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Sumário1.Resumo.................................................................................................................................2
2.INTRODUÇÃO.......................................................................................................................3
2.1 Metabolismo e anorexia................................................................................................4
3 Estimulação do apetite........................................................................................................4
4 Seleção do paciente............................................................................................................5
4.1Regras básicas...............................................................................................................5
5 Nutrição Enteral...................................................................................................................6
6 Nutrição Parenteral..............................................................................................................8
7 Conclusão.............................................................................................................................9
8 Bibliografia.........................................................................................................................10
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1.Resumo
A aplicação da nutrição clínica em caninos e felinos sob hospitalização procura
suprir as necessidades nutricionais destes pacientes, cujo principal objetivo é
prevenir a subnutrição ou desnutrição. O suporte nutricional terapêutico, tanto, via
enteral, quanto parenteral, visa repor os nutrientes necessários para manutenção e
recuperação do paciente. O correto manejo nutricional do animal hospitalizado
depende de uma adequada coleta de informações à respeito do estado nutricional
do paciente durante a anamnese e exame físico. Lembrando que a primeira
alternativa deve ser a estimulação do apetite.
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2.INTRODUÇÃO
A aplicação da nutrição clínica em caninos e felinos sob hospitalização visa
atender necessidades nutricionais específicas destes pacientes, cujo principal
objetivo é prevenir a subnutrição ou desnutrição. O suporte nutricional terapêutico
fornece, via enteral ou parenteral, os nutrientes necessários para manutenção e
recuperação do paciente. A inapetência, hiporexia e anorexia são condições comuns
em animais enfermos, principalmente naqueles em ambiente hospitalar e, muitas
vezes, acarretam severos quadros de desnutrição com conseqüente agravamento
da enfermidade primária (MICHEL, 1998; VEADO, 2000).
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O suporte nutricional adequado favorece o estado metabólico na doença,
otimiza a resposta a tratamentos clínico cirúrgicos, impede a deterioração da função
imune, minimiza a perda de massa corpórea magra, favorece a cicatrização e
reparação tecidual, conseqüentemente, diminuindo o tempo de permanência em
ambiente hospitalar (ABOOD, 1998; HAND et al.,2001).
O correto manejo nutricional do animal hospitalizado depende de uma
adequada coleta de informações à respeito da alimentação e estado nutricional do
paciente durante a anamnese e exame físico (incluindo a determinação da condição
ou escore corporal) e da realização de exames laboratoriais específicos, quando
necessário.
Deve-se procurar causar o mínimo de estresse ou trauma adicional ao
paciente, iniciando-se o suporte nutricional com métodos de estimulação do apetite,
evoluindo, quando necessário, para técnicas de nutrição enteral e/ou parenteral
(HILL,1994; LEWIS et al., 1994).
2.1 Metabolismo e anorexia
A ausência de alimentação conduz o organismo à utilização dos seus
“estoques” energéticos, sob a forma de glicogênio hepático, e de acionar vias
alternativas para obtenção de energia e manutenção da glicemia, pela
neoglicogênese e lipólise (SMITH et al., 1985; BRODY, 1994). Estes eventos são
comuns no estado de jejum simples.
Diferentemente do que acontece no jejum simples, quando há
estabelecimento de enfermidade, associada ou não à inapetência ou anorexia,
ocorre aumento da necessidade energética para manutenção e reparação tecidual.
O desgaste físico e estresse levam o organismo a uma condição inicial de curta
duração, hipometabólica, seguida por uma fase prolongada hipermetabólica, na qual
as reservas orgânicas são rápida e precocemente exauridas (CROWE, 1988;
DONOGHUE,1992b; LIPPERT E BUFFINGTON, 1992; DONOGHUE, 1994).
O estresse orgânico resulta também em liberação de catecolaminas, glucagon
e Glicocorticóides, que podem agravar a condição clínica do paciente, pois são
promotores de reações catabólicas (LIPPERT E BUFFINGTON, 1992; DONOGHUE,
1994; BILBREY E BUFFINGTON, 1996).
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Em pacientes hipermetabólicos, inapetentes ou anoréxicos, em menos de 24
horas o estoque de glicogênio hepático é consumido, levando tecidos que
consomem obrigatoriamente glicose, tais como sistema nervoso central e periférico,
células sangüíneas, fibroblastos e células da região medular renal, a serem providos
de energia resultante da neoglicogênese (CROWE, 1988; SMITH et al., 1985;
LIPPERT E BUFFINGTON, 1992).
