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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
O ESTUDO DA PIRÂMIDE ALIMENTAR COMO INTERVENÇÃO
PEDAGÓGICA NO ENSINO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL.
IRINEU, Silvana Paulino1
CARVALHO, Marcelo de 2
RESUMO: O presente artigo tem por objetivo descrever ações realizadas com intuito em atender o Programa de Desenvolvimento Educacional PDE – UEL, sob orientação do Professor Dr. Marcelo de Carvalho. Essas foram desenvolvidas na Escola Estadual Virginio Seco – Ensino Fundamental, em uma turma de 6º ano, composta por 23 alunos, no período matutino. A prática ocorreu de março à julho de 2015 e objetivou apresentar os diferentes tipos de nutrientes, e por meio da pirâmide alimentar demonstrar a relevância de uma alimentação saudável e equilibrada. A escolha do tema e turma deu-se por ser a fase da adolescência um período de intensas transformações, que são influenciadas pelos hábitos familiares, amizades, valores e regras sociais e culturais, condições socioeconômicas, além de que as rotinas e aprendizagens desse período refletem sobre o comportamento em muitos aspectos da vida futura. Palavras Chave: Alimentação Saudável, Nutrientes, Pirâmide Alimentar
ABSTRACT:
This article aims to describe actions taken in order to meet the Educational Development Program PDE - UEL, under Professor Dr. Marcelo de Carvalho. These were developed in the State School Virginio Seco - Elementary School, in a 6th grade class, made up of 23 students, in the morning. The practice took place from March to July 2015 and aimed to present the different types of nutrients, and through the food pyramid demonstrate the importance of a healthy, balanced diet. The choice of subject and class was given for being the stage of adolescence a period of profound transformations, which are influenced by family habits, friendships, values and social and cultural norms, socioeconomic conditions, and that the routines and learning from this period reflect on the behavior in many aspects of future life. Keywords: Healthy Eating, Nutrients, Food Pyramid
1 Graduada em Ciências Biológica e Pedagogia, professora de Ciências nas escolas: Escola Estadual Conjunto Habitacional Virginio Seco e Pedagoga do Colégio Estadual Vicente Machado – Ensino Fundamental e Médio, período noturno. E-mail – silirineu@gmail.com, 2 Professor Doutor Universidade Estadual de Londrina UEL – mdcarvalho@uel.br
1 INTRODUÇÃO
Atualmente se observa por meio das mídias uma grande divulgação
sobre os hábitos alimentares e possíveis problemas que este acarreta à
qualidade de vida da grande maioria da população, e principalmente dos
adolescentes.
Partindo desse pressuposto surgiu o interesse em produzir essa
produção pedagógica, a fim de pensar em possíveis ações sobre alimentação
saudável, para ser trabalhado na escola visto ser este um espaço onde se
constrói o saber, e onde segundo as DCEs (2008) deve formar cidadãos
críticos, então compreendemos que faz parte da escola apresentar ao aluno a
reflexão do quanto é importante uma alimentação saudável.
Diante disso, como alimentação, nutrientes e pirâmide alimentar faz
parte do conteúdo específico do 6º, o tema foi abordado como proposta de
implementação para o PDE, com o intuito de apresentar uma reflexão aos
educandos sobre os alimentos adequados para uma boa nutrição, o
balanceamento correto dos nutrientes, para tanto utilizou-se a pirâmide
alimentar.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A adolescência é uma fase de muitas transições, segundo
Gambardella et al, (1999) a palavra origina-se, do latim adolescere (crescer),
acontece entre os 10 e 20 anos de idade, e trata-se de um período associado a
várias mudanças, é marcado por transformações físicas aceleradas e
características da puberdade, diferentes do crescimento e desenvolvimento
que ocorrem em ritmo constante na infância. Tais alterações são influenciadas
por fatores hereditários, ambientais, nutricionais e psicológicos.
Também unido ao aspecto físico, ocorrem mudanças sociais, quando o
adolescente começa a adquirir independência e responsabilidades, também
mudanças psicológicas, como o aumento da capacidade cognitiva e
adaptações de personalidade, constituindo características fisiológicas e
psicológicas específicas.
