos de vegetais (celulose, amido, açuca-res), ligninas, proteínas, lipídios, ceras, constituintes minerais (sais minerais, nutrientes) compuseram o debate.
Homeopatia na produção orgânica de hortaliças
Francisco Luiz Araújo CâmaraUNESP
Os benefícios da agricultura orgânica para uma produção sustentável depen-dem da matéria orgânica do solo. “Solo sem vida, sem atividade biológica, só serve pra fincar o poste”, afirma Francis-co Câmara. Segundo ele, o herbicida é o agente mais prejudicial à terra.
Por que o investimento ainda é muito alto?
• sistemas de produção especializados
• necessidade de mecanização• estrutura de processamento,
higienização e embalagem• mercado potenciais (nichos)
precisam ser desenvolvidos• necessidade de conhecimento
técnico
semana agronômica
Eu fui: “O comum nas destilarias é utilizar as moendas para extração de caldo. Porém, o difusor tem vantagens
extraordinárias para extração. Aumenta o rendimento e
agrega valor para o agricultor e investidor.”
Ingobert Piske
“É preciso balanço energético das culturas. A cana é eficiente nesse contexto, basta observar
a expansão do setor.” Roberto Botelho Ferraz
Joice SossaiEngenheira agrônoma
Gostei da palestra sobre manejo de doenças em cana. Aqui estou encontrando a prática que vemos no dia-a-dia. A Semana abrange todos os assuntos, o que vai acontecer e o que todo mundo espera do setor. São profissionais que sabem do que estão falando. Eles nos trazem um panorama atual do setor.
Caroline Franco de Lima Campos3º ano de Agronomia - Moura Lacerda
Vi o folder e o coordenador me indicou. Gostei muito da palestra Manejo Bioenergético, com o José Roberto de Menezes. Ele falou sobre irrigação, uma prática que muitos condenam e tem restrição de ambientalista, mas o Brasil tem a possibilidade de irrigar sem causar prejuízo ao meio ambiente. Muitos condenam e ele defendeu. Quero trabalhar na área de controle biológico. Fiz vários projetos e veio meu interesse. É a primeira vez que parti-cipo do evento e estou em contato com muitas novidades sobre o tema e as novas opções para biocombustíveis.
Almoço dosagrônomos
O Almoço dos Agrônomos de 2009 foi uma festa da família. Realizado pela primeira vez na sede da AEAARP, os
profissionais, suas esposas e filhos aproveitaram a tarde do dia 24 de outubro com boa música e celebrando o encontro
de amigos. A festa é uma das mais tradicionais da entidade.
A prefeita Dárcy Vera (DEM) participou da abertura da Semana Agronômica Marcos
Vilela Lemos e esteve na AEAARP também
para confraternizar com agrônomos e
diretores da entidade.
1
12 AEAARP
6
3
54
2
87
História
O Presente
semana agronômica
1 – Gilberto, Geraldo, Maestrello e Callil
2 – Roberto, Eduardo e Luis Gustavo
3 – Maria Inês, Wilson, Carlos Alberto, Geraldo, Duda, Landell, Kallil, Guido, Scarpellini, Dilson, Marcelo, Noboru, Gilberto
4 – Convidadas
5 – Landrin, Graça e convidados
6 – Convidados
7 – Maria Augusta, Pacheco, Scarpellini, Rubens e Debora
8 – José Mayor, Nilva, Vanessa, Juarez, Fausto, Jedir, Renata e filhos
9 – Dilson, Scarpellini e Pedro
10 – Paione, Geraldo e os filhos Camila e Vitor
11 – José Carlos Barbosa com sua família
12 – Umberto, seu filho Duda e convidados
13 – Convidados
14 – Pirica, Zilda, Carlos Alberto e amigos
15 – Célia, Airton, Renato e convidados
16 – Mesa de Lino e Guido
17 – Franz e esposa
18 – Lígia com seu marido e sobrinha
Enquanto os pais conversavam e se divertiam, as crianças eram atendidas por experientes monitores e em um local organizado especialmente para elas.
11109
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1816 17
O Futuro
Revista Painel 13
Algumas matérias-primas para agroenergia
D o s 3 5 0 milhões de h e c t a r e s p a s s í v e i s de cultivo no Brasil são usa-dos 75,6 milhões, sendo 72 milhões de hec-t a r e s
com agricul-tura e apenas 3,6 milhões
para o plantio de matérias-primas para fabricação de biocombustíveis. É ine-gável que os maiores problemas da hu-manidade, nos próximos 50 anos, ainda serão energia, água, alimentos, meio ambiente e pobreza; isso relacionado à área agrícola, que tem necessidade de responder a uma demanda sempre crescente e exigente, mais acirrada hoje na Ásia. Apesar da população crescente e a permanência de uma boa parcela em situação de pobreza, há nítida mudança na demanda por qualidade, sabor, saúde, rastreabilidade, preservação do meio ambiente e produtos orgânicos. (ver Tabela 1)
No aspecto ambiental, o biodiesel possibilita diminuição dos níveis de poluição em função de suas caracterís-ticas de queima e presença do oxigênio na sua estrutura. O biodiesel utilizado atualmente é originário da reação quí-mica entre o óleo de soja, ou qualquer outro óleo vegetal, com o álcool etílico ou metílico. Durante o processo químico ocorre a reação conhecida por transeste-reficação, onde os componentes do óleo (triglicerídeos) são convertidos a ácidos graxos e finalmente a ésteres dos res-pectivos ácidos gerados. Esses ésteres podem ser de base etílica, se for usado o etanol ou metílica, se de metanol. Nesse ciclo, a energia, que está armazenada nos vegetais, no caso as oleaginosas, é transformada em combustível e depois
