Post on 18-Jan-2019
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Título: O Aquifero Karst: a fragilidade e a importância para o abastecimento do município de Almirante Tamandaré.
Autor José Maria Von Kruger
Disciplina/Área (ingresso no PDE)
Geografia
Escola de implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual Professora Angela Sandri Teixeira – Rodovia dos Minérios km 21 - Tranqueira.
Município da escola Almirante Tamandaré
Núcleo Regional de Educação Metropolitana Norte
Professor Orientador Adilar Antônio Cigolini
Instituição de Ensino Superior UFPR
Relação Interdisciplinar Língua Portuguesa, Química e Matemática.
Resumo Esta Unidade Didática baseia-se na necessidade de conscientizar o aluno a reconhecer o espaço onde vive e seus recursos naturais. Entre eles importância do Aquifero Carste, a principal fonte de recursos hídricos para o abastecimento do município de Almirante Tamandaré.
Palavras-chave Aquifero Carste, Sustentabilidade, Educação Ambiental.
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo 3° ano do Ensino Médio
1 APRESENTAÇÃO
Esta Unidade Didática, dirigida aos alunos do 3º ano do Ensino Médio
tem como objetivo conhecer a estrutura de funcionamento do Aquifero Carste e
a importância da exploração consciente desse sistema essencial ao
abastecimento da população do município de Almirante Tamandaré.
O projeto será desenvolvido no Colégio Estadual Professora Ângela
Sandri Teixeira, através de atividades teóricas e práticas, esta Unidade
Didática estará dividida em atividades em sala de aula e atividades externas.
Na sala de aula será realizado levantamento do conhecimento dos
alunos do 3º ano do Ensino Médio a respeito do Aquifero Carste. Em seguida,
utilizaremos vídeos, aulas teóricas e palestras sobre as áreas de ocorrência
desse tipo de aquifero, destacando os problemas que surgiram em Almirante
Tamandaré e Colombo pela exploração de forma inadequada do Carste e os
problemas de poluição que podem comprometer a qualidade da água. Os
conflitos que ocorrem pela disputa da água.
As atividades realizadas ao longo do semestre, tem como objetivo
fazer com que o aluno conheça a realidade global e local, percebendo que é
um elemento fundamental da biodiversidade e que suas ações são relevantes
diante de uma natureza que há muito vem sendo destruída. As atividades
práticas, terão como objetivo integrar e complementar as atividades teóricas
realizadas em sala de aula..
Necessitamos construir um sistema educativo que supere a clássica
contraposição entre razão e emoção, cognição e afetividade, e que
rompa com a concepção – por nós tão conhecida - que atribui ao
desenvolvimento do intelecto, dos aspectos cognitivos e racionais, um
lugar de destaque na educação, relegando os aspectos emocionais e
afetivos de nossa vida a um segundo plano. Assim é que a educação
tradicional e os currículos escolares, ao trabalharem de maneira
puramente cognitiva a matemática, a língua, as ciências, a história,
etc, acabam por priorizar apenas um desses aspectos constituintes
do psiquismo humano, em detrimento do outro, ou dos outros
(ARANTES, 2002, p.169).
A diversidade de metodologias aplicada nesta Unidade Didática é
fundamental para despertar as questões ambientais e para necessidade de
disseminar a consciência, buscando ações e enriquecendo o conhecimento
sobre a natureza e o uso racional de seus recursos.
As atividades baseiam-se em assuntos relacionados com o dia-a-dia do
aluno, serão realizadas visitas as nascentes do rio Barigui e as áreas de
captação e tratamentos da água retirada do Aqüífero Carste, desta forma
perceberá que faz parte deste universo e que suas ações interferem
diretamente ou indiretamente nas causas e consequências da degradação
ambiental. O lixo que vai parar nos rios pode ser evitado, com a mudança de
atitude da população. A falta de tratamento dos esgotos residenciais, oficinas e
indústrias, tem como consequência a contaminação do Aquifero Carste e do rio
Barigui. É obrigação do município, tomar providencia para a conclusão de
obras do tratamento de esgotos para garantir a qualidade da água para a
nossa população.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: CONHECENDO O AQUIFERO KARST
