O Fascismo italiano, o Nazismo alemão e o Estado Novo no ... · ressentimentos nacionais...

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O Fascismo italiano, o Nazismo alemão e o Estado Novo no Brasil.

A Crise Capitalista

Após I Guerra, a Europa viveu um período relativamente curto de crise econômica.

A Crise Capitalista Em contrapartida a economia norte-americana continuava a crescer pois, o conflito foi na Europa (geografia), os EUA entraram tarde na guerra, abasteceram os países da Tríplice Entente com equipamentos, armas, alimentos e matérias-primas e, ainda, atendeu outras regiões que eram abastecidas pelos europeus, aumentando muito sua produção.

A Crise Capitalista Por volta de 1921, a Inglaterra, a França e outros países europeus retomaram o crescimento. Mas em 1929, quase metade da produção industrial do mundo estava concentrada nos EUA. Uma das razões era o aumento real dos salários no país proporcionado pela produtividade crescente e pelo fordismo.

A Crise Capitalista Henry Ford – Os melhores clientes da indústria eram os próprios operários, os empresários precisavam pagar-lhes bons salários.

A Crise Capitalista Em 1920 a Europa recuperou sua economia e diminuiu a importação, passando a competir com os produtos norte-americanos. Mas os empresários norte-americanos continuaram insistindo no aumento da produção.

A Crise de 1929 Em 1929 as indústrias norte-americanas estavam saturadas de produtos. Cresceu também a oferta de produtos agrícolas no mercado interno, o que provocou rápida queda de preços. O país entrou em crise. Bancos faliram. Alto índice de desemprego e queda de consumo.

A Crise de 1929 Em 21/10/1929 a bolsa de Nova York quebrou (crack ou crash) e atingiu o ponto mais baixo no dia 29, a chamada “terça-feira negra”. 20 mil empresas fecharam as portas e 13 milhões de trabalhadores perderam o emprego. A Grande Depressão atingiu os países industrializados da Europa e outras nações do mundo capitalista.

The New Deal Roosevelt, em 1933, adotou um plano de intervenção estatal na economia, baseado nas ideias do economista inglês John Maynard Keynes que estimulava o desenvolvimento da economia através da ação sistemática do Estado, criando obras públicas e demanda de serviços e produtos das empresas privadas (fortalecimento do mercado interno).

The New Deal Roosevelt emitiu bilhões de dólares em papel-moeda, iniciou o programa de investimentos, incentivou o aumento dos salários, criou o salário-desemprego, a aposentadoria e outros benefícios sociais. Entre 1933 e 1941 foram criados 8 milhões de empregos no país. Em 1936 a economia americana estava em alta mais uma vez.

Resultados da Grande Depressão Ampliou a intervenção do Estado na

economia, abalando a ideia liberal do capitalismo (liberdade irrestrita de mercado);

Gerou na Europa profundo ressentimento quanto a forma democrática de Estado;

Resultados da Grande Depressão Favoreceu a ação de ideologias e

movimentos políticos que pregavam a destruição da democracia e instauração de regimes “fortes”, ditatoriais, capazes de mobilizar a nação em torno de ideias nacionalistas e de tirá-la do caos, servindo de pano de fundo histórico para o fascismo italiano.

Resultados da Grande Depressão Movimentos como o fascismo podem ser

considerados como resultado da Grande Depressão e do nacionalismo exacerbado do século XIX que foi acentuado pelos ressentimentos nacionais provocados pela I Grande Guerra.

Alguns conceitos importantes

Liberalismo

Em suas origens pregava a plena realização da liberdade de mercado, o Estado de direito – ou seja, o Estado regido por uma Constituição livremente votada pelos representantes ou integrantes da nação – e a divisão de poderes entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

Liberalismo

Os liberais do século XVIII e do começo do XIX se satisfaziam com o voto censitário, isto é, o sufrágio limitado apenas aos que comprovavam certa renda mínima. O voto censitário excluía a participação política dos trabalhadores e outros grupos sociais que juntos formavam a maioria da população em todos os países europeus.

Liberalismo

Na economia, os pensadores liberais defendiam a plena liberdade de iniciativa para indivíduos e empresas. A intervenção do Estado deveria se limitar ao mínimo indispensável.

