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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃOPRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
TURMA – PDE/2013
Título: O uso das tecnologias no Ensino de História: Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa e Crise do Capitalismo e Regimes TotalitáriosAutor: Orlando Marcelo Nalin Busignani
Área/Disciplina (ingresso no PDE): História
NRE: Campo Mourão – PR.
Escola de Implementação do Projeto e sua Localização: Colégio Estadual do Campo Gabriel Segundo Scipione – Ensino Fundamental e Médio. Engenheiro Beltrão.Professor Orientador: Bruno Flávio Lontra Fagundes
Instituição de Ensino Superior: UNESPAR/Campo Mourão
Relação Interdisciplinar: Este material estabelece relação disciplinar com as disciplinas da Sociologia: As razões pelas quais eclodiu a Primeira Guerra Mundial; Artes: Análise das Imagens; Geografia: Territórios abordados nas discussões propostas – Localização, espaço, etc.Resumo: O presente Material Didático-Pedagógico tem como objetivo apresentar um estudo do contexto dos seguintes fatos históricos: Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa, Crise Econômica de 1929 e Regimes Totalitários. A proposta inicial desse estudo é trabalhar os respectivos conteúdos com o apoio das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) presentes nos ambientes escolares. Considerando que o Ensino de História se apresenta no meio escolar enquanto disciplina baseada em fatos escritos e documentais, o ensino vem se tornando cansativo e teórico. Pensando nessa problemática, desenvolveu-se esse caderno apresentando os conteúdos e as atividades de modo dinâmico e mais próximo da realidade com a qual a maioria dos alunos se depara cotidianamente: a mídia como possibilidade de informar e formar o aluno para a vida.Para desenvolver o trabalho aqui proposto desenvolve-se a pesquisa bibliográfica onde se buscam livros, revistas, sites, jornais e fotografias que aborda os temas propostos. Estes materiais possibilitam o enriquecimento e a viabilidade dos fatos históricos tratados neste Material Didático-Pedagógico.
Palavras-Chave: TICs, Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa, Crise Econômica, Totalitarismo.Formato do Material Pedagógico: Caderno Pedagógico
Público Alvo: Este material foi produzido especificamente para alunos(as) do Ensino Médio da Rede Pública do Ensino do Paraná. Sendo necessário, este material pode ser utilizado como material de apoio pedagógico para contribuir com o trabalho dos professores de História, considerando que os conteúdos fazem parte do currículo e que o tema História e TICs é pouco lançado para pesquisas no meio acadêmico e científico.
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁCAMPUS DE CAMPO MOURÃO
PDE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA HISTÓRIA:
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL, REVOLUÇÃO RUSSA E CRISE DO
CAPITALISMO E REGIMES TOTALITÁRIOS
PDE/2013
Fonte: http://historiaon.files.wordpress.com/2012/01/5110 .jpg?w=700&h=
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-Gh0hEjMgLvI/TZtlWzeYYSI/ AAAAAAAAAd4/4vcVtdRsbto/s1600/Bolcheviques+Moscou.jpg
Fonte: http://www.fottus.com/wp-content/uploads/post_191 _nazismo/nazismo %20(6).jpg
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APRESENTAÇÃO AO PROFESSOR (A)
“O conhecimento nos faz responsáveis”. (Che Guevara)
Este Material Didático-Pedagógico corresponde às sugestões do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE – Turma 2013, abordando o tema “O uso das
Tecnologias no Ensino de História: Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa e Crise do
Capitalismo e Regimes Totalitários”. Esta produção caracteriza-se como instrumento para a
prática da proposta de Intervenção na Escola, na terceira fase do PDE.
Como forma de organização e desenvolvimento do tema, valer-se-á de pesquisas e
produções de estudiosos que realizam suas produções na área da História. Estes documentos
subsidiam no aprofundamento dos conteúdos. A proposta desse trabalho considera as
orientações da Diretriz Curricular de História da Secretaria Estadual de Educação do Paraná,
que considera que o aprender história deve acontecer a partir da perspectiva da formação da
consciência histórica. Segundo este documento:
Entende-se que a consciência histórica seja uma condição da existência do pensamento humano, pois sob essa perspectiva os sujeitos se constituem a partir de suas relações sociais, em qualquer período e local do processo histórico, ou seja, a consciência histórica é inerente à condição humana em sua diversidade. Em outras palavras, as experiências históricas dos sujeitos se expressam em suas consciências (THOMPSON, 1978 apud SEED, 2009, p. 57).
O uso das mídias na educação possibilita a interação e a comunicação
potencializadas com recursos como a internet, computador, TV, materiais impressos, rádios,
programas de televisão, teleconferências, vídeo conferências, entre outros. Estes podem ser
utilizados em atividades de sala de aula, a partir de um encaminhamento e planejamento
diferenciados, dependendo da disponibilidade dos equipamentos ou dos objetivos que se
pretendem atingir em determinado conteúdo. A inclusão das tecnologias representa um
desafio aos educadores, considerando que muitos alunos fazem uso das mesmas
especialmente para fins de entretenimento e, muitas vezes, os professores ainda não têm o
domínio desses recursos. Assim sendo, torna-se relevante que os educadores passem a utilizar
cada vez mais as tecnologias voltadas para o ensino e aprendizagem. Para Brisoetal (2009),
citado por Santinello et al (2010, p. 8):
A entrada de novas tecnologias digitais na sala de aula criou um paradigma na educação: como tais ferramentas, que os alunos, não raro, já dominam, podem ser aproveitados por professores que, frequentemente, mal as conhecem? As escolas
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têm, pela frente, um desafio e uma oportunidade. O desafio: formular um projeto pedagógico que contemple as inovações tecnológicas e promova a interatividade dos alunos. A oportunidade: deixar para trás um modelo de ensino que se tornou obsoleto no século XXI.
A proposta com esse Material Didático-Pedagógico é contribuir com o aprendizado
de História, perpassando essa prática pelo viés da tecnologia presente no ambiente escolar,
assim este documento apresenta novas possibilidades de ensino de História com o apoio da
tecnologia. Dentre as Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs – que serão
utilizadas nessa proposta de trabalho, podem ser destacados: A TV/PENDRIVE, o Pendrive, o
Computador/Laboratório de Informática e a Internet.
Este Material Didático-Pedagógico foi elaborado de modo especial para os
professores do Ensino Médio da Rede Pública do Estado do Paraná, na disciplina de História.
O objetivo desse material é contribuir no processo de ensino e aprendizagem sobre o Contexto
da Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa e Crise Econômica de 1929 e os Regimes
Totalitários. A abordagem desses conteúdos propostos possibilita maior compreensão da
História Mundial, pois as tecnologias de informação presentes no âmbito escolar são
utilizadas como recursos pedagógicos. Os estudos propostos nesse Material Didático-
Pedagógico sugerem um ensino mediado pelas Tecnologias, porém é importante destacar que
o objetivo desse ensino não é ressaltar as ferramentas tecnológicas, pois o foco desse estudo
são os conteúdos programados. As TICs são mecanismos que apoiam tanto o ensino, como a
aprendizagem, mas são materiais de apoio e não o conteúdo propriamente dito.
É importante destacar que nem todos os alunos recebem livro didático na escola
escolhida para a aplicação desse material de apoio ao professor, por isso os textos que
fundamentam essa pesquisa foram produzidos com base em autores que tratam do tema e com
linguagem acessível ao aluno. Destaca-se que o Programa Nacional do Livro Didático envia
os livros com base no Censo do anterior, por isso nem sempre todos os alunos recebem um
exemplar, pois geralmente o número de alunos matriculados não bate com o
número informado no Censo Escolar. Estes textos poderão ser apresentados por meio de
aparelho de projeção de imagem e/ou poderão ser impressos. As atividades que envolvem as
TICs possibilitam um contato mais expressivo com estas ferramentas na disciplina de História
e os professores podem perceber que esses mecanismos são importantes no processo de
pesquisa de fatos históricos. As TICs oferecem recursos que vão além do texto impresso dos
livros didáticos, elas contam com sons, imagens e textos que despertam o interesse e
curiosidade pelos assuntos propostos. Espera-se que as atividades propostas nesse Material
Didático-Pedagógico possam contribuir com a produção de conhecimento na disciplina de
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História do Ensino Médio. O Material Didático-Pedagógico está dividido em Unidades
Temáticas, assim distribuídas: Unidade I – Primeira Guerra Mundial; Unidade II –
Revolução Russa; Unidade III – Crise Econômica de 1929 e Regimes Totalitários.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................07
UNIDADE I.............................................................................................................................09
1. A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL...............................................................................09
UNIDADE II............................................................................................................................17
2. REVOLUÇÃO SOCIALISTA NA RÚSSIA....................................................................17
UNIDADE III..........................................................................................................................27
3. CRISE DO CAPITALISMO E REGIMES TOTALITÁRIOS......................................27
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................41
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1 INTRODUÇÃO
A presente proposta de trabalho no Ensino de História se caracteriza como requisito
do Programa de Desenvolvimento – PDE e aborda o tema “O uso das tecnologias no ensino
de História: Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa e Crise do Capitalismo e Regimes
Totalitários”.
Este trabalho contempla a disciplina de História e será desenvolvido junto aos alunos
do 3º Ano do Ensino Médio, no Distrito de Ivailândia, município de Engenheiro Beltrão,
numa escola pública da Rede Estadual de Educação, classificada como escola do campo por
estar localizada a 14 km da sede do município e por atender alunos dessa localidade e da zona
rural.
A inserção tecnológica no âmbito escolar vem acontecendo há poucas décadas e
inicialmente, os computadores que chegavam à escola tinham a finalidade de contribuir com a
parte administrativa da escola, mais especificamente na secretaria como ferramenta
administrativa, voltado à elaboração de documentos escolares. Posteriormente, chegaram os
televisores com pendrive representando uma nova possibilidade tecnológica, pois os
professores se depararam com novo recurso em sala de aula, que exigiu de muitos o acesso à
internet, pois os vídeos eram baixados e gravados em pendrive. Avançando no tempo, os
laboratórios de informática foram instalados nas escolas da rede estadual promovendo mais
revoluções metodológicas e representava uma nova realidade no âmbito escolar, um avanço
sem volta, pois essa era apenas o início de muitas possibilidades tecnológicas que vem se
apresentando nas escolas nos dias atuais.
