Post on 25-Jul-2020
VI Simpósio da Ciência do Agronegócio CIENAGRO
O contexto histórico do conceito sobre Serviços Ecossistêmicos
Rozely F Santosrozefs@ib.usp.br
Deforestation, Erosion, and Forest Management in Ancient Greece and RomeJ. Donald Hughes e J. V. ThirgoodJournal of Forest History, 1982, p. 60-75
…" a perda de árvores desnudou as colinas e planícies ao redor de Atenas e causou enorme erosão do solo”
Platão350 AC
http://www.prof2000.pt
•Sing Chew (2001) World Ecological Degradation: Accumulation, Urbanization, and Deforestation, 3000BC-AD2000 •Joseph Tainter (2006) Archeology of Overshoot and Collapse•Michael Williams (2006) Deforesting the Earth: From Prehistory to Global Crisis•Frederic Cheyette (2008) The disappearance of the ancient landscape and the climatic anomaly of the early Middle Ages: a question to be pursued. Early Medieval Europe, 16:127–165
Desmatamento e exploração da terra:razões de crescimento e queda do império romano
1760 -1840O VALOR DA NATUREZA ...
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
História do crescimento econômicoAs origens político/culturais da RevoluçãoIndustrial Romeiro, 2017
▪desmatamento leva a desertificação - TECNICO▪impactos negativos sobre a população – SOCIAL ▪a terra é para usufruto e não para degradação - ÉTICO▪“regeneração geográfica”, ou reabilitação pelo controle da tecnologia – GOVERNANÇA
▪grande revolução política e moral
Ernst Heinrich Philipp August Haeckel, 1870
EcologiaFundamentos: 1866-1890
John Muir, naturalista, 1838–1914 Gifford Pinchot, silvicultor, 1865–1946▪uso dos recursos naturais transformados em mercadoria▪Manejo torna a floresta mais eficiente▪prevenção de desperdícios
“...produzir a partir da floresta o que pode render para o serviço do homem...
...o benefício para a maioria dos cidadãosECONOMIA DE MERCADO
“...se ocorresse uma guerra de espécies entre os animais selvagens e o Senhor Homem, eu estaria inclinado a me simpatizar com os ursos”
NÃO SE COMERCIALIZA A NATUREZA
1901–1909 Theodore Roosevelt disse, em 1907...
a nação se comporta bem quando trata os recursos naturais como bens que deve retornar para a próxima geração acrescida, e não prejudicada, em termos de valor.
1968: A tragédia dos comuns
▪livre acesso e a demanda irrestrita de um recurso finito termina por condenar o recurso através da superexploração
▪recursos naturais são bens comuns, e que, como tais, precisam ser administrados
Garrett Hardin, biólogo
Anos de 1960-1970
1960/70: Association of Environmental and Resource Economics (Environmental Economics)
expande o escopo da economia neoclássica para valorizar e internalizar o valor dosimpactos sobre o ambiente na tomada de decisões
“Contribuição econômica da Natureza”
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▪recursos naturais vistos como demandassociais
▪os impactos (externalidades) resolvidosatravés da taxação pelo mercado
▪visão de economia neoclássica
▪ pincelam os princípios de sustentabilidade▪Tratam impactos como externalidades
▪conservação é problema ético (valor social)
▪atenção aos recursos não-renováveis
▪eficiência máxima na utilização dos recursos
▪efeitos externos que depreciam os recursos naturais (“impactos”) podem levar prejuízos as futuras gerações (“sustentabilidade”)
Argumentos e contra-argumentos
O diálogo é difícil
Como aumentar o nível de compreensão e o interesse públicopara a importância da conservação da biodiversidade, dos rios,
dos oceanos?
150 AC - 1990
1987The Enviromentalist
1980: agenda política e o debate sobre desenvolvimento sustentável
•IUCN (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources)
•UNEP (United Nations Environment Programme)
Rudolph De Grootplanejador ambiental, Holanda
Wageningen University & Research
Processos naturais e
componentes
Necessidades e atividades
humanas
Interrelacõesfuncionais
funções ambientais
bens e serviços da Naturezaou serviços ambientais
bem-estar humano
benefícios ecológicose sociais
SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
-fronteiras entre aspectos ecológicos, sociais e econômicos –
...o termo serviço ecossistêmico foi cunhado em 1981 por Paul e Anne Ehrlich-
fronteira entre aspectos ecológicos, sociais e econômicos –
Paul e Anne Ehrlich, de Stanford
Quem é o “dono” do conceito?
facilitador da colaboração e
interação entre atores sociais
SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
Funções de:1. Regulação (clima, inundação, erosão)2. Suporte (cultivos, recreação)3. Produção (água, oxigênio)4. Informação (valor estético, cultural)
Categorias de Funções Ecossistêmicas
Conceito Exemplos de Funções
Exemplos de Serviços relacionados
de Regulação Manutenção dos processos ecológicos essenciais e do sistema de suporte vital
• Regulação de Gases
• Regulação do Clima
• Regulação da água
• Formação do Solo
• Manutenção da qualidade do ar e da água
• Prevenção de inundações
• Proteção contra tempestades
• Drenagem e irrigação natural
de Habitat São os espaços adequados para a sobrevivência da flora e da fauna e manutenção da diversidade biológica e genética
• Função de Refúgio
• Função de Berçário
• Manutenção de espécies exploradas comercialmente
de Produção Relacionadas ao suprimento dos recursos naturais
• Alimento
• Matéria-Prima
• Recursos Genéticos
• Recursos Medicinais
• Recursos Ornamentais
• Combustível e energia
• Forragem e fertilizantes
• Medicamentos e produtos farmacêuticos.
• Recursos para artesanato
de Informação Aptidão do ecossistema para o desenvolvimento cognitivo
• Informação Estética
• Recreação
• Espiritual
• Histórica
• Cultural e Artística
• Ciência e Educação
• Natureza como fonte de livros, filmes, pinturas, folclore, símbolos nacionais, arquitetura, propaganda.
• Natureza fonte para religião e valor histórico
DE GROOT et al.(2002)
SE Regulação
SE Suporte
SE Provisão
SE Cultural
Anos de 1980-1990
AERE, 1979, AtlantaAssociation of Environmental and Resource Economists
Robert CostanzaUniversity of Vermont
Recente: Australian National Unversity
International Society for Ecological Economics
ISEE,1989
➢sistemas naturais complexos➢Fluxos➢Co-evolução entre sistemas social e ecológico➢Valoração não monetária ➢equidade social
Economia AmbientalAERE
Economia EcológicaEE
Métodos e ferramentas da microeconomia neoclassica
Em que divergem?
Herman Daly, 1977; 1992; 1989Robert Costanza, 1991
Kerry Turner, 1999Howard Silverman, 2011
O ano de 1997
Resumo: Estimaram o valor econômico de 17 SE para 16 biomas:O produto nacional bruto total é cerca de 1,8 vezes menor que o valordos SE (capital natural)
Nature
SE: Benefícos para a população humanaderivam, direta ou indiretamente, das funções ecossistêmicas.
Gretchen DailyUniversidade de
StanfordTNC e WWF
O ano de 1997O conceito de Daily e ...
Nem tudo que é muito útil custa caro (água) e nem tudo que custa caro é muito útil (diamante)
Por que a sociedade não percebe isso?......
