Post on 29-Sep-2020
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Secretaria do Estado do Paraná Diretoria de Políticas Programas Educacionais
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE
UNIDADE DIDÁTICA
Título O Contestado e suas ressignificações: uma experiência em
sala de aula.
Autor Simoneli Sauer Colet
Disciplina/Área História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual Dr. Ovande do Amaral – Rio Negro - PR
Município do Colégio
Rio Negro
Núcleo Regional de Educação
Área Metropolitana Sul
Professor Orientador
Profª Drª Maria José Menezes Lourega Belli
Instituição de Ensino Superior
UTFPR
Relação Interdisciplinar
Resumo O presente material didático tem como objetivo contribuir
com o trabalho do professor em sala de aula na abordagem
do Contestado, que apesar da importância para a nossa
história no âmbito nacional e local, os materiais didáticos,
principalmente do Ensino Médio, abordam o tema de uma
maneira reduzida, passando a impressão de um
acontecimento com pouca importância na História do
Paraná e em consequência na História do Brasil. Este
trabalho está dividido em cinco temáticas, sendo elas: o
território, os moradores da região do Contestado, a
religiosidade, a República Velha e a guerra. Sendo que em
cada recorte temático foi sugerido variados
encaminhamentos metodológicos. A unidade didática
contempla também a avaliação diagnóstica muito
importante para se saber o conhecimento prévio do aluno.
O conteúdo é composto por fontes bibliográficas, fontes de
imagem e textos produzidos a partir de pesquisas. Assim,
esta produção não tem a pretensão de ser um resumo
sobre a Guerra do Contestado, porém visa contribuir com
possibilidades de reflexões e ressignificações do
Contestado.
Palavras-chave Contestado; Cultura; História local e Ressignificações
Formato do Material Didático
Unidade Didática
Público Alvo Alunos da terceira série do Ensino Médio
Simoneli Sauer Colet
O Contestado e suas ressignificações: uma experiência em
sala de aula
Produção didático-pedagógica apresentada à Secretaria de Estado da Educação - SEED, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, segundo período do Plano Integrado de Formação Continuada em parceria com a UTFPR, sob a orientação da professora Drª Maria José Menezes de Lourega Belli
Curitiba – PR
2013
a) Apresentação
HISTÓRIA E MEMÓRIA: EXPERIÊNCIAS EM SALA DE AULA.
A motivação em desenvolver esta proposta de trabalho passa
primeiramente em convidar o aluno a participar das aulas de História e se
integrar como membro da turma por meio das relações de ensino-
aprendizagem. Deste modo, destaca-se o sentimento de pertencimento em um
grupo que no dia-a-dia escolar realizará estudos sobre o Contestado.
Nesta perspectiva o professor em sala de aula estabelecerá
compromissos em desenvolver conteúdos por meio de recursos didáticos e
metodológicos. O acordo de trabalho coletivo criará condições favoráveis e
necessárias para o desenvolvimento do plano de ensino que passará a contar
com a participação dos educandos seja para discutí-lo, efetivá-lo e até mesmo
modificá-lo. Este processo de transformar o saber ensinado em saber
aprendido supera a prática da simples transposição didática do saber erudito
que consta nas ementas.
No espaço escolar ocorre o envolvimento de grupos de trabalho
integrados em um conjunto de experiências que materializam o saber
acadêmico, o saber prévio que o aluno apresenta e o saber desenvolvido pelo
professor num contínuo processo pedagógico comprometido em promover a
autonomia deste aluno. Por meio deste ambiente de aprendizagem, os sujeitos
participam propondo e desenvolvendo atividades que os capacitem em
relacionar as suas memórias individuais com o contexto social, aonde ocorre e
se efetiva a memória coletiva. Nestas variadas formas discursivas às
representações sociais são entendidas e criadas, sedimentando uma topografia
cultural.
Deste modo, a construção do conhecimento passa pela coesão e
motivação do grupo que é estimulado a interagir com várias formas de
narrativas, de modo a gerar um espaço de circulação e criação do
conhecimento.
O desafio é tornar o ensino de história um espaço de fronteira, um lugar
em que sejam claramente definidos os sujeitos e suas contribuições. Estas
demarcações não tem o sentido de separação professor e aluno, conhecimento
erudito do conhecimento escolar, mas uma definição nas formas de como se
dará às participações destas referências de modo a criar um lugar de encontro
e recriação.
O ensinar e aprender a história exige dos atores a prontidão de percorrer
a produção historiográfica com uma postura indagadora a fim de buscar
problematizar e identificar os significados que emergem nesta aproximação
dialógica. Deste modo, o ensino de história é um lugar de fronteiras conectadas
no próprio processo de formação da memória coletiva.
Vivenciar estas experiências possibilita vitalizar o passado, suscitar
indagações sobre o que é dito e seus múltiplos sentidos, o quê pode ou não
ser dito e sobre a presença do silêncio como gerador do esquecimento.
Transitar por estas preocupações abre a possibilidade em se demarcar
caminhos de investigação e interpretação. O objetivo é tornar a produção em
sala uma contribuição que venha a se agregar ativamente na ação continuada
em tecer uma complexa rede de conhecimentos reveladores de formas
culturais onde memória e história conectam-se.
Nesta perspectiva, o professor terá o importante papel de instigar o seu
aluno a compreensão de sua própria história já que este sujeito possui uma
memória histórica coletiva de seu ambiente social.
Por essa razão, a presente produção didática, tem a pretensão de
trabalhar o conteúdo estruturante, definido pela proposta curricular do Estado
do Paraná, a partir do conteúdo específico da Guerra do Contestado (1912-
1916).
Esse ambiente do Contestado na cidade de Rio Negro - PR também foi
cenário das rivalidades entre Paraná e Santa Catarina que integrou múltiplas
condições como: a disputa de terras devolutas, a expulsão das populações
locais por parte da República, a “modernização” por meio da Brazil Railway
Company e as práticas messiânicas, sendo que essas tensões culminam na
então intitulada Guerra do Contestado.
A relevância desta abordagem está justamente em levar o aluno, morador
da região, a compreender o seu próprio ambiente social já que este sujeito se
depara com os vestígios históricos e não possui determinada clareza para
associá-los e também para compreendê-los.
Entretanto, pretendemos motivar o aluno para uma compreensão do
espaço, enquanto paisagem que se modifica através das práticas sociais.
Neste contexto dinâmico, enfatizaremos o longo processo de rivalidades entre
as comunidades locais e as autoridades que desejavam construir a ferrovia e
delimitar fronteiras estaduais.
Por fim, buscaremos compreender os sentidos que esses
acontecimentos tiveram no passado e assim analisaremos a existência de
permanências e ou ressignificações das tradições e do projeto republicano na
cultura e na paisagem local.
Maria José e Simoneli
b) Ações previstas
1º Momento: Investigar através de uma pesquisa diagnóstica e a partir
de imagens do cotidiano da cidade de Rio Negro e de Mafra as várias formas
de saber /compreensões ou percepções que os alunos da terceira série do
Ensino Médio possuem sobre o Contestado, bem como, verificar se o
Contestado é de alguma maneira representada na vida cotidiana dos
estudantes. Integrar neste processo inicial de aproximação com o conteúdo e
questões conceituais.