Essas fases evolutivas dos recursos tecnológicos inseridos na Rede Estadual de
Educação do Paraná exigem do professor adaptação visando à integração com as novas
possibilidades de ensino que as TICs oferecem à prática de ensino e de aprendizagem.
É importante destacar que no Ensino tradicional, a disciplina de História era
expositiva e teórica, com fatos a serem memorizados e, quase sempre, o livro didático era o
único apoio para pesquisa, tanto para o professor, como para o aluno. O Ensino de História é
marcado por características como: predominância de aspecto factual, tendências narrativas e
positivistas. Para os alunos, o ensino de História torna-se desestimulante, cansativo e confuso.
Destaca-se que o ensino de História é bibliográfico o que leva muito alunos a se
desinteressarem. Neste contexto, os recursos tecnológicos contribuem com o processo de
ensino-aprendizagem, apresentando os fatos históricos de modo mais dinâmico, motivando os
alunos a participar e se inteirar das atividades propostas.
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A proposta de trabalho apresentada nesse material será composta por três unidades
distribuídas entre atividades teóricas sobre os assuntos abordados e atividades práticas
desenvolvidas no laboratório de informática e em sala de aula. Na parte teórica, o assunto será
apresentado por meio de textos e atividades impressas, por vídeos baixados em pendrive e
apresentados na TV e por filmes e/ou documentários.
Considerando que as tecnologias estão presentes no cotidiano escolar e que devem
ser concebidas enquanto facilitadoras de aprendizagem, é preciso que o professor compreenda
e analise o processo de sistematização e articulação de todas as informações que estão a sua
volta, de forma a construir e reconstruir seu conhecimento, cotidianamente. Para Godoy
(2009), o uso das TICs na educação traz grandes benefícios e elenca seis formas de
organização e utilização como: ferramenta institucional, recurso para o desenvolvimento
cognitivo do aluno, forma de preparação para o trabalho e para as necessidades da vida
cotidiana, fator de motivação e envolvimento lúdico, elemento de inclusão social e elemento
da cultura atual.
Como ferramenta pedagógica, os professores podem utilizar as tecnologias – do
laboratório de informática - para ensinar por meio de livros didáticos eletrônicos, tutoriais
multimídias, propiciando o alcance dos conhecimentos. Na educação, o uso das TICs pode
levar o aluno a vivenciar situações que possibilitem construções e desenvolvimento de
competências que contribuem na resolução de problemas e raciocínio crítico, facilitando,
assim, seu desenvolvimento crítico.
A escolha da série para o desenvolvimento desse trabalho aconteceu de modo
intencional, com o objetivo de desenvolver práticas de pesquisas e de preparação do aluno
para futuros estudos, pois o 3º Ano representa o término da Educação Básica e a preparação
para o Ensino Superior. Finalmente, apresenta-se a proposta de trabalho.
Fonte: http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea /primeira-guerra-mundial.htm
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UNIDADE I: PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Para o trabalho do professor em sala
de aula, os textos e as imagens que
seguem devem ser reproduzidos para
os alunos, contribuindo para o
acompanhamento das leituras, estudo
e, posteriormente, servirá como
material de pesquisa dando suporte
para os próximos assuntos a serem
trabalhados. Algumas imagens serão
baixadas em pendrive e apresentadas
na TV pendrive. As atividades de
pesquisa, leitura de textos online e simulados acontecerão no laboratório de informática.
1. A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
A Belle Époque é a expressão utilizada para representar o clima de entusiasmo do
período de 1870 até o início da Primeira Guerra Mundial, quando aconteceram profundas
mudanças no pensamento e na cultura. Os principais avanços tecnológicos foram “o
automóvel, o telefone, o cinema, a bicicleta, o telégrafo sem fio” (BRAICK; MOTA, 2010, p.
45). Nesse período, Paris era considerada a capital do mundo, o centro da modernidade e da
cultura boêmia por “seus cafés-concertos, balés, óperas, livrarias, teatros, a cidade francesa
reunia artistas, escritores, atores e inventores” (BRAICK; MOTA, p 2010, p. 45).
A forte influência dos valores da Belle Époque foi percebida nos países da América e
no Brasil alcançou por meio da modernização das principais cidades brasileiras. Esse
desenvolvimento aconteceu entre o final do Século XIX e início do século XX.
Arte Viva Arte. Belle ÉpoqueFonte: http://3.bp.blogspot.com/-Zfm6_i-baXQ/TdKZq-nqK-I/AA
Mapa das AliançasFonte:http://4.bp.blogspot.com/-iyO3PKkEze4/Twu8glw8WRI/AAAAAAAAGPA/j4-iPnu1Cpk/s1600/mapa3.jpg
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No período da Belle Époque acontece
a florescência da arte e da inovação e na
política ocorre a ascensão dos militares
operários e socialistas organizados, é
considerado como o período da efervescência
cultural, bem como a harmonia, porém esse
quadro social se desfaz como o início da
Primeira Guerra Mundial.
Entre 1871 e 1914 não houve
conflitos que envolvessem as potências
europeias de modo direto. Após 1880 os governos da Grã-Bretanha, França, Alemanha,
Áustria, Hungria, Itália e Russa passaram à corrida armamentista, processo que acelerou no
início do século XX.
A Alemanha e a Itália estabeleceram unificação política tardia, ocorrida somente na
segunda metade do século XIX. Estes países se atrasaram na corrida imperialista e
controlavam territórios menos e mais pobres e estavam determinados a alcançar os países
rivais e isso era essencial que possuíssem armamento bélico moderno.
Nesse contexto de modernização de exércitos, os países integrantes da potência
europeia firmavam acordos políticos militares, sendo denominados de política de aliança. Em
1882, a Tríplice Aliança era formada pelas potências centrais: Império Alemão, Império
Austro-Húngaro e a Itália. Por outro lado, a aliança entre a Alemanha e a Áustria-Hungria se
deu pela necessidade de se estabelecer o equilíbrio interno do novo império alemão.
A Tríplice Entente, esta
era formada pela Inglaterra,
França e Rússia, sendo
constituída no período entre 1893
e 1907. A participação da França
nesse bloco anti-germânico
aconteceu pela derrota desse país
na Guerra Franco-Prussiana de
1870 e posteriormente a anexação
ao Império Alemão das
províncias francesas de Alsácia e de Lorena. Já a participação da Rússia aconteceu como
equilíbrio ao envolvimento da Áustria-Hungria (aliada da Alemanha) no Bálcãs, região de
Atentado de SarajevoFonte: http://www.historianet.com.br/imagens/ conteudo/a-grande-guerra-1.jpg
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interesse do Império Russo habitada por vários povos eslavos. Foi séculos de adversidades
que se intensificaram no século XIX, período em que competiam pela liderança na corrida
imperialista.
As rivalidades entre os países eram fortalecidas pelo desenvolvimento do
capitalismo, pois no início do século XIX, a economia mundial não girava mais em torno da
Grã-Bretanha. Outros países industrializados disputavam com os britânicos os mercados
consumidores e nenhum concorrente era tão agressivo quanto os alemães. (BRAICK; MOTA,
2010, p. 46).
Glossário
Fonte:http://1.bp.blogspot.com/dUvw9L7HDD0/TExKyrPcCYI/AAAAAAAAADI/1OstoPRcxNw/s200/glossario2.gif
Entente: do francês “entente, entendimento, acordo”. (COTRIM, 2010, p. 35).
Após o episódio, a Áustria-Hungria pediu reparações da Sérvia pelo atentado
ocorrido, mas o pedido não foi atendido, isso favoreceu a eclosão do conflito onde o Império
Russo-Húngaro declarou guerra a Sérvia.
Aos poucos esse conflito foi se tornando
mundial, pois o sistema de alianças foi trazendo
outros países para a luta. No período entre 1914 e
1916 a Alemanha, Áustria, Rússia, França e Grã-
Bretanha trouxeram para o confronto suas colônias,
assim como as áreas de influência da África e da
Ásia.
O continente americano se envolveu na
guerra somente em abril de 1917 com a entrada dos
Estados Unidos que se aderiu à Entente. A entrada
dos Estados Unidos foi impulsionada por interesses
comerciais norte-americanos na França e Inglaterra.
Ainda em 1917, a Rússia deixou a guerra, pois sofrera derrotas militares e teve sérios
problemas interno. Em sua saída, a Rússia firmou um acordo armístico com a Alemanha que,
por sua vez, contava com a vitória somada à Áustria-Hungria.
Francisco Ferdinando era herdeiro do trono austro-húngaro e no dia 28 de Julho de 1914 foi assassinado por um ativista sérvio em Sarajevo. Esse episódio ficou mundialmente conhecido como “Atentado de Sarajevo” o que aumentou a tensão entre os dois blocos de países.
Guerra das trincheirasFonte: http://historiaon.files.wordpress.com/2012/ 01/ 5410.jpg?w=1000&h=
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Com a derrota e afastamento da Rússia, os alemães levaram suas tropas para frente
ocidental, “elas foram utilizadas em um grande ofensiva lançada em março de 1918, antes da
chegada da maior parte dos efetivos dos Estados Unidos” (BRAICK; MOTA, 2010, p. 47).
A Primeira Guerra Mundial durou quatro anos e três meses, forçando os beligerantes
a mudar seus planos e estratégias. O avanço tecnológico bélico favoreceu o uso de novos
elementos nos combates da Primeira Guerra Mundial. As ferrovias possibilitaram mobilizar e
transportar um número cada vez maior de homens de diversas regiões do país aos campos de
batalhas. A locomoção dos soldados e suprimentos nos locais de conflito ainda era feita por
meio de cavalos. Nesse período de guerra, os novos armamentos eram mais rápidos e potentes
em relação aos anteriores, avanços acontecidos na metalúrgica e na química. Além disso
“bombas, minas, torpedos e armas de longo alcance traziam a possibilidade de conter um
ataque inimigo antes que ele chegasse perto demais das tropas dos soldados (BRAICK;
MOTA, 2010, p. 47)”.
Houve avanços nos transportes
marítimos, um exemplo foram os navios de guerra
que receberam blindagem protetora eficaz, feita
de ferro, com capacidade de carregar um maior
número de armas e com mais velocidade de
movimentação. Os tanques de guerra surgiram
nos anos finais de guerra, somente a partir de
1916.