…precisamos trabalhar pragmaticamente, demonstrar osenormes benefícios da polinização, mitigação das mudanças
climáticas……
investimentos na Natureza poderão tornar-se parte do cotidiano… …
1995, Pew Scholars em Conservação e Meio AmbienteNew Hampshire
Steve Carpenter
Capital Natural:
Estoque de recursos naturais que produz ou garante um fluxo de bens e serviços tangíveis ou intangíveis, direta ou indiretamente destinados ao homem
Costanza e Daly, 1992
Jeffrey D. Sachs, economista, HarvardRecente: Universidade ColumbiaAssessor especial do Secretário-Geral das Nações Unidas) - Kofi Annanco-fundador do Millennium Promise Alliance
Pobrezavencida
Sustentabilidade Planejamento
Serviços Ecossistêmicos
Os anos 2000-2005O conceito como marco para a arena política
Avaliação Ecossistêmica do MilênioPrograma das Nações Unidas
reúne cientistas de mais de 100 países
mudanças nos ecossistemasafetaram ou afetarão o homem
o que fazer?gestão integrada
bem-estar e diminuição da pobreza
SE: são os benefícios que as pessoasobtêm dos ecossistemas
Fonte:Centro de Estudos em Sustentabilidade
http://www.p22on.com.br/2015/10/02/a-contribuicao-da-natureza-ao-bem-estar-humano/
Produção científica
Em preto: publicações sobre SEem cinza: Seh
Hacbart et al. 2016
Produção científica e os Recursos Hídricos
▪MEA – Millennium Ecosystem Assessment
▪TEEB – The Economics of Ecosystems and Biodiversity (valor econômico dos SE)
▪ESP - Ecosystem Services Partnership (valor da biodiversidade e SE)
▪IPBES – Intergovermental Science-Policy Platforma on Biodiversity and Ecosystem
Services (UNEP, UNESCO FAO,etc – tomada de decisão SE)
▪EU Biodiversity Strategy – European Union Strategy to 2020 (valor econômico SE)
▪WAVES – Wealth Accounting and Valuation of Ecosystem Services (Banco Mundial,
sustentabilidade)
▪NatCap – Natural Capital Project (Stanford, valor SE)
▪NCC – Natural Capital Coalition (suporte empresas)
Costanza et al. 2017
Programas e Instituições
1960
1970
1980
1990
2000
2010
Funcões ecosistêmicas em termos de “utilidade”
SE em termos monetários – qual o método de valoração
A quem pertence o SE? Conservar a natureza
Instituições para cobrar/trocar SE
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ercado
SE
conservacionistas
pesquisadores
Empresários e banqueiros
Ferrame
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https://www.rearfront.com/comics-help-appreciate-life/69-7/
Surgem as diferenças...
Surgem as diferenças...conceito
...a ambiguidade em torno do conceito, transformou o termo SE numa frase popular “vale-tudo”...representa funções do ecossistema ou propriedades, ou bens, ou contribuições para o
bem-estar humano, ou mesmo benefícios econômicos(Nahlik et al. 2012; Costanza et al. 2017)
Serviços Ecossistêmicos referências
SE são os benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas MEA, 2005
SE não são os benefícios, ..são componentes da natureza, diretamente aproveitados, consumidos ou usufruídos para o bem-estar humano (recreação não é SE)
Boyd & Banzhaf 2007
SE são recursos naturais que sustentam a saúde e o bem-estar humano. Collins e Larry, 2007
SE não têm que obrigatoriamente ser utilizado pelo homem. SE são os processos ecológicos ou funções que podem afetar o bem-estar humano .
Fisher e Turner , 2008
SE são as contribuições diretas ou indiretas dos ecossistemas para o bem-estar humano
TEEB Foundations, 2010
SE são aspectos do ecossistema consumido sse/ou utilizados para produzir bem-estar humano.
Farley , 2012
Desserviços são processos e funções que afetam os seres humanosde maneira "negativa", causando danos e custoso conceito ES pode estar baseado na idéia de como o mundo deveria ser:os ecossistemas são benevolentes, protegendo-os.
Shapiro e Báldi,2014; Sandbrook e Burgess, 2015; McCauley (2006)
Provedores de SEB
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Serviços ecológicos
Serviços ecossistêmicos
Serviços da paisagem
Serviços ambientais
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Termos e conceitos Escalasobjetivos
Atores sociais
Plote_local
Local_global
Processos ecológicos
Proxies Regional_global
-
+
Baseado em Lamarque et al. 2011
...maximizar apenas os aspectos dos
ecossistemas que fornecem serviços ao homem não
protegerá necessariamente a biodiversidade e o
impulso para tornar este conceito uma parte
integrante de qualquer política não fornecerá a
sustentabilidade pretendida(Schröter et al., 2014)
Surgem as diferenças...conceito
modificado de Wu, 2013
Surgem as diferenças...bem-estar
Trabalho, Capital produzido
Ecossistemascondição e capacidade
ServiçosEcossistêmicos Beneficio Beneficiário
modificado de Hein et al. 2015
Surgem as diferenças...Função, SE, benefício, beneficiário
Processos e funções
▪Millenium, 2005
▪Boyd and Banzhaf, 2007
▪TEEB, 2010
▪FEGS-Final Ecosystem Goods and Services Classification System - Landers and Nahlik, 2013
▪NESCS-National Ecosystem Services Classification System - Rhodes, 2015
▪CICES – La Note et al., 2017
▪(Kai et al., 2012), (Tengberg et al., 2012), Alemanha (Bieling, 2014), (Ghermandi et al., 2015), (Blignaut et al., 2016), (Blicharska et al., 2017), (Turner et al., 2014), (Chen e Hua, 2017)etc..etc…etc…
Sistemas de Classificação de Serviços Ecossistêmicos
CONFLITOS conjunto de decisões de manejointeresses sociais
Surgem as diferenças...Trade-off? Limiares? Win-win?
Perda de floresta
SE Controle d erosão
agricultura
loteamentos
críticas argumentos Contra-argumentos
Ética Conceito exclui valor intrínseco da Natureza
o conjunto de SE valida argumento antropocêntrico: SE cultural tem valor intrínseco
Relação homem-natureza SE induz a exploração da Natureza (utilidade)
O conceito pode reconectarhomem-natureza
Conflitos com o conceito de biodiversidade
Evidências de um cenário de win-win entre SE e biodiversidade são inconclusivas
Biodiversidade sustenta funçõesecológicas que fornecem SE
Valoração do SE, Comodificação e PSE
O conceito se reduz a valoração econômica. A estratégia é sempre “pagamento”
Se não envolvemobrigatoriamente valoração que por sua vez não envolvem necessariamente pagamento
modificado de Schroter et al. 2014
O que é valor e como valorar?
Valorar e compensar?
▪PSE (Redford & Adams 2009)▪compensação negociada (Wunder, 2013) ▪Offsets ou offset like by like (SEi por Sei)▪mercado de carbono▪“Venda da natureza” (McCauley 2006)▪Mercantilização (Turnhout et al. 2013)▪Incentivos entre agricultores para produzir ES (Farley 2011)▪ Criar impostos pagos por proprietários de terras para SE perdidos através da mudança de uso da terra▪Valorar benefícios ignorados, não mercantis(Fioramonti, 2014)▪Associar medidas monetárias e não-monetárias (Kenter et al. 2016)
O que é valor e como valorar?Surgem as diferenças...
inst
rum
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olí
tica✓Fins desejados pela sociedade e
não para indivíduos privilegiados
✓Justiça social
✓Sustentabilidade em contextos temporais e espaciais adequados
✓Avaliação transparente de SE
Pascual et al. (2010); Parks e Gowdy(2013)
▪Revisar, reformular, unificar o conceito▪Diminuir o gap entre aspectos ecológicos e econômicos ▪Avaliar relações entre SE: bundle, tradeoff, limiar e sinergia▪Partir de um conjunto de variáveis (proxies) bem estabelecidas ao invés de um único indicador▪Apropriar e justificar os métodos e modelagens para SE com transparência▪Quantificar efetivamente os SE▪Avaliar as incertezas dos métodos e decisões▪Validar em campo os resultados obtidos▪ Gerar medidas de valor▪Comunicar com eficiência os valores dos SE para a sociedade
Boerema et al. 2016
O que ainda devemos considerar?
políticas públicas
compreender a real complexidade dos fluxos de matéria e energia que regem aspaisagens, e não numa versão simplista e abstrata sobre o meio que vivemos.
Obrigada!
Floresta em estágio médio/avançado de sucessão
Campo antrópico
Silvicultura
Outros tipos de usos
Campo Antrópico
•Para garantir 50% do potencial total dos sete serviços hídricos em paisagens com campos antrópicos são necessárias mais de 40% de cobertura florestal, mas os melhores ganhos potenciais de serviços ocorreram a partir de 60%.
