Post on 16-Nov-2018
Educação e Difusão
O uso de Materiais Didáticos
no ensino de Biologia
Eliana Dessen
Depto. de Genética e Biologia Evolutiva
Instituto de Biociências - USP
Eixo condutor da disciplina
Ensaios Pedagógicos para o Ensino de Biologia
ENSINO-APRENDIZAGEM
Qual é a visão que a maioria de nós, professores
universitários, temos sobre o ensino?
O que é ser um bom professor?
ENSINO-APRENDIZAGEM
A maioria considera bom professor aquele que
• conhece muito bem o conteúdo a ser ministrado
• transmite o conhecimento por meio de
explicações claras e detalhadas,
• tem um bom relacionamento com os alunos
A maioria considera bom professor aquele que
• conhece muito bem o conteúdo a ser ministrado
• transmite o conhecimento por meio de
explicações claras e detalhadas,
• tem um bom relacionamento com os alunos
Ideias do Senso comum
Formação de professores de Ciências – Anna M. Pessoa de Carvalho e Daniel
Gil-Perez. Cortez Editora
O que pensam os alunos?
O maior objetivo é o de se serem bem avaliados
Não se sentem responsáveis por sua própria
aprendizagem – a responsabilidade é do professor
Recebem as informações sem críticas
Acreditam que conhecer os efeitos de uma atividade e
suas relações com lições anteriores é irrelevante
Acreditam que explorar respostas erradas, por exemplo,
não tem valor algum.
Understanding Genetics – Strategies for Teachers and Learners in Universities and High Schools.
Griffiths and Mayer-Smith. W.H.Freeman and Company, New York, 2000.
Afinal, o que é ensinar?
Instruir
Saber fazer
Comunicar conhecimentos ou habilidades
Mostrar
Guiar
Orientar
Dirigir
Apontam o professor como agente principal e responsável
pelo ensino
Afinal, o que é aprender?
Buscar informações
Adquirir habilidades
Adaptar-se às mudanças
Descobrir significados nos seres, fatos e acontecimentos
Modificar atitudes e comportamentos
Verbos que apontam para o aprendiz como agente
principal e responsável por sua aprendizagem.
Ensino e aprendizagem são indissociáveis, mas
dependendo da ênfase num ou noutro polo, as
orientações das instituições poderão se diversificar.
Toda e qualquer instituição de ensino, de qualquer nível,
justamente porque existe em função do aluno e da
sociedade na qual se insere, deve priorizar a
aprendizagem de seus alunos sobre o ensino de seus
professores.
Cabe a nós, professores de nível superior, nos
questionarmos sobre nossa participação na criação e na
organização da aprendizagem de nossos alunos
O papel do professor como repassador de informações
está no limite
Griffiths and Mayer-Smith
Understanding Genetics –
Strategies for Teachers and Learners
in Universities and High Schools .
W.H.Freeman and Company, New
York, 2000.
Estamos num mundo novo,
que requer nova atitude,
nova perspectiva
para a relação
professor-aluno
Griffiths and Mayer-Smith
Understanding Genetics –
Strategies for Teachers and Learners
in Universities and High Schools .
W.H.Freeman and Company, New
York, 2000.
Resistência a introdução de inovações pedagógicas
Understanding Genetics – Strategies for Teachers and Learners in Universities and High Schools .
Griffiths and Mayer-Smith. W.H.Freeman and Company, New York, 2000.
O que fazer para romper com esta tradição?
Savkar and Lokere Time to Decide – The Ambivalence
of the World of Science Toward Education. Nature
Education. Position Paper, abril 2010
UNESCO–Declaração sobre educação superior no século XXI
“... novo paradigma de educação superior que tenha seu interesse
centrado no estudante (...) o que exigirá a reforma de currículos,
utilização de novos e apropriados métodos que permitam ir além do
domínio cognitivo das disciplinas”
“... reforçar os vínculos entre a educação superior e o mundo do
trabalho e outros setores da sociedade”
“... educar e formar pessoas altamente qualificadas, cidadãs e cidadãos
responsáveis (...) mediante cursos que se adaptem constantemente
às necessidade presentes e futuras da sociedade”
“... prover oportunidades para a aprendizagem permanente”
“... contribuir na proteção e consolidação dos valores da sociedade(...)”