2.1 O que é o karst?
O Karst é a designação utilizada para terrenos sobre formações
calcárias com a incidência de dolinas, rios subterrâneos e cavernas, fruto da
dissolução das rochas. O termo tem origem servo-croata foi utilizado
inicialmente para designar a morfologia das formações calcárias encontradas
no norte Adriático, na península de Istria, noroeste da Iugoslávia, ao final do
século XIX. (LISBOA, 1997)
Atualmente o termo é utilizado para designar “[...] as áreas calcárias ou
dolomíticas que possuem uma topografia característica, oriunda da dissolução
de tais rochas”.(CHRISTOFOLETTI, 1980, p 153).
Segundo Oliveira, 1997, o relevo do karst tem como principal
característica uma drenagem vertical e predominantemente vertical e
subterrânea, seguindo fendas, condutos, cavernas, com quase ausência de
cursos de água superficiais..
A circulação da água ocorre mediante circulação interna, por meio de
pontos de absorção, como fissuras, dolinas etc, onde as águas superficiais
desaparecem. Em pontos diferentes, próximos ou não, as águas ressurgem na
superfície, através de fontes ou surgências. (CHRISTOFOLETTI, 1980) citado
por (ARAUJO 2002)
Para Gasparin (2009, p. 22):
O caminho subterrâneo pelo qual a água vai percolar se efetua por meio de poços e galerias, de maneira que os condutos subterrâneos sempre seguem os pontos de fraqueza da massa rochosa e tendem a se integrar em canais bem desenvolvidos. O retorno das águas à superfície em zonas cársticas é um fenômeno comum, fato que explica a ocorrências de mananciais de tamanhos e volumes diferenciados.
No Brasil há grandes províncias de rochas carbonáticas. Elas
representam de 5% a 7% da área nacional. Os principais exemplos são: o
Grupo Bambui com mais 350.00 km², nos estados da Bahia, Goias e Minas
Gerais, do Grupo Corumbá no Mato Grosso do Sul, do Grupo Araras no Mato
Grosso e o Grupo Açungui na região Sudeste.
No estado do Paraná o Aquifero Carste representa 2,87% do território
com potencial hidrogeológico de 8,9 L/s/km² (SUDERHSA, 2007). Ele abrange
os municípios da região norte de Curitiba conforme mostra o mapa 01 abaixo
FIGURA 01 – OCORRÊNCIAS DO AQUIFERO CARSTE NO PARANÁ
Fonte: Suderhsa ( 2007)
Os estudos iniciais sobre o relevo carstico se detinham a sua morfologia.
Somente mais tarde com avanços de pesquisas sobre fenômenos relacionados
aos acidentes geológicos deu-se início ao estudo da hidrogeologia carstica.
A perfuração do primeiro poço profundo em Almirante Tamandaré para a
exploração do carste ocorreu em 1972, na sede do município. A exploração da
água subterrânea de forma mais intensa a partir da década de 1990 foi
resultado do crescimento populacional da RMC que obrigou a criação de áreas
de preservação dos mananciais existentes.
Ocorre que a lei municipal é anterior as restrições impostas ao uso do
solo e como consequência áreas de fundo de vale são habitadas, justamente
as mais frágeis e responsáveis pela recarga do sistema. Outro fator é a
possível contaminação pelo lixo e esgoto doméstico contaminando os
depósitos subterrâneos.
A área de abrangência do Karst em Almirante Tamandaré é de
aproximadamente 147,78 km2 o que corresponde a 77,44% do município. Para
controlar a ocupação das áreas sobre o Aquifero Karst e enquadrar o município
na legislação ambiental, foi aprovada a lei complementar 2/ 2006 que define o
zoneamento municipal e o Uso e Ocupação do Solo em Almirante Tamandaré.
No capítulo III (Art. 7º) define as áreas urbanas e rurais do município em zonas
ou setores de ocupação distinta seguindo critérios de usos
[...] e ocupações distintas, segundo os critérios de uso predominantes e de aglutinação e de usos afins e separação de usos conflitantes, objetivando a ordenação do território e o desenvolvimento urbano, segundo critérios urbanísticos e ambientais desejáveis estabelecidos pelo Plano Diretor Municipal.
