Post on 04-Jul-2015
O problema pessoal do sentido da vida
Desidério Murcho
O objectivo destas páginas é duplo. Por um lado, mostrar a plausibilidade da seguinte
hipótese: quando o sentido da vida é encarado como um problema pessoal, é mal
compreendido. Não disponho de estudos científicos empíricos que possam sustentar esta
hipótese. Por isso defendo apenas que é uma hipótese plausível; talvez as coisas se
passem como esta hipótese diz que são, ou talvez não.
Por outro lado, quero mostrar que, porque o problema pessoal do sentido da vida é mal
compreendido, nenhuma resposta razoável que possamos dar é satisfatória. Mas isto
acontece não porque as respostas são más, mas porque o problema pessoal do sentido da
vida é um falso problema.
Esta reflexão é um complemento ao artigo "O Sentido da Vida", publicado na Intelecto.
Nesse artigo, passo em revista algumas das respostas religiosas ao problema do sentido
da vida e defendo que a vida faz sentido na exacta medida em que houver valores
objectivos. Verifiquei, todavia, que este artigo era demasiado "académico", no sentido
em que não era o tipo de artigo que pudesse responder às ansiedades de quem se
defronta realmente na sua vida com o problema do sentido da vida. Acho esta situação
irónica e típica de um certo tipo de academismo estéril, do qual eu no entanto sempre
me esforcei por me afastar.
Típica porque a regra de ouro do academismo estéril é nunca tratar de tema algum que
possa ser compreendido pelo público culto que ainda não se deixou hipnotizar pela
prosa soporífera dos universitários; e caso esta regra seja quebrada, é então necessário
tratar do tema de tal modo que o público culto não consiga entender, nem encontre as
respostas de que estava à espera de encontrar. E irónica porque o tema do sentido da
vida é visto com maus olhos precisamente por ser demasiado popular, algo que toda a
gente pensa constituir a preocupação principal da filosofia. E ali estava eu a escrever um
texto que não agradava nem a gregos nem a troianos: nem aos académicos por ser
demasiado popular, nem ao público em geral, a quem a Intelecto se destina, por não ser
suficientemente popular.
Há boas razões para a melhor tradição filosófica procurar evitar a imagem do filósofo
como um guru. Os gurus são figuras tudo menos filosóficas, pois as suas sentenças
oraculares não são para ser discutidas e avaliadas, mas antes seguidas cegamente pelos
acólitos. Mas penso que é preciso mostrar que é possível falar ao público culto e
responder às suas preocupações sem cair no dogmatismo dos gurus. Pessoas como
Bertrand Russell fizeram-no, de forma admirável — valendo-lhe até um prémio Nobel
— e, mais recentemente, Peter Singer fê-lo também, na obra "How Are We to Live?".
Mas penso que é preciso insistir.
Penso que é preciso insistir em grande parte por causa da infeliz divisão entre duas
formas radicalmente diferentes de fazer e ensinar filosofia: a filosofia analítica e a
filosofia continental. Demasiadas vezes as pessoas pensam, erradamente, que a filosofia
analítica está muito mais do lado do academismo estéril — "escolástica" é a palavra que
se ouve e que já me deitaram à cara tantas vezes — do que a filosofia continental. Penso
que isto é falso. A ilusão, todavia, é compreensível. Os textos iniciáticos de Heidegger,
por exemplo, ou os textos trágicos de Kierkegaard ou os textos panfletários e
angustiados de Nietzsche, podem responder a algumas das inquietações mais imediatas
do grande público. Mas este início promissor — promissor para o grande público que
espera resposta às suas inquietações — é rapidamente atraiçoado, por dois motivos.
Em primeiro lugar, os textos destes autores são extraordinariamente opacos, difíceis de
compreender e muito situados. Heidegger é um representante típico do académico que
escreve para outros académicos. Nietzsche e Kierkegaard, não — mas escrevem com a
cabeça de tal modo metida no seu próprio tempo e nas suas próprias preocupações
pessoais, que sem uma preparação adequada, o leitor comum pouco ou nada
compreende destes escritores, apesar de ficar com a sensação de que eram pessoas
muito angustiadas, figuras trágicas com um interesse humano inegável.
