Post on 30-Jun-2015
O Comportamento do cão em
função do Homem
Índice:
A domesticação ………………………………………. Pág. 2 / 6
O Comportamento ……………………………………. Pág. 7 / 9
- Positivismo do comportamento do cão em função do
Homem ……………………………………………. Pág. 10 / 19
- Negativismo do comportamento do cão em função do
Homem ……………………………………………. Pág. 20 / 38
O melhor para os animais ………………………….. Pág. 39 / 41
A Domesticação:
• A domesticação de animais é uma prática
realizada desde os primórdios da
humanidade, pois o homem sempre teve a
necessidade de ter certos animais ao seu
lado, seja para auxiliá-lo na caça de
subsistência, ajudá-lo em certos serviços, ou
apenas para fazer-lhe companhia.
• Ao longo dos séculos, através da domesticação, o ser humano
realizou uma selecção artificial dos animais pelas suas aptidões,
características físicas ou tipos de comportamentos.
• O resultado foi uma grande variedade de raças que, actualmente,
são classificadas em diferentes grupos ou categorias.
• Esse vínculo Homem-animal, produziu uma série de alterações
comportamentais no cão e no gato, como resposta à sua integração
na sociedade humana
• No caso do gato, e ao contrário do cão, não evoluiu
para um comportamento muito diferente do seu ancestral selvagem.
• Pois o gato não possuí hierarquia social que permita
ao Homem assumir um papel de “líder”.
• A sua independência, e o facto da domesticação não
lhe ter causado mudanças drásticas, permitiu que o
gato sobrevivesse muito bem por conta própria.
Por esse motivo não o conhecemos por receber ordens de humanos.
• Por seu turno, o cão é um animal social que na maioria das vezes
aceita o seu dono como “chefe da matilha”.
• Por ser um animal inteligente e obediente, o homem lidera a sua
aprendizagem e adestramento.
• No entanto, essa liderança comporta
consigo mudanças, positivas e negativas,
no comportamento do animal.
• Com a domesticação do cão a relação com o ser humano
tornou-se tão complexa que, ao entrar para uma família, eles são
capazes de provocar alterações no comportamento de todos os seus
membros.
• Passando a compartilhar hábitos humanos e, muitas vezes,
a adquirir o perfil de uma pessoa.
Isso comporta consigo
mudanças e distúrbios
comportamentais
no animal.
O Comportamento:
• O comportamento animal é uma ciência ainda pouco difundida,
porque as pessoas desconhecem a significante importância de saber
como se deve lidar com os animais diante de inúmeras situações, que
eles enfrentam no seu convívio com a sociedade humana.
A personalidade de um cão é definida pelo seu comportamento em
sociedade, e para com a sociedade.
Esse comportamento é moldado desde tenra idade, onde o cão começa a
descobrir e a explorar o mundo exterior a ele.
• Tal como a vacinação ou a prática de uma actividade diária, a
educação é um dos deveres do Homem em relação ao cão, a partir do
momento que decide adoptá-lo como animal de companhia.
• Com efeito, a educação constituí não só
a garantia da coabitação harmoniosa
entre o animal, o dono e o meio
envolvente, como também
da sua integração na sociedade.
• O comportamento do cão é o resultado da sua educação que, por seu
turno, é o puro reflexo do seu dono.
Em suma, o comportamento do cão é o resultado da educação e
aprendizagem que o seu dono lhe
proporciona, e que pode ser:
• Positivo;
• Negativo.
Positivismo do comportamento do cão em função do
Homem:
• Os animais, tal como os seres humanos, têm períodos de transição
que definem a sua personalidade e que influenciam
o seu comportamento.
É nesse período, chamado período de socialização,
entre a 3ª e a 12ª semana, que ele aprende a
conhecer o mundo que o rodeia e a explorar,
sem medos, tudo que lhe é desconhecido.
• Quando o cão é estimulado, desde tenra idade, a vários factores
sociais, as bases da personalidade comportamental será definida e isso
comporta consigo aspectos positivos para o animal, para a sua saúde,
e para a própria sociedade que o acolhe, tais como:
- Cães pastores de rebanho;
- Cães de busca e salvamento;
- Cães guia para cegos;
- Cães como ajuda ao doente;
- Facilitadores da comunicação;
Cães pastores de rebanho:
• Cães que protegessem o rebanho e o pastor contra predadores, os lobos.
Enquanto o pastor descansa e o
rebanho pasta os cães têm o papel
importante de vigiá-los e de fazer
patrulhas no território circundante.
Quando o pastor tem que se ausentar
para ir à aldeia ou a casa, deixa o
rebanho nas pastagens entregues ao
cães.
Cães de busca e salvamento:
• Pela sua mobilidade e faro, o cão é treinado para a busca e
salvamento de vítimas.
Complementa o trabalho dos
aparelhos de detecção
electrónicos, e muitas vezes
supera-os.