artigo
14 AEAARP
Agroenergia, alimentos e meio ambiente
da combustão parte destina-se à produ-ção de um sistema motor, e parte retorna para a nova plantação na forma de CO2, que combinado com energia solar reali-menta o ciclo. (ver Tabela 2)
O Brasil produz atualmente cerca de 12 milhões de litros de álcool, tendo ainda uma ociosidade instalada de, aproxima-
Tabela 2
1990 2000 2025População mundial (bilhões) 5,20 6,20 8,30demanda por alimento (bilhões de ton) 1,97 2,45 3,97
Fonte: Bourlaug, N. Agroanalyzis, vol 27, nº 03, Março de 2007
Tabela 1
Relação das espécies de matérias-primas, porcentagem de óleo e rendimento
Tabela 3
damente, 4 milhões de litros atuais, da maneira como está a matriz energética. Temos potencial de crescimento e de uso dos biocombustíveis, mas a matéria-prima ideal para o biodiesel ainda é ob-jetivo de pesquisas. O mais adequado é utilizar os recursos disponíveis próximos às usinas, sem descaracterizar a aptidão regional. (ver Tabela 3)
espécie Porcentagem ciclo regiões tipo de rendimento de óleo de vida produtoras cultura (ton óleo/ha)Algodão 15 Anual MT,GO,MS,BA e MA Mecanizada 0,1 a 0,2
Amendoim 40 a 43 Anual SP Mecanizada 0,6 a 0,8
dendê 20 Perene ba e Pa intensiva mo 3 a 6
Girassol 28 a 48 Anual GO, MS, SP, RS e PR. Mecanizada 0,5 a 0,9
mamona 43 a 45 anual nordeste intensiva mo 0,5 a 0,9
Pinhão-manso 50 a 52 Perene nordeste e mg intensiva mo 1 a 6
Soja 17 Anual MT,PR,RS,GO, Mecanizada 0,2 a 0,4 mS, mg e SP
cultura Área Plantada (ha) Produção (ton) Produtividade (ton/ha)algodão 1.096.000 3.800.000 3,3amendoim 102.900 300.000 2,7cana-de-açúcar 3.000.000 para álcool 633,7 milhões 80,0girassol 75.400 150.000 1,6mamona 155.600 93.000 1,0milho 13.000.000 41.500.000 3,2Soja 21.300.000 60.000.000 2,8
Fonte: CONAB/IBGE
José Roberto ScarpelliniEng. agrônomo
acús
tica
acústica
Manual de Acústica
Já está disponível para download gratui-to o Manual de Acústica, lançamento da série de Manuais de Escopo de Contrata-ção de Projetos e Serviços para a Indústria Imobiliária. O comitê gestor dos Manuais de Escopo é coordenado pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP).
Escrito sob a visão da nova Norma de Desempenho de Edificações, o objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade no desenvolvimento das várias etapas das atividades da cadeia produtiva, co-
laborando para a redução de custos de qualquer obra, antes, durante e depois de sua execução.
Sesc, Senai, secretarias municipais e estaduais de obras, tribunais de contas e interessados de todo o país e do exterior figuram na lista de entidades e órgãos que adequaram os manuais e os utilizam como modelo para o pleno desenvolvi-mento de suas atividades.
A iniciativa já se aproxima da marca de 80 mil downloads e o cadastro de cerca de 13.500 profissionais do Brasil e do exterior.
já está na internet
8Para conhecer mais o trabalho e ter acesso todos os manuais:http://www.manuaisdeescopo.com.br.
Manual de Acústicahttp://www.manuaisdeescopo.com.br/Main.hp?do=ExibicaoManual&id=44
16 AEAARP
AEAARP trabalha pela Lei de Assistência Técnica Gratuita
PoLÍtica
A AEAARP e o CREA-SP convidaram o vereador Marcelo Palinkas (DEM), líder do governo na Câmara Municipal, para falar sobre a necessidade de o município regulamentar a Lei Federal 11.888/2008, que trata da assistência técnica gratuita na área de construção civil para famílias de baixa renda. A Lei assegura, entre outras coisas, a “assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social, como parte integrante do direito social à moradia”.
José Galdino, gerente regional do CREA em Ribeirão Preto, explicou ao parlamen-tar que, para o município ter acesso aos recursos federais e estaduais previstos na legislação, é imprescindível a lei mu-nicipal que institui a assistência técnica gratuita a famílias de baixa renda.
Já tramita na Assembléia Legislativa o Projeto de Lei 190/2009, cujo autor é o deputado estadual Fausto Figueira (PT), que “adota medidas para a parti-cipação do Estado no Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social, cria o Conselho Estadual de Habitação, ins-titui o Fundo Paulista de Habitação de Interesse Social e o Fundo Garantidor Habitacional”.
Palinkas comprometeu-se a elaborar o Projeto de Lei municipal e indicar ao Executivo a necessidade da aprovação dessa legislação. Em sua avaliação, a proposta, por envolver verbas do orça-mento, deve ser de autoria do Executivo para não esbarrar em vícios de iniciativa que acabam por atrasar o processo.
Oportunidade Galdino avalia que a lei da assistência
técnica vai proporcionar qualidade às construções de baixa renda. Roberto Maestrello, presidente da AEAARP, vê a possibilidade de ampliar o mercado de trabalho para as profissões do sistema CONFEA/CREA. Veja no quadro nesta página os principais trechos da Lei. A íntegra está disponível em www.aeaarp.org.br.
A garantia do direito previsto no art. 2º desta Lei deve ser efetivada mediante o apoio financeiro da União aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para a execução de serviços permanentes e gratuitos de assistência técnica nas áreas de arquitetura, urbanis-mo e engenharia.