2º Momento: Desenvolver a construção do pensamento histórico
problematizando os interesses geradores de coesão e rupturas no contexto do
Contestado. Para isso, a investigação parte de fontes históricas, explanação
bibliográfica e participação dos alunos desenvolvendo pesquisas, fazendo
reflexões, criando materiais e produzindo narrativas históricas.
3º Momento: Fazer uma aula de campo visitando locais de Rio Negro e
Mafra, para identificar o patrimônio cultural pertinente ao Contestado nas duas
cidades irmãs e buscar compreender junto aos alunos como esses referenciais
se ressignificam.
4º Momento: Fazer uma visita ao Museu do Contestado localizado na
cidade catarinense de Três Barras para problematizar as fontes naquele local
existentes sobre o Contestado.
5º Momento: Avaliar a participação e a apropriação do conhecimento
por parte de cada aluno envolvido no processo de ensino e aprendizagem,
buscando mapear e analisar como o aluno desenvolveu o conhecimento
histórico.
6º Momento: Socializar as produções realizadas ao longo das ações
previstas com todos os alunos da escola e a comunidade escolar, mais
especificamente em uma mostra de trabalhos e na web por meio do blog da
escola. No final da implementação do projeto, a pesquisa diagnóstica ganhará
novas preocupações, já que o aluno terá a oportunidade de avaliar o seu
próprio envolvimento no processo de aprendizagem. Assim, a proposta para o
aluno é a de realizar a autoavaliação, que fará com que ele reflita sobre o seu
desempenho e envolvimento promovendo um processo de aprendizagem
continuada.
c) Desenvolvimento
O local, o global e a construção das identidades
Ensinar e aprender a história local e do cotidiano é parte do
processo de (re) construção das identidades individuais e coletivas, a meu ver,
fundamental para que os sujeitos possam se situar, compreender e intervir no
espaço local em que vivem como cidadãos críticos.[...] O local e o cotidiano da
criança e do jovem constituem e são constitutivos de importantes dimensões do
viver – logo, podem ser problematizados, tematizados e explorados no dia a dia
da sala de aula, com criatividade, a partir de diferentes situações, fontes e
linguagens. Assim, o ensinar e o aprender História não é algo externo, a ser
proposto e difundido com uma metodologia específica, mas sim algo a ser
construído no diálogo, na experiência cotidiana, em um trabalho que valorize a
diversidade e a complexidade de forma ativa e crítica. A memória das pessoas, da
localidade, dos trabalhos, das profissões, das festas, dos costumes, das práticas
políticas está viva entre nós. Nós professores, temos o papel de junto com os
alunos auscultar o pulsar da comunidade, registrá-lo, produzir reflexões e
transmiti-lo a outros. A escola e as aulas de História são lugares de memória, da
história recente, imediata e distante.
(FONSECA, 2009, p. 123 e 125)
a) Responda as questões propostas na pesquisa a seguir:
Pesquisa diagnóstica para alunos da terceira série do Ensino Médio
Nome:______________________________________ Idade________
Tema da pesquisa: O Contestado
1.Você já ouviu a palavra Contestado?
( ) Sim ( ) Não
2.Você sabe o significado desta palavra?
( ) Sim Qual?____________________________________________
( ) Não
3.Você sabe alguma informação sobre a Guerra do Contestado?
( ) Sim Qual?_______________________________________________
( ) Não
4. Você sabe o que é um monge?
( ) Sim Defina:____________________________________________
( ) Não
5.Você já ouviu falar no monge João Maria?
( ) Sim ( ) Não
6.Você já viu alguma imagem do monge João Maria?
( ) Sim Onde?______________________________________________
( ) Não
7.Sua família conhece algo sobre o monge João Maria?
( ) Sim O quê?_______________________________________________
( ) Não
8.Sua família ou você sabe algo sobre o batismo na fonte ou na cruz de “São
João Maria”?
( ) Sim O quê?_________________________________________________
( ) Não
9.Sua família já buscou auxílio em benzedeiras?
( ) Sim Para quê?__________________________________________________
Atividade 1 – Pesquisa Diagnóstica
( ) Não
10.Você conhece algum local da cidade de Rio Negro ou da cidade de Mafra
que tenha algum vestígio do conflito do Contestado?
( ) Sim Qual? ______________________________________________________
( ) Não
11.Você sabe se a História de Rio Negro tem alguma relação com a Guerra do
Contestado?
( ) Sim Qual?_________________________________________________________
( ) Não
12.Você já leu algo sobre o Contestado?
( ) Sim O quê?__________________________________________________________
( ) Não
13. Você já estudou a Guerra do Contestado na escola?
( ) Sim Em qual área do conhecimento?_________________________________
( ) Não me recordo
( ) Nunca
14. A pesquisa diagnóstica buscou levantar os conhecimentos adquiridos por
você e agora desejamos registrar a sua contribuição através de colocações,
dúvidas e curiosidades. Desta forma, será possível rastrear e mapear os
caminhos para que se efetive o compromisso em desenvolver
democraticamente o processo de produção do conhecimento.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Após a realização da pesquisa o professor deverá
tabular os dados para categorizar as respostas
considerando o conhecimento prévio de seus alunos
sobre o tema proposto!
Fontes iconográficas
No entanto, o professor deve estar atento para tratar as fontes
iconográficas com as devidas distinções, respeitando as fronteiras, as
características próprias de cada linguagem. E, este caso, é muito
importante não confundir uma representação do real com o real em si.
Uma fotografia como fonte histórica, por exemplo, deve ser analisada como
uma produção, fruto do trabalho de um sujeito que seleciona, recorta ações
, ângulos, cores, objetos e, utilizando-se de recursos tecnológicos fotografa
não o que se vê, mas como vê. Portanto, uma fotografia é fruto de
determinado contexto e condições técnicas de produção. Ela traz em si
lacunas, silêncios, recortes, evidências. Como toda fonte histórica, é uma
representação do real, e não a verdade absoluta da História, o espelho fiel
da realidade.
(FONSECA, 2009, p. 189 e 190)
Atividade 2 – Análise de imagens
Imagem 1
Ponte Metálica Dr. Diniz Assis Henning Foto: Simoneli S. Colet
Imagem 2
Monumento em comemoração aos 70 anos do “Acordo de Limites” entre os Estados do Paraná
e Santa Catarina (1916-1986), localizado na entrada da ponte Coronel Rodrigo Ajace que liga o
município de Mafra ao município de Rio Negro. Foto: Simoneli S. Colet
Imagem 3
Placa comemorativa que faz parte do monumento da imagem 2 em comemoração aos 70 anos
do “Acordo de Limites”. Foto: Simoneli S. Colet
Imagem 4
Cruz do Monge
João Maria -
localizada na
Praça Hercílio
Luz em Mafra.