Liberalismo

O liberalismo econômico foi proposto em meados do século XVIII pelos fisiocratas (de fisiocracia, governo da natureza) franceses, cujo o princípio fundamental era “lassidez faire, laissez passer” (deixe fazer, deixe passar – Vincent de Gournay), sugerindo que o mercado, não o Estado, regulasse a economia.

Liberalismo

Segundo o escocês Adam Smith, em sua obra “Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações” (1776), o caminho para a prosperidade das pessoas e dos países estava na livre organização das atividades produtivas e comerciais. O próprio mercado, por meio de sua “mão invisível”, se encarregaria de melhorar a distribuição de renda entre os indivíduos, corrigindo as injustiças sociais.

Liberalismo

O liberalismo econômico contrapôs os princípios mercantilistas que, por sua vez, eram caracterizados pela intervenção do Estado na economia por meio de monopólios, proibições e regulamentos. As atividades comerciais, segundo princípios mercantilistas, eram as principais fontes de riqueza e dependiam da proteção do Estado para sua plena realização.

Democracia Forma de organização política da sociedade baseada no princípio da participação da maioria e da igualdade. Esse principio se manifesta, entre outros temas, no sufrágio universal – direito a voto atribuído a todas as pessoas – e determina que todos sejam considerados iguais perante a lei e tenham as mesmas oportunidades, sem privilégios de nascimento, etnia, sexo, credo religioso, dentre outras coisas. Diferentemente dos liberais, os democratas lutavam pelo sufrágio universal masculino.

Nacionalismo

Forte sentimento de identidade cultural e étnica entre membros de uma mesma nação que estabelece uma ligação muito estreita entre os indivíduos e a nação a que pertencem.

Autoritarismo

Poder de modo ditatorial, decisões sem pedir a opinião dos governados, limite a liberdade de reunião de expressão, concentração do poder em uma só pessoa, órgão ou partido político.

Totalitarismo

Além de elementos característicos do autoritarismo, não permite a existência de outros partidos além do que está no poder. Tenta controlar a vida pessoal dos cidadãos, reduzindo-os a autômatos obedientes ao partido do poder. Estimula a delação de indivíduos da mesma família. É propagandista. Combina repressão e terror. (ex. Estado Fascista, Nazista e ditadura de Stalin).

Anarquismo

Anarquismo pode ser definido como uma doutrina (conjunto de princípios políticos, sociais e culturais) que defende o fim de qualquer forma de autoridade e dominação (política, econômica, social e religiosa). Em resumo, os anarquistas defendem uma sociedade baseada na liberdade total, porém responsável.

Anarquismo

O anarquismo é contrário a existência de governo, polícia, casamento, escola tradicional e qualquer tipo de instituição que envolva relação de autoridade. Defendem também o fim do sistema capitalista, da propriedade privada e do Estado.

Anarquismo

Os anarquistas defendem uma sociedade baseada na liberdade dos indivíduos, solidariedade (apoio mútuo), coexistência harmoniosa, propriedade coletiva, autodisciplina, responsabilidade (individual e coletiva) e forma de governo baseada na autogestão.

Anarquismo

O movimento anarquista surgiu na metade do século XIX. Podemos dizer que um dos principais idealizadores do anarquismo foi o teórico Pierre-Joseph Proudhon, que escreveu a obra "Que é a propriedade?" (1840).

Socialismo

É uma ideologia política que afirma a necessidade de intervenção estatal na economia para distribuir a propriedade dos bens de acordo com as necessidades de cada um, a evoluir para a propriedade coletiva dos meios de produção que viria com o comunismo.

Socialismo Assim, o socialismo é configurado como a necessária fase prévia ao comunismo, aonde já não seria necessário o Estado. O objetivo é uma sociedade de iguais, sem classes sociais, onde os trabalhadores possuam os meios de produção, uma vez que eles consigam se organizar e ir além da fase do socialismo. Enquanto isso, o Estado vai cuidar de igualdade social.

Comunismo

O comunismo pode ser definido como uma doutrina ou ideologia (propostas sociais, políticas e econômicas) que visa a criação de uma sociedade sem classes sociais. De acordo com esta ideologia, os meios de produção (fábricas, fazendas, minas, etc) deixariam de ser privados, tornando-se públicos. No campo político, a ideologia comunista defende a ausência do Estado.

