Post on 22-Jan-2018
Esquemas-síntese CANTOS IX;X
A Ilha dos Amores
Reflexão do poeta sobre o significado da Ilha dos Amores
A Máquina do Mundo
Reflexões finais do Poeta
Esquemas-síntese de
«A Ilha dos Amores» —
Canto IX, estâncias
52-53; 66-70
(pp. 190-191)
• Deusa do Amor e da Beleza
• Personagem coadjuvante (auxiliadora)
• Defende a causa dos portugueses junto dos outros deuses
• Protege a frota portuguesa das ciladas de Baco
• Prepara uma recompensa para a frota
No Canto IX, a armada de Vasco da Gama inicia o seu regresso
a Portugal — a «pátria cara» (est. 17).
Como recompensa pelos feitos extraordinários dos Portugueses,
Vénus prepara-lhes uma ilha, uma «ínsula divina» (est. 21), com a ajuda
de Cupido.
«Vénus» (v. 2, est. 52)
«Acidália» (v. 8, est. 52)
«Citereia» (v. 8, est. 53)
«Ericina» (v. 8, est. 66)
Nomenclatura utilizada
para referir a deusa do Amor
Vénus
Os nautas avistam a ilha,
pois Vénus desloca-a
para perto das naus
Etapas do excerto em análise:
Estâncias 52 e 53
«os fortes mancebos»
desembarcam
e exploram a ilha
Estâncias 66 e 67
Os nautas avistam
as «Deusas»
e perseguem-nas;
alerta de Veloso
Estâncias 68-70
Noção de beleza,
frescura, tranquilidade,
deleite, prazer: local idílico
Adjetivação/
dupla
adjetivação
Descrição da «Ilha namorada» (est. 51) — local idílico, com uma
Natureza luxuriante, pleno de beleza e harmonia (locus amoenus):
Descrição da ilha
• «fresca e bela» (v. 1, est. 52)
• «firme […] imóbil» (v. 1, est. 53)
• «ũa enseada / curva e quieta cuja branca areia / pintou de ruivas conchas»
(vv. 6-8, est. 53)
• «montes deleitosos» (v. 6, est. 66)
• «sombrios matos e florestas» (v. 3, est. 67)
• «sombras, que […] / Defendem a verdura» (vv. 5 e 6, est. 67)
• «água, que, suave e queda, / Por alvas pedras corre à praia leda.» (vv. 7-8,
est. 67)
• «verdes ramos» (v. 2, est. 68)
Importância da cor:
local idílico
O avistamento da ilha:
Estâncias
52 e 53
• Os nautas avistam a ilha de longe
• Vénus desloca a ilha até junto das naus, para o local em que se encontra
a armada, como se a ilha se movesse com a força do vento
«como o vento leva a branca vela» (v. 3, est. 52)Musicalidade
Movimento
Comparação
Aliteração
«Qual ficou Delos, tanto que
pariu / Latona Febo e a Deusa
à caça usada.» (vv. 3 e 4, est. 53)
Comparação
Campo lexical de movimento: «levava», «movia» (est. 52 e 53)
Campo lexical de visão: «viram», «enxergava», «viu» e «vista» (est. 52 e 53)Formas
verbais
Local do nascimento de Apolo
e Diana (deusa da caça)
Comparação com a ilha
de Delos — local sagrado
«de terra cobiçosos»
Caça «suave, doméstica
e benina»
Fortes
mancebos
Desembarque dos nautas e o seu objetivo na ilha — caçar:
Estância 66
«de acharem caça agreste desejosos»
• Satisfação da vontade
• Anseio
• Desejo
Duplo sentido
para o vocábulo «caça»
Caça: as ninfas
Caça: animais selvagens
A captura seria fácil,
pois as ninfas estavam já
predispostas para o amor
Exploração da ilha — locus amoenusEstância 67
«sombrios matos
e florestas»
Alguns
«Pera ferir os cervos»
«Ao longo da água»
Outros
«passeavam»
Visão dos corpos femininos
A visão da «caça estranha» — perseguição das ninfas:
Estância 68
Pele desnuda
das ninfas
«lã fina e seda diferente,
[…] De que se vestem
as humanas rosas»
(vv. 5 e 7)
Metáfora
Dupla adjetivação
Alerta de Veloso / espanto dos nautasEstância 69
As ninfas são
encaradas
como presas
«caça estranha (disse)
é esta!» (v. 2)Metáfora
Encontro entre
Plano da viagem / Plano mitológico:
a mitificação dos nautas
Perceção da natureza sagrada
da floresta: espaço iniciático,
reservado apenas aos mais
ousados e destemidos
Acesso a um novo conhecimento:
«grandes as cousas e excelentes» (v. 7)
Perseguição amorosa / conquista das ninfasEstância 70
Caça de animais — perseguição das ninfasMetáfora
Nautas
Caçadores como galgos
Velozes como gamos
Deusas
Verdadeiras?