Cães guia para cegos:
• O cão-guia para cegos é um animal de raça educado durante dois
longos anos para que possa conduzir o seu dono em segurança nas
suas deslocações.
O cão é treinado para evitar que o seu dono
(cego) choque com obstáculos, ajudando-o a
encontrar entradas e saídas de
estabelecimentos, ajudando-o a procurar um
multibanco, um telefone público, uma
passadeira de peões e evita até que o seu
dono pise em poças de água e excrementos
de outros animais.
Cães “terapeutas”:
• Os cães utilizados como companhia de pessoas com doenças
mudaram suas Vidas.
Alguns psicólogos revelam
que os cães ajudam a reduzir
os
sentimentos de depressão,
solidão e ansiedade,
contribuindo para melhorar a
qualidade de vida do ser
humano.
Facilitadores da comunicação:
• Uma pesquisa feita em Paris, revelou que a presença de um animal
de companhia como: cão ou gato; estimula o desenvolvimento da
afectividade de crianças e adolescentes.
O facto do animal estar permanentemente
disponível para o convívio com os seus
jovens donos aparece na pesquisa como
uma factor-chave para o relacionamento
entre os familiares e também torna os
animais domésticos uma presença de
grande importância nos lares.
Em suma:
• De todos os animais que conhecemos, é o cão o
que mais se uniu ao homem.
Seja por pessoas que lhes dão taças a transbordar
de comida, seja por mendigos que dormem ao
relento e que só lhes podem dar uma
pequena parte das suas migalhas, é igual a sua
afeição e dedicação.
É com igual amor que lambe a mão ornada de jóias
e os dedos trémulos, consumidos de doenças e
fome.
• É graças a esse vínculo, Homem-cão, que hoje dizemos a famosa frase:
“O cão é o melhor amigo do Homem!”
Quando bem amado, bem educado e
socializado, podemos encontrar
nele um eterno amigo, um companheiro para
toda a vida.
E não se tem conhecimento de uma amizade
tão forte e duradoura entre espécies distintas
quanto a do humano e do cão.
• No entanto, e infelizmente, este não é o quadro que sempre perdurou na
nossa sociedade.
Um quadro que foi sofrendo alterações drásticas tanto no animal, a nível do seu
comportamento e saúde, como também aos olhos da sociedade que o rodeia.
x Negativismo do comportamento do cão em função do
Homem:
• Existem pessoas que adquirem animais de estimação por razões
erradas, que não os educam da maneira adequada, que não criam
elos de afectividade com eles, e acabam por criar
sofrimento e tristeza no animal.
Em muitos países os animais são sacrificados
mais por problemas comportamentais do que
por outras razões médicas.
• Nem todos os seres humanos possuem sensibilidade quanto à guarda
responsável em relação aos animais de estimação, pois acabam por
abandonar os seus animais à sua sorte, sujeitos a todo o tipo de maus-
tratos, em ambientes hostis e ameaçadores, passando fome, frio,
sendo atropelados, apedrejados, etc.
• Em alguns casos, a má domesticação, pode originar o aparecimento
de distúrbios comportamentais quando não se cria o animal de
acordo com a sua natureza, em ambientes «anti-sociais» ou com
energia menos positiva para eles.
• Distúrbios comportamentais tais como:
Oscilação da cabeça – proveniente de estados de stress;
Destruição de objectos – proveniente de estados de falta de
actividades físicas e naturais;
Mamar em si mesmo, em roupas, etc. – proveniente de estados
decorrentes de desmame precoce;
Compulsão pela limpeza corporal (lambidelas excessivas) –
proveniente de estados de stress, frustração e tédio;
Hiperactividade – proveniente de estados de ansiedade;
Apetite pervertido (ingerir sacos plásticos, tecidos, metais, etc.) –
proveniente de estados de transtorno nutricional e solidão;
• Os problemas comportamentais são a principal causa de morte na
população de animais de companhia.
Problemas esses que são os responsáveis por cerca de 3 a 6
milhões de eutanásias de cães e gatos, por ano.
• Principais problemas comportamentais:
• Ansiedade;
• Stress
• Ciúmes;
• Agressividade.
• Ansiedade:
Existem várias razões para um cachorro ser ansioso, as mais comuns
são:
• Genética;
• Pouca socialização;
• Medos e fobias;
• Doenças;
• Necessidade de ter de ficar várias horas sozinho.
Os sintomas da ansiedade podem ser diversos, mas a
origem é só uma: um enorme sofrimento e stress emocional da parte do
animal.
• Stress:
Muitas vezes comportamentos de stress, em cães, passam despercebidos
pelos donos até ao dia em que o animal responde a situações de
ansiedade de uma destas formas: atacar, ou fugir.
Um cão que se esconde debaixo dos
móveis, ou um cão que reage com
agressividade para com o dono é um
cão em stress.
• Ciúmes:
Acontece quando o animal tem que
dividir a atenção com um membro novo
na «matilha», ou quando esse novo
membro recebe mais atenção e
recompensas que ele.
