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7/24/2019 Nutrio de Poedeiras - Avanos
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Avanos na nutrio da poedeira moderna
Jos Roberto Medina GarciaGerente da Diviso Aves de Postura da Multimix Nutrio Animal Ltda
jrmg@multimix.com.br
1. Introduo
A evoluo gentica das poedeiras, produziram aves mais produtivas,
com menor peso corporal e baixo consumo de rao.
O grande desafio dominar o dinamismo da gentica que tornaram asaves muito mais exigentes, principalmente sob o aspecto nutricional. Assim
como, so necessrias novas prticas de manejo e adequao destas aves as
novas instalaes, cada vez mais automatizadas, com ambiente controlados e
alojando com maior coletividade e densidade.
Considerando as particularidades da criao de poedeiras modernas,
faremos uma abordagem dos avanos na nutrio, acompanhando a evoluo
de manejo/instalaes e gentica que possam ser teis a todos profissionaisenvolvidos com a produo de ovos comerciais.
2. Evoluo da Postura Comercial no Brasil
Inicialmente, a avicultura estava sob o domnio da atividade familiar que
com o decorrer dos anos, principalmente aps a abertura tecnolgica nas reas
de gentica, ambincia, sanidade e nutrio, passou a ter uma viso empresarialpara atender as exigncias de mercado, favorecendo cada vez mais os
investimentos nesta rea.
Atualmente, observamos grandes empresas avcolas com instalaes
modernas, visando a maximizao dos lucros e transformao de produtos
primrios da Agricultura (milho, sorgo, soja, etc.) em produtos nobres para a
alimentao humana, num curto espao de tempo ocupando reas reduzidas.
Mais de 15.000.000 de aves j se encontram alojadas em instalaes
modernas nacionais e internacionais, com as seguintes caractersticas: alta
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densidade de alojamento (375 a 321 cm2/ave); facilidade administrativa; rapidez
de implantao, necessidade de pouco espao fsico; reduo do percentual de
ovos no aproveitveis; menor custo de mo de obra, menor desperdcio de
rao; maior controle dos fatores ambientais e maior competitividade no
mercado. Porm, estas instalaes exigem maior custo de implantao;
necessidade de grandes lotes de reposio; dificuldade no manejo de dejetos e
controle sanitrio e maior adaptabilidade das aves.
3. Evoluo gentica da Poedeira.
Linhagem Branca Vermelha
Perodo de crescimento (1 a 17 semanas)19802 20031 19802 20031
Viabilidade % 94-96 97-98 96 96-98Mortalidade % 4-6 2-3 4 2-4Consumo de rao Kg 6,58 5,21 8,2-9,1 6Peso corporal Kg 1,320 1,250 1,580 1,430
Perodo de Postura (at 80 semanas)Viabilidade % 90-94 96 90-93 94-96Mortalidade % 6-10 4 7-10 4-6Produo 50 % Dias 171 153 168-172 145
Peso corporal 32 sem Kg 1,600 1,520 - 1,980Peso corporal 70 sem Kg 1,700 1,580 2,500 2,000Ovo/ave/dia 80 sem 275-305 339-347 292 357Ovo/ave/alojada 80 sem 262-293 333-341 279 351Peso mdio do ovo 32 sem g 56,7 58,4 60 62,7Peso mdio do ovo 70 sem g 64,8 63,4 63,3 66,9Kg de rao/kg de ovo 2,3-2,5 1,91 2,4-2,6 2,06
1Fonte: Guia de Manejo comercial da Hy-line 2003-2005.2 Fonte: Manual de Manejo Hy-line Ito 1980.
4. Caractersticas da Poedeira Moderna.
As linhagens diferenciam-se quanto ao temperamento, potencial
produtivo, consumo de rao, ganho de peso, viabilidade, tipo de ovos.
Pelo fato das aves a cada ano adiantarem um dia a maturidade sexual,
tem sido um desafio para os tcnicos estimularem o consumo de rao e o
ganho de peso das frangas em cria, recria, principalmente em linhagens de
baixo consumo de rao.
As caractersticas de ganho de peso destinados aos frangos de corte e as
caractersticas reprodutivas que foram desenvolvidas para as poedeiras
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comerciais, so ndices zootcnicos geneticamente antagnicos. Dessa forma,
apesar da evoluo na produo de ovos, verificada nos ltimos anos, observa-
se um baixo consumo de rao o que ocasiona uma reduo no peso corporal
da ave no incio da postura e ainda, as aves apresentam dificuldade no ganho de
peso.