O artigo 8º divide o município em seis zonas:
I - Zonas em áreas sem influência do aquífero Karst,
II - Zonas em áreas com influência do Aquifero Karst,
III - Zonas Especiais de Parques, Setores Especiais,
IV - Zonas Rurais e Área de Proteção Ambiental do Passaúna.
Na seção II é referida as áreas com influência do Aquifero Karst e em
seu artigo 10 compreende as áreas urbanas situadas na Macrozona de
Controle Ambiental (MCA) e suas classificações em Zonas residenciais, zonas
de comércio, zonas de chácaras e as devidas limitações impostas ao uso.
Contudo a Zona Central voltada para a Avenida Emilio Johnson continuará com
os usos consolidados para a habitação e para o comércio.
2.2 Caracterização do município de Almirante Tamandaré
O município de Almirante Tamandaré possui uma área territorial:
276,105km2, tendo uma altitude média 950,00 metros, latitude: 25° 18' 00'' Sul
e longitude: 49° 18' 00'' W-GR. A população:103.204 habitantes (Censo 2010)
e o PIB: 138, 38 milhões. Clima Subtropical Úmido Mesotérmico, verões
frescos (temperatura média inferior a 22° C), invernos com ocorrências de
geadas severas e frequentes (temperatura média inferior a 18° C), não
apresentando estação seca.
O desenvolvimento histórico de Almirante Tamandaré esta ligado a
descoberta do ouro no distrito de Campo Magro no ano de 1680. Com o
esgotamento das jazidas o município passou a ser ocupado por colonos em
busca de terras férteis para o plantio. Esses colonos foram responsáveis pelo
aparecimento das localidades de Tranqueira, Boixiniga, Antonio Prado,
Lamenha Grande, Lamenha Pequena e São Miguel frutos da colonização de
alemães, italianos e poloneses.
No ano de 1947, Almirante Tamandaré foi desmembrado do município
de Colombo, com o nome de Timoneira. No ano de 1956 volta a receber o seu
antigo nome de Almirante Tamandaré.
O município teve a sua área reduzida com o desmembramento do
Distrito de Campo Magro, sendo este elevado a categoria de município no ano
de 1995.
A Rodovia dos Minérios é o principal acesso ao município. Ela atravessa
o município no sentido norte e sul, ligando as cidades de Rio Banco do Sul ao
norte e Curitiba ao sul. Além da Rodovia dos Minérios a PR 418 ( Contorno
Norte) é importante para o escoamento da produção do município.
Apesar das restrições ambientais impostas pelo Aquifero Karst o
município apresenta diversas indústrias de exploração mineral ao longo da PR
092. A localidade de Tranqueira possui diversas empresas de extração e
beneficiamento de minerais e é também definida como uma importante fonte de
abastecimento futuro (ARAUJO, 2002).
As atividades extrativas podem contribuir para a ocorrência de
processos indutores de acidentes geológicos como subsidências ou colapsos,
podendo trazer riscos e prejuizos ambientais e econômicos.
Albrecht (1996) afirma que as atividades de construção civil, implantação
de pedreiras, vibrações, implantações de aterros sanitários são causadores de
problemas ambientais oriundos da ocupação de áreas carsticas.
Segundo a (COMEC 2002), a atividade mineradora representa uma
atividade de considerável impacto ambiental, seja pela extração de minérios
em áreas de captação do Karst, com deslocamentos de solo e subsolo, seja
pela quantidade de resíduos industriais.
Outro risco que ocorre é a exploração do aquífero em área urbanizada
como o centro de Almirante Tamandaré e em Tranqueira é o rebaixamento do
nível da água que já provocou afundamentos carsticos compostos de
subsidência e colapsos de solo, que surgem a partir do esvaziamento das
cavidades existentes.
Desde 1993, quando a Mineropar começou a cadastrar os acidentes
geológicos na RMC, ocorreram 20 colapsos na área do Karst. O maior colapso
ocorreu na região de Tranqueira, em Almirante Tamandaré. Ele possui um
diâmetro de 70 m e 30 m de profundidade. O colapso pode ter ocorrido devido
à retirada de água através de poços artesianos. A figura abaixo mostra as
dimensões do colapso.
