Post on 24-Feb-2018
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
1/23
A H O M O N M I A N O P O R T U G U S T R A T A M E N T O S E M N T I C O
S E G U N D O
A
E S T R U T U R A
Q U A L I A D E P U S T E J O V S K Y
C O M
V I S T A S A I M P L E M E N T A E S C O M P U T A C I O N A I S
C l a u d i a Z A V A G L I A
1
RESUMO:N opresente trabalho,apresentamos u ma propostadet ra tamentosemntico defor
m asam bguas do portugus doBrasil,nocaso, lexia sh omgrafas,c om o escopo de oferecer
m os estratgias lingsticasparaasu aimplementaocomp ut a c iona le m S istemasd ePro
cessamento das LnguasNa tu ra i s(SPLN). O L xicoGerat ivod ePu ste jovsky fo iusado como
modeloterico. Nessemodelo,aEstrutura
Qualia-
EQ(e os papisFormal,Tlico,Agen t i voe
Const itut ivo)
f oi
selecionada como um
dos
exped ientes
lingstico-semnticos
para
a
realiza
o da desamb iguao das formashomnimas.Paraqu e osdados anal isadoset ratadospu
dessem
ser
m anipulados ,e laboramos um a Base
d e
Conhecimento Lexica l
(BCL)
cujo
repert
ri olingsticopossu i seus itens lexicais correlacionadoseinter ligad os por diferentes t iposde
relaes semnticas
presentes n a EQ.
P A L A V R A S - C H A V E :Homonmia; estrutura Qualia;lxico computac iona l ;base deconhec i
men tolexical,processam ento daslngua snaturais
Introduo
D e a c o r d o c o m B i d e r m a n ( 1 9 96 , p .2 7 ), o lxico ol u g a rd ae s t o c a g e m d a
s i gn i f i
cao e d os contedos
s i g n i f i c a n t e s
d a
l i n g u a g e m
h u m a n a .A
m e s m a a u t o r a r e s s a lt a
e m o b r a a n t e r i o r :
o lxico
pode
se r
considerad o como tesouro vocabu lar
de
u m a de te rm inada
lngua. Ele
i n -
cluia nomenclaturad etodososconceitoslingsticos e no-lingsticos e d etodosos refe
rentesd om u n d ofsico e d ouniversocultural ,cr iado por todasasculturas
hu manas
atua is
e d opassado (BIDERMAN,
1981,
p.138).
1
Depar t amen tod eLe t ras Mode rnas- Inst i tutode B iocincias,Letrase CinciasExa tas- UNESP - 15054-000- So Jos
d oR ioPreto- SP -
Bras i l .
E-mai l : zavaglia@lem.ibi lce .unesp.br.
A l f a , S o P a u l o ,47 (2) :7 7 - 9 9 , 2 0 0 3
77
mailto:zavaglia@lem.ibilce.unesp.brmailto:zavaglia@lem.ibilce.unesp.br7/25/2019 O Homonmia No Portugues
2/23
C o m e f e i t o , o l x ico deu m a l ngua a b r a n g e t o d a s a sp a l a v r a s d e s s es i s t e m a l i n -
gst ico , i n c l u s i v ea sg r a m a t i c a i s ,q u e s e e n c o n t r a m c on t e m p l a d a s o u n o e m d i c i o
nrios.
O l x ico d as l nguas n a t u r a i sf o i g e r ad o po r u m p rocesso de nomeao , apa r t i r d o
m o m e n t o e m q u e oh o m e m ,p o rm e i o d a sp a l a v r a s , p a s s o ua d a rn o m e a t o d a s a s e n
t i d a d e s q u ef a z i a m p a r t ed om u n d oq u e o c i r cu n d a v a (B I D E R M A N , 1 9 9 8 c ).
D e s d e
h
m u i t o
t e m p o ,o lx ico t e m s i d o r e l a c i o n a d o c o m a m e m r ia h u m a n a .D e
f a t o ,
a s e n t r a d a s l e x i c a i se m u m d i c i onr i o s o c o m o r e g i s t r o s d a m e m r i a e
m u i t o
p r o v a v e l m e n t e a e s t ru turao do l x ico s e a s s e m e l h a q u e la d a m e m r i a , f a t o e s se
q u e p e r m i t eu m a r e cu pe r a o rp id a e v e l o z d a s p a l a v r a sq u e o c o n s t i t u e m ( B I D E R
M A N ,
1 9 8 1 ,
p .28 ) . C o m e fe i to , fa la-se d e Lx i co M e n t a l , i s t o, asp a l a v r a s q u e s e e n
c o n t r a m es tocadas n am e n t e h u m a n a .
Q u a n d on osr e f e r i m o s a ot r a t a m e n t oau tomt ico da s lnguas n a t u r a i s , seja d e v a
r i a d a s
f o r m a s o u p o rv a ri a d o s m e c a n i s m o s , e s t a m o s t r a t a n d o e s s e n c i a l e p r i m o r d i a l
m e n t e d a e st ru turao de i t e n s l e x i c a i s d e u m am a n e i r a f o r m a l ,ouse ja , d e c o d i f i c a
o e decod i f i cao de d a d o s . N a f o r m a c o m o sero a r m a z e n a d o s e s s e s dados , se j a
e m l i s ta s im e n s a s
d e
pa la v r as , se ja
p o r
a n a l i s a d o r e s
mor fo lgicos ,
seja
po r nd i c e s a l
f anumr icos em
f o r m a
d e c d i go s , o u d e
q u a l q u e r o u t r o m o d o ,
v e r i i car -s e - u m a de
pen dn c ia d a e s t ru turao l ing s t ico - fo rmal dos
m e s m o s .
A props i to ,
B i d e r m a n
(1998b)
d i z :
[...] o lxico estassociado aoconhecimentoe oprocessode nomeao em qualquerlngua
resulta
d eu m aoperaoperceptivaecognit iva. Assim sendo,n oaparatolingstico da m e
mria
huma na ,
o lxico o
lugar
d o
conhecim ento
sob o rtulo sinttico de
pa lavras
- os
signos lingsticos. Eis por queprecisamos comear at raba lharc om esta im ensagalxia
de signosque devemosconhecer melhor.preciso desvend ar o mistrio decomo se
estru
turao lxico danossalngua (BIDERMAN, 1998b,p.179).
ne s s es e n t i d oq u e oc o m p u t a d o rest f a d a d o ai n c o m p l e t u d e s ,j q u eu m , d e n
t r e t a n t o s ,m is trios sobr e am e n t e h u m a n a a i n d a ,j u s t a m e n t e ,a fo r m a c o m o so es
t o c a d o s osd a d o sn a m e m r i a d oh o m e m .Por c o n s e g u i n t e , af o r m a d e a r m a z e n a m e n
t o d e d a d o s n a m e m r ia d e u m a m q u in a c o n t m a s m e s m a s (e t a l v e z b e m m a i s )
o b s c u r i d a d e s qu e o no-conhec im ento s ob r e m e c a n i s m o s m e n t a i s h u m a n o s ge r a p a
ra osp e s q u i s a d o r e s . N e s s e s e n t i d o ,B u t t o n e ta l . ( 1998 ) a f i rma m:
A
ana logia entre
a
m e n t e
e o
compu tador
tambm foi
contestada
com base no
fato
d e
qu e
se
equivoca sobre
o
funcionamento
d os
computadores
e
sobre
a
natureza
dos
progra
mas qu e osd i r i gem(soneles executados). Opontoa tondeoscomputadores podemser
usados para simularemat iv idades humanasdu m aimpressoenganosa d ograuem que o
computadorestrea lmente igua lando odesempenho simulado.O scomputadores podem
ser
capa zes de
gerar
sries de
palavras,
smb olos ma temticos et c, que
correspondem cor
retamentea osrequisitosda l inguagemhumana ,sistemasd e clculo et c,ma s-parad iz-lo
78
A l f a , S o
P a u l o ,
4 7 (2) :
77 -99 , 2003
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
3/23
muitogrosseiramente, por enquanto- a d iferena crucialentrea simulao da m quina e o
desempenho hu m ano
qu e esse ltimo
envolve
o
en t end imen to
do qu e as sries de
pa la
vrase frmulassignif icam,a opassoque aprimeira,no(BUTTON etal.,1998,p.12).
B i d e r m a n
(1981,
p.139) s ugere:
[...] em virtuded o nmero elevadssimo doselementos do lxico e da complex idade combi
natria resultantedesse nmero, necessriosuporque o crebroorganiza um aestrutura
dos dadoslxicos degrande funcionalidade, paraque elepossa recuperarem fraes m ni
masd e segundo (100a700 milissegundos)n o s osignif icadod eu ma pa lavra , mas todas
as suas caractersticasgramat ica ise osusosqu e lhe soadequados, conforme ocontexto
do d iscurso,a situao momentnea e oregistrolingsticorequer ido pela situao,pelo
interlocutore pelo assun to.
E s s a m e s m a a u t o r a n o s d i z q u e ,p r o v a v e l m e n t e , o lxico es t e n c a d e a d o e m r e
d es s em nt icas , i . e. , a su a in t egra o e s t e s t r u t u r a d apo r vr ios c a m p o s l x icos . E
a i n d a : os pad resn e u r o n a i sda mem r ia l x ica d e v e m t e re s t a b e l e c i d o r e d e s d e l i g a
es e n t r eos l e x e m a s d e m o d o f u n c i on a l ( B I D E R M A N ,
1 9 8 1 ,
p.139) .D a s u ap r o p o s t a
d e Rede Semnt ica e C a m p o Lx i co ( B I D E R M A N ,
1981 ,
p.140) ,a a u t o r a d e d u z i uq u e a
assoc iao e n t r e s i gn o s e s t a b e l e c i d a d e d u a s m a n e i r a s :p o rc o n t i gu i d a d e / s i m i l a r i
d a d e e por opos io d e contrrios .I n f e r i m o s , p o r t a n t o ,qu e as r e l aes s emnt icas da
s inonmia e da antonmia f a z e m p a r t e , e s s e n c i a l m e n t e , d o c o n j u n t ode e s t ru turao
d o l x ico m e n t a ld e u m se rh u m a n o .
E m
consonncia, Bogaa rds (1994, p .70-71) d i z qu e as r e l aes e n t r eos e l e m e n t o s
d o
l x i co
m e n t a l
so de
d o i s t i p o s :
(i ) r e l aes in t r nsecas , qu e s e
b a s e i a m
n os
d i f e
r e n t e s t i p o s de informaes l ings t icas (semnt icas , mor fo lgicas , fono lgicas e tc. ) e
(ii) r e l aes a s s o c i a t i v a s ,q u e s o b a s e a d a s na co -ocor rnc ia f r eqente d e i t e n s .N o
qu e d i zr e s p e i t o n a t u r e z a semnt ica das re laes intr nsecas ,p o d e m o s descrev- l as
e m t e r m o s de s inonmia , an tonmia e h iponmia ; po r sua v e z , as r e laes a s s o c i a t i v a s
b a s e i a m - s e n oc o n h e c i m e n t o d em u n d oe n oc o n h e c i m e n t o e nc i c l o pd i co : p a l a v r a
guerr so
associadaspalavras comomorte combate
misri etc.
Ta is co nce p e s no sl e v a m aa c r e d i t a rq u eu m ad a sm a n e i r a sd e s e o r d e n a ra e s
t ru turao de l x ico e m c o m p u t a d o r e s p o d e r i as e r v i a Re d e s Se m nt i ca s e A s s o c i a
es Sem nt icas .E s s a s r e d e s p o d e r i a m o r ga n i z a r - s e p o rm e i od e r e laes s emnt icas
(h peronmia , s inonmia, antonmia, meron mia) jqu e ,a o q u et u d o i n d i c a ,e s saser iaa
f o r m a
q u e ,
p o s s i v e l m e n t e , m a i s
se
a s s e m e l h a r i a
e s t o c a g e m
d e
d a d o s
n a
m e n t e h u
m a n a .