A Primeira Guerra Mundial foi por excelência a guerra das trincheiras. A partir do
primeiro ano de guerra marcado pela movimentação inicial das tropas, o conflito se
consolidou como a guerra das posições, isso compreendia que cada território ocupado devia
ser mantido e defendido.
As trincheiras formavam uma rede de valas cavadas na terra, de aproximadamente 2 metros de profundidade, construídas em ziguezague. Elas eram cercadas por fileiras de sacos de areia que ajudavam na proteção dos soldados. Havia trincheiras dispostas à frente das linhas inimigas e também aquelas que ficavam na retaguarda, mas afastadas e tranquilas (BRAICK; MOTA, 2010, p. 48)
Os soldados se revezavam ocupando ora uma, ora outra posição. Nesses territórios de
guerra havia espaços entre as trincheiras dos aliados e as da Entente sendo conhecidos como
“terra de ninguém”. Nesses espaços havia crateras de bombas e rolos de arame farpado,
colocados próximo às linhas de combate para dificultar a mobilidade do exército inimigo.
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Considerando que na guerra era impossível avançar ou recuar, as trincheiras
transformaram-se em lares temporários para muitos combatentes. Nesses espaços apertados,
os soldados manuseavam suas armas, descansavam, faziam as refeições e cuidavam da
higiene pessoal. Mesmo tentando uma melhor acomodação, não era fácil a vida dos soldados
nas trincheiras, pois os soldados passavam fome, sede e frio. O local vivia constantemente
encharcado por causa das chuvas e as doenças disseminavam com facilidade. Para minimizar
a umidade, as paredes das trincheiras eram revestidas de madeira. Somando-se a todas as
adversidades, o medo constante afetava o aspecto psicológico dos soldados. Por isso, muitos
dos que sobreviveram à guerra além das mutilações físicas, carregariam sérias consequências
mentais para o resto da vida (BRAICK; MOTA, p. 48).
No final do ano de 1918, o presidente dos Estados Unidos – Woodrow Wilson –
apresentou ao Congresso Americano um plano de paz, conhecido como “Os 14 pontos de
Wilson”. O programa foi considerado por alguns países como “admirável, mas muito
abstrato”, pois não punia a Alemanha pela responsabilidade no conflito.
Em 1919, os principais representantes dos países
vencedores se reuniram em Versalhes para a elaboração do
tratado de paz. Essa tarefa foi muito complexa, devido os
interesses que deveriam ser harmonizados.
Para as autoridades alemãs, havia a convicção de que a
nação seria tratada de acordo com os princípios defendidos pelo
presidente dos Estados Unidos. Porém, isso não aconteceu e em
28 de Junho de 1919, a Alemanha foi obrigada a assinar o
Tratado de Versalhes e seus termos frustravam as expectativas
alemãs.
A Alemanha perdeu alguns de seus territórios na Europa
e suas colônias foram cedidas à Grã-Bretanha e à França. O Tratado de Versalhes obrigou que
os alemães reduzissem seu exército para 100 mil soldados e não poderiam usar forças aéreas e
navais; os navios alemães mercantes passariam a pertencer aos países que compunham a
Tríplice Entente, assim como também os vagões das locomotivas, os vagões e o gado; e como
indenização, a Alemanha deveria pagar 269 milhões de marcos-ouro aos governos dos países
perdedores. Mesmo sendo considerado como um tratado humilhante, a Alemanha foi
obrigada a assinar e concordar com os termos impostos. É importante destacar que para a
Itália, membro do bloco vitorioso, as condições impostas pelo Tratado de Versalhes também
não foram satisfatórias, pois não atenderam suas pretensões imperialistas.
Tratado de VersalhesFonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b8/Treaty_of_Versailles,_English_version.jpg
Mortes na Primeira Guerra MundialFonte: http://www.fottus.com/wp-content /uploads/post_189_segunda_guerra/segunda% 20guerra%20(51).jpg
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Para evitar uma nova guerra, foi criada a Liga das Nações, porém a entidade nasceu
falida, pois não contou com a participação da Alemanha, Rússia e nem dos Estados Unidos.
A Primeira Guerra Mundial foi travada nas terras, nos mares e nos céus da Europa,
trouxe amplas consequências para o continente, sendo a principal causa do declínio mundial.
Esse contexto foi favorável para a ascensão dos Estados Unidos para a maior potência
econômica. O número de mortos na Primeira Guerra Mundial alcançou mais de 20 milhões de
pessoas, sendo que a maioria era de pessoas jovens em pela idade produtiva.
No contexto político, instalou-se o clima de
descrença ao neoliberalismo, surgindo os regimes e
partidos com tendência autoritária, com inspiração
socialista e fascista.
A Primeira Guerra Mundial interrompeu o
processo de transformação de valores, de aspiração e de
comportamentos inspirados no final do século XIX.
Resumidamente, a Primeira Guerra Mundial rompeu com
a expansão do movimento trabalhista europeu, os sonhos
dos jovens, das mulheres e das vanguardas intelectuais e
artísticas.
Por outro lado, a Guerra incentivou o
desenvolvimento da ciência e foi responsável por grandes avanços tecnológicos. Contribuiu
com o desenvolvimento da química, física e metalúrgica, graças à Revolução Industrial. Esses
avanços contribuíram com a indústria militar. É importante considerar que os avanços
advindos da guerra não se restringiram apenas no campo bélico. Vale destacar a importante
participação de Marei Curie, com seu trabalho na França administrando um novo setor da
medicina: a radiologia.
ATIVIDADES:
1) Vídeo: Ampliando as discussões:
Para esta atividade de sala de aula, o professor deverá baixar o vídeo em pendrive, passar em
sala de aula para sua turma por meio da TV pendrive. A proposta é que os alunos assistam o
vídeo, retomando o assunto: Belle Époque, complementando a aula dada pelo professor.
Depois do vídeo, os alunos em grupos farão um relato escrito, esse relato será lido e debatido
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em sala de aula, entregue para o professor que analisará as disposições das ideias, conceitos e
na devolução fará as discussões que achar conveniente para os grupos.
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_HCgzX40gy 9c/S0m2h8peaAI/AAAAAAAAHKI/QQn1ap9OxRg/s320/Como+baixar+v%C3%ADdeos+do+youtube.jpg
Assista ao vídeo:La Belle Époque – Época douradahttp://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=fC1YHPGwHS8
Proposta de Atividade:- Relate as principais mudanças acontecidas na sociedade no período da Belle Époque (1870 – 1914):
Atividade 3: Leitura de Texto.
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-7WJshM94dvw/TjyL7RcChiI/AAAAAAAAAO4/0wGBzu12Vbs/s1600/leitura2.jpg
Proposta de Atividade
1) Leia o texto impresso: Atentado de Sarajevo deflagra Primeira Guerra Mundial: (Fonte: http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=11366)2) Elabore, por meio de pesquisa em livros, internet ou revistas à biografia de Francisco Ferdinando (Fernando) e faça um resumo sobre sua vida política e as causas de seu assassinato. 3) Em sala de aula o professor deverá organizar o trabalho no sentido de ampliar os conhecimentos sobre esse fato histórico e para isso sorteará dois grupos, o primeiro deverá relatar para a sala como aconteceu o atentado de Sarajevo. O segundo grupo irá relatar a biografia de Francisco Ferdinando, citando os principais fatos de sua vida pessoal e política.4) Após as apresentações, os dois grupos não sorteados deverão complementar os dados citados, a participação nessa discussão é essencial.
Atividade 4: Pesquisando na Internet: Navegando!
Esta atividade deve acontecer em sala de aula, para isso o professor deve ter trabalhado a
questão da Guerra nas trincheiras. Esse vídeo deve ser baixado em Pendrive e apresentado na
TV Pendrive. Essa aula deve ser comandada pelo professor que promoverá os recortes e as
paradas necessárias para as discussões com a turma. Essa é a primeira parte da atividade,
seguida pelo relato escrito.
Fonte: https://encrypted-tbn2.gstatic.com/ images?q=tbn:ANd9GcQdCSo7QjnJMVrQofv2JTTUgOjBFbzoAeNUVqlys_u2j5wRjg7n6w
Proposta de Atividade
1. Assista ao vídeo Guerra das Trincheiras disponível em: Fonte: http://www.youtube.com/watch?feature=player_ detailpage &v=a2WGqh1_Xxg
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RELATO:
Depois de assistir ao vídeo: As trincheiras, analisar as fotos abaixo apresentadas na TV
Pendrive e, se colocando no lugar de um soldado, escreva uma carta para seus familiares.
Procure relatar como era sua vida nas trincheiras em plena primeira guerra mundial:
Fonte: http://historiaon.files.wordpress.com/2012/01/17100.jpg?w=700&h=
Fonte: http://historiaon.files.wordpress.com/2012/01/2210.jpg?w=700&h=
Fonte: http://historiaon.files.wordpress.com/2012/01/4910.jpg?w=700&h=
Avaliação: A atividade será corrigida oralmente em sala de aula e será avaliado o texto escrito, considerando as ideias condizentes com as informações apresentadas no decorrer das aulas. Os alunos apresentarão seus relatos, devendo ser condizente com as informações apresentadas nos estudos dos textos, vídeo e leitura das imagens.
Fonte: http://robertgraham.files.wordpress.com/2012/01/1905-russian-revolution.jpg
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UNIDADE II: REVOLUÇÃO RUSSA
2. REVOLUÇÃO SOCIALISTA NA RÚSSIAA Rússia foi um dos maiores impérios
do mundo em extensão territorial. Seu
processo de extensão em direção à
Ásia e até o oceano Pacífico iniciou
no século XVII – no período do
governo de czar Pedro I – ou Pedro, o
grande, essa expansão alcançou o
apogeu durante o século XIX. De
1721 – 1917, sendo denominada de
Império Russo.
Durante a permanência dos principais países potenciais na guerra, a Rússia se afastou
na guerra e assinou um acordo de paz com a Alemanha. O país estava internacionalmente
abalado com os efeitos sofridos no conflito mundial – em 1917, quando 5,5 milhões de
soldados russos morreram, feriram, desapareceram ou se tornaram prisioneiros nos campos de
guerra.
Nesse período, pós-guerra, a Rússia sofria com muitas agitações populares lideradas
por operários e camponeses. Deu-se o abandono da guerra e explodiu-se a revolução. No ano
de 1917, revolucionários socialistas liderados por Lênin Trotsky e Stalin tomaram o poder e
começaram a construção de um Estado pautado nas doutrinas marxistas.