Colapso em Tranqueira
Fonte: Gasparin, 2009.
O município esta diante de um dilema, pois precisa garantir o
abastecimento da população para as gerações futuras. Segundo os estudos
realizados pela Sanepar entre 2025 á 2035 o modelo atual atingira o máximo
de sua capacidade de extração de água.
Uma solução apontada pela Sanepar será a utilização da água do rio
Barigui para o abastecimento da região, mas para a utilização desse rio será
necessário a conclusão da rede de esgoto que foi programada para estar em
operação em dezembro de 2011. No entanto até junho de 2013 a obra não foi
concluída.
Infelizmente boa parte dos esgotos do município vão parar no rio Barigui,
pois como afirma (ARAÚJO 2005, p. 104):
Assim, em regiões onde há problemas de desigualdade e exclusão social, a questão social associada à sustentabilidade requer a implantação de políticas pública que atendam a ecessidades básicas, como educação, saúde e habitação, em condições dignas.
O crescimento da população de Almirante de maneira desordenada
passando de 15.299 em 1970 para uma população de 103.204 habitantes em
2010. A proximidade de Curitiba, lotes baratos, transporte coletivo e a
exploração mineral ao longo da Rodovia dos Minérios até a localidade de
Tranqueira. A falta de uma legislação de parcelamento do solo e legislação
ambiental até a década de 1990, favoreceram a ocupação de áreas de
fragilidade do karst.
Segundo (ARAUJO 2006, p 20) “[...] na década de 1990 o município
recebeu um grande número de pessoas que passaram a ocupar áreas
irregularmente, provocando um agravamento das questões sociais e
ambientais.”
A falta de conhecimento sobre a área do carste é observada ao instalar
um terminal de ônibus sobre a planície carstica no centro do município ao lado
do parque das dolinas.
Outro fator é que apenas 4,32% dos domicílios do município
possui ligação a rede geral de esgotos. O restante é distribuído em depositado
em fossa rudimentar 49,48%, fossa séptica 35,98%, valas 4,07%, diretamente
nos rios 3,49%. (COMEC 2002, p 17-6/10)
ATIVIDADE 01 - ANÁLISE DA PERPECTIVA DOS ALUNOS (Tempo
estimado: 04 aulas)
Objetivo: Coletar informações empíricas do educando sobre o aquifero Carste.
Procedimento metodológico
Para a realização desta atividade, a turma do 3º ano será dividida em
grupos com 6 alunos. Será entregue um questionário para que cada grupo faça
a análise de cada questão e através da interação entre os indivíduos
encontrem uma resposta que seja consenso do grupo. O professor nessa
etapa será apenas um mediador do conhecimento que os alunos têm a respeito
do Aquifero Carste.
Serão propostas três questões que estão listados no quadro a seguir:
Após responder as questões, os entregarão uma folha com as
respostas do grupo e ficarão com uma copia para assistirem os vídeos que
mostram a importância do aquifero para o abastecimento urbano, seu potencial
e sua fragilidade com relação a utilização do espaço urbano.
Para a apresentação dos vídeos será necessário a utilização do
projetor multimídia, caixas de som ou tv pen drive com os vídeos convertidos
para o formato MPEG. Os vídeos listados abaixo que serão exibidos em sala
de aula foram retirados do You Tube conforme mostra o quadro abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=c24uuC2mZWM AQUIFERO CARSTE
http://www.youtube.com/watch?v=uk3QuW_koJ8 PLANETA ÁGUA
http://www.youtube.com/watch?v=M8Obx_d5oA4 FORMAÇÃO DE UM AQUIFERO
1) O QUE VOCÊ CONHECE SOBRE O AQUIFERO KARST?
2) QUAL A IMPORTÂNCIA DO AQUIFERO KARST PARA O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE
TAMANDARÉ?
3) O AQUIFERO KARST ESTA RESTRITO APENAS AO MUNICIPIO DE ALMIRANTE
TAMANDARÉ?
Após assistirem os videos, ainda em grupo, os alunos deverão
acrescentar ou mesmo corrigir as suas afirmações sobre o Aquifero.
Em seguida serão confeccionados cartazes para apresentação e
debate para o grande grupo.