E m con formid ade , Bezer r a (2002 ,p.3)e n u n c i a :
Em nossam emria delongo tempo,ou m emriaprofunda, armazenamos asunidades
lexi
caisd a l ngua quefalamos associadas em diversascombinaes: sintagmticas,pa r ad ig
mticas, hiponmicas,conceituais, discursivas, dependen do d osmodelosd a lngua que fa-
A l f a ,
S o
P a u l o ,
4 7 (2 ) :
77 -99 , 2003
79
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
4/23
amos e de nossas experinciasanteriores oud enossos esquem as culturais.Como no l
xicoqu e secruzaminforma es fontico-fonolgicas, sem nticas, sintticas e pragm ticas,
dev e-se consider-lo em relao
l inguagem
em
geral, como um a
competncia,
neste
ca
so, lexica l,
que o
falante
deve
desenvolver, para amp liar sua
competncia
comunicativa.
E l a b o r a r
reper tr ios l e x i c a i s p a r a s e r e m t r a t a d o s c o m p u t a c i o n a l m e n t e c o n t r i b u i
r i a ,n o s o m e n t e p a r a as c inc ias qu e s e i n t e r e s s a m p o rp r o ce s s a m e n t o au tomt ico
d e l nguasn a t u r a i s ,m a s t a m b mp a r aa f ormao d e a c e r v o s l e x i c a i s p a r aa m e m r ia
d e c o m p u t a d o r e s , e, conseqentemen te ,p a r a a comp os io de s e us c o n h e c i m e n t o s
q u e p u d e s s e m s e r v i rat oda sor t e d e pesqu isador es :
S e n d oo l x ico deu m al ngua e s s e n c i a l m e n t e a b r a n g e n t e e c o m p l e x o , s e r i a de s e
e s p e r a r q u e f enme nos l ing s ti cos i g u a l m e n t e c o m p l e x o s e a b r a n g e n t e s c a r a c t e r i
z a s s e m
e
f i z essem p ar t e
d a l ngua
na tu ra l
q u a l
e le se
e n c o n t r a v i n c u l a d o .
U m d esses fenmenos a homonmia , a l m d a
p o l i s s e m i a ,
d a s inonmia ,
e n t r e
o u
t ros .
A homonmia e ap ol i s s e m i a c a u s a mo f e n m e no d a am b i g id ad e ; po rc o n s e g u i n
te ,
t e m o s de cons ider- lo c o m o caracter s t ico deu m al ngua
na tu r a l .
D e v e m o s observar , po rm , q u e a am b i gi d ad e n aoex i s t e d op o n t od ev i s t ad op r o
d u t o r
d od i s c u r s o ,m a ss i md o s e ureceptor . D efa t o , q u a n d o u m f a la n t e p r o d u z u m t e x
to,
m u i t o
p r o v a v e l m e n t e , no se dcon ta d eu m s i gn i f i c a d o a l t e r n a t i v oq u epossa ex i s
t i r n oi n t e r i o rd e s e u d iscu rso, se ja e lef a l ado o uesc r i t o ;a o cont rr io, e l e t e m b em c laro
e m su am e n t e o q u edeseja expressar , com o a f i rma Leffa (1998).
O r a ,s e r no m b i t o d o l x i co, b e m c o m o d o s f e n m e no s l i ng s t ico s ger ador es-
d e a m b i g i d a d e s i n t e r p r e t a t i v a s ,qu e u m e s t u d i o s o d e pa r a r - se - co m i n m e r os e m
p e c i l h o s
a o
a v e n t u r a r - s e
a
d escr ever
os
s e u s m e c a n i s m o s p a r a
o
P r o c e s s a m e n t o
d a s
L nguas N a t u r a i s ( d o ra v a n t e PLN) .
E m c o n f o rm i d a d e , C a r v a l h o
(2001,
p . l ) ressa l ta :
A ambigidade (lexical,estrutural),intrnseca aqualquerlngua
natural ,
u mdo s aspectos
que maiores problemas colocam aoprocessam ento automtico deum texto.A nvellexical,
a
ambigidade provocada pela homograf ia,q u eexiste em qualquer lngua
natural ,
m as
qu e
par t icu larmente abundante
no caso das lnguas
que, como
o portugus, tm
um sis
temam orfolgico bastante desenvolvido.
Dessa f o rma ,o f enmeno da homonmia c a u s asr ios obstculos p a r ao d e s e n v o l
v i m e n t o d o P L N , m x i m e p a r aca s o s d e h o m o g r a f i a , e l ingis tas c o m p u t a c i o n a i s
t e n
t a m ,
i n s i s t e n t e m e n t e , b u s c a r m e i o s
d e
fa ze r
c o m q u e a m q u in a
d i s p o n h a
d e
m e c a
n i s m o s i n t e r p r e t a t i v o sd e d e s am b i gu a o q u e s e a p r o x i m e m d a q u e l e s q u e o h o m e m
p ossu i . C o m e fe i t o , Ca r va lh o
(2001,
p.3) pe e m re levncia esse p r o b l e m a q u a n d od i z :
A i n d aque os vrios casos dehom ografiade quetemos vin doa falarnolevantem,em ge
ral,
problemas aosfalantesd a lngua, elesrepresentam, retomando a idia com que inici
mos o ca ptulo,um obstculo quase totalida ded as operaes efectuadas ao nvel do t ra-
8 0
A l f a ,
S o
P a u l o ,
4 7 (2 ):
7 7 - 9 9 , 2 0 0 3
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
5/23
l a m e n t oau tomtico detextos escritos.A f iabil idade d os resu ltadosd eu m aoperao de
anlise
extremamente simples, como por exemplo,
a localizaon u m
t ex to
d os
a dject ivos
que ocupem umaposio pr-nominal, atravs d a expressoregular:< A x N > est forte
mente condicionada pelaexistncia dehomograf ia entrea s categorias descritas nessaex
presso eoutras categorias grama ticais.
Objetivos
C om op r esen t e a r t i go , ap r esen ta mos u m a propos t a pa r ao t ra t a m e n t od ei t e n sl e
x i c a i s h o m n i m o s d a l ngu a p o r t u g u e s a d oB r a s i l , c o m v i s t a s s u a i m p l e m e n t a o
c o m p u t a c i o n a l ,p o rm e i o d e B a s e d e d a d o s r e l a ci o n a i s , m a i s e s p e c i fi c a m e n t e u m aB a
s e d e
C o n h e c i m e n t o L e x i c a l ( d o r a v a n t e B C L ) .
A h ip t e se
p r i n c i p a l
qu e s e f az qu e o
f e n m e no d a h o m o n m i a pas s v e l d e
t r a t a m e n t o s c om p u t a c i o n a i s
e q u e
p o d e m o s
m an i pu l - lo e m i m p l e m e n t a e s
p a r a
b a s e d e
d a d o s l e x i c a i s
co m e f i c inc i a .
R e s s a l
t a m o s q u e op r o b l e m ad a h o m o n m i a g r a m a t i c a l r e s o l v i d o , e s a t i s f a t o r i a m e n t e ,po r
s i s t e m a s c o m p u t a c i o n a i sq u er e a l i z a m an l i s e s mor foss intt i cas au tomt icas
(par-
sers)
q u ep o s s u a m d e s a m b i g u a d o r e s. A mqu ina capaz d ep r o d u z i rs o l u e s d e d e -
s am b i gu a o s i n t t ic a d e u m a m a n e i r a b a s ta n t e ace i tve l .E n t r e t a n t o , t a i s s i s t e m a s
no do
c o n t a
d e
o u t r o s p r o b l e m a s
d e am b i g i d ad e ,
c o m o
a h om o n m i a s e m nt i ca e
a
p o l i s s e m i a .
T a l
fa to ocorre por que
a mqu ina no
t e m
a
c a p a c i d a d e
d e
r e l a c i o n a r
s e
m a n t i c a m e n t e i t e n s le x i c a i s e m m e i o a cons t rues s in tt i cas ou i n s e r i d o s e m u m
c o n t e x t o , c o m o faz oh o m e m ,d ef o r m a i n e r e n t e . C o m o s i t u a C ar va lh o (200r , p .38 ) : A s
m q u i nas n o t m co m pe t nc i a l i ng s ti c a ,
p e l o
q u e '
p r e c i s o d i z e r - l h e s
t u d o ,
e
p r e c i s o d i z e r - l h e s t u d od e f o r m a c o m p l e t a , exp l c i t a e c o e r e n t e ' ( R A N C H H O Da p u d
C A R V A L H O ,
2 0 0 1 .
p.38).
A s s i m ,a ine f ic i nc ia de d e s a m b i g u a d o r es
2
d et i p o g r a m a t i c a lj u s t i f i ca ap r o p o s t a
d e u m a
B a s e d e
d a d o s c o n c e i t u a i ,
qu e s e r
p r o p o s t a
c o m a
f i n a l i d a d e
d e s u p r i ra s n e
c e s s i d a d e sd e u m
a n a l i s a d o r
s intt ico
3
, a lm d e
a t e n d e r
poss ve is
n o v os s i s t e m a s
q u e
r e a l i ze m t r a t a m e n t o semnt ico.
E m PLN , no q u e d i z
r espe i t o
am b i gi d ad e
l e x i c a l ,
po r
e x e m p l o , c a u s a d a p e l a
h o
m o n m i a , o
c o m p u t a d o r
ter
p e l o m e n o s d u a s p os s i b i l i d a d e s
d e i n t e r p r e t a o
p a r a
u m a m e s m a f o r m a . P a r a os casos de homonmia c a t e g o r i a l ,os r e s u l t a d o s p o d e m ser
desas t r osos s e , ao invs de c l a s si f ic a r u m a f o r m a c o n t e x t u a l i z a d a c o m o v e r b o , o c o m -
2 Car valho (2001) aponta alguns casos problemticos de no resoluo de am bigidades causadas pe la homogra f i a ,c o m
aaplicao de gram ticas
para
a desamb iguao, em anlises
lex icais.
P or
exemplo, nos contextos seguintes,
a mqui
na
n oe t iquetou corre tamente as p a la v r a s m u d a e s n o sex emp los : (,..|
vis ve is e
a m o d a m u d a muito mais rapi
damente .
N o
ex is te , penso aquela
|...|e s im .| | qu e a s u a a l m a s
entra
e m
actividade
vulcnica
quando
o
politico
[..]. A sp a l av r a s m u d a e s foram reconhecidas como adjetivos, quando, n areal idade,s e
trata
d eum a formad o ver
bo m u d a r
e do ad vrb ios ,
respec t i vamente
(CARVALHO,
2001,p.93).
3 Zava gl ia (1999) citavrios casos dehomogra f ia categorialqu e no foram satisfatoriamente tratados pelo
parser
d oRev i
sor Gramat ic a l
ReGra
e n t r e s u bs t a n t i v o
X
ad je t i vo ( l ex i a c ara , t i n t a ,
v ag a , p o l m ica ,
f l u x o ,
q u e d a ) e
en tre
substant i voX
verbo ( lex ia ajud a ) , por exemplo.
A l f a , S oP a u l o ,47 (2 ) :7 7 - 9 9 . 2 0 0 3
8 1
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
6/23
p u t a d o r
categor iz- la
c o m o
s u b s t a n t i v o ,
p o r
ex em p lo . P a ra
R e v i s o r e s
g r a m a t i c a i s
a u
tomt icos ,t a i s interpretaes errneasi n t e r f e r e m n ap e r f o r m a n c e d af e r r a m e n t a , ge
r a n d o
insa t is fao
p a r a s e u s
usu rios.