§ 1o A assistência técnica pode ser oferecida diretamente às famílias ou a coopera-tivas, associações de moradores ou outros grupos organizados que as representem.
§ 2o Os serviços de assistência técnica devem priorizar as iniciativas a serem implanta-das:
I - sob regime de mutirão; II - em zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social.
A seleção dos beneficiários finais dos serviços de assistência técnica e o atendimento direto a eles devem ocorrer por meio de sistemas de atendimento implantados por órgãos colegiados municipais com composição paritária entre representantes do poder público e da sociedade civil.
Art. 4o Os serviços de assistência técnica objeto de convênio ou termo de par-ceria com União, Estado, Distrito Federal ou Município devem ser prestados por profissionais das áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia que atuem como:
I - servidores públicos da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios;II - integrantes de equipes de organizações não-governamentais sem fins lucrativos; III - profissionais inscritos em programas de residência acadêmica em arquitetura,
urbanismo ou engenharia ou em programas de extensão universitária, por meio de escritórios-modelos ou escritórios públicos com atuação na área;
IV - profissionais autônomos ou integrantes de equipes de pessoas jurídicas, previamen-te credenciados, selecionados e contratados pela União, estado, Distrito Federal ou município.
§ 1o Na seleção e contratação dos profissionais na forma do inciso IV do caput deste artigo deve ser garantida a participação das entidades profissionais de arquitetos e engenheiros, mediante convênio ou termo de parceria com o ente público responsável.
§ 2o Em qualquer das modalidades de atuação previstas no caput deste artigo deve ser assegurada a devida anotação de responsabilidade técnica.
Seminário Regional de Assistência Técnica Gratuita para Habitação Social - 28 de novembro - das 8h às 16h - Centro Universitário Barão de Mauá, unidade central
Wilson Laguna, Hugo Riccioppo, Roberto Maestrello, Marcelo Palinkas e José Galdino
Profissionais do ano
30º Prêmio Profissionais do AnoHistórias diferentes, profissionais exemplares
Marcos Guimarães de Andrade Landell
O agrônomo nasceu em Campinas e graduou-se na UNESP-Jaboticabal, onde concluiu também o mestrado e doutorado. No final da década de 1980, iniciou em Ribeirão Preto um projeto de seleção regional de variedades de cana-de-açúcar para a agroindústria. Landell passou a trabalhar na reorganização do IAC (Instituto Agronômico), na área de pesquisas sobre cana-de-açúcar. Nos primeiros anos de 1990, estava coorde-nando o trabalho que levaria a um novo desenho para pesquisa sobre cana-de-açúcar do IAC.
José Batista FerreiraO engenheiro civil formou-se em 1979.
Cumprindo seu terceiro mandato como diretor regional do SindusCon-SP, ele representa e defende a indústria, uma das maiores do país e que tem forte influência na economia brasileira, com os olhos voltados para a sociedade e os avanços econômicos e sociais. “O nosso setor é forte porque constrói ativos. É um segmento que não suporta desaforos do mercado especulativo de capitais”.
Fernando RivabenPelo menos trinta torres de apartamen-
tos projetados pelo arquiteto estão em construção em Ribeirão Preto. Nessa conta não estão incluídos os edifícios que ocupam várias quadras da Avenida João Fiusa e da Rua do Professor, ende-reços valorizados na cidade. Os traba-lhos de Rivaben seguem a arquitetura contemporânea, com linhas claras e bem definidas. Sua preocupação é viabilizar a utilização de materiais inovadores nas construções. Fernando almeja fazer projetos sustentáveis, que usem madeira 100% certificada e materiais reciclados e que ultrapassem as obrigações legais.
Fernando Rivaben tem histórico familiar na indústria têxtil, mas foi a arquitetura que moveu seu talento. José Batista Ferreira nasceu em uma casa de colonos, mas foi o concreto que pautou sua vida profissional. Marcos Guimarães de Andrade Landell nasceu na cidade, mas foi o campo que o atraiu. O arquiteto, o engenheiro e o agrônomo são os Profissionais do Ano 2009, indicados pela AEAARP para representarem seus colegas no próximo ano. A homenagem marca a história da entidade, que há exatos 30 anos promoveu a primeira premiação.
A cerimônia de entrega do Prêmio acontece no dia 11 de dezembro, Dia do Engenheiro e do Arquiteto, na Sociedade Recreativa de Ribeirão Preto. Instituído em 1979, o Prêmio Profissionais do Ano reverencia o conjunto do trabalho desenvolvido por aqueles que são homenageados. Desde 2003, a AEAARP indica três profissionais do sistema CONFEA/CREA, um de cada área abrangida pela Associação, para serem homenageados.
30º Prêmio Profissionais do Ano da AEAARP
Data: 11 de dezembro, sexta-feiraLocal: Sociedade Recreativa e de Esportes de Ribeirão Preto (Av. 9 de Julho)Horário: 20hConvites: (16) 2102.1700
18 AEAARP
oPinião
O Governo encaminhou ao Congresso a proposta de marco regulatório da exploração do petróleo do pré-sal. Está dada a pauta, discute-se o pré-sal, se as reservas têm 30, 50 ou 90 bilhões de bar-ris, se o sistema de exploração deve ser de partilha ou concessão, se os roialties ficam só com os estados beira-mar do pré-sal ou se todos deveriam ser bene-ficiados. De repente, não existem mu-danças climáticas globais. A discussão pós-Kyoto, que se inicia em dezembro, em Copenhagen, parece que foi adiada sine die. Nos esquecemos que o Brasil possui a matriz energética mais limpa do mundo e a obrigação de pugnar para ampliar este patrimônio. O emprego, a interiorização do desenvolvimento e as oportunidades democráticas de renda não são mais prioridades. Ninguém mais lembra que a sociedade global caminha para um câmbio paradigmático, em que as energias renováveis substituirão a energia fóssil e suja neste século. E que o Brasil está fadado a ser o protagonista dessa mudança, a locomotiva do novo paradigma, seja energia eólica, solar ou de biomassa.