Com as respostas apresentadas pelas equipes aos demais membros
do 3º ano, o professor poderá avaliar o conhecimento prévio dos alunos, a sua
capacidade de reflexão e sintese diante da equipe montada e a capacidade de
avaliar as respostas elaboradas antes e depois de assistir o vídeo.
O professor poderá avaliar a construção do conhecimento do grupo
diante de novas informações.
As respostas serão essenciais para o professor preparar a próxima
aula onde serão abordados o processo de formação do Carste.
ATIVIDADE 02 (Tempo estimado 04 aulas)
O QUE É UM AQUIFERO?
Objetivo:
Aprofundar conhecimentos teóricos sobre o processo de formaçãodo Aquifero
Carste.
Procedimento metodológico
Colocar a definição de que um “Aquifero é toda formação geológica em
que a água pode ser armazenada e que possua permeabilidade suficiente para
permitir que esta se movimente”. (www.aguasparana.pr.gov.br) Colocada a
definição no quadro de giz, mostrar as classificações de aquifero livre ou
freático e confinado ou artesiano. Apresentar aos alunos que há classificação
relacionada ao tipo de rocha mostrada. Entre as classificações quanto ao tipo
de rohca encontramos os aquiferos carsticos que estão relacionados às rochas
carbonáticas em sua formação. Essas imagens podem ser mostradas
utilizando o projetor multimídia ou a tv pen drive.
Outro material de apoio que será utilizado é a apostila elaborada pela
Sanepar: Aquifero Karst, água subterrânea de qualidade, no qual trata a
preocupação da Sanepar e outros órgãos públicos e Prefeituras Municipais da
área do Karst em criar ações de preservação ambiental.
ATIVIDADE 03
(Tempo estimado 04 aulas)
ÁREAS DE OCORRÊNCIA DO CARSTE
Objetivos
Mostrar as áreas de ocorrência do Carste na RMC no município de Almirante
Tamandaré.
Mostrar as limitações em termos construtivos e de instalação industrial no
município devido a lei de zonemanento devido a fragilidade do solo e riscos de
contamminação do lençol freático.
Procedimento Metodológico
Com a utilização de mapas da Região Metropolitana de Curitiba (RMC),
mostrar as áreas de ocorrências do Aquifero Carste e o percecentual que é
utilizado para o abastecimento da população de cada município.
Com o mapa do município de Almirante Tamandaré localizar a região
onde esta situado o Colégio Angela Sandri e observar se ele esta na área de
influência direta do Carste.
ATIVIDADE 04
(Tempo estimado 04 aulas)
SITUAÇÃO DOS RECURSOS HIDRICOS DE ALMIRANTE TAMANDARÉ
Objetivo:
Expor a situação dos reservatórios de subterrâneos e rios do município.
Mostrar colapsos e dolinas que ocorreram devido a exploração do Carste.
Procedimento metodológico
Apresentar os dados da Sanepar, Suderhsa e Aguas do Paraná, os
quais trazem informações que o Carste representa 2,87% do território do
estado com potencial hidrogeológico de 8,9 L/s/km² (SUDERHSA, 2007). Ele
abrange os municípios da região norte de Curitiba. Em seguida projetar a figura
02 que representa a área de ocorrência do Carste no municipio de Almirante
Tamandaré.
Figura 02 Área de Influência do Aqüífero Karst, Município de Almirante Tamandaré. FONTE: Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré (2006) apud DOMAKOSKI, A. ; REZENDE, D. A. 2009
Além da utilização de mapas em várias escalas para localizar as áreas
de ocorrência do Carste, utilizaremos textos de apoio e imagens.
Utilizando a apostila da Sanepar e fotos, mostraremos os locais que
sofreram com o aparecimento de dolina e colapsos que ocorreram pelo uso da
agua subterrânea em nosso municipio.
Mostrar fotos da situação do rio Barigui em nossa região com áreas em
que o esgoto doméstico e residuos industriais vão parar no leito do rio,
salientando que o recurso disponível em nossa região esta sendo degradado
por falta de políticas públicas adequadas e conscientização da população de
que a escassez da água é um problema real e a conservação dos mananciais é
vital para que a população de nossa cidade.