3 Estimulação do apetite
O primeiro passo é estabelecer a causa da anorexia e as limitações da
alimentação oral, se não houver contra indicações, a estimulação do apetite deve
ser iniciada (LEWIS et al., 1994).
São usados alimentos com alta palatabilidade (geralmente aqueles com
maiores teores de gordura, proteína e sal). Derivados benzodiazepínicos, como o
diazepam e o oxazepam, têm sido utilizados com sucesso, além de outras drogas
como corticosteróides e esteróides anabólicos. Contudo, estas drogas têm seu uso
limitado, pois podem causar efeitos colaterais indesejáveis. O emprego da
estimulação química do apetite deve servir apenas para motivar o início da
alimentação.
4 Seleção do paciente
1º - Seleção pelo histórico: pacientes que apresentarem perda de peso aguda
(menos de cinco dias), ingestão alimentar diminuída há mais de cinco dias,
fluidoterapia nos últimos 10 dias sem ingestão de alimentos; uso de medicamentos
como imunossupressores, antineoplásicos, antibióticos ou outros que podem levar a
inapetência ou anorexia.
2º - Seleção pelo exame clínico: peso anormal ou escore corporal igual ou
menor que dois; presença de caquexia ou emaciação; presença de crescimento
retardado, presença de atrofias musculares, flacidez muscular, fraqueza
generalizada, apatia e prostração.
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3º - Seleção por exames laboratoriais: pode ser efetuada para confirmação de
quadros de subnutrição ou desnutrição, sendo os achados comuns: anemia,
leucopenia, linfopenia e diminuição das proteínas totais.
4.1Regras básicas
1º - Cálculo de calorias: necessidade energética de um paciente está
relacionada com o peso metabólico e atividade física. Perdas energéticas dependem
da severidade da injúria física, e são somadas a necessidade energética basal
(NEB) ou de repouso (NER). A NER pode ser calculada pela fórmula (ELLIOT E
BIORGE, 2007): NER = 70 x PV 0,75, onde PV = peso corporal em quilogramas.
2º - Seleção da dieta e vias de administração: consiste basicamente em optar-
se pelo tipo de alimentação, e se a mesma será fornecida via enteral ou parenteral.
3º - Início do programa de suporte nutricional e monitorização: aconselha-se a
aplicação de somente 50% da dose total calculada, no momento da primeira
administração. A dose total calculada deve ser fornecida após este período de
adaptação, que pode ser a partir do segundo ou terceiro dias. O paciente deverá ser
acompanhado com freqüência, avaliando-se a resposta à terapia e fazendo-se as
modificações necessárias.
4º - Retorno à alimentação oral: assim como no início, a interrupção do
suporte nutricional enteral ou parenteral deve ser, preferencialmente, gradual, até o
paciente estar ingerindo a quantidade total necessária de nutrientes via oral,
espontaneamente.
5 Nutrição Enteral
Quando a anorexia persiste, ou o animal não ingere quantidades suficientes
de alimento para sua manutenção, um programa de suporte nutricional enteral
poderá ser iniciado. Este tipo de alimentação é preconizado para pacientes que,
apesar da inapetência, apresentam o trato gastrintestinal, ou pelo menos parte dele,
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capaz de digerir e absorver os alimentos (LIPPERT, 1992; LEWIS et al., 1994;
SIMPSON E ELWOOD, 1994).
É considerada mais simples que a alimentação parenteral, mais rápida, de
fácil execução, menos onerosa e mais segura, sendo, portanto, sempre a primeira
escolha (CHAN, 2007).
São utilizadas rações comerciais caninas ou felinas específicas, ou até
mesmo alimento caseiro, desde que todos sejam adequadamente preparados, isto
é, devem atender as necessidades do paciente, e serem oferecidos sob forma
líquida, para evitar a obstrução das sondas.
As complicações da nutrição enteral podem ser de origem mecânica,
gastrintestinal, metabólica ou séptica.
Problemas mecânicos comuns referem-se à colocação e manutenção da
sonda, como obstruções luminares ou a retirada precoce da mesma pelo paciente.