Gambardella et al, (1999, p. 56) afirma que:
Todas as transformações da adolescência têm efeito sobre o comportamento alimentar, influenciado por fatores internos, auto-imagem, necessidades fisiológicas e saúde individual, valores, preferências e desenvolvimento psicossocial; e por fatores externos, hábitos familiares, amigos, valores e regras sociais e culturais, mídia, modismos, experiências e conhecimentos do indivíduo.
Observa-se que nessa fase ainda há muita imaturidade quanto às
tomadas de decisões e a família tem papel fundamental para o
desenvolvimento, isto inclui a alimentação, uma vez que os pais transmitem a
seus filhos inclusive hábitos alimentares.
Desta maneira a preocupação com a alimentação saudável é um fator
essencial, uma vez que segundo Gambardella, (1999) os hábitos alimentares
inadequados na infância e adolescência podem ser fatores de risco para
doenças crônicas e obesidade, pois os adolescentes tendem a viver o
momento atual, não dando importância às conseqüências de seus hábitos
alimentares, que podem ser prejudiciais.
Entende-se por alimentação saudável uma dieta equilibrada ou
balanceada que pode ser resumida por três princípios: variedade, moderação e
equilíbrio. Segundo Candeias et al, (2005), ter hábitos alimentares saudáveis
não está relacionado em fazer uma alimentação restritiva ou monótona. Pelo
contrário, um dos pilares fundamentais para uma alimentação saudável é a
variedade.
Quanto mais variada for a seleção alimentar, melhor, todavia deve ser
saudável, pois Candeias et al, (2005), afirma que a alimentação possui várias
funções, e pode-se destacar a relação que esta tem com a própria
sobrevivência do ser humano, além de fornecer energia e nutrientes
imprescindíveis ao bom funcionamento do organismo, contribui para a
manutenção da saúde física e mental, também quando realizada de maneira
saudável contribui para prevenção de certas doenças.
Um outro fator fundamental é pensar que os adolescentes, quanto
mais idade alcançam também ficam mais tempo fora de casa, na escola e com
os amigos o que também muitas vezes influenciam na escolha dos alimentos.
Torres, (2007), afirma que muitos são influenciados a consumir
alimentos de baixo valor nutritivo por modismo criado pelas propagandas
veiculadas na mídia ou por comodismo, e mesmo para muitos pais, que
deveriam ter a preocupação com a alimentação de seus filhos, torna-se mais
cômodo não se preocupar com esse assunto, mesmo que seus filhos estejam
se alimentando de maneira inadequada.
Segundo Annielli, (2014) cerca de 26,8% dos alunos de ensino regular
do Estado do Paraná estão fora do peso ideal, sendo o sobrepeso o principal
com incidência de 14,5 %, tal pesquisa avaliou 45 mil alunos da área do Núcleo
Regional de Educação de Apucarana, dados de 2012 do Programa Paraná
Saudável: Prevenção da Obesidade Infanto Juvenil, do Governo do Estado do
Paraná.
Por isso a necessidade da escola trabalhar esse tema de maneira
responsável, dinâmica e contínua com práticas pedagógicas condizentes para
tal faixa etária, e nesse caso explorar a pirâmide alimentar de maneira lúdica, é
fundamental, e os professores devem utilizar.
Contribui como ferramenta auxiliadora no processo ensino-
aprendizagem, já que muitos alunos processam o ensino com mais facilidade
através do visual, e ao visualizar a explicação através da apresentação da
pirâmide possibilitará perceber a relevância da alimentação balanceada.
Conhecer o contexto histórico da Pirâmide Alimentar também é
relevante para o ensino da mesma, uma vez que permitirá o aluno saber o
porquê de estudá-la, bem como a relevância que esta apresentará para sua
vida diária, observando inclusive as possíveis adaptações condizentes à sua
realidade social.
Segundo Damasceno et al, (2006) para a prática de hábitos saudáveis,
foi criado vários guias alimentares ao longo dos anos, dentre eles a Pirâmide
Alimentar, que é o mais utilizado.
