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PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO EM CROTON
SECT. CLEODORA (EUPHORBIACEAE)
Maria Beatriz Rossi CaruzoDoutoranda do programa de pós-graduação em
Ciências Biológicas (Botânica) do IB/USP.
A família Euphorbiaceae e o gênero Croton L.
Croton L. é o segundo maior gênero das
Euphorbiaceae, uma família com muitos
representantes importantes economicamente
Hevea brasiliensis Müll. Arg. (seringueira) Manihot esculenta Crantz.
(mandioca)
Acalypha hispida Burme f. (rabo-de-gato)
Ricinus communis L. (mamona)
Euphorbia pulcherrima Willd. ex Klotzsch (bico-de-papagaio)
Croton urucurana Baill. (sangue-de-drago)
O gênero Croton L.
• distribuição Pantropical;
• mundo: ca. 1223 espécies;
• maior concentração de
espécies: região Neotropical;
• principais centros de
diversidade nos neotrópicos (#
de spp): Brasil (ca. 350 spp),
Caribe e México .
(Extraído de Berry et al. 2005)
Importância: reflorestamentos
Croton floribundus Spreng. (capixingui)
Croton piptocalyx Müll. Arg. (caixeta)
Croton urucurana Baill. (sangue-de-drago)
Espécies árbóreas com características
do grupo ecológico das pioneiras:
rápido crescimento e heliófilas.
Importância: medicinais
Croton tricolor Klotzsch ex Baill.(marmeleiro)
Marmeleiros (nordeste do Brasil):
alta concentração de óleos voláteis nas
folhas.
Croton cajucara Benth. (sacaca)
Sacaca (norte do Brasil): compostos de
ação antiulcerogênica, antiinflamatória e
antitumoral.
Importância: invasoras
Croton glandulosus L. (gervão-branco)
Espécies invasoras de culturas e pastagens.
Características morfológicas: hábito
Croton piptocalyx Müll. Arg.
Croton lundianus (Didr.) Müll. Arg.
Características morfológicas: látex
Croton rusbyi Britton ex Rusby
Croton piptocalyx Müll. Arg.
Croton macrobotrhys Baill.
Características morfológicas: tricomas
Croton croizatii Steyerm.
Tricomas lepidotos
Tricoma simples
Tricomas estrelados
Croton heterocalyx Baill.Croton spruceanus Benth.
Croton campanulatus Caruzo & Cordeiro
Características morfológicas: nectários extraflorais
Croton piptocalyx Müll. Arg.
Croton hemiargyreus Müll. Arg.
Croton echinocarpus Müll. Arg.
Características morfológicas: flores masculinas e femininas
Croton organensis Baill.
Croton erythroxyloides Baill.
Croton billbergianus Müll. Arg. Croton campanulatus Caruzo & Cordeiro
Características morfológicas: frutos
Croton billbergianus Müll. Arg.
Croton organensis Baill.
Croton piptocalyx Müll. Arg.
Padrões de distribuição em Croton sect. Cleodora
• Exclusivamente Neotropical;
• Disjunção entre América
Central, amazônia e leste do
Brasil (Webster, 1993);
• 17 espécies, das quais 11
ocorrem no Brasil.
Croton sphaerogynus subsp. sphaerogynus Baill.
Croton sphaerogynus subsp. sphaerogynus Baill.
Croton sphaerogynus subsp. sphaerogynus Baill.
Características morfológicas: Croton sect. Cleodora
Características morfológicas: Croton sect. Cleodora
Croton spruceanus Benth.
Croton sphaerogynus subsp. sphaerogynus Baill.
Croton campanulatus Caruzo & Cordeiro
Croton spruceanus Benth.Croton campanulatus Caruzo & Cordeiro
Croton heterocalyx Baill.
Croton sphaerogynus subsp. sphaerogynus Baill.
Características morfológicas: Croton sect. Cleodora
Padrões de distribuição em Croton sect. Cleodora: Metodologia
• Confecção dos mapas: materiais examinados (ca. 700), depositados em diversos
herbários;
• Coordenadas: rótulos das exsicatas e através de índices de localidades
(‘gazetteers’) impressos (Houaiss, 1983) ou eletrônicos (IBGE, 1994; Global
Gazetteer Version 2.1*);
• Diversidade: índice de Shannon (H’), implementado no programa DIVA-GIS 5.2;
• Estabelecimento dos padrões: a análise dos limites Norte e Sul de sua extensão
geográfica, a amplitude de distribuição e grau de abundância;
• Terminologia básica: Burkart (1975) e Boechat & Longhi-Wagner (2000).