•> 30% de floresta, a condição da bacia hidrográfica é insustentável para os SEw
Floresta em estágio médio/avançado de sucessão
Campo antrópico
Silvicultura
Outros tipos de usos
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Pesca Água para uso humano
Agricultura Potabilidade de água
Controle de erosão Controle de doenças
Recreação Polinômio (Pesca)
Polinômio (Água para uso humano) Polinômio (Agricultura)
Polinômio (Potabilidade de água) Polinômio (Controle de erosão)
Polinômio (Controle de doenças) Polinômio (Recreação)
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Pesca Água para uso humano
Agricultura Potabilidade de água
Controle de erosão Controle de doenças
Recreação Polinômio (Pesca)
Polinômio (Água para uso humano ) Polinômio (Agricultura )
Polinômio (Potabilidade de água) Polinômio (Controle de erosão)
Polinômio (Controle de doenças) Polinômio (Recreação)
Água para uso humano
Potabilidade de água
Controle de doenças
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Pesca Água para uso humano
Agricultura Potabilidade de água
Controle de erosão Controle de doenças
Recreação Polinômio (Pesca)
Polinômio (Água para uso humano ) Polinômio (Agricultura )
Polinômio (Potabilidade de água) Polinômio (Controle de erosão)
Polinômio (Controle de doenças) Polinômio (Recreação)
Pesca
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Pesca Água para uso humano
Agricultura Potabilidade de água
Controle de erosão Controle de doenças
Recreação Polinômio (Pesca)
Polinômio (Água para uso humano ) Polinômio (Agricultura )
Polinômio (Potabilidade de água) Polinômio (Controle de erosão)
Polinômio (Controle de doenças) Polinômio (Recreação)
Controle de erosão
Recreação
Silvicultura
50% de oferta de SEw com 10-20% de floresta
Paisagens cobertas por 20% a 60% : corte raso e a presença de pequenas percentagens de campos degradados mudaram completamente o cenário
• a retirada dos eucaliptos ocorreu no período de ago/2014 a março/2015
mudanças no uso e ocupação da terra podem condicionar mudanças no valor de SEh
Modificado de KELLER et al. (2012)
Os serviços ecossistêmicos das abelhas
Profa. Dra. Betina Blochtein
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulEscola de Ciências - Programa em Ecologia e Evolução da Biodiversidade
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Apis mellifera = abelhas africanizadas
• Mel• Própolis• Cera• Apitoxina• Geleia real
Apicultura
A apicultura na produção de alimentos e na segurança alimentar
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
A apicultura na produção de alimentos e na segurança alimentar
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Os polinizadores
Silva et al (2014)
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Abelhas e flores uma velha história de amor.... (Santos e Machado, 2017)
Lanthanomelissa sp. em flores deSisyrinchium (canchalágua)
160 milhões de anos!
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Os polinizadores e a polinização
Abelhas e flores uma velha história de amor.... POLINIZAÇÃO
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Os polinizadores e a polinização
Castanha de cajú 65%Semente de canola 25%
Maçã 65- 90%
Dependência de abelhas na polinização
Manga 65 %
Algodão 34%
Café 34%
Os polinizadores na produção de alimentos e na segurança alimentar
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Amêndoa (90%) Canola (20-50%)
Além de frutas cítricas (30 – 50%), melão (75%), framboesa (70%) ....
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Aplicação de polinização agrícola dirigida: exemplos no mundo
Apicultor e agricultor trabalhando juntos
Flores atrativas para abelhas manejadas e silvestres: néctar e pólen
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Aplicação de polinização agrícola dirigida: exemplos no BR
Apicultor e agricultor trabalhando juntos
POLINIZAÇÃO - maçã
Aplicação de polinização agrícola dirigida: exemplos no BR
Apicultor e agricultor trabalhando juntos
Maçã (10 óvulos): 5 a 6 sementes/frutos (média),em Caxias do Sul, RS (Ramos, J.D., 2016).
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Polinizadores nativos manejados
Mamangava (Xylocopa sp.) em flor de maracujá
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Aplicação de polinização agrícola dirigida: exemplos no BR
maracujá
ABELHAS SEM FERRÃO (Meliponini)
• 641 espécies neotropicais / 24 no Rio Grande do Sul
• Polinizadoras de cultivos em países tropicais e subtropicais
(Sarto et al. 2005) (Klein et al. 2003) (Cruz et al. 2004) (Can-Alonso et al. 2005)
Aplicação de polinização agrícola dirigida: exemplos
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Melipona sp. em flor de tomate
G. Venturieri
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Aplicação de polinização agrícola dirigida: exemplos no BR
Tomate (em estufa)Polinizadores nativos manejados
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Maçã
Maçã
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Aplicação de polinização agrícola dirigida: exemplos no BR
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Aplicação de polinização agrícola dirigida: exemplos no BR
6.000 a 7.000 plantas
Dependência de polinizadores
Em escala global 10 % da produção agrícola de alimentos
humanos é atribuída diretamente à polinização animal
(Gallai et al 2009)
Mundialmente cerca de 70% das plantas cultivadas para o
consumo humano aumentam a produção com a polinização
promovida por animais, principalmente abelhas.
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Polinização agrícola
Dependência de polinizadores
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
alimentação
humana,
produção animal,
biodiesel e fibras
Polinização agrícola no Brasil
Os polinizadores na segurança alimentar
Importantes na produção de frutas, verduras ,
castanhas e óleos vegetais que fornecem
micronutrientes necessários à saúde humana,
como as vitaminas A e C,
cálcio e
ácido fólico
(IPBES, 2016)).
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
COLONY COLLAPSE DISORDER – CCD (DESORDEM DO COLAPSO DA COLÔNIA)
Manejo apícola inadequado
Interação de diversos fatores que atuam em sinergia
Estresse ambiental Parasitas / Patógenos
Agrotóxicos
Desnutrição
Alto nível de consanguinidade
O declínio mundial dos polinizadores – causas e efeitos
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
O declínio mundial dos polinizadores – causas e efeitos
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
O declínio mundial dos polinizadores – causas e efeitos
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
O declínio mundial dos polinizadores – causas e efeitos
O Brasil ocupa o 3º lugar mundial na produção de alimentos
com previsões responder por 40% em 50 anos (OMC, 2016)
Brasil: em caso de desaparecimento de insetos polinizadores se estimativa redução em
30% (US$ 12 bilhões) do faturamento da agricultura (Giannini et al 2015)
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Conservação e manejo de polinizadores
E o que podemos fazer para
proteger os serviços de
polinização das abelhas?
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Conservação e manejo de polinizadores
Podemos mudar a situação atual e futura!
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Fortalecer parcerias entre agricultores e apicultores
Incentivar a criação de abelhas nativas (meliponicultura)
Agrotóxicos: grau de toxicidade e boas práticas de utilização
Conservar/restaurar áreas semi-naturais (ninhos e floradas)
Os serviços ecossistêmicos das abelhas Profa. Dra. Betina Blochtein PUCRS
Conservação e manejo de polinizadores
O que fazer para proteger os polinizadores:
Obrigada!
Betinabl@pucrs.br
Junior Garcia (UFPR/PPGDE/ECOECO)jrgarcia.ufpr@gmail.com
Porto Alegre, RS, 2018.
Valoração dos Serviços Ecossistêmicos
https://goo.gl/zbQj6z
Porto Alegre, RS, 2018.
Porto Alegre, RS, 2018.
www.ecoeco.org.br
Gretchen Daily, 1997
Porto Alegre, RS, 2018.
Avaliação Ecossistêmica do Milênio, 2001-05
Porto Alegre, RS, 2018.
Natural Capital Project, 2011
Porto Alegre, RS, 2018.
Ecosystem Services Journal, Elsevier, 2012Ecosystem Services Partnership (ESP)
Porto Alegre, RS, 2018.
Projeto ServiAmbi da Embrapa Florestas, 2015
Porto Alegre, RS, 2018.
Porto Alegre, RS, 2018.
O que é um bem e serviço ecossistêmico?
• Um fluxo de benefícios provido pelos ecossistemas, os quais são essenciais para a sobrevivência humana e sustentação do subsistema socioeconômico.
Porto Alegre, RS, 2018.
Porto Alegre, RS, 2018.
SuporteEssenciais para a provisão de
todos os demais serviços.