A precocidade das aves resultou na necessidade de programas de
alimentao especficos para cada fase de criao e principalmente que estes
programas garantam a ingesto adequada de nutrientes para atender a
demanda biolgica de manuteno, ganho e produo.
A poedeira moderna exige um consumo adequado de energia, para que
no ocorra clssica queda de produo de ovos aps o pico ou que esta ave
entre em um balano nutricional negativo.
A rentabilidade de um lote de poedeiras comerciais influenciado
diretamente pela qualidade atingida na criao das frangas. Os programas
nutricionais desenvolvidos para as fases de cria e recria devem ter como
principal objetivo o mximo de retorno econmico.
5. Consideraes sobre a fase de pr-postura.
importante salientar que a fase de pr-postura caracterizada por
mudanas fisiolgicas, tais como: aumento no tamanho da crista e barbela,
aumento no tamanho e atividade do fgado, aumento no depsito de clcio
medular, formao do oviduto e formao dos primeiros ovos.
Para atender as exigncias das aves nesta fase de constantes mudanas
fisiolgicas em que a poedeira chega a sustentar um aumento de peso de 400 a
500g aproximadamente em duas semanas, justifica-se o uso de dietas de prpostura com nveis adequados de aminocidos, clcio e fsforo.
Os dados de campo revelam que o peso alcanado pelas aves s 18
semanas de idade ir influenciar diretamente nos ndices zootcnicos da vida da
poedeira.
O grfico 1, demonstra que as aves pequenas e leves com 18 semanas
so as menores no incio da postura, consomem pouca rao e permanecem
pequenas e produzindo ovos menores durante todo o ciclo de postura, sendo oinverso verdadeiro para as aves mais pesadas. Tal ocorrncia explica o
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comprometimento do crescimento inicial que influencia negativamente as etapas
posteriores da franga.
Grfico 1. Curva de peso de poedeiras de 15 a 63 semanas de idade.
LEESOM & SUMMERS, 1997
A seguir, sero abordados alguns nutrientes de grande importncia na
nutrio de poedeiras e orientaes de manejo para melhorar a ingesto destes
nutrientes.
6. Energia
O fornecimento adequado de energia garantir os melhores resultados
zootcnicos, porm sendo a energia o nutriente mais oneroso da rao, o
retorno econmico ser o principal determinante do nvel timo de energia para
poedeira.
O melhor mtodo para a determinao da ingesto de energia medir a
quantidade de rao que a ave consome (HARMS, 1999).
O requerimento de energia varivel de acordo com o peso corporal, fase
de produo, tamanho de ovo, linhagem e temperatura ambiente (COON, 2002).
6.1. Influncia da Temperatura no requerimento de Energia Metabolizvel (EM).
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A temperatura ambiente um fator determinante no desempenho das
aves. Utilizando a equao de predio de energia abaixo, podemos observar
que as poedeiras modernas so muito mais exigentes em energia metabolizvel
do que era a poedeira antiga na mesma condio ambiental (temperatura de
25C) (Grfico 2) e para o Grfico 3, verificamos que a necessidade energtica
maior no frio.
Equao de Predio de Energia Para Poedeiras - NRC (1994)
Onde:
W = Peso Corporal (kg)
T = Temperatura (C)
GW = Ganho de Peso/Ave/Dia (g)
EE = Massa de Ovos (g)
Grfico 2. Exigncia de EM da poedeira moderna em comparao a poedeira
antiga em temperatura de 25C.
EMA = W0,75(173 - 1,95T) + 5,5GW + 2,07 EE
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Grfico 3. Necessidades Dirias de EM para poedeiras em diferentes
Temperaturas.
No Grfico 4, tambm podemos observar o efeito da temperatura sobre a
EM.
Grfico 4. Necessidade de EM (kcal/ave/dia) em funo da Temperatura.
240
250
260
270
280
290
300
310
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34
Temperatura (C)
Necessida
deDiriadeEM
(kca
l/ave/dia)
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No clima frio, a variao de consumo menor para cada grau de variao
de temperatura em relao ao clima quente (Tabela 1), assim como, em
temperaturas elevadas ocorre uma menor ingesto de EM (Tabela 2).