Foto Simoneli
S. Colet
Imagem 5
Imagem do monge “São João Maria” (Autor desconhecido). Acervo particular de João Soares
Reflexão
a) Reconheceu alguma dessas imagens?
b) Pense se as imagens fazem parte do seu cotidiano.
c) Reflita se essas imagens possuem alguma ligação com o passado.
d) Redija um texto de aproximadamente 10 linhas, que evidencie
sua reflexão a cerca das imagens.
e) Como desfecho da reflexão, cada aluno deverá socializar a sua
produção no grande grupo.
Partindo das produções prévias estabelecidas pelos alunos, o professor
deverá construir uma intervenção pedagógica, fundamentada em
autores da historiografia de referência sobre o Contestado. Assim o
professor precisará fazer uso de fontes históricas, de parte de textos
teóricos e de narrativas históricas que dialoguem entre si com o objetivo
de instrumentalizar seus alunos.
Na sequência será apresentada uma proposta para se trabalhar o
“Contestado” em sala de aula, lembrando que o material produzido
pode ser adaptado de acordo com a realidade local e da necessidade
do professor, bem como de seus alunos!
Contestado?
Você já ouviu esta palavra?
Você sabe o que ela significa?
Você sabe como os conflitos do Contestado
se fizeram presentes na História de Rio Negro e
como ainda impactam o cotidiano desta
cidade?
No ensino da História, problematizar é, também, construir uma
problemática relativa ao que se passou com base em um objeto ou conteúdo que
está sendo estudado, tendo como referência o cotidiano e a realidade presente
dos alunos e do professor. Para a construção da problemática, é importante levar
em consideração o saber histórico produzido e, também, outras formas de
saberes, como aquele difundo pelos meios de comunicação.
(SCHMIDT E CAINELLI, 2010, p.56)
1. O TERRITÓRIO
Fonte 1
Nilson Thomé - historiador e autor de vários livros sobre o Contestado nos
chama a atenção sobre a complexidade do termo “Contestado” atribuindo os
seguintes significados geográficos:
Território Contestado: É toda a ampla área geográfica no tempo presente
integrante das regiões do Sul e Sudoeste do Estado do Paraná, e do Norte e Oeste
do Estado de Santa Catarina, que foi objeto da “Questão de Limites entre Paraná
e Santa Catarina”, tendo por limites: ao Norte, os rios Negros e Iguaçu; ao Sul, os
rios Canoas e Uruguai; a Leste, ora a Serra Geral; e a Oeste, a fronteira do Brasil
com a Argentina.
Contestado Paranaense: Envolve os municípios do Estado do Paraná existentes
no tempo da Questão de Limites, que cederam territórios para o Estado de Santa
Catarina, de Rio Negro, Três Barras, Itaiópolis, Timbó e Porto União da Vitória
(no atual Planalto Norte Catarinense). Congrega também a área Sudeste do
Município de Palmas (a Oeste do Rio do Peixe), onde nasceram Cruzeiro, em 1917,
Concórdia, em 1934, e demais municípios deles desmembrados, na parte anexada
a Santa Catarina.
Contestado Catarinense: Envolve os municípios catarinenses existentes até
1917, de Curitibanos, Campos Novos, Canoinhas e parte de Lages, os municípios
criados no território anexado, em 1917, de Mafra e Porto União, mais Itaiópolis
(1919) e o município criado em 1934, de Caçador e, também todos os distritos
destes municípios, que depois, foram desmembrados para formarem novos
municípios.
(THOMÉ, 2002, p. 19 e 20.)
Fonte 2
Mas por que “Contestado”?
A questão dos limites entre Santa Catarina e Paraná – que permeia a
Guerra do Contestado e lhe confere o título – tem seu início em 1853, quando os
paranaenses, desmembrados da Província de São Paulo, procuram firmar a posse
sobre as terras do oeste barriga-verde, alargando seu já mais extenso território.
Entre os dois contentores, nas respectivas capitais, as rixas vão se arrastando
através de medidas de ordem puramente de retórica política (vez por outra
entremeadas de fatos concretos, tais como a derrubada de pontes, envio de
destacamentos policiais e a criação de estações fiscais em áreas sob litígio). A
imprensa de Curitiba e Florianópolis com o passar do tempo, vai abrindo espaços
para entreveros verbais, acirrando os ânimos dos “representantes do povo”. Na
realidade, para esse povo, numericamente reduzido e espalhado pela área em
contenda, nada significava o fato de pertencer a Santa Catarina ou ao Paraná.
Diante das limitações da sua vida cotidiana, o Estado inexistia.
(AURAS, 2001, p.25 e 26)
Questão de Limites
Na dinâmica do espaço geográfico brasileiro, observamos
disputas territoriais iniciadas no século XV com o Tratado de
Tordesilhas e no século XVI na criação das Capitanias
Hereditárias, sendo que nesse período a ambição pela posse da
terra envolvia diretamente os povos ibéricos, ignorando e
massacrando os povos nativos existentes na região.
No século XVIII, mais precisamente em 1723 foi criada a
Comarca de Paranaguá, com limite de Santa Catarina pelos rios
Negro e Iguaçu. Em 1738 foi criada a Capitania de Santa
Catarina, desmembrada de São Paulo. O Estado do Paraná
continuou integrado a São Paulo até 1853, quando obteve sua
elevação a categoria de Província pela Lei nº 704, de 20 de
agosto, porém a lei não garantiu a limitação exata das fronteiras.
O Brasil tinha ainda problemas de fronteiras com a
Argentina, que reclamava desde 1881, o território que envolvia os
rios Chapecó (atual Santa Catarina) e Chopim (no Paraná), onde
se localizavam os campos de Palmas. A Questão de Palmas foi
decidida em 1898, favorável ao Brasil.
Ainda no final do século XIX, com a incorporação de
Palmas e a indefinição das fronteiras, fez surgir a Questão do
Contestado, ou seja, de terras contestadas, entre os Estados do
Paraná e Santa Catarina.
O Estado catarinense a partir do Conselheiro Manuel da
Silva Mafra solicitou ao Supremo Tribunal Federal, a posse das
terras contestadas, que deu ganho de causa para Santa Catarina
em 1904. O Estado paranaense contestou novamente, mas em
1909, uma nova decisão favoreceu Santa Catarina, sendo em
1910 a decisão foi sustentada pelo Supremo Tribunal Federal. Mas
o conflito entre os dois Estados ainda continuou até mesmo após
o desfecho da Guerra do Contestado, em 1916, quando um
acordo foi assinado, sendo que o Paraná perdeu uma grande
parte de seu território para Santa Catarina.
Fonte 3 – Mapa da região Contestada
In: AFONSO, Eduardo José. O Contestado. São Paulo. Ática, 1994, p. 20.
Fonte 4
Passados 100 anos do início da maior Guerra Civil Camponesa brasileira, se
faz necessário entender os altos índices de miséria na região onde ela aconteceu.
Tal assertiva se baseia e são visíveis por meio de dados públicos emitidos por
órgãos federais e estaduais, que traçam “um retrato regional” e que revelam que
tanto a população urbana quanto a rural apresentam baixos índices de qualidade
de vida se comparado com outras regiões de Santa Catarina e do Paraná.