“... criar novos ambientes de aprendizagem....
Resumindo:
Docentes da educação superior devem estar ocupados
em ensinar seus estudantes a aprender e a tomar
iniciativas, em vez de serem fontes de conhecimento.
O que os professores devem conhecer para –
em um sentido mais amplo de “saber” e “saber
fazer” - desempenhar suas tarefas de forma
satisfatória?
1. Romper com as visões simplistas sobre
ensino/aprendizagem
• Concepção de que ensinar é essencialmente simples,
para o qual basta um bom conhecimento da matéria: quem
sabe automaticamente sabe ensinar
• Pouca familiaridade do professor com contribuições da
pesquisa e inovação didática
• ......
2. Adquirir conhecimentos teóricos sobre a aprendizagem
das Ciências
• Reconhecer a existência de concepções espontâneas
difíceis de serem substituídas por conhecimentos científicos
• Saber que os alunos aprendem significativamente
construindo conhecimentos
• Saber que os conhecimentos são respostas a questões, o
que implica propor a aprendizagem a partir de situações
problema
• ..........
3. Saber analisar criticamente o “ensino tradicional”.
Conhecer as limitações:
• dos currículos enciclopédicos e, ao mesmo tempo,
reducionistas (deixando de lado aspectos históricos e
sociais). Conhecer e ter em conta que a construção do
conhecimento precisa de tempo
• da forma habitual de introduzir conhecimento (não levar
em conta as concepções espontâneas ou alternativas
• das formas de avaliação habituais (limitadas a aspectos
conceituais)
4. Saber preparar atividades capazes de gerar
aprendizagem efetiva e dirigir o trabalho dos alunos
5. Saber avaliar
6. Utilizar a pesquisa em ensino e a inovações pedagógicas
O que deverão “saber” e “saber fazer” os professores
de ciências?
Princípios comuns de aprendizagem
Toda aprendizagem, para que realmente aconteça,
precisa ser significativa para o aprendiz – precisa
envolve-lo como pessoa, como um todo (ideias,
sentimentos, cultura e sociedade)
No polo oposto da aprendizagem significativa está a
aprendizagem mecanizada
Aprendizagem significativa
O aprendiz se capacita a aplicar o que foi aprendido
em uma situação a uma variedade de situações
semelhantes
Algo aprendido só vai mudar nossos valores, motivos,
autoestima, comportamento, se fizer sentido para o
aprendiz
Griffiths and Mayer-Smith Understanding
Genetics – Strategies for Teachers and
Learners in Universities and High Schools .
W.H.Freeman and Company, New York,
2000.
Características do papel do professor
Facilitador da aprendizagem de seus alunos
Papel não é ensinar, mas ajudar o aluno a aprender
Papel não é transmitir informações, mas criar
condições para que o aluno adquira informações,
Papel não é fazer brilhantes preleções, mas organizar
estratégias para que o aluno conheça a cultura
existente e crie cultura
Que perguntas o professor deve se fazer para facilitar a
aprendizagem do estudante?
Que objetivos pretendo que meus alunos alcancem?
Quais são as expectativas de meus alunos ao virem
fazer meu curso? Como envolve-los?
O que poderei fazer para facilitar o seu desenvolvimento
e aprendizagem?
A aprendizagem exige uma contínua abertura para
modificações, tanto do aluno como do professor
ESTRATÉGIAS para a aprendizagem
Como é que eu posso dar esta aula para meus alunos
melhor alcançarem os objetivos de aprendizagem
propostos para ela?
ESTRATÉGIAS para a aprendizagem
Meios que o professor utiliza em sala de aula para
facilitar a aprendizagem dos alunos, isto é, para conduzi-
los em direção aos objetivos da aula, do conjunto de
aulas ou do curso
Inclui a organização da sala de aula (disposição dos
móveis e todo o material a ser utilizado). Todas as
atividades que serão pedidas aos alunos, e as do
professor, que serão necessárias para complementar,
iniciar, organizar ou sintetizar as atividades dos alunos
Variações das ESTRATÉGIAS
Atender as diferenças individuais existentes no grupo
Favorecer o desenvolvimento de diversas facetas dos
alunos (habilidade de trabalhar em grupo, de se
expressar, de resolver problemas)
Para o professor – o curso se torna mais dinâmico,
desafiador, pois exige renovação, flexibilidade e
criatividade ao dar as aulas e avaliação da eficiências
das decisões tomadas ao planejar
Materiais Didáticos
Produtos pedagógicos utilizados na educação
MD quanto ao suporte e ao uso das mídias
Atividades interativas
Por que usar Materiais Didáticos?