Tabela 1. Efeito da Temperatura e Energia metabolizvel (EM) no consumo derao de poedeiras de 20 a 36 semanas.
Temperatura C
7 9 14 16 19 22 25 28 31 33 35 mdia
EM (kcal/kg) Consumo (g/dia)
2645 118 119 113 112 111 105 105 100 91 70 72 102
2755 113 115 111 114 108 103 102 102 91 68 67 99
2865 114 111 105 109 111 104 102 88 88 66 66 97
2976 104 109 110 106 108 99 96 84 84 61 65 94
Mdia 112ab 113a 108c 110bc 109c 103d 101d 98e 88f 66g 67g
a-gMdias seguidas de letras diferentes em uma mesma coluna diferem entre si (p
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ocorre um declnio no consumo de energia. Entretanto, acima de 27-28C o
declnio comea a ser drstico desde que a ave esteja sob stress calrico. O
ponto de cruzamento das linhas representa a energia disponvel para a produo
e como a temperatura est crtica (acima de 28C), a energia disponvel para a
produo tambm reduzida drasticamente e na temperatura de 33C esta
torna-se negativa (LEESON & SUMMERS, 1997).
Grfico 5. Temperatura ambiental e balano energtico
6.2. Relao de Energia Metabolizvel, Peso e Produo de ovos
A habilidade das aves em direcionar a energia consumida para
manuteno, peso e nmero de ovos est diretamente relacionada com as
condies ambientais em que elas esto alojadas. Pesquisas com poedeiras
alojadas em temperatura termoneutra (21,1C) indicam que primeiramente as
aves utilizam a enegia metabolizvel para produo de ovos e no para
aumentar o peso dos ovos.
Em um estudo com aves em ambiente termoneutro (21C) e em
temperatura quente cclica (26,7 a 35,6C), verificou-se que as aves natemperatura de 21C somente aumentaram o nmero de ovos com o incremento
190210230250270290310330350
370390
5 10 15 20 25 30 35Temperatura (C)
Energia(kcal/ave/dia)
Energia Consumida Necessidade de Energia
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de EM, enquanto que as aves alojadas em ambiente quente, direcionaram a
energia tanto para o nmero, quanto para o peso dos ovos, pois o requerimento
de energia para mantena destas ltimas foi significativamente reduzido
(ZHANG & COON, 1994).
importante ressaltar que as aves somente so eficientes em
temperaturas elevadas quando esto consumindo adequadamente. Porm,
observamos que o conforto trmico fornece melhores condies para que o
animal expresse seu potencial produtivo.
Em temperaturas elevadas pode-se adicionar gordura na dieta que alm
de melhorar a palatabilidade e diminuir o p da rao, tambm reduz o
incremento calrico do animal.
7. Protena
A dieta deve garantir os aminocidos essenciais e um nvel adequado de
protena bruta para assegurar um satisfatrio pool de nitrognio para a sntese
de aminocidos (NRC, 1994).
No entanto, em condies ambientais brasileiras de temperaturas
elevadas, devemos sempre elevar a quantidade de aminocidos sintticos
(metionina, lisina e treonina) com o mnimo incremento da protena para no
ocorrer um aumento na produo de calor endgeno gerado pela digesto
protica.
O requerimento de protena est associado com a taxa de produo e
tamanho dos ovos. De acordo com LEESON & SUMMERS, 1997, a produo de
ovos sobe rapidamente quando se eleva o consumo de EM da dieta, ao passo
que nveis crescentes de protena somente influenciam a produo de ovos,quando o consumo de energia baixo.
7.1. Protena e Tamanho de ovo
Embora o tamanho da gema tenha uma grande influncia no tamanho do
ovo, no podemos menosprezar a quantidade de albmen.
Sendo os slidos do albmen do ovo quase inteiramente proticos, ademanda de protena e aminocidos grande, ou seja, uma carncia de
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protena resultaria num decrscimo da quantidade de albmen e
conseqentemente do tamanho do ovo, de forma similar afetaria a quantidade
de gema. O aumento da protena e do contedo de aminocidos na dieta
exercem um efeito marcante no tamanho dos ovos, particularmente quando os
ovos so pequenos (COON, 2002).