Ótimo que Deus tenha colocado deze-nas de bilhões de barris de petróleo no nosso sub-mar. Porém, será que o mesmo Deus que provê é o que nos pregou uma peça? Parto da hipótese de que Deus é brasileiro, e colocou o petróleo escondi-do lá no pré-sal, para ser descoberto no momento errado, mas nos deu solo fértil e extenso e clima tropical adequado para produzir muita biomassa. E também um povo com capacidade empresarial, mão-de-obra suficiente e adequada e criati-vidade para gerar tecnologia agrícola e industrial, para transformar solo e clima em alimentos e energia.
Assim, em vez de discutirmos apenas a riqueza do petróleo do pré-sal, a 7.000m de profundidade, por que não discutir-mos também a riqueza que podemos extrair da biomassa, um inesgotável tesouro energético de superfície? A dis-cussão que proponho é a seguinte: seria possível extrair a mesma quantidade de energia do pré-sal, a partir da agricultura
de energia? Vou procurar demonstrar que é mais do que possível.
Para demonstrar a tese, elaborei um modelo matemático para calcular quan-tos hectares precisaríamos cultivar para extrair a mesma quantidade de energia de biomassa, que obteríamos com a exploração do petróleo do pré-sal. Para tanto, aceito sem discussão as premis-sas que estão sendo colocadas pelas fontes oficiais, quais sejam:
1. As reservas da área do pré-sal poderiam chegar, na hipótese mais otimista, a 90 bilhões de barris de petróleo. Ninguém arrisca dizer quanto disso seria recuperável, mas o modelo assume a estimativa máxima;
2. No evento de lançamento do marco regulatório do pré-sal, foi afirmado que, em 2020, seria possível extrair 2 milhões de barris/dia (Mb/d) de petróleo do pré-sal. O modelo assume este valor, porém, a cada ano, incrementa-o em 3%, até o esgotamento das reservas.
Aceitas estas premissas sobre o petró-leo, vamos às da biomassa:
1. Extrairíamos a mesma quantidade de energia que seria obtida do petróleo do pré-sal, porém obtida de cana-de-açúcar, ou de uma combinação de cana-de-açúcar e dendê;
2. O conteúdo energético da cana é de 7,14GJ/t, correspondendo à energia contida no caldo, no bagaço e na palha, e que apenas 70% da energia contida na cana seriam efetivamente transformados em biocombustíveis ou bioeletricidade, no início, diminuindo à metade no final do período;
3. Considera-se a média de produtividade inicial da cana de 100 t/ha, e um ganho de produtividade entre 1,5 e 2,4% ao ano, ao longo do período;
4. No caso do dendê, o conteúdo energético é de 9,24MJ (cascas, bagaço e óleo) e uma produtividade inicial de 25 t/ha, com teor de óleo de 22%. O óleo de dendê seria aproveitado para a produção de biodiesel ou outro biocombustível, e a casca e o bagaço para geração de bioeletricidade. Assumiu-se uma perda de 10% na conversão de energia do dendê para biocombustível e bioeletricidade.
ResultadosSe, em vez de extrair petróleo do pré-
sal, a sociedade brasileira optasse por produzir a mesma energia integralmente de cana-de-açúcar, seriam necessários, no primeiro ano, 7,26 milhões de hectares e no ano 51, quando as reservas do pré-sal se esgotariam, 10,6 milhões de hectares. A energia obtida dessa área equivaleria a extrair 2 Mb/d no primeiro ano e 9,03 Mb/d no ano 51 – ano em que se esgotariam as reservas do pré-sal.
Outro cenário estudado é uma combinação em que 50% da energia equivalente ao petróleo seriam obtidos de cana e 50% de dendê. Neste caso seriam necessários, inicialmente, 3,6 milhões de hectares de cana e, no ano 51, seriam 5,3 milhões de hectares, para obter energia equivalente à metade do petróleo e, inicialmente, 9,5 milhões de hectares de dendê e, ao final do período, 15,6 milhões de hectares.
- E quais seriam as vantagens de produzir energia de biomassa, ao invés de extrair petróleo?
1. Do ponto de vista econômico, as diferenças seriam pequenas. Sob a ótica da arrecadação de impostos, não haveria muita diferença. Comercialmente, estaríamos em linha com as tendências mundiais de uso de energia limpa, portanto, um mercado ascendente nos próximos anos.
2. Evitaríamos a emissão de 43 bilhões de toneladas de gás carbônico, a diferença entre queimar petróleo ou biocombustíveis. Evitar esse fabuloso volume de emissões de gases de efeito estufa representará um privilegiado patrimônio geopolítico para o país, que poderá lançar mão desse crédito em negociações internacionais, acordos sobre energia, comércio ou de outra ordem.
3. A Organização Mundial de Saúde divulgou que 3 milhões de pessoas morrem, anualmente, devido à poluição atmosférica, parcela ponderável devida à queima de combustíveis fósseis. A cidade de São Paulo gasta, por ano, US$ 208 milhões com os efeitos da poluição
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atmosférica sobre a saúde humana. Quem vive em cidades poluídas como São Paulo tem a vida abreviada em 2,5 anos.
4. No tocante à geração de empregos, diversos estudos podem ser citados. Por exemplo, o Prof. José Goldemberg, da USP, demonstrou que, por unidade de energia produzida, a produção de bioetanol, em comparação com as cadeias de carvão mineral, hidroeletricidade e petróleo, necessita, respectivamente, de 38, 50 e 152 vezes mais mão-de-obra. Baseados nos estudos disponíveis, seriam gerados mais de 2 milhões de empregos diretos e 4 milhões indiretos. Enquanto isso, de acordo com o Prof. Goldemberg, o petróleo do pré-sal geraria apenas e tão somente 12.000 empregos diretos e 24.000 indiretos.