Ao final da aula propor uma visita às áreas de nascentes do rio Barigui e
seguir partes do leito nos bairros de Areias e Tranqueira. Nesta aula de campo
os alunos poderão observar que o rio Barigui precisa de uma política que
priorize a sua conservação. Vamos explicar sobre a utilização de fossas
sépticas para as residências e a conclusão da rede de esgotos que reduziria
em muito a contaminação.
ATIVIDADE 05 (16 aulas)
BARIGUI: DA NASCENTE AO ESGOTO
Visitar as nascentes do rio Barigui, no bairro de Areias e seguir o leito
em direção ao bairro e Tranqueira e as áreas onde ele recebe o esgoto
doméstico.
Objetivos:
Conhecer o relevo e o leito do rio Barigui.
Enumerar os problemas relacionados a falta de saneamento básico do
município.
Refletir sobre a legislação do município, a realidade e a sustentabilidade do
meio ambiente.
Com relação ao desenvolvimento e a sustentabilidade (ARAUJO, 2005,
P 104), afirma que:
Assim, para se atingir os ideais de sustentabilidade urbana devem ser conjugados os interesses sociais e ambientais, baseados em políticas integradas, além de se considerar que, diante da multiplicidade de agentes envolvidos, não poderão ser deixadas de lado questões sociais, como a saúde, o emprego e a moradia.
Procedimentos Metodológicos:
Os alunos do 3º ano viistarão as nascentes do rio Barigui, observando
ao longo do curso do rio ás areas em que as valas de escoamento de água
pluvial acabam se tornando o escoamento de esgoto doméstico, pois os bairros
de Areias e Tranqueira não possuem a rede de esgoto concluida.
Para a realização dessa atividade utilizaremos como material, uma
maquina fotográfica, e um GPS, para marcar pontos de coordenadas das
nascentes e alguns pontos do curso para traçar um mapa do rio nesses bairros,
pois não há material acessivel nas pesquisas realizadas para a elaboração
desse material.
Os alunos deverão observar se há mata ciliar, as de construção que
estão próximos ao rio, a linearização do leito do rio a qual acelera o processo
de assoreamento e áreas que recebem esgoto sem tratamento das
residências.
Foto 01 e 02 - nascente do rio Barigui Fonte: José Maria Von Kruger
Foto 03 - Vala com esgoto lançado Foto 04 - rio poluido
Fonte: José Maria Von Kruger
Avaliação
Após a explanação e a visita, os alunos participarão de uma atividade
avaliatival, onde a turma será dividida em dois grupos. O professor entregará
um número a cada participante de cada equipe. Por exemplo, se cada equipe
possuir 15 elementos, os números entregues serão de 1 a 15.
Em seguida o professor apresentará uma placa com um número,
correspondente a um representante de cada equipe, alternando até que todos
os alunos participem.
As questões serão sobre a formação, a classificação, áreas de
ocorrências, potencial, fragilidade do sistema, potencial para o abastecimento,
riscos de contaminação e colapsos, terão três alternativas, sendo apenas uma
correta. Elas serão projetadas na tela com as alternativas: A, B e C. O tempo
máximo para o aluno responder será de trinta segundos. A cada resposta certa
a equipe marcará um ponto.
ATIVIDADE 06 (04 aulas)
PALETRA COM A EX-COORDENADORA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DE
ALMIRANTE TAMANDARÉ NA GESTÃO 2005 Á 2012. ELIZABETH DO
ROCIO GODKE
Objetivo:
Conhecer as ações municipais frente ao crescimento demográfico do
município e a necessidade de preservar os recursos hidricos do municipio.
Refletir sobre ações frente à necessidade de crescimento do município e a
fragilidade do Carste.
Entender porque o município não recebe o repasse de verbas referentes a
preservação dos mananciais.
Procedimento Metodológico
A palestra será realizada no Colégio Estadual Professora Angela Sandri
Teixeira direcionada aos alunos do 3º ano. Após a mesma os alunos
formularão questões sobre a política municipal para a preservação das áreas
de mananciais e a lei de zoneamento municipal e compreender o processo de
expansão urbana frente às restrições impostas pela necessidade de proteção
dos mananciais.
