o Trabalho e a Esfera Psiquica

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O Trabalho e a Esfera Psíquica

TREINAMENTO DE SEGURANÇA

SAÚDE OCUPACIONAL

O trabalho se desenvolve dentro de condições de higiene e segurança

determinadas: Pelo ambiente físico (temperatura,

pressão barulho, vibração, irradiação, altitude);

Pela presença de substâncias tóxicas no ambiente (vapores, gases, poeiras, fumaças);

Pela presença de agente biológicos (microorganismos, parasitas);

Pelas características antropométricas do ambiente de trabalho;

Por características da organização do trabalho que determinam a divisão do trabalho, o conteúdo da tarefa, as relações de poder, a responsabilidade, os salários, os prêmios por produção e outros.

É dentro dessas condições, num contexto de agressões à saúde física,

mental e emocional, que cada indivíduo deve realizar suas tarefas.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde): saúde é um estado de

completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de

doenças.

“A saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação,

renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade,

acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde”.

(8a Conferência Nacional de Saúde – 1988)

É compreendida como um conjunto de ações de vigilância e assistência,

visando a promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos a riscos e agravos advindos dos processos de

trabalho.

As três formas universais de prevenção dos acidentes de trabalho são

oriundos da análise e investigação dos acidentes de trabalho:

1) Engenharia2) Treinamento e educação

3) Medidas disciplinares

Os fatores nocivos ou de risco para a saúde do trabalhador são

classificados em:

1. Agentes Físicos;2. Agentes Químicos;3. Agentes Biológicos; 4. Agentes Mecânicos e 5. Agentes Ergonômicos

Cada indivíduo traz consigo desejos, esperanças e capacidades quase

sempre ignorados pela organização do trabalho. Quando esta ignora as

particularidades do ser humano, pode gerar no indivíduo ou no grupo

insatisfação, ansiedade, medo, sendo sentimentos que levam ao sofrimento psicológico, resultado do conflito entre

as pressões sofridas no trabalho e a história do indivíduo ou mesmo do

grupo.

Tais sentimentos são uma carga psíquica que, além de se traduzir em sofrimento emocional, pode ocasionar

a doença do corpo, chamada, psicossomática.

A doença psicossomática tem origem em desordens psicológicas que

interferem no adequado desenvolvimento endócrino-metabólico

do organismo, gerando desconforto físico.

Estamos, portanto, diante de uma situação de conflito, na qual o trabalho,

por um lado, é fonte de realização de satisfações concretas (proteção da

vida, bem-estar físico, biológico e nervoso) e de satisfações simbólicas (satisfação que o trabalho confere de

acordo com o que o indivíduo traz em si como desejo, expectativa de realização por meio de trabalho) X e, por outro

lado, é fonte de sofrimento, quando não realiza as aspirações do sujeito, de medo, quando um risco real se faz presente, e de

ansiedade, quando há o risco de não acompanhar o ritmo de trabalho imposto.

Uma telefonista ansiosa pode

atender o cliente de

forma mais rápida e

conseguir atender um

maior número de chamadas

num determinado período de

tempo.

Na construção civil, indivíduos que têm medo da altura na

qual as tarefas são desenvolvidas não passam “seleção natural” imposta pelos próprios colegas de

trabalho e se afastam espontaneamente,

permanecendo ai aqueles que “ignoram” o risco e

conseguem não falar sobre ele dentro do grupo, já que falar sobre ele é lembrar de

sua existência.

Ambas tarefas tem o alto preço do desgaste desses indivíduos, acarretando sofrimento, envelhecimento precoce, incapacidade precoce para o trabalho.

Neste caso, o trabalho não causa o sofrimento, é o sofrimento que produz o trabalho.

Dessa forma precisamos estabelecer uma relação entre os esforços exigidos para a execução das tarefas, que podem ser predominantemente físicos, cognitivos ou psicoativos.