Fantásticas?
Nautas = cães de caça Ninfas = presas capturadas
Comparação com animais
Astutas, comportamento sedutor:
«sorrindo e gritos dando» (v. 7)
Esquemas-síntese de
«Reflexões do Poeta.
O significado da Ilha
dos Amores, a Virtude
e a Fama» — Canto IX,
estâncias 88-95
(pp. 209-211)
Estas estrofes surgem no seguimento da perseguição e sedução das ninfas.
Tétis explica a Vasco da Gama o motivo pelo qual se deu aquele evento:
o encontro entre os marinheiros e as ninfas.
O significado da Ilha dos Amores:
a imortalidade enquanto
recompensa
Estâncias 88-92
(vv. 1-4)
1.ª parte
Explicitação do significado simbólico da Ilha dos Amores:
esta representa o prémio que está reservado aos que realizam grandes feitosEstância 89
• A fama
• A imortalização do nome
• As honras
• A glória
• A admiração
«[…] as Ninfas do Oceno, […] /
Tétis e a Ilha angélica pintada, /
Outra cousa não é que as deleitosas /
Honras que a vida fazem sublimada»
«as imortalidades que fingia /
A antiguidade […] /
Não eram senão prémios que reparte /
[…] o mundo cos varões»
Estâncias 90 e 91
Tal como a ilha, os deuses da Antiguidade
são representações simbólicas do prémio
atribuído aos virtuosos
«ó vós que as famas estimais, /
Se quiserdes no mundo ser
tamanhos»
Apóstrofe
• Libertar-se do ócio (trabalhar)
• Reprimir a ambição, a cobiça e a tirania
• Garantir a igualdade entre os mais pobres e os mais ricos
na aplicação da justiça (impedir a exploração dos mais fracos)
• Lutar contra os muçulmanos (ter espírito de Cruzada)
• Apoiar o Rei através de conselhos sensatos e da lealdade
na luta (corroborar as suas escolhas sem o abandonar)
Voz
pedagógica
Modo
imperativo
Conselhos do Poeta
aos que pretendem alcançar
a Fama imortal
Da estância 92 (vv. 5-8)
à estância 95
2.ª parte
Incentivar os portugueses
a reformarem a sua postura
(Cf. com as queixas do
Poeta no final do Canto VII)
Esquemas-síntese
de «A Máquina do Mundo» —
Canto X, estâncias 75-91
(pp. 194-197)
Tétis apresenta a Vasco da Gama
a Máquina do Mundo, indicando
nela os locais até onde se estenderá
o Império português (enumerações
e uso de verbos referentes à visão).
No Canto X, a frota de Vasco da Gama encontra-se na «ínsula divina»
(est. 21) que Vénus preparara como recompensa pelo esforço dos
marinheiros portugueses. Os marinheiros fruem um banquete oferecido
pelas Ninfas.
Máquina do Mundo
(sistema geocêntrico).
«[…] cos olhos corporais, / Veres o que não pode a vã
ciência / Dos errados e míseros mortais.» (vv. 2-4)
Tétis apresenta-se com gentileza e com seriedade
para enfatizar a importância daquela ocasião
Tétis e Vasco da Gama sobem a um «monte espesso»
Etapas do excerto em análise:
Estâncias 75 e 76
Tétis explica ao Gama que lhe será permitido ver o que
os mortais não podem alcançar só com o seu entendimento
Discurso
direto
Caminho de
conhecimento
difícil de percorrer
Espaço
«mato/árduo, difícil, duro a humano trato» (vv. 7-8)
«monte espesso» (v. 6)
Tétis prepara-se para dialogar com Vasco da Gama
Reação de Vasco da Gama
Aparecimento de um globo transparente (uma esfera) que explica
a organização do Universo (modelo geocêntrico de Ptolomeu)
Estâncias
77, 78 e 79
«um campo se esmaltava / De esmeraldas, rubis […]» (vv. 2-3)Espaço
Máquina do Mundo: modelo explicativo
do funcionamento do Universo (uma miniatura)
Globo transparente,
suspenso no ar
Comovido, espantado, desejoso de saber mais
Discurso de Tétis Objetivo da visão
conhecer o futuro
ver o presente
A origem da «grande máquina do Mundo»Estância 80
• Deus é o seu criador
• A inteligência humana não
consegue explicar o que é Deus
• Deus rodeia o Universo, rodeia
a sua criação
«etérea e elemental» (v. 2)
O Mundo é composto de uma parte
celeste e de outra formada pelos
quatro elementos (terra, ar, fogo
e água)
Início das explicações de Tétis
Imóvel e etéreo
Contém as almas dos justos que foram salvos e estão
no Paraíso (santos e figuras divinas)
O Empíreo,
o primeiro orbe
(esfera)
Estância 81
Tétis assume que a mitologia pagã
não é verdadeira e que as figuras mitológicas
apenas são citadas por necessidade estética
Explicação sobre os deuses da mitologia pagã
Estâncias
82, 83 e 84
«Só pera fazer versos deleitosos / Servimos» (vv. 5 e 6)
Determina
a movimentação dos astros
A décima esfera:
«o Móbile primeiro»
Estâncias 85
A Nona esfera:
movimento lento
Estância 86
Saturno, Júpiter, Marte, o Sol, Vénus, Mercúrio e a Lua
(Diana com os seus três rostos)
A oitava esfera: o Firmamento
com os Doze signos do Zodíaco —
as Constelações
Estâncias 87 e 88
As sete últimas esferas
Estâncias 89-91
Cada planeta tem diferentes cursos
A Terra encontra-se no centro deste Universo
Esquemas-síntese de
«Reflexões do Poeta.