U n i r i n f o r m a e s s e m nt i ca s s in f o r m a e s d e u m a g r am t i ca f o r m a l ,o u seja ,
d o t -l a d e u m a b a s e d e c o n h e c i m e n t o d em u n d o , u m c a m i n h o p a r a a m e n i z a r p r o
b l e m a s d e a m b i g i d a d e e m P L N ,s e g u n d o a l i t e r a tu ra a tu a l .D e s s e m o d o ,n a gr am t i
c a fo r m a l s e r i a m i n t r o d u z i d o s m a r c a d o r e s s e m nt i co s q u ep e r m i t i r i a m m qu i na r e
so l v e r
c a s o s d e a m b i g i d a d e
s e g u n d o
u m
e s q u e m a
d e
c o m p a r t i l h a m e n t o
o u
n o - co m par t i l h am e n t o d e
d a d o s .
D e
f a t o , Me de i ro s ( 1 9 99 ,
p . 8 ) d i z : Os
a s p e c t o s
s e
mnt icos d e v e m serc on t e m p l a d o s p a r a s o lu c i o n a r p r o b l e n l a s no r e sol v i dos p e l a an
l i s e s intt ica, c o m o , p o re x e m p l o , o d a a m b i g id a d e l e x i c a l ee s t r u t u r a l , e o d a s s i n o -
nmias .
A i n d a q u e,
n o
p resent e ,
no
s a i b a m o s
co m prec i so
q u a i s
sero os
r e s u l t a d o s
(po
s i t i v o s
o u
n e g a t i v o s )
d e
s u a s
a p l i c ae s ,
t e m o s
a
c e r t e za
d e q u e i n fo r m a e s d e c u
n h o m e r a m e n t e s intt icas ou mor foss intt icas no m a i s s a t i s fa z e m p e s q u i s a d o r e s e m
Lingst ica C o m p u t a c i o n a l , p o i s s oi n s u f i c ie n t e s no PLN . De f a t o, somen t e c o m a e l a
borao de B a s ed e d a d o s c o n c e i t u a i s p ode r -s e -o o b t e r a n l i se s de t e x t o s c o m b o n s
resu l t a dos .
A a d o o d o m o d e l o s u g e r i d o p o rP us t e j o vsk y
(1995)
d e v e u - s e a
p e l o
m e n o s q u a
t r o co m p o n e n t e s n e l e co n t i d o s :
( i ) atualizao terica, ( i i )
r e p r e s e n ta t i v i d a d e
d o
s i g n i
f i c a do , ( i i i )n a t u r e z a c o m p u t a c i o n a l , ( iv)a p l i c a b i l i d a d e (Cf.P ro j e to S I MP LE e m L E N C I ,
1999 ) .
A i d i a d e q u e o Lx i co
G e r a t i v o
( LG) c a p a z d e d a r
c o n t a
d o
c o n h e c i m e n t o
s e m nt i co
g l o b a l
q u e
t e m o s s o b r e
a s
p a l a v r a s , s e g u n d o
o prpr io
a u t o r ,
f a z
d e l e
u m
m o d e l o a d e q u a d o p a r a s o l u c i o n a r op r o b l e m a d a r epresentao l e x i c a lq u ee n v o l v e o
f e n m e no d a h o m o n m i a .
A d m i t i n d o - s e , p o r t a n t o ,
q u e
t a l
supos io
se ja v e r d a d e i r a ,
t e n t a r e m o s m o s t r a r q u e a h o m o n m i a p o d e ser,r e a l m e n t e , d e f i n i d a c o n f o r m e os par
m e t r o s d e u m d os
aspec tos dessa
t eor ia .
Inves tigao terica o fenmeno da homonm ia e
modelo semntico adotado
D a
inves t igao t e r ica que
r e a l i z a m o s , d e t a l h a d a
e m
Za v a g l i a ( 2 00 2 ), cons t a t a
m os
qu e a homonmia ,
e n q u a n t o
f enmeno de
u m a
l ngua
na tu r a l ,
no
m a i s
i n t r i g a n
t e
e en igm t ica d o que a su a prpr ia d e f in io, ou
seja ,
a s u a com pr e e ns o e a s u a d e
l im i t ao .P a ra de f in i - l a ,os a u t o r e s o s ci l a m e n t r e cr it r io s d iacrn icos , conve rgn c ia
font ica, d ivergncia semnt ica, inf luncia e s t ra nge i ra , p o l i s s emia homonmica , cr i t
r ios sintticos e morfolgicos, dist ines est i l st icas e soc ia is , ortogra f ia , ent re out ros .
P o r consegu in t e , de f in imos
c o m o
parmetros ter icos de nossa s p esqu i sa s , no q u e
d i z r e sp e i t o
ao fenmeno d a homonmia , os
s egu in t e s p os t u l a d os :
82
A l f a , S oP a u l o , 47 (2) :77 -99 , 2003
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
7/23
( I) A hom onmia o f enm eno l ing s t i co em qu e s e t e m a
i d e n t i d a d e
d e
d u a s
l ex ias
n o
p l a n o
d a expresso, ou
se ja , f ormas pe r f e i t am ente i gu a is
q u e se
d i s
t i n g u e m s e m a n t i c a m e n t e (u m s i g n i f i c a n t e p a r a d o i s s i g n i f i c a d o s , n o p l a n o
d o co n t e d o ) o u a i d e n t i d a d e d e d u a s cons t rues g r a m a t i c a i s , ge r a n d o a
am b i gi d ad e . O p r i m e i r or e f e r e -s e homonmia l e x i c a le os e g u n d o h o m o
nmia es tru tura l .
(II) Para a homonmia l e x i c a l ,a i g u a l d a d e d e f o rmas p o d e se r ea l i za r t an to g r a f i
c a m e n t e c o m o f o n i c a m e n t e . N op r i m e i r o c a s o, a sl e x i a s p o s s u e m i d e n t i d a d e
de g r a f i a ( homogra f i a )
e , no
s e g u n d o , i d e n t i d a d e
d e s o m
( h o m o f o n i a ) .
E a s
s i m ,
t e m o s l e x i a s
h omgrafas qu e : ( i) so
d i s t i n t a s q u a n t o
ao s eu
s ign i f i cado
e idnt icas , t a n t o o r a l m e n t e c o m o g r a m a t i c a l m e n t e , ca so e sse d e n o m i n a d o
d e Homonmia Semnt ica ; como: c a b o i . M i l i t a r q u e t e m pos i os u p e r i o ra o
s o l d a d o e in f e r io ra o s a r g e n t o X c a b o * E x t r e m i d a d ed e u m ob j e to q u e ser
v e pa r a pa r a segu ra r ;c o l n i a i . Pa s ou r eg iod e p e n d e n t e d e u m o u t r opas
e m
s i tuao econmico-po l t ica
s u p e r i o r
X c o l n i a * L q u i d o q u e s e r v e pa
ra se p e r f u r m a rq u ep os s u i u m aessncia m e n o s c o n c e n t r a d a d o q u e a d o s e u
e x t r a t o ;
p a r b o l a i H i s t r i a q u e co n t m u m fu n d o m o r a lo ur e l i g i o s o X
p a r b o l a * Cu r va cu jos pon tos so e q u i d i s t a n t e sd e u m p o n t o f i x o e d eu m a
r e t a f i x a ;c a l a r j . E m u d e c e r , no f a l a r X c a l a r a Penetr a r, r ep er c u t i r ;( i i )
so
d i s t i n t a s q u a n t o
a o
fa to
d e
p e r t e n c e r e m
a c l as ses
g r a m a t i c a i s d i v e r s a s
e
s e r e m i dnt icaso r a l m e n t e caso esse d e n o m i n a d o d e Hom o n m i a Ca t egor ia l ,
c o m o :c a a i ( su bs t an t i vo ) Xc a a z (verbo); c a l a i (substant ivo) X^ca l a (ver
bo) ; ( i i i ) sod i s t i n t a s q u a n t oa o s eu timo e i dnt icas o r a leg r a f i c a m e n t e , ca
so
e s se
d e n o m i n a d o
de Homonmia Et imo lg ica ,
c o m o :
m a n g a i
F r u t o
(Do
malaiala
m a n g a . )
Xm a n g a *
Pa r t e
do v es tur io [Do
l a t .
manica,
' m a n g a
d e
tn ica ' . ] ; ( iv) so
d i s t i n t a s
na s u a r e a l i za o
o r a l ,
ca s o e s s e
d e n o m i n a d o
d e
Ho m o n m i a He t e r f o na
4
, na s q u a i s o s u b s t a n t i v o r e a l i z a - se f o n i c a m e n t e co
m o [e] e o v e r b o c o m o [ e j ,p a r a av o g a l e , c o m o n oss e g u i n t e s e x e m p l o s :
a c e r t o i ( s u b s t a n t i v o )X a c e r t o z (verbo) ; c o m eo i ( s u b s t a n t i v o ) X c o m e o 2
( verbo)
(III) A sl e x i a s homfonas so a q u e la s d i s t i n t a sn agra f ia e i dnt icas nosom, como
p o r e x e m p l o : s e n s o r : d i s p o s i t i v o X c e n s o r ,
"crtico":
c es so a t o d e c e
d e r X se o : segmento , d i v i so X s e s so : e spao det e m p o q u ed u r au m a
r eu n i o , u m a t o
( IV) J a hom onmia e s t ru tu ra l r ea l i za - se qu ando t emos du as construes g r a m a
t i c a i s i d n t i ca s co m s e n t i d o s d i f e r e n t e s : Entrein o c a r r o a n d a n d o ( en t r e i
no carroq u ea n d a v a ) X
E n t r e i
n o c a r r o a n d a n d o ( en t r e i n o ca r ro enqu an to
e u
andava ) .
Forma q u e possui grafiaidntica a deuma ou tra (ormae ambas se pronunciam di ferentemente.
A l f a , S oP a u l o ,4 7 (2 ):77 -99 , 2003 83
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
8/23
A o r gan i z a o
c o n c e i t u a i
d a B C L
a s s e m e l h a - s e
q u el a d e u m
thesaurus,
j qu e
os i t e n s l e x i c a i s s ee n c o n t r a m c o rr e l a ci o n a d o s e i n t e r l i g a d o s p o rd i f e r e n t e s t i p o s d e
r e laes s emnt icas .A t u a l m e n t e , p a ra os e s t u d o s d e PLN , o l e v a n t a m e n t o e a i d e n t i f i
cao das r e l aes l x ico-semn t icas
e n t r e
a s
p a l a v r a s
so de
e x t r e m a
impor tnc ia ,
j qu e
f u n d a m e n t a is c o m o f on t es
d e
r ecursos
l ings t icos
p a r a
i m p l e m e n t a o
c o m
p u t a c i o n a l .D e
fa to
a informao
l e x i c a l
e s emnt ica
i n s t r u m e n t o
i nd i s pe ns v e l pa
ra p r o g r a m a s q u e a n a l i s a me ' c o m p r e e n d e m ' t e x t o s e m l ngua
n a t u r a l
( D E L F I O R E N
TINO, 1995 ,p.8 ) .
E m n o s s a co nce p o ,p r e s s u p o m o s q u e u m d o sm a i o r e s p r o b l e m a s d e a m b i g i
d a d e i n t e r p r e t a t i v a pa r a
o PLN, a
saber ,
o f enmeno da homonmia ,
p o d e
ser
t r a t a d o
a
p a r t i r de subs dios l ings t icos
o f e r e c i d o s
mqu ina ,
t a i s c o m o
as r e l aes s emnt i
ca s d e i t ens l e x i c a i s e m r e d e sde s igni f icao.
A s d e f i n i e s , b e m
c o m o
a s e n t r a d a s d a s f o r m a s h o m gr a f a s , q u e c o n s t a m d a
a m o s t r a g e m d e nossa p esqu i sa , f o ra m ext r a das doDicionrio Didtico de Portugus
d e B i d e r m a n (1 9 98 a ), d o r a v a n t e D D B I .
