OT Sabores da Leitura 25fev

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Diretoria de Ensino Leste 4

Dirigente Regional de Ensino

José Carlos Francisco

Núcleo Pedagógico

OT “SABORES

DA LEITURA”

PCNPs Responsáveis:

Tania Conceição Nunes de Sá Gomes

Adriana Cristina de Brito Pereira

PARA INÍCIO DE CONVERSA....

“João José, O Professor, desde o dia em que furtara um livro de

histórias numa estante de uma casa da Barra, se tornara perito

nesses furtos. Nunca, porém vendia os livros, que ia empilhando num

canto do trapiche, sob tijolos, para que os ratos não os roessem. Lia-

os todos numa ânsia que era quase febre. Gostava de saber das

coisas e era ele quem, muitas noites, contava aos outros histórias de

aventureiros, de homens do mar, de personagens heroicos e lendários,

histórias que faziam aqueles olhos vivos se espicharem para o mar ou

para as misteriosas ladeiras da cidade numa ânsia de aventuras e de

heroísmo. João José era o único que lia corretamente entre eles e, no

entanto, só estivera na escola ano e meio.

PARA INÍCIO DE CONVERSA....

Mas o treino diário da leitura despertara completamente sua

imaginação e talvez fosse ele o único que tivesse consciência do

heroico de suas vidas. Aquele saber, aquela vocação para contar

histórias, fizera-o respeitado entre os Capitães da Areia, se bem fosse

franzino, magro e triste, o cabelo caindo sobre os olhos apertados de

míope. Apelidaram-no de Professor porque num livro furtado ele

aprendera a fazer mágicas com lenços e níqueis e também porque,

contando aquelas histórias que lia e muitas que inventava, fazia a

grande e misteriosa mágica de os transportar para mundos diversos,

fazia com que os olhos vivos dos Capitães da Areia brilhassem como

só brilham as estrelas da noite da Bahia.”

(Jorge Amado, Capitães da Areia, in Elementos da Pedagogia da Leitura, Ezequiel T. da Silva, p. 79, Ed. 1993, Martins Fontes)

APRESENTAÇÃO

SABORES DA LEITURA

Sabores da Leitura é resultado das Videoconferências ocorridas em 2011, sobre a leitura de

textos literários, orientadas pela professora Cilza Carla Bignotto. Trata-se de mais uma

contribuição à formação continuada dos educadores comprometidos com a formação de leitores

competentes e da ampliação do repertório de leituras da comunidade escolar, subsidiando o

trabalho dos professores empenhados em promover a leitura prazerosa e competente de diversos

gêneros literários.

As situações de aprendizagem da coletânea são sugestões para um trabalho diferenciado, de

complementação ao desenvolvimento do Currículo de Língua Portuguesa, tanto nos anos finais do

Ensino Fundamental, como no Ensino Médio. Há diversas ideias que podem ser utilizadas pelos

professores, especialmente por aqueles que têm, em suas turmas, alunos com dificuldades de

aprendizagem, ou que apresentem alguma defasagem em relação ao que é esperado para o ano

ou série em que se encontram, contribuindo, também, para o trabalho desenvolvido pelos

Professores da Sala de Leitura.

FOCO NA

COMPETÊNCIA

LEITORA

“(...) a leitura e a escrita

aparecem sempre inseridas nas

relações com as outras pessoas,

supõem interações entre leitores

acerca dos textos; comentar

com outros o que se está lendo,

recomendar o que se considera

valioso, discutir diversas

interpretações de uma mesma

obra, intercambiar ideias sobre

as relações entre diferentes

autores (...)”

(Lerner 2002, p.60)

FOCO NA COMPETÊNCIA LEITORA:

Fonte: Currículo do estado de são paulo

Em uma sociedade letrada como a nossa, a

competência de ler e escrever é parte integrante da vida

das pessoas e está intimamente associada ao exercício

da cidadania.

As práticas de leitura e escrita possibilitam o

desenvolvimento da consciência do mundo vivido (ler é

registrar o mundo pela palavra, afirma Paulo Freire).

Fonte: Currículo do Estado de São Paulo

FOCO NA COMPETÊNCIA LEITORA:

Fonte: Currículo do estado de são paulo

A leitura e a produção de textos são atividades

permanentes na escola, no trabalho, nas relações

interpessoais e na vida.

As experiências profícuas de leitura pressupõem o

contato do aluno com a diversidade de textos, tanto

do ponto de vista da forma quanto no que diz

respeito ao conteúdo.

