Post on 07-Feb-2019
r--~:-----------.....~~~;ffiirn~po~uf:c~o~.m~E-iiim 0 mercado exportador bastante signtflcatbta _a_pre da industria automobilfsti· sen~a de um Opala brasl ca brasileira superou em leiro movido a alcool trans 47% o seu desempenho do portando o governador do ano anterior, de acordo com
• REPORTAGEM DE MARCO ANTONIO MONTANDON
ILUSTRAcA,O DE TECO RODRIGUES FOTO DE JOSE CARLOS MORAES
OVEL:
DUTO TiP ODE
~CAO-As exporta~6es de carros
brasileiros deverao ultrapassar, este ano, os 2 bilh6es de d61ares. Apesar dos grandes desafios do
~-------------------•-••--ional, os Made in Brasil estao ganhando espa~o, e vao disputar clientes com o Japao.
Nada tem de curioso o Alabama durante os feste· desinteresse dos angola jos da posse de Ronald Reanos por pe~as de reposi~io gan como 40.0 presldente para os limpadores de pa dos Estados Unidos. ra-brisas dos carros im- Curiosidade e ufanismo i
a verdade ~ que em
EXPORTAc,AO --~\-------------------t~~~J· \------------Fabricas pequenas exploram basicamente mercados desenvolvidos; as grandes preferem os de carros populares, no 3.0 Mundo. dados fornecidos pela AssoclacAo Nacional dos Fabricantes de Vefculos Automotores (Anfavea}: 155 693 vef· culos FBU (montados e completos) e CKD (desmon· tados), contra 105 648 vendi
dos em 1979, proporcionan· do ao Brasil cerca de 1.5 bllhao de d61area em divisaa.
0 caso da Fiat 6 exemplar: ela chegou ao fim de 1980 como a recordists bra- . sileira na exportaoAo de ver
\ ~c.;ll"'J
~~ culos FBU, com 27 mil unldades vendidas, contra 24,5 mil da Volkswagen (numeros aproxlmados). E nao pretende parar por ar.
Cientes das grandes pos· sibilidades do mercado ex· portado·r, as Ubricas que operam aqui j6 se prepsram para uma dispute dura pela conqulsta dos seus fi. 16es: a Ford brasileira, vendo confirmada a prefer6n· cia dos consumidores es·
trangeiros pelos carros de quatro portas, apressa o lanoamento do Coree! Omega para disputer com os japo~ neses, ainda este ano, os mercados Iatino e africano. Ao oontr6rio da Puma e da Later que, com os seus esportivos de dois lugares, ttm justamente como meta a conquiata de mercados mais sofisticadoa como os da Europa, Am6rica do Nortee Japio.
Para M~rio Garnero, president& da Anfavea, o born desempenho das exporta~Oes da industria automobi·
0 CLIENTE SEMPRE TEM RAZAO ·
FIAT
vw
GURGEL
As exporta~oes brasileiras de velculos
De 1969 at6 hoje, a hist6rla das expotta~6es automobillstica$ brssileiras tem mostrsdo que exportar 8, muitas vezes, um exercfcio de marketing muito mais complicado que o velho 6 simples conceito da oferta 6 procura. As flbrlcas descobrirsm, por sxsmplo, que os gosros dos compradores estlo qusse semprtt dlreta· mente figsdos ss peculisri· dades ffs.icas de cads regilo, e que satisfsrer ~s exiglnciBs ex6ticas ou curio· sss dos cli6ntes 6 um dos itlms msis importsntes psra a consolidst;Ao do mercado.
Os ~rabt!Js, por exemplo, dao preferlncis sot~ vefculos de cor brsnca ou bege, em virtude da alta insolst;Ao no deserto - os de co· res escurss absorvem B luz solar, enquanto os de cores clarss, 110 contr~rio, reflstem os r8ios do sol e aquecem muito menos.
Da mesma forma, ss condit;6es cllm6tfcss do deserto sao tamb6m respondvels por outrss exig6ncias arsbes, como 8 ds colocat;Ao de vldros rsy·ban e de ar condicionado nos velculos que imporram, para suportar o fotte sol e o calor
que fsz durante o dis; e de sistemas de sr qutmte, para enfrentsr as noites friss, quando 8 temperatura muitas vezes chega t1 csir sbaixo de zero.
Js os nlgerisnos que, 110 /ado dos argelinos, sao os maiores import11dores dos Volkswagen brssileiros no mercsdo sfricano, gostam mesmo 6 de vefculos com quatro portas. Ums prefe· rlncla tlo scentuada que levou a VW s expottsr para a Nigeria ss primeirss unidades ds Brasilia quatro por
. tas multo antes do mode/a ser /an~11do no Brasil.
Os comprsdores argelinos, por sua vez, exigem que os seus velcutos sejtlm equipsdos com far6is smarelos, por causa da poeira,· e as autorld~tdes de trlnsito screscentaram outra especifica~so: ganchos para reboque.