A Revolução Russa foi um dos principais acontecimentos do século XX, ele
impulsionou diversos desenvolvimentos num país de vasta extensão territorial, cuja população
da época era predominantemente agrária. Essa revolução influenciou os países em nível
mundial, principalmente na criação dos partidos socialistas.
As Repúblicas Socialistas estabelecidas na Rússia, Ucrânia e demais países sobre
domínio dos czares deram origem, no ano de 1922, à União das Repúblicas Socialistas.
No período que antecedia a Revolução Russa, a população de cerca de 160 milhões de
pessoas era governada pelo czar, monarca absoluto que detinha o apoio da Igreja Ortodoxa
Russa, da burocracia civil e da nobreza proprietária de terras. Apenas duas estruturas podiam
18
com muitas limitações contestar seu poder autoritário: as assembleias e provinciais
(Zemstvos) e as municipais (Dumas), instituídas nas últimas décadas do Século XIX.
Uma parte dos povos russos vivia sob o domínio desse Estado predominantemente
agrário – sendo que aproximadamente 85% da população residiam no campo, no final do
século XIX. A economia russa se baseava na agricultura e a maior parte das terras pertencia à
nobreza e à Igreja. A população russa era formada, em sua maioria, pelos camponeses
(mujiks), que se organizavam em pequenas aldeias.
Nesta época, a vida no campo era precária e a produtividade era baixa. A maior parte
dos trabalhadores não possuía lote de terra suficiente para garantir a sobrevivência no campo.
Até o ano de 1861, a maioria dos trabalhos agrícolas era composta por servos,
camponeses pobres a serviço dos nobres. É possível afirmar que para parte da sociedade
russa, a servidão representava um empecilho para o desenvolvimento econômico e social do
país. A abolição, mesmo que gradual, foi uma das realizações do czar Alexandre II,
conquistando terras aos mujiks, mas isso não foi suficiente e satisfatória às necessidades da
população camponesa.
Durante o governo do czar Alexandre II, ele promoveu uma série de reformas, com o
objetivo de modernizar e instrumentalizar o país. O processo de industrialização da Rússia
iniciou na metade do século XIX impulsionado por um grande afluxo de capitais estrangeiros
(ingleses, franceses, belgas e alemães) e estatais. As principais indústrias da Rússia se
concentravam nas grandes cidades ocidentais do Império, como Moscou e São Petesburgo.
Nessas cidades, surgiu um grande número de operários que viviam submetidos a condições de
jornadas de trabalhos estressantes – entre 12 a 16 horas, recebiam baixos salários, conviviam
com a falta de segurança e a inexistência de legislação trabalhista. Essa situação contribuiu
para que o operariado mantivesse em confronto com o czarismo e para a difusão do
pensamento marxista no meio urbano.
Com a divulgação dos conceitos marxistas no Império Russo surgiu diversos grupos
e organizações de esquerda que possibilitaram a criação do primeiro partido político de
caráter marxista do país, no ano de 1898, nomeado de Partido Operário Socialdemocrata
Russo (POSDR).
Um episódio determinante para acontecer à revolução na Rússia foi o Domingo
Sangrento, acontecido no ano 1905. Em dezembro de 1904, um grupo de trabalhadores da
usina de Putilov, situada em São Petersburgo, capital da Rússia, elaborou um boletim de
reivindicações trabalhistas que foi apresentado à direção da empresa. Os dirigentes da
Foto: Domingo SangrentoFONTE: http://www.culturamix.com/wp-content/uploads /2013/04/O-Que-Foi-o-Domingo-Sangrento-De-1905. gif
19
empresa ignoraram as exigências como também demitiram em massa todos os funcionários
que aderiram à greve.
Como atitude solidária, as Seções
Operárias promoveram em janeiro de 1906 uma
manifestação pública, quando os operários e
populares marcharam rumo ao palácio de
Inverno, para entregar uma petição ao czar
solicitando reformas sociais, políticas, religiosas
e fiscais, além da convocação de uma
Assembleia Nacional Constituinte. Como
respostas, centenas de trabalhadores foram
metralhadas pelos soldados de czar.
Indignados com o Domingo Sangrento,
eclodiram greves e manifestações por toda Rússia, tanto na cidade como no campo.
Começaram os motins militares, entre eles a rebelião dos marinheiros do encouraçado
Potemkin, o maior navio de guerra do império, contra o abuso praticado pelos seus
comandantes. No decorrer dos confrontos de 1905, surgiram os sovietes e os partidos liberais
russos.
A repressão czarista resultou em milhares de mortos e prisioneiros, além do exílio de
várias lideranças socialistas. Para evitar novos conflitos e atrair os liberais, o czar Nicolau II
garantiu que realizaria reforma agrária e respeitaria as liberdades civis. Convocou a Duma –
assembleia com representantes do povo, composta em sua maioria pela burguesia, com função
consultiva e que podia ser dissolvida a qualquer momento.
Posteriormente, no ano de 1919, a Rússia experimentou um simulacro de democracia
com a convocação de Duma em 1906, 1907, 1909 e 1912. Após a convocação da quarta
Duma, o governo decidiu impedir todos os debates de ordem pública e constitucional. A
Rússia e boa parte da Europa entraram no clima de autoritarismo, exaltação nacional e
militarismo que culminou na Primeira Guerra Mundial.
Do mesmo modo que a derrota russa na guerra com o Japão contribuiu para o levante
de 1905, o fracasso do exército czarista na Primeira Guerra Mundial favoreceu a explosão
revolucionária de 1917.
Um clima de revolução efervescente abrangeu toda sociedade e manifestações
espontâneas de rua, greves operárias e atos de insubordinação dos soldados contra os
20
comandos militares culminaram na Revolução de Fevereiro que, na ocasião, derrubou o
regime czarista.
Destaca-se que até o ano de 1917, os russos ainda utilizavam o calendário Juliano,
que era atrasado em 13 dias em relação ao calendário gregoriano ocidental. A Revolução de
Fevereiro ocorreu em março, pelo calendário do Ocidente. Em 23 de Fevereiro (8 de março de
1917 do calendário gregoriano) aconteceu uma passeata em comemoração ao Dia
Internacional da Mulher que chamou os operários à greve quando, em diversos pontos da
capital russa, milhares de manifestantes saíram às ruas. No dia 26 de Fevereiro, uma multidão
se dirigiu à Duma cantando hinos revolucionários e gritando com bravor: “Abaixo a
autocracia”, “Abaixo a guerra!”. Como era prática do governo, este respondeu ao manifesto
com repressão (BRAICK; MOTA, 2010, p. 53).
Os grupamentos revolucionários bolcheviques, mencheviques, socialista-
revolucionários e anarquistas intensificaram suas ações, quando o presidente da Duma pediu
inutilmente ao czar que atendesse algumas reivindicações populares e formasse um novo
governo. Assim, Nicolau II ordenou que os soldados atirassem nos manifestantes, mas os
oficiais se negaram e se uniram à multidão. No dia 27, os soldados e operários ocuparam o
Palácio de Inverno e em poucas horas a capital do império caiu nas mãos dos revolucionários.
A revolução começou em São Petersburgo e se propagou por toda Rússia. As
autoridades imperiais foram exoneradas de seus cargos e substituídas por pessoas nomeadas
pelos sovietes. A maioria dos novos dirigentes eram mencheviques, pois a participação dos
bolcheviques no movimento tinha sido limitada, atingindo apenas o operariado da capital de
Moscou.
Um novo acordo entre a Duma e o soviete de Petrogado foi firmado em 02 de março
de 1917, denominado de São Petersburgo possibilitou a formação de um governo provisório
de maioria liberal. Georg Lvov, político tradicional e rico proprietário de terras foram
nomeados como chefe de governo e seus ministros pertenciam a diversas frações.
A dualidade de poderes aconteceu com a abdicação do czar, estabelecendo uma
aliança entre o governo provisório, de caráter liberal e controlado pela burguesia e o soviete
de Petrogrado, eleito pelos operários e soldados. O soviete permaneceu inicialmente como
órgão à parte do governo com a missão de fiscalizaria sua atuação.
Inicialmente, os setores populares foram representados pelos sovietes que tiveram
ilusões quanto à aliança com os liberais. Porém, em curto prazo, o governo de alianças cedeu
lugar a uma situação de dualidade de poderes: de um lado estava o governo provisório – com
21
decisões que não correspondiam às aspirações populares; e do outro lado, estava o soviete que
detinha uma representação local mais direta e efetiva.
Os operários reivindicaram uma legislação trabalhista e a gestão das empresas,
camponeses clamavam por uma reforma agrária e grande parte da nação solicitava a
convocação de uma Assembleia Constituinte, que os governos insistiam em adiar até o fim da
guerra.
Em abril de 1917, Lênin apresentou ao Partido Bolchevique suas propostas chamadas
de Teses de Abril. Nessas propostas, Lênin propôs a paz imediata; a dissolução do Governo
Provisório e todo poder dos sovietes, a supressão da polícia, do exército e do conjunto de
funcionários do Estado; o confisco das grandes propriedades rurais e a nacionalização da
terra; a criação de um banco nacional único; o controle da produção social e da distribuição
dos produtos pelos sovietes. Em junho do mesmo ano, diversos levantes puseram em xeque a
autoridade do Governo Provisório, que aproveitou o fato para por o Partido de Bolchevique
na ilegalidade e prender vários líderes. Fugindo da possível prisão, Lênin refugiou-se na
Finlândia.
De março a outubro de 1917, a Rússia assistiu a sucessivas mobilizações populares
em defesa da paz e de mudanças políticas e econômicas profundas, que influenciaram no
fortalecimento dos partidos revolucionários.
De setembro a outubro, a crise se agrava criando condições para que as palavras de
ordem bolcheviques “Paz, Pão e Terra” encontrassem garantia entre a população. No mês de
outubro, Lênin volta do exílio da Finlândia e propõe o desencadeamento imediato da
insurreição para derrubar o Governo Provisório por meio de uma reunião do Comitê Central
do Partido Bolchevique.
As bases bolcheviques foram lideradas por Lênin e Trotsky que colocaram em
marcha a insurreição. Com a criação do Comitê Militar Revolucionário do Soviete de
Petrogrado e a preparação da Guarda Vermelha para debelar os contrarrevolucionários
concorreram para os insurretos o poder em nome dos sovietes, em 25 de outubro de 1917 (7
de novembro no nosso calendário).