Fonte: Currículo do Estado de São Paulo

OBRAS UTILIZADAS

NAS ATIVIDADES

COLETÂNEA DAS ATIVIDADES

Poema A onda, de Manuel Bandeira, que integra várias

antologias do autor e está disponível em diversos sites.

A atividade sobre este texto incentiva a fruição dos efeitos

provocados principalmente pelo ritmo e pela sonoridade do

poema.

COLETÂNEA DAS ATIVIDADES

Poema Cripta, de Mario Quintana. O objetivo principal

é a fruição do poema, principalmente a partir das

imagens sugeridas pelos versos e pela forma em que

foram estruturados.

Cripta

Debaixo da mesa

A negrinha,

Assustada.

Na janela

A lua.

No relógio.

O tempo

A casa.

E no porão da casa?

No porão da casa umas estranhas ex-criaturas

[com cabelos de teia-de-aranha e os olhos sem

[luz sem luz e todas se esfarelando que nem

[mariposas ai todas se esfarelando mas sempre

[se remexendo eternamente se remexendo como

[anêmonas fofas no fundo de um poço de um

[poço!

Mario Quintana

COLETÂNEA DAS ATIVIDADES

Mitos e Lendas: O Senhor do Bom Nome e outros mitos judaicos, de

Ilan Brenman; Lendas do Japão, de Sylvia Manzano, e Lendas da

África, de Júlio Emílio Braz.

As atividades propostas

proporcionam aos

professores e alunos

desfrutarem de um pouco

da sabedoria e do

imaginário dos povos que

criaram essas narrativas

tão antigas.

COLETÂNEA DAS ATIVIDADES

Contos: No castelo que se vai, de Marina Colasanti, publicado no

livro Entre a espada e a rosa.

Por meio da narrativa

de Marina, vamos

aprender a apreciar

elementos que

costumam estar

presentes nesse

gênero tão antigo, o

conto.

Fábula: Fábulas

Completas de Esopo

As fábulas são

excelentes para

incentivar o gosto pela

leitura e a reflexão

sobre nossas ações.

Coletânea das atividades

COLETÂNEA DAS ATIVIDADES

Romance: Dom

Quixote, de Cervantes

Nessa atividade vamos

saborear um dos livros

mais famosos do mundo.

O cavaleiro andante mais

adorado dos últimos

quatrocentos anos tem

qualidades de sobra para

conquistar os alunos.

Coletânea das atividades

O teatro costuma ser um

grande aliado na hora de

ensinar os jovens o gosto

pela leitura. Essa atividade

parte de uma peça

bastante popular de Gil

Vicente, para estimular

seus alunos a lerem com

prazer.

Teatro: Farsa de Inês

Pereira, de Gil Vicente

ORGANIZAÇÃO

DAS

OFICINAS

Preparando a Leitura

Aquecendo para a leitura

Saboreando o texto

Entrelaçando leituras coletivas

Descobrindo desdobramentos

OFICINAS DE LEITURA

Objetivos :

Desenvolver atitudes e procedimentos que os leitores

assíduos adquirem a partir da prática;

Propiciar um intenso e sistematizado contato dos

alunos com diferentes gêneros literários,

especialmente no que se refere ao ler para apreciar e

para conhecer;

Possibilitar aos alunos momentos para saborear e

compartilhar as ideias de autores da Literatura

Universal e Literatura Brasileira;

Utilizar diferentes procedimentos didáticos que atraiam

os alunos para a leitura;

Aperfeiçoar a utilização do acervo existente na escola.

ORGANIZAÇÃO DAS OFICINAS :

I. Preparando a leitura

A intenção é auxiliar o docente a fazer sua leitura do

texto, a dialogar com outras leituras e preparar-se para

receber e debater as leituras dos alunos.

As atividades de leitura de textos literários precisam

contemplar não só as ideias do texto, mas como essas

ideias são expressas.

Observação dos procedimentos relevantes para o

significado geral do texto, a fim de poder ensinar os

alunos a fazerem leituras mais amplas e significativas.

ORGANIZAÇÃO DAS OFICINAS :

II. Aquecendo para a leitura

2- fazer o registro do

comentário dos alunos e

retomá-los posteriormente

3- Exercitar a materialidade do livro

como objeto - ou seja “ler” as

informações trazidas por seu formato, ilustrações, capa, tetos de orelha,

contracapa.

1 – Estimulo aos alunos para fazer

antecipações sobre o texto a ser lido

ORGANIZAÇÃO DAS OFICINAS :

III. Saboreando o texto

Leitura expressiva pelo educador:

ensinar a ler bem, com prazer e muito é lendo

bem, com prazer e muito para os

alunos

Ler em voz alta é interpretar um

texto ( percepção coletiva de

inúmeras leituras que comportam

inúmeras significações)

Avaliação coletiva da leitura: todos podem avaliar a

todos, a si mesmo e a você com

liberdade, respeito e tolerância.