*http://www.fallingrain.com/world/
Padrões de distribuição em Croton sect. Cleodora: Áreas de diversidade e endemismo
Duas áreas principais de diversidade:
1- região sudeste do Brasil
2- região do baixo amazonas, no noroeste
do estado do Pará.
Área de endemismo: Serras do Mar e da
Mantiqueira, mais ou menos congruente
com áreas de endemismo para outros
grupos de organismos (p.e. Prance, 1982;
Thomas et al., 1998; Silva et al. 2004).
Padrões de distribuição em Croton sect. Cleodora: classificação
Espécies Megatérmicas: espécies que
apresentam maior representatividade na
região tropical.
1) Moderadamente ampla
2) Restrita
3) Muito restrita (endêmica)
Padrões de distribuição em Croton sect. Cleodora: classificação
Espécies Mesotérmicas: espécies que apresentam
maior representatividade na região subtropical.
Distribuição restrita
Padrões de distribuição em Croton sect. Cleodora: classificação
Padrão Distribuição Ocorrência EspécieModeradamente ampla* México até noroeste da Colômbia C. billbergianus
Norte e Centro-Oeste do Brasil, Bolívia até Peru C. cajucara
Panamá, Venezuela e Colômbia C. fragrans
Costa Rica, Norte do Brasil, Guiana e Suriname C. hoffmanniiNordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil C. rottlerifolius
Megatérmico Norte do Brasil, Bolívia a Venezuela C. spruceanus
Restrita** Colômbia e Venezuela C. croizatii
Bolívia e Peru C. fragrantulus
Nordeste e Sudeste do Brasil C. hemiargyreus
Nordeste e Sudeste do Brasil C. heterocalyx
Norte do Brasil, Venezuela C. orinocensis
Colômbia, Ecuador e Peru C. pseudofragrans
Nordeste e Sudeste do Brasil C. sphaerogynus
Muito restrita*** Sudeste do Brasil C. campanulatus
Noroeste da Colômbia C. rufolepidotus
Mesotérmico Restrita**Sudeste do BrasilSudeste do Brasil
C. salutarisC. organensis
*Moderadamente ampla: acima de 5000km2
**Restrita: entre aproximadamente 1000 e 4000km2
***Muito restrita: até aproximadamente 200km2
Modelos preditivos de distribuição em Croton sect. Cleodora
- Quais os fatores ambientais estritamente relacionados com a distribuição
das espécies?
- É possível relacionar/explicar os padrões de distribuição encontrados
através dos modelos gerados?
- Quais as potenciais áreas de ocorrência das espécies da seção?
Modelos preditivos de distribuição em Croton sect. Cleodora
- Modelos: 6 das 11 spp ocorrentes no Brasil (Croton cajucara, C. organensis, C. rottlerifolius, C. salutaris,
C. sphaerogynus, C. spruceanus).
- Outras spp apresentavam poucas ocorrências (inferior a 10): testar?
- Algoritmos utilizados: GARP e Maxent
Bioclimáticas bio 4 - sazonalidade de temperatura
bio 13 - precipitação dos meses mais secos
bio 15 - sazonalidade da precipitação
Climáticas tmin1 – temperatura mínima do mês de janeirotmax1 – temperatura máxima do mês de janeiroprec1 – precipitação do mês de janeiroprec7 – precipitação do mês de julho
“Relevo” slope - declividadeaspect – orientação de vertenteddren – densidade de drenagemhand (50 e 100) – distancia vertical da drenagem mais próxima
Solo classificação dos solos do Brasil - Embrapa
Variáveis ambientais utilizadas.
Padrões de distribuição e modelos: Croton cajucara Benth.
Espécie amazônica. Ocorre nas bordas das
florestas de terra firme.
Espécie megatérmica de distribuição
moderadamente ampla.
Modelo de distribuição preditivo (Maxent).
Variáveis que mais contribuíram para o modelo (Maxent):solo_embrapa - 37.9%altitude - 31.3%bio15 - 9.8%slope - 6.7%bio13 - 5.6%ddrenKernel_10000 - 3.9%prec7 - 1.5%hand50 - 1.5%bio4 - 1.2%prec1 - 0.5%aspecto - 0.1%
Modelo de distribuição preditivo (GARP).
Padrões de distribuição e modelos: Croton cajucara Benth.
Modelo de distribuição preditivo (Maxent).