Com a tomada do poder, os revolucionários tomaram medidas nos mais diversos
campos para que a velha ordem fosse destruída. Entre elas destacavam-se: alterações nas leis
referentes aos direitos civis; anulação dos títulos de nobreza; separação entre Igreja e Estado;
simplificação da língua escrita russa; autogoverno local; liberdade de expressão, de imprensa,
de greve e de associação; eleição de juízes pela população; substituição da polícia e do
exército permanente pelo armamento geral do povo; controle das empresas pelos operários
22
por meio de instituição eleitas; igualdade e soberania dos povos da Rússia e o direito desses
povos a disporem de si próprios, inclusive o direito à separação e constituição de um Estado
independente.
Um problema grave enfrentado pelo governo revolucionário bolchevique se referia à
saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial. As negociações que aconteceram em separado
com a Alemanha possibilitaram a assinatura do Tratado de Brest-Litovsk, firmado em 3 de
março de 1918. Nesse dia, a Rússia teve que ceder ao inimigo vasta regiões férteis, renunciar
às pretensões territoriais e reconhecer a independência da Ucrânia e da Finlândia.
Além do mais, a Rússia teve que abrir mão do controle sobre a Estônia, Letônia,
Lituânia, Polônia e parte da Bielorrússia, cedendo territórios à Turquia.
Com apoio de potências vitoriosas no conflito mundial, antigos oficiais monarquistas
e políticos conservadores formaram uma força militar contrarrevolucionária chamada de
Exército Branco que se lançaram contra o Exército Vermelho que era representante do
governo soviético. Nesse contexto incidiu a guerra civil na Rússia.
Objetivando derrotar o Exército Branco, o poder soviético estabeleceu um rígido
controle sobre a produção e o consumo, chamado de consumismo de guerra, assim institui-se
a economia de troca, com a proibição do comércio privado e o pagamento do salário em
gêneros, também houve o confisco da produção agrícola para abastecer a população. Houve
imposição de disciplina rigorosa ao Exército Vermelho comandado por Trotsky. No fim de
1920, foram eliminados praticamente todos os focos de contrarrevolução.
Nos debates ocorridos para derrotar os Brancos, o Exército Vermelho anexou
territórios que formaram a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Os adeptos de Lênin passavam à ofensiva no plano político: em 1919, foi fundada em
Moscou a Terceira Internacional ou Internacional Comunista, com o objetivo de levar as
propostas e os exemplos da Revolução Russa às massas populares de outros países europeus.
Depois da guerra civil, a Rússia encontrava-se uma situação extremamente
desfavorável: a indústria e a produção agrícola declinaram do mesmo modo a população das
cidades e o nível das exportações. O país vivia uma crise generalizada.
Diante dessa situação o governo soviético adotou a Nova Política Econômica (NEP),
em março de 1921, recuando em alguns aspectos do comunismo de guerra. O NEP permitiu a
existência de um setor privado que se encarregaria do comércio varejista e possibilitou a
criação de cooperativas de comércio. As grandes indústrias, os bancos e o comércio atacadista
continuavam controlados pelo governo. Os camponeses passaram a pagar imposto em série e
o excedente de sua produção poderia ser comercializado a preço de mercado. As pequenas e
23
médias indústrias receberiam estímulo para fomentar seu crescimento. As posses de terras
foram reafirmadas e o governo continuou coma formação de cooperativas agrícolas.
Nas cidades foi proibida a nacionalização das fábricas sem liberação de órgãos
administradores de nível superior, desaparecendo a prestação de serviços obrigatórios. Foi
autorizada a livre circulação da mão de obra e suprimiu-se a remuneração igualitária do
trabalho, visando à correlação entre o salário e a produtividade.
Aconteceram outras reformas da NEP que afetaram o cotidiano da população
introduzido no início do processo revolucionário ou no decorrer da guerra civil: abolição da
gratuidade dos serviços de moradia, água, eletricidade, gás; uso de recursos essenciais postos
à disposição da coletividade como transportes, correio e jornais. Nesse período, o governo
soviético buscou atrair capitais estrangeiros em forma de concessões ou de empréstimos.
Essa abertura econômica não foi acompanhada de abertura política, pois a
centralização do Estado substituiu o poder da classe operária pelo poder do Partido
Comunista, reforça pela ascensão de Joseph Stalin ao posto de secretário geral em 1922.
Após a morte de Lênin, em 1924, iniciou uma disputa pelo poder entre Trotsky e
Stalin. Dentre as principais divergências entre os dois líderes bolcheviques estavam o como
viam a União Soviética. Para Trotsky, a União Soviética era uma conquista revolucionária,
um Estado sob o controle dos operários. Por outro lado, Stalin admitia a possibilidade da
construção do socialismo primeiramente na União Soviética. Stalin foi derrotado no XIII
Congresso do Partido Comunista em 1924.
Trotsky foi derrotado no XIII Congresso do Partido Comunista (1924) numa aliança
entre Stalin e importantes dirigentes bolcheviques. No XIV Congresso do Partido Comunista,
em 1925, foi aprovada a tese de consolidar primeiro o socialismo na União Soviética e, deste
modo, Stalin tornou-se o principal líder soviético. Opostamente, Trotsky se empenhou na luta
sem trégua contra o regime stalinista, pois o centralismo colocava em perigo a revolução.
Como fundador do Exército Vermelho e principal líder do Soviete de Petrogrado no período
de revoluções de 1905 e 1917, Trotsky foi expulso do partido e exilado em 1927.
24
Atividade 1: CRUZADINHA
a) Os confrontos entre operários e o czarismo contribuiu para difundir o pensamento marxista
no meio URBANO (6).
b) A ABOLIÇÃO (7) foi uma das grandes realizações de czar Alexandre II, conquistando
terras aos MUJIKS (11).
c) Até o ano de 1861, a maioria dos trabalhos agrícolas era feito por servos, camponeses
pobres a serviço dos NOBRES (10).
d) Para parte da sociedade russa, a SERVIDÃO (8) representava um empecilho para o
desenvolvimento econômico e social do país.
e) Antes da Revolução Russa, a população era governada pelo czar, monarca absoluto que
detinha o apoio da IGREJA (14) ORTODOXA (9) Russa, da burocracia civil e da nobreza
proprietária de terras.
f) A Rússia se afastou na guerra e assinou um acordo de paz com a Alemanha, porém 5,5
milhões de soldados russos morreram, feriram, desapareceram ou se tornaram
PRISIONEIROS (12) nos campos de guerra.
g) Com a divulgação dos conceitos marxistas no Império Russo surgiu diversos grupos e
organizações de esquerda que possibilitaram a criação do primeiro partido político de caráter
marxista do país, no ano de 1898, nomeado de Partido Operário Socialdemocrata Russo
(POSDR) (13).
25
Orientações: Essa cruzadinha é específica sobre a primeira parte desse capítulo, como os
textos deverão ser reproduzidos pelo professor, o aluno terá material em mãos para resolver
essa atividade. É importante que o professor conduza o trabalho e oriente os alunos sobre os
procedimentos de pesquisa e de preenchimento da cruzadinha. Essa atividade deve ser
impressa para a resolução dos alunos. Em seguida o professor deve fazer a correção coletiva e
os alunos anexarem sem seus materiais de estudo. É uma atividade de pesquisa em seus
próprios materiais, é reflexiva e leva os alunos a pensar sobre o fato histórico estudado.
Atividade 2
A turma será dividida em três grupos que receberão os temas para o desenvolvimento dos
trabalhos.
Grupo 1: Revolução Russa
Grupo 2: Domingo Sangrento
Grupo 3: O fim de Czarismo
Orientação: Os vídeos devem ser assistidos pelos grupos no Laboratório de Informática e as
demais atividades devem ser realizadas em sala de aula.
1 R
2 E
3 V
4 O
5 L
6 U
7 Ç
8 Ã
9 O
10 R
11 U
12 S
13 S
14 A
26
ATIVIDADE GRUPO 1: Vídeo: Ampliando as discussões:
Fonte:http://1.bp.blogspot.com/_HCgzX40gy9c/S0m2h8peaAI/AAAAAAAAHKI /QQn1ap9OxRg/s320/Como+baixar+v%C3%ADdeos+do+youtube.jpg
Assista ao Documentário: Revolução Russa. Disponível em:<http://www.youtube.com/watch?v=ptjDbhlp9CQ>
Proposta de Atividade- Resumir em tópicos as principais informações sobre a Revolução Russa e refletir para o debate final.
ATIVIDADE GRUPO 2: Vídeo: Ampliando a Discussão:
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_HC gzX40gy9c/S0m2h8peaAI/AAAAA AAAHKI/QQn1ap9OxRg/s320/Como +baixar+v%C3%ADdeos+do+youtube.jpg
Assista ao vídeo: Revolução Russa - Sociedade, industrialização, domingo sangrento.
Disponível em:<http://www.youtube.com/watch?v=1EvUXBHszwU>
Assista ao vídeo: Domingo Sangrento - Disponível em:<http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=7KCD--0LghM >
Proposta de Atividade:Compare os dois vídeos e escreva um relato sobre o episódio: Domingo Sangrento.
ATIVIDADE GRUPO 3: Pesquisando na Internet: Navegando!
Fonte: https://encrypted-tbn2.gstatic. com/ images?q=tbn:ANd9GcQdCSo7QjnJMVrQofv2JTTUgOjBFbzoAeNUVqlys_u2j5wRjg7n6w
Pesquisando:
Proposta de AtividadeLeia o texto: O fim do Czarismo<http://www.conhecerarussia.bnx.com.br/czares-da-russia/o-fim-do-czarismo>
Construam um cartaz sobre o fim do Czarismo, contendo imagens e legendas explicativas, se o grupo achar necessário pode estar colocando algumas frases informativas sobre esse fato histórico.
MOMENTO DE DISCUSSÃO: Cada grupo apresentará o trabalho realizado, buscando
destacar o fato histórico e levar a informação para a sala sobre o tema abordado. A sala deve
interagir com os grupos. Essa atividade será avaliada pela parte escrita e pela apresentação,
buscando uma nota para os grupos, para isso a participação de todos é fundamental para que
os grupos alcancem os objetivos. Para o professor, sua meta deve ser analisar como os alunos
compreenderam os fatos históricos e a realização da atividade proposta.