Considerações finais
do Poeta» — Canto X,
estâncias 145-156
(pp. 212-214)
Estas estrofes têm um tom de lamento mas também de exortação.
Surgem após a breve estância que narra a viagem dos marinheiros de
regresso à Pátria.
O Poeta dirige-se diretamente à Musa e, no momento seguinte, ao Rei.
Tom derrotista
Portugueses
«gente surda e endurecida»
Pátria
«apagada e vil tristeza»
1.ª parteDespedida das Musas:
a desilusão com a Pátria
Estâncias 145 e 146
(vv. 1-4)
Apóstrofe
Repetição
O Poeta dirige-se à Musa («Nô mais, Musa, nô mais»):
• revela o grande desencanto que sente pela decadência da Pátria
• revela desilusão pelo facto de não ser reconhecido pelos Portugueses
Dupla
adjetivação
Ser cansado, melancólico, desiludido, incompreendidoPoeta
Voz pedagógica
2.ª parte
Exortação a D. Sebastião:
a continuação do Império
Da estância 146
(vv. 5-8)
à estância 153
«Quais
rompentes liões
e bravos touros»
(estância 147)
Os Portugueses:
• «vassalos excelentes» (est. 146)
• «ledos» (est. 147)
• «a tudo aparelhados» (est. 148)
• «sempre obedientes» (est. 148)
• «prontos e contentes» (est. 148)
Adjetivação
Exorta o Rei a olhar para os seus vassalos: o retrato
dos heróis portugueses prontos a lutar pelo Império
Repetição da forma verbal
«Olhai» — modo imperativoApóstrofe «Por isso vós, ó Rei […]»
Comparação
Estância 147
Enumeração das situações de perigo a que os Portugueses
se submetem para honrar a Pátria e cumprir a vontade do ReiAnáfora
• Coragem
• Determinação
• Alegres
• Espírito de sacrifício
• Obediência
• Firmeza
Repetição de formas
verbais no imperativo
Voz
pedagógica
• Recompensar e alegrar os súbditos com a sua presença
• Aliviar os súbditos de leis severas
• Promover os que têm mais experiência de vida («os mais experimentados»)
• Gratificar cada um segundo o seu mérito e a sua competência
• Manter os membros do clero no cumprimento das suas funções religiosas,
impedindo-os de quererem atingir cargos ou recompensas monetárias
• Estimar os guerreiros que se dedicam a combater os Infiéis e expandem a fé
cristã
• Impedir que Portugal se submeta à autoridade das outras nações da Europa
• Ouvir os conselhos dos mais sábios mas sobretudo dos mais experientes
(valorização do saber de experiência feito)
• Adquirir disciplina militar praticando e não conhecendo apenas teoricamente
as técnicas
Recomendações a D. Sebastião
O retrato do líder perfeito
Corresponde ao ideal humanista:
• valoriza a arte e a poesia
• dedica-se à guerra e ao serviço da Pátria
• alia o saber (a teoria) à experiência (a prática)
O autorretrato do Poeta
3.ª parte O Poeta ao serviço do Império:
o canto e as armas
Estâncias 154-156
• «humilde, baxo e rudo» (154)
• «Nem me falta na vida honesto estudo, /
Com longa experiência misturado, / Nem engenho» (154)
• «Pera servir, braço às armas feito, /
Pera cantar-vos, mente às Musas dada» (155)
Tripla
adjetivação
O retrato do súbdito
perfeito
O Poeta oferece-se para assistir o Rei:
• através da guerra
• através do canto dos feitos do monarca
que causarão inveja a Aquiles