No podemos esquecer que o peso do ovo e a porcentagem de gema
aumentam com a idade das aves, enquanto que a casca e a clara diminuem.
Estes fatos foram bem relatados na pesquisa de SILVERSIDES & SCOTT
(2001).
8. Aminocidos
8.1 Metionina
Metionina e Lisina so os aminocidos limitantes das dietas formuladas
base de milho e soja.
Segundo Harms, 1999, a metionina um importante fator no controle do
contedo de ovo (peso do ovo peso da casca x % da produo de ovos), pois
a poedeira consome energia para sustentar o nmero de ovos, mas o peso dos
ovos depende dos nveis de aminocidos da dieta.
Nas Tabelas 3 e 4 podemos observar a influncia da metionina no
consumo e produo de ovos em raes com diferentes nveis de energia e
protena.
Tabela 3. Consumo de rao (g) de poedeiras arraoadas com dietas com
diferentes nveis de protena, metionina e energia.Protena Metionina Energia (kcal/kg)
(%) (%) 2772 3080
0,300 90,75a 78,78a
15 0,275 85,90b 70,75b
0,25 80,06c 61,52c
12,7 0,300 88,66a 77,11a
0,275 84,91b 73,16b
a-cMdias seguidas de letras diferentes em uma mesma coluna diferem entre si (p
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Tabela 4. Produo de ovos de poedeiras arraoadas com dietas com diferentesnveis de protena, metionina e energia.
Protena Metionina Energia (kcal/kg)
(%) (%) 2772 30800,300 85,25a 80,12a
15 0,275 80,97b 74,77b
0,250 75,6c 63,66c
0,300 82,80a 76,72a
12,7 0,275 78,17b 72,36v
0,250 72,64c 60,16c
a-c
Mdias seguidas de letras diferentes em uma mesma coluna diferem entre si (p
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Tabela 6. Efeito da lisina na performance de aves (24 a 36 semanas).Tratamentos
Variveis 1 2 3 4 5 6 7 8
Lisina total (%) 0,65 0,69 0,73 0,77 0,81 0,85 0,89 0,93
Produo ave/dia 0,97 0,97 0,97 0,96 0,97 0,97 0,96 0,97
Peso do ovo (g) 57,4b 58,8a 58,5ab 58,5ab 58,4ab 58,7a 58,9a 58,3ab
Massa ovo (g/ave/dia) 55,8b 56,8ab 56,5ab 56,3ab 56,8ab 57,1a 56,7ab 56,6ab
Consumo (g/ave/dia) 110 112 110 109 109 109 110 110
Conv. Alimentar (g/g) 1,98a 1,97ab 1,94bc 1,94bc 1,92c 1,91c 1,93c 1,94bc
Ganho de peso (g/dia) 73 69 62 76 71 58 63 79
Cons. Lisina (mg/ave/dia) 717 772 802 839 882 926 975 1,021
a-cMdias seguidas de letras diferentes em uma mesma coluna diferem entre si (p
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O consumo inadequado de clcio prejudica a qualidade da casca, assim
como, o aumento da idade das aves.
Tabela 7. Requerimento mdio de minerais para poedeiras.
Mineral Valor
Clcio (%) 3,25
Fsforo Disponvel (%) 0,25
Sdio (%) 0,15
Cloro (%) 0,13
Mangans (mg/kg) 20
Selnio (mg/kg) 0,06
Zinco (mg/kg) 35
Fonte: NRC, 1994
fato conhecido que com o aumento da idade da poedeira em produo
e um correspondente aumento no tamanho do ovo h uma reduo na
espessura e resistncia da casca e conseqente aumento no ndice de quebra
dos ovos. Para aves mais velhas e com problemas de cascas anormalmente
finas podemos elevar o nvel de consumo de clcio at um mximo de 4,75g/ave/dia.
Alm da idade da ave, temperaturas elevadas influenciam os parmetros
da casca. O estresse por calor reduz o consumo de clcio e a converso da
vitamina D3 em sua forma metabolicamente ativa, a 1,25 (OH)2D3, que
essencial para a absoro e a utilizao de clcio. De fato, a exigncia de clcio
para poedeiras aumenta com altas temperaturas ambientais (PLAVNIK, 2003).
A piora da qualidade da casca nos meses quentes do ano tambm ocorredevido h um desbalano cido/base quando as aves comeam a ofegar para
dissipar o incremento de calor. O uso de bicarbonato de sdio repe parte dos
eletrlitos na rao e ajuda reduzir este problema (COON, 2002).