Alterações gastrintestinais e metabólicas referem-se à esofagite de refluxo, vômitos
ou intolerância a algum componente da alimentação. Já as complicações sépticas
estão relacionadas à contaminação e infecção do procedimento cirúrgico, quando
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este é necessário (LIPPERT, 1992; LEWIS et al., 1994; SIMPSON E ELWOOD,
1994;
ABOOD, 1998; VALADARES et al.,2006).
6 Nutrição Parenteral
A nutrição parenteral total (NPT) trata-se de um recurso terapêutico, pelo qual
são administrados nutrientes essenciais diretamente na corrente sangüínea. Pode
ainda fornecer eletrólitos e vitaminas, quando o tempo requerido de tratamento for
prolongado (DONOGHUE, 1989; LIPPERT e BUFFINGTON, 1992; CAMPBELL,
2007).
A nutrição parenteral parcial (NPP) supre apenas uma porção das
necessidades nutricionais de um animal. Comumente, é utilizada apenas uma
solução de aminoácidos a 3%, associada a eletrólitos, sendo por isso, também
chamada de “fluidoterapia poupadora de proteínas” (HACKET, 1998; CAMPBELL,
2007).
Constituintes essenciais do suporte endovenoso:
Carboidratos: a solução de glicose 50% é a mais empregada, pois tem baixo
custo e é rapidamente metabolizada além de ser compatível com as outras
soluções.
Aminoácidos: são soluções cristalinas, fonte de proteínas e nitrogênio. Podem
ser adicionadas ou não de eletrólitos. As soluções padrões pediátricas humanas
contêm todos os aminoácidos essenciais, com exceção da taurina que é importante
para felinos.
Lipídeos: são soluções isotônicas que podem ser administradas em veias
periféricas. Não contêm ácido araquidônico, essencial para felinos, porém,
deficiências nestes animais, manifestam-se somente a longo prazo.
Eletrólitos e vitaminas podem ser adicionados a solução de nutrição
parenteral. Geralmente, só são administrados quando a terapia ultrapassar duas
semanas, ou se o paciente apresentar deficiências específicas (LIPPERT e
BUFFINGTON, 1992; HACKET, 1998).
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As soluções para nutrição parenteral são concentradas de um único nutriente
e não há apresentações mistas. Portanto, é necessária a mistura adequada dos
nutrientes em uma solução do tipo “três em um”. A mistura deve ser feita apenas no
momento do uso, sendo que esta pode ser armazenada sob refrigeração por 12 a 24
horas, no máximo. A quantidade de cada nutriente depende da necessidade
energética do paciente, sendo que a proporção empregada de 25% a 45% em
aminoácidos, 30 –35% em glicose e até 60% em lipídeos (VEADO, 2000;
CAMPBELL, 2007).
Preferencialmente, a NPT deve ser administrada através de cateterismo de
veias centrais. Contudo, veias periféricas podem ser utilizadas para NPP e casos de
NPT administradas em infusão lenta de curtos períodos.
A principal complicação em pacientes sob NPT é intolerância a glicose, que
pode ser observada pela glicosúria. A dose de glicose pode ser então reduzida para
metade. Na persistência da glicosúria poderá iniciar-se terapia com insulina
(ARMSTRONG e LIPPERT, 1988). Outra complicação possível é a hipocalemia, que
pode ocorrer pela aceleração do movimento de potássio intracelular, causado pela
presença de insulina ou glicose endógenas ou exógenas.
7 Conclusão O suporte nutricional oferece aos animais hospitalizados benefícios que
melhoram sua capacidade de resposta, otimizam o tratamento e,
conseqüentemente, diminuem o período de permanência no ambiente hospitalar.
Vale ressaltar que a nutrição não se trata de um tratamento emergencial e a
tentativa de fornecer “hiperalimentação” poderá acarretar distúrbios metabólicos
graves.
Além da nutrição parenteral e enteral, outras terapias de suporte não devem
ser abandonadas, uma vez que é o conjunto de terapias que contribui para a
recuperação do paciente.
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8 Bibliografia• Manejo nutricional do cão e do gato hospitalizado. C. ,Aulus.
FCAV/UNESP, campus de Jaboticabal.
• NUTRIÇÃO CLÍNICA EM ANIMAIS HOSPITALIZADOS: DA ESTIMULAÇÃO DO APETITE À NUTRIÇÃO PARENTERAL. O., Juliana; S.P. Maristela ; C. B. Júlio. Uruguaiana, 2008.
• GRANT, J.P. Nutrição Parenteral. 2.ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1996. 384 p.