(LUDKA e FRAGA, 2012, p.80)
a) Com o auxílio do dicionário redija a definição da palavra
Contestado.
b) Selecione e pesquise o significado das palavras que aparecem
nas fontes e que você desconhece.
c) Descreva como as fontes 1, 2,3 e 4 apresentam a representação
do território contestado.
d) A partir das análises das fontes 3 e 4, realize uma pesquisa na
web, destacando os município que se emanciparam a partir do
desfecho da Guerra do Contestado (1912- 1916). Após selecione
um município e descreva a sua condição socioeconômica na
atualidade. Com o término da pesquisa, no dia marcado pelo seu
professor socialize suas conclusões com a turma.
Sugestão de link para a pesquisa: http://www.ibge.gov.br/home/
e) A fonte 2 aborda a questão do pertencimento dos sujeitos
envolvidos no conflito. E você já se deparou ou ouviu a palavra
“RioMafra”? Na opinião por que essa expressão é utilizada no
nosso cotidiano? Você se declara mais paraense ou catarinense?
Registre sua resposta e como o auxílio do professor promovam um
debate sobre a questão do pertencimento na atualidade.
Atividade 3 – trabalho com as fontes
É importante observar que em determinados momentos a
análise dos documentos pode ser mais abrangente e se faz
necessário ampliar as pesquisas, ficando a critério do
professor o recorte do tema.
2. OS MORADORES DA REGIÃO DO CONTESTADO
Povoamento
Toda essa complexa e tensa rede de interesses que foi o
Contestado impactou os moradores que ali viviam há muito tempo.
A população mais antiga na região do Contestado que se tem
registro, é da tribo Kaingang, entre outros nativos como os Xokleng e
os Guarani. Apenas nos séculos XVII e XVIII, passaram a circular na
região, aventureiros e tropeiros que precisavam fazer paradas
devido à exaustiva viagem do Rio Grande do Sul a São Paulo,
originando assim pequenos povoados. A partir de meados do século
XIX, muitos gaúchos abandonaram suas terras diante da longa
Guerra dos Farrapos (1835-1845) onde ricos estancieiros lutaram para
defender o preço do charque a República Piratini. Quando da
eclosão Revolução Federalista (1893 a 1895), que se opunha ao
governo centralizador, a inserção dos riograndenses na região foi
uma constante e se ampliou impactando por exemplo a Lapa e
Curitiba, do Marechal Floriano. Ainda neste período chegaram às
primeiras levas de imigrantes europeus como os germânicos, os
italianos, os eslavos, os franceses, os judeus, os árabes, entre outras
etnias.
Fonte 1
No território dos índios Xokleng, Guarani e Kaingang, junto ao núcleo de
trabalhadores contratados para a abertura e conservação da Estrada da Mata,
em 1829 chegou uma leva de imigrantes europeus. À população do local, que
tinha raízes portuguesas, agregou-se essa, procedente da região do Trier, na
Prússia Ocidental. E a localidade, às margens do Rio Negro, ganha um novo
elemento na tessitura de sua formação.
PINTO E PORTES, 2011. p. 21. In VITECK (org.)
Fonte 2
Caboclo Pardo: O Homem do Contestado
A denominação de “caboclo” na Região do Contestado abrangia vários
tipos humanos, desde o branco (lusitano ou castelhano), o índio (Tupi-
Guarani,Kaingang e Xokleng), o negro (escravo africano), o mameluco (da
mesclagem do banco com o índio), o cafuso (descendente do cruzamento do
negro com o índio), ou o produto final das misturas de todas essas etnias entre si
com suas características próprias, que tornavam inconfundível onde quer que se
apresentasse.
Caboclo, originalmente, era o cidadão do Planalto Catarinense, desde o
século passado proletário do campo, do sertão e da roça; era o sertanejo, o
caipira, matuto e acanhado, lento no pensar e no falar, bastante místico, homem
desconfiado. Face queimada pelo sol, mãos calejadas pelo trabalho, desajeitado
no andar, afeiçoado a caça e a pesca, de pele pardacenta, nele corria o sangue do
alegre afeito, trabalhador e justo negro escravo; do bravo, indolente e sempre
temido guerreiro indígena; e tinha dentro de si o alto sentimento de justiça, do
bem, e do coletivismo dos desbravadores e povoadores. Assim era o caboclo do
Contestado, que desde os primórdios guardava para si suas virtudes e seus
defeitos. Era corajoso, instintivo e violento, aos mesmo tempo em que era franco,
leal e honrado.
(THOMÉ, 1992. p.19 e 20)
Fonte 3
De fato, quase toda a população da região contestada era proveniente,
majoritariamente, do Paraná, principalmente de Palmeira, Lapa, e São José dos
Pinhais, pertencentes à região dos Campos Gerais – onde tinha sofrido todo tipo
de expropriação e grilagem -, ou descendia de lavradores que procuram novas
terras. Estes habitantes procuravam terras devolutas mais distantes com o intuito
de levar a paz, com o mínimo de segurança e conforto. Curiosamente, apesar de
sua origem paranaense, a maioria dos lavradores simpatizava com o pleito
catarinense sobre a região. Afastar as fronteiras paraenses significava ganhar
distância do poder direto dos coroneis (...)
(MACHADO, 2004.p. 135)
Fonte 4
O habitante da região do planalto contestado mantinha um modo de vida
que dependia da agricultura, da criação de animais e da exploração das matas.
Após realizar o apossamento da terra, ali construía seu rancho com as próprias
mãos e com a madeira de seu terreno. Nos fundos constituía uma pequena roça
cabocla, com variadas culturas, o que lhe assegurava certa porção de alimento
durante praticamente todo o ano, juntamente com algumas espécies de árvores
frutíferas que suplementavam sua alimentação. Criava alguns pequenos animais –
galinhas e porcos – ao menos uma vaca para tirar o leite e mais algum cachorro
de estimação para ajudar na caçada e na lida com os animais. Mantinha uma
arma, se possível um rifle winchester, para a caça abundante, a proteção de sua
posse de sua honra e de sua vida.
(TOMPOROSKI, 2012. p.21. In Colóquios)
Fonte 5
A moradia não passava de um tosco rancho de taboas rústicas, ou de
treliças de palha e barro, deixando muitas frestas, sem pintura, sujo e enegrecido,
por fora pelo tempo e Por dentro pelo sapecar da erva, coberto de taboinhas ou
folhas de palmeira e taquara ou couro de boi, janelas sem vidros. Geralmente
construídas em baixadas onde havia água natural, no interior da habitação havia
uma ou duas divisões, banheiros nem pensar, muitos enfeites na paredes,
cadeiras de palha e bancos de pau, camas conjuntas, tramelas nas janelas, arma
atrás da porta. Alí, ele revelava grande hospitalidade e generosa amizade, onde
nunca faltava o café ou o chimarrão.
(THOMÉ, 1992.p. 22)
Cinema
Tanto os filmes chamados documentário como os ficcionais constituem
importantes fontes de estudo da História. Porém, devemos estar atentos à
linguagem própria da cinematografia, que não tem compromisso com a
historiografia. Os filmes, mesmo aqueles chamados “históricos” ou
“documentários”, não podem ser confundidos com obras historiográficas. Logo
exigem de nós postura crítica e problematizadora, assim como em relação às
demais fontes históricas. Vários autores têm abordado as possibilidades
metodológicas, as vantagens e os problemas da incorporação do cinema no
ensino de História.