9.1. Calcrio e tamanho da partcula
O tamanho da partcula muito importante, pois se o calcrio for muito
fino, o clcio passa na moela rapidamente, no ficando disponvel no momento
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em que a ave est formando a casca do ovo (ZHANG & COON, 1997). O ideal
o fornecimento de 1/3 ou 1/2 na forma de calcrio grosso (> 1,0mm, mdia de
2,5mm de dimetro), (COON, 2002).
Como a formao da casca usualmente ocorre durante noite, quando as
aves no esto comendo, a vantagem do uso de partculas maiores sua
passagem mais lenta no trato gastrointestinal, deixando assim, o clcio
disponvel para formao da casca e consequentemente ocorre menor
mobilizao do clcio sseo pela ave.
Segundo FAMER et al., 1986, as cascas de ovos contendo elevados
nveis de clcio de origem ssea apresentam baixa qualidade.
Pesquisa de KESHAVARZ, 1998, investigou diferentes nveis de clcio e
horrios de fornecimento para as aves (Tabela, 8).
Tabela 8. Efeito da variao do consumo de clcio na qualidade de casca,gravidade especfica (G.E), peso da casca (PC) e espessura de casca (EC).
Clcio Consumo G.E PC EC
(%) (g/ave/dia) (g) (mm)
Manh Tarde Manh Tarde
T1 3,8 3,8 49,3a 68,4 1,0775ab 5,55b 0,378ab
T2 2 5 45,8ab 68,4 1,0787a 5,61ab 0,384a
T3 5 3 44,3b 67,9 1,0786a 5,76a 0,386a
T4 2 3,8 47,9a 70,8 1,0766b 5,62ab 0,379ab
T5 3,08 3,08 46,1ab 67,7 1,0765b 5,61ab 0,372b
a-bMdias seguidas de letras diferentes em uma mesma coluna diferem entre si (p
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As aves necessitam de um nvel adequado de fsforo, pois a falta ou
excesso deste mineral ocasiona a m formao da casca e o aumento da
mortalidade do lote.
Pesquisa de KESHAVARZ, 2000 (Tabela 9) relatou que a produo de
ovos pode ser mantida satisfatoriamente com nveis de fsforo mais baixos do
que o recomendado pelo NRC, 1994 de 250 mg/ave/dia. Embora, COON, 2002
recomende a ingesto diria de fsforo de 350 a 450 mg/ave/dia.
Tabela 9. Efeito do fsforo (%) na produo (%) e gravidade especfica (G.E)dos ovos.
Fase 1 (30 a 42 sem) Fase 2 (42 a 54 sem) Fase 3 (54 a 66 sem)
Fsforo Produo G.E Fsforo Produo G.E Fsforo Produo G.E
0.40 90,6 1,0818 0,35 84,6abc 1,0801 0,30 76,2abc 1,0739cd
0,35 92,5 1,0816 0,30 83,6abc 1,0792 0,25 76,5abc 1,0734cd
0,30 88,6 1,0824 0,25 81,7bc 1,0797 0,20 71,1cd 1,0742bcd
0,25 90,6 1,0828 0,20 83,6abc 1,0804 0,15 68,4d 1,0756abc
0,20 90,9 1,0823 0,15 79,4c 1,0800 0,10 43,2e 1,0763ab
0,15 87,6 1,0828 0,10 63,1d 1,0802 0,10 36,5f 1,0772a
a-dMdias seguidas de letras diferentes em uma mesma coluna diferem entre si (p
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Tabela 10. Necessidades Dirias de Nutrientes para a fase de produo.
Nutrientes Valor1 Valor2
Protena Bruta (g) 17 15
EMA (kcal) 280 290
Metionina (mg) 360 300
Metionina + Cistina (mg) 640 580
Lisina (mg) 720 690
Clcio (g) 3,50 3,25
Fsforo Disponvel (g) 0,40 0,25
Sdio (g) 0,18 0,151 Leeson & Summers, 1997.2 NRC, 1994.
As recomendaes nutricionais na Tabela 10 sugerem condies ideais
de manejo e ambiente. A Tabela 11 corrige os nveis nutricionais em funo do
consumo de rao.