RegulaçãoBenefícios dos processos de regulação dos ecossistemas.
ProvisãoProdutos
providos pelos ecossistemas.
SocioculturaisBenefícios não-
materiais providos pelos ecossistemas.
Classificação dos serviços ecossistêmicos
Fonte: adaptado de Bath & North East Somerset Council, 2018.
Características básicas dos Bens e Serviços Ecossistêmicos
Porto Alegre, RS, 2018.
Bens Serviços
• Estoque de matérias-primas• É possível gerenciar a taxa de
uso• Incorporados aos bens
econômicos• A maioria é bem de mercado
• Fluxo de benefícios gerados pelos ecossistemas
• Não é possível gerenciar a taxa de uso
• Não são incorporados aos bens econômicos
• A maioria não é bem de mercado
• Falta incentivos socioeconômicos e institucionais para a provisão
Serviços Ecossistêmicos:- De suporte: fertilidade do solo; ciclagem de nutrientes; diversidade genética.- De regulação: retenção do solo; polinização; estabilidade climática.
Desserviços Ecossistêmicos:pestes; competição por recursos de outros seres vivos.
Sistemas
agrícolas
Serviços Ecossistêmicos de provisão: alimentos, fibras e energia.
Outros serviços Ecossistêmicos, os quais dependem das práticas de manejo adotadas pelos produtores rurais.
Externalidades negativas:degradação da qualidade ambiental (contaminação da água, solo e ar) e social.Insumos agropecuários
Porto Alegre, RS, 2018.
A agropecuária como provedora de Serviços Ecossistêmicos
Fonte: preparado pelos autores com base em (ZHANG et al., 2007).
Nota: os sistemas agropecuários também dependem dos fatores de produção convencionais, tais como trabalho, capital e tecnologia.
Porto Alegre, RS, 2018.
Porto Alegre, RS, 2018.
Modelo econômico convencional
Famílias Empresas
Fornecimento dos serviços dos fatores de produção
Remuneração aos serviços dos fatores de produção
Fornecimento de bens e serviços
Despesas de consumo com bens e serviços
Mercado de fatores de produção
Mercado de bens e serviços
Fluxo Monetário
Fluxo Real
Onde estão os recursos naturais e a poluição?
Fonte: Mankiw, 2014.
Porto Alegre, RS, 2018.
Modelo econômico ampliado
Governo
Famílias
Mercados de bens e serviços
Mercados de fatores
Mercados financeiros
Empresas
Resto do mundo
Impostos Transferências
Poupança
RemuneraçãoConsumo
Produto
Investimentos
Exportações
Importações
Remuneração
Dívidas das empresas
Empréstimos para estrangeiros
Empréstimos de estrangeiros
Empréstimos tomados pelo governoConsumo
Onde estão os recursos naturais e a poluição?
Porto Alegre, RS, 2018.Fonte: Krugman, 2007.
Falhas de mercado (ineficiências)
• Custos de transação;
• Ausência de propriedade privada bem-definida;• Bens públicos.
• Externalidades (positiva e negativas);
• Poder de mercado;
• Assimetria de informação.
Porto Alegre, RS, 2018.
Bens de mercado
• Excludente ou exclusividade:• A propriedade do bem é exclusiva;
• Direitos de propriedade.
• Rivalidade ou rival:• O uso de um bem proíbe o uso por outra pessoa.
Porto Alegre, RS, 2018.
Bens públicos puros
• Bens não-exclusivos e não-rivais:• O mercado não é capaz de alocar de maneira
eficiente os bens públicos puros ou suas variações.
Porto Alegre, RS, 2018.
Teorema de Coase
• Em uma economia com direitos de propriedades bem-definidos e transferíveis, os recursos naturais se tornariam “bens privados”;
• Mercados de bens ambientais!
Porto Alegre, RS, 2018.
Valoração dos serviços ecossistêmicos e do capital natural
• “Internalização” das externalidades nos processos de decisão no subsistema socioeconômico;
• Revela a importância dos serviços ecossistêmicos e do capital natural para o bem-estar humano.
Porto Alegre, RS, 2018.
Como valorar os Serviços Ecossistêmicos e o Capital Natural?
Porto Alegre, RS, 2018.
Valor
• Conceito humano ou antrópico;
• Revela a importância por algo;
• Diferente de preço.
Porto Alegre, RS, 2018.
Valor na Economia
• “A palavra VALOR tem dois significados: às vezes designa a utilidade de um determinado objeto, e outras vezes o poder de compra que o referido objeto possui, em relação a outras mercadorias”.
Fonte: Smith, 1996 [1776), livro I, capítulo IV (A origem e o uso do dinheiro), p. 85-86.
Porto Alegre, RS, 2018.
Valor na Economia
• Valor de uso:• Associado às características intrínsecas dos bens
que os capacitam a ser usados pelas pessoas.
• Valor de troca (preço):• Indica a proporção em que os bens são trocados
uns pelos outros, direta ou indiretamente, por intermédio do dinheiro.
Fonte: Sandroni, 1999, p. 625.
Porto Alegre, RS, 2018.
O paradoxo diamante-água
Porto Alegre, RS, 2018.
Origens do valor dos serviços ecossistêmicos e do capital natural
Porto Alegre, RS, 2018.
Preferências
Atitudes e julgamentos
Critérios econômicos
Critérios culturais
Critérios sociais
Critérios ecológicos
Valores dos serviços ecossistêmicos e do capital natural
• Ecológico (escala);
• Sociocultural (justa distribuição);
• Econômico (distribuição e alocação).
Porto Alegre, RS, 2018.
Métrica do valor ecológico
• Revela a importância de um dado ecossistema para a resiliência ecossistêmica;
• Indicaria os limites da sustentabilidade;
• Não redutível à métrica monetária.
Porto Alegre, RS, 2018.
Métrica do valor sociocultural
• Trata da identidade cultural de uma dada comunidade ou sociedade;
• Isso significa que o valor sociocultural pode ser coletivo;
• Não redutível à métrica monetária.
Porto Alegre, RS, 2018.
Valor Econômico Total – VET
VET
do
s re
curs
os
nat
ura
is
De uso*
De não uso*
Direto
Indireto
Uso direto dos recursos naturais.
Uso indireto dos recursos naturais.
Opção
Existência
Herança
Quase opção
Uso direto ou indireto futuro dos recursos.
Direito à vida.
Legado as futuras gerações.
Parcela possível de ser utilizada do recurso emfunção do aumento do conhecimento.
* Consuntivo e não-consuntivo.
Porto Alegre, RS, 2018.
Valoração dos serviços ecossistêmicos e do capital natural
• Econômica:• Economia do Meio Ambiente (Neoclássica);
• Economia Ecológica.
• Não-econômica:• Economia Ecológica.
Porto Alegre, RS, 2018.
Valoração não-econômica dos serviços ecossistêmicos e do capital natural
Porto Alegre, RS, 2018.
Adota múltiplas unidades de medida
Métodos de avaliação multicritério
Avaliações biofísicas
Avaliações qualitativas
Valoração econômica
• Tradução da importância dos SE’s ou do capital natural para o bem-estar humano na métrica monetária;
• Revela parcela do valor monetário dos SE’s;
• Resultado do produto entre QSE e PSE:• Quantidade do SE ou do capital natural;
• Preço do SE ou do capital natural.
Porto Alegre, RS, 2018.
Valoração econômica
• Quantidade do SE ou do capital natural:• Interface biofísica da valoração.
• Preço do SE ou do capital natural:• Interface econômica (monetária) da valoração;
• Interface social da valoração.
Porto Alegre, RS, 2018.
Como identificar a quantidade de determinado SE (QSE) ou do capital natural?
Porto Alegre, RS, 2018.
Avaliação Ecossistêmica
• Caracterização do ecossistema;• Identificação dos SE’s;• Avaliação dos SE’s;• Quando possível, mensuração dos SE’s;• Valoração biofísica dos SE’s.
Porto Alegre, RS, 2018.
Como identificar o preço de determinado SE (PSE) ou do capital natural?
Porto Alegre, RS, 2018.