Welsh et al (1992b apud Philippi et al 1999) explica que após uma
pesquisa realizada nos Estados Unidos a forma gráfica da pirâmide foi a mais
aceita pela população, uma vez que a distribuição dos alimentos em forma de
roda não surtia os resultados esperados, pois inicialmente mostrava alimentos
divididos conforme função e com a mesma área, possibilitando diferentes
interpretações. Além do que se tratava de uma representação ultrapassada,
porque segundo os entrevistados, as informações já eram conhecidas.
Foram testadas várias formas de apresentar os alimentos: em pilhas,
em utensílios (xícara, tigela, prato), em carrinho de supermercado e, finalmente
como pirâmide, que foi a adotada pelo United States Departmente of
Agriculture (USDA) em (1992).
Segundo Welsh et al.(1992b apud Philippi et al 1999) a Pirâmide
Alimentar norte-americana é baseada em sete pontos principais, destacados
por ele como: Ingestão de uma dieta cariada em alimentos; manutenção do
“peso ideal”; dieta pobre em gorduras, gorduras saturadas e colesterol; dieta
rica em vegetais, frutas, grãos e produtos derivados dos grãos; açúcar com
moderação; sal e sódio com moderação e bebidas alcoólicas com moderação.
A apresentação da Pirâmide com porções de alimentos obteve uma
repercussão favorável e o Brasil a adaptou a sua população, e como a simples
adaptação não condizia com a realidade da população brasileira ocorreram
modificações tanto em termos de apresentação em níveis, como em porções
recomendadas, também na escolha de alimentos da dieta usual e do hábito
alimentar.
Para cada dieta foram estabelecidas porções em função dos grupos dos alimentos. A quantidade de energia (kcal) depende de fatores como idade, sexo, altura, nível de atividade física, entre outros. A dieta de 160 kcal foi calculada para mulheres com atividade física sedentária (como ler, ver televisão, usar computador) e adultos idosos. A dieta com 2200 kcal pode ser aplicada para crianças, adolescentes do sexo feminino, mulheres com atividade física intensa (como correr, andar de bicicleta, fazer ginástica aeróbica) e homens com atividade física sedentária. Com relação as gestantes e nutrizes ao se usar com referência 2200 kcal, observar o acréscimo energético recomendado (National..., 1989). A dieta de 2800 kcal foi calculada para homens com atividade física intensa e adolescentes do sexo masculino. (WILKENING et al, 1994, apud PHILIPPI et al, 1999, p. 67)
Cada um dos grupos contém alimentos necessários para o bom
funcionamento do organismo. Os carboidratos fornecem energia, as frutas e os
vegetais fornecem fibras, vitaminas e minerais, os laticínios são a principal
fonte de cálcio para os ossos além de também fornecerem proteínas
responsáveis pelo crescimento. O grupo das carnes e ovos fornecem além de
proteínas responsáveis pelo crescimento, também uma série de nutrientes
como vitaminas do complexo B, fósforo, zinco, ferro, magnésio entre outros
minerais. E o grupo das gorduras e doces fornecem a dose de gorduras que
nosso corpo necessita para o crescimento e formação hormonal. (Philipppi,
1999).
Enfim, ela foi elaborada por cientistas para ajudar as pessoas a
prepararem uma alimentação variada e equilibrada, além de indicar a
quantidade ideal de cada grupo de alimentos. Na base da pirâmide, está o
grupo de alimentos que deve ser consumido em maior quantidade. A medida
que a base vai afunilando, a quantidade a ser consumida também é reduzida.
No topo dela, está o grupo de alimentos que deve ser consumido com
moderação.
Observa-se que compreendendo esta representação visual fica fácil
perceber a necessidade da prática de uma alimentação saudável, e a
possibilidade da variedade desta nas refeições diárias, onde os alimentos
podem ser selecionados e substituídos por outros do grupo.
3 AÇÕES DESENVOLVIDAS
O projeto de intervenção pedagógico “O estudo da pirâmide alimentar
como intervenção pedagógica no ensino da alimentação saudável”, foi
desenvolvido na Escola Estadual Virginio Seco – Ensino Fundamental, no
Município de São Pedro do Ivaí-Pr., no ano de 2015, em um turma de 6º ano,
no período matutino, o qual contém 23 alunos.