Tabela 11. Especificao de Nutrientes em funo do consumo de rao (g).Nutrientes 110 100 90 80 70
Protena Bruta (%) 15,46 17,0 18,89 21,25 24,29
EMA (Kcal/kg) 2.546 2.800 3.112 3.500 4.000
Clcio (%) 3,19 3,50 3,88 4,38 5,00
Fsforo Disponvel (%) 0,36 0,40 0,45 0,50 0,57
Metionina (%) 0,33 0,36 0,40 0,45 0,52
Metionina + Cistina (%) 0,58 0,64 0,71 0,80 0,92
Lisina (%) 0,66 0,72 0,80 0,90 1,03
Leeson & Summers, 1997
Ainda na Tabela 11, podemos verificar a importncia do consumo pela
ave, pois quanto maior o consumo, menor ser a concentrao de nutrientes na
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rao e com isto menor custo de formulao. Deste modo, faremos uma
abordagem de como aumentar o consumo de rao das aves.
11. Granulometria:
Considerando o aspecto nutricional, pode-se considerar que quanto
menor o tamanho das partculas do alimento maior o contato dessas com os
sucos digestivos, favorecendo a digesto e absoro. J do ponto vista de
produo de raes, quanto maior o tamanho das partculas dos ingredientes,
maior a economia com energia e maior a eficincia (toneladas/hora) de moagem.
Por outro lado, as partculas muito finas favorecem a peletizao, mas diminuem
a seletividade (palatabilidade) e aumentam o p (BELLAVER e NONES, 2000).
PORTELLA, et al., 1998, estudando o comportamento das aves quanto a
preferncia por tamanhos de partculas, observou que o consumo de partculas
maiores que 1,18 mm e menores que 2,36 mm ocorreu em todas as idades.
Porm, as aves consumiam as partculas menores medida que a concentrao
da partculas maiores eram reduzidas, demonstrando que as aves selecionam o
alimento em funo do tamanho da partcula. Esta seletividade maior em aves
mais velhas o qual preferem partculas maiores, pois o tamanho da partcula
est diretamente relacionado com a dificuldade das aves em consumirem
alimentos com granulometria grossa ou fina, em funo das dimenses do bico.
NIR et al., 1994, pesquisando a granulometria da partcula do milho,
utilizando dimetro geomtrico mdio (DGM) e o desvio padro geomtrico,
encontrou resultados semelhantes, onde os melhores resultados de
desempenho de frangos foram obtidos com DGM de 0,769 mm da dieta.
Assim, verifica-se a importncia da granulometria que melhor se adapte fase de vida das aves em questo.
Na tabela 12, verificamos que o aumento do tamanho da partcula,
aumentou o consumo de rao e o peso da moela.
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Tabela 12. Influncia do tamanho das partculas na ingesto de rao nocrescimento e desenvolvimento da moela.
Dimetro geomtrico mdio das partculas
0,60 mm 1,10 mm 2,30 mm
Peso aos 21 dias (g) 491 a 568 b 540 b
Consumo entre 7-21 dias (g) 591 662 645
C.A entre 7-21 dias 1,66 1,56 1,61
Peso da moela aos 7 dias (*) 3,95 4,50 4,87
Peso da moela aos 21 dias (*) 2,22 2,80 3,13
pH da moela 3,6 2,8 2,9a-bMdias seguidas de letras diferentes em uma mesma coluna diferem entre si (p
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Tabela 14. Efeito da granulometria na performance de poedeiras.
Tipo de Moinho
Variveis Martelos Rolos
DGM (m) 814 a 873 1.343 a 1.501
Peso corporal, 23 semanas (g) 1.291 1.290
Peso corporal, 71 semanas (g) 1.594 1.610
Postura (%) 74,72 73,37
Peso do ovo (g) 57,1 57,1
Consumo de rao (g/ave/dia) 96,04 94,69Eficincia alimento/ovo (g/g) 2,26 2,27
Resistncia de casca (kg) 3,14 3,15
Mortalidade (%) 15,2 16,2
Fonte: DEATON et al., 1989
7. Consideraes finais
O sucesso da atividade avcola de postura comercial envolve o domnio
da nutrio, ambincia, manejo e sanidade para permitirmos que a ave expresse
todo o seu potencial gentico e alcancemos o retorno econmico desejado.
8. Bibliografia consultada
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