O Futuro das Pesquisas Psiquiátricas Prof. Dr. João Quevedo Laboratório de Neurociências UNESC.

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O Futuro das Pesquisas Psiquiátricas

Prof. Dr. João QuevedoLaboratório de Neurociências

UNESC

III Escola de Inverno em Neurociências

O Futuro das Pesquisas Psiquiátricas

As doenças neuropsiquiátricas, que incluem a esquizofrenia, transtornos de humor e autismo, afetam o pensamento e emoções.

São a principal causa de incapacitação na América do Norte e Europa.

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O impacto nos indivíduos, familiares e na sociedade é grande, pois estas doenças surgem geralmente na fase adulta e duram a vida inteira.

Não houve grandes avanços no tratamento da esquizofrenia nos últimos 50 anos e da depressão nos últimos 20 anos.

Surgiram tratamentos com medicamentos

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Alguns pacientes não toleram ou não respondem adequadamente ao tratamento com determinados medicamentos.

Esta heterogeneidade ressalta a necessidade de um maior entendimento das origens destas doenças.

Desafio: base genética, molecular e celular

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Doenças neuropsiquiátricas podem ser resultado de uma perturbação nos circuitos neurais.

Um defeito no desenvolvimento, estrutura anatômica e funcional ou na dinâmica destes circuitos pode levar a uma série de sintomas.

Dada a complexidade dos circuitos neurais, existem inúmeras maneiras possíveis de perturbá-los ou até mesmo interrompe-los.

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Milhares de genes estão envolvidos na regulação do desenvolvimento e função neural.

Distúrbios na estrutura e função de um ou mais destes genes podem levar a vários e complexos fenótipos neuropsiquiátricos.

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Mutações genéticas, mudanças epigenéticas e outras lesões celulares e morfológicas cerebrais

Podem convergir em distúrbios num dado circuito

Resultar em manifestações clínicas comuns

Que levam ao mesmo diagnóstico clínico

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A maioria dos genes envolvidos nos principais transtornos psiquiátricos ainda não foram identificados e os modelos animais para estas doenças são limitados.

Para muitos pacientes, os transtornos psiquiátricos são devidos à variabilidades genéticas que são compartilhadas por membros afetados de uma família.

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Qual é a melhor estratégia para descobrir as causas biológicas dos transtornos psiquiátricos?

Genômica e análise de circuitos

Genômica é a combinação de sequenciamento em grande escala com análise sistemática computacional de genomas.

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Nos últimos dois anos, o sequenciamento do genoma humano tornou-se significativamente mais rápido e menos dispendioso.

Uma nova visão da base genética dos transtornos psiquiátricos vem de uma recente análise do número de cópias de genes mutantes presentes em pacientes com autismo, esquizofrenia e Transtorno do Humor Bipolar (THB).

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A maioria dos genes neurais até então identificados como mutantes foram observados uma única vez, sugerindo que o total de genes cuja desregulação pode resultar em doenças mentais graves é pelo menos várias centenas.

Mutações em genes diferentes podem causar o mal funcionamento de circuitos neurais em transtornos psiquiátricos.

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Análise de circuito é o estudo da estrutura, função e desregulação dos circuitos neurais.

Depressão pré-frontal

Ansiedade amígdala

TOC estriado

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Marcadores biológicos para as disfunções nos circuitos neurais envolvidos nos transtornos mentais são necessários.

A fim de elucidar a base anatômica de cada doença para poder prestar diagnósticos mais objetivos e melhores respostas aos tratamentos

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Métodos de rastreamento de conexões neurais em seres humanos usando tensor de difusão de imagem.

Análise de modificações da expressão gênica e epigenética em cérebro de animais e de humanos.

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A medida em que novas variações genéticas para transtornos psiquiátricos são descobertas, será possível introduzir estas mutações em modelos animais para tentar elucidar a patogênese desses transtornos.

Identificar os elementos centrais da desregulação dos circuitos neurais e conceber um novo tratamento.

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Projeto combinação desses dois conjuntos de ferramentas

Objetivo de fornecer genomas de pacientes com doenças psiquiátricas graves.

Autismo, esquizofrenia, THB, depressão maior.

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O custo do tratamento e das pesquisas em transtornos neuropsiquiátricos é muito elevado.

Esquizofrenia uma combinação de delírios, alucinações, embotamento afetivo e perda das funções cognitivas

exemplifica muitos dos desafios lançados às pesquisas em transtornos neuropsiquiátricos.

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Ainda não se compreendeu totalmente a relação entre os sintomas da esquizofrenia e a fisiopatologia da mesma.

Uma intervenção precoce levaria a melhores resultados.

Um melhor entendimento biológico é essencial para melhorar diagnósticos e terapias.

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Trabalhos em genética estão indicando genes não específicos para a esquizofrenia, tendo associação com THB e autismo.

Sugerindo que as fases iniciais dos transtornos psiquiátricos sejam multivalentes.

Reforçando a esperança de detecção precoce, juntamente com os fatores ambientais, possibilitando a prevenção da doença.

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Transtornos psiquiátricos: Fatores genéticos + Fatores ambientais

Para a esquizofrenia, cerca de 80% são fatores genéticos e os outros 20% são influência direta de fatores ambientais.

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“Trabalhamos sob determinadas suposições. Por exemplo: que o conhecimento seja possível”.

(Nietzsche)

Obrigado!

quevedo@unesc.netppt by Amanda V. Steckert

Inscrições: www.unesc.net/cerebroemente