Constituiu-se relevante trabalhar a presente proposta, tendo em vista
que é um dos principais problemas inclusive na Escola Estadual Virginio Seco,
pois se observa que algumas crianças realizam uma alimentação inadequada
em alguns sentidos e horários, como, por exemplo, frituras, balas, bolacha
recheada, cheeps e refrigerantes.
3.1 – Atividade Investigativa
O projeto de intervenção teve inicio no dia 30 de março de 2015 com
uma ficha de investigação alimentar, totalizando 02 aulas. A ficha era simples
com perguntas como: Quantas refeições/ Quais horários/ Come doce?, e
finalizando com a pergunta se eles consideravam sua alimentação saudável, e
deviam justificar. (Figura 1)
No inicio eles sentiram dificuldade, pois não têm o hábito e horário de
suas refeições, um aluno, por exemplo, colocou que possuía oito refeições
diárias e ao ser questionado pela professora de como eram essas refeições,
justificou que somou todos os doces como (chiclete, pirulito) ingeridos
diariamente. Observa-se que como não possuem horário certo para realizarem
as refeições, e nem noção do que é seguir um cardápio diário nutricional
equilibrado com nutrientes necessários ao organismo, também não
conseguiam preencher a ficha.
Como o que se pretendia era conhecer o hábito alimentar dos alunos,
pode-se concluir que o objetivo foi alcançado.
3.2 – Atividade 2 – Tipos de nutrientes.
No período de 01 de abril a 22 de abril e 10 de junho a 24 de junho,
totalizando 17 horas aula, foram apresentados os vários tipos de nutrientes e
os alimentos no qual cada um está inserido, a apresentação foi realizada por
meio do livro didático “Ciências Naturais – Aprendendo com o Cotidiano” do 6º
ano (Figura 2) e na TV Pendrive. Neste momento oralmente alguns alunos já
começaram identificar os alimentos que mais estão presentes em sua
alimentação.
Os alunos fizeram muitas perguntas, sobre quais grupos pertencem
determinados alimentos, como por exemplo, arroz, qual grupo pertence, a
carne, o peixe, e etc, e foi muito importante, pois através das respostas da
professora o conteúdo ficou mais explícito aos alunos, pois ao serem
questionados novamente responderam corretamente.
Após esse momento de explanação do conteúdo, e responder oralmente
às dúvidas acima exposta, foram trabalhadas várias atividades de
compreensão, como: desembaralhar as letras com os nomes dos alimentos e
classificá-las em cada grupo alimentar, caça-palavras, questionário do livro
didático, e atividades on line no laboratório de informática.
A avaliação deu-se por meio de atividades realizadas durantes às aulas,
bem como através de uma atividade avaliativa escrita sobre os tipos de
nutrientes.
Quanto ao desenvolvimento deste primeiro módulo é possível avaliar
após as atividades realizadas pelos alunos, como boa, uma vez que apenas
um aluno não conseguiu desenvolver a atividade de desembaralhar as
palavras, contudo o mesmo foi auxiliado para que terminasse, e mesmo que
com dificuldade conseguiu. Com relação às questões escritas três alunos
apresentaram maior dificuldade, estes também são relacionados a fatores
como: sala de recurso (01 aluno hiperativo – quando não estava medicado, não
conseguia se concentrar e realizar as atividades, e 01 com déficit de atenção),
e o terceiro tem problemas com faltas.
3.3 Atividade 3 – Pirâmide Alimentar
De 01 de julho a 25 de julho, totalizando 13 horas aula, dando
continuidade ao conteúdo foi trabalhada a pirâmide alimentar, explorando seus
grupos. Para tanto, abordado-se o contexto histórico-social, quando surgiu,
onde surgiu, e como iniciou no Brasil, bem como sua relevância para manter
uma alimentação saudável.
A pirâmide alimentar foi apresentada aos alunos por meio do livro
didático, na TV Pendrive, no laboratório de informática (Figura 3) e uma
pirâmide de madeira.
Como os alunos já conheciam os tipos de nutrientes, nesse momento
conheceram dentro da pirâmide alimentar. Então foi apresentado novamente a
ficha de investigação, para que eles relacionassem os tipos de nutrientes que
mais ingerem diariamente, e também verificassem se a alimentação deles
atendem a proposta da pirâmide.