Fonte: http://www.constelar.com.br/constelar 119_maio08/imagens119/desempregados.jpg
27
UNIDADE 3: CRISE DO CAPITALISMO E REGIMES TOTALITÁRIOS
Uma grande crise econômica atingiu
diversos países de todo mundo durante a década
de 1930. Com esta crise os centros econômicos
foram abalados, nesse período surgiram e
desenvolveram os regimes políticos autoritários
que se estenderam por diversos países. Dentre os
principais regimes políticos autoritários,
destacam-se o fascismo e o nazismo.
Com o término da Primeira Guerra
Mundial os Estados Unidos possuíam a economia mais poderosa do mundo. No ano de 1920,
a indústria desse país era responsável por aproximadamente 50% da produção industrial do
planeta. Houve um crescimento significativo da agricultura, fato esse impulsionado pela
mecanização e pela instalação da rede elétrica no espaço rural.
Por causa desse crescimento econômico, a sociedade estadonidense vivia em clima
de euforia: chamados de anos felizes. Nesse período de glória da sociedade industrial
moderna surgiu a expressão American way of life, ou seja, estilo de vida americano, marcado
pelo consumismo de automóveis e eletrodomésticos. Assim, viver bem era sinônimo de
consumir mais.
O clima de euforia surgido com o crescimento econômico continuou durante quase
toda a década de 1920. No entanto, no ano de 1929, os Estados Unidos enfrentaram uma forte
recessão econômica que afetou diversos países do mundo que ficou conhecida como a Grande
Depressão ou Crise de 1929. Para os estudiosos e economistas essa foram a pior crise
econômica do século XX, por sua amplitude, seus efeitos e sua duração, pois a mesma
perpassou toda década de 30.
Glossário
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_dUvw9L7 HDD0/TExKyrPcCYI/AAAAAAAAADI/1OstoPRcxNw/s200/glossario2.gif
Recessão: redução da atividade econômica durante certo período, com efeitos negativos em vários indicadores da economia de um país, como: emprego, produção e investimentos.Depressão: recessão econômica prolongada e de maior gravidade; crise econômica.
(COTRIM, 2010, p. 35).
28
As sociedades europeias lutavam com limitações e dificuldade para se recuperar dos
prejuízos causados pela Primeira Guerra Mundial, isso até por volta de 1925. Por outro lado,
nesse período, os Estados Unidos vinha num crescimento econômico estupendo e exportava
para os europeus a maior parte dos elementos necessários: alimentos, máquinas, combustíveis,
armas, etc.
Conforme os países europeus se recuperavam, a estrutura produtiva também se
reorganizava. Tanto os governos como os empresários franceses, alemães e ingleses
buscavam a modernização rápida de seu parque industrial, para isso adotavam várias medidas
protecionistas visando à redução das importações de produtos estadunidenses.
Mas, nos Estados Unidos, o ritmo de produção Industrial e agrícola continuou em
crescimento, alcançando e ultrapassando os limites de compra do mercado interno e externo.
Dá-se então uma superprodução de mercadorias, ou seja, havia mais produtos do que
compradores, com isso ocasionou a queda de preços dos produtos. Considerando que os
preços baixaram de modo drástico, do mesmo modo ocorreu com a margem de lucro dos
empresários e agricultores. Mesmo com produção excedente o comércio não conseguir
conquistar consumidores.
O segundo problema foi à redução da atividade econômica, onde os produtores
agrícolas e industriais foram obrigados a reduzir as atividades e produzir menos.
O terceiro problema foi o desemprego em massa, pois com redução das atividades,
houve demissão de milhões de trabalhadores. Mesmo aqueles que não foram dispensados,
sofreram com reduções de trabalho e de salários. Durante a crise econômica, os Estados
Unidos chegou à marca de 15 milhões de pessoas desempregadas.
Com a constante redução da atividade econômica, os acionistas e investidores
começaram a vender as ações que possuíam. Eles vendiam pela necessidade do dinheiro ou
porque as ações estavam em baixa. Com o aumento de oferta de ações, seus preços caíram
progressivamente aumentando o pânico no mercado financeiro.
O dia 29 de Outubro de 1929 ficou conhecido como Quinta-Feira Negra, com a
queda vertiginosa do valor de milhões de ações que eram negociadas nas bolsas de valores de
Nova York. Essa foi a grande queda do mercado financeiro, principal marco da crise
econômica que assolava o país, levando inúmeras empresas e bancos à falência. Essa
depressão econômica se estendeu até 1932 e nesse período a produção industrial dos Estados
Unidos foi reduzida em 54%. O Crash (falência, quebra econômica) da Bolsa de Valores de
Nova York abalou grande parte do mundo capitalista, nessa época os Estados Unidos era a
maior potência industrial e financeira do planeta.
Quinta-feira NegraFonte: http://blogs.estadao.com.br/arquivo/files/2011/10 /Diante_bolsaNY.jpg
29
Com a grande crise econômica,
muitas empresas e investidores direcionaram
seus recursos para outros países,
principalmente para a Europa. Os Estados
Unidos diminuíram suas importações,
gerando problema para outros países
parceiros no comércio. Dentre eles, podem
ser destacados os países latino-americanos
que apoiavam a economia agroexportadora.
Essa crise afetou o Brasil,
principalmente os cafeicultores, que vendia
parte de suas safras ao mercado americano e perderam grandes vendas para os Estados Unidos
e os estoques de café chegaram a tão elevada quantidade que parte foi queimada pelo governo
brasileiro, como tentativa desesperada de estabilizar os preços.
No início da grande crise econômica, o governo dos Estados Unidos pouco fez para
controlar a situação, seguindo a política liberal adotada até então de não intervenção do
governo na economia. Porém, as mudanças vieram com a eleição de Franklin Delano
Roosevelt para presidência do país. Este presidente ficou no poder de 1933 a 1945 e nos
primeiros anos foi o principal defensor de um conjunto de medidas adotadas pelo país para
superar a crise, que ficou conhecida como New Deal (Novo Acordo). Esse programa
socioeconômico foi inspirado nas ideias do economista inglês John Maynard Keynes (1983-
1946).
Keynes foi um defensor de doutrinas intervencionistas na economia e o impacto de
seu pensamento sobre as teorias e as práticas econômicas do século XX representou uma
verdadeira revolução.
Esse economista considerava a existência de forças de reequilíbrio no campo
econômico e defendia a ideia de que esses mecanismos não são automáticos para longo prazo.
Keynes não confiava na teoria laissez-faire (deixai fazer) e em sua naturalidade na economia.
Para Keynes, os impulsos dos empresários iam contra ao que era natural e até que
houvesse um reequilíbrio da situação, muitas vidas poderiam ser destruídas. Para ele, o Estado
deveria intervir na economia, visando o equilíbrio e a maior eficiência do sistema produtivo.
Dentre as ideias defendidas por Keynes, uma das principais é que cabia aos governos
implantar políticas econômicas que garantissem o emprego da maioria dos trabalhadores.
30
Defendia, ainda, a redistribuição dos lucros para elevar o poder aquisitivo dos consumidores
de modo proporcional ao desenvolvimento da produção.
De acordo com as ideias de New Deal rompiam com os princípios tradicionais do
liberalismo econômico. O New Deal constituía-se como um programa misto que buscava
conciliar as leis do mercado e o respeito pela iniciativa privada com a intervenção do Estado
em vários setores da economia. As principais medidas econômicas adotadas no New Deal
foram:
- Controle governamental dos preços sobre diversos produtos agrícolas e industriais;
- Concessão de empréstimos aos fazendeiros que se encontravam arruinados,
possibilitando aos mesmos que pagassem suas dívidas e reorganizassem suas produções;
- Realização de diversas obras públicas visando à criação de novos postos de trabalho
para atender milhões de desempregados;
- Criação de um salário-desemprego para amenizar a situação de miséria dos
desempregados;
- Limitações dos preços e da produção conforme as exigências do mercado,
garantindo os interesses dos industriais;
- Fixação de salários mínimos e limitação das jornadas de trabalho, em benefício dos
trabalhadores.
Os resultados da política estabelecida no New Deal não alcançou todo o sucesso
esperado, mas controlou relativamente à crise econômica, bem como os violentos conflitos
social que a crise gerava.
Após 1935, a econômica dos Estados Unidos começou a crescer e se fortalecer e,
paulatinamente, as consequências forma sendo superada. As ideias keynesianas e seus
programas de apoio aos desempregados, como a instituição do salário mínimo, concedeu-lhe
o título de precursora do Estado de bem-estar social (welfare state), que se desenvolveu
plenamente após a Segunda Guerra Mundial em determinados países da Europa Ocidental.
ATIVIDADES
1. Pesquisando na Internet: Navegando!
Orientações: Essa atividade deve acontecer no Laboratório de Informática, pois é online.
Inicialmente os alunos leem o texto e depois resolvem o simulado. A professora deve
acompanhar o desenvolvimento das atividades e discutir com os alunos a Crise do
31
Capitalismo, de modo que os alunos compreendam o fato histórico, bem como a repercussão
no mundo.
Fonte: https://encrypted-tbn2.gstatic.com/ images?q=tbn:ANd9GcQdCSo7QjnJMVrQofv2JTTUgOjBFbzoAeNUVqlys_u2j5wRjg7n6w
ATIVIDADES
Leia o texto: A crise do CapitalismoDisponível em:http://www.mundovestibular.com.br/articles/545/1/A-CRISE-ECONOMICA-DE-1929/Paacutegina1.html
Responda o simulado: A crise do CapitalismoDisponível em:http://exercicios.brasilescola.com/historia/exercicios-sobre-crise-1929.htm
Vídeo: Ampliando as discussões:
Este vídeo deve ser assistido no laboratório de informática, ficando o professor livre para
continuar a próxima atividade no laboratório ou retornar para sala de aula.