5. A cada 5 anos é necessário renovar o canavial. A cultura de dendê permite intercalar cultivos, até o terceiro ano. Nessa condição, teríamos o bônus de aumentar a produção de alimentos em
10-15%, sem expandir a área cultivada, favorecendo, especialmente, a agricultura familiar.
6. Finalmente, estamos em 2061 e as reservas de petróleo do pré-sal acabaram. Porém, a demanda de energia no Brasil e no mundo continua crescendo. Como atendê-la? No caso do petróleo, não sei responder, a não ser reafirmar que não acredito que a sociedade mundial continuará com a atitude suicida de empestar a atmosfera queimando energia suja, até a metade deste século. No caso da biomassa continuaremos produzindo cada vez mais alimentos e mais energia, por séculos e séculos, porque se trata de uma fonte não apenas limpa, mas, principalmente, renovável.
Como queríamos demonstrar, Deus é brasileiro: nós, brasileiros, é que precisamos entender os desígnios divinos. Não tenho a pretensão de que
os números aqui apresentados sejam precisos, menos ainda exatos, pois trata-se de um modelo de simulação matemática. De resto, os números do pré-sal também não são precisos ou exatos. O objetivo deste artigo é mostrar que outro mundo é possível: um mundo com menos poluição, mais emprego, mais renda, mais justiça, provocando uma reflexão do leitor por um ângulo que não lhe havia sido apresentado anteriormente. Feliz do povo que pode escolher entre alternativas, quando o restante do mundo se bate, desesperadamente, por uma solução para a crise energética – mesmo que a solução signifique o aprofundamento do problema.
Décio Luiz Gazzoni é engenheiro agrônomo, membro do Painel Científico
Internacional de Energia Renovável.
8A íntegra deste artigo encontra-se em http://www.biodieselbr.com/colunistas/gazzoni/tesouro-superficie-22-09-09.htm
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entrevista
AEAARP20 AEAARP
Quem não tem uma história para con-tar de um chefe cuja única função era mandar? A evolução da comunicação e das relações interpessoais torna cada vez mais difícil aceitar um líder que só saiba dar ordens. O engenheiro Irineu Panachão Jorge deixou a direção indus-trial de uma empresa multinacional há 13 anos para se dedicar è formação de empreendedores por meio do programa Empretec, oferecido pelo Sebrae em todo o país, e treinamentos de liderança.
Panachão Jorge defende a liderança como algo a ser aprendido. “Para ser um bom líder é preciso aprender a liderar a si mesmo, ter as ferramentas certas e a determinação necessária para desen-volver essa habilidade. O líder do século XXI é, antes de mais nada, um servidor e tem habilidades em entender e lidar com pessoas”, explica o consultor, que é especialista em Programação Neu-rolinguística e Mind Control, formado em Engenharia Mecânica-UNESP e pós-graduado em Administração de Empresas-FAAP. Em entrevista para a revista Painel, o consultor falou sobre
Ter sucesso é...Irineu Panachão Jorge diz que, para ter sucesso, o profissional deve adotar algumas posturas e, o mais importante, “ter um plano de objetivos bem claro, demonstrando pensamentos de autoconfiança para alcançá-los”. Veja abaixo as demais características listadas pelo consultor.
1 Iniciativa com criatividade
2 Capacidade de superar dificuldades
3 Ser verdadeiro e honrar sua palavra
4 Capacidade de analisar riscos
5 Procurar fazer melhor e mais rápido
6 Constantemente buscar informações
7 Lidar bem com planejamento e planilhas de monitoramento
8 Criar networking e agir com transparência
Consultorliderança, consolidação de carreiras, inteligência emocional e criatividade. Especialmente para os profissionais da área tecnológica ele faz um alerta: “são profissões que valorizam o pensamento cartesiano e que naturalmente não enfatizam os cuidados emocionais nos relacionamentos, e tampouco o marke-ting pessoal. E essas características rara-mente são valorizadas pelas faculdades, sendo uma necessidade de investimento que o profissional deve fazer na sua car-reira”. Leia a íntegra a seguir.
Painel: Empreendedorismo não é uma expressão relativamente nova. Como surgiu esse conceito?Irineu Panachão Jorge: Esse é um conceito que passou a ser valorizado na década de 1950, quando alguns estudio-sos, encabeçados por David Mcleand, perceberam que esse movimento esta-
va criando um novo mundo, mais ágil, com maiores oportunidades de ganho e progresso, permitindo que as pesso-as tivessem acesso a bens materiais e intelectuais com maior facilidade e proporcionassem às suas famílias a realização de sonhos e desejos, antes inalcançáveis.
Painel: Qual é a postura que as pessoas devem adotar na administração de suas carreiras?IPJ: Primeiro, devem definir para elas quais as áreas de atuação que mais as agradam. A partir daí devem colocar como meta e escolher as empresas que podem proporcionar o que querem. Então, devem buscar informações para se tornarem aptas a uma vaga nessa empresa e participar da maior quan-tidade de cursos que permitam um aperfeiçoamento tal que capacite para a vaga que procura.
Painel: Em sua visão, é melhor ser pa-trão ou empregado?IPJ: Os dois têm suas vantagens e desvantagens. Se a pessoa lida bem com riscos e desafios e tem um grau de ambição mais elevado, é melhor ter seu próprio negócio. Do contrário, provavel-mente se sinta mais à vontade num bom emprego.