Uma equipa de biólogos austríacos identificou um sentimento bem
humano em animais… o ciúme.
• Agressividade:
Sendo assim, podemos dividir a ocorrência do comportamento
agressivo em dois grupos, e relacionar cada um deles com diferentes
tipos de situações:
- Agressividade de defesa instintiva;
- Agressividade como reflexo da (má) educação.
Comportamento agressivo é todo aquele que tem como objectivo
intimidar, magoar ou matar uma pessoa ou um outro animal.
• Agressividade de defesa instintiva:
- É uma agressividade como resposta impulsiva ao medo e ao
trauma de diversas situações a que o animal esteve sujeito, tais
como:
• Relacionada com o medo;
• Relacionada com crianças;
• Relacionada com pessoas estranhas;
• Relacionada com o território;
• Relacionada com más experiências.
Relacionada com o medo:
• Quando o cão sente medo de estímulos estranhos e apresenta
uma agressividade relacionada a esse medo, a única resposta que
encontra é a agressividade de defesa, para que o estímulo
responsável pelo medo ou ansiedade vá embora.
Este tipo de comportamento é
defensivo e pode acontecer em
diversas situações ameaçadoras como
na clínica veterinária, em exposições
caninas ou durante caminhadas.
Relacionada com crianças:
• Alguns cães reagem agressivamente somente com
crianças, pois as crianças estão no mesmo nível de visão
(altura) dos cães e os seus olhares fazem com que o cão
ache que elas estejam a encará-los,
sendo isso percebido como uma
ameaça, fazendo com que os cães
tomem uma atitude defensiva.
Relacionada com pessoas estranhas:
• Uma questão que deve ser
lembrada quando falamos em
agressão a pessoas estranhas, e que
novamente deve ser citado, é o
processo de socialização do animal
em relação às pessoas que ele irá
deparar-se quando for passear na rua
ou em num parque, por exemplo.
• Relacionada com o território:
A agressividade territorial pode ser
observada, pelo animal na casa, no
jardim, na vizinhança, durante um
passeio, dentro do carro ou em qualquer
lugar que o cão tende a frequentar e
marcar com a sua urina.
Este comportamento é agravado pelo
medo, e poderá piorar se o cão ficar
preso em casa por períodos prolongados.
• Relacionada com más experiências:
A agressividade a pessoas, sem
motivo aparente, tem origem nos
traumas sofridos e lembrados pelo
animal.
Traumas esses, como os
maus-tratos e o abandono,
que fazem com que ele
reaja instintivamente com
agressividade a todas as
acções a ele dirigidas.
• Agressividade como reflexo da (má) educação:
- É uma agressividade como resposta da má
educação que o proprietário lhe foi
transmitindo e sujeitando, onde o animal foi
treinado com a certeza que pode dominar
uma pessoa subordinada a ele.
Neste caso temos os cães denominados por
«perigosos».
• São animais que, por culpa do próprio dono, têm um perfil de
agressividade para tudo o que o rodeia e que lhe é exterior.
No caso destes cães, a socialização é propositadamente nula,
onde o único objectivo do dono é criar um animal forte e de
respeito, mesmo que isso implique que ele seja agressivo e
considerado um «cão perigoso».
Algumas raças de cães, por culpa do Homem, fora catalogadas
de «raças perigosas”.
• Lista dos cães considerados perigosos (por culpa do dono):
- Rottweiler;
- Cão de fila brasileiro;
- Dogue argentino;
- Pit Bull Terrirer;
- Staffordshire Terrier americano;
- Staffordshire Bull terrier;
- Tosa Inu.
!!! É importante lembrar que estas raças não são geneticamente
predispostas à «agressividade».
O único perigo genético que elas têm é o seu próprio dono, que
reflecte nos animais a sua própria imagem !!!
O melhor para os animais:
Para alguns psicólogos muitos dos problemas de comportamento são
evitáveis com acções praticadas pelos donos, em prol do bem-estar físico e
psicológico dos animais, tais como:
• Nutrição apropriada;
• Estímulo do exercício físico;
• Boa comunicação entre o dono e o animal;
• Permitir que o animal conviva com outros animais;
• Permitir que o animal conviva com outras pessoas;
• Estimular o animal a todo o ambiente exterior a ele.
• O animal doméstico, tanto o cão como o gato, cresce junto do Homem e
brinca com o Homem, comunicando e actuando entre si, constantemente.
• Para que o animal possa viver feliz e de pleno bem-estar físico e
psicológico o Homem não o pode tratar como se de um objecto se trata-se.
• Tal como cada um de nós, eles têm sentimentos e emoções, que devem
ser respeitados e em prol da harmonia do ser humano com a Natureza.
Os animais foram criados pela mesma mão caridosa de Deus
que nos criou... É nosso dever protegê-los e promover o seu
bem estar!
Trabalho realizado por:
Marta Costa
Vânia Reis
e
Joana Pimenta
Curso Auxiliar de Veterinária 2009