A
e s c o l h a
desse d ic ionr io f o i
d e v i d a , p r i n c i
p a l m e n t e ,
c u i d a d o s a
e l abo rao dos
v e r b e t e s p a r a
o s h o m n i m o s , po r
p a r t e
d e s u a
a u t o ra ,b e m
c o m o
a o cri tr io de de l im itao p a r a u m a f or m a homnima, asa be r : a que
le d e b a s e s em nt i ca . A l m d i s so , e m s u a e l ab o r ao , aa u t o r a u t i l i z o u - s ed e u m cor
pus r e p r e s e n t a t i v o da lngua p o r t u g u e s a d oB r a s i lev a l e u - s e d e d a d o s de f r eqnc ia
l e x i c a l p a ra
a cons ti tu io da su a
n o m e n c l a t u r a .V e j a m o s
o
e x e m p l o :
a t o
1
s.m. a-to.Aohum ana , cons iderada d opontod evista objet ivoe nodura nt eo^
seu transcurso.Todo mundo responsvelpo r seus atos.Este fo i um grande a t o de c o
ragem
Este
bombe iro merece uma medalha.
O
chefe dispensou
o func ionrio; fo i um
ato justo.
a t o
2
s.m. a-to. 1. Solenidade oucerimniapara marcar u m fato.
Os grevistas marcaram
um atopblicopara s 16:00h. 2 .Decisopublica emit ida por uma autoridadeepub l ica
da em diriooficial.O governador admitiu novos funcionrios,atravsd e um aa to admi
nistrativo, q u e o diriooficial publicou onte m. 3. Even to que seregistra, porque repre
senta um acordo comercia l ,ou de natureza permanente entrea spartes. O marido e a
mulher devem
estar
prese ntes n o ato d e vendad e uma propriedade comum ao casal.
a t o
3
s.m. a-to. 1. Cada um a dasdivises deum apea deteatro.
O
dramaestdividido
em dois a tos .
2. Mom ento considerado como
d ramtico.
O l t imo ato
da vida
deste d i
tador
ser
provavelme nte sangrento .
T a be l a 1- E x e m p l o e x t r a d o d o D D B I ( B I D E R M A N , 1 9 9 8 a , p l l 7 ) .
A T O u m a f or m a q u ep o s s u i 3conce i t o s o us i gn i f i c a dos d i f e r en t es n oi n t e r l i g a
d o s e n t r e s i ,i . e ., u m s i g n i f i c a n t e co m tr s s i g n i f i c a d o s ; t r a t a - s e , p o r t a n t o ,d e f o r m a s
h o m n i m a s . O sentido
1
e x p l i c a d o
o u
d e f i n i d o
p o r a o
h u m a n a , co n s i d e ra d a
d o
p o n t o
d e
v i s t a ob j e t i vo
e no
d u r a n t e
o s eu
tr a n s c u r s o .
J o
se n
tido
2
p o s s u i
trs
a c e p
e s ,
s e p a r a d a s e n t r e s i po rc a ra c t e re s numr icos ; t r a t a - s ed e u m a f o r m a homgra f a
84
A l f a , S oP a u l o ,47 (2) :7 7 - 9 9 , 2 0 0 3
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
9/23
q u e p o s s u i
t rs
s e n t i d o s c o r r e l a t o s e n t r e
si e ,
p o r t a n t o ,
po l i s sm icos . Po r sua v e z , o
sentido
3
p o s s u i d u a s de f in ies , s e n d o c on s i d e r a d a t am b m u m v o cb u l o po l i s sm i -
co, como ex emp l i f i cad o pa r ao sent ido
2
.
O s s e n t i d o s d a s e n t ra d a s a p r e s e n t a d a s n a T a b e l a (1) so i d e n t i f i c a d o s d o s e g u i n
t e m o d o : a t o0 _ 1/0 _ 2 a/0 _ 2 b/0 _ 2 c/0 _ 3 a/ 0_3b ,e m q u e :
a ) c a d a f o r m a h o m gr a f a c l a s s i f i c a d a p o rm e i o d e u m c d i go d e i d e n t i fi c ao
qu e contm du as pa r t es separadas po r u m tr ao : X _ X ;
b ) a
p r i m e i r a p a r t e
,
j u s t a m e n t e ,
a class i f icao- ident i f icao d e
f o r m a
homgra
fa ,a
pa r t i r
d e u m
ca r ac t e r e
num r ico , a
saber :
0 _ X , e m q u e
0 r ep r esen ta f o r
m a
homgra f a :
c) a s e g u n d a . p a r t e d o c d i go c o r r e s p o n d e ao n m e r o d e o cor r nc i a s d a h o m o
gra f i a
p a r a a q u e l a f o r m a ,apa r t i rd e u m c a r a c t e r e t a m b m n u m r i co :
0 _ 1 ;
0 _ 2
( i den t i f i c a u m a f o r m a homgra f a que possu i do i s s ign i f i cados ) ;
d ) a
s e gu n d a p a r t e
d o c d i go po d e
con t er ,
t a m b m , u m
c a r a c t e r e
a l f abt i co que
i d e n t i f i c a a ocor rnc ia d ap o l i s s e m i a p a r a c a d a f o r m a h o m gr a f a : 0 _ l a , 0 _ l b ;
0_2 ( i d en t i f i ca
u m a
f o rma
homgra f a que
possu i do i s s ign i f i cados , cu jo
p r i m e i
ro
po l i s smico , co m do is sen t idos ) , ind icad ae r e g i s t r a d a n o
i n t e r i o r
d o v e r b e
te ,g e r a l m e n t e , p o rm e i o d eca r ac t e r es numr icos .
No mb i to
c o m p u t a c i o n a l ,
os
t e r m o s
genuse differentia,
e m p r e s t a d o s
d e A r i s t
t e l e s
5
, f o r a m i n t r o d u z i d o sp o rAm s le r ( 1980 ) ,apa r t i r d om o m e n t o e m q u et o d a
d e f i n i
o d e u m a e n t r a d a l e x i c a l (o u def iniendum) d e u m d i c i onr io pad r o ,s e g u n d o o a u
tor ,
p o d e se r
a n a l i s a d a c o m o
u m a s e q nc i a co ns t it u d a po r u m
te r m o i n d i c a d o r
d o
genus
e p o r u m o u t r o i n d i c a d o rd a differentia. Os dicionr ios c o n v e n c i o n a i s p o s s u e m
u m a t i p o l o g i a de de f inio prpr ia ,
i
e.,a p r e s e n t a m u m i t e m l e x i c a l c o n s i d e r a d o co
m o s e n d o
o ncleo da de f inio qu e
a n t e c e d i d o
o u
s e g u i d o
p o r
m o d i f i c a d o r e s .
O s m o d i f i c a d o r e s d o genus terminus t m p a p e l i m p o r t a n t ee f u n d a m e n t a ln a d e
f inio do
conce i t o
d a
e n t r a d a l e x i c a l .
D e
fa to ,
e l e s
c o n s t i t u e m
a s differentiae d a
d e f i
nio e o f e r ecem ind c ios de s ign i f i cao qu ed e l i m i t a mo c o n c e i t o n o
i n t e r i o r
d a d e
f inio expr esso pe lo genus terminus.
P o r t a x i o n o m i a e n t e n d e - s e p a l a v r a s b a s e ad as e m r e l a e s e s pe c f i c a s e x i s t e n
t es , ge r a lmen t e , en t r e
o def iniendum e o genus terminus e m
u m a
de f inio lexicogr
f ica
p a d r o ( C A L Z O L A P J e ta l . ,
1991,
p.25 ).
P a r t i n d o - s e
d a a f i r m a o d e q u e a s d e f i n i e s
c o n t i d a s
e m u m d ic io n ri o
p o s
s u e m i n f o r m a e s s e m nt i ca s ( AM SLER ,1 98 0 ) , b u s c a m o s e s t a b e l e c e r a t a x i o n o m i a
e x i s t e n t e p a r a
a s
f o rm a s
h o m gr a f a s co m
c a t e g o r i a
i d n t i ca , no
caso , nom e. Com o
p o n t o d ep a r t i d a p a r aessa es truturao,f o r a m i d e n t i f i c a d o s os
genus terminus d e
c a -
Dentre mu i tosde seus fei tos e contribuies, (oes tabe l ec imento da lgica formal ,po rexemplo),Aristtelesestabeleceu a
distino
en tre atr ibutos:
o gnero, a esp cie, a d iferena, o prprio e o
ac idente. Segundo
o filsofo, o gnero se
refere
classe
mais amp laa q u e o s u i e i t o podepertencer: Ohomem u m
a n i m a l
e a diferena permi tes i tuarosujei to relat iva
mente ssub classes e m q u e s ed i v ide o gnero: Ohomema n i m a lr a c i o n a l (ARISTTELES2000. p l7 , gri fod oautor).
A l f a ,S o Pau lo ,4 7 (2 ) :7 7 - 9 9 . 2 0 0 3 8 5
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
10/23
d a e n t r a d a
h o m gr a f a , b e m
c o m o p a r a c a d a
a ce p o s e m nt i ca . De
f a t o ,
u m a
f o rma
homgra f a , noi n t e r i o rde su a de f in io , p o s s u i s i g n i f i c a d o s po l i s s m i co s ,c o m o ,po r
e x e m p l o ,
e m :a to
1
( u m a a c e p o ),a to
2
( tr s ace pe s ) e at o
3
( d u a s
a c e p e s ) ,
como
descr i t o an t e r io rmente .
A n o s s a m e t o d o l o g i a
p a r t i u
d op r e s s u p o s t o d e q u e a d e f in i o d e c a d a u m d o s
s e n t i d o s d e u m l e m a contm p e l o m e n o s u m a re lao semnt ica e n t r eo prpr io l e m a
e o genus terminus o u t a m b m e n t r e o l e m a e a di eientia d a s d e f i n i e s ( DEL
FIORENTINO, 1995) .
A ext r ao do genus terminus d a s d e f i n i e s d a se n t r a d a s l e x i c a i s d e u m d i c i o
nri o u m a e ta p a i m p o r t a n t ee e s s e n c i a l p a r aq u e se r ea l i ze u m a o r ga n i z a o t a x i o -
n m i ca d e u m re pe rt r i ol e x i c a l , s e g u n d o u m ae s t r u t u r ahe r ed i tr i a e m t e r m o s d eh i -
pe ronmia . Com
e fe i to ,
o genus terminus ser
loca l i zado
no vrt i ce
d essa
e s t ru tu ra .
U m a l ngua n a t u r a l u t i l i z a - s ed e u m ae n o r m e v a r i e d a d e d e r e a l iz a e s l e x i c a i s
e/ou
s intt icas
pa r a expr essa r
os
conce i t os
d o
m u n d o e la b o r a d o s n e s s a
l ngua. De f a
to ,
o l x ico deu m al ngua , be m c o m o a sua real izao s intt ica, imensu rve l ; at h o
j e , t em-se , e f e t i vam ente , apenas aprox imaes de r ea l i z aes l e x i c a i s e noc o n f i r m a
es de nm eros f in i tos .U m dicionr io buscar sese r v i r , por t an to ,det odos os r ecu r sos
l ing s t i cos d e qu eu m al ngua possu i pa r a poder expr essa r o conce i t o d e u m i t e ml e
x i c a l .
Ta i s conce i t os
so
d e f i n i d o s
p o r
m e i o
de r e l aes s emnt icas qu e os
i t e n s l e x i
ca isd a de fin io do
def iniendum
m an t m en t r es i .
A p a r t i r da s de f in ies doD D B I (B I D E R M A N , 1 9 98 a ) f o r m a l i z a d a s , p r o ce d e m o s
ext r ao do genus terminus e da sua r e l ao s emnt ica co m o def iniendum, o use ja , a
t a x i o n o m i a .
