O expansionismo interno dos Estados Unidos. A FORMAÇÃO DO IMPÉRIO AMERICANO E SUA ARTICULAÇÃO...

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O expansionismo interno dos Estados Unidos

A FORMAÇÃO DO IMPÉRIO AMERICANO

E SUA ARTICULAÇÃO GEOPOLÍTICA

A ILHA CONTINENTE

Estados Unidos são uma república federal constituída de 50 estadose um distrito federal.

Um protetorado: Porto Rico

Estados Unidos da América

• 9,83 milhões de km² de área.• 309 milhões de habitantes.

• Terceiro maior país em extensão.• Terceiro maior em

número de habitantes.• Multiracial e multicultural.

• Maior economia do mundo.• PIB (2008) - de US$ 14,4 trilhões

• (um quarto do valor do PIBnominal mundial).

Depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os EUA emergem

como a principal potência mundial

e eixo da organização capitalista do século XX.

A hegemonia americana

transparece no terreno econômico, militar e diplomático

O dólar torna-se a moeda

universal, expressando o fato de os EUA

terem se tornado

credores do chamado “mundo

ocidental”.

A posse da bomba atômica conferia às

Forças Armadas americanas uma

posição de comando das alianças político militares capitalista.

No plano diplomático, a

guerra fria passa a

espelhar o significado mundial da

política internacional

gerada em Washington.

A partir desse momento histórico é possível falar num “império” americano, de dimensões

planetárias.

As decisões e políticas emanadas dos Estados Unidos interessam a todos os Estados.

Contudo, a vocação imperial e expansionista americana tem raízes históricas muito anteriores, ligadas à própria

formação dos EUA.

Essa vocação expansionista conheceu três etapas distintas:

• Expansionismo interno – durante os séculos XVIII e XIX.

• Expansionismo continental e oceânico – das últimas décadas do século XIX até a Segunda Guerra Mundial.

• Expansionismo planetário – que se configura na Segunda Guerra e no imediato pós guerra.

Esse trajeto histórico gerou doutrinas e teorias de cunho

geopolítico, que visavam simultaneamente orientar e

justificar a política internacional dos EUA.

A fase do expansionismo interno

Marcha para o Oeste

A fase do expansionismo interno prolonga-se de 1776

(Declaração de Independência) até o fim do século XIX.

É nessa fase que se forma o mapa atual do país.

Esse impressionante processo de expansão territorial foi, também, um processo de

alargamento simultâneo das fronteiras de duas economias diferentes e até certo ponto

antagônicas.

Ao Norte, expandia-se a economia familiar e

mercantil dos pequenos proprietários e homens livres, disseminando as

regras do comércio capitalista e

generalizando a propriedade da terra.

Ao sul, no baixo Mississipi e no Texas,

expandia-se a economia de

plantations, fundada na propriedade senhorial e no

trabalho escravo.

A Guerra Civil (1861-1865) desencadeou o conflito entre as duas estruturas econômicas e

acabou por eliminar a segunda, determinando a hegemonia das classes urbanas e capitalistas

nascentes do Nordeste dos EUA.

No início do século XIX, após o processo de independência e da aprovação da Constituição que oficializava os EUA como um

país, o presidente George Washington começou a

incentivar a colonização das terras que estavam na faixa

oeste do país.

A intenção era obter vantagens econômicas e

políticas através da expansão territorial, a

chamada Marcha para o Oeste.

As grandes vítimas desse

expansionismo interno foram os índios e os

mexicanos.

As nações indígenas, empurradas sempre mais para o oeste e,

progressivamente, confinadas em reservas distantes de suas terras de origem, sofreram um brutal processo

de extermínio físico e cultural.

Apaches

Sioux

Warrior

Diversos Grupos

O México perdeu cerca de metade de seu território: uma

parte foi anexada pela revolução texana; outra parte, perdida em guerra contra os

EUA; outra ainda, vendida (sul do Arizona).

A expansão territorial foi acompanhada e viabilizada por duas

imensas ondas de imigração européia:

• primeira onda entre 1840 e 1860

• segunda onda entre 1880 e 1900

Elas trazem quase 30 milhões de colonos, possibilitando um salto populacional

impressionante num país que entrava o século XIX com cerca de 7 milhões de habitantes

Esse movimento foi desde o inicio,

estimulado pelo governo

americano que organizou uma

vasta distribuição de terras no oeste

O Homestead Act doava 160 acres de terras a oeste do meridiano 100°W a quem cultivasse no mínimo de

cinco anos.

O expansionismo interno e o processo de povoamento dos

novos territórios do oeste tiveram por fundamento as

idéias conhecidas como Destino Manifesto.

Esta pintura (cerca 1872) de John Gast chamada Progresso Americano é uma representação alegórica

do Destino Manifesto

Na cena, uma mulher angelical, algumas vezes identificada como

Colúmbia, (uma personificação dos Estados Unidos do século XIX)

carregando a luz da "civilização" juntamente a colonizadores

americanos, prendendo cabos telégrafo por onde passa.

Há também Índios Americanos e animais selvagens do oeste

"oficialmente" sendo afugentados pela personagem.

O Destino Manifesto é o pensamento que expressa a

crença de que o povo dos Estados Unidos é eleito por

Deus para comandar o mundo, e por isso o expansionismo

americano é apenas o cumprimento da vontade Divina.

A ideologia do Destino Manifesto, que fazia dos americanos uma espécie de

novo povo eleito, desde que se difundiu entre eles a partir da metade

do século XIX , agiu como um poderoso elemento mobilizador da

energia do país e dos indivíduos para a conquista de novos territórios ao oeste

e sul do continente.

"A pura raça anglo-americana está

destinada a estender-se por todo o mundo com a força de um

tufão. A raça hispano-mourisca será

abatida. " New Orleans Creole Courier,

27.01.1855.

O Destino Manifesto resumia o sonho missionário de estender

o princípio da”União” até o Pacífico, através da ocupação de todo o continente pelo povo

americano.

Duas idéias complementares, mas contraditórias estavam na base do Destino

Manifesto:

• o sentimento igualitário que unia o colono americano e opunha às antigas potências coloniais;

• o sentimento de superioridade do imigrante europeu, branco e protestante, diante dos índios e mexicanos.

Doutrina Monroe

Em 2 de dezembro de 1823, o presidente

James Monroe introduziu uma

declaração política na sua mensagem

anual ao Congresso.

Essa declaração nunca foi votada ou transformada em lei,

tornou-se o eixo da política externa americana por décadas.

A Doutrina Monroe estabelecia que os EUA não tinham pretensões sobre

dependências coloniais de potências européias, mas que considerariam

qualquer tentativa européia de ampliar os seus domínios no continente

americano como uma ameaça para a paz e a segurança dos próprios

Estados Unidos.

A ambiguidade da declaração – simultaneamente defensiva e

imperial – foi a sua fonte de força e permanência.

Pela primeira vez os EUA sugeriam

serem responsáveis por toda a América, através do princípio “A América para os

americanos”.

Corolário Polk

O Corolário Polk foi

criado no governo de John Knox

Polk

Tinha suas bases da Doutrina Monroe, ou seja, era a

aplicação prática da mesma.

Foi utilizado como justificativa para a expansão estadunidense

sobre as terras do México.

Esta expansão envolvia as regiões dos atuais estados do

Texas, Novo México, Califórnia, Utah, Colorado, Nevada e

Arizona.

Em 1848 houve um conflito com o México, onde 2/3 de seu

território foi tomado pelos EUA.

O Corolário Polk baseava-se na idéia de que os EUA estariam abertos a qualquer país que a

ele quisessem se anexar.