Em segundo lugar, o trabalho académico que se exige aos estudantes e que os
académicos realizam com base nestes autores é regra geral impenetrável ao grande
público. E, regra geral, o batalhão de intérpretes e exegetas da obra destes grandes
filósofos pouco mais fazem do que repetir o que eles disseram por outras palavras ou
dissecar os pormenores mais irrelevantes aos olhos do grande público, deixando sempre
para depois as ideias centrais que são tão apelativas nestes autores. É um pouco o
mesmo do que acontece com o estudo de "Os Maias" de Eça de Queirós entre os
académicos e na escola secundária: à força de tornarem sério e académico o estudo da
obra, acabam por estripá-la do seu interesse principal, domesticando uma das mais
poderosas e bem dirigidas críticas à sociedade portuguesa — críticas que infelizmente
continuam actuais.
Penso que há uma alternativa ao guru, e ao texto trágico e grandioso, que apresenta o
seu próprio autor como uma figura teatral. A alternativa é responder com clareza e
frontalidade às preocupações do grande público e mostrar como o pensamento
sistemático e consequente nos pode ajudar a compreender melhor o que é para nós
importante compreender. E procurar oferecer o resultado do nosso melhor esforço de
compreensão ao grande público é justo; afinal, é o grande público que nos paga o
ordenado.
***
O problema intuitivo do sentido da vida é um problema pessoal. Não é um problema
parecido com a questão de saber se há vida noutros planetas, ou com a questão de saber
qual é a composição da atmosfera de Júpiter. O que se procura não é realmente uma
resposta ao problema do sentido da vida humana em geral, mas sim ao problema do
sentido da minha vida. É o tipo de inquietação que me assaltava quando eu tinha 15
anos, e que inquieta muitos jovens; ou que inquieta pessoas que enfrentam problemas
difíceis na sua vida de adultos. Algumas pessoas que passaram anos a ganhar cada vez
mais dinheiro parece terem a tendência para se preocupar com o sentido da vida delas
quando os negócios correm mal. Outras, quando morre um ente querido, ou quando
descobrem que têm uma doença terminal. Não tenho qualquer base científica para
sustentar estas afirmações; provavelmente, algumas das pessoas que se preocupam com
o problema, terão um interesse genuíno no verdadeiro problema, e não um interesse
meramente interesseiro no sentido da sua própria vida. Mas também não penso que
estas ideias, que tenho em resultado da minha observação assistemática, sejam
completamente descabidas.
Quando olhamos para o problema do sentido da vida como um problema pessoal, é
difícil ter a lucidez necessária para compreendermos o problema geral. O que queremos
é responder à angústia que estamos a viver. Uma pessoa nestas circunstâncias
dificilmente precisa de ler o artigo que publiquei na Intelecto, ou uma tentativa
académica para tratar o tema. O que uma pessoa nestas circunstâncias precisa é de ser
apoiada e encorajada; precisa de amizade e de um olhar de compreensão, e não de uma
lição de filosofia. Uma pessoa nestas circunstâncias não compreende o verdadeiro
problema do sentido da vida — esta é a minha convicção. As razões pelas quais eu
penso isso são as que desenvolvo de seguida.
Se eu disser a alguém muito preocupado com o sentido da vida que uma vida que
acrescente valor ao mundo faz sentido, desde que os valores sejam objectivos, esta
resposta é insatisfatória. Essa pessoa quer uma resposta para a vida dela e uma resposta
que ela possa compreender. A distinção entre valor objectivo e subjectivo de pouco lhe
vale, se nem sequer compreende bem a distinção. A pessoa quer uma resposta pessoal a
um problema pessoal — e não uma resposta universal que por inerência devia responder
também ao seu problema.