A l g u n s t i p o s
de re laes semnt icas , e
seus
pr incpios ,
i n t e r e s s a m
d e m o
d o p a r t i c u l a r
a o
m o d e l o
s e m nt i co q u e
p r o p o m o s p a r a
a o r gan i z a o d a b a s e d e d a
d o s l e x i c a l .O s i g n i f i c a d o d e c a d a i t e m l e x i c a l p e r t e n c e n t e a e ss a b a s e e s t r u t u r a d o ,
j u s t a m e n t e ,
ap a r t i r d a s re l a es s e m nt i ca s q u e o c o n c e i t o d e s s e i t e m l e x i c a l m a n
t m c o m o u t r o i t e m l e x i c a l .D efa to ,o sconce i t os soi n t e r l i g a d o se m u m a c a d e i a s i g
n i f i c a t i v a , o use ja , p o rm e i o de assoc iaes . C a d a i t e m l e x i c a l s i t u a - s ee m u m d e t e r
m i n a d o l u g a r d e s s a c a d e i a
e
t o d o s
e l e s so
c o r r e l a c i o n a d o s ,
p o r
m e i o
d e co ne x e s ,
que le s com osq u a i s p os s u i p e lo m e n o s u m a re lao semnt ica.
S e g u n d o P i c o c h e (1992, p.138):
[...]
um fato
b iolgico que os
homens sejam aptos
a
perceber diversos
nveis de abstrao
e a passar facilm ented eum parao
outro;
uma propriedade unive rsaldal inguagem hum a
na
s er
capaz
de
explicar
e de
condensar,
d e
poder exprim ir
em
mais
d e
um a pa lavra aqu i lo
qu e
d i to
em
uma palavra (expansion
- expan so) e de
poder
[...]
resumir
em
uma pa lavra
aquiloque
dito com mais
d e
uma palavra (condensation
- condensao).
Ta l
af i rmao no sea p l i c a a u m c om p u t a d o r ,ao cont rr io. A mqu ina pe rcebe r
nv e i s de ab s t r ao s e a e l a f o r em o f e r ec idos dad os pa r a
t a l
6
,
f a t o e s s e q u ev al e t a m -
Se issof orrea lmente possvel.
86
A l f a , S oP a u l o ,47 (2) :77 -99 , 2003
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
11/23
b m
p a r a
a s
c a p a c id a d e s
d e expan so e condensa o . A
m e s m a a u t o r a a i n d a
d i z q u e
t o d o h o m e m q u e d o t a d o d af a la ma n ip u la e sp ont a nea men t e con junt os de s inn imos
e a t
m e s m o
a ss u a s e q u i v a l nc i a s . E m c o n t r a p a r t i d a ,a m q u i na d e v e r a p resent a r
p roced imen t os a r t i f i c ia i s p a ra a manipu lao desses s inn imos e de
s e u s
equiva lentes .
A d e c o m p o s i o d o s i gn i f i c a d o p r o p o s t a p o rP u s t e j ov s k y
(1995)
e m s u at e o r i a
c a p a z de o f e r ece r
c a m i n h o s p a r a
q u e u m a m qu i n a
r e c u p e r e
u m
c o n j u n t o
de s inni
m os e/oue q u i v a l e n t e s p a r a u m a d e t e rm i n a d a u n i d a d e l x i ca . C o m e fe i to , a
pa r t i r
d o
m o m e n t o e m q u e a d e fi n i o d e u m i t e m l e x i c a l a p r e s e n t a o s e u co n t e d o po rm e i o
d e r e l aes de s ign i f icao co m ou t ros i t en s l e x i c a i s e m um a ca de i a s i gn i f i c a t i v a , i t ens
s inn imos ( se e x i s t i r e m ) p o d e m s e rr e cu p e r a d o s p a r a u m a u n i d a d e l x ica . O
m e s m o
apl icar-se- busca/recuperao de i t e n sh ipe rn imos , h ipn im os , antn im os , mer -
n i m o s .
C o m
e fe i to , pa ra
o
a u t o r , u m
l x ico
g e ra t i vo
c a r a c t e r i z a d o
c o m o
u m
s i s t e m a
c o m p u t a c i o n a l q u ee n v o l v e ,no m n i m o ,q u a t r on v e i s de r epresenta o : ( i) E s t r u t u r a
A r g u m e n t a i
{Argument Structure),
e m q u e s e t e m a e s pe c i fi c a o d o n m e r o e d o t i
p o d e a r g u m e n t o s lgicos e
c o m o
e les so r e a li z a d os s i n t a t i c a m e n t e ; ( i i )E s t r u t u r a d e
E v e n t o {Event Structure), n aq u a lh a de f in io d ot i p o d e
e v e n t o
d e u m i t e m l e x i c a l
e u m a f rase .
I n c l u i
e v e n t o s d o t i p o
E S T A D O ,
PR O C E S S O e T R A N S I O q u e p o d e m
t e r
u m a
e s t r u t u r a
d e
s u b e v e n t o s ;
( i i i )E s t r u t u r a
Ouala
{Qualia Structure) q u e
i nc l u i
m o d o s d e e xp l i c a o c o m p o s t o s
p e l o s
pap i s
F O R M A L ,
C O N S T I T U T I V O ,T L I C O e
A G E N T I V O e ( iv )E s t ru tu rad e He rana L e x i c a l
(LexicalInheritance Structure),
e m q u e
se t e m a ident i f i cao d e
c o m o
u m a e s t tu tu ra l e x i c a l se r e l a c iona c o m o u t r a s e s t r u t u
ra s e a sua cont ribu io p a ra a o rgan i zao g loba l do lxico.
As s im , Puste jovsky (1995 ,
p .62) prope que a s emnt ica de u m
i t e m l e x i c a l
a
se
ja d e f i n i d a
c o m o
u m a e s t r u t u r a c o m p o s ta p o rqua t ro comp onen t es :
a = < A , e ,X , Y >
7
e m q u e :
A
a e s t r u t u r a a r g u m e n t a i ; ea e s pe c i f ic a o d o t i p o d e e v e n t o ; Ke s t a b e l e c e o
v ncu l o d e s s e s d o i s parme t ros naE s t r u t u r a
Qualia
e Y d e t e r m i n a q u a l informao
heredi tr ia na e s t ru t u ra l e x i c a l g l oba l .
A
n o s s o
ver ,P us t e j o vsk y (1995) p rocura r ecup e ra r a s d i m e ns e s d os i g n i f i c a d o d e
u m
i t e m l e x i c a l
apa r t i rd os
c o n c e it o s i n d i v i d u a i s
d e
ou t ros i t ens l e x i c a i s , t endo c o m o
p o n t o d ep a r t i d aa n a t u r e z a d os i gn i f i c a do ine ren t e e j c r i s t a l i z a do n a su n i d a d e s l x i
cas.
N e s t e
caso ,
a a f irmao d e
R i c h e l e t
(sc.
X V I I )
d e q u e
u m a
de f in io
u m d i s
curso
qu e
e x p l i c a n i t i d a m e n t e
a
n a t u r e z a
d e
u m a c o is a ( a p u d P I C O C H E , 1992 ,p.140)
vl ida e p e r t inent e .
A pa r t i r d om o m e n t o q u eP us t e j o vsk y
(1995)
e sp ec i f i ca qua t rop a p i s f u n d a m e n
t a i sd os i g n i f i c a d o d eu m a p a l a v ra n aE s t ru tu ra Qualia ( C o n s t i t u t i v o , F o r m a l ,T l i co e
7
Adap taonossa d asimbologia d ateoi iad ePustejovsky
(1995)
A l f a ,
S o
Pau lo ,
47 (2) :
77-99, 2003
87
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
12/23
A g e n t i v o ) ,o a u t o rest d e l i m i t a n d oo s i g n i f i c a d o p o r m e i ode m a r c a s d i s t i n t i v a s
8
.De
f a to , cada u m dos aspec tos es senc ia i s do s i g n i f i c a d ode u m i t e m l e x i c a l p o s s u itraos
qu eos e s p e c i f i ca m :
C o n s t i t u t i v o o u P a r te s C o n s t i t u i n t e s (Constitutive), i .e ., a q u e l e q u e e x p r i m ea
relaoe n t r e u m o b j e t oesu as pa r t es cons t i t u in t e s ;
F o r m a l
{Formal),
o u s e j a , a q u e l e q u e i d e n t i f i c a
o
o b j e t o
em
u mdomnio m a i s
amp lo ;
Tlico {Telic) , aqu e le qu e expr essao ob j e t i vo/escopo e afunodo objeto;
A g e n t i v o (Agentive), i .e ., aqu e le qu e cons ide r a f a t o r es envo l v idos na o r ige mdo
objeto.
R e t o m a n d o os m e s m o s e x e m p l o s c i t a d o s a c i m a , c on f i r a m o s :
Qualia
a t o $ 0 _ l
C O N S T =
F O R M A L =ao
T E L I C = a g i r
A G E N T
=
Qualia
-
a t o $ 0 _ 2 a
C O N S T =
F O R M A L = solenidade
T E L I C
= comemorar
A G E N T
=
Qualia
=
a t o $ 0 _ 2 b
C O N S T =
F O R M A L =
deciso
T E L I C = decidir
A G E N T -
Qualia
a t o $ 0 _ 2 c
CONST
=
TELIC = a c o r d a r
AGENT =
)
Qualia
=
a t o $ 0 _ 3 a
CONST
=.pea
F O R M A L =d i v lS i
TELIC = d i v i d i r
AGENT =
Qualia
=
a t o $ 0 _ 3 b
CONST
= v i d a
F O R M A L =
TELIC =
AGENT =
Para P icoche (1992, p .140 ) , em u m adefinio lingstica,
o
q u e i m p o r t a
ae s p e
c i f i c idade , ou se ja ,
a
indicao
de
traosd i s t i n t i v o s p e r t i n e n t e s
a
u m i t e m l e x i c a l q u e
odiferenciar
de
ou t ros i t ens l ex ica i s .
B a s e e
c o n h e c im e n to l e x i c a l u m a sug sto
em od e l o
E m nossa p ropos t a ,
os
d a d o s q u e f i g u r a m n a B a s e
de
C o n h e c i m e n t o L e x i c a l
-
B C L
s e e n c o n t r a m d i s p o s to s
de
m o d o
a
p o d e r e m s er u t i l i z a d o s e m u m a r ed esemntica
em
s i s te m a s c o m p u t a c i o n a i s , u m a
vez
q u e p o s s u e m caractersticas
e
p r o p r i e d a d e s
da
m e s m a .
A elaboraode r e c u r s os l e x i c a i s q u e c o n t e n h a minformaes semnticas faz-se
i m p o r t a n t e p a r a s i s t e m a s q u e t r a t a m
da
desambiguao d o s s e n t i d o s d a s p a l a v r a s ,
C abe lembrar que no necessariamente todos ospapisqualia devem estar preenchidos.
A l f a ,
So Pau lo , 47 (2 ) : 77 -99 ,2003
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
13/23
c o m o
p o r
e x e m p l o ,
a Traduo Au tomt ica , a Recup e rao d e In fo rmao,
M o t o r e s
d e
Bu sca , en t r e ou t ros .
A semnt ica capaz d er eso lve r m u i t oscasos deh o m o g r a f i a n al i n g u a g e m f a la d a
e
e s c r i t a . T e n d o
e m
v i s t a
a p r agm t ica d o
d i s c u r s o
e o s eu
p o d e r
d e d e s am b i gu a o ,
aa m b i g i d a d e ger ada pe los h o m n i m o s nafa la sa t i s f a t o r i amente r eso lv ida .A o c o n
t rrio, em u m c o n t e x t o d eesc r i t a ,a a m b i g id a d e u m d o sg r a n d e s i n i m i g o sd ai n t e r
pr e t a o
cor r e t a
d e u m
t e x t o .