Métodos de Valoração Monetária
Diretos Indiretos
Função de Produção
- Produtividade Marginal
DAP ou DAR Direta
- Avaliação Contingente
DAP ou DAR Indireta
- Custo de viagem
- Preços hedônicos
Mercado de bens substitutos
- Custos evitados
- Custos de controle
- Custos de reposição
- Custos de oportunidade
Preços de mercado
Mercados de bens ambientais
- Carbono
- Água
- Agropecuário
- Extrativistas
- Minerais
- Entre outros.DAP – Disposição à PagarDAR – Disposição à Receber
Porto Alegre, RS, 2018.
Limitações da valoração econômica
• Complexidade ecossistêmica:• Avaliações incompletas dos ecossistemas.
• Deficiências teórico-metodológicas:• O valor monetário pode variar em função do
método de valoração adotado.
Porto Alegre, RS, 2018.
Avaliação integrada dos SE’s
Fonte: Preparado com base em De Groot et al., 2002, p. 394.Nota: Tradução livre.
Processos e Estrutura
Ecossistêmica
Funções ecossistêmicas:
- Regulação- Habitat- Produção- Informação
Valores Ecológicos baseiam-se na
sustentabilidade ecológica.
Valores Socioculturais baseiam-se nas
percepções sobre equidade e cultural.
Valores Econômicos baseiam-se na
eficiência e no custo dessa eficiência.
Bens e Serviços
Ecossistêmicos
Valor total dos SE’s
Tomada de decisões para determinar as opções de política e
de gestão dos recursos naturais.
Porto Alegre, RS, 2018.
Porto Alegre, RS, 2018.
Obrigado!
Junior Garcia (UFPR/PPGDE/ECOECO)jrgarcia.ufpr@gmail.com
Ricardo Ribeiro Rodrigues LERF/LCB/ESALQ/USP- www.lerf.esalq.usp.br
Adequação Ambiental e Produtiva da Paisagem (“Novo Código Florestal”) Promovendo Serviços Ecossistêmicos
Obrigado a todos os parceiros do LERF (24 anos), que ajudaram
na construção desse conhecimento em restauração florestal
www.lerf.esalq.usp.br
EXPANSÃO DA FRONTERIA AGRÍCOLA
FOGO
NÃO PERMITE PLANEJAMENTO AGRÍCOLA E AMBIENTAL
Áreas de Preservação Permanentes
Grande Maioria das Propriedades Rurais Nasceram Com Irregularidades
Ambientais
Contextualização
Rese
rva L
ega
l
CÓDIGO
FLORESTAL
BRASILEIRO
1934
Define a
conservação
das Florestas
Protetoras
Legislação Ambiental
DIREITOS / DEVERES
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE
APP
RESERVA LEGAL
RL
ÁREA AGRÍCOLA
CÓDIGO
FLORESTAL
BRASILEIRO
1965
“CÓDIGO
FLORESTAL
BRASILEIRO”
2012
O Código Florestal foi revisado em 2012
Essas irregularidades se mantiveram no tempo
28% de Cobertura com vegetação nativa
CAR – Cadastro Ambiental Rural LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012.-Números em 26 de julho de 2018
Cenário Atual
Cadastro no CAR (obrigatório a
todos)
Possui passivo ambiental em APP e/ou RL
Não Possui passivo ambiental em APP e RL
Possibilidade de transformação de
excedente de vegetação nativa
em CRA, ou compensação de RL
de outra propriedade em
regime de Servidão Florestal.
Elaboração do PRADA
Termo de Compromisso Ambiental (TCA)
Atividades de alto impacto ambiental
ou que exigem procedimentos
específicos
Monitoramento de APP e RL em Recomposição
Pela SEMA - Por imagens
Pelo proprietário Pela SEMA - Em campo
Licenciamento
Adesão ao Sistema PRA
Possui excedente de RL
Termo de Compromisso de Conservação das APPs e RL
Propriedade Rural
Apoio:
PROJETO TEMÁTICO FAPESP - 2016/17680-2
CÓDIGO FLORESTAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
contato:tematicocodigoflorestalsp@gmail.com https://codigoflorestal.wixsite.com/tematico
Cadastro Ambiental Rural –CAR-SP
≈ 80% CAR premium
Déficit de APP em São Paulo:
628.300ha (Lei de 2012 com escadinha)
12% das propriedade
rurais de São Paulo
LUPA: 324.601 propriedades rurais em SPDéficit de APP em São Paulo:
628.300ha (Lei de 2012 com escadinha)
Média Propriedade (>4 e ≤ 15 MF)Grande Propriedade (> 15
MF)
50%
Passivo de RL acumulado para São Paulo
90%
~2% das propriedade
rurais de São Paulo
5.300 propriedades rurais
LUPA: 324.601 propriedades rurais em SP
9% das propriedade rurais do Brasil
SICAR: ~5.000.000 de propriedades rurais no Brasil
~2% das propriedade
rurais do Brasil
SICAR: ~5.000.000 de propriedades rurais no Brasil
4,8% das propriedade
rurais do Brasil
SICAR: ~5.000.000 de propriedades rurais no Brasil
Mata ciliar: proteção da biodiversidade
Parque Nacional das Emas
Parque Nacional das Emas
Flora
May 2017
Fauna 88% das espécies de mamíferos terrestres já
registrados para a região
Mata Ciliar: Proteção de solo e Água
UHE Assis Chateaubriant (Mimoso) Ribas do Rio Pardo/MS
Rio São Félix 06/1996
Estamos no meio do reservatório
18 anos antes a profundidade era de 10 metros!
ENERSUL desde a década de 90 a hidroelétrica nãoproduz mais energia, apenas retransmite a energia de Itaipu.
06/2006
Toposequência com Zona Ripária
Momoli et al. 2008 e 2011
Momoli et al. 2008 e 2011
MATA CILIAR
ZONA RIPÁRIA
Soja/ Mata
Ciliar (2008)
Nascentes
BACIA HIDROGRÁFICA RIO MEIA PONTE –Goiatuba,
GO
Momoli et al. 2008 e 2011
APP NASCENTES
Momoli et al. 2008 e 2011
DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
SEDIMENTOS – 1º SEMESTRE
Momoli et al. 2008 e 2011
DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
SEDIMENTOS – 2º SEMESTRE
Momoli et al. 2008 e 2011
DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
SEDIMENTOS – 3º SEMESTRE
Momoli et al. 2008 e 2011
Defensivos Agrícolas x Mata Ciliar
Cana isolada do Rio por 100m de Floresta Remanescente
Cana isolada do Rio por 30m de Floresta Restaurada
Cana Não isolada do Rio por Floresta
PASTO - BA
Rio Corumbataí - SP
Represa de Americana (Abastecimento Público e Geração de Energia) - SP
Sistema Cantareira – provem água para 8 milhões de
pessoas na região metropolitana de São Paulo
Segurança Hídrica no Brasil
Atlantic ForestMuitas regiões
com problemas
de segurança
hídrica
RESTAURAÇÃO DA MATA CILIAR NA REPRESA DE
ABASTECIMENTO PÚBLICO DE IRACEMÁPOLIS
(LERF/BIOFLORA)
1988 2006 2016
AVALIAÇÃO DA
RESILIÊNCIA DO
ECOSSISTEMA LOCAL
(RESILIÊNCIA LOCAL)
(EXPRESSÃO DA
REGENERAÇÃO NATURAL)
ALTA
Cobertura Natural
Restauração Passiva ou Assistida
(Conduzindo a Regeneração Natural)
Cobertura Artificial
Restauração Ativa
- Plantio de espécies nativas (árvores
e arbustos) para Recobrimento
Rápido (10-15 spp nativas)
-Criação de uma capoeira usando
sementes ou mudas
TEMPO 1 ( 0 - 3 ANOS)(ISOLAMENTO E CRIAÇÃO DE UM AMBIENTE FLORESTAL
RAPIDAMENTE)
TEMPO 2 (3 ou + ANOS ) ENRIQUECIMENTO NATURAL OU ARTIFICIAL PARA GARANTIR
SUSTENTABILIDADE NA RESTAURAÇÃO
ALTA
BAIXA
Enriquecimento
Natural
Restauração Passiva
(Chuva de sementes)
Enriquecimento Artificial
Restauração Ativa
-Plantio de espécies nativas dos estágios
finais da sucessão (80-100 spp nativas de
todas as formas de vida) em área já
coberta
-Garantir sustentabilidade e regeneração
da área em restauração
Diagnostico da
Área
Degradada
AVALIAÇÃO DA CHEGADA DE SEMENTES
NO ECOSSISTEMA EM RESTAURAÇÃO,
VINDAS DA PAISAGEM
MONITORANDO A REGENERAÇÃO
NATURAL DE ESPÉCIES NÃO DE
RECOBRIMENTO EM ÁREA JÁ RECOBERTA
(CAPOEIRA)BAIXA
Metodologia de
Restauração Florestal
Represa de Abastecimento Público sem proteção
Iracemápolis, SP. Brasil
1990 (plantio inicial)
Floresta restaurada pelo LERF
com plantio de juvenis, com 23 anos e 120 spp árvores, 150ha - 23 anos
FAZENDA JEQUITIBÁ, ITU/SP – MAIO - 2011
FAZENDA JEQUITIBÁ, ITU/SP - JANEIRO - 2014
FAZENDA JEQUITIBÁ, ITU/SP - MARÇO – 20151 ano e 4 meses
FAZENDA JEQUITIBÁ, ITU/SP - MARÇO – 20162 ano e 4 meses
Biodiversidade & Serviços EcossistêmicosPires et al .