Painel: Quais as características que uma pessoa deve assumir para ter um comportamento de liderança?IPJ: A liderança deve ser exercida em primeiro lugar sobre si próprio para que possa ser naturalmente exercida sobre os outros. Para isso é importante ouvir com atenção e aceitar incondi-cionalmente todas as pessoas. E, para completar, sempre ser verdadeiro, pois dessa forma conseguirá construir víncu-los mais fortes.
Painel: Qual é a sua visão do mercado de trabalho hoje?IPJ: Quando falamos de mercado de trabalho estou entendendo aquele que exige um grau de competência e capa-cidade mais elevado, portanto esse é um
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mercado escasso e muito competitivo que exige experiência e cursos extras. Além disso, são poucas as empresas dispostas a pagar um bom salário e aguardar o gradual desenvolvimento de seus funcionários, pois o custo dos encargos trabalhistas para as empresas é muito elevado. Painel: No cenário atual, como é o pro-fissional vencedor?IPJ: Se estamos falando que vencedor é alguém que assume um cargo de chefia, então essa pessoa obrigatoriamente deve ter uma grande capacidade de pra-ticar a inteligência emocional, pois só ela poderá garantir uma administração de equipe de forma proativa, contribuindo com o progresso profissional do grupo.
Painel: Como os profissionais devem agir para manterem-se no topo de suas carreiras? IPJ: Estamos vivendo uma época em que o conhecimento se torna obsoleto em muito pouco tempo. Portanto, é natural acreditarmos que profissio-nais que já estejam numa faixa etária de mais comodismo podem se tornar defasados muito rapidamente. O que esquecemos é que o desenvolvimento é sempre contínuo e não estanque, portanto é lógico que a experiência e a vivência podem trazer resultados de continuidade garantindo o longo prazo com muito mais segurança do que espasmos criativos geniais. Porém não podemos prescindir desses “es-pasmos”, gerando com isso a grande
equação do sucesso que é a união das várias competências da empresa para torná-la triunfante a longo prazo.
Painel: As profissões da área tecnoló-gica são caracterizadas por carreiras autônomas. São também profissões antigas. Em sua visão, como esses pro-fissionais devem se colocar no mercado de trabalho?IPJ: A diferença entre os currículos das faculdades de hoje não é tão significativa com relação ao que era antigamente, e informações encontram-se disponíveis para quem quer procurá-las. Assim sen-do, o que faz um profissional ser escolhi-do em detrimento de outro normalmente é a sua capacidade de relacionamento e de marketing pessoal.
para mentes cartesianas
Lei de AcessibilidadeComeça a fiscalização da
AEAARP22
crea
Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº. 10.741, de 2003).
Art. 2o As repartições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos estão obrigadas a dispensar atendimento prioritário, por meio de serviços individualizados que as-segurem tratamento diferenciado e atendimento imediato às pessoas a que se refere o art. 1o.
Parágrafo único É assegurada, em todas as instituições financeiras, a prioridade de atendimento às pessoas mencionadas no art. 1o.
Art. 3o As empresas públicas de transporte e as concessionárias de transporte coletivo reservarão assen-tos, devidamente identificados, aos idosos, gestantes, lactantes, pessoas portadoras de deficiência e pessoas acompanhadas por crianças de colo.
Art. 4o Os logradouros e sanitários públicos, bem como os edifícios de uso público, terão normas de cons-trução, para efeito de licenciamento da respectiva edificação, baixadas pela autoridade competente, destina-das a facilitar o acesso e uso desses locais pelas pessoas portadoras de deficiência.
Art. 5o Os veículos de transporte coletivo a serem produzidos após doze meses da publicação desta Lei serão planejados de forma a facilitar o acesso a seu interior das pessoas portadoras de deficiência.
§ 1o Os proprietários de veículos de transporte coletivo em utilização terão o prazo de cento e oitenta dias, a contar da regulamentação desta Lei, para proceder às adaptações necessá-rias ao acesso facilitado das pessoas portadoras de deficiência.
Art. 6o A infração ao disposto nesta Lei sujeitará os responsáveis:
I – no caso de servidor ou de chefia responsável pela repartição pública, às penalidades previstas na legislação específica;
II – no caso de empresas conces-sionárias de serviço público, a multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), por veículos sem as condições previs-tas nos arts. 3o e 5o;
III – no caso das instituições financei-ras, às penalidades previstas no art. 44, incisos I, II e III, da Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964.
Parágrafo único As penalidades de que trata este artigo serão elevadas ao dobro, em caso de reincidência.
Art. 7o O Poder Executivo regulamen-tará esta Lei no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação.
Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 8 de novembro de 2000
Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000
O CREA-SP, atento às necessidades
da sociedade e em colaboração com
o Ministério Público, vem atuando na
fiscalização para atendimento da Lei Fe-
deral 10.048 de 08 de novembro de 2000,
batizada como a Lei da Acessibilidade.
O presidente do CREA-SP, José Tadeu
da Silva, solicitou a fiscalização do Con-
selho para que os estabelecimentos (pú-
blicos e privados) que fazem atendimen-
to ao público sejam orientados a adequar
seus espaços de acordo com a Lei e que
para realizar esses serviços é necessária
a contratação de um profissional habili-
tado no sistema CONFEA-CREA.
Tais serviços, como consultoria, asses-
soria, projeto, direção e execução, são
prerrogativas legais dos profissionais
que possuem essa atribuição e estejam
registrados e habilitados no Conselho.
A ação, mediante o recolhimento da
Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART) pelo profissional, garante a qua-
lidade dos serviços prestados, indica a
responsabilidade técnica, administrativa,
civil e criminal aos proprietários e gesto-
res dos estabelecimentos e proporciona
mais segurança e conforto para o usuário
que utiliza os prédios. Confira nesta pá-
gina a íntegra da Lei 10.048/2000.