Os import11dores dll Nova Guint§ t~m tambt§m suss exig~ncias, como s coloca~o de filtros de ar a banho de 6/eo para evitsr s infiltra~o de poeira vulclnica; e a Maf6sia, Tal/India, t.ndonesis, Nova Zelbndia e ilhas do Pacffico Sui somente adquirem vefculos que tenham o
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VOlante do !ado direito, den- Brasil, mas foi ele 0 unico tro do sistema ingMs de carro importado pelo Ira trlnsito, de m6o de dire~o nesses doze anos em que o pela esquerda (daf um dos Brasil exp/ora o mercado inmotlvos d11 grande scefts- ternsclonal. ~o da Kombi por pane des- Tafvez nao fosse a epoca :uJs pafses, uma vez que ela ainda dos esportivos, pois 6 o unico vefculo brasileiro nos anos que se seguirlam fabrlcsdo nessas condi- pelo menos duas pequenas ¢es). fl§bricas braslleiras - a Pu·
Mas, sem duvida, a exi- ma e a Lafttr - assistirlam g~ncia mais curiosa talvez ao crescente sucesso de seja a feita pe/as sutorida· seus modslos no exterior, des ds Nova Zet8ndia: etas num mercado formltdo por apenas libersm um vtJfcufo pafses como os Estsdos Uniimportado depois dt~ confir- dos, CanadA, Japso e os do msrem que e/e foi lavado Mercado Comum Euroantes do embarque, a fim peu. de evitar que a entrada de Para a Puma, a boa aceitaterra estrsngeira possa tra- fBO de seus esportivos sezer possfveis pragas 8 prin· ria uma conseqiilrtcia natuclpal fonte de riquezas do raJ do aprimoramento de pals - a agrlcultura. seus modelos. desde que o
A .hlst6ria das exports- carro foi lan~ado, em 1967. r;oes tem outras passagens Ja para a Lafer, a razlo do interessantes. 0 Wilfys Ita· sucesso seris o pr6prio carmaraty, por exemplo, ape- ro em si: o MP, replica do sar de todo o sev luxo, nun- MG TD 1952, carro que se ca foi um sucesso de ven- transformou de um modesdss, aqui ou /A fora: apenss to projeto da pequena Mordois mode/os foram expo.r- ris Garage num dos maiotados, em 69, um psra a Bo- res cltlssicos da hisr6ria do lfvia e outro para o Urugual. automobilismo mundial.
Entretanro, o TL 1600 de Mas o carro brttsileiro quatro portas, outro qve mais vendido no exterior nlo se firmou no mercado continua sendo o Fusca, seinterno, teve uma grande guldo agora pelo Fiat, BrasfIICeita~lo na Nigeria e Is- lia, Kombi, Passat e Chevetrael, que foram os seus te. E, entre os maiores clien· maJores importadores; o tes, estao a Nigeria, Arg61ia, SP, o esportivo da VW, teve lt8llt1, Mexico, Chile, Peru e igualmente vida curta no Venezuela.
Torne este verao intragavel para
os insetos.
Passe Repelex em voce.
lfstica, em 1980, comprovou que "estamos em condi~oes de competir no concorrido mercado mundial de vefculos, tanto em pre~o quanto em qualidade" .
Esse otlmismo, de um modo geral, e plenamente compartilhado pelas f'bricas brasileiras, que vl!em na exportacao de seus vefculos (autom6veis, comerciais leva& e caminhoes) uma das solu~oes para veneer a crlse do mercado interne. Niio 6 sem razilo que os Departamento& de Exportacoes passa ram a me recer uma
maior aten9io, deixando de ser apenas um aplndice para se transformaram num 6rgiio vital, dentro das companhias.
Porem, esse estrada que leva ao mercado consumidor internacional - principalmente o formado palos parses do Terceiro Mundo - esU Ionge ainda de sa tornar uma free·w•y para as aspiracoes brasileiras. E dois siio considerados os maiores obst,culos para a concretizacio desse objetivo: de um lado .• a presen~ cada vez mais poderosa e
EXPORTAf;AO
0 Brasil eo maior produtor mundial de carros esportivos, que tern grande aceita~ao por serem baratos e de boa qualidade. audaciosa da Industria auto· mobilfstica japonesa; e, de outro, a pr6pria legisla~o brasilei ra, principalmente no Que se refere aapresenta~o final do produto.
Pa ra Oscar Lafer, por exemplo, diretor de Opera¢es da Lafer, que produz o MP, o Brasil simplesmente nao tern carros para expor· tar para paises altamente desenvolvidos, que do o grande mercado consumidor. "Se o nosso pars tivesse uma legisla~ao mais rfgi· da - a mesma adotada pal os palses desenvolvidos -, principalmente com refertncia A seguran99 e polui~io dos motores, toda a nossa produ~io seria export,vel pols, em termos Inter· nacionais, o nosso velculo • considerado atll barato."