O
h o m e m , e n q u a n t o f a l a n te
d e u m a l n g u a ,
p o s s u i i n
tu ies i n t e r p r e ta t i v a sq u e o l e v a m a r eso lve r ce r t as a m b i g id a d e s d e u m a l n g u a
n a t u r a ld e f o rma a t mesmo inconsc ien t e . I nver samente , o c om p u t a d o rnopossu i t a i s
i n tu i e s e u m d o s
ma ior es desa f ios
do s l ingis tas
c o m p u t a c i o n a i s
j u s t a m e n t e
esse,
ou s e ja , t e n t a r t r a n s p o r t a r p a r a a mqu ina os m e s m o s m e c a n i s m o s de in t e rpre t ao
d e s a m b i g u a d o r a
prpr ios dos seres
h u m a n o s .
O m o d e l o de r epresentaoa q u i p r op o s t o contm in fo rmaes de t i p o s em nt ico
e m or foss intt i co .
Essas
l t imas
r e s t r i n g i r a m - s e
c l a s s e
g r a m a t i c a l ,
ao gne ro e ao
n m e r o d as p a l a v r a s .E m c o n t r a p a r t i d a , p r i v i l e g i a m o s o t i p o de in fo rma es s em nt i
c as , i n t r o d u z i n d o u m a sr ie de re laes semnt icas e n t r e a sp a l a v r a s qu e t m o e sco
p o
d e ,
j u s t a m e n t e , r e s g a ta r
d e
f o rm a m i n u c i o s a
o
s i g n i f i c a d o
d e
c a d a i t e m l e x i c a l
e m
questo.
E m PLN , s ab e - s e d a i m po r t nc ia q u e s e
a t r i b u i
a e s ses d o i s t i p o s d e c o m p o n e n
t e s , d a d o
q u e
p e s q u i s a d o r e s
na rea
a f i r m a m
q u e a
s i n t a x e
no
p r e s c i n d e
(e no deve
p r e s c i n d i r )
da s emnt ica em anl i s e s au tomt icas . De f a t o , Sa l t on ( apu d MED EIRO S ,
1999,p . 64 )a f i r m aq u e a s i n t a x e s o z i n h a no re s o lv e m u i t a sa m b i g i d a d e s q u e c o m
p l i c a m
a
t a r e f a
d e an li s e d e co n t e d o e
a i n d a , B i n o t ( 1 9 9 1 ,
p . 61 )
r essa l t a
q u e e s s a
n e c e s s i d a d e de in fo rmao semnt ica r e c o n h e c i d a hm u i t o te m p o :a r e so luo de
a m b i g i d a d e s , e l ipses , a t os d od i s c u r s od e v e apo ia r - se n os e n t i d o d a sp a l a v r a s e no
c o n t e x t o
d o
d i s c u r s o .
D a
m e s m a f o rm a
H a g g e e
Du ar t e ( 1995 ) d e f endem
q u e
a n a l i
s a d o r e s s o m e n t e s intt icos ou s o m e n t e s e m nt i co s d o c o n t a a p e n a s d e u m ap a r t e
d o t r a t a m e n t od al i n g u a g e me q u e n o sd i a s d e ho j e n i ngu m n e g a an e c e s s i d a d e d e
cons ider a r
a l ngu a d e u m
p o n t o
d e
v i s t a
s intt ico e sem nt ico.
N o s m e s m o s m o l d e s d e S I M P L E ( L E N C I , 1999) eI t a l W o r d N e t (e su as an t ecesso
r a s W o r d N e t
e
E u r o W o r d N e t , ( C A L Z O L A R I , 2 0 0 0 ) ,
e m q u e s e
p r o c u r o u e s q u e m a t i z a r
p o r m e i o de corre laes c a d a h ipn im o ao s eu h ipe rn imo ( e v i ce -v e r sa )g e r a n d o , a s
s i m ,
u m s i s t e m a d eh e r e d i ta r i e d a d e d o t ipo l ex ica l , nes t e t r a ba lho , r ea l i zou -se u m e s
foro de
i n d i v i d u a l i z a r
os h ipn imos e os h ipe rn imos d as
f o rmas
h o m n i m as , co m o
i n t u i t o
d e e s ta b e l e c e r u m s is t e m a d eh e r e d i t a ri e d a d e semnt ica. Por consegu in t e ,u m
i t e m h o m n i m o i d e n t i f i c a d o , c a r a c te r i z a d o ed e s a m b i g u a d o apa r t i rd as caract e r s
t i c a s
q u e
h e r d a
d e s e u h i pn i m o ( o u d a s
o u t r a s
r e l a e s s e m nt i ca s c o m as
q u a i s
mantm l i gao ) que,po r s u a v e z ,h e r d ad e s eu h ipe rn imo .
O m o d e l o s emnt ico a q u i p r o p o s to no p r e t e n d e d e f i n i rd e m o d o d i r e t o os i g n i f i -
A l f a ,
S o
P a u l o ,
47 (2) :
77 -99 , 2003
89
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
14/23
c a d o
d e
ca d a i t e m
homgra fo .
P r e t e n d e
t o
s o m e n t e s u g e r i r
o
s i g n i f i c a d o p a r a c a d a
i t e m h o m gr a f o , b e m
c o m o
p a r a s u a s ocor rnc ias po l i s smicas , po rm e i o d e t e r m o s
i n t e r l i g a d o s
a
c a d a
ocorrnc ia homgra f a qu e t m por e scop o
d e l i m i t a r
o s e u
c a m p o
s ign i f i c a t i vo .
D a d aa supos io de que ml tip las d imenses d os i g n i f i c a d o so necessr ias p a
ra comear a
c a r a c te r i z a r u n i d a d e s l e x i c a i s
e m u m n v el s e m nt i co , aE s t r u t u r a Q u a -
lia t e m s i d o u t i l i z a d a
9
c o m o
u md os pr incpios c ru c ia i sde o rgan i zao p a r aa r e p r e s e n
tao e interpretao do s ign i f i cado l ex ica ld eu m a f rase e m s i s t e m a s c o m p u t a c i o n a i s
d e c o m p l e x i d a d e v a r i a d a .
D e
fa to ,
e l a c a p a z d e s u pr i ro vocabu lr io bs ico
p a r a
e x
p r e s s a r
a s p e c t o s
d i f e r e n t e s d os i g n i f i ca d o l e x i c a l .O o b j e t i v o g e r a l i r a l m d e u m a
h i e r a r q u i a d i m e n s i o n a l , r e s g a t a n d o , a s s i m ,o padro de r e l aes de h iponmia e h i p e -
ronmia.
In fo rmaes b a s e a d a s n aE s t r u t u r a Qualia p o d e m s e re s p e c i f i c a d a s p o rt o d a s a s
p a r t e s d od i s c u r s o , e m b o r a , e m p r i m e i r ains tnc ia , e l a par ea s e r m a i s d i r e t a m e n t e
a d e q u a d a p a r a
a caract e r i z ao dos
nome s ( LENCI , 1999 ). Ju s t i f i ca -se ,
d e s s a
f o r m a ,
o
f a t o d et e r m o s n osd e t i d o n a cod i f i cao de f o rmas h o m n i m a s cu j a ca t egor ia a do
nome.
A E s t r u t u r a
Qualia
a
e s t ru tu ra
r ep r esen tac iona l pa r a expr essa r pa r t es d o
a s p e c
t o
c o m p o n e n c i a l
d o
s ign i f i cado l ex ica l ,
n a
m e d i d a
e m q u e
r esga t a
o u
c a p t u r a d i f e r e n
t es g r au s d e c o m p l e x i d a d e e n t r e i t e n s l e x i c a i s e s u s t e n t au m c o n j u n t ode in f e rnc ias
d i sponv e lp a r a
default,
quer d izer , essas inferncias tm de seru s a d a s d e mo do ger a l ,
c o m o
se
fo s s e m u m
padro a ser
segu ido .
E m
SIMPLE (LENCI , 1999) ,
a
E s t ru tu ra
Qualia
u s a d a c o m o s i n t a x e
bs ica
p a r a
a
construo d o s ign i f i cado l ex ica l( PUST EJ OVSK Ya p u d L E N C I , 1 99 9 ). C a d a p a p e l Qua
lia p o d e s e rv i s t o
c o m o
u m e l e m e n t o i n d e p e n d e n t e o u u m a d i m e n s o i n d e p e n d e n t e
d o
vocabu lr io
p a r a
a d escr io s em nt ica . A p a r t i r d a co m pr e e ns o d o
p a p e l
d a E s
t r u t u r a
Qualia, poss v e l f o r m u l a ru m c o n j u n t od e q u e s t e s q u e , d e u m a p e r s p e c t i v a
ter ica, so o ncleo d a p e s q u i s a em semnt ica l e x i c a le , deu m a p e r s p e ct i v a prt ica,
p e r m i t e r e a l i z a r u m a
codi f icao s is temt ica em
larga esca la .
O m o d e l o d e Lx i co Gera t i vo imps a lgu ns r equ is i t os pa r aa r epresentao d o as
p e c t o c o m p o n e n c i a l
d o
s ign i f i cado l ex ica l . Pa r a sa t i s f a ze r
e s sas ex ignc ia s , o s pap is
Qualia, n o p r oj e t o S IM P L E , f o r a m i m p l e m e n t a d o s
c o m o
r e l aes e n t r e u n i d a d e s s e
m n t i ca s ( S e m U ) e, e m u m n m e r o
m a i s r e s t r i t o
d e casos ,c o m o valued features ( ca
racter s t icas de va lo r ) .T a lf a to l ev ou a od e s e n v o l v i m e n t o d e u m a e s tr a t g i a r e p r e s e n
t a c i o n a l q u ep e r m i t e a l e x icgra fos , po re x e m p l o , r e p r e s e n t a r e m o u co d i f i c a r e m u m a
r i q u e z a
d e r e laes s emnt icas
e x i s t e n t e s
e m
u m a
l ngua n a t u r a l ,n a
m e d i d a
e m qu e
U m
exemp lo
da ut il izao daEstrutura Quaha
como
representao do
signi f icado
pode ser
v i s to
e m
H a t h o u t(1996) onde
esto as especif icaes da elaborao de u m aba s e d econhec imento l ex ic a l parao dom n io da qu mica , naq u a la si n
formaes espec ficas da s
en t idades
desse domnio
correspondem
ao
papel Formal
d aEstrutura Qualia.
9 0
A l i a , S oP a u l o ,4 7 (2):77 -99 , 2003
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
15/23
m ant m a e s t ru tu ra bs icade p r o p r ie d a d e s d ost i p o ss em nt icos d a d o s e m t e r m o sde
E s t ru tu ra Qualia.
C a d a u m d osq u a t r opap i s Qualia r e p r e s e n t a d o c o m o u m ar e l ao qu e e st em
al t e rnnc ia co m ot o p o d ah i e r a r q u i ade o u t r a sr e l aes e sp ec fi cas ,r e p r e s e n t a n d oos
s u b t i p o sde in fo rma o d eu m a d a d o Quale. E s s a h i e r a r q u i anosq u a t r opap i s Qualia
c h a m a d ade C o n j u n t odeQualia A m p l i a d o {Extende d Qualia S e t ) . P a r a c a d a u m d o s
q u a t r opap i s Qualia fo ie s p e c i f i c a d o u m C o n j u n t ode Qualia A m p l i a d o ,o u se ja , foram
e s p e c i f i c a d o s s u b t i p o sdeu m d a d o p a p e l Qualia q u e s o c o e r e n t e s c o m as u ai n t e r
pretao.