Eng. civil José Galdino Barbosa da Cunha JúniorChefe da UGI - Ribeirão Preto - CREA - SPE-mail jose.junior4021@creasp.org.brRua João Penteado 2237Jd. São Luis - Ribeirão Preto -SP Fone 16 3623.7627
Revista Painel 23
A partir do ano que vem as empresas deverão apresentar um programa de riscos ambientais e de doenças ocupacionais elaborado por engenheiros de segurança do trabalho. A medida é resultado de um decreto publicado pelo governo federal que determina a obrigatoriedade do profissional com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho para a elaboração dos projetos para as empresas.
O prazo final para a implantação de programas de prevenção e metas de melhoria das condições e do ambiente
segurança do trabaLho
de trabalho vai até o dia 31 de dezembro deste ano.
O Decreto 6.945 de 21 de agosto de 2009 pretende diminuir a ocorrência de acidentes de trabalho e doenças relacionadas em, pelo menos, 5%. Em 2006 foram registradas 512 mil ocorrências de acidentes no trabalho, segundo o Ministério da Previdência. Em 2007, foram 653 mil. No ano passado, esse número saltou para 700 mil ocorrências, somando um crescimento de 37% em dois anos.
O engenheiro de segurança do
Empresas devem apresentar projeto elaborado por engenheiro de
trabalho deve estar registrado no CREA para elaborar os projetos, mas as empresas precisam ainda colocar à disposição da fiscalização da Secretaria da Receita Federal e do Ministério Público todo o programa de prevenção. Para isso é necessário homologá-lo nas Superintendências Regionais do Trabalho, vinculadas ao Ministério.
A partir de 2011, toda empresa deverá comprovar a eficácia do programa implantado por meio de relatórios que atestem o atendimento da meta de redução acidentes.
segurança do trabalho
notas
AEAARP24
NOVOS ASSOCIADOS
Engenharia de Produção MecânicaJeferson Straatmann
Engenharia ElétricaSamuel Fernando Coutinho
Engenharia MecânicaOctacilio Paganini Junior
Estudante – Agronomia e afinsAndre Cury Nasser
Jean Felipe de Oliveira MartinsJoao Felipe Marioti de Oliveira
Joao Gabriel Moreno AncheschiLeonardo Lazaro Fernandes Bighetti
Luis Pedro Marioti de Oliveira
Técnico em EdificaçõesJose Rubens Nogueira da Silva
Nova tabela de honorários entra em vigorA AEAARP acaba de divulgar a nova
tabela de honorários para engenheiros, arquitetos, agrônomos e técnicos. Mais completo e abrangente, o texto estabe-lece as relações entre profissionais e clientes em matéria de honorários pro-fissionais e segue os preceitos de ética profissional do CONFEA.
Para dar legitimidade à tabela, uma comissão de profissionais se reuniu regularmente e elaborou um projeto completo para construção civil, que prevê: estudo preliminar, anteprojeto, projeto legal e projeto de execução. O cálculo da tabela foi elaborado com base na cobrança de percentuais sobre o custo estimado de execução da obra.
A referência é o valor do Custo Unitá-rio Básico da Construção Civil (CUB), informado e atualizado mensalmente pelo Boletim Econômico (Custo Uni-tário Básico no estado de São Paulo, padrão R8-N).
A nova tabela prevê ainda serviços adi-cionais, serviços de agrimensura, valor mínimo de cada item, obras e serviços especiais entre outros. Para consultar o documento basta acessar o portal da AEAARP (www.aeaarp.org.br) e clicar no link Honorários. Ou procurar na sede da entidade (Rua João Penteado, 2237, Ribeirão Preto-SP). O CREA recomenda o uso da tabela de honorários fornecida pelas associações das categorias.
O presidente da AEAARP, Roberto Maestrello, entregou para a prefeita Dárcy Vera o livro AEAARP 60 Anos - Histórias e Conquistas, lançado em 2008 pela entidade. A entrega aconte-ceu durante a abertura da III Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos, dia 20 de outubro, na sede da AEAARP. O livro resgata toda a trajetória da Associação, desde sua fundação até a consolidação como entidade respeita-da. Em junho deste ano, a Associação doou 120 livros para as bibliotecas públicas de Ribeirão Preto.
Maestrello entrega livro para prefeita Dárcy Vera
O diretor universitário da AEAARP, enge-nheiro Hirilandes Alves, acaba de assumir a coorde-nação do curso de pós-graduação em Engenharia de Se-gurança do Trabalho da UNIP, em Ribeirão Preto. Em setembro, Alves par-ticipou do 15º Congresso Brasileiro de Avaliações e Perícias, em São Paulo.
A AEAARP e o Centro Universitário Barão de Mauá assinaram convêniopara viabilizar descontos nas mensalidades escolares para estudantes de Arquitetura e Urbanismo.
Segundo o engenheiro Hirilandes Alves, da Diretoria Universitária da AEAARP, “os convênios entre entidades de classe e as instituições de ensino não apenas facilitam a vida do aluno, com os descontos nos valores das mensalidades escolares, como também permitem ao estudante iniciar um relacionamento com o mercado”.
Para o presidente da AEAARP, engenheiro Roberto Maestrello, “a entidade está fazendo um trabalho intenso de aproximação com o mundo acadêmico e, além das parcerias, a intenção é incrementar o intercâmbio entre os dois universos por meio de eventos e outras ações que permitam a soma de esforços”.
A AEAARP mantém convênios com as principais escolas de En-genharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto.