Para explorar esse conteúdo os alunos desenvolveram diversas
atividades: No livro didático, jogos on line no laboratório de informática (montar
a pirâmide), questões escritas, classificação dos alimentos dentro da pirâmide
alimentar, caça-palavras, palavra cruzadas, pintura da pirâmide, confecção da
pirâmide numa folha de sulfite. Em grupos de 5 alunos, confeccionaram
cartazes (Figura 4) com a pirâmide alimentar usando recortes de figuras de
livros e revistas. A avaliação aconteceu por meio da confecção da pirâmide em
uma folha de sulfite, e uma prova escrita sobre a pirâmide alimentar.
Nas atividades do livro didático e nas questões escritas os alunos em
geral apresentaram dificuldades relacionadas à interpretação, não
compreendem o que leem, então a professora lia com eles e os orientava em
cada questão que apresentavam dificuldade. Para resolverem o caça-palavras
e a pintura da pirâmide não tiveram dificuldades, todos os alunos presentes na
aula realizaram. Já na confecção da pirâmide em uma folha de sulfite, 6 (seis)
alunos apresentaram dificuldades para realizá-la.
No inicio deste módulo os alunos não tiveram muitas dificuldades com
exceção dos três alunos já apresentados anteriormente, contudo no decorrer
das aulas, outros três alunos tiveram dificuldades na compreensão da divisão
dos alimentos dentro da pirâmide alimentar, para atender estes alunos a
professora propôs outras atividades relacionadas à pirâmide, como exemplo,
jogos on line, disponível em: http://discoverykidsbrasil.uol.com.br/jogos/doki-e-
os-alimentos/ e http://iguinho.com.br/zuzu/diversao_piramide.html e montagem
da pirâmide com alimentos concretos.
Pode-se analisar que se os jogos on line e a exemplificação prática, ou
seja, mostrar no concreto a pirâmide aos alunos, poderia ter sido realizado
antes das atividades propostas, o que teria colaborado para que o conteúdo
ficasse mais explícito e objetivo, pois se observou que após a visualização a
compreensão foi diferente, os alunos entenderam melhor.
3.4 – Preparo do lanche
No período de 27 de julho a 29 de julho, totalizando 03 horas aula, já
pensando no fechamento da implementação, após várias reflexões sobre os
tipos de alimentos, e a necessidade em se ter uma alimentação saudável, os
alunos montaram um cardápio do que gostariam que tivessem em seu café da
manhã, desde que fosse saudável de acordo com o que aprenderam.
Após no laboratório de informática os alunos pesquisaram tipos de sucos
e sanduíches naturais para montarem seus cadernos de receitas. Então cada
aluno apresentou suas receitas e a professora buscou perceber quais eles
gostavam mais, para após preparar em um dia surpresa o café da manhã para
a turma.
Na proposta apresentada para implementação, a professora apresentou
que faria esse lanche em conjunto com os alunos, contudo como teve que
alterar o local de implementação, e essa escola tem alunos de classe social
baixa, desejou proporcionar-lhes um café diferente do que estão acostumados
no dia a dia.
Pensou em fazer uma surpresa aos alunos, contudo se surpreendeu
muito também, pois não esperava que ficassem tão felizes, neste ela expos as
atividades que realizaram durante toda a implementação, com uma pirâmide
grande no centro da sala com alguns alimentos distribuídos em seus grupos,
inclusive alguns colocados em lugares errados propositalmente, então foi
solicitado que observassem se estava tudo certo na pirâmide. Também
poderiam dentre os alimentos dispostos sobre a mesa de refeição colocá-los
nos grupos adequados.
Os alunos ficaram muito eufóricos, porque queriam comer, mas mesmo
antes de solicitar que observassem a pirâmide uma aluna já identificou que o
leite estava no lugar do pão. Após, eles comeram. Na próxima aula foi
solicitado que produzissem um texto sobre o trabalho.