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_HCgzX40g y9c/S0m2h8peaAI/AAAAAAAAHKI/QQn1ap9OxRg/s320/Como+baixar+v%C3%ADdeos+do+youtube.jpg
Assista ao vídeo: Relembrando 1929: O ano da Quebra da Bolsa de Valores
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature= player_detailpage&v=6hldit2b1do>
2. Após o vídeo, os alunos devem analisar as imagens abaixo, identificando os principais fatos
no contexto histórico relacionado ao ano de 1929 e a queda da Bolsa de Valores e devem
escrever um pequeno texto abordando sua compreensão sobre os mesmos (Entregar atividade
impressa com as imagens).
http://1.bp.blogspot.com/_fvMmtgX9Xf0/SuZTFoX-iJI/AAAAAAAAGiU/LmrGrw G8BkI/s1600/Crash+Bolsa+1929+Wall+Street.jpg
http://3.bp.blogspot.com/_fvMmtgX9Xf0/SuZUe-wvpBI/ AAA AAAAAGi0/rd_V0y773N4/s1600/Crash+Bolsa+1929+5.jpg
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-2g_-8Z5p_-A/TlZqHvkAmcI /AAAAAAAAAcQ/sweClJxXkWM/s1600/isswnw573360.jpg
32
Orientações: Após o trabalho em sala de aula, com o material impresso sobre o fato histórico:
Crise de 1929 e queda da bolsa de valores, os alunos deverão analisar as fotos e elaborar um
pequeno texto (10 linhas) sobre esse acontecido. As imagens contribuem para o
esclarecimento do fato. O professor deve corrigir essas produções e fazer as considerações
que forem necessárias, para os alunos fica a proposta de melhorar seu texto.
REGIMES TOTALITÁRIOS
Na década de 1920, parte da população dos Estados Unidos vivia seus anos felizes e,
logo em seguida, viveu a pior crise econômica e social de sua história. Paralelamente, nesse
período, os países da Europa iniciavam um processo político específico da primeira metade do
século XX, nomeada de crise das democracias liberais. Nesse período, acontece a ascensão
dos regimes totalitários e o retrocesso do liberalismo.
O totalitarismo é um regime político marcado por um Estado forte, absoluto, isto é, que estende seu poder sobre todos os setores da sociedade, supondo a completa submissão dos indivíduos. Sua denominação derivou-se de uma frase proferida pelo líder fascista Benito Mussolini: “Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado” (COTRIM, 2010, p. 38).
O totalitarismo pode ser caracterizado em diversos aspectos, dentre eles podem ser
destacados:
- Linha política determinada por um único partido, com
hierarquia rígida conduzida por um líder autoritário;
- Existência de uma Ideologia oficial de Estado
abrangente, sendo representada pelo partido único e que deveria
ser seguida por todos os cidadãos;
- Controle estrito da sociedade por meio do Estado
policial. Excesso de repressão política praticada pela polícia
política e pelo exército; eliminação dos movimentos e práticas de
oposição ao governo por meio de prisões, censura aos meios de
comunicação, coerção física e psicológica;
- Prática excessiva de propaganda estatal, visando a
divulgação da ideologia oficial e promoção do culto à
personalidade dos líderes dos regimes.
33
- Intervencionismo geral do Estado na economia, como meio de controle e de
direcionamento da política do país.
Como exemplos de regimes totalitários desse período: União Soviética stalinista
(considerado totalitarismo de esquerda), Itália fascista e a Alemanha nazista (considerados
totalitarismo de direita).
Dentre os principais motivos que teriam contribuído para a ascensão ao poder de
regimes totalitários na Europa capitalista da década de 1920 estão:
- Dificuldade pós-guerra: os problemas sociais e econômicos eram muitos e de
difíceis soluções para o governo, no período pós-guerra. Esses problemas se estendiam aos
países que haviam participado do conflito – Primeira Guerra Mundial. Era necessário, naquele
período, a reconstrução de inúmeras obras públicas – edifícios, estradas, pontes, etc. – e
reestabelecer a produção industrial, criar novos postos de trabalho e pagar dívidas contraídas
na Guerra, principalmente como os Estados Unidos;
- Crise do capitalismo internacional: com a recessão da economia estadunidense
muitos países foram afetados, principalmente da Europa. Com a diminuição da atividade
econômica, deu-se a elevação dos índices de inflação e, consequentemente, o aumento do
desemprego em diversos países. Nesse cenário negativo economicamente, aumentou-se a
tensão entre as classes sociais e os conflitos tornaram-se cada vez mais profundos e
explosivos;
- Fragilidade das democracias liberais: Na década de 1920, diversos governos
europeus seguiam regimes democráticos e liberais. Porém, vários deles tiveram dificuldades
para administrar os problemas daquele momento, isso piorou ainda mais a situação. Os
problemas econômicos era motivo de preocupação para as elites desses países principalmente
os banqueiros, grandes comerciantes e latifundiários que passaram a apoiar os fascistas
visando a formação de governo mais fortalecido e autoritários que pudessem impor disciplina
e recompor a ordem social e capitalista.
- Avanço do Socialismo: as elites europeias passaram a se preocupar com as lutas
proletário-socialistas, pois estas tinham ganhado força seguindo o exemplo da Revolução
Russa (1917). A crise do capitalismo conquista mais adeptos pelo socialismo. Diante dessa
constatação, parte da elite apoia intensamente a ideologia totalitária que afirmavam o
compromisso de acabar com o socialismo. As ideologias mais seguidas pela elite era o
fascismo e o nazismo.
MussoliniFonte: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/5/normal_1377185009mussolini.JPG
34
O fascismo nasceu na Itália depois da
Primeira Guerra Mundial. Nesse período o país
enfrentava o saldo doloroso do conflito:
aproximadamente 700 mil mortos, 500 mil
feridos e dívidas gigantescas contraídas com os
bancos americanos e ingleses. Além disso, a
fome, a inflação e o desemprego tomavam conta
da população, afetando principalmente os
operários e camponeses, ocasionando enorme
agitação social. Nesse contexto de instabilidade,
acontece a ascensão de Benito Mussolini (1883 – 1945), principal fundador do movimento
fascista.
Mussolini era filho de um ferreiro socialista e tinha sido expulso do Partido Socialista
Italiano. Sua expulsão aconteceu por causa de suas ideias antipacifistas nos anos da Primeira
Guerra Mundial. Depois dessa expulsão, Mussolini fundou uma organização política nomeada
de fasci di combattimento (esquadrões de combate), em março de 1919, sendo formada por
ex-combatentes e desempregados desiludidos. O apoio financeiro para essa fundação vinha de
industriais italianos. Dessa organização originou-se, em novembro de 1921, o Partido
Nacional Fascista.
Quanto à doutrina fascista, pode-se
afirmar que até 1919, o movimento fascista
não possuía doutrina definida, desta forma era
impulsionada por uma vontade de ação de
natureza nacionalista, visando a oposição
declarada ao liberalismo e socialismo.
Podendo ser considerado como
antiproletariado, o fascismo atraiu parte da
classe média conservadora e da alta
burguesia. Os fascinas foram, aos poucos,
definindo suas concepções e o modelo de
sociedade que deveria ser construído. Segundo o fascismo, o indivíduo deveria ser submisso
às necessidades do Estado que, por sua vez, se tornaria uma instituição poderosa com
potencial para controlar a vida social e privada dos cidadãos.
Fascismo na ItáliaFonte: http://www.scielo.br/img/revistas/ea/v22n62/a05img02.gif
Mussolini Fonte: http://www.kyliemccormick.com/italianholocaust/images/mussolini.jpg
35
No período que compreende ascensão de Mussolini ao poder (1922) e a eclosão da
Segunda Guerra Mundial (1939), o seu governo pode ser dividido em duas fases:
- Primeira Fase (1922-1924): período marcado pela organização de milícias (tropas)
fascistas, que promoveram vários atentados terroristas contra políticos de oposição. Suas
principais características eram: nacionalismo extremo e construção de um Estado autoritário.
- Segunda Fase (1925 – 1939): marcada pela implantação da ditadura fascista na
Itália e pela repressão violenta dos processos dos trabalhadores. Mussolini torna-se chefe
supremo do Estado e passa a ser conhecido como Duce (aquele que dirige). Os Tribunais
especiais passam a defender o Estado, tornando-se instrumento de repressão, incluindo a
aplicação da pena de morte. O estado tinha poderes para interferir diretamente nas relações
socioeconômicas estabelecidas entre patrões e trabalhadores, por meio da Carta del Lavoro
(Carta do Trabalho) de 1927.
Como meio de impor a doutrina fascista à sociedade, o
governo de Mussolini utilizou-se da educação pública. O
objetivo da educação fascista era que as pessoas fossem
totalmente obedientes ao Estado, seguindo o lema pedagógico:
“Crer, obedecer e combater” (COTRIM, 2010, p. 40).
Conforme o fascismo se firmou como regime de
governo da Itália, o governo passou a ampliar o processo de
transformação das escolas pública, incluindo o lançamento do
livro didático único para as classes elementares (1929) e a
militarização da vida escolar.
Os militares fascistas criaram associações para jovens e
estas promoviam festas, competições esportivas e desfiles
paramilitares. O objetivo desses eventos era exclusivamente
respeitar às autoridades fascistas e sua doutrina social.
Na economia, o Estado fascista incentivou o crescimento, fortalecendo a indústria e a
construção de obras públicas (como autoestradas) e fortalecendo a moeda italiana (lira). As
ações de recuperação econômica foram abaladas pelas consequências da Crise de 1929. Esses
reflexos da crise atingiu a Itália a partir de 1930, com isso houve queda dos níveis da
atividade produtiva e crescimento do desemprego no país.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha estava humilhada pela derrota e
pelas duras condições impostas duramente pelo Tratado de Versalhes. Nesse período, grande
parte da população alemã enfrentava enormes dificuldades econômicas e sociais. Esse período
NazismoFonte: http://www.brasilescola.com/upload/conteudo/images/c73b3c663aa2b3a9851c8fbe1c5415c0.jpg
Adolf HitlerFonte: http://www.historia.seed.pr. gov.br/modules/galeria/uploads/5/normal_24hitler.jpg
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pós-guerra ficou conhecido como República de Weimar (Weimar é uma cidade alemã onde
foi redigida a Constituição de 1919, que deu origem ao regime republicano).
A população alemã enfrentou um período pós-
guerra marcado por enormes dificuldades, pois o país
teve que efetuar pagamentos de indenização aos países
vencedores. A desmoralização de milhares de soldados
era uma marca desse período, somada ao maior índice
de desemprego da história desse país.