Aproximação do leitor-aluno com o texto literário

“(...) lá dentro, o texto literário; cá fora, os

alunos; na porta, ele, o mestre, sem saber se

entra ou se sai, ou se melhor mesmo é que a

multidão se disperse...”

(Lajolo, 2002, p.12)

ORGANIZAÇÃO DAS OFICINAS :

IV. Entrelaçando leituras

coletivas

Texto literário

Plurissignificação

Capacidade de ler de muitas maneiras,

de possibilitar inúmeros

significados

• Os alunos ficam à vontade, abertos para ouvir as leitura dos colegas, sem medo de

apresentar suas próprias leituras.

1.

Leitura

• Professor e alunos somam interpretações do texto lido, e apresentam suas diferentes leituras sobre os “fios” que constituem o texto.

2. Apresentação

• Registro, após a leitura, de comentários sobre narrativas, dramatização de textos, produção de histórias ou poemas, a partir do texto lido.

3.

Registro

“O texto literário talvez

seja aquele que mais se

aproxima do sentido

etimológico da palavra

“texto”: entrelaçamento,

tecido.”

(Goldsteins, 1991, p.6)

ORGANIZAÇÃO DAS OFICINAS :

V. Descobrindo

desdobramentos

Uma leitura prazerosa dá vontade de fazer outras. Há um

leque de possibilidades sugerido pelas sequências didáticas

apresentadas, com a utilização de outras obras do mesmo

gênero ou até de gêneros diferentes, que sejam encontradas nas

escolas, bibliotecas ou internet.

E O QUE DIZER SOBRE A LEITURA ?

“(...) ler é tanto uma experiência individual e única, quanto uma experiência interpessoal e dialógica (...) porque os sentidos não se encontram no texto, exclusivamente, ou no leitor, exclusivamente; ao contrário, os sentidos situam-se no espaço intervalar entre texto e leitor.”

Kátia Lomba Bräkling

PRODUTOS DE LEITURAS

1. Diário de Bordo: Em um caderno grande de

capa dura, os alunos registrarão trechos

dos textos que mais gostaram , redigirão

comentários, sobre os livros, desenhos e

gravuras. Cada aluno poderá ficar uma

semana com o caderno. Quando possível o

Diário de Bordo poderá ser feito em um blog

na Internet.

2. Cartazes de propagandas: Meio pelo qual os alunos expressam sua opinião sobre determinada obra, indicando-a aos colegas e amigos. Os cartazes podem ser decorados e fixados na sala de aula, biblioteca, no pátio da escola.

3. Lista dos mais lidos: Os alunos podem fazer “listas dos livros mais lidos” e colocá-las em lugares bem visíveis. Assim, incentivarão os colegas a ler certas obras e sinalizarão para os educadores de que tipo de livro mais gostam.

4.Marcadores de livros personalizados: copiar

trechos interessantes em marcadores de livros,

redigir, nesses marcadores, impressões sobre a

leitura.

5. Orelhas e contracapas: encapar os livros e fazer

novas orelhas e contracapas para as obras.

Como autores dos textos, poderão apresentar os

livros a novos leitores, criticar ou elogiar o texto,

selecionar trechos que seduzam outros leitores.

6. Antologias para os colegas: sugerir uma

antologia. Os alunos podem transcrever poemas,

trechos de contos e romances, fazer ilustrações,

confeccionar capa e contracapa, redigir uma

introdução. Uma boa dica para comemorar o final do

ano letivo é organizar uma “festa da leitura”, com a

troca de antologias especialmente feitas por e para os

alunos. Será uma bela recordação, e um excelente

modo de registrar a história de leitura vivida por cada

um naquele ano.

BIBLIOGRAFIA

BRAKLING, Katia Lomba. Sobre a leitura e a formação de leitores. São Paulo: SEE.

Fundação Vanzolini, 2004. Texto parcialmente publicado no portal

www.educarede.or.br. In: Melhor Gestão Melhor Ensino

DELIA, Lerner. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre:

Artmed, 2002.

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6.ed. São Paulo: Ática,

2002.

Currículo do Estado de São Paulo: Linguagens Códigos e suas Tecnologias. Ensino

Fundamental – Ciclo II e Ensino Médio. 2.ed. São Paulo, 2012, p. 17/18.

Obrigada pela participação!

Contato:

Delt4npe@see.sp.gov.br

2742-3102