. Nessa entrevista será feito um balanço do que foi levantado no Fórum das
Águas em 2010, sobre os problemas de abastecimento atuais e futuros do
município. Que ações foram concretizadas, e o que pode ser feito para sanar a
falta de abastecimento para a próxima década. Essa entrevista tem como
objetivo de compreender o processo de expansão urbana frente às restrições
impostas pela necessidade de proteção dos mananciais.
Segundo (ARAUJO 2005), p 20 “O crescimento urbano e o
desenvolvimento econômico também geram alterações no meio físico, e um
dos recursos mais impactados é a água, a qual deve ser protegida visando à
manutenção da integridade global do ecossistema”.
ATIVIDADE 07 (04 AULAS)
ATIVIDADE COM A DISCIPLINA DE QUIMICA
Objetivo:
Estudar a composição química da água.
Compreender que a composição química da água esta relacionada com o tipo
de rocha onde se encontra o aquifero..
Entender o processo de tratamento nas estações da Sanepar.
Procedimento metodológico
Os alunos pesquisarão e trarão para a sala de aula descrição dos
rótulos de várias marcas de água mineral espalhadas por diferentes regiões e
vão comparar os diferentes teores de minerais presentes em cada marca.
Depois da comparação a professora de Química vai explicar sobre o processo
de dissolução dos minerais que fazem parte da água mineral. Nessa aula
também será explicado sobre o processo de tratamento utilizado pela Sanepar
em Almirante Tamandaré onde é retirada a água através de poços artesianos e
o processo utilizado em Curitiba onde a água é captada de rios.
Esta aula será um pré-requisito para a visita as estações de tratamento
da Sanepar.
ATIVIDADE 08 (Tempo estimado 16 aulas)
VISITA ÀS ESTAÇÕES DE CAPTAÇÃO E TRATAMENTO DA
SANEPAR EM TRANQUEIRA E NA SEDE DO MUNICÍPIO.
Objetivos:
Conhecer o processo e captação, análise e tratamento da água do município
de Almirante Tamandaré.
Conhecer a represa onde será captada a água do rio Barigui.
Procedimento Metodológico
Nesta visita os alunos conhecerão o processo de captação dos poços
artesianos de Tranqueira e da Sede do Município com o número de poços
existentes, qual o potencial de cada poço e quantos estão sendo utilizados
para o abastecimento do município atualmente.
Na sede os alunos vão conhecer as limitações da exploração nos poços
da estação de tratamento que ficam ao lado do Colégio Ambrósio Bini. O qual
no início da exploração teve como consequência rachaduras e interdição do
mesmo.
Nesta visita os alunos vão entender que a exploração dos recursos
naturais de forma racional como hoje, garante o abastecimento, pois com o
sistema de monitoramento e controle de vazão da Sanepar, o Colégio
Ambrósio Bini, não corre mais o risco de cair e atualmente passa por reformas
e voltará a funcionar no segundo semestre de 2014.
Na estação de Tranqueira os alunos perceberão que mesmo ela sendo
pequena, comparada com a estação sede, ela é responsável pela maior
quantidade de água que abastece o município, pois dois poços abastecem a
região de Tranqueira, Areias, Campo Grande, Venda Velha e Morro Azul. O
restante é transferido para a estação sede onde vai abastecer as demais
localidades do município.
Com o crescimento vegetativo da população de Almirante Tamandaré
será necessário encontrar outras fontes de recursos hidrico. Para resolver a
Sanepar está construindo uma represa para tratamento da água do rio Barigui.
Os alunos vão conhecer esta represa, seu potencial para o abastecimento do
município e o processo de tratamento, pois a água do Barigui é bastante
poluida e devido aos esgotos e outros poluentes que entram em contato com a
água.
.
Foto 06 Estação de Tratamento de Almirante Tamandaré Fonte: José Maria Von Kruger
Foto 07 – estação de tratamento de Tranqueira.
Fonte: José Maria Von Kruger
ATIVIDADE 09 (Tempo estimado 02 aulas)
RELATÓRIO DE VISITA DE CAMPO
Objetivos: Analisar como ocorre o processo de captação e tratamento da
água do Aquifero Carste.