Com medo da expansão do socialismo, parte da
elite política e econômica alemã passou a apoiar o
Partido Nazista – autoritário e antidemocrático,
liderado por Adolf Hitler (1889-1945), nascido em
Braunau, na Áustria, morou em Viena de 1909 – 1913, onde ingressou na Academia de Belas
Artes. Sem alcançar seus objetivos, mudou-se para Munique e em 1914 se alistou como
voluntário no Exército alemão. Na Primeira Guerra Mundial foi ferido em combate e
condecorado com medalha Cruz de Ferro.
Com o final da Guerra, Hitler retornou para Munique e foi trabalhar num
departamento de imprensa e propaganda das Forças Armadas alemãs. Em setembro de 1919,
ingressou no Partido dos Trabalhadores Alemães, renomeado em 1920 como Partido
Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. A ascensão de Hitler no partido foi rápida,
pois em 1921, tornou-se chefe absoluto desse partido, conhecido como Partido Nazi.
Em novembro de 1923, os nazistas promoveram, sem
sucesso um golpe militar (putsch) com o objetivo de derrubar o
governo alemão. O putsch aconteceu em Munique, com a
participação do general alemão Ludendorff. Hitler foi preso e
condenado a cinco anos de prisão, mas conseguiu anistia em
menos de um ano.
O quadro político e social era tumultuado e no final de
1932, Hitler se aproveita para ascender ao poder, pois com a
aprovação do presidente Hinderburg, reeleito, ele foi nomeado
chanceler de 30 de Janeiro de 1933. Assim, iniciava o período
histórico alemão chamado de Terceiro Reich, nome atribuído
pelo próprio Hitler.
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Curiosidades: Você sabia?
http://blogs.mundolivrefm.com.br/mundodeletras/files/2012/01/curiosidade.gif
Por que nazi?
A palavra nazi é formada por duas sílabas extraídas da palavra alemã Nationalsozialistische (Nacional-Socialista), que compõe o nome do partido. Daí derivam-se os termos nazista e nazismo.
(COTRIM, 2010, p. 42)
Enquanto Hitler estava preso, escreveu o livro Mein Kampf (Minha Luta), que se
tornou a obra que fundamenta o Nazismo. Hitler expõe nessa obra as bases da doutrina
nazista: um conjunto de ideias autoritárias e pseudocientíficas. Dentre as principais ideias de
sua obra, podem ser destacadas:
- Superioridade da raça ariana – Os alemães seriam descendentes de uma raça
superiora – os arianos – e poderiam dominar as raças inferiores – judeus, eslavos, etc.
- Antissemitismo – Os judeus (semitas) pertenciam a uma raça inferior e por isso
corrompiam e destruíam a pureza alemã. Desse modo, não poderia haver relações sexuais
entre os casais formados por alemães e judeus. Proibiam-se os casamentos entre essas duas
nacionalidades.
- Fortalecimento do Estado – o indivíduo deveria submeter-se totalmente à
autoridade soberana do Estado, representado pelo Füher (chefe supremo).
- Expansionismo – ideia de que o povo alemão teria direito de conquistar seu espaço
vital, expandindo militarmente seu território para reunir as comunidades alemãs em outros
países, sustentando o seu crescimento.
Na Educação, Hitler pregou, no Mein Kampf:
O povo alemão, hoje destruído, morrendo, entregue, sem defesa, aos pontapés do resto do mundo, tem absoluta necessidade da força que a confiança em si proporciona. Todo o sistema educacional deve ter como objetivo dar às crianças de nosso povo a certeza de que são absolutamente superiores aos outros povos (COTRIM, 2010, p. 42).
Assim que Hitler se tornou chanceler, procurou consolidar o poder alcançado pelo
Partido Nazista. Para isso, utilizou-se para isso a propaganda enganosa e a violência.
Joseph Goebbels foi titular do Ministério da Educação do Povo e da Propaganda e
conduzia a propaganda nazista e controlava severamente as instituições educacionais e os
meios de comunicação. Os métodos utilizados por Goebbels eram desonestos e
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sensacionalistas com o objetivo de divulgar a doutrina nazista, cujo lema era: “Uma mentira
dita cem vezes se torna verdade”.
Em dezembro de 1933, já estava imposta a teoria nazista que esmagava a oposição.
Nesse ano, o Partido Nazista se torna o único partido do Estado alemão. Hindenburg morre
em agosto de 1934 e o chanceler Hitler assume a presidência do país, tornando-se o chefe
supremo (Führer) da Alemanha.
Em seu governo, Hitler manteve rígido controle sobre os diversos setores da
sociedade alemã. Censurava a política, controlava a Educação, impunha as ideias nazistas nas
artes plásticas, à música, à literatura, ao cinema e até na pesquisa científica.
O sistema educacional organizado pelo governo nazista tinha algumas semelhanças
com o do fascismo italiano, mas foi intensamente marcado pelo militarismo, racismo e
antissemitismo.
Os professores que trabalharam no período do governo de Hitler eram obrigados a
aprender e a ensinar os princípios nazistas (destaque para a crença da superioridade da raça
ariana), tinham que se inscrever na Liga Nazista dos Docentes e prestar juramento de
fidelidade ao Führer.
A doutrina nazista era difundida através de diversas associações educativas, como a
Juventude Hitlerista, que organizava entre os jovens alemães diversas competições esportivas,
reuniões políticas e exercícios de preparação para a guerra.
Além dos programas desenvolvidos pela educação, Hitler propagava seus ideais para
a população em geral, para isso proferia discursos para multidões, publicava as ideias do
partido e aconteciam grandes espetáculos com o objetivo de influenciar o público. Promoviam
os desfiles militares, ritmos pomposos que passam a ideia de ordem, disciplina e organização.
No setor econômico, Hitler incentivou a reabilitação do país por meio da agricultura
e do crescimento da produção industrial, principalmente no campo bélico.
Em âmbito internacional, Hitler desrespeitou as proibições do Tratado de Versalhes e
militarizou o país, em 1938 começou a expansão pela Europa. Considerando a tese de espaço
vital, a primeira investida foi contra a Áustria, que conquistou sem luta militar em 1938. A
política expansionista alemã desencadearia a Segunda Guerra Mundial. As doutrinas de
inspiração nazifascista surgiram em diversos países do mundo, como a Espanha, Portugal e o
Brasil.
A ideologia nazifascista, no Brasil, foi assimilada pela Ação Integralista Brasileira,
fundada por Plínio Salgado em 1932. Apoiado pelos integralistas, Getúlio Vargas implantou a
ditadura do Estado Novo em 1937.
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Atividade 1: Pesquisa
Após o trabalho em sala de aula com o tema: Regimes Totalitários, os alunos devem
responder quatro questões com atividade extraclasse. A correção e a sistematização das
discussões devem acontecer em sala de aula, coordenadas pelo professor da turma.
Fonte: http://www.soltec.ufrj.br/images/materias/pesquisaBibliotecaCt/Research.jpg
Pesquisa
A partir do tema trabalhado em sala de aula, pesquisa na internet, na biblioteca ou por meio de revistas:
a) Os principais pontos que favoreceram o surgimento dos regimes totalitários.b) Como o Partido Nacional Fascista liderado por Mussolini, chegou ao poder da Itália?c) Quais eram os propósitos do governo fascista ao se empenhar na educação pública? O que foi feito nesse sentido?d) Sintetize o governo de Mussolini até a Eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939).
AVALIAÇÃO: Correção do trabalho escrito e retomada dos principais pontos dos regimes
totalitário. Avaliar a participação dos alunos na discussão e o cumprimento da entrega da
atividade reflexiva.
40
REFLETINDO:
A última atividade com a turma tem como objetivo refletir todo o estudo proposto por
este material, no intuito de verificar as contribuições na aprendizagem dos conteúdos de
histórias, mediados pelas tecnologias presentes no ambiente escolar.
Este estudo apresentou três capítulos sobre a História do mundo e as tecnologias foram
importantes ferramentas neste processo. O objetivo era levar o aluno a compreender os fatos
históricos. É importante destacar que as tecnologias não caracterizam como objeto de estudo,
mas são ferramentas que contribuem neste processo de ensino/aprendizagem.
Neste momento, de debate, o professor deverá analisar com os alunos os
conhecimentos adquiridos neste período e estes deverão avaliar o trabalho do professor. É
preciso questionar os alunos sobre alguns pontos:
a) Como foram as aulas no que se refere à criatividade, envolvimento da turma,
conteúdos relevantes e organização do trabalho?
b) Como foi o trabalho com as tecnologias e quais contribuições deram às atividades
propostas?
c) Quanto ao conhecimento proposto, como avaliam suas aprendizagens?
d) Que relevância atribui aos conteúdos trabalhados para sua formação pessoal?
e) Para finalizar, que conceito atribui ao trabalho do professor na disciplina de
História com este material didático?
http://thumbs.dreamstime.com/x/menino-e-computador-15560387.jpg
http://www.biography.com/imported/images/Biography/Images/Profiles/H/Adolf-Hitler-9340144-2-402.jpg
http://1.bp.blogspot.com/-8qaCvPV809M/TzBZVjQaBJI/AAAAAAAAAow/HLvhdrLrW0g/s320/Fok_Dr_I.jpg
41
REFERÊNCIAS
PARTE PRÉ-TEXTUAL
GODOY, Eliana Gonçalves Ulhôa. Contribuições da metodologia de projetos na implantação das tecnologias de informação e comunicação – TIC nos processos educativos da educação básica. Dissertação (Mestrado em Educação Tecnológica) – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG. Belo Horizonte – MG, 2009.
SANTINELLO, Jamile; WOLF, Rosangela Abreu do Prado. Aplicação tecnológica e ambiental em gestão. Guarapuava: Unicentro, 2010
SEED. Secretaria de Estado da Educação. Diretriz Curricular de História. 2009. 94 p.
THOMPSON, E. P. A miséria da teoria: ou um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. In. SEED. Secretaria de Estado da Educação. Diretriz Curricular de História. 2009. 94 p.
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UNIDADE II – REVOLUÇÃO RUSSA
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RELEMBRANDO 1929: O ANO DA QUEBRA DA BOLSA DE VALORES. Vídeo Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature= player_detailpage&v=6hldit2b1 do> Acesso em 07 Out. 2013.
VIRTUÁLIA O MANIFESTO. A quebra da Bolsa de Nova York em 1929. Postado em 26 Out. 2009. Disponível em: <http://virtualiaomanifesto.blogspot.com.br/2009/10/quebra-da-bolsa-de-nova-york-em-1929.html> Acesso em 05 Out. 2013.