É por este motivo que as respostas religiosas são em geral mais apelativas. Porque nas
respostas religiosas a própria pessoa é importante; há um Deus que a vê e a escolhe, que
lhe concede a vida eterna e a bem-aventurança, e não apenas um conceito impessoal de
valor objectivo. Claro que se perguntarmos a essa pessoa, entretanto convertida, por que
razão há-de Deus dar sentido à nossa vida, já que também isso não se compreende bem,
obtemos uma resposta evasiva: Deus é o mistério, é o incompreensível, nós somos
demasiado limitados para compreender os seus desígnios e a sua natureza. De facto,
parece que somos até demasiado limitados, pelo menos alguns de nós, para
compreendermos um artigo da Intelecto sobre o sentido da vida, quanto mais Deus. E é
agora que a questão interessante se levanta: incompreensão por incompreensão, por que
razão é a resposta religiosa melhor do que a filosófica?
Quero deixar para já esta pergunta por responder. Vejamos outra rota de incompreensão
e de insatisfação. A resposta ao sentido da vida que evoca valores objectivos é
realmente sofisticada e compreende-se que não seja por isso muito apelativa, apesar de
também a resposta religiosa ser incompreensível. Mas também uma resposta como a de
Peter Singer — que nem sequer acredita na objectividade do valor — é incapaz de
satisfazer o nosso interlocutor angustiado com o sentido da vida. A resposta de Singer (e
a minha própria, mas a um nível mais térreo e menos abstracto) consiste em dizer a essa
pessoa para olhar para o mundo à sua volta com olhos de ver. E que medite no
sofrimento dos que morrem à fome, dos que labutam diariamente para sobreviver, dos
que sofrem as mais vis injustiças, do que são estropiados, privados dos seus direitos,
etc. Mas quando se diz que uma vida terá sentido desde que possa servir para trazer
algum bem a este mundo, desde que possa servir para ajudar alguns dos que estão em
circunstâncias muito piores do que nós — quando se diz isto, o nosso interlocutor não
se deixa impressionar. Tudo isso é verdade, há imenso sofrimento no mundo, mas a
regra básica da psicologia humana é esta: um ardor no meu dedo mindinho é mais
importante para mim do que um milhar de pessoas a morrer à fome a 5 Km de distância.
Uma inquietação na minha alminha é mais importante do que as pessoas todas que estão
à minha volta e que eu podia ajudar de várias maneiras. É assim que somos. O que não
quer dizer que tenhamos de ser assim.
De modo que esta resposta, a um nível mais térreo, também não satisfaz nada o nosso
interlocutor angustiado com o sentido da sua vida, com as suas dores de alma. O que ele
quer é o impossível. Quer uma resposta simples e rápida, que dê sentido universal à sua
vida, mas que ao mesmo tempo lhe fale a ele em particular e não a todos os seres
humanos em geral e — sobretudo — não quer dúvidas nem ter de fazer grande coisa. Se
tiver de fazer alguma coisa, terá de ser algo como um contacto directo com Deus. Não
será capaz de dar 200 contos para ajudar uma vítima da fome ou da miséria, ou para
ajudar um estudante pobre inteligente que de outro modo terá de deixar de estudar. Mas
será capaz de gastar 200 contos numa peregrinação algures, ou num quadro com uma
boa representação de Deus, ou numa viagem para ir ouvir e ver o Papa.
Esta atitude compreende-se. O que o nosso interlocutor quer é resolver a sua vida; não
quer resolver a vida dos outros. E por mais que lhe possamos dizer que ajudar os outros
é a melhor maneira de dar sentido à sua vida, isso é demasiado rebuscado para ele. Ele
quer falar directamente com a gerência para ter a certeza que é promovido, não quer
apostar na possibilidade de promoção sendo um trabalhador honesto e altruísta, que
ajuda os seus colegas.
Compreende-se agora por que razão o facto de a resposta religiosa ser incompreensível
não é grave para quem se preocupa com o problema pessoal do sentido da vida, ao
passo que o facto de a resposta filosófica ser dificilmente compreensível é devastador.