(FONSECA, 2009.p.198)
As fontes 1,2, 3, 4 e 5 apresentam um recorte sobre os sujeitos do
Contestado, evidenciando as formas de sociabilidade do caboclo no
final do século XIX. Nesta abordagem, se faz necessário que o aluno
compreenda quem era esse sujeito que habitava as terras contestadas
e analise se existem permanências e /ou mudanças desse sujeito na
contemporaneidade. Além do trabalho com fontes escritas é pertinente
que se trabalhe também com cinema na sala de aula, motivando o
aluno com diferentes práticas pedagógicas.
É importante salientar que o Contestado possui representações
nas produções cinematográficas. A sugestão aqui apresentada, para o
Atividade 4 – Trabalho com filme
trabalho com os sujeitos do Contestado é o documentário “Os meninos
do Contestado”, disponível no Portal dia a dia educação do Paraná.
Título: Os meninos do Contestado
Ano de produção: 2012
País: Brasil
Direção: Leonencio Nossa e Celso Júnior
Abordagem:
A Guerra do Contestado (1912-1916), ocorrida na divisa entre Santa
Catarina e Paraná no início do século 20, foi considerada a maior rebelião civil do
País do século. Para recontar a Guerra do Contestado (1912-1916), o repórter
especial da Agência Estado Leonencio Nossa e o repórter fotográfico Celso Júnior
consultaram 13 caixas de documentos militares produzidos durante o conflito.
Mais de dois mil papéis e 87 fotografias foram reproduzidos.
Foi com base na análise do acervo militar, em especial no olhar das crianças
prisioneiras retratadas em antigas fotografias, que a reportagem do jornal
percorreu cidades e povoados de Santa Catarina e do Paraná, num total de 8,5 mil
quilômetros de estradas, para colher a versão cabocla da história e conhecer o
legado deixado pelo conflito. Remanescentes da revolta e descendentes de
rebeldes que lutaram contra os militares dão sua versão ou apresentam o
imaginário popular dos fatos descritos em documentos militares. Eles falam
também da vida atual. As impressões sobre a realidade do Contestado e a coleta
de histórias orais foram obtidas em cem dias de trabalho de campo, além da
análise das ações e repasses de verbas do governo para as cidades da região.
Link: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=5994
Acesso em 13/11/13
Para complementar o documentário com imagens a sugestão é acessar o link:
http://blogs.estadao.com.br/olhar-sobre-o-mundo/meninos-do-contestado/
Acesso em 13/11/13
Problematizações a partir do documentário – Os meninos do
Contestado:
a) Quem são os sujeitos entrevistados no documentário?
b) Nos relatos desses sujeitos o que mais lhe chamou a atenção?
c) Quais as condições sociais desses sujeitos na atualidade?
d) Por que o repórter chama o território de “terra maldita”?
e) A partir dos apontamentos realizados no documentário apresente
pelo menos duas permanências após os 100 anos do conflito do
Contestado.
f) Em sua opinião são evidentes mudanças daquele momento para
a atualidade? Justifique sua resposta.
g) Justifique o título atribuído ao documentário.
A sugestão é que primeiramente os alunos respondam
individualmente as problematizações, após sejam divididos em
equipes com até cinco componentes e debatam entre si as
respostas. Como desfecho da atividade o professor deverá
estabelecer que cada grupo escolha um orador que
apresentará as respostas do grupo para toda a turma.
O cineasta brasileiro Sylvio Back (1937) – produziu dois filmes
sobre o Contestado:
- A Guerra dos Pelados (1970) e
- O Contestado – Restos Mortais (2012).
Vale à pena conferir!
3. A RELIGIOSIDADE
Os caboclos matutos que habitavam a região contestada eram
em sua maioria pessoas simples desprovidos de direitos, acuadas pelo
coronelismo e mergulhadas em uma pobreza em todos os sentidos.
Buscavam então apoio na religiosidade, uma vez que as ações da
República recém criada, não atingiam esta população.
Fonte1
(...) reinante, a religião é o único apanágio do sertanejo: frente à insegurança e à
violência do cotidiano, ela traz a proteção das forças sagradas; frente à
impossibilidade de articular respostas coerentes e abrangentes às contradições
vividas, ela apresenta um conjunto de certezas fundamentais. Face a um contexto
histórico que procurava negar até o estatuto de homem ao sertanejo.
(AURAS, 2001. p.48 e 49)
Porém, essa religião, não estava vinculada oficialmente a
instituição católica, que por sua vez estava limitada a poucas paróquias
com um número reduzido de padres para atender toda a população
em um espaço geográfico abrangente.
Assim, surgiram peregrinos, que eram curandeiros, benzedores e
puxadores de reza, chamados de monges, assim três monges
influenciaram significativamente o povo da região do Contestado
sendo eles: João Maria de Agostini, João Maria de Jesus e José Maria.
Entretanto, na cidade de Rio Negro, a primeira evidência do monge
que se tem registro data do ano de 1851.
Fonte 2
Depois de sua estada na Lapa, o monge João Maria esteve em Rio Negro –
PR e Mafra – SC, às margens do Rio Negro, que divide os Estados do Paraná e
Santa Catarina. Em Mafra, o Monge – assim como tinha feito em outros lugares -
edificou cruzes, uma das quais resistiu à erosão do tempo, e hoje é conservada e
preservada das intempéries num tipo de capelinha, localizada na atual praça
Hercílio Luz.
(FACHEL, 1995.p. 33)
Tanto na cidade de Rio Negro como na cidade de Mafra, existem
cruzes que são vestígios da passagem do monge por essas terras. Na
localidade rural de Roseira, em Rio Negro- PR está uma destas cruzes,
que os moradores afirmam ter sido o paradeiro do monge João Maria a
mais de cem anos. A propriedade é particular e pertence a Sra. Nilce
Ribysky, porém o local está aberto para toda a comunidade que
costuma frenquentar a “cruzinha” (como é chamada pela população
local). São muitos os peregrinos que vão até a cruz, principalmente para
realizar o batismo, fazer e pagar promessas. Ao longo do tempo a cruz
de madeira foi sendo substituída e reformada, recentemente recebeu
uma capelinha com a imagem de Nossa Senhora Aparecida e uma
imagem do monge (ver imagem 6). Por tanto, os vestígios existem, mas
ainda pairam dúvidas sobre a verdadeira identidade do monge ou dos
monges que fixaram as cruzes em RioMafra. Mas, o fato é que a
população não está preocupada com a verdadeira identidade do
monge e sim com a fé, que é o elo entre o sujeito do contestado e o
cidadão do riomafrense do século XXI. Esta permanência da crença
fica ainda mais evidente em conversa com pessoas mais idosas das
comunidades. Pois, muito elas tem para relatar sobre o monge “São
João Maria”, bem como histórias cotidianas, profecias e orações.