Lafer d6 como exemplo o motor do Fusquinha, "que j6 fol condenado na Europa e nos Estados Unidos", e acuaa as mult i nacionais que operam no Brasil de nio pretenderem uma legisla~Ao mala rfg ida, " para nio competir com os seus
pr6prlos caHos no grande mercado lmportador".
0 mesmo tipo de queixa - os empecilhos de ordem legal para penetrar no mercado formado palos parses desenvolvldos - l! lgualmente formul-ado pela Puma, que para ver homologados oa aeus esportivos no Canad6, Japao ou Estados Unldos tern que at.ender a nada menos que 52 itens de seguran~, n6o exlgidos pela legisla~!o brasileira.
J6 para as grandes montadoras brasileiras, cuje ex· porta~ao • pratlcamente toda destl nada ao Terceiro Mundo, onde as leis de seguran~a, como a nossa, sio menos rlgidas . o grande obst~culo 6 o que j6 vern sendo chamado de " i·nva· si o amarela" : a Industria automobillstica japonesa, que depois de abocanhar uma grande fatla do mercado norte-amerlcano e se tornar, em 1980, a maior produtora mundial de velculos, volta sues vistas, agora, para os mercados Iatino e afri· c:ano.
Os Puma: Jspl o e EUA ex/gem 52 itens adicionsis de segur8nf8.
Um mercado dlficll de atender, reconhece a maioria dos gerentes de export&· ~o des ftlbricas brasileiras, mas que parece nao afetar em nada a tradlclonal paciAncia nipOnica, seja para enfrentar a irrltante burocracia de grande parte doa parses afrlcanoa, seja para atender h exig6ncias doa consumidores. Como confessou um gerent.e de exporta~io brasilei ro, " poucoa executlvoa europeus e norte-americanos t&m saco pa· ra suportar a burocracla afrl· cans, mas os japonesea I~ per manecem, com o que imunes a ela".
No campo des exig6n· cias, por exemplo, verifi· cou-se que quem gosta mesmo de carros de duas portas slo apenas oa brasl· leiros, os mexicanos e 50% dos uruguaios; os consumldores dos demais pafses nlio desprezam o conforto de um quatro-portaa, conforme constataram pelo me· nos a Volkswagen e a Ford: o aparecimento da Brasilia quatro portas foi pratlcamente ditado pela prefer6n· cia do comprador estrangelro, assim como a fabrlca~o do Passat LS cinco portas.
Outro problema enfrentado pelos exportadores brasl· leiros 6 tamb6m o do frete: o Brasil nio dispoe elnda de uma frota mercante que atenda ao volume de nossas exporta~oes, queixamse os gerentes de exporta~~o. e os palses importadores nAo querem absolutemente saber disso. quando a ent rega de uma carga de velculos se atrasa nos portos (nos nossos, evidentemente). Bern so contl'~rio dos japoneses, cujas f'bricas dispoem, elas proprias, de navios cargueiros para transporter a sua produ~o para qualquer parte do mundo. 0 que, no final, se traduz no pre~o competitive de seus veiculos.
Apesar disao, entretanto, as perspectivas para as exporta¢es da industria auto· mobilfstica brasileira sio as melhores posslveis: a Volks· wagen brasilelra, por exam· plo, )6 detllm 25% do merca· do mundial da Volkswagen, com direitos exclusivos de exporta~Ao para toda a Am,rica do Sui, Anpola, Fill · pines, Arg"ia e l raque; a Flat enuncla que nlo fara mudan~as em sua linha de produ~6o, mesmo " porque o Fi at 147 • considerado atualmente o melhor cerro do Tercelro Mundo".
A General Motors, de olho no futuro e no rigoroso lnverno que assola os Es· tados Unldos, destacou um engenhelro especialmente para acompanher o comportamento do Opala a 61cool adquirldo pelo governador do Alabama para comparecar ~ posse de Reagan; a Ford anuncla um malor In· vestlmento na exporta~Ao de velculos CKD (em agosto come~r6 a exportar os primei ros para a Venezuela), para eta o grande mercado do futu·ro, "mala flrme, seguro e duradouro" ; e, en· quanto houver um mlllon6rio exc&ntrlco na Europa, no Jap6o ou na Am~rlca do Norte, havera tamb6m, com certeza, mercado para os esportlvos produzldos no Bra· sil - curiosamente, o pals que mal a fabrlca carrosesporte 1'10 mundo.
Auim, no e·ntender de M'rio Garnero, o presidents da .Anfavea, ha razoes de sobra para acred itar que, em 81 , a industria automobilfstica brasilelra poder6 aumanter em palo menos 30% o volume ffsico de suas exporta~Oes, em compara~ao como desempenho em 1980.
Tal aumento, ainda segundo ele, levar6 o setor a vender este ano, no exterior, cerca de 200 mil velculos que, somados b exporta~Oes de motores, partes, pecras, componentes etc., deverao proporcionar mais de 2 bilhOes de d61ares em dlvlsas. (
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