Comunismo

As ideias do sistema comunista estão presentes na obra "O Capital" de Karl Marx. Nesta, o filósofo alemão propõe a tomada de poder pelos proletários (operários das fábricas) e a adoção de uma economia de forma planejada para acabar com as desigualdades sociais, suprindo, desta forma, todas as necessidades das pessoas. Outra obra importante, que apresenta esta ideologia, é "O Manifesto do Partido Comunista" de Marx e Engels.

Fascismo

Fascismo

As ditaduras fascistas representavam um fenômeno novo e original. Seus adeptos repudiavam a luta de classes, o internacionalismo e o parlamentarismo liberal. Definiam-se como revolucionários, propondo uma solução nacional, autoritária e corporativa para os problemas econômicos e sociais.

Fascismo

O nacionalismo extremado fascista foi acentuado pelas frustrações decorrentes da I Grande Guerra; seu anticomunismo intransigente colocava-os na dependência do capital, transformando suas posições anticapitalistas em mera fachada.

A Itália no pós-guerra

A crise da Itália no pós-guerra e a incapacidade do regime parlamentarista e liberal em conter o avanço dos partidos comunistas deu a oportunidade à ação dos fascistas.

A Itália no pós-guerra

A Itália pretendia, depois da I Grande Guerra, a anexação de alguns territórios como compensação de suas perdas durante a guerra. Não conseguindo e estimulado pelos políticos, seu povo foi tomado de perigosa exaltação nacionalista.

A Itália no pós-guerra

Os problemas sociais e econômicos da Itália foram agravados após a guerra. A crise gerou grande número de desempregados, a inflação desvalorizou a lira para níveis baixíssimos e a nação estava endividada pela guerra. A Itália perdeu 650 mil vítimas na guerra e Veneza foi devastada.

A Itália no pós-guerra

Protestos populares adquiriam características revolucionárias: operários tomando fábricas e camponeses ocupando terras. A burguesia, vendo-se ameaçada, apelou para um pequeno, mas bem organizado grupo político, estruturado militarmente e disposto a usar a força para acabar com as ameaças revolucionárias.

Fascismo

Em 1919, um antigo militante de esquerda que rompera com o socialismo, Benito Mussolini, fundou o Fascio di Combattimento, embrião do Partido Nacional Fascista que, em 1922, chegaria ao poder.

Fascismo

Mussolini prometia acabar com a luta de classes, implantar um governo forte, destinado a afastar o perigo de uma revolução socialista e transformar a Itália em uma grande potência. Mussolini prometia esmagar os grupos de esquerda – socialistas, anarquistas e comunistas.

Fascismo

Os fascistas organizaram milícias armadas, uniformizadas com camisas negras e treinadas no uso da violência física contra os adversários (apoiado na classe média, ex-soldados, jovens sem emprego, desordeiros, marginais e desocupados). Seus alvos preferidos eram líderes sindicais, operários em greve, socialistas e democratas em geral.

Fascismo

Por essa época o Estado italiano estava organizado sob a forma de monarquia parlamentar, com um primeiro-ministro como chefe de governo. Após a I Grande Guerra, o país entrou num período de turbulência política e econômica.

Fascismo

O desemprego se acentuou e, em 1921, eclodiram nas cidades industriais da região norte grandes manifestações e greves operárias com ocupação de fábricas. Nessas condições, Mussolini pôs-se a frente de 50 mil “camisas negras” e realizou uma gigantesca demonstração de força, a “Marcha sobre Roma”.

Fascismo

Em 1922, após grande demonstração de força na “Marcha sobre Roma”, o rei Vítor Emanuel III nomeou Mussolini como primeiro-ministro. O Duce convocou nova eleição e recebeu 65% dos votos do Partido Fascista (graças às fraudes e à violência). A partir de então houve a consolidação da ditadura do Partido Facista.

Características da Ditadura Prisões, sequestro e morte de opositores, censura a imprensa, demissão em massa de funcionários públicos não-simpatizantes com o regime; proibição de greves; extinção de todos os outros partidos políticos - “Nada deve haver acima do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado”. Um único partido, uma única imprensa e uma única educação;

Tratado de Latrão Em 1929, Mussolini firmou com a Igreja católica o Tratado de Latrão, pelo qual o Estado italiano reconheceu a soberania do papado sobre o Estado do Vaticano. Com isso, o Duce consolidou e ampliou a simpatia do papado em relação ao seu governo. Em 1936, Mussolini firmou com Hitler o acordo ítalo-germânico, do qual surgiria o Eixo Roma-Berlim.