Pires et al .
Pires et al .
OBRIGADO!!!!Obrigado!!! a vocês e a todas parcerias que nos permitiram esses resultados
Ricardo R Rodrigues- rrresalq@usp.br
www.lerf.esalq.usp.br
Porto Alegre, 26 de outubro de 2018VI Simpósio da Ciência do Agronegócio
Abordagem de serviços ecossistêmicos:oportunidades e experiências no Brasil
Alexandre Uezu
▪ OSC – Organização da Sociedade Civil, fundada em 1992
▪ Brasileira, e qualificada como OSCIP.
▪ ~40 projetos com diferentes abordagens: ▪ Pesquisas com espécies ameaçadas de
extinção e Serviços Ecossistêmicos▪ Restauração florestal ▪ Educação ambiental ▪ Negócios sustentáveis com comunidades▪ Capacitação e formação de profissionais
para a conservação e sustentabilidade (mestrado profissional, MBA e cursos livres)
O IPÊ
Sistema Cantareira
Pantanal
Amazônia
Pontal do Paranapanema
O IPÊ
Serra Grande - BA
Nosso Modelo de Ação
(Valladares-Padua, Cullen Jr., Padua, Martins e Lima 2002).
Unidade de Negócios Sustentáveis
NEGÓCIOS / COMUNIDADES
PARCERIAS COM SETOR PRIVADO
Lato Sensu Cursos LivresPós- Graduação Strictu Sensu
• Mestrado profissional
- Modular
• MBA em gestão de negócios socioambientais
• Área de Conservação
• Área de Sustentabilidade
www.ipe.org.br
escas.org.br
Serviços ecossistêmicos – benefícios gerados pelas funções ecológicas dos organismos em um ecossistema natural, usados secundariamente pelos seres humanos (Costanza et al. 1997)
✓ ProvisãoÁgua
Serviços Ecossistêmicos &Sistemas Produtivos
(Millennium Ecosystem Assessment, 2005)
✓ SuporteFormação do solo e ciclagem de nutrientes
✓ RegulaçãoRegulação Climática, Polinização, Controlebiológico
Perguntas norteadoras
✓ A conservação dos Serviços Ecossistêmicos aumenta a
produtividade?
✓ O conservação dos Serviços Ecossistêmicos diminui os
custos da produção?
Conceitos
✓ Externalidades
✓ Resiliência
✓ Dinâmica espaço-temporal
Infiltração
Evapo-transpiração
EscoamentoSuperficial
Precipitação
Ciclohidrológico
Evapotranspiração
Evapotranspiração
Sistema Cantareira
Beneficiários
Beneficiários
Crise hídrica no Sistema Cantareira 2013-2015
Site Águas Futuras: http://cantareira.github.io/
Uso do solo
- Interpretação de Imagens de altaresolução (<1,0 m)
Principais usos
o Floresta ~ 35%o Pasto ~ 46 %o Reflorestamento ~ 15%
Análise da paisagem
Índice Integral de Conectividade
APPs hídricas
~40% com floresta
Passivo Ambiental
Áreas de PreservaçãoPermanente - APPs
Fonte: IBGE 2010
Vulnerabilidade a erosão e sedimentação
PCLSKRA ****=
Onde,A = Perda anual de solo na região em toneladas por hectare ao ano;R = Fator erosividade das chuvas;K = Fator erodibilidade do solo;LS = Fator topográfico;C = Fator uso e ocupação do solo;P = Fator de práticas de controle de erosão;
Erodibilidade
Topografia
Erosividade Comprimento de Rampa
Riscos de perda de solo
PCSLKRA *****=
• Priorização para restauração
• Quantificação de sedimentos
• Criação e avaliaçãode cenários
Prioridades para ações para conservação de água e solo
Dois grandes desafios
❖ Restauração de 21.000 hectares de APPs (buffer de 30 metros) = 35 milhões de árvores
❖ Melhorar o manejo de ~100.000 hectares de pastagem degradada
Manejo de Pastagem Ecológica
Prof. Jurandir Melado
- Pastoreio Rotacional Voisan- Sistema Silvipastoril- Diversificação de forrageiras
Conversão da matriz produtiva
Pastagem degradada
Pastagem em recuperação
30 ha
Capim disponível o tempo todo
o Animais mais saudáveis• Menos pragas (ex. carrapatos)• Bem-estar animal• Proteção contra: frio, vento, calor e
chuvaso Solo mais fértil (esterco do gado e matéria
orgânica vegetal)
o Animais mais mansos
o Maior produtividade• Mais alimento para o gado• Gado anda menos – perda de 52
kg em pastagens convencionais
Benefícios para produção
Pastagem
degradada
Conversão da matriz produtiva
Pastagem em
recuperação
Conversão da matriz produtiva
Benefícios para conservação
o Menor erosão no solo
o Maior infiltração da água no solo
o Melhor qualidade da água (proteção dos corpos d’água)
o Maior quantidade de carbono estocado
Restauração florestal nas APPs
1. Cercamento 3. Delimitação das parcelas
4. Abertura das covas
5. Adubação de base
6. Plantio 7. Área implantada
2. Roçada
Como quantificar, qualificar e monitorar os Serviços Ecossistêmicos de um
corredor restaurado?
Lidar – Estoque de Carbono
Amaral, L.; Abib, T.; Laranja, D.; Uezu, A.; Jenkins, C.; Lima, F.; Cullen, L.;Tenorio, S.
Reserva Ecológica
Mico Leão Preto
Parque Estadual
Morro do Diabo
Polígonos com corredores
em fase de restauração
Restauração de 273 ha
2015
2017
2015 2017
Lidar
Restauração de 974 ton.C
ÁGUA - Regulação e sedimentação
Coleta dos dados(a cada 10 min)
❑ Precipitação❑ Turbidez❑ Nível
Estações de coleta
Estação chuvosa
Estações de coleta
Solo – Restauração Florestal
Solo – Restauração Florestal
Função primordial na restauração
Vegetação – Influênciana fertilidade do solo
Amostragem do solo em áreas de restauração
O desenvolvimento das plantas é um ótimo preditor para a fertilidade do solo.
