Post on 05-Aug-2015
O mundo de Teresa Calçada é feito de palavras mas, no caso, são os números que dizem tudo.
Há 13 anos, altura em que esta professora de Filosofia foi coordenar o Gabinete do Programa
Rede de Bibliotecas Escolares, eram poucas as bibliotecas dignas do nome. Hoje existem 2100.
Quase todas as escolas, do básico ao secundário, contam com um espaço vivo e vivido onde o
livro tem destaque, mas nem sempre protagonismo. “Continua a haver livros, mas eles
coabitam com redes de informação e conhecimento. As bibliotecas do século XXI são espaços
multimédia, centros pedagógicos de incentivo à leitura, possível através de diferentes
recursos”, explica a coordenadora do projecto, justificando a presença de computadores,
televisões, jornais e revistas. “O ambiente não é semelhante ao de uma sala de aula”, diz, e os
catálogos que tem sobre a mesa provam isso mesmo. “Não são escolas da Finlândia”, diz en
passant, enquanto enumera as valências que fazem das bibliotecas um espaço fundamental na
relação aluno-professor. “Somos mutantes nesta geração digital, mas os nossos alunos não.
Por isso, temos de adoptar uma atitude pegagógica que acompanhe a aprendizagem.” É
preciso contrariar a ideia de que as bibliotecas são um sítio cinzento e (demasiado) silencioso:
“Se não forem úteis, as bibliotecas deixam de ser precisas. E elas só são úteis se tiverem o que
os alunos precisam.” Seja a Apologia de Sócrates ou a ligação ao Facebook.