AEAARP e Barão de Mauá firmam convênio para estudantes
José Roberto Geraldine, Vera Nice e João Velloso, do Centro Universitário, Roberto Maestrello e Hirilandes Alves, da AEAARP.
anúncio gráfica
Há um mês está em estudo o novo texto que revisa o estatuto da AEAARP. Segundo o presidente do Conselho De-liberativo e da Comissão de Reforma do Estatuto, engenheiro Luiz Gustavo Leonel de Castro, o trabalho do grupo vai adequar o estatuto ao novo Código Civil. “Estamos estudando os pontos que estão em discordância com a legis-lação. Além disso, gostaríamos de ouvir o máximo possível de sugestões dos as-sociados”, explica.
Além da legislação, estão sendo su-pridas algumas necessidades de ade-quação, como por exemplo, a criação do cargo do 2.º vice-presidente. O texto prévio já está a disposição dos associa-dos para consulta e sugestões – os inte-ressados podem solicitá-lo diretamente
Comissão estuda reforma do estatuto da AEAARP
Comissão de Reforma do Estatuto Luiz Gustavo Leonel de CastroEdgard CuryGeraldo Geraldi JuniorHugo Sérgio Barros RiccioppoJoão Paulo Souza Campos FigueiredoLuiz Antonio BagatinWilson Luiz Laguna
Ao preparar sua ART, não se esqueça de preencher o campo 31 com o código 046. Assim, você destina 10% do valor recolhido para a AEAARP. Com mais recursos poderemos fortalecer, ainda mais, as categorias representadas por nossa Associação.
Contamos com sua colaboração!
ao presidente da Comissão de Revisão. As sugestões podem ser enviadas à AEAARP pelo endereço eletrônico aea-arp@aeaarp.org.br ou diretamente aos integrantes da Comissão.
No dia 30 de novembro haverá uma reunião plenária para apresentação do texto aos conselheiros e diretores. Pos-teriormente, será convocada assem-bleia geral para aprovação final.
Prof. Paulo Henrique BellingieriLocal: AEAARPData: 9, 10 e 11 de dezembro
Carga horária: 8h por diaInvestimento: sócio AEAARP R$ 315 | não-sócio R$ 350Inscrições: www.reusa.com.brInformações: 16 2102.1700 - Solange
Resíduos sólidosCURSO
AEAARP26
PerfiL
Henrique Puppo é um homem de poucos sorrisos. Aos 79 anos mantém a rotina de trabalho diária em seu es-critório, que fica na região central de Ribeirão Preto. Não deixa de trabalhar um só dia da semana, sempre em horá-rio comercial, fazendo aquilo que mais gosta: cálculo estrutural. “Eu esqueço da vida”, conta.
Engenheiro civil formado pelo Ma-ckenzie em 1955, é filiado à AEAARP desde essa época e foi vice-presidente da entidade no início dos anos 1980. É um homem que, como ele mesmo diz, não fica parado. Em 1964 fundou uma empresa de concreto premoldado em Ribeirão – a Concrenasa – que vendeu há cerca de 30 anos depois de consultar os três filhos e saber que cada um desejava seguir o próprio caminho.
Maurício é engenheiro eletrônico, Ma-risa é empresária do setor de turismo e Luciana formou-se em Estatística e vive atualmente no Canadá com o marido e os únicos dois netos de Puppo.
Ele vive há 53 anos com Nilza, a mãe de seus três filhos e também a porção emo-tiva do casal. Puppo não se sente atraído pelas atividades atribuídas normalmente aos homens, como futebol e pesca. Para o segundo, não tem paciência. Para o pri-meiro, a paixão nacional, argumenta que
a angústia pela torcida não influenciará no resultado. Portanto, se abstém.
E jogar bola com os amigos? Sim, isso ele já fez, mas parou antes de ser con-tundido. Segundo Puppo, todos os que se aventuraram nas várzeas de fim-de-semana acabaram com algum problema nas articulações. Ele parou antes e optou por esportes menos impactantes, como corrida e musculação “leve”. “Para o músculo saber que tem de fazer uma forcinha de vez em quando”, diz.
Ele se declara cético em relação ao “custo-benefício da vida”. Diz que, com o tempo, a visão sobre o mundo começa a mudar, assim como as expectativas. “Minhas ilusões já estão satisfeitas”, afirma antes de declarar que dá mais importância às amizades, desde que verdadeiras, e à saúde.
“Eu sou prático”, define-se o homem que escreve de forma espelhada, da direita para a esquerda – ou de cabeça para baixo – para poupar o corpo de do-res lombares. Faz isso há 15 anos desde que percebeu que para alcançar o outro
79 anos de vida, 54 anos de engenharia
Henrique Puppo
Conjunto da obraA diretoria da AEAARP decidiu, por unanimidade, homenagear
Henrique Puppo, por sua dedicação à engenharia, a quem foi oferecido um jantar e entregue uma placa de prata no mês de outubro.
lado da folha do projeto estendida sobre a prancheta seria necessário curvar-se sobre ela. A solução foi capacitar-se para escrever espelhadamente e trazer para perto dos olhos o trecho do papel que estava distante.
Em sua sala de trabalho, instalada no escritório que divide com outro colega de profissão, existem três mesas. Sobre todas elas há papéis com plantas ou projetos de cálculo estrutural. Nas gavetas, mais papéis com equações anotadas a lápis.
Seus instrumentos de trabalho são meia dúzia de lapiseiras de várias espessuras, borrachas, réguas e duas calculadoras simples. Não há ali computadores. Ele conta que até pensou em usar os mo-dernos softwares de cálculo, logo que surgiram. O ritmo de trabalho, entretanto, foi afastando-o desse conhecimento e o fez mergulhar ainda mais naquele que desenvolve e cultiva até hoje. Puppo ar-gumenta que os cálculos e os desenhos a mão permitem projetos mais econômicos quando se trata de residências. E é exa-tamente o que gosta de fazer.