Fertilidade do soloP
CA
1 -
Fert
ilidade
PC
A 1
-F
ert
ilidade
Restauração Florestal
Pastagem Ecológica
Quebra-ventos
Silviculturade Nativas
Agrofloresta
Ferramentas de manejoAções Baseadas na Natureza
Projeto Mina d’água 2010 Projeto Produtor de Água no PCJ 2009
- Projeto Conservador das Águas (Extrema)- Conservador da Mantiqueira
Números do Programa Produtor de Água
237 469
1.016
-
500
1.000
1.500
2010 2011 2012
Produtores Rurais
3.272
14.546
31.529
-
10.000
20.000
30.000
40.000
2010 2011 2012
Área (ha)
1.993.000
8.076.000
27.806.881
-
10.000.000
20.000.000
30.000.000
2010 2011 2012
Investimento (R$)
▪ 38 Projetos em andamento – 08 Regiões Metropolitanas (mananciais de abastecimento de capitais - SP, RJ, BH, Palmas, Rio Branco, Campo Grande, Goiania e Brasília) - outros 36 em contratação
▪ Área Abrangida pelos projetos – 400.000 ha
▪ População impactada pelos projetos 35 milhões de pessoas
▪ Mais de 1.200 produtores recebendo serviços ambientais
▪ Mais de 40.000 ha já trabalhados
▪ Mais de R$35.000.000,00 investidos
Chamamento público de 2014 – 110 propostas apresentadas, 18 selecionadas– não era obrigatório comprovar que já era um projeto que tinha garantia dePSA. Previsão inicial de contratar 9 mas cerca de 15 foram contratadas.
Chamamento público de 2017 – 186 propostas cadastradas, 36 selecionadas –obrigatório comprovar que já é projeto que tem garantia de PSA. Previsão decontratar 5 mas já foram contratadas 15.
Acordos, estudos, políticas e initiativas…
Global
Brasil
19921979 1997 201520111988 20142010
1965 2009 20162012 20152010 2017
Reflexões
- A promoção dos SEs Aumenta a Produtividade das culturas;
- A promoção dos SEs Diminui os Custos de produção;
- O manejo adequado da paisagem gera múltiplas Externalidades Positivas
em termos de SEs;
- Áreas bem manejadas apresentam Maior Resiliência;
- O serviços ambientais ultrapassam barreiras de propriedade, estado ou
país e seus benefícios variam no tempo.
http://semeandoagua.ipe.org.br/
https://twitter.com/InstitutoIPE
https://www.facebook.com/ipe.instituto.pesquisas.ecologicas
https://www.youtube.com/channel/UCxsLeAueuL-eMIJy6qif9_g
www.instagram.com/institutoipe
www.linkedin.com/company/3067596
Obrigado!!!
Alexandre Uezualeuezu@ipe.org.br
www.ipe.org.br
A VISÃO DA FAO SOBRE OS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
ALAN BOJANIC
REPRESENTANTE DA FAO NO BRASIL
PORTO ALEGRE - RS, BRASIL | OUTUBRO 26 | 2018
ÍNDICE
1. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2030
2. Segurança Alimentar e Nutricional
3. Agricultura e Mudanças Climáticas
4. Visão da FAO sobre Serviços Ecossistêmicos
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda mundial adotadadurante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em setembro de2015, composta por 17 objetivos, 169 metas e 231 indicadores a serem atingidos até 2030.
Os temas podem ser divididos em quatro dimensões principais:
Social Ambiental Econômica Institucional
AGENDA 2030
ODS 2
Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar emelhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável
2.1. até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas aalimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano;
2.3. até 2030, dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenosprodutores de alimentos;
2.4. até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos que aumentem aprodutividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas e fortaleçam a capacidade deadaptação às mudanças do clima;
2.5. até 2020, manter a diversidade genética de sementes, plantas cultivadas, animais de criação edomesticados e suas respectivas espécies selvagens.
ODS 15
Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dosecossistemas terrestres
15.1. até 2020, assegurar a conservação, recuperação e uso sustentável deecossistemas terrestres e de água doce interiores e seus serviços;
15.4 até 2030, assegurar a conservação dos ecossistemas de montanha,incluindo a sua biodiversidade;
15.5. tomar medidas urgentes e significativas para reduzir a degradação de habitat naturais eestancar a perda de biodiversidade;
15.6. garantir uma repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursosgenéticos e o uso adequado dos mesmos;
15.9. até 2020, integrar os valores dos ecossistemas e da biodiversidade ao planejamento nacionale local.
A produção de carne precisará aumentar emmais de 200 milhões de toneladas
A produção de cereais terá que aumentarpara 3 bilhões toneladas/ano em relação aos2.5 bilhões produzidos atualmente
Para alimentar essa população maior eurbana, a produção de alimentos deveráaumentar em 60%
POPULAÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Mapa da Fome FAO/ONU (2014)
O número de pessoassubalimentadas tem
aumentado desde2014. Alcançou o número de 821
milhões em 2017
SOFI 2018
A prevalência da subalimentação é maior na África; o número absoluto de pessoas subalimentadas é mais
elevado na Ásia.
O número total de pessoas famintas no mundo é de 821 milhões
Ásia: 515 milhões
África: 256 milhões
América Latina e no Caribe: 39 milhões
Porcentagem da população mundial vítima da fome: 11%
Ásia: 11,4%
África: 20,4% (Na África Oriental: 31,4%)
América Latina e Caribe: 6,1%
SOFI 2018
A fome mundial voltou a crescer por consequência dos conflitos armados,das mudanças climáticas e da deterioração da economia de alguns países.
Dos 821 milhões de famintos do planeta, 490milhões vivem em países afetados por conflitos.
Não podemos alcançar a FOME ZERO sem abordar as questõesrelacionadas às MUDANÇAS CLIMÁTICAS
• As mudanças climáticas representamuma das maiores ameaças àprodução alimentar mundial;
• É possível atender à demandamundial de alimentos de formasustentável, mas isso requersistemas institucionais adequadosnos setores agrícola, pecuário,florestal e pesqueiro.
RESILIÊNCIA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Entre 2005 e 2015, 26% dos danos e perdas totais causados por desastres climáticosem países em desenvolvimento ocorreram na agricultura.
Durante o mesmo período, as secas provocaram 30% das perdas agrícolas causadaspor desastres naturais. Isso equivale a US$ 29 bilhões.
Nos países em desenvolvimento, até 83% do impacto econômico das secas, que seintensificaram com as mudanças climáticas, recaíram na agricultura.
A degradação dos solos provocou uma liberação para a atmosfera deaproximadamente 78 gigatoneladas (Gt) de carbono. A reabilitação das terrasagrícolas e degradadas pode capturar até 51 Gt de carbono.
Agricultura e Mudanças Climáticas
As pessoas que se dedicam a pecuária são as mais vulneráveis às mudançasclimáticas, já que afeta os animais tanto diretamente: por fenômenos extremos comoas secas e as ondas de calor, como indiretamente: pela menor disponibilidade deração e o aumento dos riscos à saúde animal.
A pecuária é responsável por 14,5% das emissões antropogênicas de gases de efeitoestufa. O gado (tanto para a produção de carne como para a de leite) é responsávelpor dois terços dessas emissões.
AGRICULTURA E MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Para 2055, a redistribuição das espécies debido ao aumento das temperaturaspode reduzir as capturas de peixes entre 40% e 60% em áreas tropicais e entre30% e 70% em latitudes mais altas.
A escassez de água já afeta mais de 40% da população mundial. Se prevê que asmudanças climáticas siga reduzindo a disposnibilidade de água intensificando aspressões sobre bacias já empobrecidas.
ÁGUA E MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Os recursos hídricos sofrem o peso das mudanças climáticas. Isso intensificará acompetição por agua entre diferentes setores, enfraquecendo a segurança hídricadas regiões.
VISÃO DA FAO SOBRE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
Um dos objetivos estratégicos da FAO é o de fazer com que a agricultura, apecuária, a atividade florestal e a pesca sejam mais produtivas e sustentáveis;
Os serviços ecossistêmicos são o motor do meio ambiente, são essenciais para avida. A terra, a água, o ar, o clima e os recursos genéticos devem ser utilizados deforma responsável para que tragam benefícios às gerações futuras;
Eles proporcionam alimentos nutritivos e água limpa; regulam as doenças e o clima;apoiam a polinização dos cultivos e a formação dos solos, e oferecem benefíciosrecreativos, culturais e espirituais;
Estima-se que estes bens, embora possuam um valor de 125 bilhões de USD, nãorecebem a atenção devida nas políticas e nas normativas econômicas, o quesignifica que não se investe o suficiente na sua proteção e ordenamento.
SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS NA FAO
Os ecossistemas saudáveis proporcionamuma grande variedade de bens e serviçosindispensáveis, que contribuem direta ouindiretamente ao bem-estar humano.
O setor da alimentação e da agriculturaprove múltiplos serviços ecossistêmicos
CATEGORIAS DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
As funções ecossistêmicas podem ser classificadas em grup funcionais segundo asseguintes categorias:
• Serviços de abastecimento: agruPam os produtos obtidos dos ecossistemas(alimento, água doce, combustível, fibras, recursos genéticos, etc.);
• Serviços de regulação: agrupam os benefícios obtidos da regulação dos processosdos ecossistemas (regulação do clima, de enfermidades, da água, etc.);
• Serviços culturais: agrupam os benefícios intangíveis obtidos dos ecossistemas(espirituais e religiosos, recreativos e ecoturísticos, estéticos, inspiracionais,educacionais);
• Serviços de apoio: agrupam os serviços necessarios para a produção de todos osoutros serviços dos ecossistemas (formação do solo, ciclo de nutrientes, produçãoprimária, etc.).
SERVIÇO AMBIENTAL
Absorção de carbono e compensação de gases de efeito estufa
Absorção de carbono nos solos
Absorção de carbono nas plantas perenes
Redução das emissões de carbono
Redução dasemissões de metano
Proteção das vaziashidrográficas
Regulação do fluxo da água
Manutenção da qualidade da água
Controle da erosão e da sedimentação
Salinização e regulação dolençol freático
Recarga de aquíferos
Controle de enchentes
Conservação da biodiversidade silvestre
Proteção do hábitat para espécies silvestres terrestres
Conectividade para espécies móveis
Proteção de comunidades ameaçadas dsde o ponto de vista ambiental
Proteção de espéciessilvestres
Proteção do hábitat de espécies aquáticas
TIPOS DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS NA AGRICULTURA
ABSORÇÃO DE CARBONO
A agricultura, a pecuária, a atividade florestal e a pesca se beneficiam dos serviçosecossistêmicos e, por sua vez, proporcionam-nos. Os efeitos que estes setores produzem nosserviços ecossistêmicos podem ser positivos ou negativos, por exemplo:
IMPACTOS SOBRE OS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
Efeitos positivos Efeitos negativos
A agricultura proporciona hábitats às espéciessilvestres e cria paisagens com valor estético
Os pesticidas , assim como a homogeneização dapaisagem , podem reduzir a polinização natural
Os bosques ajudam a manter ecossistemasaquáticos saudáveis e proporcionam fontes fiáveisde água limpa
O desmatamento e o ordenamento deficientepodem provocar o aumento das inundações e dosdeslizamentos de terras durante os tufões
Os excrementos animais podem ser uma fonteimportante de nutrientes e de dispersão desementes e podem manter a fertilidade dos solosnas pastagens
O excesso de excrementos animais e sua gestãodeficiente podem implicar na contaminação da águae colocar em perigo a biodiversidade aquática
A aquicultura sustentável e integrada pode melhorara função de proteção contra enchentes exercidapelos manguezais
A pesca excessiva tem consequências devastadorasnas comunidades dos oceanos, visto quedesestabiliza a cadeia alimentar e destrói os hábitatsnaturais de numerosas espécies aquáticas
Como os produtores agrícolas podem gerar serviços ambientais?
• Necessita-se de algumas mudanças no sistema de produção agrícola paraque os agricultores aumentem sua oferta de serviços ambientais;
• As atividades de produção devem ser modificadas para alcançar objetivosambientais (por exempo, uma redução da lavoura);
• Investir em programas de reconversão das terras;
• Promover a manutenção do uso da terra;
TRABALHO DA FAO COM SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
O trabalho que a FAO realiza no mundo todo ajuda a manter e estabelecer os serviçosecossistêmicos e a biodiversidade: a FAO promove o diálogo, fomenta capacidades,melhora conhecimentos e a compreensão, e presta orientação com o objetivo deincluir os ecosistemas nas políticas agrícolas nacionais e internacionais;
Frentes de atuação da FAO:
1) Avaliação e valoração dos serviços ecossistêmicos e da biodiversidade;
2) Melhora das competências: gestão dos serviços ecossistêmicos e dabiodiversidade;
3) Políticas e diálogo para melhorar a gestão dos serviços ecossistêmicos e dabiodiversidade;
4) Incentivos para os serviços ecossistêmicos: criação de valor para o apoio dosserviços ecossistêmicos e da biodiversidade.
A FAO promove sistemas de governança que reconheçam que os ecossistemas sãocomplexos e que geram múltiplos benefícios. Para administrar os serviçosecossistêmicos e a biodiversidade de forma eficaz, é fundamental adotar umplanejamento multidisciplinar;
Adotando uma abordagem interdisciplinar, a FAO traça as seguintes metas:
• Dotar a sociedade e os governos de instrumentos para avaliar e valorar os benefíciosdos serviços ecossistêmicos;
• Dotar a sociedade e os governos de instrumentos necessários para potencializar emanter os serviços ecossistêmicos;
METAS DA FAO PARA OS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
• Deixar os encarregados dos ecossistemas e seus usuários em condições demelhorar a manutenção e o reestabelecimento dos serviços ecossistêmicos;
• Fortalecer a governança mediante o diálogo e medidas políticas em favor dosplanejamentos ecossistêmicos, incluído o reconhecimento dos direitos doscoletivos locais e de seus sistemas de conhecimento.
METAS DA FAO PARA OS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
TIPOS DE VALORES DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
PAGAMENTOS POR SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS (PSE)
Os usos insustentáveis da terra causaram perdas irreversíveis de biodiversidade. Asrepercussões destas perdas geraram alterações no abastecimento de água doce, na pesca ,na purificação do ar e da água, na regulação do clima, nos fenômenos associados com osriscos naturais e o surgimento de pragas;
Os pagamentos por serviços ecossistêmicos (PSE) ganharam importância por conferiremvalor à conservação desses serviços e intensificarem a geração de ingressos nas zonasrurais, na segurança alimentar e no desenvolvimento sustentável;
Em sua maioria, os esquemas de PSE giram em torno a três grupos de serviçosecossistêmicos: os relacionados com água e solos; a estabilização do clima; e a conservaçãoda biodiversidade. Os benefícios das intervenções ecossistêmicas são múltiplos;
SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS E EXEMPLOS DE COMPRADORES
EXPERIÊNCIAS DE PSE NA AMÉRICA LATINA E CARIBE
O Fundo Nacional de Financiamento Florestal é uma entidade pública da Costa Rica que captafinanciamento para o pagamento de serviços ambientais fornecidos pelos bosques, pelasplantações florestais e outras atividades necessárias para fortalecer o desenvolvimento do setor derecursos naturais;
Dentro do FONAFIFO, o Programa pelo Pagamento de Serviços Ambientais (PPSA), funciona comomecanismo de financiamento para o manejo, a conservação e o desenvolvimento sustentável dosrecursos dos bosques e da biodiversidade. O PPSA possui 4 pilares fundamentais:
a) Institucionalidade;
b) Marco Legal;
c) Financiamiento; e
d) Monitoreio e Avaliação.
FONAFIFO
CONCLUSÕESA demanda de serviços ambientais gerados pela agricultura aumentará;
A agricultura pode prover uma melhor combinação de serviços de ecossistemas parasatisfazer as necessidades em mudança da sociedade;
Melhores incentivos para estimular os agricultores a fornecer uma melhor combinação deserviços de ecossistemas serão necessários. Os pagamentos por serviços ambientais podemajudar;
Os programas de PSA eficazes em função do custo necessitam de um desenho bemdetalhado baseado nas características do serviço e no contexto biofisico e socioeconômico;
Os pagamentos por serviços ambientais não constituem um instrumento cuja finalidadeprincipal é a redução da pobreza, embora seja provável que afetem aos pobres e taisconsequências devam ser levada em consideração.
PERSPECTIVAS FUTURAS
• Os direitos aos serviços ecossistêmicos devem ser esclarecidos;
• É necessário realizar mais pesquisas, tanto nas ciências naturais como nas sociais;
• Deve-se consolidar as instituições e o reforço das capacidades