Imagem 6
Imagem da Cruz de “São João Maria” na propriedade de Nilce Rybinsky em Roseira (Rio
Negro). Foto Simoneli S. Colet
Imagem 7
Imagem do monge “São João Maria” (autor desconhecido) Acervo particular de Maria da Glória
Foohs. Esta imagem é comum de ser encontrada nas residências de RioMafra.
Fonte 5
A figura lendária de João Maria tornou-se a animadora messiânica dos
incultos caboclos. O monge, tenha sido um ou mais, era tido como imortal,
ficando sempre na mente de cada família por ele visitada em suas andanças, a
esperança da volta, a convicção de que ele se retirava para orações e logo surgia
de novo em outro lugar. Sua marca era uma cruz de cedro que plantava nos
pousos, ao redor da qual os caboclos se reuniam para cantar e rezar. As cinzas de
suas fogueiras eram recolhidas e guardadas com patuás. As profecias, as curas
tidas como milagres, corriam o sertão. Quando desapareceu, ficou a expectativa
de que “desencantaria”... e voltaria.
(THOMÉ, 1992.p. 73)
Imagem 8
Imagem do monge “São João Maria” (autor desconhecido). Acervo particular de Maria da
Glória Foohs.
Internet
A internet constitui, na atualidade, importante meio de comunicação,
fonte de informações, dados textos, mapas, documentos, leis, fotografias,
pinturas, canções, poemas, enfim, uma multiplicidade de registros da experiência
histórica das diferentes sociedades do planeta. Como fonte de pesquisa, suporte,
lugares de saberes, requer do professor alguns cuidados, para que as informações
ali obtidas não sejam tomadas como verdades absolutas sobre determinado tema.
( FONSECA, 2009. p.192 e 193)
A proposta é que os alunos realizem a pesquisa utilizando a
internet. O professor deverá orientar os alunos com relação aos sites,
pré-selecionar os tipos de materiais e informações a serem buscados.
Também, acompanhar e orientar o trabalho para identificar os materiais
com relação à origem, data, onde, quando e por quem foi produzido.
Após a realização das pesquisas, o professor deverá propor um
momento de socialização entre os alunos para que sejam colocados os
resultados, bem como as descobertas e as dificuldades encontradas.
Algumas sugestões de links para realização da pesquisa:
http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v16n46/a06v1646.pdf
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/monges-peregrinos
http://www.infoescola.com/religiao/messianismo/
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=721
Atividade 5- pesquisa
Roteiro para a pesquisa:
Conceituar:
a) Messianismo;
b) Sebastianismo;
c) Sincretismo;
d) Fanatismo.
Pesquisar para buscar compreender como os
conceitos acima adquiriram força de cooptação por
meio das práticas dos seguintes monges:
e) João Maria de Agostini (final do século XIX);
f) João Maria de Jesus (1893 e 1906);
g) José Maria de Santo Agostinho (1912).
Outra possibilidade de atividade é realizar com os alunos a
visita a locais que possuam os vestígios das cruzes do monge. É
comum o proprietário do local onde se encontra a cruz relatar
sobre fatos históricos contados por seus antepassados e
também conversarem sobre fatos na atualidade que dizem
respeito à religiosidade dos peregrinos!
4. A REPÚBLICA VELHA
A República Velha (1889 a 1930) recém instaurada no país,
precisava se fazer presente em nome de uma “modernização”, de uma
superação em relação às formas tradicionais de convivência que
datam desde o período colonial. Nesse contexto, surge um
empreendedor norte-americano Percival Farquhar, que já tinha
concessões em outros países da América, e encontra no Brasil, um local
promissor para seus negócios financeiros. Assim em 1906, Percival
Farquhar, por meio da companhia Brazil Railway Company,conseguiu a
concessão para construir a Estrada de Ferro, ligando São Paulo ao Rio
Grande do Sul. Conquistou também, a possessão das terras, sobre as
faixas marginais a ferrovia, de onde passou a extrair a madeira através
de sua outra empresa a Southern Brazil Lumber Company. Um projeto
que se impôs pela exclusão ou superação dos setores tradicionais.
Fonte 1
As iniciativas se apresentaram na forma de um projeto de desenvolvimento
que prometia viabilizar o exercício de atividades mais dinâmicas no interior do
país. Ficariam para trás os tempos do limitado comércio dos tropeiros, lentos e
vulneráveis. Além disso, a política avançava: no começo do século XX, o Brasil já
tinha abolido o trabalho escravo e era uma República. No entanto olhando com
mais atenção é possível observar que o projeto de modernização se revelou uma
promessa não cumprida na qual a população deu a sua parte, mas não encontrou
nenhum retorno.
(MEIRINHO 2012. p.40. In: FRAGA (org.))
Fonte 2
Como outros Estados brasileiros, Santa Catarina e Paraná ganharam força política
com a instalação da República. O poder local, nas mãos dos grandes
proprietários, tornou-se o meio de controle da ordem pública. Esse poder cresceu
ainda mais ao se associar a grandes empresas, que desenvolviam importantes
projetos de construção de estradas de ferro, extração de madeira e colonização.
Tudo isso com o apoio dos governos estaduais e do governo federal. Cada
município tinha seu chefe local, o coronel, dono de muitas terras, temido por
todos. Era ele que governava, com o apoio do governo estadual. Suas relações
políticas com as autoridades estaduais baseavam se na troca de favores.
(AFONSO, 1994.p. 5 e 6)
Fonte 3
Corria o ano de 1912. A serraria da Southem Brazil Lumber de Calmon
estava em pleno funcionamento, devastando os pinhais nos campos de São Roque
e de São João. Em Três Barras, o maior colosso madeireiro da América Latina
derrubava pinheiros à sua volta, nos vales dos rios Canoinhas, Timbó, Paciência,
na margem esquerda do Rio Iguaçu. Os sertanejos, habituados à vida livre na
floresta, de onde tiravam seu sustento, eram sumariamente expulsos das terras
incorporadas à Lumber.
(THOMÉ, 1992. p. 78.)
Fonte 4
A ferrovia implicava no contato direto com a “civilização” e com interesses
econômicos fortemente estabelecidos também em outras plagas. Logo começa a
utilização, além do gado e da erva-mate, de uma outra grande riqueza
praticamente inexplorada em moldes “racionais” – o pinheiro -, fartamente
encontrado na região do planalto catarinense.
(AURAS, 2001. p. 41.)
Criar histórias em quadrinhos
Propor aos alunos que criem histórias em quadrinhos pode ser um
excelente instrumento para trabalhar conceitos, produzir uma síntese ou
simplesmente traduzir em outra linguagem um assunto estudado. Ao construir os
quadrinhos, são obrigados a retomar conceitos, revisar assuntos já trabalhados e
refletir sobre o tema enfocado. Precisam construir um enredo e elaborar
conclusões para tornar a história viável.
(CATELLI Junior, 2009. p.82)
a) Após explorar o recorte histórico sobre a República Velha na
região do Contestado, o professor deverá propor para os seus
alunos a produção de uma história em quadrinhos, tendo como
referências as fontes 1,2,3 e 4. Para enriquecer a produção a
sugestão é que o aluno tenha acesso ao site do Museu
Paranaense (link abaixo), no acervo de imagens do fotógrafo
contemporâneo do Contestado - o sueco Claro Gustavo Jansson
(1877 – 1954).