O material didático presencial é um facilitador da
compreensão e do entendimento dos conceitos Além da cognição desenvolve aspectos: • afetivos (desenvolvimento da sensibilidade e da estima e estreita os laços de amizade e afetividade); • socialização (simulação de vida em grupo); • motivação (envolvimento na ação, no desafio) .
Griffiths and Mayer-Smith Understanding
Genetics – Strategies for Teachers and
Learners in Universities and High Schools.
W.H.Freeman and Company, New York, 2000.
• união de fragmentos de informação conceitual que possui
Por que usar Materiais Didáticos?
• concretização de entidades e processos
• No caso da genética em particular os conceitos são
sobre entidades, fenômenos, processos invisíveis e
abstratos
Por que usar Materiais Didáticos?
Filho de Scoiso, scoisinho é!
•Introduzir noções básicas de
Genética
•Discutir questões relacionadas
aos processos que ocorrem
durante a formação dos gametas
e do zigoto
•Relacionar diferentes “receitas” de informação
genética com a aparência do organismo
Atividade interativa
Filho de Scoiso, scoisinho é!
• Estabelecer correlações entre
os conceitos:
DNA, cromossomo, gene e
herança genética
• situar no tempo e no espaço os processos biológicos
•concretizar” processos e/ou estruturas invisíveis a olho nu
Atividade interativa
• Simulação do sequenciamento de DNA
• Mapeamento do DNA mitocondrial com enzimas de restrição
• Cascatas de ação gênica na diferenciação de tecidos
• Livro da Vida
Metodologias ativas no ensino–aprendizagem de Biologia
https://facultyinnovate.utexas.edu/teaching/flipping-a-class
Coevolução cultura/persistência de lactase
1. EM CASA: Responder questionário sobre leite e intolerância a lactose antes de ver o filme - – afirmações falso/verdadeiro; Assistir Filme 15 minutos 2. EM AULA : Responder o mesmo questionário – Comparação das respostas da classe 3. Primeiras ideias (texto) em duplas – Responder 2 questões, sendo uma delas apresentar uma explicação darwinista para o surgimento da persistência a lactase 4. Questões corrigidas por outra dupla mediante um gabarito. Direito a defesa da opinião 5. Elaboração gráficos (em trios) de níveis de glicose no sangue após o consumo de 1 litro de leite (pessoas de diferentes origens geográficas) 6. Identificação dos lactase persistentes dos não persistentes. Critério usado? 7. Analisar heredogramas de famílias para verificar se a característica é genética 8. Determinar o padrão de herança. 9. Analisar sequência de bases de um trecho do DNA do gene persistência a lactase de indivíduos tolerantes e intolerantes a lactose
1. A aprendizagem é mais profunda
2. Estudantes participam ativamente na aprendizagem
3. A interação entre os estudantes é maior
4. Professor tem feedback maior – a compreensão ou ausência dela fica evidente no momento da aplicação
Metodologias ativas no ensino–aprendizagem de Biologia
BioInteractive - https://www.hhmi.org/biointeractive
https://www.hhmi.org/biointeractive/search?text=lactase
%20persistence&sort_by=search_api_relevance&redire
ct=1
TED ED Lessons Worth Sharing http://ed.ted.com/
http://ed.ted.com/lessons/which-sunscreen-should-you-
choose-mary-poffenroth
DNA Learning Center
https://www.dnalc.org/resources/dnatoday/
Lern.Genetics http://learn.genetics.utah.edu/
•http://learn.genetics.utah.edu/content/epigenetics/twins/
Genética na Escola
http://www.geneticanaescola.com.br/
Material Didático produzido pelo IB
http://www.ib.usp.br/botanica-material-didatico.html http://www.ib.usp.br/genetica-bio-evolutiva-material-didatico.html http://www.ib.usp.br/zoologia-material-didatico.html http://www.ib.usp.br/evosite/