No primeiro caso, a incompreensão vem depois da garantia da vida eterna de bem-
aventurança; que não se compreenda o sentido de uma vida eterna de bem-aventurança,
é irrelevante. Mas a resposta filosófica é inquietante; exige um esforço de compreensão,
coloca demasiadas coisas nas nossas mãos, não nos dá um lugar de destaque com um
Deus omnipotente e criador e ainda por cima nem sequer nos dá grandes garantias de
ser verdadeiras, excepto na exacta medida da força e plausibilidade dos seus
argumentos.
É por estes motivos que penso que o problema do sentido da vida é mal compreendido
quando é um problema pessoal. Este problema não é pessoal, de facto. É universal. Mas
se fazemos disto um problema pessoal, perdemos de vista o essencial do problema.
Estamos dispostos a tudo para "resolver" o problema, desde que isso seja uma solução
rápida e garantida que nos dê imensa importância. Não estamos dispostos a relativizar a
nossa dor de alma, percebendo que é uma em 6 biliões. Queremos que a nossa alma seja
importante, e não uma em 6 biliões. Mas não pode ser importante, precisamente porque
enquanto não a encararmos como uma em 6 biliões, não conseguiremos compreender a
importância que eventualmente terá.
Quero terminar com um comentário a um problema que surge muitas vezes ao discutir o
problema do sentido da vida. Curiosamente, é um padrão de pensamento que ocorre às
pessoas que estão pessoalmente muito preocupadas com a sua alma, mas do qual
conseguem rapidamente afastar-se, quando isso lhes convém.
Uma maneira intuitiva de formular o problema do sentido da vida é começar a perguntar
"Porquê?". Podemos perguntar: "Vou levantar-me porquê?" E temos muitas respostas:
porque preciso de ir tomar banho e tomar o pequeno-almoço, e apanhar o metro para ir
para a faculdade. E porquê? Bom, para poder estudar e poder tirar o curso. E porquê?
Bom, para ter um emprego e comprar uma casa e ter uma família. E porquê? Hum. Isto
começa a perder o sentido. No artigo da Intelecto expliquei que há dois tipos de
finalidades e que o problema do sentido da vida é encontrar finalidades últimas. Mas
este é o problema filosófico do sentido da vida.
No problema pessoal do sentido da vida não queremos saber de finalidades últimas. O
que queremos é garantir que a nossa vida terá sentido para nós, que seremos
eternamente felizes, que nada nos poderá perturbar as tardes felizes da eternidade
abençoada. Que se lixe se isso é ou não uma finalidade última e que isso seja apenas
prolongar tolamente um estado de satisfação para todo o sempre, como se tal fosse
sequer concebível. O que importa é que essa fantasia é reconfortante; é como regressar
ao ventre materno e congelar o tempo. Sabe bem.
O padrão de pensamento errado que estou a tentar caracterizar é subtil. Começa por
exigir respostas a múltiplos "porquês". Não se contenta com resposta alguma, mesmo
que sejam finalidades em si, como tomar chá, que é algo que faço pelo prazer de o
beber, ou estudar, que é algo que faço pelo prazer de estudar. Não. Queremos mais do
que o que nos dá prazer. Queremos uma finalidade última. Esta insistência torna-nos
cegos para o facto de que grande parte da nossa vida consiste em alcançar finalidades
que não serão últimas, mas que são perfeitamente respeitáveis. Desde que estudar me dê
prazer, qual é o problema? Desde que a vida me corra bem, que eu seja feliz com a
minha mulher e os meus filhos e os meus amigos, qual é o problema? Desde que possa
usufruir de uma boa vida, qual é o problema? A insistência nas finalidades últimas pode
cegar-nos para o que é de facto o mais importante para a vida da maior parte das
pessoas.