Ocorre floresta estacional semidecidual nas regiões
Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, área mais ou
menos congruente com a região do “arco
pleistocênico” (Prado & Gibbs, 1993).
Espécie megatérmica de distribuição
moderadamente ampla.
Modelo de distribuição preditivo (Maxent).
Padrões de distribuição e modelos: Croton rottlerifolius Baill.
Variáveis que mais contribuíram para o modelo (Maxent):bio4 - 33.8%solo_embrapa - 33.6%hand50 - 15.6%bio15 - 5.2%altitude - 3.5%prec7 - 3.5%tmax1 - 2.9%prec1 - 1.7%aspecto - 0.1%slope - 0.1%tmin1 – 0%bio13 – 0%
Modelo de distribuição preditivo (Maxent).
Modelo de distribuição preditivo (GARP).
Padrões de distribuição e modelos: Croton rottlerifolius Baill.
Padrões de distribuição e modelos: Croton organensis Baill.
Árvores da floresta ombófila densa , encontradas
nas encostas da Serra da Mantiqueira e da
Serra do Mar.
Variáveis que mais contribuíram para o modelo (Maxent):solo_embrapa - 62.2%tmin1 - 23.6%altitude – 4%bio4 - 3.9%prec7 - 2.5%prec1 - 1.9%tmax1 - 1.3%hand50 - 0.5%bio15 - 0.1%aspecto - 0.1%
Espécie mesotérmica de distribuição restrita.
Sudeste do Brasil.
Modelo de distribuição preditivo (Maxent).
Padrões de distribuição e modelos: Croton salutaris Casar.
Árvores da floresta ombófila densa , encontradas
nas encostas da Serra da Mantiqueira e da Serra
do Mar.
Variáveis que mais contribuíram para o modelo (Maxent):bio4 - 41.3%tmin1 - 22.3%bio15 - 12.7%solo_embrapa - 6.4%prec7 - 5.4%altitude - 4.8%aspecto - 2.6%slope - 2.4%hand50 - 1.1%bio13 - 0.9%ddrenKernel_10000 - 0.1%
Espécie mesotérmica de distribuição restrita.
Sudeste do Brasil.
Modelo de distribuição preditivo (Maxent).
Disjunção entre florestas de restinga e
florestas estacionais (norte de MG).
Padrões de distribuição e modelos: Croton sphaerogynus Baill.
Croton sphaerogynus subsp. minarum Caruzo & Cordeiro
Croton sphaerogynus subsp. sphaerogynus Baill.
Espécie megatérmica de distribuição restrita. Ocorre no
sudeste e nordeste do Brasil.
Padrões de distribuição e modelos: Croton sphaerogynus Baill.
Variáveis que mais contribuíram para o modelo (Maxent):solo_embrapa - 73.6%ddrenKernel_10000 - 13.5%bio4 – 12%hand50 - 0.9%prec1 – 0%tmin1 – 0%tmax1 – 0%slope – 0%prec7 – 0%bio15 – 0%bio13 – 0%aspecto – 0%altitude – 0%
Modelo de distribuição preditivo (Maxent).
Padrões de distribuição e modelos: Croton spruceanus Benth.
Espécie amazônica. Ocorre nas bordas
das florestas de terra firme.
Variáveis que mais contribuíram para o modelo (Maxent):solo_embrapa - 61.8%ddrenKernel_10000 - 28.7%altitude – 6%bio4 - 3.1%bio15 - 0.3%hand50 – 0%bio13 – 0%aspecto– 0%tmin1 – 0%tmax1 – 0%slope – 0%prec7 – 0%prec1 – 0%
Espécie megatérmica de distribuição
moderadamente ampla.
Modelo de distribuição preditivo (Maxent).
Testar: Croton hemiargyreus Müll. Arg.
Espécie megatérmica de distribuição restrita.
Ocorre disjuntamente entre florestas estacionais semideciduais da
Serra da Mantiqueira (MG e SP) e “brejos de altitude” (PE).
Testar: Croton heterocalyx Baill.
Espécie megatérmica de distribuição restrita.
Ocorre disjuntamente entre florestas estacionais semideciduais da BA
e MG, e florestas de restinga do ES.
Modelos em espécies brasileiras de Croton sect. Cleodora: próximas etapas
Até o momento, o principal fator que parece regular a distribuição das
espécies estudadas é o tipo de solo, portanto:
- Testar: Maxent com e sem a variável solo
- Identificar os principais tipos de solo onde ocorrem as espécies
OBRIGADA!