Post on 29-Jun-2020
Um conto europeu adaptado por Sílvia Moral
Ilustrado por Marta Álvarez
O tesouro dos trolls
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Numa pequena quinta do norte da Europa, vivia uma família de duendes.
O mais jovem chamava-se Vinka e tinha mais de 100 anos.
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Vinka e Elinor, que era a filha dos donos da quinta, eram muitos amigos.
Como a jovem ia casar, Vinka queria oferecer-lhe um lindo presente.
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Quando Vinka contou ao pai que estava a planear ir às montanhas para roubar
um colar do tesouro dos trolls e oferecê-lo a Elinor, este zangou-se muito:
— Não podes fazer isso, Vinka — disse-lhe. — Os trolls guardam o seu tesouro
de dia e de noite e, se te apanham, comem-te.
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Sem hesitar, na noite antes do casamento, quando todos dormiam, Vinka
abandonou a quinta sem fazer qualquer ruído e dirigiu-se para as montanhas.
Subiu e trepou pelas rochas até encontrar a entrada de uma gruta.
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No interior da gruta estavam dois grandes trolls. Eram muito feios, tinham
uma grande boca cheia de dentes afiados e patas peludas que terminavam
numas garras afiadas. Estavam a contar os tesouros que guardavam num baú.
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Ágil e silencioso como uma raposa, o duende trepou pelo baú e, ao chegar
à borda, viu um lindo colar de pérolas. Vinka saltou para o interior do baú
para o tirar, mas foi então que um dos trolls o viu e o apanhou.
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— Hmmmm — salivava o troll. — Nunca provei um duende. De certeza
que é delicioso. Vamos juntá-lo ao recheio do peru…
— Mas vocês não podem comer-me assim — disse Vinka. — Estou sujo
de terra e de folhas secas. Primeiro têm de limpar toda esta porcaria…
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Então, os trolls levaram o duende até um riacho que corria no interior da gruta.
Quando iam metê-lo dentro de água, Vinka conseguiu soltar-se e, de um só salto,
escondeu-se dentro de um cântaro que estava na margem do riacho.
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Vinka, segurando muito bem o colar, tentou fazer com que o cântaro
rebolasse até cair dentro do riacho.
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A corrente arrastou o cântaro como se este fosse um barco e, ao nascer
do sol, o duende alcançou, por fim, o vale.
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Vinka iniciou o caminho de regresso cantando canções que só os duendes
conhecem, pois sentia-se muito orgulhoso do que tinha feito.
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Quando chegou à quinta, entrou sorrateiramente no quarto de Elinor
e escondeu o colar debaixo da sua almofada, para que a jovem o encontrasse
ao acordar.
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Elinor usou o lindo colar no seu casamento. Todos os convidados comentavam
como era belo! A jovem estava radiante!
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Ao cair da noite, depois do banquete, a menina, agradecida, deixou uma
grande fatia de bolo para Vinka. Sabia que só ele poderia ter-lhe oferecido
um presente tão especial…
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