Mas depois este padrão de pensamento cessa subitamente. Quando atingimos o céu,
deixamos de perguntar por que razão faz tal coisa sentido. E isto cega-nos para o
verdadeiro problema do sentido da vida, que é precisamente o de saber que sentido
haverá numa vida humana eterna de felicidade. Mas para o nosso interlocutor esta
pergunta já não faz sentido. O que ele procura é a resposta à inquietação da sua alma e
uma garantia de que não voltará a ter tal inquietação. E para isso nada melhor do que a
eterna bem-aventurança, sentado ao lado de Deus.
Nenhuma das 3 respostas que podemos dar ao problema do sentido da vida responde ao
problema pessoal do sentido da vida. Isto não é uma deficiência dessas respostas.
Resulta antes do facto de o problema pessoal do sentido da vida ser um falso problema,
um problema que não tem realmente solução. É apenas uma inquietação emocional vaga
e pouco lúcida, que costuma atacar os seres humanos quando estão numa situação
emocional difícil — mas que é tranquilamente esquecida quando tudo corre bem na
vida.
As 3 respostas que podemos dar, e as razões pelas quais são sempre insatisfatórias para
o angustiado em busca da salvação, são as que se seguem.
Em primeiro lugar, podemos procurar mostrar que acrescentar valor ao mundo dá
sentido à nossa vida porque há valores objectivos. Esta resposta não é satisfatória
porque é demasiado abstracta. É difícil de compreender. Implicaria estudar filosofia
seriamente pelo menos durante alguns meses.
Em segundo lugar, podemos mostrar que as finalidades últimas não são muito
importantes para a nossa felicidade. Afinal, se a minha vida for feliz, tudo o que faço
para preservar essa felicidade, e para a aprofundar e talvez partilhar, faz todo o sentido
— tal como faz sentido dar-me a um trabalho imenso para ir passar férias para muito
longe. Toda a viagem e despesa faz sentido porque aquelas férias naquele sítio são
importantes para mim, e não há mais nada a dizer que lhe possa dar realmente valor. E
isso chega. Mas esta resposta não satisfaz quem se defronta com o problema pessoal do
sentido da vida porque essa pessoa está emocionalmente num estado que não lhe
permite fruir a amizade, as férias, o amor, uma tarde chuvosa de leitura empolgante.
Essa pessoa quer algo tão importante que lhe devolva o gosto pela vida. Mas:
Em terceiro lugar, podemos mostrar que, independentemente de os valores serem ou não
objectivos, e independentemente de termos ou não gosto pela vida, há infelizmente
sempre muitas pessoas há nossa volta que podemos ajudar decisivamente, apenas com
algum esforço da nossa parte. Mesmo que isso não nos dê satisfação a nós, pelo menos
dá satisfação a alguém. Esta resposta também não interessa nada ao nosso trágico
angustiado, claro. Porque o que ele quer é retomar o gosto pela vida. E não quer obter
tal coisa através da via inesperada do altruísmo. Não. Quer que Deus lhe fale
directamente ao ouvido e lhe diga que a vida dela é muito, muito, muito importante, só
porque é uma vida humana e só porque é uma pessoa única. Acho que tenho más
notícias. Nenhuma vida humana é em si algo que tenha mais valor do que tem a vida de
um símio — excepto se fizermos coisas que nenhum símio pode fazer, como trazer
algum valor ao mundo e fazer bem a alguém no mundo.
Não quero deixar o leitor com uma nota de pessimismo. Quero dizer-lhe que há imensas
coisas que estão nas suas mãos. Nomeadamente, as vidas das pessoas que estão à sua
volta. E a criação de algo que seja bom para alguém. E que se por acaso enfrenta o
problema pessoal do sentido da vida, do ponto de vista emocional o melhor a fazer
talvez seja pensar um pouco menos em si e um pouco mais nos que estão à sua volta.
Poderá descobrir, com algum espanto, que não tinha gosto pela vida porque a vida não
tem gosto quando só olhamos para nós próprios e nos esquecemos dos nossos
semelhantes.
Desidério Murcho