Link:
http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe
.php?foto=127&evento=19#menu-galeria
b) Após a produção da história em quadrinhos é pertinente que o
professor digitalize os trabalhos e socialize com toda a turma
promovendo um diálogo acerca das produções realizadas.
Atividade 6 – História em Quadrinhos
Claro Gustavo Jansson (1877-1954) chegou ao Brasil no ano de 1891, dois anos
mais tarde é compelido a juntar-se ao Mal. Floriano Peixoto, para combater os
federalistas no Rio Grande do Sul. Em 1898 casa-se com Benedita Ferreira Nunes
Mattozzo na cidade de União da Vitória, após três anos vai para a Argentina,
onde permaneceu dez anos, voltando para o Brasil em 1911. Em 1913, Claro
recebe do Presidente da República Hermes da Fonseca a patente de Primeiro
Tenente da Guarda Nacional, recompensa pelo seu trabalho de fotógrafo da
Guerra do Contestado. No ano seguinte emprega-se na Southern Brazil Lumber
and Colonization Company para fazer a cobertura fotográfica da Serraria
Lumber. Em 1917, é nomeado Delegado de Polícia e Juiz de Paz em Três Barras –
Santa Catarina, já em 1924 fez registros da passagem das Forças Paulistas
durante a Revolução Tenentista em Três Barras. Algum tempo depois muda-se
para São Paulo e continua fazendo seus registros sendo da Revolução de 1930 e
Getúlio Vargas. Claro Jansson termina seus dias na cidade de Curitiba, no ano de
1954 e onde está enterrado.
5. A Guerra (1912 – 1916)
Fonte 1
Em sessenta anos de construção da sua história, “Contestado” apareceu
com variadas formas: religiosos o caracterizam como movimento messiânico;
militares o tiveram como uma de suas campanhas; historiógrafos o colocaram
como acontecimento da primeira república; sociólogos o evidenciaram como
conflito social do campesinato, e assim por diante. Paraenses trataram o
“Contestado” como território perdido para Santa Catarina. Catarinenses o
estudaram como parte integral da sua história cujas terras numa época foram
reivindicadas pelo Paraná.
(THOMÉ, 1992.p. 77)
Os caboclos abandonados e desacreditados do então
projeto promissor republicano buscam amparo no monge, que pregava
a volta da Monarquia como saída para muitos males. Esses fiéis
seguidores do então messias eram hostilizados, sofriam discriminações
como a de serem considerado fanáticos aos olhos da Igreja, do
governo, dos setores produtivos e da Lumber. Assim, na esperança de
uma vida digna, passaram a acompanhar o monge José Maria.
Inicialmente em Taquaruçu, de onde foram rapidamente expulsos
seguindo então para Irani, território que fazia parte do Paraná. Sendo
este o local, onde ocorreu em 22 de outubro de 1912, o primeiro
combate dos caboclos, contra as tropas paranaenses, chefiadas pelo
comandante do Regimento de Segurança do Paraná João Gualberto
de Sá Filho que foi executado no combate. Mesmo com a morte do
monge nesse enfrentamento, os sertanejos continuaram se reunindo em
seu nome e através das visões de pessoas que afirmavam receber
mensagens póstumas do monge como as virgens e os meninos – deuses.
No decorrer da guerra, os caboclos, unidos pelo sentimento de
pertencimento a uma vida comunitária, seguiam os ensinamentos do
monge, se organizaram em irmandades e fundaram os redutos,
também chamados de cidade santa, onde sobreviviam de forma
solidária.
Sendo que os redutos se difundiram por todo o planalto serrano
catarinense, e entre os principais estavam: Taquaruçu, Caraguatá, São
Pedro, Papudo, Aleixo, Santa Maria, Pedra Branca, Bom Sossego,
Tavares e Campina dos Buenos. No decorrer dos combates e destruição
dos redutos, lideranças de briga assumiram o comando das cidades
santas, com destaque para Chiquinho Alonso, Vanuto Baiano e
Adeodato.
No início do conflito as forças repressoras aos caboclos, não
estavam preparadas para combatê-los, ignoraram sua capacidade de
organização e persistência. Foi ao longo dos quatro anos de combates,
com a intervenção do Governo Federal e milhares de soldados
dispondo de muito aparato militar, que os sertanejos foram
gradativamente sendo derrotados. A dizimação também ocorreu em
decorrência da fome e de doenças como o tifo. Estima-se que vinte mil
pessoas perderam suas vidas no Contestado.
Rio Negro no conflito
A cidade de Rio Negro não foi um reduto dos caboclos do
Contestado, e também não foi palco de embates entre os sertanejos e
as tropas militares. Porém em documentos escritos, em fotos e em
relatos consta evidências do conflito na cidade. Que culminou com a
questão de limites, pois Rio Negro fez parte do território contestado
entre Paraná e Santa Catarina. Segundo relato das pesquisadoras locais
Divinamir de Oliveira Pinto, Maria da Glória Foohs e Marli Uhlmann Portes
(2007), episódios marcaram o medo da população rionegrense, em
1914, com a guerra do Contestado, um foi o fechamento temporário do
Colégio São José, sendo que na ocasião as irmãs que gerenciavam o
colégio dispensaram os alunos e mandaram pertences de valor para
Curitiba tendo receio de pilhagem por parte dos revoltosos do
Contestado. O outro episódio citado no livro de Raul D’ Almeida (1976)
a instituição de ensino Escola Brasil Cívico (Nova Krótona), instalada em
Rio Negro no corrente ano, teve uma breve história no município devido
aos rumores que um bando de “fanáticos” liderados por “Alemãozinho”
ameaçava ocupar a cidade. De fato Alemãozinho esteve na cidade,
porém na margem esquerda do rio Negro, atual cidade de Mafra,
como consta no livro de Napoleão Dequech (1967), a presença de
“Alemãozinho” com aproximadamente 300 homens, foi um episódio
que marcou a presença dos “fanáticos”, nesta localidade, sendo que
na ocasião, um morador local o Sr. José Pauli foi morto após enfrentar o
líder jagunço. Dequech relata ainda que, muitas famílias rionegrenses
foram se refugiar na cidade da Lapa e que na ocasião a polícia de Rio
Negro, trancou a ponte com arame farpado para impedir a passagem
de Alemãozinho e sua tropa para a outra margem do rio. Mas ainda
necessitando de reforço militar, foi solicitada a presença da polícia de
Curitiba, que chegou apenas no outro dia, quando Alemãozinho e sua
tropa já tinham rumado para a cidade de Itaiópolis, cuja a perseguição
ao bando ficou a cargo dos vaqueanos civis, comandados pelo
Coronel Bley Netto. Sobre as imagens existentes uma chama mais a
atenção, pois a data é de 1915, e mostra um grupo de sertanejos do
Contestado de forma pacífica, sendo alojados temporariamente no
Colégio Barão de Antonina em Rio Negro( imagem 9). Assim, a cidade
de Rio Negro se insere na Guerra do Contestado como um dos muitos
espaços em que ocorreram situações isoladas, mas que deixaram
marcas históricas do conflito. Pois as tensões se espalharam nessa região
de fronteira provocando um sentimento de insegurança, pela violência
usada no esforço de destruir as formas de resistência empregadas pelos
revoltosos. Os impactos deste conflito ainda se fazem presente, agora
redesenhados por outras representações.