A pa r t i r d osi t e n s l e x i ca i s n a d a d o r
e
p e i x e , v e j a m o s a l g u m a s razes l ings t i
cas pa r aq u eseja includo
o
C o n j u n t o
deQualia
A m p l i a d o n ac a p t u r a
de
s i m i l a r i d a d e s
e n t r e p a l a v r a s p e r t e n c e n t e s
s
m a i s d i v e r s a s reas c o n c e p t u a i s .
U m n a d a d o r c la r a m e n t e u mi nd i v d u o c u j a funo t pica n a d a r (nos e x e m
p los q u es e g u e m ,os te r m o s e n t r e < e > s o d eu n i d a d e ss em nt icas (SemU s ) ):
nadador
Qualia
F O R M A L
= i sa ( , )
T E L I C
=
i s _ t h e _ a c t i v i t y _ o f
1 0
( < n a d a d o r > , < n a d a r > )
N o p rocesso dedecod i f i cao d a s emnt ica doi t e m l e x i ca l p e i t e , p o d e - s e q u e
re r
c o d i f i c a r
a
in fo rma o de qu e
u m a
d a s
a t i v i d a d e s
t p icas d e
u m p e ix e
n a d a r .
Pe r -
m u t a n d o - s e osd o is n o m e s c o m ma d j e t i v o,pode r -s e - p e r c e b e r o c o m p o r t a m e n t o
l ings t ico
d i f e r e n t e
d os
do is i t ens l ex ica i s :
1 ) umvelho nadador
(i )u m ape s s o a q u ev e l h ae q u en a d a .
( ii ) u m ap e s s o a q u en a d ah m u i t o t e m p o .
(2 ) um
velho peixe
( i) u m p e i x e qu e ve lho .
( ii ) u m pe ixe q u en a d a
hm u i t o
t e m p o .
**
A i n f o r m a ode q u e u m p e i x e n a d a n ofazp a r t e c o r r e t a m e n t e d a d i m e n s o
tl ica, i .e ,no f u n c i o n a c o m o u m o b j e t i v o he r ed i tr io .A p r o p r i e d a d e de n a d a rno
a c r e s c e n t a u m ainformao tl icap a r ao
i t e m ,
m a sespec i f i ca o p e i x e n a s u a d i m e n
so const i tut iva/f s ica. P ores t a razo,
a
informa o
de
qu eu m p e i x e n a d a
e x p r e s s a
n o p a p e l C o n s t i t u t i v ode Qualia, p o rm e i o da r e l ao C o n s t i t u t i v e _ a c t i v i t y :
10 um arelao daQualiaA m p l i a d aesigni f ica _a_at iv idade_de
A l f a , S oP a u l o ,4 7 (2):77 -99 , 2003
91
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
16/23
peixe
Qualia
=
I F O R M A L =
l S A ( < p e i x e > , < a n i m a l > )
C O N S T =
C o n s t i t u t i v e _ a c t i v i t y
1 1
( < p e i x e > , < n a d a r > )
E m n o s s o m o d e l o d e r e p r e s e n t a o,p a r aq u e f os s e po s s v e l r e s g a t a r a sd i m e n
ses do s i g n i f i c a d o d e u m i t e mh o m n i m o , l anam o s m o d e u m a co d i fi c a o d e b a
ser e l a c i o n a l ,apa r t i r d a sp o s s i b i l i d a d e s d e c o m p o s i c i o n a i s qu e nos of e r ece a noo d a
E s t r u t u r a
Qualia
d e Pu s t e jovs ky (1995 ) e d aE s t r u t u r a
Qualia
A m p l i a d a d e S I M P L E
(LENCI , 1999 ) .
D e s s e
m o d o ,
a am b i g id ad e s e m nt i ca
e n t r e f o r m a s
homnimas s e r
t r a t a d a p o rm e i od e pap is f o rma is ,c o n s t i t u t i v o s , tl icos e a g e n t i v o s d e a c o r d o c o m a
informao l ings t ica que ca d a u n i d a d eh o m n i m a ca r r ega cons igo . P orm e i o d a c a
r act e r i z ao das in fo rmaes nes ses
q u a t r o t i p o s
d e pap i s , o
s i g n i f i c a d o
d a forma
1
ou
forma
2
o u
forma
3
ser r e c u p e r a d o d e f or m a d e s a m b i g u a d a . A l m d i s s o ,a r e l a o
semnt ica qu e oi t e mh o m n i m o m a n t m c o m u m o u t r o i t e m l e x i c a lde u m r epe r t r io
l e x i c a l o ferecer indcios p a r aa s u a d e s am b i gu a o . E a i n d a ,a fo rma l i z ao e m u m a
b a s e onto lgica poder, a i n d a ,s u pr i r e v e n t u a i s am b i g id ad e s q u e o c o n c e i t o d oi t e m
homnimo pode rg e ra r , d e p e n d e n d o d o c o n t e x t o n oq u a len contrar-se- i n s e r i d o .O s
v a l o r e s d o s pap i s Qualia d aU n i d a d e Semnt ica (SemU) so a p r e s e n t a d o s p o r m e i o
d e r e l aes e n t r e S e m U eo u t r a s S e m U s q u e e s p e c i f i c a m an a t u r e z adess as r e l aes .
O
c o n j u n t o
de r e l aes
p ropos to pa r a r ep r esen ta r
a informao
Qualia
contm as
r e l a
es qu e e s to d i sponv e i s n o Lx ico G e r a t i v o e t a m b m a s q u e f o r a m i n t r o d u z i d a s
e m S I M P L E . D ef o r m a e squemt ica , c a d a p a p e ld aE s t ru tu ra Qualia p o s s u ia ss e g u i n
tes re laes semnt icas :
F O R M A L
u s a d o
p o r
d e s t i n a d o _ a u s a d o _ c o n t r a
u m arelao da
Qualia
A m p l i a d aesigni f ica Avidade_const itut iva
92
A l f a ,
S o
P a u l o ,
47 (2) :
7 7 - 9 9 , 2 0 0 3
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
17/23
A G E N T I V O
produzido_por
experincia_agentiva
i e s u l t a d o _ d e
ongem
der ivado_de
C O N S T I T U T I V O
_parte_de
_um_membRD_de
tem_como_membro
contm
at iv idade_const i tu t iva
tem_como_cor
quanti f ica
propriedade_de
medido_poi
D e posse d e todas asinformaes q u e j u l g a m o s necessrias p a r a aconstruo d o
p a r a d i g m a d a n o s s a B C L , a saber ,
informao ontolgica
12
( s u b d i v i d i d a e m Tipo, q u e c o r r e s p o n d e a o
hipnimo;
Supertipo,
qu e cor r e s ponde ao hipernimo e Domnio ;
informao
Qualia
(papis
F o r m a l ,
Agentivo.Tl ico
e Con s t i tu t i v o ) ;
informao morfossinttica (Rep_PDD, i.e.,Representao das pa r t e s do d i s cu r
so e Rep_Mor. i.e.,Representao
morfolgica);
informao definiconal, i.e., adefinio extrada d o dicionriod e b a s e , r e p r e
s e n t a d a p o rGlossrio;
informao pragmtica
13
, i.e., acontextualizao d o u s o d o i t e m homnimo, re
p r e s e n t a d a p o r
Exemplo;
p e r m i t i m o - n o s l e g i t i m a r o s e g u i n t e m o d e l o d e B C L , q u e o r a v i s u a l i z a m o s p o r m e i o d o
e x e m p l o d a f o r m ahomnima
banco:
12 Paia esset ipo de t raba lho ,e l aboramos um a Onto log ia de conce i tos que p rocura rep resentar o conhec imen to de mundo
por me io de categor i as de representao,d i v i d i d a s e m C l a s s e s F u n d a m e n t a i s (T i p o e S u p e r t i p o ) e Domnios. Como
a m o s t r a g e m , t e m o s a s c a t e g o r i a s
1.
E n t i d a d e ,
1.1.
E n t i d a d e C o n c r e t a ,
1.1.1. Local izao
1 .1 .2 . Manu fatu rado ;
1.1.3.
A l ime ntos , 1 .1 .4 Ent idade V i va ; 1 .2 Ent idade
A bs t r a t a .
1.2.1.Tempo . 1.2.2.Fato Cogn i t i vo ,
1.2.3.
Padro
M o r a l , 1.2.3.4.Dout r ina ; 2. Escopo ; 3. Agen tivo ; 4.Cons t i tu t i vo ; 5. Proprieda de ; 6.Representao ; 7. E v e n
to
para as C lasses Funda menta i s e A l imen to ,
Agricultura/Pesca/Si lvrcultura , Ne gcios , Servios ,
A t i v idades A r
tesana i s , Indstriad eTransformao , Construo , Polticae Governo , en t re
outros,
paraDomnios A estruturaa r
breacomp le ta dessa Onto log ia , comexemplificaod e inseresde l ex i as para cada categor ia ou sub-categor i a , pode
ser vista em Zavaglra (2002).
13 Os exemp los fo ram
extrados
d e u m
corpus fundamenta l
de 11
milhes
de pa lavras do
Laboratrio
de Estudos Le x ico
grficos
da Unesp de A raraquara
A l f a ,
So Pa ulo, 47 (2 ): 77-99 , 2003
93
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
18/23
banco
[0_1 / 0_2
HomoU
1 4
:
b a n c o $ 0 _ l
S e m U
1 5
:
< b a n c o >
DesamU
1 6
:
o b j e t o $ P _ l
T i p o : [ M o b l i a ]
Supertipo:
[ M a n u f a t u r a d o ]
Domnio:
M v e i s
( M o b i l i a r i a )
F o r m a l :
_ u m ( < b a n c o > , < o b j e t o > )
Agentivo:
< N i l
1 7
>
C o n s t i t u t i v o :
/ e r f o _ d e ( < b a n c o > , < p e d r a > )
feito_de(,)
_parte_
d e ( < b a n c o > , < m o b l i a > )
Tlico:
usado
_para(,)
Glossrio:
O b j e t o a l o n g a d o ,
c o m o u s e m
e n c o s t o , e m
q u e v r ia s p e s s o a s
p o d e m a s s e n t a r - s e
E x e m p l o :
No se i se por
causa
do
vinho, quando
m e
larguei,
o u m e
largaram no
b n c o
traseirod o
carro, parece u-me
ver,
se ntado na
calada,m e u
superego arrancando
os cabelos (CP)
Rep_PDD:
N O M E
Rep_Morfo:
M A S C
S ING
HomoU:
b a n c o $ 0 _ 2
S e m U :
< b a n c o >
DesamU:
e m p r e s a $ P _ l
T i p o : ( L o c a l
C o n s t r u d o ]
Supertipo:
[ L o c a l i z a o ]
Domnio: S i s t e m a
B a n c r i o
F o r m a l :
u m ( < b a n c o > , < e m p r e s a > )
Agentivo:
< N i l >
C o n s t i t u t i v o :
e s t _ e / n ( < b a n c o > , < c i d a d e > )
Tlico: usado
_para(,)
usado
_para(,)
Glossrio:
E m p r e s a
f i n a n c e i r a
q u e
o p e r a
c o m
d i n h e i r o ,
t t u l o s
e
o u t r o s v a l o r e s , o n d e
se
d e p o s i t a
d i n h e i r oe
q u ep o d e
e m p r e s t a r d i n h e i r o
E x e m p l o : Dessa vez desce u um se nhor engravatado, coisa difcil
po r
ali,
com
ares de gerente
de
b a n c o (CP)
Rep_PDD:
N O M E
Rep_Morfo:
M A S C S ING
Tabe l a
2
- Fo r ma
homn ima
B A N C O
Un idade Homnima,
Un idade
Sem ntica.
Un idade Desambiguadora.
O
smbolo
usado quando
o
elemento
no
sofie
vanao
n a
composio.