Procedimento metodológico:
Reunidos na sala em dupla, de posse das anotações realizadas na visita
os alunos vão elaborar um relatório sobre os três lugares visitados e sua
impressão com relação a cada lugar.
Atividade 10 (04 aulas)
ATIVIDADE COM A DISCIPLINA DE MATEMÁTICA
Objetivos:
_Calcular a vazão dos poços artesianos do município e a disponibilidade de
água para a região.
_Calcular o percentual de água que será utilizada do rio Barigui para o
abastecimento da população.
_Como é feita a projeção do abastecimento frente ao crescimento vegetativo
da população do município.
ATIVIDADE 11 (04 aulas)
ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR COM A LÍNGUA PORTUGUESA.
Objetivos:
Produção de texto a partir dos dados coletados durante a implementação do
projeto de intervenção pedagógica.
Refletir sobre o tema e as ações que podem ser tomadas como cidadão.
Procedimentos metodológicos
A professora de Lingua Portuguesa vai orientar a produção de um texto
sintese sobre os levantamentos realizados durante a implementação do Projeto
de Intervenção Pedagógica. Este texto será utilizado como avaliação dos
resultados alcançados com o projeto na turma do 3º ano. Os textos serão
expostos no mural do Colégio para seren visualizados pelos demais alunos do
Colégio Estadual Professora Angela Sandri Teixeira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMIRANTE TAMANDARÉ. Lei Complementar n. 002 de 03 de outubro de 2006. Dispõe sobre o Código de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município de Almirante Tamandaré. Diario Oficial de Almirante Tamandaré, Almirante Tamandaré, 2006b;
ARANTES, V. A. A afetividade no cenário da educação. In Oliveira, Martha Khol de (org.). Psicologia, Educação e as Temáticas da Vida Contemporânea. São Paulo:Moderna, 2002. (Educação em pauta: Teorias e Tendências/ Ulisses F. Araujo)
ARAUJO, M, L, M A influência do aquifero carste em Almirante Tamandaré. Artigo Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (COMEC), Curitiba, 2002.
ARAUJO, M, L, M. A ocupação urbana em Almirante Tamandaré: um desafio a sustentabilidade. Dissertação de Mestrado (Pos-graduação em Geografia) – Setor de Ciências da Terra, Universidade Federal do Paraná (UFPR) Curitiba, 2005.
ARAUJO, M, L, M. A ocupação urbana em Almirante Tamandaré: um desafio a sustentabilidade. Artigo publicado na Revista Paranaense de desenvolvimento, n 116 p.101-116. Curitiba 2009
BERTOTTI, J. N. Descoberta cratera de 70 metros de profundidade em Almirante Tamandaré. Gazeta do Povo, Curitiba, 22 ago. 2007;
CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia 2 ed. São Paulo: Edgard Blucher,1980 188 p.
DOMAKOSKI, A. ; REZENDE, D. A. . Preservação do Aqüífero Karst e Crescimento Populacional: uma equação inversamente Proporcional no Município de Almirante Tamandaré - PR. In: VI Congresso Virtual Brasileiro de Administração, 2009, São Paulo. Anais do VI CONVIBRA. São Paulo : Editora do CONVIBRA, 2009. v. 1. p. 1-16. Acessado em 23/11/2013 www.convibra.com.br/ GASPARIN, DANIELE COSTACURTA A Importância do aquífero carstico em Almirante Tamandaré, Paraná, como recurso estratégico na gestão urbana regional. Dissertação de Mestrado (Pós-graduação) Gestão Urbana, Pontificia Universidade Católica do Paraná (PUC) Curitiba, 2009. Acessado em 29/06/2013 em www.biblioteca.puc.pr.br
LISBOA, A. A. Proposta de metodologia para avaliação hidrogeológica do aqüífero cárstico, compartimento de São Miguel. Curitiba, 1997. 137 f. Dissertação Mestrado em Geologia – Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná. OLIVEIRA, L. M. A gestão de riscos geológicos urbanos em áreas de carste. Curitiba: MINEROPAR, 1997. SELBACH S. et al. Geografia e didática – Coleção Como Bem Ensinar – Petrópolis, RJ. Vozes, p. 19-21. 2010.