Nesse dia, como concretização do trabalho foi satisfatório e além dos
alunos a equipe pedagógica, administrativa e professores também
participaram. A professora relatou o quanto este projeto contribui para seu
desenvolvimento enquanto pessoa e profissional. (Figura 5)
4 RESULTADOS
A atividade inicial - ficha investigativa foi relevante para observar o
quanto o hábito alimentar dos alunos é inadequado de acordo com o que
apresenta a proposta da pirâmide alimentar, e isto não ficou visível apenas à
professora, mas também aos próprios alunos.
Já na segunda atividade, foi possível observar, que seria mais pertinente
antes da realização das atividades explorar a pirâmide de uma maneira mais
concreta, visual, pois após montá-la com os alimentos, observou-se o quanto a
teoria ficou mais clara aos educandos. Isso mostra que a escola precisa
contextualizar e apresentar o conteúdo na prática, trazê-lo o mais próximo
possível à realidade do aluno.
Além disso, outro fator relevante para prática pedagógica atual é utilizar
os recursos tecnológicos, presentes na escolas, e mesmo os que não estão
presentes na escola, mas que fazem parte da vida dos alunos, pois o
adolescente atual está totalmente envolvimento com o mundo tecnológico.
Realizar as pesquisas e permitir que cada um confeccionasse o seus
cadernos de receitas os deixou entusiasmados e eufóricos para realização do
lanche, esse tipo de atividade (caderno e lanche) os envolveu muito, pois se
trata de uma atividade prática e diferenciada da realidade cotidiana da escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o término da implementação do GTR, conclui-se que um grande
desafio foi o período de greve que interrempoeu o inicio da prática, o que
causou grande ansiedade em pensar se os alunos conseguiriam dar
continuidade no conteúdo, bem como se conseguiríamos concluir ainda este
ano.
Um outro fator prejudicial, como já citado, foi com relação aos alunos da
sala de recurso, que são inclusos, e sabe-se que a inclusão ainda é um
desafio, pois não estamos totalmente adaptados e preparados, então diante de
uma sala numerosa com alunos inclusos, não conseguimos atendê-los da
maneira necessária. Além disso, o aluno faltoso, que mesmo com o apoio da
equipe pedagógica, não conseguimos muito avanço, pois depende também do
apoio da família.
Observou-se que as atividades no laboratório de informática e os vídeos
chamaram e prenderam a atenção dos alunos, o que mostra que as TICs
(Tecnologia de informação e Comunicação), são uma ferramenta motivadora e
auxiliadora que o professor deve utilizar em sua prática diária, com intuito de
ser dinâmico e atrativo, e no caso da alimentação foi positivo, uma vez que os
alunos já tem certo preconceito sobre o assunto, eles acham que a
alimentação saudável está relacionada à proibição, ou seja, só é permitido
comer o que não é gostoso, saboroso, e relacionam os alimentos saudáveis,
aos ruins.
Como a sala é composta por 23 (vinte e três) alunos e apenas 6
apresentaram maior dificuldade, número que representa 13%, contudo não
será elevado se considerado diante do número de alunos que compõem a sala.
Para estes, três incluem dois que possuem dificuldade de aprendizagem, um é
faltoso, e aos demais foram utilizadas alternativas diferenciadas, como
questionamentos para verificar se haviam compreendido e quando não,
explicava-se novamente. Além disso foi solicitado para que sentassem junto
com outros colegas com mais facilidade, e no final 5 alunos acompanharam de
maneira satisfatória a turma, dentre estes os dois alunos da sala de recurso
dentro de suas limitações também desenvolveram e acompanharam, o que
apresentou menos compreensão foi o aluno faltoso.
Entretanto, diante dos desafios encontrados para implementação desta
proposta, classifica-se como boa, principalmente porque contribui de maneira
relevante para o crescimento profissional, observamos ao término de um
trabalho como este o quanto crescemos e aprendemos, pois percebemos o
quanto precisamos nos aperfeiçoar constantemente diante da agilidade com
que as mudanças, principalmente tecnológicas influenciam a educação, então
o profissional não pode ficar estático no tempo, mas se adequar às
transformações, pois na aplicação desta prática as TICs fizeram a diferença e
contribuíram para que a interação dos alunos com o tema dimanasse de
maneira satisfatória.
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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