Essa flecha
indicaqu e as
duas tabelas encontiam-se conelacionadas
94
A l f a ,
S o
Pau lo ,
47 (2):
7 7 - 9 9 , 2 0 0 3
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
19/23
P o r m e i o d e um a r epresentao gr fi ca ( d i a g r a m a ) , p r e t e n d e m o s t o r n a r expl ci tos
os v ncu los que
c a d a
u m a d e s s a s i n fo r m a e s
p o s s u i
c o m a
u n i d a d e
h om n i m a e m
ques to, em qu e :
E n t i d a d e s so:
S e m U
( U n i d a d e Semnt ica ) ;
H o m o U
( U n i d a d eH o m n i m a ) ;
D e -
s a m U ( U n i d a d e D e s a m b i g u a d o r a ) . T o d a
S e m U
p o s s u i p e lo m e n o s d u a s H o
m o U , j qu ee s t a m o s t r a t a n d od e f o r m a sh o m n im a s .E x e m p l o :aS e m U < b a n -
c o > p o s s u i d u a s
H o m o U ,
as a b er : b a n c o $ 0 _ l e b a n c o $ 0 _ 2 . T o d a
H o m o U
p o s s u i u m aD e sa m U : b a n c o $ 0 _ i p os s u i a D e s a m U o b j e t o $ P _ l e b a n -
c o $ 0 _ 2 p o s s u ia D e s a m U e m p r e s a $ P _ l .
R e l a c i o n a m e n t o s so os v nculos , t e m , s i g n i f i ca , d e n o t a , d e s a m b i g u a .
Re la es s emnt icas so r tu los de a r cos q u el i g a m d o i sn s. Pore x e m p l o , e m
b a n c o $ 0 _ l :os ns< b a n c o > e< o b j e t o > so l i gados p e lo a r co de rtu lo _u m ;
< b a n c o > e < p e d r a > p or f e i t o _ d e ; < b a n c o > e< t e c i d o > p or f e i t o _ d e ; < b a n c o >
e po r _pa r t e _d e e < b a n c o > e < s e n t a r > p o r u s a d o _ p a r a . E s sa sr e
laes semnt icas see n c o n t r a mn a
Estrutura
Qualia. V e j a m o s od i a g r a m a :
D i a g r a m a d a se n t i d a d e s / r e l a c i o n a m e n t o s
P A L A V R A
S e m U
Def in io
D e s a m U
C o n c e i t o
o n t o l g i c o
^ ) ( Domn io ^ )
N i
T i p o ( S u p e r t i p o ~ ^ )
A l f a ,
S o
P a u l o ,
47 (2) :
77 -99 , 2003
95
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
20/23
F i g u r a (1)D i a g r a m a E n t i d a d e s / R e l a c i o n a m e n t o
Consideraes finais
A E s t ru tu ra Qualia d o Lx i coG e r a t i v o s e r v i u c o m o e s t ru tu ra r e p r e s e n t a c i o n a lp a -
ra
expr essa r pa r t es
d o
a s p e c t o c o m p o n e n c i a l
d o
s ign i f i cado l ex ica l ,
n a
m e d i d a
e m q u e
se
d e m o n s t r o u c a p az
d e
r e s g a t a r
o u d e
c a p t u r a r d i f e r e n t e s g r a u s
d e
c o m p l e x i d a d e
en t r e i t ens l ex ica i s e d esu s t en ta r , a ind a ,u m c o n j u n t o de inferncias que es t d ispon
v e l p a r a default, o um e l h o r ,essas inferncias so u s a d a s c o m o u m pad r o a s e r s e g u i
do . Pa r a cada u m d osq u a t r opap is Qualia, espec i f i camos u m C o n j u n t od e Qualia A m
p l i a d o ,o u
se ja ,
e s m i u a m o s
s u b t i p o s
d e u m
d a d o p a p e l
Qualia p o r
m e i o
d e
d i v e r s a s
r e l aes s emnt icas ,
d e p e n d e n d o
da s caracter s t icas intr nsecas a
c a d a p a p e l
Qualia.
A B C L con ta ho j e c o m cerca d e200 formas h o m n i m as d e ca t egor ia
n o m i n a l ,
e s t r u t u
r a d a s e or g a n i z a d a s s e g u n d o omod e lo expos to .
C o m o r e s u l t a d o co n c r e t o d e nossas pesqu isas , a n l i se s e inves t iga es , nosp r o
p u s e m o s aa p r e se n t a r u m averso c o m p u t a c i o n a ld e nosso mode lo d e B a s e d e C o n h e
c i m e n t o L e x i c a l
- B C L q u e f o i
im p l e m e n t a d a p e l o
N c l e o I n t e r i n s t i t u c i o n a l d e L i n
gst ica
C o m p u t a c i o n a l
-
N I L C
d a
U n i v e rs i d a d e
de So
P a u l o
- USP/So
C a r l o s
q u e
se e n c o n t r a r e s i d e n t e no prpr io N I L C , e m u m a m qu i na s e r v i d o r a ,c o m a s e g u i n t e
conf igurao : P e n t i u m I I M M X , 2 6 6 M H z , 12 8 M b R A M , c o m s i s t e m a o p e r a c i o n a l
W i n d o w s 2 0 0 0 S e rv e r ( Z A V A G L I A ,2002 ).
9 6
A l f a , S oP a u l o ,47 (2) :77 -99 , 2003
7/25/2019 O Homonmia No Portugues
21/23
A g r a d e c i m e n t o s
A o C N P q
p e l o
au x li o f i n a n c e i r o c o n c e d i d o e m o cas i o d od o u t o r a d o s and u ch e
r ea l i z a do n oIstituto d iLinguistica Com putazionale diPisa - LLC , onde p a r t e des t a
p e s
q u i s a f o i
d e s e n v o l v i d a ,
sob a coordenao da Prof .
N ico l e t t a C a l zo l a r i ,
coo rdena do ra
d o N I L C
-
P ro f a . D ra . M a r i a
d a s G r aas
V o l p eN u n e s
e comp ut loga
Ju l i ana G r e g h i
p e l o a p o io
e es t mulo
r ec eb idos p a ra
a i m p l e m e n t a o
c o m p u t a c i o n a l
d a B C L e
Profa.
Dra .
M a r i aT e r e z a C a m a r g o B i d e r m a n , o r i e n t a d o r a e i n c e n t i v a d o r a .
ZAVAGLIA , C .Homon ymy in Portuguese: theu se ofPustejovsk's Qualia stru cture approacht o
foster computa t ional implem entat ions.Alfa,SoPaulo, v.47,
n.2,
p.77-99, 2003.
ABSTRACT: This
paper
applies Pustejovsky's Qualia structure approach to describe homography
in Brazilian Portuguese and highlights specific linguistic strategies fo rtreating the phenomen on
within th e natural language processing dom ain. Pustejovsk 's quale roles - Formal, Telic, Agentive
an d Constitutive - we re selected as sem antic devices to aid natural language process ing systems
in
th e
tasko f lexical disambiguation. The proposal was impleme nted in
a
toy Lexical-Kwow ledge-
Base
system whe re lexical items are interrelated
b y
quale roles
KEYW ORDS: Hom onymy; Qualia structure; lexical knowledge base; natural language
processing
Referncias bibliogrficas
AMSLER,R.A .
T h e
structure ofthe Merriam-Web sterpocke t dictionary. 1980. Diss ertati on(Phd )
- UniversityofTexas,Austin,1980.
ARISTTELES:
v ida
e
obra.
So
Paulo:
Nova
Cultural,2000.
(Os Pensad ores).
BEZERRA,M .A.Le i turaeescrita:condiesparaaquisio de vocabulrio.In tercmbio .Dispo
nvelem: . Acessoem : 29 maio 2002.
BIDE RM AN, M . T. C.A estruturaoment a ldo lxico.I n : ESTUDOS de filologia e
lingstica:
e m
homenagem a Isaac Nicolau Salum.SoPaulo:
T.
A.Queiroz, Ed .d aUnivers idadede SoPaulo,
1981.
p. 131-145.
. Lxico e vocabulriofundam enta l.Alfa,SoPaulo, v. 40, p. 27-46,1996 .
. Dicionrio
didtico
d e
portugus.
2
e d.
So
Paulo:
tica,
1998a.
.A face
quant i ta t i va
d a
linguagem: u m
dicionrio de freqncias do portugus.Alfa,So
Paulo, n.42, n.esp. p.161-181,1998b.
.As cincias d o lxico. I n :
OLIVEIRA, A.
M . P. P.;
ISQUIERDO,
A. N. (Orgs .).
A s
cincias
d o
lxico:
lexicologia, lexicografia, term inologia. Campo Grande: Ed . UFMS, 1998c. p.11-20.
BINOT, J .L. eta l.Reprsentation sm antique e t interprtation dans une interfaceen l angage
naturel.L e Franais
Moderne ,
Paris, v.59, n i , p. 57-84,1991.
A l f a , S oP a u l o ,47 (2) :7 7 - 9 9 , 2 0 0 3
97
http://http//lael.pucsp.br/intercambio/08bezerra.ps.pdfhttp://http//lael.pucsp.br/intercambio/08bezerra.ps.pdf7/25/2019 O Homonmia No Portugues
22/23
BOGAARDS,RL e vocabulaire dans l 'apprentiss age
de s
langues
trangres.
France:
Hatier/Didier,
1994.
BUTTON, G.
etal . Computadores , mentes e conduta.Traduo de
Roberto L eal Ferreira.
So
Pau
lo: Ed . Unesp, 1998.
CALZOLARI , N.e ta l.Acqu ir in g and represent ing semant ic in format ion inalex ica l knowledge
base. I n : WORKSHOP O NLEXICAL SEMANTICSA N DKNOWLEDG E REPRESENTATION,1.,
1991,
B erkeley. Proceedings... California:ESPRITBRA-3030 ACQ UILEXWP N.016,1991.
CALZOLARI , N.e tal .SI-TAL- D ocumento di specifiche tecniched iSI-TAL: manu ale opera t ivo.
I n : .I talwordNet: rete semantico-lessicale per
r italiano.
Piza:Consorzio Pisa R icerche (CPR),
Ist i tutoTrentinod iCultura, Ist i tutop er laRicerca Scientificae Tecnolgica - (ITC-INST.),2000.
Capitolo2.
CARVALHO,
P. C. Q. da
F.
Gramticas
d e
resoluo
d e
ambigidades
resultantes da homografia
de
nom es
e
adjetivos.
2001.
D issertao(Mestrado) -Facu ldade d eLetrasd aUnivers idade d e
Lisboa, Lisboa, 2001.
DEL FIORENTINO, M.O
Estrazione d iinformazione
semntica
da un dizionario-macchina del ia
lingua italiana:
problemi d i d isambiguazione edi r iorganizzazione delle tassonomie semantiche.
1995.
Tesi (Laurea)
- Universit
degl i
Studi
d i Pisa,
Facolt
d i Lettere
e
Filosofia,
Piza,
1995.
HAGGE, C ;
DUARTE,
I . Construo de gramticas
formais para
o
processamento
d a
l ingu a
ge m
natural .
MATEUS, M . H.;
BRANCO,
A. H.(Org.)
E ngenharia da Linguagem .
Lisboa: Colib r i,
1995.p .71-93.
HATHOU T, N. Pourl aconstructiond 'unebasede connaissances lexicologiques partird uTrsfcr
de
la
Langue
franaise: les
maqueurs superf iciels dans
les dfinitions spcialises.
Cahier de
lexicologie: Revue
Internationale
d e
Lexicologie
et de
Lexicographie, Paris, v.68, p. 137-173,1996.
LEFFA,V.J.A resoluo da ambigidade lex ica lsem apoio d oconhecimento d emu ndo .Revista
intercmbio,
SoPaulo, v.6, pt el , p. 869-889,1998.
LENCI,Aet. al.
S MPLE - Seman t i c
Information
fo r
Multifunctional Plurilingual
Lxica: linguistic
specifications: deliverable D2.1.Pisa: UniversityofP