Imagem 9
Grupo de caboclos da Guerra do Contestado que passaram pela cidade de Rio Negro em 1915
(Autor desconhecido). Acervo particular de Maria da Glória Foohs.
Imagem 10
Grupo de fanáticos na atual Rua XV de Novembro – Rio Negro. (Autor desconhecido). Acervo
particular de Maria da Glória Foohs.
Abordar o recorte sobre a Guerra do Contestado, não é algo
simples para o professor, devido à complexidade que foi o
movimento em seus quatro anos de acontecimento. Porém a
metodologia utilizada nas aulas pode levar o aluno a uma maior
compreensão. Neste momento o professor precisará selecionar suas
fontes de acordo com a necessidade de seus alunos!
Museus
No ensino da História, o estudo do passado nã0 se faz pela
observação direta nem pela experimentação. Contudo, quando os alunos
trabalham com indícios do passado (fontes primárias com suporte
variado), eles podem exercitar capacidades de observação experiência
sensorial de objetos. Ao visitarem museus e observarem os objetos, os
alunos podem ter contato direto com os vestígios pertencentes ao passado.
O objeto sugere fatos, processos e ideias e, dessa forma, potencia o
conhecimento significativo de determinado período histórico-cronológico.
Há também a perspectiva de pensar o ensino de história a partir das
relações que os indivíduos estabelecem com objetos do passado, que os
levam a imaginar o que os homens de então sentiam e pensavam ao
utilizar certo objeto.
Ao visitar um museu histórico, abre-se para o aluno um campo de
possibilidades sobre o sentido da história materializada nos objetos, desde
seu nascimento, sua morte e transformação.
(SCHMIDT E CAINELLI, 2010.p. 151.)
Antes da visita ao museu:
a) Trabalhe um texto sobre a Guerra do Contestado
com os alunos, sugiro o terceiro capítulo do livro
“Sangue, Suor e Lágrimas no Chão Contestado” do
autor Nilson Thomé, onde o autor aborda as seguintes
temáticas:
Atividade 7- Visita ao museu
- Coincidências no Tempo e no Espaço;
-A Eclosão do Fanatismo
- O Combate do Irani;
- Cidade Santa de Taquaruçu;
- Exército Encantado de São João Maria;
- Banditismo na Ofensiva Sertaneja;
- Estratégia da Operação Militar, e
- Genocídio no Sertão Catarinense.
b) Outras fontes pertinentes para o Contestado em
RioMafra são:
- Revista Comemorativa do Cinquentenário do
município de Mafra – 1967 de Napoleão Dequech;
- História de Rio Negro – 1976 de Raul D`Almeida;
- 175 anos da Imigração Alemã para Rio Negro. Os
Pioneiros do Paraná - 2007 de PINTO, D.O. FOOHS, M. G.;
PORTES, M.U
- Mafra 90 anos de História: Ontem, hoje e sempre –
2010 de Marina M. Medeiros.
- Escola Brasil Cívico – 2009 – Dario Vellozo
c) Sugestão de museu: Museu do Patrimônio Histórico
em Três Barras localizada na região do contestado no
estado de Santa Catarina SC, Brasil.
Link: http://sctur.com.br/tresbarras/museu.asp
d) Elaboração de um roteiro para a visita no museu, que
poderá ser elaborado com os alunos em sala de
aula, com o objetivo de problematizar as fontes
existentes no museu.
Após a visita:
a) Retome com os alunos o que foi vivenciado na visita;
b) Construa com os alunos narrativas sobre a visita e
sobre a Guerra do Contestado;
c) Faça uma exposição com as produções realizadas
pode ser em um dia específico na escola como também
na web se a escola dispuser de site ou blog;
d) Como desfecho dos trabalhos sobre o Contestado,
poderá ser montado uma peça de teatro com os alunos
e socializado com toda a escola.
e) Após o término das atividades, se faz necessário
realizar uma autoavaliação com os alunos. Onde estes
relatem de maneira descritiva o seu aprendizado sobre o
tema proposto.
É de suma importância que em todo o processo da aplicação da
unidade didática o professor arquive os resultados obtidos de forma
material ou digital, assim poderá investigar se ocorreram mudanças
no conhecimento de seus alunos sobre o tema proposto.
Acompanhe os resultados da aplicação desta unidade didática no
blog do Colégio Dr. Ovande do Amaral – link:
http://ovandedoamaral.blogspot.com.br/
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Referência Iconográficas
Imagem 1 - Ponte Metálica Dr. Diniz Assis Henning Foto: Simoneli S. Colet
Imagem 2 - Monumento em comemoração aos 70 anos do “Acordo de Limites”
entre os Estados do Paraná e Santa Catarina (1916-1986), localizado na
entrada da ponte Coronel Rodrigo Ajace que liga o município de Mafra ao
município de Rio Negro. Foto: Simoneli S. Colet
Imagem 3 - Placa comemorativa que faz parte do monumento da imagem 2 em
comemoração aos 70 anos do “Acordo de Limites”. Foto: Simoneli S. Colet
Imagem 4 - Cruz do Monge João Maria - localizada na Praça Hercílio Luz em
Mafra. Foto Simoneli S. Colet
Imagem 5 - Imagem do monge João Maria (Autor desconhecido). Acervo
particular de João Soares
Imagem 6 - Imagem da Cruz de “São João Maria” na propriedade de Nilce
Rybinsky em Roseira (Rio Negro). Foto Simoneli S. Colet
Imagem 7- Imagem do monge “São João Maria” (autor desconhecido) Acervo
particular de Maria da Glória Foohs. Esta imagem é comum de ser encontrada
nas residências de RioMafra.
Imagem 8 - Imagem do monge “São João Maria” (autor desconhecido). Acervo
particular de Maria da Glória Foohs.
Imagem 9 - Grupo de caboclos da Guerra do Contestado que passaram pela
cidade de Rio Negro em 1915 (Autor desconhecido). Acervo particular de Maria
da Glória Foohs.
Imagem 10 - Grupo de fanáticos na atual Rua XV de Novembro – Rio Negro.
(Autor desconhecido). Acervo particular de Maria da Glória Foohs.
Sites consultados
http://www.ibge.gov.br/home/ - Acesso em 13/11/13
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=5994
Acesso em 13/11/13
http://blogs.estadao.com.br/olhar-sobre-o-mundo/meninos-do-contestado/
Acesso em 13/11/13
http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v16n46/a06v1646.pdf Acesso em 30/11/13
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/monges-peregrinos Acesso em
30/11/13
http://www.infoescola.com/religiao/messianismo/ Acesso em 30/11/13
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=721 Acesso em
30/11/13
http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=127
&evento=19#menu-galeria Acesso em 30/11/13
http://sctur.com.br/tresbarras/museu.asp Acesso em 30/11/13